1. ZERMATT
St. Moritz ostenta com outro garbo a sua riqueza e Verbier demonstra um sentido mais
apurado de estilo, mas é a Zermatt, detentora de condições difíceis de igualar para
a prática de desportos de Inverno, que todos acodem quando desejam comungar de
uma vivência mais informal ou admirar o maior ex-líbris da Suíça, o glaciar de Matterhorn.
TEXTO DE JOÃO MIGUEL SIMÕES | FOTOGRAFIAS DE PEDRO SAMPAYO RIBEIRO
2.
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ZERMATT
esmo não querendo, há comparações que são inevitáveis. O ano passado,
por esta mesma altura, estava em St. Moritz, talvez a rival mais directa de
Zermatt, e não pude deixar de reparar nas diferenças à chegada… Em vez
de Rolls-Royce estacionados à porta tinha agora uma dúvida pela frente:
o que fazer com as malas numa vila onde não circulam carros por opção dos seus moradores, que
rejeitaram estoicamente, em 1972, a construção de uma auto-estrada de ligação com Täsch?
Esta e outras particularidades, que muitos podem entender, à primeira vista, como meras
excentricidades, são o que dá carácter a Zermatt, no Sudoeste da Suíça, na região germânica de Valais
(daí falarem num dialecto derivado do alemão), e que a tornam, aos olhos dos seus mais fiéis
defensores, um lugar único. Claro que Zermatt está (muito) longe de ser uma estância despojada
de conforto ou de mordomias, mas tem preferido manter uma postura discreta, e menos ostensiva,
em relação à sua riqueza, o que facilita a vida dos muitos famosos que por ali circulam todos os anos
e quase não são incomodados pelos flashes dos paparazzi, ao contrário do que sucede em outras
estâncias mais mundanas.
Zermatt tem ainda uma outra coisa a favor para quem chega de Portugal: a língua. Leu bem, eu
escrevi “língua”. Isto porque, apesar de o maior contingente de visitantes vir da própria Suíça seguidos
dosalemães,dosbritânicos,dosjaponesesoudosnorte-americanos,resideaqui,pelomenossazonalmente,
uma significativa comunidade portuguesa, pelo que, um pouco por todo o lado, vai ouvir falar
português. São eles que conduzem as carruagens, que levam as malas, que servem o café, que vendem
o jornal, que abrem as camas ou até que dão as boas-vindas, mas sempre de uma forma afável, o que
faz deles uma presença estimada, ainda que à parte. Entre os visitantes ilustres, há quem se lembre de
Vale e Azevedo e a sua família serem uma presença assídua, mas isso era dantes...
Como em tantos outros lugares rodeados por montanhas, Zermatt só recebeu os primeiros turistas
no século XVIII e apenas em 1928 se pôde realmente falar de uma primeira temporada de Inverno
digna desse nome, mas desde logo a sua vertiginosa propensão para a verticalidade, e não são arranha-
-céus, coisa que por aqui não existe, com mais de 30 cumes acima dos quatro mil metros de altitude,
garantiu-lhe condições excepcionais que asseguram a presença de neve durante todo o ano, pelo que
até mesmo em pleno Verão é possível esquiar, em mangas de camisa, em certas zonas.
Há, todavia, um cume, de forma afunilada ou piramidal se preferir, que sobressai, ao elevar-se
a uma altura de 4478 metros, acima de todos os outros… Falo do glaciar de Matterhorn, que os
franceses apelidam de Mont Cervin e os italianos de Monte Cervina, um ex-líbris tão fotografado
e reproduzido que se tornou uma mania ou obsessão nacional (até a forma do chocolate suíço
Toblerone não é pura coincidência). Com uma aura sagrada à sua volta, está provado que o Matterhorn
M
Na página ao lado, de cima para baixo: chalés restaurados para o turismo, na parte mais antiga da vila; criação do chef
Jean-Daniel Bieri, no Hotel Post; charrete e cocheiro português ao serviço dos Hotéis Seiler; Igreja e praça de Zermatt.
