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Juliana Ravelli
ESPECIAL PARA O ESTADO
Rudolf Laban (1879-1958) que-
ria entender o ser humano por
meio do movimento, acredita-
va que a capacidade de dançar
está em todas as pessoas e não
sóemquemestudaaarte.Consi-
derado o maior teórico da dan-
ça do século 20 – talvez o maior
de todos os tempos –, também
deu novo significado ao espaço
emqueobailarinoseapresenta.
Deixoudeserlimitadopelapla-
teia para tornar-se móvel e ga-
nhar volume, no qual é possível
semovimentaremmúltiplasdi-
reções. A partir desta sexta, 3, o
MuseudeArteContemporânea
da Universidade de São Paulo
(MACUSP),noParquedoIbira-
puera, recebe cinco coreogra-
fias que investigam Laban.
As apresentações integram a
Ocupação Vesica Piscis, ideali-
zadapelacoreógrafa,bailarinae
pesquisadora Maria Mommen-
sohn.Umaobraéexibidaacada
semana, de sexta a domingo,
sempreàtarde.Cristal,deCiane
Fernandes, éa primeira.Em se-
guida,virãoUmaBaleiaEncalha-
danaPraia,deAndreiaYonashi-
ro; Vesica Piscis, de Maria Mom-
mensohn e Henrique Schuller;
ObraSem Título, de Juliana Mo-
raes; e Cebola, de Marcia Milha-
zes.Aossábados,osartistascon-
versarão com o público.
“A Marcia e a Juliana, que fi-
zeram mestrado em Londres
(no Laban Centre for Movement
and Dance), têm trabalhos ab-
solutamente diversos. Tem a
Ciane Fernandes que estudou
emNovaYork(noLaban-Barte-
nieff Institute of Movement Stu-
dies) e também tem uma linha
diferente,performática.Ascin-
co obras vão trazer elementos
das próprias artistas e interfe-
rir no espaço. Os trabalhos
têm essa relação viva.”
O coreógrafo e bailarino
húngaro pensava justamente
em um espaço vivo, que surge
da relação entre seres e obje-
tosesempresetransforma.Di-
zia que o espaço é o aspecto
oculto do movimento, e o mo-
vimento é a expressão visível
do espaço. Laban imaginou
umicosaedro(poliedrode20fa-
ces)pararepresentarasdimen-
sões e desenvolver sua teoria
de análise do movimento. Na
ocupação,opúblicopoderáin-
teragir com imagens projeta-
das e objetos icosaédricos pa-
ra entender suas ideias.
Vanguardista. Nascido na Bra-
tislava, Laban cresceu em meio
à diversidade cultural e étnica
do Império Austro-Húngaro.
EstudouarquiteturaemParise
integrou uma geração de artis-
tas e pensadores europeus re-
volucionários, que questiona-
vam as tradições. Foi um dos
criadores da dança moderna,
massuainfluência seestendeu
àdançacontemporâneaeaoba-
lé clássico. “Laban continua a
fazer sentido”, diz Mommen-
sohn. A ocupação exibirá ví-
deos de artistas influenciados
pelohúngaro,comoocoreógra-
foalemãoKurtJooss eonorte-
americano William Forsythe.
Amostraincluiaindaexposi-
ção sobre Maria Duschenes
(1922-2014), que trouxe para o
Brasil o método de Laban e foi
sua maior disseminadora no
País.Também húngarae visio-
nária, a bailarina, coreógrafa e
educadora estudou com o
teórico na Inglaterra, depois
queeledeixouaAlemanhanos
anos 1930.
Foi na casa de Duschenes, no
Sumaré,zonaoestedeSãoPau-
lo, que Mommensohn entrou
em contato com o universo de
Laban. O local era ponto de en-
contro de artistas e profissio-
nais de diferentes áreas. “Ela
trouxe um Laban para a gente
que não era um método, mas
um olhar de integração. Traba-
lhava com arquitetos, psicólo-
gos, terapeutas, professores,
bailarinos.Tinhaumpensamen-
tomuito inclusivo. Porque esse
éopensamentodoLaban,adan-
ça faz parte do nosso DNA. A
expressão do ser humano por
meio da arte é nosso patrimô-
nio anterior à civilização e ao
pensamento modernos”, diz
Mommensohn.“Essencialmen-
te, a vida é movimento.”
