Victor Papanek foi um designer e educador austríaco-americano que promoveu o design social e ambientalmente responsável. Ele criticou as corporações multinacionais e a cultura de consumo por causarem danos ambientais em larga escala e defendeu a conscientização sobre questões ambientais no design industrial e construção. O documento descreve a vida e carreira de Papanek, incluindo seu trabalho com a UNESCO e projetos para países em desenvolvimento, bem como suas ideias sobre design ético e sustentável.
1. Arquitectura e Design:
Ecologia e Ética
Alana Oliveira Sedicias da Silva
Eduarda Carla Lima da Silva
Juliana Neves de Mesquita
Maria Aline Araújo de Oliveira
Luciana Libório de Vasconcelos
Victor Papanek
3. Design e Sustentabilidade 2022.2
Sobre o autor
22 de nov, 1923/1927. Viena, Áustria
10 de jan, 1998. Kansas, EUA
Em 1939 , Papanek emigrou para os Estados
Unidos como refugiado
Obteve seu diploma de bacharel na Cooper
Union em Nova York (1950) e completou estudos
de pós-graduação em design no Instituto de
Tecnologia de Massachusetts.
4. Sobre o autor
Papanek criou projetos de produtos para a UNESCO e a
OMS
Projetos para países em desenvolvimento da África
Projetos como um método inovador de dispersão de
sementes e fertilizantes para reflorestamento em terras de
difícil acesso
Em 1988, Papanek recebeu uma bolsa de Designer Distinto
do National Endowment for the Arts
Em 1989, recebeu o Prêmio Internacional da Fundação
IKEA.
Design e Sustentabilidade 2022.2
5. Sobre o autor
Durante a maior parte de sua carreira, Papanek ministrou
cursos de Design. Ele foi professor associado e chefe do
Departamento de Design de Produto na Escola de Design do
North Carolina State College (1962). Além disso, Papanek
lecionou no Ontario College of Art , na Rhode Island School of
Design , na Purdue University , no California Institute of the
Arts (onde foi reitor), no Kansas City Art Institute (de 1976 a
1981), University of Kansas (JL Constant Professor of
Architecture and Design, 1982–1998), e outros lugares na
América do Norte, Europa etc.
Design e Sustentabilidade 2022.2
6. Victor Papanek foi um designer e educador que
promoveu o design ético social e ecologicamente
responsável. As suas ideias englobavam tanto o
design como a arquitetura, baseadas na sua
experiência prática em design industrial e também
influenciadas pelo seu interesse pela antropologia.
Papanek também foi um crítico vocal das
corporações multinacionais e da cultura de
consumo que causava danos em grande escala ao
meio ambiente, pedindo uma maior conscientização
das questões ambientais nas práticas de design
industrial e construção.
7. Existem profissões mais nocivas que o Desenho Industrial, mas são poucas.
E possivelmente apenas uma profissão é mais falsa. Design de Publicidade,
persuadindo as pessoas a comprar coisas que não precisam, com dinheiro
que não têm, a fim de impressionar outras pessoas que não se importam, é
provavelmente o campo mais falso que existe hoje. O Design Industrial, ao
inventar as idiotices de mau gosto apregoadas pelos anunciantes, chega
perto em segundo.
[...] Antes, se uma pessoa gostava de matar pessoas, tinha que se tornar um
general, comprar uma mina de carvão, ou então estudar física nuclear. Hoje,
o Design Industrial colocou o assassinato em uma base de produção em
massa. Ao projetar automóveis criminalmente inseguros que matam ou
mutilam quase um milhão de pessoas em todo o mundo a cada ano, criando
novas espécies de lixo permanente para desordenar a paisagem e
escolhendo materiais e processos que poluem o ar que respiramos, os
designers se tornaram uma raça perigosa.
Victor Papanek, Design for the Real World
9. Sobre o livro
Design e Sustentabilidade 2022.2
1995 (edição em inglês)
1997 (edição em português-PT)
10. DESIGN
E
SUSTENTABILIDADE
2022.2
O livro
Conselhos honestos, exemplos e críticas, expondo falhas e oportunidades
do mundo do Design
Reflexões acerca de nossas escolhas para o meio ambiente
e responsabilidades ecológicas
Aplicações do Design a longo prazo: Design voltado para o futuro
Design e progresso
11. DESIGN
E
SUSTENTABILIDADE
2022.2
Introdução
"TODO O DESIGN está vocacionado para um objetivo".
