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Valor nutricional e análise bromatológica
das principais forrageiras utilizadas em
produção animal
Profa. Dr Nadia Simarro Fagundes
Profa. Msc Marília Parreira Fernandes
Características dos alimentos de origem vegetal
e alimentos proteicos e energéticos
PAREDE CELULAR:
 celulose,
 hemicelulose e
 pectina.
 Também podem estar presentes os beta-glucanos e compostos
como lignina, tanino e proteínas.
Características dos alimentos de origem vegetal
e alimentos proteicos e energéticos
 pectinas
 lipídeos
CITOPLASMA (conteúdo celular):
 ácidos orgânicos,
 amido,
 frutosanas,
 lipídeos e
 proteínas.
Manter a adequada concentração de fibra
efetiva da dieta, garantida pelo fornecimento
desses carboidratos, é essencial na
manutenção da saúde dos herbívoros.
CARBOIDRATOS
da parede celular
(CARBOIDRATOS
ESTRUTURAIS)
NÃO podem ser digeridos pelas
enzimas dos mamíferos
submetidos à
FERMENTAÇÃO
MICROBIANA
 Geram como produtos os ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA CURTA e
são fontes de ENERGIA para a síntese de proteína microbiana.
FIBRA EFETIVA
CELULOSE: é o mais abundante carboidrato estrutural.
 É formado por moléculas de D-glicose, unidas por ligações beta 1-4.
 Confere rigidez à planta
 DIGERÍVEL PELOS RUMINANTES
HEMICELULOSES (polioses) constituído por uma combinação
aleatória de monossacarídeos: pentoses, hexoses e ácidos urônicos.
 Estabilizar a parede celular
 DIGERÍVEL PELOS RUMINANTES
PECTINA (FIBRA SOLÚVEL) é um polissacarídeo constituído
essencialmente de ácido galacturônico. A posição axial das
ligações no carbono faz com que elas não sejam atacadas pela
amilase, mas pelas enzimas bacterianas.
 Tem como função a ligação das paredes celulares de células
adjacentes
 em gramíneas que em leguminosas
 nas folhas que no caule
CARBOIDRATOS
ESTRUTURAIS
 A LIGNINA pode associar-se aos carboidratos estruturais
durante o processo da formação da parede celular, reduzindo a
digestibilidade.
[ ]
a LIGNINA está associada à diminuição da digestibilidade dos
nutrientes, sendo que o amadurecimento das plantas promove
incremento no conteúdo de lignina e essa apresenta alta ou
completa indigestibilidade, conferindo assim o baixo valor
nutricional das plantas maduras
AMIDO
 é o carboidrato de estoque mais
importante das plantas.
 Gelatinizado e parcialmente
solúvel em água quente, é formado
por dois tipos de polímeros:
amilose e amilopectina
CARBOIDRATOS SOLÚVEIS
 Representam a parte mais RAPIDAMENTE DIGESTÍVEL dos
carboidratos não estruturais (monossacarídeos, dissacarídeos,
oligossacarídeos e alguns polissacarídeos) e de estoque das
plantas (como o amido).
 Na PAREDE CELULAR estão principalmente, celulose, hemicelulose
e pectina, além de beta-glucanos e compostos como lignina, tanino
e proteínas.
 No CITOPLASMA (conteúdo celular) estão ácidos orgânicos,
açúcares, amido, frutosanas, lipídeos e proteínas.
Os alimentos são divididos em duas categorias:
VOLUMOSOS e CONCENTRADOS.
 SECOS: como os fenos e palhas,
 ÚMIDOS: como as pastagens, as
capineiras e as silagens.
VOLUMOSOS
60% de NDT
 NDT (nutrientes digestíveis totais) que corresponde à soma da % de proteína e
fibras brutas, extrativos não nitrogenados (açucares, amido e pectina) e
extrato etéreo - multiplicado por 2,25, já que as gorduras fornecem mais
energia por unidade - digestíveis)
18% de FB
CONCENTRADOS
 ENERGÉTICOS (quando têm menos
de 20% de proteína bruta) de origem
vegetal (milho, arroz, melaço, polpa
cítrica) ou animal (sebos e gorduras)
 PROTEICOS com mais de 20% de
proteína bruta.
