O documento discute os novos paradigmas educacionais e o papel do Inspetor Escolar frente a eles. A sociedade e a educação estão em constante mudança com o avanço da tecnologia e da informação. Os novos paradigmas exigem que o Inspetor Escolar atue de forma inovadora e crítica para promover uma escola participativa e transformadora.
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As dimensões do trabalho de inspeção escolar frente aos novos paradigmas educacionais
1. 29/10/2014 AS DIMENSÕES DO TRABALHO DE INSPEÇÃO ESCOLAR FRENTE AOS NOVOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS
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Artigos Educação AS DIMENSÕES DO TRABALHO DE INSPEÇÃO ESCOLAR FRENTE AOS NOVOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS
Publicado em 16 de fevereiro de 2011 em Educação
AS DIMENSÕES DO TRABALHO DE INSPEÇÃO ESCOLAR
FRENTE AOS NOVOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS
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A sociedade tem se modificado, as inovações acontecem todos os dias, constatamos então, que está
nascendo uma nova educação, um novo sistema de pensar a escola e de se definir a função dos Inspetores
Escolares. O objetivo desse estudo é analisar e refletir sobre a importância das dimensões do trabalho do
Inspetor Escolar frente aos novos paradigmas educacionais. Este estudo conta com o aporte teórico de
autores tais como que buscam relacionar o papel do Inspetor Escolar frente a este novo paradigma
demonstrando que cabe a este profissional atuar de maneira inovadora e crítica frente ao processo
educacional intervindo de maneira plural frente à escola contribuindo para a construção de uma escola
participativa e transformadora.
Palavras-chave: Inspetor Escolar; paradigmas; escola participativa.
Introdução
O grande desenvolvimento alcançado pelas ciências e tecnologia gerou transformações em toda a
sociedade e, na educação, evidentemente. Uma das consequências desse avanço é mais conhecimento,
fazendo com que a sociedade hoje seja caracterizada como a sociedade da informação.
Segundo aponta Alarcão (2001, p. 47):
A sociedade, neste início de século, tem vivido transformações em ritmo acelerado, atingindo também a
educação e demais ciências em evolução. Transformou-se a idéia que se tinha de conhecimento, de
criança, de escola, de métodos. Tudo precisou evoluir, procurando acompanhar este movimento, este novo
ritmo de vida.
Diante dessa característica da nova sociedade emerge o papel fundamental da educação que é contribuir na
formação de cidadãos atuantes, críticos, participativos frente a esta nova sociedade.
Assim novos paradigmas vão sendo criados com o objetivo de transformar a educação num instrumento de
democratização social, que possa inserir socialmente todas as camadas da sociedade.
Neste contexto encontra-se o profissional da educação cujo papel deve estar voltado a inserir-se a estas
mudanças, e para tal necessita rever seu papel, sua função na sociedade e principalmente sua prática
pedagógica.
Os novos paradigmas da educação exige um novo perfil de educador, ele deverá trabalhar em consonância
com a nova realidade que desponta em sua frente, principalmente em relação às próprias mudanças
existentes na sociedade globalizada. Ele não mais poderá deixar de enfrentar as mudanças culturais,
comportamentais, sociais e principalmente tecnológicas que aí estão.
O professor precisa estar preparado para experimentar outras linguagens e novos modos de aprendizagem,
se dispondo a exercitar outras capacidades cognitivas, construindo conhecimento coletivamente..
A escola atual necessita que o professor reveja suas metodologias e passe a trabalhar de forma que o aluno
possa construir seu próprio conhecimento e este por sua vez deve ter utilidade prática e significativa na vida
Sobre este autor(a)
Dorileia Coelho Couto
Formada em Pedagogia pela
Faculdade de Filosofia Ciências e
Letras de Caratinga, Pós-Graduada
em supervisão Escolar, Psicopedagogia e
Orientação Educacional
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2. 29/10/2014 AS DIMENSÕES DO TRABALHO DE INSPEÇÃO ESCOLAR FRENTE AOS NOVOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS
do aluno.