HOMO LUDENS: O ser que brinca
Significado e padrão a um mundo que parece arbitrário e confuso.
Arquitetos e Designers como profetas.
Ordem e caos, liberdade e niilismo, realizações passadas e possibilidades futuras.
ESTÉTICA X FUNCIONALIDADE X RELAÇÃO
12. DESIGN
E
SUSTENTABILIDADE
2022.2
No repertório das capacidades e talentos de um designer incluem-se:
1. A aptidão para investigar, organizar e inovar.
2. O dom para descobrir as respostas adequadas aos problemas novos ou
recém-surgidos.
3. A habilidade para testar estas respostas através da experimentação, de
modelos computorizados, funcionamento de protótipos ou séries de testes reais.
4. A prática para transmitir esses desenvolvimentos através de desenhos,
modelos, simulações e estudos de viabilidade, em video ou filme, bern como
através de relatórios verbais ou escritos,
5. O talento para combinar as rigorosas considerações técnicas da forma criada
com a preocupação dos factores sociais e humanos e da harmonia estética;
6. A sabedoria para prever as consequências ambientais, ecológicas,
econômicas e políticas provocadas pelo design;
7. A capacidade para trabalhar com pessoas de muitas culturas e áreas
diferentes.
13. DESIGN
E
SUSTENTABILIDADE
2022.2 0 nosso designer adapta-se magnificamente.
Independentemente dos sistemas políticos ou crenças religiosas, o designer é
aceito em todo o lado como um contribuidor essencial para a sociedade.
É imperativo que os designers e arquitetos deem o seu contributo para
ajudarem a encontrar solução.
Atualmente, parece registar-se ainda uma falta de motivação, uma paralisia da
vontade, no sentido de proceder às mudanças radicais necessárias.
"Estou convicto de que será, antes, um grande renascer ou redespertar espiritual,
um desejo de restabelecer laços mais estreitos entre a Natureza e a Humanidade."
14. "Recuamos e estamos agora longe da certeza
de podermos contar com ar puro, água potável
para beber, alimentos que possamos comer
com segurança e um ambiente que não esteja
poluído por níveis de ruído devastadores.
Levanta-se, assim, a questão de os designers,
os arquitetos e os engenheiros poderem ser
considerados pessoalmente responsáveis e
legalmente imputáveis por criarem utensílios,
objetos, acessórios e edifícios que causam a
deterioração ambiental."
15. DESIGN
E
SUSTENTABILIDADE
2022.2
Esperança de uma solução
tecnológica para cada
disfunção ecológica.
As invenções futuras
remediariam tudo o que
havia de errado na Terra.
Acreditam que a destruição
gradual ou a eliminação completa
das florestas tropicais será
determinada pela própria natureza,
o planeta se adaptará a todas as
devastações.
A teoria de Lovelock afirma
inequivocamente que Gaia, a Terra,
possui capacidade de
automanutenção e auto-reparação.
16. "[...]Atingimos realmente agora a capacidade de mudar a
ordem natural da Terra e tirá-la da harmonia. Fabricamos
instrumentos triviais [...], gastando recursos
insubstituíveis, envenenando a atmosfera durante o
processo de fabrico e poluindo o solo quando nos
fartamos deles. Derrubamos florestas e criamos desertos.
Envenenamos os lagos e os rios com produtos químicos
industriais ou farmacêuticos, matamos os peixes, e depois
bebemos a água. Despejamos detritos e toxinas nos
oceanos e pescamos em excesso. Não só ameaçamos de
extinção outras espécies, mas também tribos da nossa
própria espécie, que dependem de uma relação antiga e
complexa com o seu ambiente."
19. DESIGN
E
SUSTENTABILIDADE
2022.2
Design sustentável
Sustentabilidade deveria ser algo inerente ao design, não
uma categoria e que os consumidores também são
responsáveis pelo meio ambiente, mas que a corrida pelos
bens materiais os fazem esquecer disso.
"Somos culpados ou cúmplices"
Os designers são cúmplices da ameaça ao planeta por não
alertarem seus clientes e que pelo designer ser também um
professor, ele deveria influenciar e informar o cliente. Temos
de alargar as nossas próprias áreas de conhecimento e
simultaneamente reorientar os nossos modos de trabalhar.
