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Novo presidente manda privatizar
“tudo que for possível”. Setor pú-
blico do país já reage e FENTECT
apresenta repúdio.
P
rivatização de “tudo o que
for possível”, essa é nova
lei do governo interino de
Michel Temer. Conforme anun-
ciado pela imprensa, ações serão
baseadas na concessão e privati-
zação da infraestrutura do Brasil.
Essa abertura de capital pode
colocar em risco a qualidade dos
serviços e o emprego de milhões
de trabalhadores (as) dos Cor-
reios e outras empresas públicas,
como a Infraero, Caixa Seguros e
o IRB Brasil, ainda a Casa da Mo-
eda e empresas do setor elétrico.
O prejuízo pode ir além. O argu-
mento é fazer caixa e incremen-
tar o ajuste fiscal. A FENTECT e
toda a categoria de empregados
em empresas públicas, federais
e estaduais, repudiam essa pri-
vatização que será implantada
em diversos setores, daqui para
frente.
Perigo à sociedade
Entre os grandes prejudicados
da privatização, no caso dos Cor-
reios, estão os clientes da empre-
sa, única a alcançar aos locais
mais longínquos do Brasil. Para
ficar ainda mais claro, vale ob-
servar que um acionista, futu-
ro investidor dos Correios, terá
como objetivo apenas o lucro,
sem nunca querer perder. A ECT,
atualmente, leva serviço a quem
FENTECTInforme da Campanha Salarial e contra a privatização Brasília-DF, agosto de 2016
precisa, já com a privatização, pas-
sa o segmento de grande lucrativi-
dade para o Brasil para a iniciativa
privada, que visa unicamente as
próprias necessidades.
Com isso, perdem também os (as)
trabalhadores (as) com os riscos de
cortes de benefícios e demissões,
mais sofrimento com a sobrecarga
de trabalho e o fechamento de vá-
rias unidades, porque não haverá
interesses em manter os Correios
em áreas que não dão lucro.
Parcerias privadas não
são descartadas pelo
novo presidente da ECT
O repasse de serviços para inicia-
tiva privada – caso das agências
franqueadas - pode colocar em ris-
co o emprego e a manutenção de
serviços de relevância nas peque-
nas cidades do país. Os Correios
são os únicos a realizar serviços
postais e bancários em mais de 5
mil municípios brasileiros.
Com o slogan da modernização, a
empresa começa um processo de
reestruturação que ameaça a ma-
nutenção dos Correios em todos
os estados. A redução de áreas ad-
ministrativas já está em curso em
diversas regionais, em especial no
Norte do Brasil.
Caráter social
É preciso lutar para que a esta-
tal permaneça com caráter 100%
público. Para isso, são necessá-
rias contratações, para fortalecer
a mão de obra e a qualidade do
atendimento da ECT. Mais uma
entre tantas bandeiras de luta dos
(das) trabalhadores (as). Sabe-se
que, com os investimentos de-
mandados, a ECT será sempre a
maior empresa brasileira a contri-
buir com o lucro do país e a prestar
serviços de qualidade.
Ameaça histórica
Entre os anos de 1990 e 2002, mais
de 160 empresas brasileiras foram
privatizadas, com mais de 500 mil
postos de trabalho extintos. A Vale
do Rio Doce, Light, Embratel e di-
versas empresas de telecomunica-
ções, por exemplo, foram vendidas
a preços “de banana”, com finan-
ciamento público a longo prazo.
E a justificativa, na época, era se-
melhante: a atração de capital es-
trangeiro para aumentar a produ-
tividade e por melhores serviços,
além do abatimento da dívida.
O recado da privatização de 2016
foi ainda reforçado pelos ministros
de Temer, com discursos como
“qualquer amarra que distancie a
participação da iniciativa privada
será combatida”.
A FENTECT, como representante
legítima, já mobiliza os sindicatos
filiados contra o duro ataque ao
patrimônio brasileiro e em defesa
dos nossos direitos adquiridos ao
longo de todos os anos.
