3. Argumentação
Situa-se entre a retórica e a lógica.
pelo seu carácter dialéctico, dela retirando algumas noções como,
por exemplo, a de auditório.
retirando dela a estrutura que sustenta o discurso.
A argumentação
- pode ocorrer no encontro interpessoal, isto é, numa situação de
diálogo em que as pessoas se dirigem directamente umas às outras;
- ou de forma mais indirecta através dos meios de comunicação
social.
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4. Ao nível das relações interpessoais, o discurso argumentativo
exerce-se num contexto em que há um determinado emissor ou
orador e um destinatário ou auditório que, de uma ou outra
forma, estabelecem um contacto dialógico próximo e directo: a
palestra, a conferência, o debate, a exposição...
Ao nível dos meios de comunicação social, agente formador e
informador da opinião pública, o discurso argumentativo dirige-se
a um auditório indiferenciado, como acontece com um artigo de
fundo, com um editorial, com as notícias, com os comentários e
com a publicidade.
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6. Discurso argumentativo
Acto comunicativo que apresenta provas ou razões para defesa de
uma opinião, as quais visam persuadir o receptor e interferir nas suas
atitudes e comportamentos.
Para deliberar, justificar, discutir, explicar, provar ou fundamentar,
recorremos ao discurso argumentativo .
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7. Características do discurso
argumentativo
Exerce-se numa situação comunicativa, pressupõe o uso da palavra,
excluindo a violência ou a força física para atingir o seu objectivo:
conquistar a adesão do auditório.
Serve-se da linguagem natural e não de símbolos abstractos, a
linguagem deve ser compreendida pelo auditório.
Possui carácter dialógico. Relação interactiva entre orador e
auditório, podendo ambos, em cada momento, dar assentimento ou
rejeitar aquilo que o outro diz.
As mensagens transmitidas não são neutras, visam alterar as
convicções e as atitudes das outras pessoas. Pela palavra, o orador
pretende agir sobre os outros, interferindo nas suas opiniões.
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O objectivo é granjear adesão, esforçando-se por conquistar o
auditório.
Integra um conjunto de estratégias. Para melhor convencer o
receptor, uma boa selecção e organização de argumentos pode
conduzir mais eficazmente ao que se pretende.
É uma forma problematizadora de encarar os temas – os que
conduzem à dúvida e suscitam diferentes pontos de vista. Uma
questão é objecto de argumentação se a sua verdade não for
evidente nem objectiva.
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11. Argumento dedutivo
São susceptíveis de validade formal – constituem objecto de estudo da
lógica;
Característico das ciências formais, como a lógica e a matemática;
Processo de inferência pelo qual de uma ou mais proposições conhecidas
(premissas) se conclui necessariamente uma proposição (conclusão), nelas, de
algum modo, incluída e implicada;
A conclusão de um argumento dedutivo é uma consequência necessária ou
lógica das premissas;
Se as premissas forem verdadeiras, a conclusão é necessariamente
verdadeira;
Não é ampliativo ou demonstrativo.
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12. Argumento indutivo
Num argumento indutivo, a verdade da conclusão não é garantida pela
verdade das premissas, a conclusão é apenas provavelmente verdadeira;
Está presente nas ciências experimentais como a física e a biologia
(investigação com base nos dados recolhidos pela observação na natureza);
Processo de inferência que vai do particular para o geral;
São ampliativos ou não-demonstrativos ( a conclusão “ultrapassa” as
premissas, é uma extrapolação – no sentido em que, a verdade conjunta das
premissas não garante a verdade da conclusão);
Um argumento indutivo é forte quando a força das premissas torna
altamente improvável (embora não impossível logicamente) que a conclusão
seja falsa.