60% de NDT
18% de FB
(alto teor de energia)
Composição química e valor nutricional das principais
espécies de forrageiras utilizadas em produção animal
Fatores que influenciam na concentração de nutrientes nas
plantas:
 espécie
 tipo de solo
 clima
 estágio de desenvolvimento
 estágio de corte
 Leguminosas apresentam maiores concentrações de
proteína, cálcio e fósforo do que as gramíneas.
 Leguminosas tropicais também apresentam mais lignina
e menor conteúdo de parede celular do que as gramíneas
tropicais, mas maior conteúdo de parede celular e lignina
do que leguminosas temperadas.
ESPÉCIE
Espécies diferentes mesmo sendo tratadas sob as mesmas
condições, as respostas são diferentes.
TEMPERATURA:
TEMPERATURA DIGESTIBILIDADE
 devido à presença de MAIS TECIDO LIGNIFICADO na parede
celular.
 A alta temperatura também acelera a taxa metabólica e
deprecia o pool de metabólitos do conteúdo das células que são
rapidamente convertidos em componentes estruturais.
CLIMA (temperatura, luminosidade e umidade)
 A TEMPERATURA é o principal fator que controla a catálise
de enzimas participantes do processo de fotossíntese.
 C3 crescimento ótimo em temperaturas até 20ºC, acima disso os
estômatos fecham-se e a fotossíntese diminui.
 Porém, a planta mantém-se ativa fotossinteticamente até 0ºC
apresentando acúmulo de MS. Ex.: Soja, algodão, café, trigo.
 C4 crescimento ótimo em temperaturas de 30 a 35ºC, contudo, a
fotossíntese diminui muito quando a temperatura mínima fica
abaixo de 15ºC e o acúmulo de MS pode até cessar
completamente. Ex.: Cana de açúcar, milho, sorgo, tiririca
 A TEMPERATURA é o principal fator que controla a catálise
de enzimas participantes do processo de fotossíntese.
 A TEMPERATURA é o principal fator que controla a catálise
de enzimas participantes do processo de fotossíntese.
 CAM presente principalmente em zonas áridas e semi-áridas,
folhas espessas, baixa razão superfície/volume, baixa taxa de
transpiração os estômatos fecham-se durante o dia.
 Baixo acúmulo de MS e alta concentração de água.
 A TEMPERATURA é o principal fator que controla a catálise
de enzimas participantes do processo de fotossíntese.
LUMINOSIDADE interfere diretamente na fotossíntese
Taxa máxima de acúmulo líquido de forragem
ocorre quando o pasto atinge um nível de
interceptação de 95% da luz incidente.
UMIDADE
 A SEVERA RESTRIÇÃO DE ÁGUA interfere negativamente no
crescimento e causa a morte da parte aérea do vegetal, diminuindo
a sua produção.
 Déficit hídrico inicia-se com a redução na expansão celular, as
células ficam emurchecidas até atingir as células estomáticas que
então, se fecham.
 O fechamento dos estômatos reduz a troca
gasosa e consequentemente reduz a absorção
radicular. Com a redução de absorção de mais
água e nutrientes o crescimento é reduzido até
que a capacidade mínima hídrica do solo
requerida pela planta, restabeleça-se.
UMIDADE
Planta - Metabolismo Perda de água
C3 400 gr a 500 gr de água por grama CO2
fixado
C4 250 -350 gr de água/ gr de CO2 fixado
CAM 50 -100 gr água/ CO2 fixado
UMIDADE
Fonte: Pasto com Ciência, 2020.
 O solo e o tipo de adubação
realizado afetam o rendimento
da matéria seca, interferindo
nos teores de proteína bruta,
fósforo, potássio e afetando a
sua digestibilidade e o seu
consumo.
SOLO
 As plantas mais velhas apresentam
baixa concentração de carboidratos
solúveis e baixa digestibilidade porque
aumentam a proporção de caule em
relação às folhas e este efeito é mais
marcante em gramíneas do que em
leguminosas
IDADE
Palatabilidade e perda de qualidade nutricional pelo
armazenamento inadequado
Diversas variáveis podem interferir no consumo de forragens em
quantidades suficientes para atender às suas necessidades do
animal:
 espécie e a categoria animal
 status nutricional
 demanda energética
 idade
 Sexo
 palatabilidade
 comportamento seletivo
PALATABILIDADE é definida como a escolha livre que o
animal faz por um alimento quando oferecido junto a outros em
cochos ou em piquetes divididos.
FATORES:
 cor
 odor
 sabor
 preferências por partes específicas
dos vegetais (folhas em detrimento
de talos, por exemplo).
