Questoes críticas na investigacao qualitativa sob um ponto de vista sociocultural
1. Questões críticas na investigação
qualitativa sob um ponto de vista
sociocultural
João Filipe Matos
Instituto de Educação, Universidade de Lisboa
Porto| 5º Congresso Ibero-Americano Investigação Qualitativa | 12 Julho 2016
2. sumário
1º andamento: o investigador qualitativo de um
ponto de vista sociocultural
2º andamento: teoria na investigação qualitativa?
3º andamento: mitos sobre a investigação qualitativa
Epílogo: a necessidade de inovação na investigação
qualitativa
6. mediação
! Os modos como os humanos criam
representações e interagem com o mundo
constituem processos de ação mediada
! Ideias, conceitos , significados, palavras tornam-
se substitutos de referentes concretos na
ausência dos objetos
15. relação com o conhecimento
entendido não como propriedade individual...
...mas como produto colectivo construído na
interação com os recursos estruturantes da
ação
! os outros
! os artefactos que usamos
! as situações e os problemas
16. ! Participar numa prática social, na qual o
conhecimento reside, é um princípio epistemológico
de aprendizagem.
! As possibilidades de aprendizagem são definidas:
• pela estrutura social dessa prática
• pelas relações de poder e as condições de legitimidade
e de acesso
17. bases de um ponto de vista
sociocultural
! o investigador é um ser sistémico, social, política e
historicamente inscrito
! o investigador é não só um produto da cultura, mas
também um criador e transformador da subjetividade
colectiva
! o investigador, e os objetos transformados na sua
prática, não podem ser considerados nem
compreendidos sem se atender aos meios culturais de
acesso ao conhecimento - os artefactos (de mediação)
18. artefactos e mediação
! o uso de artefactos é uma acumulação,
elaboração e transmissão de conhecimento
social
19. ! são moldados pelo contexto social e cultural onde são
usados
! refletem as experiências das pessoas, através das
propriedades estruturais desses artefactos, assim como no
conhecimento de como eles devem ser utilizados
! são criados e transformados na própria atividade
! transportam uma cultura particular – a utilização de
artefactos é um meio de elaboração e transmissão de
conhecimento cultural.
artefactos
20. Princípios a considerar nesta perspetiva
1. sistema de atividade como unidade de análise
2. multivocidade dos sistemas de atividade
3. historicidade dos sistemas de atividade
4. papel central das contradições / tensões /conflitos
como fontes de mudança e de desenvolvimento
5. possibilidade de transformações expansivas nos
sistemas de atividade
22. Papel da teoria na investigação
qualitativa
não há nada tão prático e útil
como uma ‘boa’ teoria…
23. teorias e teorias…
! teorias de longo alcance (Darwin)
! teorias de médio alcance (Piaget)
! teorias substantivas (…)
! everyday theories
24. Papéis da teoria
! descritivo [identifica conceitos chave ou variáveis e
estabelece distinções conceptuais de base]
! explicativo [revela relações e processos]
! preditivo [torna possível fazer previsões numa
variedade de contextos potenciais]
! prescritivo [fornece linhas estruturantes]
! generativo [orienta para a invenção e descoberta,...]
25. De que precisamos na investigação
qualitativa?
! teoria(s) suficientemente rica para capturar
os aspectos ‘mais importantes’ do
fenómeno/situação problematizada
! teoria(s) suficientemente descritiva e
generalizante para constituir ferramenta útil
de análise
à importância do conceptual framework
28. atenção…
trata-se de um problema de literacia estatística?
das dificuldades dos modelos matemáticos…
…às dificuldades dos modelos de análise
qualitativa
30. é um problema de representação?
como se transforma situações / fenómenos
em algo representável (para uma dada audiência)?
! variáveis…
! relações entre variáveis…
31. como é que o modelo de análise é aplicado
(idiográfico versus nomotético)?
! que relação existe entre as formas de
aplicação de diferentes modelos de
análise?
! o que é considerado como evidência na
investigação?
é um problema de representação?
32. ! o que é um modelo de análise legítimo?
! como são legitimados os resultados da
investigação?
! e no caso da investigação qualitativa?
ou é um problema de legitimação?
34. atenção à qualidade da
generalização…
população amostra
representativa
para certas
variáveis bem
definidas
estudo das
variáveis X1, X2,
…
amostragem…
generalização
(para variávels Y1, Y2,…)
35. Mito #4
a escrita dos resultados na
investigação qualitativa é
posterior à análise dos dados
(primeiro analisa-se e depois escreve-se)
42. “A generation ago, teachers could expect that what they
taught would last their students lifetime. Today, because
of rapid economic and social change, schools have to
prepare students for jobs that have not yet been created,
technologies that have not been invented and problems
that we don’t yet know will arise” (OECD, 2011, par. 7)
43. Pensar a inovação na investigação
qualitativa implica lutar contra os
“QWERTY” da investigação
61. O QUE ESTÁ ENVOLVIDO NA PRÁTICA DE
INVESTIGAÇÃO?
A escrita (o relato) é parte da investigação
O design e o emergente
Há uma incerteza inerente entre o design e a sua realização
nas práticas de investigação (uma vez que essas práticas
não são o resultado do design mas uma resposta ao design)
62. representação da investigação
! quem é a audiência?
! como me dirijo ao leitor? (voz ativa/passiva)
! que vozes represento?
! …
63.
64. “Anything that can will be digitased.
What will happen to schools?”
SITRA (2015). A Land of People who Love to Learn. Helsinki: Finish
Innovation Fund.
65. representação multimédia?
! incluir texto, tabelas e gráficos
dinâmicos, imagens vídeo – e as
relações entre esses elementos à
relações hipertextuais…
66.
67. ‘problemas’ a ultrapassar…
! múltiplas leituras derivadas de diferentes
trajetórias de navegação no relato da
investigação
! necessidade de transparência absoluta da
tecnologia usada no relato
! …
68. potencialidades…
! evolução dos métodos de trabalho
! análise e avaliação da investigação
! re-análise de dados
! replicação de estudos
! …
69. qual o futuro da e-research em
termos de métodos
qualitativos?
70. pensar o design do futuro da
investigação qualitativa passa
necessariamente por
lutar contra os QWERTY da
investigação