João Luiz Sampaio
ESPECIAL PARA O ESTADO
O violoncelista catalão Pablo
Casalsera ainda um adolescen-
te de 13 anos quando, durante
um passeio por Barcelona, en-
controu em uma antiga loja de
música uma partitura que lhe
chamou atenção. Era uma edi-
ção antiga das suítes para vio-
loncelo de Bach. No caminho
para casa, seguiu cantarolando
oscompassosiniciaisdaprimei-
ra das suítes. Era 1890 e, àquela
altura, poucos haviam ouvido
falar das peças. Quarenta anos
maistarde,no entanto, quando
o agora celebrado virtuoso Ca-
sals realizou delas a primeira
gravação, as suítes tornariam-
sesinônimo devioloncelo, cuja
fama ultrapassa o mundo da
música clássica.
Ofato deaspeçasterem fica-
do abandonadas durante boa
parte do século 19, tidas como
mero estudos para um instru-
mento que só se desenvolveria
por completo muito depois de
1723, quando foram completa-
das,éumdaquelesmistériosda
história da música – em torno
da++ qual fatos se apegam com
a mesma ânsia que mitos e len-
das.“Éalgofascinante,masnão
completamente impossível de
explicar. A era romântica, na
música, baseou-se de maneira
muito forte na harmonia, o que
criou um problema para o vio-
loncelo, instrumento em que é
preciso tocar uma nota de cada
vez. É muito significativo que,
apaixonado por Bach, Schu-
mann tenha escrito uma ver-
sãodassuítes em queo violon-
celo era acompanhado do pia-
no”, explica o violoncelista
francês Jean-Guihen Queyras.
“Ao mesmo tempo, as suítes
reinventamo violoncelocomo
instrumento solista. Não é por
acaso que, para nós, elas são
uma companhia desde muito
cedo. E para toda a vida.”
Queyras vai interpretar as
seissuítesnestefimdesemana
na Sala São Paulo, pela tempo-
radadaCulturaArtística(apas-
sagemporSãoPauloincluiain-
damasterclasses,hoje,4,naEs-
colaMunicipaldeMúsica).Ho-
je, toca as de n.º 1, 4 e 5; ama-
nhã, 5, as de n.º 2, 3 e 6. “São
duas horas de música. Isso é
praticamente a duração de
umaópera, mas com a diferen-
ça de que, aqui, o violoncelo
faz o trabalho todo sozinho”,
diz.Acomparaçãocomaópera
não é gratuita. “Há uma varie-
dade expressiva, de coloridos.
Cada suíte é um mundo pró-
prio e, ao mesmo tempo, for-
ma um todo dramático.”
Fora do comum. A gravação de
Queyras das suítes, lançadas
em2008,foisucessodecrítica–
eajudouaconfundirquemgos-
tadeacoplarrótulosaintérpre-
tese seustrabalhos.Nocaso de
Queyras, a desenvoltura com
queinterpreta Bachse somou a
uma trajetória dedicada espe-
cialmente à música contempo-
rânea. Não é um caminho “co-
mum”, mas, de certa forma, o
de Queyras nunca o foi. Nasci-
donoCanadá,elemudounain-
fânciaparaaArgélia.Lá,passou
três anos. A família seguiu, en-
tão, para a França, onde inves-
tiu na reforma de uma antiga
propriedade em ruínas. E, cla-
ro, havia o violoncelo.
“Acho que vem da infância e
da adolescência, do início do
meu contato com o instrumen-
to, o desejo de pensá-lo tam-
bémdistantedoambientemais
tradicional, consagrado pelo
hábito. Eu me lembro que em
todos os conservatórios pelos
quais passei, os estudantes de
composiçãomeprocuravampa-
rapedirconselhos,parapergun-
tar o que dava para fazer com o
violonceloemtermosdeexperi-
mentação”, ele lembra. E esse
processoganhouaindamaisfor-
ma quando ele se uniu ao En-
sembleIntercontemporain,im-
portantecentrodepesquisaes-
tética criado em Paris pelo
maestroPierreBoulez. “Os dez
anos que passei ali foram tanto
o momento final da minha for-
mação como o início de fato da
minha carreira”, conta.