 SELETIVIDADE é um reflexo das diferenças morfológicas e de
valor nutricional das plantas, e também fatores como taxa de
lotação e a oferta de forragem.
 Quando ocorre a CONSERVAÇÃO DA FORRAGEM, alterações
da palatabilidade também acontecem em função da qualidade
do processamento.
• FENAÇÃO
• ENSILAGEM
• CAPINEIRAS
Permite a oferta de alimento durante o
ano todo, garantindo o atendimento às
exigências dos animais e maior
eficiência de utilização das pastagens,
evitando superpastejo e diminuindo os
riscos de degradação.
 A conservação das forragens
pode reduzir a digestibilidade da
matéria seca de fenos e silagens
em relação às forragens verdes.
O conteúdo de matéria seca influencia na ESTABILIDADE AERÓBICA
das silagens.
É a resistência da massa de forragem à
deterioração após a abertura do silo, ou
seja, a velocidade com que a massa
deteriora após exposta ao ar.
 Essa deterioração está associada
especialmente ao desenvolvimento
de fungos ou leveduras e diminuem
a palatabilidade.
SILAGEM
 A porcentagem de MATÉRIA SECA afeta diretamente a
QUALIDADE DA SILAGEM.
 as perdas são aumentadas, havendo presença de ar
e baixa densidade.
 é comum a presença de efluentes, aumentando
perdas e diminuindo a ingestão
28%
28-35%  há baixas concentrações desses efluentes, facilidade
de compactação e facilidade de corte e picagem.
35-40%  começa a diminuição na estabilidade e dificuldades
para compactação
40%
 Além dos fatores inerentes à própria forragem (sua composição
química, por exemplo), a qualidade da silagem também é
determinada pela tecnologia da ensilagem (O TAMANHO DA
PARTÍCULA UTILIZADA, O GRAU DE COMPACTAÇÃO E A
VEDAÇÃO DO SILO).
 Quando pouco fermentada há queda
na qualidade e diminuição na
ingestão. Por outro lado, a presença
de determinados microrganismos
pode conduzir a altas concentrações
de álcool, ácido acético, ácido
butírico e aminas, o que reduz a
palatabilidade.
Reagentes e processos de análise bromatológica e técnicas
de análise e determinação laboratorial de compostos
orgânicos e inorgânicos
 As análises bromatológicas são importantes na determinação
da QUALIDADE DAS FORRAGENS
 Determinação de MATÉRIA SECA:
 As forragens são colocadas em bandejas previamente pesadas e
taradas e submetidas a uma pré secagem em estufa com
ventilação forçada a aproximadamente 60 a 65 °C, por 72 horas,
até que o material apresente uma consistência quebradiça que
permita a adequada moagem.
(abrange todos os nutrientes presentes
no alimento como: proteína, fibra,
carboidratos não estruturais, lipídeos,
minerais etc.)
Posteriormente, o material é retirado, deixado para esfriar por
aproximadamente uma hora para obtenção da AMOSTRA SECA AO
AR (ASA).
O cálculo da ASA é feito da seguinte forma:
ASA(%) = peso do material após a pré - secagem x 100
peso do material verde
Assim, por exemplo, se foram pesadas 240,45 gramas de forragem
verde e seu peso após a secagem foi de 101,12, a ASA será de
42,05%.
 Posteriormente, a amostra é moída e cerca de três gramas são pesados
em cadinhos de porcelana previamente secos, tarados e esfriados em
dessecador (por 20 a 30 minutos) e colocados em estufa de 100-105 °C
por quatro horas. Após, os cadinhos com a amostra são submetidos
novamente a esfriamento em dessecador.
 Se o cadinho de porcelana vazio pesava 34,5561 gramas, você pesou
3,0231 gramas de amostra e, após a saída da estufa, o cadinho tinha
37,2312 gramas, você terá 2,6751 gramas de amostra SECA DEFINITIVA.
Dessecador: resfria
o material sem
absorção de água
https://www.slideshare.net/stefaniealvarengasantos/aula-pratica-2-determinacao-da-materia-seca-dos
Então, é só aplicar a fórmula:
MATÉRIA SECA DEFINITIVA= (peso da amostra pós estufa x 100)
peso da amostra antes da estufa
Assim, o valor da matéria definitiva seria de 88,49%.
MATÉRIA SECA DA FORRAGEIRA, MS a 65 °C X MS a 105 °C
100
No caso demonstrado, esse valor seria de 37,21%.