O professor por sua vez, deverá respeitar a maturidade dos alunos, e a etapa de desenvolvimento que o
aluno se encontra. Através da interação com outros colegas acredita-se que os alunos com mais
dificuldades possam progredir. Através da troca e das relações surgidas no grupo o educando tem a
possibilidade de ampliar seu conhecimento, levantar hipóteses e buscar respostas para suas questões.
Assim a escola deverá transformar a sala de aula num espaço de convivências de alunos, de pluralidade
cultural, de manifestações culturais e sociais diversas, sem ignorar a realidade do educando respeitando os
estilos e biorritmos de cada aluno.
Isto só será possível através de currículos apropriados, modificações organizacionais, estratégias de
ensino, recursos e parcerias com a comunidade, exigindo das escolas atualização e reestruturação das
condições atuais, para que o ensino se modernize e para que os professores e especialistas se
aperfeiçoem, adequando as ações pedagógicas à diversidade dos aprendizes.
Para Alonso (2003, p. 124):
A escola ideal para o momento atual é aquela que visa uma proposta educacional que ensine a todos os
alunos dando-lhes oportunidades igualitárias e valorizando a diversidade buscando conhecer as propostas
educacionais que estão surgindo e analisando os paradigmas e princípios que as orientam e como ocorre
sua implantação, identificando se estão caminhando na direção da melhoria da educação para todos os
alunos e diminuindo as estruturas excludentes do sistema educacional.
Além de uma formação continuada sólida, que rompa com as práticas tradicionais, posturas discriminatórias
e com os métodos mecanizados e repetitivos que fortalecem a repetição do conhecimento por parte do
aluno, além do desenvolvimento de ações conjuntas com os demais profissionais da escola.
Desta forma o objetivo do Inspetor Escolar é repensar sua prática frente aos novos paradigmas buscando
evidenciar a necessidade de sua prática pedagógica e como ele pode contribuir para a modificação das
práticas tradicionais no contexto escolar.
Diante deste quadro a pesquisa justifica-se a partir do momento que refletir sobre o papel do Inspetor
Escolar frente aos novos paradigmas educacionais e como ele pode utilizar sua prática no sentido de inovar
o sistema educativo sintonizando-o às mudanças sociais.
Desenvolvimento
É inegável que a sociedade vem se modificando e que as inovações se fazem necessárias, e a escola não
pode se isentar destas mudanças. Ela precisa se manter conectada às mudanças procurando acompanhá-las
mostrando ao aluno que ele também precisa estar em sintonia com as evoluções ocorridas sabendo
utilizá-las da melhor forma possível.
Hoje, a relação professor, aluno, escola, conteúdo mudou muito. O conteúdo, que antes era considerado
prioritário, abre espaço para a importância da relação professor/aluno, o respeito e a aceitação plena deste
como pessoa, a vivência democrática e o apoio total ao desenvolvimento livre e pleno do educando.
Após a década de 60, os acontecimentos do mundo, do país e do Estado se aceleraram em tal ordem e
com tamanho grau de intensidade, que nossas convicções têm sido colocadas em dúvida. O modelo de
sociedade estável e conservadora que imperou até então já não consegue ser explicado no turbilhão de
acontecimentos sociais econômicos, culturais e tecnológicos que se precipitaram.
A cultura autoritária determinou princípios e normas de convivência social que não se enquadram nas
exigências do presente, nem oferecem diretrizes. Nosso mundo está em permanente reconstrução, às
certezas do passado parecem superadas, perderam-se no caminho. É necessário rever os rumos, na busca,
não de uma direção, mas de muitas que se abrem à nossa frente.
Como o mundo está em constante transformação, é necessário que os professores e especialistas da
educação atualizem e introduzam novas abordagens, metodologias e práticas no ensino de forma crítica e
criativa.
A rapidez com que se dá a produção de novos conhecimentos impõe novas demandas para a escola. Mais
do que nunca, o aluno precisa ser preparado para conviver com a provisoriedade do conhecimento, com as
incertezas, com os imprevistos, para saber usar as novas tecnologias, as novas linguagens e se adaptar às
novas exigências.