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16. Argumento por analogia
Baseia-se numa comparação entre objectos diferentes e inferem de certas
semelhanças outras semelhanças (partem da ideia de que se diferentes coisas
são semelhantes em determinados aspectos, também o serão noutros);
a verdade da conclusão não é garantida pela verdade das premissas (há que
ter em conta aquilo que as premissas e a conclusão afirmam e os dados da
experiência);
A forma não permite concluir se é bom ou mau – a qualidade deste
argumento não depende da sua forma lógica;
Podem ser fortes ou fracos:
- a comparação tem de se basear num número razoável de semelhanças;
- as semelhanças apontadas devem ser relevantes para a conclusão que se
quer inferir;
- não deve haver diferenças fundamentais relativamente aos aspectos que
estão a ser comparados.
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17. Outros argumentos: Entimema (argumento dedutivo)
É um silogismo em que uma das premissas é omitida por ser óbvia e
poder ser facilmente subentendida. É um silogismo a que falta uma
premissa, geralmente a primeira.
Ex. O aborto deve ser proibido, porque é o assassínio de inocentes.
A primeira premissa está suprimida.
Forma canónica
Todo o assassínio de inocentes deve ser proibido.
O aborto é um assassínio de inocentes.
Logo, o aborto deve ser proibido.
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18. Ex. Os golfinhos não são peixes porque não respiram por guelras.
Falta a primeira premissa.
Forma canónica
Os peixes respiram por guelras.
Os golfinhos não respiram por guelras.
Logo, os golfinhos não são peixes.
Ex. Todo o texto é subversivo. Logo, o poema é subversivo.
Falta a segunda premissa.
Forma canónica
Todo o texto é subversivo.
O poema é um texto.
Logo, o poema é subversivo.
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19. Argumentos com base em exemplos
Argumento de natureza indutiva que consiste em citar com
oportunidade um exemplo ou caso particular
visa produzir no auditório a convicção de que ilustra um
princípio geral
Efectuam generalizações e previsões a partir de casos ou
exemplos particulares (mesmo quando os exemplos são
verdadeiros, a generalização comporta certa possibilidade de
erro)
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20. Argumentos de autoridade
Argumento baseado na opinião de um especialista (pessoa ou
instituição com conhecimentos seguros sobre dada matéria).
O argumento estrutura-se da seguinte forma:
X (alguém com conhecimentos seguros) faz a afirmação Y. A diz que P.
Logo: A afirmação Y é verdadeira.
ou Logo, P.
Ex. Hegel diz que todo o real é racional e todo o racional é real; logo,
todo o real é racional e todo o racional é real.
É um mau argumento de autoridade, não porque Hegel não seja um
especialista na matéria, mas porque muitos outros especialistas na matéria
discordam dele, quanto ao que está em causa.
Nota: em filosofia, os argumentos de autoridade são quase sempre maus; isto porque os filósofos discordam
entre si acerca de quase tudo o que é interessante.
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21. Regras a ter em conta para que o argumento de autoridade seja um bom argumento:
O especialista invocado deve ser muito bom no assunto em causa
Não haver discordâncias significativas entre os especialistas relativamente ao
assunto em questão
Não haver outros argumentos mais fortes ou de força igual a favor da tese
contrária
Os especialistas não terem interesses pessoais na afirmação em causa (imparciais)
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22. Bibliografia
Maria Antónia Abrunhosa e Miguel Leitão, Manual Escolar “Um Olhar sobre o Mundo”,
Ensino Secundário, 11º Ano, Vol.1, Edições ASA, 2008
Fátima Alves, José Arêdes e José Carvalho, Manual Escolar “Pensar Azul Filosofia - 11º
Ano”, Texto Editores, 2008
Fátima Alves, José Arêdes e José Carvalho, Manual Escolar “705 Azul Introdução à
Filosofia - 11º Ano”, Texto Editores, 2004
Marta Paiva, Orlanda Tavares e José Ferreira Borges, Manual Escolar “Contextos, Filosofia
- 11º Ano”, Porto Editora, 2008
Artur Polónio, Faustino Vaz e Teresa Cristóvão, Manual Escolar “CriticaMente Filosofia - 11º
Ano”, Porto Editora, 2008
Adília Maia Gaspar e António Manzarra, Manual Escolar “Em Diálogo Filosofia 11º Ano /
Ensino Secundário”, Lisboa Editora, 2008
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