PROTEÍNA BRUTA
 É feita pelo método de Kjelhdal em que se determina o teor
de nitrogênio da amostra.
 Ele vem não só das proteínas, mas também de compostos
nitrogenados não proteicos, o que constitui um dos seus
erros metodológicos.
 Como as proteínas têm em média 16% de nitrogênio,
multiplica-se o valor de nitrogênio encontrado na análise
pelo fator de 6,25 (100/16) para a determinação do teor
proteico do alimento.
 Ela é feita em três fases:
 DIGESTÃO da amostra com ácido sulfúrico para geração de
sulfato de amônio,
 DESTILAÇÃO em que a amônia liberada é captada em uma
solução de ácido bórico marcada com um indicador
 TITULAÇÃO com ácido clorídrico ou sulfúrico.
EXTRATO ETÉREO:
 O alimento é banhado por quatro a seis
horas com éter etílico no equipamento de
Soxhlet.
 São usados balões previamente tarados e a
diferença de peso entre eles, pré e pós-
estufa, são usadas para o cálculo da
concentração de extrato etéreo.
MATÉRIA MINERAL:
 a amostra é calcinada no forno mufla, em temperatura de 600 °C,
por um período de quatro horas.
MATÉRIA ORGÂNICA:
% matéria seca - % de matéria mineral
FIBRA BRUTA:
 A amostra desengordurada é submetida inicialmente a uma
digestão ácida com ácido sulfúrico a 1,25%, seguida da digestão
básica com hidróxido de sódio a 1,25%, com duração de 30
minutos cada.
 O resíduo após essas duas digestões é filtrado em cadinho de
vidro poroso e queimado em mufla a 500 °C.
 Dessa forma, só restará a matéria mineral e a diferença entre o
peso do resíduo após digestão básica e o peso do resíduo após a
calcinação é a quantidade de fibra bruta do alimento.
A determinação do EXTRATIVO NÃO NITROGENADO (ENN), que
corresponderia à fração de carboidratos solúveis da dieta, como os
açúcares, o amido e a pectina.
é feita por cálculo:
ENN= 100 – (umidade+proteína bruta+extrato etéreo+matéria mineral).
A FIBRA BRUTA, no entanto, não fornece informações
precisas sobre a fração de carboidratos da dieta.
 Isto porque no resíduo da digestão ácida temos
basicamente celulose e lignina insolúvel.
 Foi por esse motivo que Van Soest
desenvolveu, em 1967, as análises de
fibra detergente neutro (FDN) e de
fibra detergente ácido (FDA) –
importantes na formulação de dietas
para os ruminantes.
 Já a solução detergente ácido
solubiliza, além do conteúdo celular,
a hemicelulose, minerais solúveis e
parte de proteína, , dando origem a
FIBRA EM DETERGENTE ÁCIDO
(FDA), constituída de celulose,
lignina, proteína danificada pelo calor
e minerais.
 O detergente neutro possibilita a separação do conteúdo celular
(fração solúvel), formada por proteínas, carboidratos solúveis e
gorduras da parede celular, da fração insolúvel no detergente
neutro, a qual é chamada de FIBRA EM DETERGENTE NEUTRO
(FDN), constituída de celulose, hemicelulose, lignina, proteína
danificada pelo calor e matéria mineral (cinzas).
Para que as análises bromatológicas sejam eficientes, é
necessário que a amostragem seja bem realizada.
 Amostras parciais devem ser retiradas de diferentes pontos
e misturadas para dar origem às amostras compostas, que
devem ser homogeneizadas, e retiradas subamostras.
 Deve ser sempre observado se há a presença de elementos
contaminantes (insetos, carunchos etc.).
 É importante também estar atento à forma e à quantidade a
ser coletada.
 Para as pastagens sob lotação contínua, linhas devem ser
estabelecidas (presença de cercas, casas etc.) para divisão
da área.
 As amostras devem ser obtidas ao longo dessas linhas e um
mínimo de 10 a 12 por hectare devem ser recolhidas
 Nas lotações intermitentes, a
amostragem é realizada em cada um
dos piquetes - antes e após a retirada
dos animais.
 Para os fenos enfardados, um mínimo de 5% em relação ao
total deve ser retirado, sempre do centro.
 Para fenos a granel, devem ser coletadas amostras de
todos os pontos possíveis.
 Já para as silagens devem ser amostrados diferentes
pontos do silo.