Osmotivos? “Primeiro a per-
sonalidade de Boulez, dono de
um carisma incrível, assim co-
mo era profundamente exigen-
te, sempre querendo extrair o
que toda peça tem de melhor a
oferecer.Alémdisso,otrabalho
diário com compositores ensi-
na muitas coisas. O autor está
do seu lado, explicando o que
quer, mostrando a lógica inter-
na da partitura. Isso é um enor-
me aprendizado, até para tocar
orepertóriotradicional:vocêco-
meça a olhar com outros olhos
uma partitura, tentando desco-
briras intenções de umcompo-
sitor de dentro para fora.”
A música contemporânea
também lhe ofereceu uma per-
cepçãodiferentedopróprioins-
trumento – e as razões levam a
conversa de volta a Casals e a
Bach. “Eu amo o aspecto lírico
dovioloncelo, que todos dizem
se aproximar do canto, da voz
humana. Mas também me inte-
ressamparticularmenteaspos-
sibilidades retóricas. Em ou-
tras palavras, falar, e não can-
tar,como instrumento.Casals,
para mim, foi o grande mestre
dessa busca. Ele não tenta en-
cantar com a beleza do som do
violoncelo,elequercontaruma
história,narraralgumacoisa,fa-
zendo isso, claro, com aquilo
que eletem de maispessoal co-
mointérprete.EassuítesdeBa-
ch nos oferecem essa possibili-
dade: o que Bach propõe é, an-
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Violoncelista francês dá masterclasses e toca as suítes para violoncelo do
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OCUPAÇÃO VESICA PISCIS
MAC/USP-Ibirapuera. Avenida
Pedro Álvares Cabral, 1.301, tel.
2648-0254. 3ª a dom., das 10h às
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Daniel Schenker
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Trate-me Leão, Ataliba – A Gata
Safira, Nardja Zulpério, A Leve –
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títulos dos textos de Hamilton
Vaz Pereira chamam atenção.
Nãoporacaso,aexpressãoesco-
lhidaparaociclodeleiturasque
reúneessasquatropeças prima
pela originalidade: O Cão Co-
mendo Mariola.
“Significa algo excepcional,
estranho, espantoso, que não
deixaninguémindiferente”,ex-
plica Hamilton, que dirigirá to-
das as leituras. O ciclo começa
nestesábado,4,eseestendepe-
los outros três sábados de ju-
nho, na Cidade das Artes, no
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tória do Asdrúbal Trouxe o
Trombone, grupo que nasceu
durante a ditadura e se firmou
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te e de um registro interpreta-
tivo próximo do espectador.
“O Asdrúbal ria tanto do lado
claro quanto do escuro da vi-
da”, frisa. No palco, estavam
jovens pulsantes. Hamilton
preservou a essa faixa etária
ao selecionar os atores para a
leitura. “A explosão da vonta-
dedeviveréprópria dojovem,
quetemaimortalidadedentro
de si. Eu custei a me conven-
cerdequeum diairiamorrer”,
assume.
O texto seguinte (Ataliba)
surgiuapóso fimdoAsdrúbal.
Hamilton, porém, percebe
eloscomAFarradaTerra,últi-
ma montagem do grupo. “Em
Trate-me Leão, abordamos o
Rio de Janeiro.Em Aquela Coi-
sa Toda houve uma abertura
para o Brasil. Em A Farra Da
Terra, sentimos necessidade
deabraçar o mundo. Em Atali-
ba ambicionei esse mesmo al-
cance”, diz.
NardjaZulpériodeucontinui-
dade à parceria entre Hamilton
eReginaCasé.“Vínhamosdees-
petáculosdo Asdrúbal, com vá-
riosatores.Oformatodemonó-
logofoiimportantenaquelemo-
mento. Mas o texto também
trazàtonaonossoinício,quan-
doéramosgarotosquequeriam
viver e se inventaram”, observa
Hamilton,quecontarácomRe-
gina para fazer a leitura.
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“Eucrieiumafamíliaeprocurei
pensarcomoessecoletivoexis-
tiria no futuro, no instante em
que a Terra precisasse ganhar
um novo batismo”, declara.
MARCO BORGGREVE/DIVULGAÇÃO
Paixão.
Espetáculo
que integra a
Ocupação
Vesica Piscis
JEAN-GUIHEN QUEYRAS
Sala São Paulo. Praça Júlio Pres-
tes, 16, Campos Elísios, telefone:
3367-9500. Sáb. e dom., às 21h.
Ingressos: R$ 50/R$ 235.