Nas págs. anteriores: plataforma de Riffelberg, a 2582 metros de altitude, com o glaciar de Matterhorn ao fundo
4. Zermatt rejeitou
as auto-estradas
na década de 1970
e assumiu que
poderia passar
muito bem sem
carros no
centro da sua
vila. Da mesma
forma, cultiva
um glamour
discreto que
agrada aos ricos
e famosos
5. ZERMATT
Ficar afastado do centro
da vila tem os seus custos,
mas as vantagens estão à vista
no Rifflelalp Resort, erguido
a 2222 metros de altitude,
que possui a mais alta piscina
ao ar livre do mundo, virada
para o Matterhorn. À dir.,
o seu restauranteAl Bosco
e detalhes de uma Suite Chalé
6. Inaugurado há menos
de uma década, o riffelalp
Resort proporciona a
experiência ímpar de se ficar
alojado em plena montanha,
mas rodeado de mordomias
próprias de um cinco estrelas
se formou, há cerca de 90 milhões de anos, quando a plataforma africana chocou
com a plataforma europeia, e ainda que date já de finais do século XIX a primeira
expedição bem sucedida a atingir o seu topo – e bem sucedida é uma força de
expressão, pois quatro dos sete homens que integravam a equipa liderada pelo
britânico Edward Whymper perderem a vida na descida –, continua a exercer um
fascínio que há muito galgou as fronteiras da minúscula Suíça.
De cima para baixo
Apeio-me na estação de Zermatt já passa das oito da noite e logo me dou conta
de que os comboios até Gornergrat já não circulam mais todos os 24 minutos.
Felizmente, ainda me restam algumas opções antes do último, que só sai às 23h30,
pelo que aproveito para jantar num café colado a estação até serem horas. De outra
forma, não teria como atingir o Rifflelap Resort, que, como tratou de incorporar
no seu nome, fica a 2222 metros de altitude.
Construído em estilo alpino, com predominância da madeira e da pedra,
o Riffelalp Resort aparenta uma maior antiguidade no seu posto, mas, na realidade,
contas feitas, ainda nem soma dez anos de actividade. Ficar afastado do centro da
vila, em plena montanha, foi um risco calculado, pelo que o staff (do qual também
fazem parte inúmeros portugueses) já se habituou a apaziguar as dúvidas dos mais
cépticos que temem correr o risco de tédio em estadas mais longas – com uma
clientela predominantemente suíça, a que se seguem os britânicos e alemães,
o hotel pode gabar-se de uma taxa de ocupação em torno de 98% no Inverno,
chegando mesmo a exigir estadas mínimas de dez noites em períodos mais
concorridos como o Natal e o Ano Novo.
Com uma estrutura labiríntica, que exige algum sentido de orientação até
acertarmos com a ala onde fica o nosso quarto, este é um resort e não um simples
hotel porque vale por si mesmo. Na verdade, com várias opções de lazer que
incluem quatro restaurantes para propósitos diferentes ou ainda um centro de
bem-estar equipado com uma piscina exterior aquecida que se gaba de não ter
rival no mundo numa altitude equiparável, muitos são os hóspedes que acabam
por não arredar pé daqui, até porque as pistas não estão longe e são difíceis de
enumerar todas as hipóteses de caminhadas ao redor. Já o inverso dá-se com maior
frequência, sendo comum ver forasteiros que vêm de propósito aqui para, por
exemplo, degustar uma deliciosa pizza, cortada no formato do glaciar Matterhorn
e servida com muita rúcula fresca, marca registada do seu restaurante Al Bosco.
Seja como for, e como viria a constatar mais tarde, num dia de forte nevão
que fechou praticamente todas as pistas de Zermatt e imobilizou a linha de
Gornergrat, estar alojado a mais de dois mil metros de altitude, além dos muitos
encantos descritos – a que junto uma vista de cortar a respiração para o Matterhorn
sempre que o mesmo não fica escondido entre as nuvens –, pode acarretar o
transtorno não previsto inicialmente de se ficar “ilhado” por várias horas ou, na
pior das hipóteses, dias! Nada a que os empregados do Riffelalp Resort não estejam
já habituados (resignados é, talvez, a palavra adequada), mas não posso deixar de
8. existe em Zermatt uma das maiores comunidades
de portugueses na suíça, o que faz com que a língua
de camões seja das mais ouvidas um pouco por todo o lado
Por se encontrar rodeada
de altas montanhas quase dá
a sensação de que a vila de
Zermatt (ao lado) não está
1620 metros acima do nível
do mar. Em pleno coração
da sua avenida principal fica,
por sua vez, o Hotel Post, que
tem na suite 402 o seu maior
tesouro (nesta pág.)