Quanto à quantidade, volumosos úmidos
exigem o mínimo de 3 kg e os secos 1 kg.

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Análise nutricional e bromatológica de forrageiras

  • 1. Valor nutricional e análise bromatológica das principais forrageiras utilizadas em produção animal Profa. Dr Nadia Simarro Fagundes Profa. Msc Marília Parreira Fernandes
  • 2. Características dos alimentos de origem vegetal e alimentos proteicos e energéticos
  • 3. PAREDE CELULAR:  celulose,  hemicelulose e  pectina.  Também podem estar presentes os beta-glucanos e compostos como lignina, tanino e proteínas. Características dos alimentos de origem vegetal e alimentos proteicos e energéticos  pectinas  lipídeos
  • 4. CITOPLASMA (conteúdo celular):  ácidos orgânicos,  amido,  frutosanas,  lipídeos e  proteínas.
  • 5. Manter a adequada concentração de fibra efetiva da dieta, garantida pelo fornecimento desses carboidratos, é essencial na manutenção da saúde dos herbívoros. CARBOIDRATOS da parede celular (CARBOIDRATOS ESTRUTURAIS) NÃO podem ser digeridos pelas enzimas dos mamíferos submetidos à FERMENTAÇÃO MICROBIANA  Geram como produtos os ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA CURTA e são fontes de ENERGIA para a síntese de proteína microbiana. FIBRA EFETIVA
  • 6.
  • 7. CELULOSE: é o mais abundante carboidrato estrutural.  É formado por moléculas de D-glicose, unidas por ligações beta 1-4.  Confere rigidez à planta  DIGERÍVEL PELOS RUMINANTES
  • 8. HEMICELULOSES (polioses) constituído por uma combinação aleatória de monossacarídeos: pentoses, hexoses e ácidos urônicos.  Estabilizar a parede celular  DIGERÍVEL PELOS RUMINANTES
  • 9. PECTINA (FIBRA SOLÚVEL) é um polissacarídeo constituído essencialmente de ácido galacturônico. A posição axial das ligações no carbono faz com que elas não sejam atacadas pela amilase, mas pelas enzimas bacterianas.  Tem como função a ligação das paredes celulares de células adjacentes
  • 10.  em gramíneas que em leguminosas  nas folhas que no caule CARBOIDRATOS ESTRUTURAIS  A LIGNINA pode associar-se aos carboidratos estruturais durante o processo da formação da parede celular, reduzindo a digestibilidade. [ ]
  • 11. a LIGNINA está associada à diminuição da digestibilidade dos nutrientes, sendo que o amadurecimento das plantas promove incremento no conteúdo de lignina e essa apresenta alta ou completa indigestibilidade, conferindo assim o baixo valor nutricional das plantas maduras
  • 12. AMIDO  é o carboidrato de estoque mais importante das plantas.  Gelatinizado e parcialmente solúvel em água quente, é formado por dois tipos de polímeros: amilose e amilopectina CARBOIDRATOS SOLÚVEIS  Representam a parte mais RAPIDAMENTE DIGESTÍVEL dos carboidratos não estruturais (monossacarídeos, dissacarídeos, oligossacarídeos e alguns polissacarídeos) e de estoque das plantas (como o amido).
  • 13.  Na PAREDE CELULAR estão principalmente, celulose, hemicelulose e pectina, além de beta-glucanos e compostos como lignina, tanino e proteínas.  No CITOPLASMA (conteúdo celular) estão ácidos orgânicos, açúcares, amido, frutosanas, lipídeos e proteínas.
  • 14.
  • 15. Os alimentos são divididos em duas categorias: VOLUMOSOS e CONCENTRADOS.
  • 16.  SECOS: como os fenos e palhas,  ÚMIDOS: como as pastagens, as capineiras e as silagens. VOLUMOSOS 60% de NDT  NDT (nutrientes digestíveis totais) que corresponde à soma da % de proteína e fibras brutas, extrativos não nitrogenados (açucares, amido e pectina) e extrato etéreo - multiplicado por 2,25, já que as gorduras fornecem mais energia por unidade - digestíveis) 18% de FB CONCENTRADOS  ENERGÉTICOS (quando têm menos de 20% de proteína bruta) de origem vegetal (milho, arroz, melaço, polpa cítrica) ou animal (sebos e gorduras)  PROTEICOS com mais de 20% de proteína bruta. 60% de NDT 18% de FB (alto teor de energia)
  • 17. Composição química e valor nutricional das principais espécies de forrageiras utilizadas em produção animal Fatores que influenciam na concentração de nutrientes nas plantas:  espécie  tipo de solo  clima  estágio de desenvolvimento  estágio de corte
  • 18.  Leguminosas apresentam maiores concentrações de proteína, cálcio e fósforo do que as gramíneas.  Leguminosas tropicais também apresentam mais lignina e menor conteúdo de parede celular do que as gramíneas tropicais, mas maior conteúdo de parede celular e lignina do que leguminosas temperadas. ESPÉCIE Espécies diferentes mesmo sendo tratadas sob as mesmas condições, as respostas são diferentes.