Queyras. ‘É como uma ópera, mas o violoncelo faz todo o trabalho sozinho’, afirma
%HermesFileInfo:C-5:20160604:
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Ocupação apresenta obras sobre Rudolf Laban

  • 1. Juliana Ravelli ESPECIAL PARA O ESTADO Rudolf Laban (1879-1958) que- ria entender o ser humano por meio do movimento, acredita- va que a capacidade de dançar está em todas as pessoas e não sóemquemestudaaarte.Consi- derado o maior teórico da dan- ça do século 20 – talvez o maior de todos os tempos –, também deu novo significado ao espaço emqueobailarinoseapresenta. Deixoudeserlimitadopelapla- teia para tornar-se móvel e ga- nhar volume, no qual é possível semovimentaremmúltiplasdi- reções. A partir desta sexta, 3, o MuseudeArteContemporânea da Universidade de São Paulo (MACUSP),noParquedoIbira- puera, recebe cinco coreogra- fias que investigam Laban. As apresentações integram a Ocupação Vesica Piscis, ideali- zadapelacoreógrafa,bailarinae pesquisadora Maria Mommen- sohn.Umaobraéexibidaacada semana, de sexta a domingo, sempreàtarde.Cristal,deCiane Fernandes, éa primeira.Em se- guida,virãoUmaBaleiaEncalha- danaPraia,deAndreiaYonashi- ro; Vesica Piscis, de Maria Mom- mensohn e Henrique Schuller; ObraSem Título, de Juliana Mo- raes; e Cebola, de Marcia Milha- zes.Aossábados,osartistascon- versarão com o público. “A Marcia e a Juliana, que fi- zeram mestrado em Londres (no Laban Centre for Movement and Dance), têm trabalhos ab- solutamente diversos. Tem a Ciane Fernandes que estudou emNovaYork(noLaban-Barte- nieff Institute of Movement Stu- dies) e também tem uma linha diferente,performática.Ascin- co obras vão trazer elementos das próprias artistas e interfe- rir no espaço. Os trabalhos têm essa relação viva.” O coreógrafo e bailarino húngaro pensava justamente em um espaço vivo, que surge da relação entre seres e obje- tosesempresetransforma.Di- zia que o espaço é o aspecto oculto do movimento, e o mo- vimento é a expressão visível do espaço. Laban imaginou umicosaedro(poliedrode20fa- ces)pararepresentarasdimen- sões e desenvolver sua teoria de análise do movimento. Na ocupação,opúblicopoderáin- teragir com imagens projeta- das e objetos icosaédricos pa- ra entender suas ideias. Vanguardista. Nascido na Bra- tislava, Laban cresceu em meio à diversidade cultural e étnica do Império Austro-Húngaro. EstudouarquiteturaemParise integrou uma geração de artis- tas e pensadores europeus re- volucionários, que questiona- vam as tradições. Foi um dos criadores da dança moderna, massuainfluência seestendeu àdançacontemporâneaeaoba- lé clássico. “Laban continua a fazer sentido”, diz Mommen- sohn. A ocupação exibirá ví- deos de artistas influenciados pelohúngaro,comoocoreógra- foalemãoKurtJooss eonorte- americano William Forsythe. Amostraincluiaindaexposi- ção sobre Maria Duschenes (1922-2014), que trouxe para o Brasil o método de Laban e foi sua maior disseminadora no País.Também húngarae visio- nária, a bailarina, coreógrafa e educadora estudou com o teórico na Inglaterra, depois queeledeixouaAlemanhanos anos 1930. Foi na casa de Duschenes, no Sumaré,zonaoestedeSãoPau- lo, que Mommensohn entrou em contato com o universo de Laban. O local era ponto de en- contro de artistas e profissio- nais de diferentes áreas. “Ela trouxe um Laban para a gente que não era um método, mas um olhar de integração. Traba- lhava com arquitetos, psicólo- gos, terapeutas, professores, bailarinos.Tinhaumpensamen- tomuito inclusivo. Porque esse éopensamentodoLaban,adan- ça faz parte do nosso DNA. A expressão do ser humano por meio da arte é nosso patrimô- nio anterior à civilização e ao pensamento modernos”, diz Mommensohn.