9. a funcionar há
mais de 100 anos,
a linha de
gornergrat
permite subir do
centro da vila
a uma altitude
de 3089 metros
em menos de meia
hora, facto raro
e muito difícil
de igualar,
sobretudo fora
de túneis
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partilhar aqui o meu alívio por ter escapado, por um triz, de viver essa derradeira
experiência.
Até porque, acredite, tudo ganha outra graça quando, a par da neve fofa
e luzidia, o vento afasta as nuvens e deixa o Sol reinar. Foi numa manhã iluminada
que fiz o trajecto entre Riffelalp e a estação de Riffelberg, a 2582 metros de altitude,
tendo por companhia inúmeros grupos de esquiadores e snowboarders que não
quiseram perder a benesse. Em dias de sol como este, quem realmente aprecia
a vida na montanha e a prática de desportos de Inverno só recolhe ao lusco-fusco.
Riffelberg, além de um hotel, possui ainda um restaurante com uma esplanada
divina virada para o glaciar de Matterhorn. A bem da verdade, não é a esplanada
que é divina, mas sim a sua localização e o convívio que aqui se gera nos momentos
de pausa.
Próxima e última paragem: Gornergrat. Para quem vem da vila de Zermatt,
a subida até esta plataforma ensolarada, a 3089 metros de altitude, não chega a
demorar 30 minutos, mas o bom deste sistema, inaugurado há mais de 100 anos,
no já remoto ano de 1898, é que, além das ligações regulares (são dois confortáveis
comboios que viajam em sentidos opostos), efectua escalas entre os dois terminais.
É assim que, após ter iniciado o trajecto em Riffelalp, o retomo em Riffelberg.
Pelo vasto panorama dos Alpes que oferece de bandeja os olhos alcançam não
só o Matterhorn, mas toda uma sucessão de gargantas e desfiladeiros formados
entre os outros 29 cumes que atingem os quatro mil metros de altitude, percebe-se
facilmente a razão de Gornergrat aparecer quase sempre mencionada nos guias de
Zermatt como uma “atracção incontornável”. Mas se há quem venha pelas pistas,
pela vista ou até pela oportunidade ímpar de subir e descer no caminho-
-de-ferro mais alto do mundo – daí o sistema de cremalheira, que permite,
precisamente, ajustar a altura e o ângulo de elevação das linhas –, há quem o faça
igualmente pelo Kulmhotel, que se eleva no Gornergrat a 3100 metros e tira
partido das duas torres com cúpulas que continuam a fazer as vezes de observatórios.
Ciente do seu enorme potencial, e da curiosidade que desperta graças às suas
particularidades, o hotel não se limita a receber hóspedes e associou-se a uma série
de programas para quem está de passagem e quer, por exemplo, um jantar à luz
de velas, comer um fondue depois de visitar os observatórios e/ou de ficar até mais
tarde para admirar o luar espelhado no manto branco que cobre toda a região até
à entrada da Primavera (noVerão, passa-se o inverso e vem-se aqui para testemunhar
o nascer do Sol). Em paralelo, Gornergrat oferece a possibilidade de compras, de
assistir gratuitamente à preparação das pistas todas as quintas-feiras ou ainda de
realizar caminhadas e travessias guiadas no glaciar até ao refúgio do Monte Rosa.
Mas, por mais atractivos que possua, Gornergrat é apenas uma das quatro
opções possíveis em Zermatt para se ter a sensação de estar no topo do mundo,
pelo que disputa as atenções com as plataformas de Rothorn Paradise, a 3103
metros, e de Matterhorn Glacier Paradise, a 3883 metros. Esta última, como
calcula, é a cereja em cima deste imenso bolo coberto por creme glacé, não só por
se tratar da plataforma panorâmica mais alta dos Alpes – em dias de boa visibilidade,
Em cima: à espera do comboio
na plataforma de Riffelberg. À esq.,
de cima para baixo: capacete à venda
na Bayard; grupo de esquiadores em
Riffelberg; um dos quatro restaurantes
do Hotel Post, onde é servido o buffet
de pequeno-almoço; comboio
de Gornergrat, que usa um sistema
de cremalheira que permite adaptar a
altura e o ângulo de elevação das linhas;
uma das empregadas do showroom
de Heinz Julen, designer local
11. ZERMATT
avista-se a Itália e a porção francesa dos Alpes –, mas também por ser servida por
teleférico, uma mordomia rara a tal atitude.