As recentes mudanças na conjuntura mundial, com a globalização da economia, com a informatização dos
meios de produção, reduziram o emprego. O mercado de trabalho tornou-se mais complexo e seletivo,
exigindo uma mão de obra altamente qualificada, que precisa ser garantida pela educação.
De acordo com Caniato (2007) se a educação nesta perspectiva, não conseguir estimular o aluno a se
engajar na luta por amplas transformações sociais, pelo menos, ele vai adquirir os instrumentos necessários
para que possa ter uma participação mais efetiva na vida da escola, de seu bairro, de seu município. Essa
educação ainda lhe proporcionará condições de compreender as verdadeiras contradições desse modelo de
sociedade, seus conflitos e a dialética da exploração e do explorado.
Para a abordagem do fazer da Inspeção Escolar, é necessário refletirmos sobre o papel que se presta a
escola frente ao seu trabalho. Sabemos que a escola vem acompanhando, na medida do possível, as
diversas tendências, que variam conforme o contexto socioeconômico, político, cultural de cada época.
Ao receber influências de princípios e ideias presentes em concepções pedagógicas, em determinados
momentos históricos da educação brasileira, a escola desempenhou um papel diferente, de redentora,
capaz de pretensamente produzir a mudança social, até o de oportunizadora de relações sociais para troca
de saberes, voltados para a participação ativa e organizada na democratização da sociedade, contribuindo,
assim, para o desempenho do papel de cidadão.
Tavares e Escott (2005) diz que:
Em cada momento, a escola sempre buscou acompanhar os cenários sociais da época. Apesar de bem
intencionada, na teoria, na prática o alcance dos objetivos quase sempre foi muito tímido; sabe-se que, até
então, pouca intenção saiu do papel para se reverter em ações concretas.
O caminhar é lento, mas o pouco que se tem deve-se muito à postura de alguns educadores, voltada para o
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ver, julgar, agir, pontos-chave do fazer pedagógico do educador em geral.
O ver, o julgar e o agir podem dar sustentação no enfrentamento de desafios da prática pedagógica, tais
como; saber ouvir, conquistar seu espaço (poder de direito e de fato); ampliar as possibilidades de ação do
grupo; fazer uso da liderança diagnóstica e situacional que planeja, articula e avalia; promover ações
encadeadas e envolver a todos no respectivo processo de estimular, facilitar e articular relações sociais
versus contexto buscando a coerência entre o que se propõe com o que se faz. (MEDINA, 2005)
Desta forma o Inspetor Escolar deve considerar os pilares da educação, ressaltados na comissão
Internacional sobre educação para o século XXI, que são: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a
conviver.
Ainda retomando aos desafios presentes na prática pedagógica, vale lembrar que o Inspetor Escolar deve
lembrar que o Inspetor Pedagógico deve criar espaços que favoreçam novas relações no interior da
instituição escolar para que alunos, pais, professores e funcionários tornem-se um coletivo capaz de
construir uma escola onde saberes estejam voltados para as aprendizagens do aluno e sua formação como
cidadão comprometido com a formação da sociedade. (TAVARES e ESCOTT, 2005).
Deve também, lidar com espaços de confrontos e discussões que permitirão o conhecimento dos diferentes
olhares e concepções de homem e educação que permeiam as relações, o fazer e o conhecimento das
envolvidas na escola.
Mas, além dos constantes desafios da prática pedagógica o inspetor também se depara com diversas
dificuldades, dentre elas: habilidade para sugerir e produzir, trabalhar causas e não efeitos, trabalhar com
paradigmas para serem recriados e não imitados; estimular pensamentos transformadores e não
repetidores; mudar posturas frente aos conteúdos; articular informações e ações, enfrentar condições
precárias de trabalho.
Constata-se que no meio educativo que muitas vezes raciocina-se mais com os sentimentos do que se
percebe, pois os sentimentos quase sempre dão colorido aos fatos.
Em outras palavras, poder-se-ia dizer que a percepção necessita de certa neutralidade, imparcialidade,
diante da análise da situação, para uma tomada de decisão coerente.
Essas posturas constituem-se em pilares da dinâmica das relações sociais, sinalizando ao sujeito, num via
de mão dupla, pontos de partida e pontos de chegada, ou seja, possibilitando não só a autoconstrução do
sujeito e da realidade que o cerca, mas também a sua transformação.