Correios na mira da privatização
R
BRASIL
CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES
C
om o discurso voltado ao
mercado e às novas relações
de negócios para a ECT, a
reestruturação dos Correios su-
postamente deveria privilegiar o
envolvimento com o cliente e am-
pliar a atuação da empresa, para
que a instituição seja ponto de
atendimento de ações do governo
federal. Dentre as mudanças está
a reorganização das unidades de
negócios: a Postal, Encomendas,
Rede e Varejo e Logística, além das
unidades estratégicas-meio, como
as de Finanças e Controle, Gestão
de Pessoas, Corporativa e de Ser-
viços.
Na prática a estrutura lançada
pela ECT traz uma reorganização
das diretorias regionais, retira ain-
da mais a autonomia das direto-
rias e centraliza nas denominadas
macrorregiões e também nas vice
-presidências. Com a reestrutura-
ção, muitas funções foram extin-
tas e recriadas na Administração
Central, em Brasília. Fica claro que,
dessa maneira, não há qualquer
tipo de economia, tendo em vista
que as vagas são direcionadas para
outros setores da empresa, com sa-
lários maiores. Além disso, o pro-
cesso dá corpo à CORREIOS PAR
-subsidiária dos Correios -, que
apresenta foco em contratações
temporárias e amplia as perspec-
tivas de terceirização na empresa.
Estados pedem socorro
Enquanto a ECT despende mais de
R$ 300 milhões com patrocínios à
Olimpíada, falta verba para manu-
tenção de motocicletas e bicicle-
tas. A problemática está em todos
os cantos do Brasil. As críticas são
parecidas – em alguns casos, as
mesmas – com trabalhadores (as)
adoecendo, sendo transferidos
para longe de suas residências e
famílias, até mais de 100 km, sem
recursos para aposentadoria ou so-
frendo com a violência diária das
cidades. As mulheres pedem mais
espaços e respeito às condições de
vida. Muitas mães precisam ficar
longe dos filhos durante longas jor-
nadas de trabalho, ou até mesmo
durante a semana inteira, pois não
conseguem transporte para voltar
para casa.
Suspensão da Reestruturação
Guilherme Campos tomou posse
no dia 17 de junho, mas sob pro-
testos e vozes de indignação de
cada um dos sindicatos da cate-
goria espalhados pelo Brasil. Du-
rante o evento, realizado das 9 às
17 horas, cada representante de
cada estado teve direito à palavra,
mas, antes da cerimônia, fizeram
ato público para chamar a aten-
ção dos gestores e da sociedade.
Após ouvir todos os levantamen-
tos e opiniões dos trabalhadores
(as), o presidente da ECT falou
Reestruturação é disfarce
para privatização
Comoargumentodemodernizar
aECT,areestruturaçãopromovida
naempresapenalizaapenasos(as)
trabalhadores(as)dabase,coma
retiradadedireitoseaentregados
serviçosàiniciativaprivada
sobre a indicação que o levou ao
cargo à frente da empresa e disse
se orgulhar da trajetória política.
Guilherme Campos contou que
foi chamado a “resgatar os Cor-
reios”. Sobre a suspensão da re-
estruturação por 20 dias - decla-
rada em reunião na Câmara dos
Deputados, com parlamentares
e representantes dos (das) tra-
balhadores (as), na quinta-fei-
ra (16) - justificou dizendo não
estar convencido da viabilidade
das mudanças, tendo em vista as
inúmeras críticas das lideranças
sindicais.
A FENTECT, então, anunciou
várias ações para serem desen-
volvidas a fim de paralisar a re-
estruturação. O debate deve ser
contínuo com as representações
dos (das) trabalhadores (as) legi-
timamente eleitas. “É preciso ga-
rantir o direito à participação e à
palavra nas tomadas de decisões
da ECT, que não deve se posicio-
nar unilateralmente, já que há
mais de 120 mil trabalhadores na
empresa”, disse José Rivaldo, se-
cretário-geral da federação.