  • 19. TEMPERATURA: TEMPERATURA DIGESTIBILIDADE  devido à presença de MAIS TECIDO LIGNIFICADO na parede celular.  A alta temperatura também acelera a taxa metabólica e deprecia o pool de metabólitos do conteúdo das células que são rapidamente convertidos em componentes estruturais. CLIMA (temperatura, luminosidade e umidade)
  • 20.  A TEMPERATURA é o principal fator que controla a catálise de enzimas participantes do processo de fotossíntese.  C3 crescimento ótimo em temperaturas até 20ºC, acima disso os estômatos fecham-se e a fotossíntese diminui.  Porém, a planta mantém-se ativa fotossinteticamente até 0ºC apresentando acúmulo de MS. Ex.: Soja, algodão, café, trigo.  C4 crescimento ótimo em temperaturas de 30 a 35ºC, contudo, a fotossíntese diminui muito quando a temperatura mínima fica abaixo de 15ºC e o acúmulo de MS pode até cessar completamente. Ex.: Cana de açúcar, milho, sorgo, tiririca
  • 21.  A TEMPERATURA é o principal fator que controla a catálise de enzimas participantes do processo de fotossíntese.
  • 22.  A TEMPERATURA é o principal fator que controla a catálise de enzimas participantes do processo de fotossíntese.  CAM presente principalmente em zonas áridas e semi-áridas, folhas espessas, baixa razão superfície/volume, baixa taxa de transpiração os estômatos fecham-se durante o dia.  Baixo acúmulo de MS e alta concentração de água.
  • 23.  A TEMPERATURA é o principal fator que controla a catálise de enzimas participantes do processo de fotossíntese.
  • 24. LUMINOSIDADE interfere diretamente na fotossíntese Taxa máxima de acúmulo líquido de forragem ocorre quando o pasto atinge um nível de interceptação de 95% da luz incidente.
  • 25. UMIDADE  A SEVERA RESTRIÇÃO DE ÁGUA interfere negativamente no crescimento e causa a morte da parte aérea do vegetal, diminuindo a sua produção.  Déficit hídrico inicia-se com a redução na expansão celular, as células ficam emurchecidas até atingir as células estomáticas que então, se fecham.  O fechamento dos estômatos reduz a troca gasosa e consequentemente reduz a absorção radicular. Com a redução de absorção de mais água e nutrientes o crescimento é reduzido até que a capacidade mínima hídrica do solo requerida pela planta, restabeleça-se.
  • 26. UMIDADE Planta - Metabolismo Perda de água C3 400 gr a 500 gr de água por grama CO2 fixado C4 250 -350 gr de água/ gr de CO2 fixado CAM 50 -100 gr água/ CO2 fixado
  • 27. UMIDADE Fonte: Pasto com Ciência, 2020.
  • 28.  O solo e o tipo de adubação realizado afetam o rendimento da matéria seca, interferindo nos teores de proteína bruta, fósforo, potássio e afetando a sua digestibilidade e o seu consumo. SOLO
  • 29.  As plantas mais velhas apresentam baixa concentração de carboidratos solúveis e baixa digestibilidade porque aumentam a proporção de caule em relação às folhas e este efeito é mais marcante em gramíneas do que em leguminosas IDADE
  • 30. Palatabilidade e perda de qualidade nutricional pelo armazenamento inadequado Diversas variáveis podem interferir no consumo de forragens em quantidades suficientes para atender às suas necessidades do animal:  espécie e a categoria animal  status nutricional  demanda energética  idade  Sexo  palatabilidade  comportamento seletivo
  • 31. PALATABILIDADE é definida como a escolha livre que o animal faz por um alimento quando oferecido junto a outros em cochos ou em piquetes divididos. FATORES:  cor  odor  sabor  preferências por partes específicas dos vegetais (folhas em detrimento de talos, por exemplo).  SELETIVIDADE é um reflexo das diferenças morfológicas e de valor nutricional das plantas, e também fatores como taxa de lotação e a oferta de forragem.