A ação de liderança é também um aspecto fundamental no fazer do Inspetor Escolar, para realizar as
mudanças esperadas para o século XXI, cujo cenário apresenta um mundo mais interdependente, com mais
competição em nível internacional, uma sociedade mais pluralista, democrática e participativa, com
instituições mais flexíveis e generalistas, com fortes habilidades não cognitivas como: capacidade crítico-criativa,
de negociação, motivação e liderança, sem detrimento de conhecimentos e habilidades técnicas e
administrativas, com postura antecipativa e alto poder de realização, mais participativo, consciente da
dimensão humanística da administração. (BERGAMINI, 1997).
Para Medina (2005, p. 75):
Ao inspetor cabe a segurança de que o público continue público, ao invés de se tornar o feudo privativo de
inescrupulosos. Deve estar presente para dar suporte à autonomia, mas impedindo a soberania. Nesse
sentido, cabe a ele encontrar, no emaranhado legal, os caminhos caminháveis, as alternativas possíveis
para conciliar o desejável, para garantia da qualidade do ensino, para a melhoria das condições de trabalho
de alunos e professores, para tornar fértil a leira pedagógica, sem ferir as normas e dispositivos legais.
Portanto, reflexões continuadas e permanentes sobre o papel a que se presta a escola; as tendências
socioeconômicas, políticas, culturais dos cenários sociais, a postura dos educadores de modo geral; os
desafios enfrentados na prática pedagógica; as constatações que se tem do meio educativo e a ação de
liderança dos agentes educativos, principalmente do inspetor, tudo isso pode revitalizar a dúvida, o debate,
o desafio e a capacidade de renovação permanente não só do inspetor, mas de todos os fazeres
pedagógicos daqueles que são realmente educadores.
O papel do Inspetor Escolar será de articulação e integração, contribuindo para recolocar a visão de
totalidade no tratamento que será dado ao conhecimento, no currículo escolar. Somente quando o inspetor
for educador, será capaz de compreender o sentido dessa totalidade e ajudar a escola a escola na criação e
desenvolvimento de projetos pedagógicos que a viabilizem o trabalho integrador em que a escola deverá se
empenhar, com a participação de todos os seus profissionais.
O desafio exige uma revisão do papel do Inspetor Escolar, transformando-se em mediador da realidade
concreta da sociedade e as mudanças da escola, para atender às exigências da contemporaneidade. Como
educador, deve empreender a mobilização dos professores e funcionários, estimulando a organização de
encontros, seminários, cursos e projetos de longo alcance, no papel de articulador da totalidade da escola, o
maior desafio do inspetor é repensar novas formas de aperfeiçoamento. O novo estilo implica mobilizações,
motivações e aprofundamento de conteúdos e matrizes de análises.
Cabe a Inspeção Escolar questionar o processo pedagógico, a prática da avaliação, a prática da
recuperação na escola, para que as soluções possam ser encontradas em conjunto.
Hoje não cabe mais ao Inspetor o papel de ir a escola para prescrever, mas para traduzir, explicar,
interpretar e reinterpretar as determinações, avaliar o seu impacto na vida da escola e discutir como cumprir
e acompanhar a aplicação da norma, levando em conta a realidade da escola. As normas que disciplinam a
organização e funcionamento da escola deveriam ser básicas, simples e objetivas.
Enfim, cabe a Inspeção Escolar a tarefa de contribuir na preparação dos educandos para a vida social nos
seu sentido abrangente, compreendendo esta abrangência como participação nas mudanças da sociedade,
daí a necessidade da sua postura estar voltado para o equilíbrio emocional, bom senso, objetividade,
imparcialidade, criatividade, responsabilidade e principalmente organização e método, colocando seu relato
de forma que possa ser compreendido e usado pelo grupo, procurando traçar sempre uma ponte entre teoria
e prática.
Conclusão
A tarefa de construir uma nova escola é trabalho coletivo. Lembramos que o coletivo não significa fazerem
todos a mesma coisa, mas identificar as competências específicas e utilizá-las em busca de objetivos
comuns.
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