Wes Jackson diz que a nossa sociedade é a primeira a ter
criado o "faça-você-mesmo a extinção". Propõe pôr termo a
deterioração ambiental, substituindo atual sistema com base
em supostos conhecimentos.
"nada sabemos quanto às consequências
futuras do que sabemos"
Insiste que devemos partir da premissa de que nada
sabemos quanto às consequências futuras do que
sabemos hoje.
Uma perspectiva mundial baseada no reconhecimento do
pouco que sabemos poderia nos proteger de futuros erros
devastadores e também requerer um abandono da
arrogância que, segundo Papanek, é uma forte
característica na personalidade dos designers e
arquitetos.
Defende que é possível mudar a situação, bastando para
tal admitir que não podemos continuar com o pressuposto
de que arranjaremos alguma solução ou de que sabemos o
que estamos fazendo.
21. DESIGN
E
SUSTENTABILIDADE
2022.2
Formem 5 grupos com 6 pessoas.
Cada grupo irá escolher um representante.
Um por vez, os representantes irão fazer as compras (escolher até 5 itens,
livremente) e cada grupo receberá uma cesta básica.
As compras só serão feitas uma vez.
Vocês terão dinheiro na ilha. Usem como quiser.
Cinco grupos de milionários foram convidados para passar uma temporada em uma ilha
paradisíaca.
1.
2.
3.
4.
5.
Dinâmica
22. Capítulo 9 - Alugar, não comprar
"A maneira mais fácil de poupar os recurso naturais,
a energia e reduzir o desperdício, é usar menos"
"Haverá objeções contra a ideia de reduzir o
consumo, principalmente por parte dos setores
econômicos, com o argumento de que a economia
global será devastada."
Mas como saber se vai ser ruim se não tentar?
A fonte desse problemas não é e não será a redução
no consumo de recursos e energia e sim, a produção
e consumo desenfreados por parte da sociedade.
É preciso investigar estratégias que possam nos
ajudar a curar ou pelo menos diminuir essa
dependência em relação aos produtos.
Este capítulo fala sobre como podemos consumir menos, fazer escolhas mais corretas no
momento que formos comprar algo e não sermos cativados a primeira vista pelos objetos da
prateleira.
DESIGN
E
SUSTENTABILIDADE
2022.2
23. Adquirir e gastar
"Se vivemos em um país desenvolvido ou
subdesenvolvido, provavelmente já estamos
rodeados de bens materiais que nos permite viver
acima de um nível razoável de conforto"
Existem uma parcela da população que compra mais
do que precisa, ou mais do que deveria, e acabam por
alimentar esse vício de consumo excessivo.
A população mundial cresceu de forma muito rápida,
e seu alto consumo acaba sendo inevitável, porém,
enquanto o número de pessoas aumenta, os recurso
diminuem de forma drástica.
A economia mundial gira em torno da ideia de
transformar as pessoas em "viciados em
produtos" e as força a adotar um estilo de vida
extremamente consumista, às custas do resto do
mundo, que em muito casos, nunca terão acesso a
esse bens.
Por conta disso, não podemos nos dar ao luxo de
continuar a desperdiciar os recursos e a energia
DESIGN
E
SUSTENTABILIDADE
2022.2
24. sociedade
ocidental
Povo da
Rússia
Povo de países em
desenvolvimento
Triângulo do consumidor
"O conceito de posse individual está tão
enraizado na nossa sociedade que fica difícil
pensar em alternativas à esse modo de viver." A posse de televisores se expandiu de forma
rápida nos EUA, durante os anos 50.
A mídia junto a publicidade constroem e vendem
uma idealização de vida feliz baseada na
aquisição de bens materiais.
DESIGN
E
SUSTENTABILIDADE
2022.2
25. A qualidade de vida
"A enchente de bens de consumo que assolou o
mundo resultou numa profunda insatisfação
humana". "O consumismo é um fenômeno recente e
superficial que surgiu provavelmente entre o final
do século XIX e o início do século XX ".
"Apesar do bombardeio de consumir até cair
vindo de todo os lados, aparentemente, as
pessoas ainda sentem que os momentos mais
felizes são quando estão com seus amigos e
familiares."