  • 32.  Quando ocorre a CONSERVAÇÃO DA FORRAGEM, alterações da palatabilidade também acontecem em função da qualidade do processamento. • FENAÇÃO • ENSILAGEM • CAPINEIRAS Permite a oferta de alimento durante o ano todo, garantindo o atendimento às exigências dos animais e maior eficiência de utilização das pastagens, evitando superpastejo e diminuindo os riscos de degradação.  A conservação das forragens pode reduzir a digestibilidade da matéria seca de fenos e silagens em relação às forragens verdes.
  • 33. O conteúdo de matéria seca influencia na ESTABILIDADE AERÓBICA das silagens. É a resistência da massa de forragem à deterioração após a abertura do silo, ou seja, a velocidade com que a massa deteriora após exposta ao ar.  Essa deterioração está associada especialmente ao desenvolvimento de fungos ou leveduras e diminuem a palatabilidade. SILAGEM
  • 34.  A porcentagem de MATÉRIA SECA afeta diretamente a QUALIDADE DA SILAGEM.  as perdas são aumentadas, havendo presença de ar e baixa densidade.  é comum a presença de efluentes, aumentando perdas e diminuindo a ingestão 28% 28-35%  há baixas concentrações desses efluentes, facilidade de compactação e facilidade de corte e picagem. 35-40%  começa a diminuição na estabilidade e dificuldades para compactação 40%
  • 35.  Além dos fatores inerentes à própria forragem (sua composição química, por exemplo), a qualidade da silagem também é determinada pela tecnologia da ensilagem (O TAMANHO DA PARTÍCULA UTILIZADA, O GRAU DE COMPACTAÇÃO E A VEDAÇÃO DO SILO).  Quando pouco fermentada há queda na qualidade e diminuição na ingestão. Por outro lado, a presença de determinados microrganismos pode conduzir a altas concentrações de álcool, ácido acético, ácido butírico e aminas, o que reduz a palatabilidade.
  • 36. Reagentes e processos de análise bromatológica e técnicas de análise e determinação laboratorial de compostos orgânicos e inorgânicos  As análises bromatológicas são importantes na determinação da QUALIDADE DAS FORRAGENS
  • 37.  Determinação de MATÉRIA SECA:  As forragens são colocadas em bandejas previamente pesadas e taradas e submetidas a uma pré secagem em estufa com ventilação forçada a aproximadamente 60 a 65 °C, por 72 horas, até que o material apresente uma consistência quebradiça que permita a adequada moagem. (abrange todos os nutrientes presentes no alimento como: proteína, fibra, carboidratos não estruturais, lipídeos, minerais etc.)
  • 38. Posteriormente, o material é retirado, deixado para esfriar por aproximadamente uma hora para obtenção da AMOSTRA SECA AO AR (ASA). O cálculo da ASA é feito da seguinte forma: ASA(%) = peso do material após a pré - secagem x 100 peso do material verde Assim, por exemplo, se foram pesadas 240,45 gramas de forragem verde e seu peso após a secagem foi de 101,12, a ASA será de 42,05%.
  • 39.  Posteriormente, a amostra é moída e cerca de três gramas são pesados em cadinhos de porcelana previamente secos, tarados e esfriados em dessecador (por 20 a 30 minutos) e colocados em estufa de 100-105 °C por quatro horas. Após, os cadinhos com a amostra são submetidos novamente a esfriamento em dessecador.  Se o cadinho de porcelana vazio pesava 34,5561 gramas, você pesou 3,0231 gramas de amostra e, após a saída da estufa, o cadinho tinha 37,2312 gramas, você terá 2,6751 gramas de amostra SECA DEFINITIVA. Dessecador: resfria o material sem absorção de água https://www.slideshare.net/stefaniealvarengasantos/aula-pratica-2-determinacao-da-materia-seca-dos
  • 40. Então, é só aplicar a fórmula: MATÉRIA SECA DEFINITIVA= (peso da amostra pós estufa x 100) peso da amostra antes da estufa Assim, o valor da matéria definitiva seria de 88,49%. MATÉRIA SECA DA FORRAGEIRA, MS a 65 °C X MS a 105 °C 100 No caso demonstrado, esse valor seria de 37,21%.