Oresultadodareestrutura-
çãoéfechamentodeagên-
cias,extinçãodefunções
eareduçãodonúmerode
empregadosedaqualidade
dosserviçosdosCorreios,
alémdaterceirizaçãoda
mão-de-obra.
Trabalhadores(as)
denunciamromboe
requeremauditoria
dascontasdaempresa
O acordo começa pelos trabalhadores:
é tempo de unidade
ECT afirma falta de verba para arcar com compromissos e penaliza os
empregados pela má administração dos gestores
A
privatização da ECT, pelo
novo governo, se baseia ain-
da na alegação de que há
um rombo nas contas da empresa.
Por isso, os Correios recorreram ao
Tesouro Nacional para pedir R$ 6
bilhões e R$ 750 milhões ao Banco
do Brasil, para honrar com os pró-
prios compromissos. A situação
aterroriza os trabalhadores (as).
Enquanto a empresa alega déficit
bilionário nas contas, a categoria
não aceita o posicionamento da
empresa, que promove o derrame
de dinheiro em diversos patrocí-
nios e gastos exorbitantes em al-
guns setores da ECT.
Em contrapartida, o Conselho de
Administração aprovou a retoma-
da de salário da alta cúpula da em-
presa - indicados políticos. O fatu-
ramento cresce, mas despesas mal
administradas são um entreve ao
crescimento dos Correios.
Criseparaquem?
Paraacategoria,
nãoháconsenso
sobreasdificuldades
anunciadaspela
empresa,mashá,sim,
despesasexcessivas.
O lucro dos Correios tem cresci-
do, enquanto que a quantidade de
trabalhadores (as) tem diminuído.
Em 2016, o número de emprega-
dos se igualou ao patamar de 2012.
Porém, a produtividade de cada
empregado subiu, em média, cada
O
s próximos dias, para os trabalhadores (as) dos Cor-
reios e outras categorias da área pública e de estatais
do Brasil, não serão fáceis. Travaremos uma luta não
apenas contra a desvalorização da ECT, mas contra propostas
do governo interino do País, que colocam em xeque o nosso
papel na sociedade e a importância da prestação dos servi-
ços públicos a todas as comunidades espalhadas em diversos
municípios brasileiros.
E são esses municípios que vão perder com a privatização dos
Correios. Nossa empresa tem sido agredida por quem a deve-
ria proteger. O presidente Guilherme Campos, mesmo antes
de sua posse, demonstrava uma necessidade em resolver os
problemas dos Correios sem levar em conta quem realmente
mantém a empresa produzindo riquezas nesses mais de 300
anos. No anúncio de reestruturação já era possível conhecer
os principais prejudicados com as “novidades”: o povo e os
trabalhadores. O fechamento de agências é apenas o começo.
O discurso que acusa os empregados da ECT pelos problemas
que, na verdade, são da má gestão, demonstra total desinte-
resse e desconhecimento do novo presidente dos Correios.
Precisamos nos unir para que eles tenham noção da nossa
força. Este é o momento.
No Conrep, ficou claro o desejo pela unidade. Então, coloca-
remos em prática para que as conquistas sejam alcançadas e
que o ano de Olimpíadas seja atípico não apenas pelo evento,
mas pela conscientização de todos.
Precisamos correr atrás daqueles direitos que a gestão da ECT
tem retirado. Não é nossa culpa. Não vamos aceitar pagar
pela crise instalada nos Correios. Ecetistas, bancários e pe-
troleiros, além de todos que queiram se juntar a nós, podem
reconstruir e prezar pelo patrimônio nacional. É a hora de
deixarmos de lado qualquer desavença interna para pensar-
mos o futuro. Vamos construir, neste semestre, campanhas
salariais dignas do que realmente somos: batalhadores do dia
a dia!
Em defesa do patrimônio nacional e por nenhum direito a
menos!
EDITORIAL
um produziu o equivalente a R$
148.687,74.
De acordo com estudo da H&J
Consultores Independentes, auto-
rizado pela FENTECT, a ECT con-
tava com reserva técnica de R$ 6
bilhões, em 2012. No ano passado,
o valor era inferior, R$ 1 bilhão. O
estudo indica que o erro da ECT
está nos gastos exorbitantes com
patrocínios – entre R$ 1 milhão a
R$ 300 milhões – para projetos e
contratações diretas de empresas,
sem licitação, para consultorias,
entre outros.