“Essencialmen- te, a vida é movimento.” João Luiz Sampaio ESPECIAL PARA O ESTADO O violoncelista catalão Pablo Casalsera ainda um adolescen- te de 13 anos quando, durante um passeio por Barcelona, en- controu em uma antiga loja de música uma partitura que lhe chamou atenção. Era uma edi- ção antiga das suítes para vio- loncelo de Bach. No caminho para casa, seguiu cantarolando oscompassosiniciaisdaprimei- ra das suítes. Era 1890 e, àquela altura, poucos haviam ouvido falar das peças. Quarenta anos maistarde,no entanto, quando o agora celebrado virtuoso Ca- sals realizou delas a primeira gravação, as suítes tornariam- sesinônimo devioloncelo, cuja fama ultrapassa o mundo da música clássica. Ofato deaspeçasterem fica- do abandonadas durante boa parte do século 19, tidas como mero estudos para um instru- mento que só se desenvolveria por completo muito depois de 1723, quando foram completa- das,éumdaquelesmistériosda história da música – em torno da++ qual fatos se apegam com a mesma ânsia que mitos e len- das.“Éalgofascinante,masnão completamente impossível de explicar. A era romântica, na música, baseou-se de maneira muito forte na harmonia, o que criou um problema para o vio- loncelo, instrumento em que é preciso tocar uma nota de cada vez. É muito significativo que, apaixonado por Bach, Schu- mann tenha escrito uma ver- sãodassuítes em queo violon- celo era acompanhado do pia- no”, explica o violoncelista francês Jean-Guihen Queyras. “Ao mesmo tempo, as suítes reinventamo violoncelocomo instrumento solista. Não é por acaso que, para nós, elas são uma companhia desde muito cedo. E para toda a vida.” Queyras vai interpretar as seissuítesnestefimdesemana na Sala São Paulo, pela tempo- radadaCulturaArtística(apas- sagemporSãoPauloincluiain- damasterclasses,hoje,4,naEs- colaMunicipaldeMúsica).Ho- je, toca as de n.º 1, 4 e 5; ama- nhã, 5, as de n.º 2, 3 e 6. “São duas horas de música. Isso é praticamente a duração de umaópera, mas com a diferen- ça de que, aqui, o violoncelo faz o trabalho todo sozinho”, diz.Acomparaçãocomaópera não é gratuita. “Há uma varie- dade expressiva, de coloridos. Cada suíte é um mundo pró- prio e, ao mesmo tempo, for- ma um todo dramático.” Fora do comum. A gravação de Queyras das suítes, lançadas em2008,foisucessodecrítica– eajudouaconfundirquemgos- tadeacoplarrótulosaintérpre- tese seustrabalhos.Nocaso de Queyras, a desenvoltura com queinterpreta Bachse somou a uma trajetória dedicada espe- cialmente à música contempo- rânea. Não é um caminho “co- mum”, mas, de certa forma, o de Queyras nunca o foi. Nasci- donoCanadá,elemudounain- fânciaparaaArgélia.Lá,passou três anos. A família seguiu, en- tão, para a França, onde inves- tiu na reforma de uma antiga propriedade em ruínas. E, cla- ro, havia o violoncelo. “Acho que vem da infância e da adolescência, do início do meu contato com o instrumen- to, o desejo de pensá-lo tam- bémdistantedoambientemais tradicional, consagrado pelo hábito. Eu me lembro que em todos os conservatórios pelos quais passei, os estudantes de composiçãomeprocuravampa- rapedirconselhos,parapergun- tar o que dava para fazer com o violonceloemtermosdeexperi- mentação”, ele lembra. E esse processoganhouaindamaisfor- ma quando ele se uniu ao En- sembleIntercontemporain,im- portantecentrodepesquisaes- tética criado em Paris pelo maestroPierreBoulez. “Os dez anos que passei ali foram tanto o momento final da minha for- mação como o início de fato da minha carreira”, conta. Osmotivos? “Primeiro a per- sonalidade de Boulez, dono de um carisma incrível, assim co- mo era profundamente exigen- te, sempre querendo extrair o que toda peça tem de melhor a oferecer.Alémdisso,otrabalho diário com compositores ensi- na muitas coisas. O autor está do seu lado, explicando o que quer, mostrando a lógica inter- na da partitura. Isso é um enor- me aprendizado, até para tocar orepertóriotradicional:vocêco- meça a olhar com outros olhos uma partitura, tentando desco- briras