A partir daqui, das duas uma: ou se dá por satisfeito por ter atingido o chamado
“Pequeno Matterhorn”, e encerra a aventura, ou arrisca uma caminhada de duas
horas e meia, a partir desta mesma estação, até ao cume do vizinho Breithorn,
a 4164 metros, a mais escalada de todas as montanhas acima dos quatro mil metros
nos Alpes por ser a mais fácil e por exigir “apenas” bom preparo físico, roupa
adequada, habituação à altitude e a companhia de um guia. Já o “Grande
Matterhorn”, o tão desejado Horu, não é, como se adivinha, pêra doce. Diz quem
sabe que a escalada é mais “acessível” pelo lado italiano, mas ainda assim, dos três
mil que tentam a sua sorte todos os anos, muitos ficam pelo caminho e são obrigados
a admitir a falta de pedalada para tamanha façanha.
De baixo para cima
Quando se está nas alturas e descemos de novo à vila, é normal que sintamos, até
certo ponto, o alívio de estar a pisar novamente terra firme. Mais não é, todavia,
do que uma ilusão óptica, pois a vila está a uma altitude de 1620 metros e só passa
essa impressão errada por se encontrar rodeada de montanhas gigantes.
Quem passa toda a temporada de Inverno na vila acaba por sentir, de uma
forma ou de outra, o peso desse isolamento, mas quem vem de férias agradece não
só o sossego, como até se habitua rapidamente ao facto de não poder trazer o carro
até aqui (quem optar por vir de carro, tem de o deixar em Täsch e, a partir daí,
apanhar o comboio ou um táxi). Em Zermatt, quando neva, em vez de uma
passadeira encarnada, quem chega tem à sua frente um imenso tapete branco que
torna os veículos motorizados obsoletos. Com apenas uma artéria principal,
a Bahnhofstrasse, o facto é que os veículos eléctricos e as carruagens puxadas por
cavalos, usados na maior parte dos casos pelos hotéis para transportar os hóspedes
e as suas bagagens, dão perfeitamente conta do recado.
Com uma periferia que se estende, sempre que possível, pelas encostas mais
acessíveis, a vila de Zermatt preserva no seu coração uma parte mais antiga, e quiçá
mais genuína, onde ainda é possível observar vários exemplares dos antigos chalés
de madeira assentes em estacas sobre rodelas de pedra, hoje quase todos explorados
como casas para arrendar.
Seja como for, o seu eixo de gravitação está na Bahnhofstrasse, que começa
na estação de comboios, endereço não só de alguns dos hotéis mais prestigiados
da estância, com o Mont Cervin à cabeça, como também da maioria do comércio
e da restauração. À volta, mas nunca muito longe, ficam outros pontos de interesse
como o museu dedicado ao glaciar Matterhorn, na Kirchplatz junto à torre sineira
da igreja que ainda dá as horas imitando o repicar dos sinos, ou o showroom do
artista local Heinz Julen, na Hofmattstrasse, com peças de mobiliário ou sacolas
tão originais que merecem ser apreciadas sem nos fixarmos muito na etiqueta
do preço. Este último, já que falo nele, possui ainda o atractivo extra de estar
Na mesma família desde
o século XIX, o Hotel Post passou
por uma remodelação radical
em 2007 que o tornou ainda mais
cosmopolita e moderno, sendo,
com os seus bares e clubes,
incontornável
12. Em dias de forte nevão, é comum muitas
das pistas de Zermatt ficarem fechadas,
o que pode fazer com que os hóspedes
do Riffelalp Resort (nesta pág.) fiquem
“ilhados”. À dir., de cima para baixo:
Suite 404, lobby e Martin Perren,
fotografado na suite 402, do Post, um
dos locais mais mundanos de Zermatt
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ZERMATT
paredes-meias com o Vernissage, um três-em-um (bar, cinema e galeria), e por
excelência um dos espaços mais noctívagos de Zermatt.