Hálisson Tenório, que faz parte da
diretoria da FENTECT e consultor
ressalta que “a empresa que alega
estar deficitária não tem neces-
sidade de gastar com tudo isso.”
Para a categoria, trata-se de es-
tratégias para privatizar ou abrir
o capital dos Correios, para ven-
da de ações, conforme anunciado
pelo governo interino de Michel
Temer.
Sindicatos e a federação não têm
dúvidas de que os problemas da
má gestão e de receita da empresa
estão sucateando a estatal, agra-
vados pela falta de concursos pú-
blicos - a quantidade de trabalha-
dores (as) é defasada e não supre
as expectativas da categoria e da
população.
Para o Acordo Coletivo de Traba-
lho deste ano é preciso lutar con-
tra a desinformação da ECT, que
esconde dos funcionários o fatu-
ramento produzido pelos mes-
mos, sob condições quase análo-
gas à escravidão. As propostas da
ECT ameaçam arrocho salarial – o
presidente Guilherme Campos
sugeriu 0% de reajuste -, retirada
de direitos, como férias e vale-pe-
ru, entre outros, mensalidades no
plano de saúde, além dos proble-
mas já corriqueiros.
As vantagens como estatal
• Redução de custos aos clientes
• Regularidade de entrega
• Cobertura nacional
• Segurança na distribuição de correspondências
Mas o caráter social parece estar com os dias contados, o que significa:
• Ausência em centenas de municípios, onde, na maioria, essa é a única ins-
tituição a alcançar com a prestação de serviços bancários ou postais
• Aumento das tarifas dos serviços
• Diminuição de áreas cobertas pelo serviço de distribuição
• Falta de segurança no sigilo de informações de caráter pessoal
• Colocar em risco o emprego de milhares de trabalhadores (as)
• Promover a extinção de concursos públicos
• 2 mil agências próprias fechadas
Porquesomos
contraaprivatização?
Os Correios, grande empresa com o histórico de mais de 350 anos, tem exercido o papel social, pelo qual está presente em 5.565 muni-
cípios brasileiros. Ser uma empresa pública, que não visa apenas o lucro, garante o serviço nos cantos mais longínquos do país.
Por que a queda da qualidade?
• Falta de condições de trabalho e segurança;
• Insuficiente número de empregados (as) para arcar com as atividades faz
com que a população acredite em uma má vontade por parte dos traba-
lhadores (as).
• Sucateamento promovido nos Correios por envolvimentos de interesses
políticos e pela má administração
• Crise financeira na empresa, com a qual, inclusive, os trabalhadores (as) e
as representações sindicais não concordam, trata-se de mais uma mano-
bra para entregar a empresa à iniciativa privada e deixar para os clientes o
pagamento pela responsabilidade.
Em todo o Brasil, as principais bandeiras dos trabalhadores (as) são:
• Contra a Privatização
• Pelos Correios 100% Público e de Qualidade
• Por Nenhum Direito a Menos
• Melhores Condições de Trabalho e pela Valorização dos Empregados (as)
• Por mais concursos públicos
• Pela Auditoria nas Contas da Empresa
Campanhasalarial2016teminício
comasmobilizaçõesdo33ºConrep
Estão lançadas as demandas eco-
nômicas e as datas do Calendário
de Lutas. As Olimpíadas não serão
esquecidas pela categoria
D
urante o 33º Conselho de
Representantes da FEN-
TECT (Conrep), realizado
entre os dias 6 e 9 de julho, em Lu-
ziânia (GO), os (as) trabalhadores
(as) dos Correios tomaram uma
decisão que pode mudar os rumos
da campanha salarial 2016: unir as
forças dos 36 sindicatos ecetistas
do País e demais categorias do ser-
viço público e de estatais.