intenções de umcompo- sitor de dentro para fora.” A música contemporânea também lhe ofereceu uma per- cepçãodiferentedopróprioins- trumento – e as razões levam a conversa de volta a Casals e a Bach. “Eu amo o aspecto lírico dovioloncelo, que todos dizem se aproximar do canto, da voz humana. Mas também me inte- ressamparticularmenteaspos- sibilidades retóricas. Em ou- tras palavras, falar, e não can- tar,como instrumento.Casals, para mim, foi o grande mestre dessa busca. Ele não tenta en- cantar com a beleza do som do violoncelo,elequercontaruma história,narraralgumacoisa,fa- zendo isso, claro, com aquilo que eletem de maispessoal co- mointérprete.EassuítesdeBa- ch nos oferecem essa possibili- dade: o que Bach propõe é, an- tesdemaisnada,umanarrativa musical”, acrescenta. Violoncelista francês dá masterclasses e toca as suítes para violoncelo do compositor alemão em dois concertos realizados na Sala São Paulo Obras apresentam o universo de Rudolf Laban Uma trajetória em quatro tempos DIVULGAÇÃO Dança Ocupação tem espetáculos e exposição sobre o coreógrafo que queria entender o ser humano por meio do movimento Ciclo de leituras, que começa hoje, no Rio, fornece um panorama da dramaturgia de Hamilton Vaz Pereira Queyras, Bach e um violoncelo que fala Música Erudita OCUPAÇÃO VESICA PISCIS MAC/USP-Ibirapuera. Avenida Pedro Álvares Cabral, 1.301, tel. 2648-0254. 3ª a dom., das 10h às 18h. Grátis. Até 10/7 Artes Cênicas Daniel Schenker ESPECIAL PARA O ESTADO / RIO Trate-me Leão, Ataliba – A Gata Safira, Nardja Zulpério, A Leve – O Próximo Nome Da Terra. Os títulos dos textos de Hamilton Vaz Pereira chamam atenção. Nãoporacaso,aexpressãoesco- lhidaparaociclodeleiturasque reúneessasquatropeças prima pela originalidade: O Cão Co- mendo Mariola. “Significa algo excepcional, estranho, espantoso, que não deixaninguémindiferente”,ex- plica Hamilton, que dirigirá to- das as leituras. O ciclo começa nestesábado,4,eseestendepe- los outros três sábados de ju- nho, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. Trate-me Leão marcou a his- tória do Asdrúbal Trouxe o Trombone, grupo que nasceu durante a ditadura e se firmou por meio do humor irreveren- te e de um registro interpreta- tivo próximo do espectador. “O Asdrúbal ria tanto do lado claro quanto do escuro da vi- da”, frisa. No palco, estavam jovens pulsantes. Hamilton preservou a essa faixa etária ao selecionar os atores para a leitura. “A explosão da vonta- dedeviveréprópria dojovem, quetemaimortalidadedentro de si. Eu custei a me conven- cerdequeum diairiamorrer”, assume. O texto seguinte (Ataliba) surgiuapóso fimdoAsdrúbal. Hamilton, porém, percebe eloscomAFarradaTerra,últi- ma montagem do grupo. “Em Trate-me Leão, abordamos o Rio de Janeiro.Em Aquela Coi- sa Toda houve uma abertura para o Brasil. Em A Farra Da Terra, sentimos necessidade deabraçar o mundo. Em Atali- ba ambicionei esse mesmo al- cance”, diz. NardjaZulpériodeucontinui- dade à parceria entre Hamilton eReginaCasé.“Vínhamosdees- petáculosdo Asdrúbal, com vá- riosatores.Oformatodemonó- logofoiimportantenaquelemo- mento. Mas o texto também trazàtonaonossoinício,quan- doéramosgarotosquequeriam viver e se inventaram”, observa Hamilton,quecontarácomRe- gina para fazer a leitura. O ciclo fechará com A Leve. “Eucrieiumafamíliaeprocurei pensarcomoessecoletivoexis- tiria no futuro, no instante em que a Terra precisasse ganhar um novo batismo”, declara. MARCO BORGGREVE/DIVULGAÇÃO Paixão. Espetáculo que integra a Ocupação Vesica Piscis JEAN-GUIHEN QUEYRAS Sala São Paulo. Praça Júlio Pres- tes, 16, Campos Elísios, telefone: 3367-9500. Sáb. e dom., às 21h. Ingressos: R$ 50/R$ 235. Queyras. ‘É como uma ópera, mas o violoncelo faz todo o trabalho sozinho’, afirma %HermesFileInfo:C-5:20160604: O ESTADO DE S. PAULO SÁBADO, 4 DE JUNHO DE 2016 Caderno 2 C5