  • 41. PROTEÍNA BRUTA  É feita pelo método de Kjelhdal em que se determina o teor de nitrogênio da amostra.  Ele vem não só das proteínas, mas também de compostos nitrogenados não proteicos, o que constitui um dos seus erros metodológicos.  Como as proteínas têm em média 16% de nitrogênio, multiplica-se o valor de nitrogênio encontrado na análise pelo fator de 6,25 (100/16) para a determinação do teor proteico do alimento.
  • 42.  Ela é feita em três fases:  DIGESTÃO da amostra com ácido sulfúrico para geração de sulfato de amônio,  DESTILAÇÃO em que a amônia liberada é captada em uma solução de ácido bórico marcada com um indicador  TITULAÇÃO com ácido clorídrico ou sulfúrico.
  • 43. EXTRATO ETÉREO:  O alimento é banhado por quatro a seis horas com éter etílico no equipamento de Soxhlet.  São usados balões previamente tarados e a diferença de peso entre eles, pré e pós- estufa, são usadas para o cálculo da concentração de extrato etéreo.
  • 44. MATÉRIA MINERAL:  a amostra é calcinada no forno mufla, em temperatura de 600 °C, por um período de quatro horas. MATÉRIA ORGÂNICA: % matéria seca - % de matéria mineral
  • 45. FIBRA BRUTA:  A amostra desengordurada é submetida inicialmente a uma digestão ácida com ácido sulfúrico a 1,25%, seguida da digestão básica com hidróxido de sódio a 1,25%, com duração de 30 minutos cada.  O resíduo após essas duas digestões é filtrado em cadinho de vidro poroso e queimado em mufla a 500 °C.  Dessa forma, só restará a matéria mineral e a diferença entre o peso do resíduo após digestão básica e o peso do resíduo após a calcinação é a quantidade de fibra bruta do alimento.
  • 46. A determinação do EXTRATIVO NÃO NITROGENADO (ENN), que corresponderia à fração de carboidratos solúveis da dieta, como os açúcares, o amido e a pectina. é feita por cálculo: ENN= 100 – (umidade+proteína bruta+extrato etéreo+matéria mineral).
  • 47. A FIBRA BRUTA, no entanto, não fornece informações precisas sobre a fração de carboidratos da dieta.  Isto porque no resíduo da digestão ácida temos basicamente celulose e lignina insolúvel.  Foi por esse motivo que Van Soest desenvolveu, em 1967, as análises de fibra detergente neutro (FDN) e de fibra detergente ácido (FDA) – importantes na formulação de dietas para os ruminantes.
  • 48.  Já a solução detergente ácido solubiliza, além do conteúdo celular, a hemicelulose, minerais solúveis e parte de proteína, , dando origem a FIBRA EM DETERGENTE ÁCIDO (FDA), constituída de celulose, lignina, proteína danificada pelo calor e minerais.  O detergente neutro possibilita a separação do conteúdo celular (fração solúvel), formada por proteínas, carboidratos solúveis e gorduras da parede celular, da fração insolúvel no detergente neutro, a qual é chamada de FIBRA EM DETERGENTE NEUTRO (FDN), constituída de celulose, hemicelulose, lignina, proteína danificada pelo calor e matéria mineral (cinzas).
  • 49. Para que as análises bromatológicas sejam eficientes, é necessário que a amostragem seja bem realizada.  Amostras parciais devem ser retiradas de diferentes pontos e misturadas para dar origem às amostras compostas, que devem ser homogeneizadas, e retiradas subamostras.  Deve ser sempre observado se há a presença de elementos contaminantes (insetos, carunchos etc.).
  • 50.  É importante também estar atento à forma e à quantidade a ser coletada.  Para as pastagens sob lotação contínua, linhas devem ser estabelecidas (presença de cercas, casas etc.) para divisão da área.  As amostras devem ser obtidas ao longo dessas linhas e um mínimo de 10 a 12 por hectare devem ser recolhidas  Nas lotações intermitentes, a amostragem é realizada em cada um dos piquetes - antes e após a retirada dos animais.
  • 51.  Para os fenos enfardados, um mínimo de 5% em relação ao total deve ser retirado, sempre do centro.  Para fenos a granel, devem ser coletadas amostras de todos os pontos possíveis.  Já para as silagens devem ser amostrados diferentes pontos do silo. Quanto à quantidade, volumosos úmidos exigem o mínimo de 3 kg e os secos 1 kg.