"Objetificação das necessidades"
Esse termo pertence a Karl Marx, mas no texto Papanek define como sendo:
Alienação promovida pela publicidade e propaganda que busca convencer
as populações dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento que o
verdadeiro sentido de sua existência pode ser encontrado nas atividades
laborais onde trabalhamos para ganhar dinheiro, que pode ser usado para
comprar coisas que nos tornarão pessoas felizes, ao mesmo tempo que nos
faz esquecer a real necessidade de trabalhar.
DESIGN
E
SUSTENTABILIDADE
2022.2
26. 1. É realmente necessário?
Antes de tomar a decisão de comprar, esta é a
primeira pergunta a se fazer - muitas vezes
ignorada, e que requer que façamos outra série
de perguntas para avaliar a necessidade de um
novo objeto.
Será que outro artigo, que já possuo, servirá
o mesmo propósito?
Poderei usar um método diferente para
executar a mesma tarefa?
Será que compreendo o funcionamento do
aparelho, ou terei algum amigo que possa
explicar-me as vantagens e desvantagens?
Será que foi bem fabricado e feito para
durar?
As falhas serão facilmente diagnosticáveis?
Poderá ser reparado e será fácil encontrar
peças sobressalentes?
Terá funções extras, desnecessárias, que
acabem por aumentar o risco de avariar?
Poderá atrofiar algumas das minhas
capacidades?
Dez perguntas
antes de comprar
DESIGN E SUSTENTABILIDADE 2022.2
27. 2. Poderei comprar em segunda
mão?
Tendo em vista que muitas vezes nos
desfazemos de itens antes mesmo que estes
tenham seu ciclo de vida útil encerrado, muitos
objetos de segunda mão ainda possuem suas
características preservadas.
Esses itens podem ser obtidos em brechós,
garage sales, encontros de trocas de objetos,
etc.
3. Poderei comprar em promoção?
Alguns itens podem ser obtidos através de
revendedores por um preço mais em conta,
principalmente aqueles que sobraram por conta
de produção em excesso ou possuem pequenas
falhas em cor ou acabamento.
Dez perguntas
antes de comprar
DESIGN E SUSTENTABILIDADE 2022.2
28. Dez perguntas
antes de comprar
4. Poderei pedir
emprestado?
Caso o objeto não vá ser usado
muitas vezes, há a possibilidade
de pedi-lo emprestado.
5. Poderei alugar?
Hoje em dia é comuim fazermos
uso desta prática, desde alugar um
livro na biblioteca a alugar um
carro durante as férias.
6. Poderei arrendar?
As mudanças tecnológicas e seu
ritmo acelerado acabam tornando
desvantajosa a rápida substituição
e manutenção de aparelhos. Ao
arrendar o objeto, o indivíduo não
precisa se preocupar com isso,
economizando no processo.
29. Dez perguntas
antes de comprar
DESIGN E SUSTENTABILIDADE 2022.2
7 -Poderei partilhar?
A subutilização de objetos que são comprados de
forma não planejada e de modo individualista,
tendo a solução lógica no compartilhamento entre
pessoas de um bairro ou comunidade.
Biblioteca de partilha
Centro social de um bairro ou comunidade, que
reuniria itens de uso compartilhado por todos,
suprindo necessidades especificas, servindo
também como um centro comunitário, oficina,
centro de reciclagem e depósito onde poderiam
se desfazer de itens dos quais não os servissem
mais, mas que suprissem as necessidades de
outros indivíduos.
30. Dez perguntas
antes de comprar
Compartilhar de modo que divida
gastos e que a propriedade seja do
grupo e não centralizado em um único
indivíduo.
8 -Poderei partilhar em grupo?
Incentivar o utilizador a encontrar soluções
para suas necessidades especificas para
reforçar a relação de usar e fazer.
Comprar os produtos em kits para que o
usuário possa participar na etapa final de
montagem, construido um aprendizado
sobre a funcionalidade do objeto.
9 -Poderei construir eu próprio? 10 -Poderei comprar um Kit?
31. 1. O proprietário - construtor desenvolveria uma compreensão de como o objeto funciona,
facilitando o diagnóstico de eventuais falhas, a reparação e a substituição de peças;
2. Em casos de estragos provocados por colisões ou uso excessivo, seria mais fácil arranjar e
montar peças sobressalentes;
3. As peças sobressalentes teriam de ser baratas. Hoje em dia, todas as peças que constituem
um carro, se forem compradas individualmente, custam cerca de quatro vezes mais do que a
carro todo montado;
4. Construir a partir de kits permitiria as pessoas improvisar, conceber soluções alternativas e
tornar-se mais inventivas e criativas na adaptação do carro as suas próprias necessidades,
podendo mesmo substituir fontes de energia alternativas ou híbridas, em vez de se verificar o
fenômeno contrario.