É óbvio que a vila se esforça para ser tão auto-suficiente quanto possível e não
deixar ninguém apeado, mas não esquece a sua condição de estância de Inverno.
Daí que, em dias normais de actividade, quando o grosso das pessoas está nas
montanhas a esquiar ou em passeios, as ruas fiquem praticamente desertas e as
lojas encerrem para almoço. Tudo muda ao final da tarde, altura em que começa
o vaivém de gente e os cafés e os bares se enchem. É o famoso pós-esqui que tem
pouso certo em lugares como o GramPi’s, popular sobretudo entre os instrutores,
ou o Papperla Pub.
Não é, contudo, preciso sair da Bahnhofstrasse para encontrar num só lugar
várias propostas que há muito animam as madrugadas de Zermatt até às quatro
da manhã. O Hotel Post, o terceiro mais antigo de Zermatt e nas mãos da mesma
família desde o século XIX, há muito que firmou os seus créditos como um ponto
de encontro privilegiado para várias gerações de frequentadores da estância ou não
ficasse aqui um dos bares mais conhecidos de sempre, o Broken, mas, sobretudo
desde a abertura do design hotel Omnia, faltava-lhe um toque de modernidade.
Martin Perren assumiu o legado há cerca de sete anos e sentiu a necessidade
de, em 2007, fechar o Post para umas obras de remodelação. Quem pensava
tratar-se apenas de mudar as cortinas e pouco mais depressa se assustou com
a envergadura dos trabalhos e não faltou mesmo quem o apelidasse de louco por
querer fazer tudo em apenas sete ou oito meses. A verdade é que conseguiu,
mantendo a estrutura original do edifício, mas abrindo mão de todo o recheio
para que ressurgisse dos escombros um Post em versão melhorada, com uma
decoração alpina, mas assumidamente contemporânea.
O “novo” Post possui agora quatro restaurantes, cinco bares e clubes, funcionando
ainda como uma espécie de galeria, o que implica algum espírito de sacrifício aos
hóspedes que se deitam mais cedo. De toda a forma, o perfil do Post assenta que
nem uma luva a um tipo de hóspede na casa dos 30, 40 anos que aprecia este tipo
de burburinho cosmopolita e se revê nos toques de autor, e também de alguma
irreverência (como prova a utilização de um conhecido padrão de Piero Fornasetti
em papel de parede aplicado por cima dos mictórios), do hotel.
Para esta nova temporada, Martin Perren, que protagonizou por graça um
anúncio ao estilo 007 para a marca de relógios Roamer e acabou por ver a sua cara
a circular num autocarro de Hong Kong, resolveu aumentar a parada ao trazer
para o Portofino, o restaurante mais elegante da casa, o chef Jean-Daniel Bieri.
Com uma classificação de 13 pontos no Gault Millau, um guia que serve de
barómetro nas lides culinárias, Bieri, que está a praticar uma ementa mediterrânica
sazonal, é agora um dos mestres-cuca mais estrelados de Zermatt e uma alternativa
de peso à Meca gourmet de Findeln, nas redondezas.
Rivalidades à parte, o certo é que, estrela a estrela, a estância no seu colectivo
sobe mais um degrau no firmamento do Olimpo e ganha pontos junto de quem
já não consegue imaginar os seus Invernos sem ela. n
Agradecemos a colaboração da
e dos Leading Hotels of theWorld
Graças à altitude elevada da
maioria das suas montanhas,
Zermatt possui neve durante
todo o ano, facto que a leva
a ser eleita como local de
treino pelas equipas olímpicas
da suíça ou da Croácia
Zermatt possui uma área total de pistas
superior a 300 quilómetros, uma das
mais extensas de todos osAlpes,
dividida por quatro zonas. Entre elas
está Riffelberg, integrada em
Gornergrat, uma plataforma ensolarada
com óptimas condições para a prática
de esqui e de snowboard, mas que
possui ainda outras benesses como seja
a possibilidade de efectuar caminhadas
ou de relaxar numa agradável
esplanada virada para o Matterhorn