Miguel Relvas obteve equivalências a cadeiras que não existiam na universidade. Isto levanta questões filosóficas sobre se uma universidade pode retirar um grau acadêmico que na verdade nunca foi obtido. A licenciatura de Relvas parece ter mais valor simbólico do que prático hoje em dia.
2. Ricardo Araújo Pereira
• Lisboa, 28 de Abril de 1974
• Filho de Artur Álvaro Neves de Almeida Pereira e Emília Rita
da Cunha Araújo Pereira
• É ateu
• Comunicação Social e Cultural
• Jornais de Redação e Informação
• Programas televisivos de humor
• Nº17411
• Atualmente: - Visão
- Mixórdias de Temáticas
- Governo Sombra – TSF
- Maria José Areias
- Rita Areias de Araújo Pereira e Maria Inês
Areias de Araújo Pereira
3. Ontologia de Relvas
Miguel Relvas, que foi licenciado antes de o ser, pode agora deixar de o ser sem nunca o ter sido.
9:33 Quinta, 8 de Novembro de 2012
Quando, na semana passada, se soube que o ministro Miguel Relvas até teve
equivalências a três cadeiras que não existiam, a notícia levantou sobretudo problemas
filosóficos. Problemas políticos, mais uma vez, nem um. Mas, filosoficamente, a questão é,
de facto, muito complexa, uma vez que o ministro arrisca mesmo perder o grau académico.
Ou seja, Miguel Relvas, que foi licenciado antes de o ser, pode agora deixar de o
ser sem nunca o ter sido.
Quem está em maus lençóis não é Relvas (como, aliás, é costume sempre que há
problemas com Relvas) mas sim a Lusófona. Pode uma universidade tirar ao ministro algo
que ele nunca teve? E se Miguel Relvas se licenciar na floresta e não estiver lá ninguém para
ouvir, a licenciatura fará barulho? Porque é disso que se trata: do barulho que se pode fazer
com a licenciatura.
Um curso universitário habilita pouco e tem ainda menos serventia.
Antigamente, a licenciatura servia para arranjar emprego. Hoje, é capaz de
atrapalhar.
Nisso, o caso de Miguel Relvas é exemplar: mesmo não sendo licenciado, sempre
conseguiu arranjar emprego, não só para si como, a fazer fé no que dizem os jornais acerca
do caso Tecnoforma, também para os amigos.
A licenciatura é só para enfeitar.
4. Acaba por ser um escândalo que Miguel Relvas precise mesmo de se
licenciar para que o tratem por doutor.
Creio que cada pessoa devia poder escolher a forma de tratamento
deferente que lhe parecesse mais apropriada e aplicá-la ao ministro sem
necessidade da mesquinha verificação de que ele possui realmente as habilitações
que permitem esse tratamento. É o que vou passar a fazer relativamente ao
almirante Miguel Relvas.
Todos os manifestantes que empunharam cartazes facetos sugerindo ao
bispo Miguel Relvas que fosse estudar também devem estar a sentir-se bastante
estúpidos. Os novos factos revelam que o ministro estudou não só cadeiras que
existiam como cadeiras que não existiam. Normalmente, a matéria das últimas é
bastante mais vasta do que a das primeiras. E a bibliografia bem mais difícil de
encontrar. "Vai estudar matérias que existam, Relvas" poderia ser um cartaz mais
próximo da verdade mas, mesmo no âmbito das matérias existentes, o maestro
Miguel Relvas tem equivalências para exibir.
O escuteiro-chefe Miguel Relvas encontra-se agora, injustamente, numa
posição ingrata. Já se sabia que tinha feito um curso com equivalências, e sabe-se
agora que eram equivalências a cadeiras imaginárias. Por isso, o visconde Miguel
Relvas tem com a sua licenciatura a mesma relação que Portugal tem com a dívida:
talvez consiga cumprir as suas obrigações, mas precisa de mais tempo.
O melhor é reestruturar a licenciatura.
Vamos esperar que o juiz desembargador Miguel Relvas consiga chegar a
um acordo com a universidade.
5. Grandes criadores não tiveram formação universitária, entre os
quais:
Bill Gates, abandonou o curso de Matemática e Direito no 3° ano, para
dedicar-se à Microsoft;
Henry Ford, um perfeito e simplesmente surpreendente exemplo de
uma das pessoas mais bem-sucedidas sem educação universitária;
Luiz Inácio Lula da Silva, hoje é um dos políticos mais respeitado no
mundo;
Michael Dell, graças a este homem, fundador e Diretor Geral da Dell,
Inc. é que usamos computadores e notebooks fantásticos;
Edwin Powell Hubble, um génio da Astronomia, astrofísica, exploração
espacial, formou-se em advocacia, mas fez o seu caminho pela astronomia a
pulso. Teria sido o que foi se não o tivesse feito de modo livre? A liberdade é a
base da criação. O grande problema da humanidade atual é a excessiva
formatação;
Hamilton Naki, (26 de junho de 1926 – 29 de maio de 2005) foi um
"cirurgião" e professor sul-africano sem nenhuma formação académica;
Mark Elliot Zuckerberg não tem formação universitária e ainda assim
criou o fantástico facebook;
Steve Jobs é mais um grande criador, não tinha formação universitária
e conseguiu criar a grande Apple.