DESIGN
E
SUSTENTABILIDADE
2022.2
32. Design para desmontar
Quando o usuário tem a oportunidade participativa na etapa de montagem
do produto e além de adquirir conhecimentos da funcionalidade, pode
influenciar em novas possibilidades estéticas do design final.
"Ajudaria a descentralizar a produção, traria um conhecimento mais amplo e profundo de como as
coisas funcionam e toda uma serie de inovações e produções personalizadas. A nível humano, tão
importante, esse procedimento trará fortes e satisfatórios sentimentos de participação aos
utilizadores, criando autoestima e fazendo com que o utilizador não só adquira um conhecimento
mais profundo sobre o aparelho, mas também se torne mais crítico na distinção entre o que é
necessário e o que é superficial."
33. Mais três
perguntas
1 - Prejudicará o meio ambiente?
2 - Utiliza materiais complexos?
3 - Desperdiça energia?
34. DESIGN
E
SUSTENTABILIDADE
2022.2
Dicionário
de termos
Homo ludens, o ser que brinca
O termo nasceu com o livro do historiador holandês Johan Huizinga,
publicado originalmente em 1938. O autor traz o jogo como algo inato
ao homem e mesmo aos animais, considerando-o uma categoria
absolutamente primária da vida, logo anterior a cultura, tendo esta
evoluído no jogo.
Papanek destrincha o termo dessa maneira:
Homo ludens: Ser que brinca. Referente aos aspectos mais profundos
do ser humano, se refletindo na sua vontade e prazer de
experimentar, criar, se divertir e, associado a isso, sua necessidade de
trazer significado ao caos.
Obsolescência programada
É um conceito que data desde o início do século XX, mas
sua definição é usada por Papanek.
Obsolescência programada é uma técnica utilizada pelo
fabricante de determinado produto para estimular a sua
compra através da diminuição de seu tempo de vida útil.
Assim, o consumidor se vê forçado a estar sempre
adquirindo novas gerações do mesmo produto, causando
prejuízos ao meio ambiente.
Biblioteca de partilha
Centro social de um bairro ou comunidade, que reuniria
itens de uso compartilhado por todos, suprindo
necessidades especificas, servindo também como um
centro comunitário, oficina, centro de reciclagem e
depósito onde poderiam se desfazer de itens dos quais
não os servissem mais, mas que suprissem as
necessidades de outros indivíduos.
35. DESIGN
E
SUSTENTABILIDADE
2022.2
Dicionário
de termos
Objetificação das necessidades
Esse termo pertence a Karl Marx, mas no texto Papanek define como
sendo:
Alienação promovida pela publicidade e propaganda, a qual busca
convencer as populações dos países subdesenvolvidos e em
desenvolvimento que o verdadeiro sentido de sua existência pode ser
encontrado nas atividades laborais onde, trabalhamos para ganhar
dinheiro, o qual pode ser usado para comprar coisas que nos tornarão
pessoas felizes, ao mesmo tempo que nos faz esquecer a real
necessidade de trabalhar.
Design para desmontar
Quando o usuário tem a oportunidade participativa na
etapa de montagem do produto e além de adquirir
conhecimentos da funcionalidade, pode influenciar em
novas possibilidades estéticas do design final.
36. Espera-se que livros como este terminem com uma visão deslumbrante do futuro,
e normalmente este seria o lugar para falar sobre vastas cidades sob o oceano,
colônias em Marte e Proxima Centauri, máquinas que nos fornecerão uma
cornucópia eterna de aparelhos eletrônicos. . . Mas isso seria uma loucura.
O Design, para ser ecologicamente responsável e socialmente responsivo, deve ser
revolucionário e radical (voltando às raízes) no sentido mais verdadeiro. Deve se
dedicar ao 'princípio do menor esforço' da natureza, ou seja, inventário mínimo
para diversidade máxima [...] ou fazer o máximo com o mínimo. Isso significa
consumir menos, usar as coisas por mais tempo, reciclar materiais e
provavelmente não desperdiçando papel imprimindo livros como este.
Victor Papanek, Design for the Real World