Acordo Coletivo
O comando de negociação terá
como missão entrar em um acordo
com a ECT para obter como direi-
tos 15% de reajuste salarial, R$ 300
linear, R$ 400 de vale-cesta e R$ 45
de ticket-alimentação - valores de-
cididos no 33º Conrep.
Já na semana seguinte ao conse-
lho, o Calendário de Lutas da cam-
panha salarial 2016 teve início no
dia 11 de julho, com a sistematiza-
ção da pauta de reivindicações. A
entrega da pauta à ECT está marca-
da para o dia 26 de julho, com ato
público em frente ao edifício sede
da empresa, em Brasília. Com isso,
a data base inicia em 1 de agosto,
Dia Nacional de Luta em Defesa
dos Correios.
Olimpíadas
Para o primeiro dia do evento in-
ternacional no Brasil, os ecetistas
optaram por um ato público nacio-
nal no Rio de Janeiro, no dia 5 de
agosto, com manifestações nos ou-
tros estados do país. A data não po-
deria passar em branco para os (as)
trabalhadores (as), embora a greve
geral unificada tenha sido oficiali-
zada para o dia 14 de setembro.
É lutar ou lutar
Na mesma semana do 33º Con-
rep, mais um ataque foi desferido
à categoria. O novo presidente dos
Correios, Guilherme Campos cul-
pou os ecetistas pelo absenteísmo
na empresa. Esse índice, entretan-
to, é causado pela sobrecarga de
trabalho, baixo número de profis-
sionais contratados para atuar nas
bases, incontáveis horas-extras e
falta de condições de salubridade
na empresa.
A privatização - que dá os primei-
ros passos com a reestruturação da
empresa e, consequentemente, o
fechamento das agências - é uma
ameaça aos empregos e benefícios
dos (as) trabalhadores (as).
15% (inflação + aumento real
R$ 300 linear
R$ 400 vale-cesta
R$ 45 no ticket
POSTALIS
Horas-extras
POSTAL SAÚDE
PLR
DESVALORIZAÇÃO
DDA
OAI
Índices econômicos
aprovados no 33º CONREP
11/07 - Sistematização da Pauta de Reivindicações;
Até 19/07 - Envio do Jornal da FENTECT com a pauta aos sindica-
tos;
18/07a22/07 - Primeira semana de mobilização nas bases: panfle-
tagens, reuniões nos setores, carros de som etc;
20/07 a 22/07 - ASSEMBLEIAS para referendo da pauta, escolha do
representante para integrar o Comando Nacional de Negociações
e votação do estado de greve;
25/07 - Instalação do Comando Nacional de Negociações, em Bra-
sília-DF;
26/07 - Entrega da Pauta de Reivindicações à ECT, com ato público
em frente ao edifício sede dos Correios, em Brasília;
30/07 e 31/07 - Primeiro final de semana de agitação, com carros
de som nos bairros populares, denunciando a privatização dos
Correios;
1/08 - Dia Nacional de Luta em Defesa dos Correios;
04/08 - Lançamento de Comitê Permanente Contra a Privatização
dos Correios, com participação dos bancários, petroleiros e de-
mais categorias em luta. Local: ABI-RJ (a confirmar);
05/08 - Ato Público Nacional no Rio de Janeiro, com manifestações
nos estados e regiões, e caravanas ao Rio. (Definir o local: Copaca-
bana, Candelária, Maracanã, Parque Olímpico, etc.)
06/08 e 07/08 - Segundo final de semana de agitação, com carros
de som nos bairros populares, denunciando a privatização dos
Correios. (Repetir em todos os finais de semana)
08/08 - Início das negociações com a ECT;
08/08 a 12/08 - Semana de agitação nas bases;
17/08 - ASSEMBLEIAS de planejamento e avaliação das negocia-
ções;
06/09 - ASSEMBLEIA para avaliação das negociações da Campa-
nha Salarial;
07/09 - Participação no Grito dos Excluídos, com Carta Aberta à
População;
13/09 - Data limite para as negociações com a ECT;
08/09 à 14/09 - Agitação nas bases,
14/09 - ASSEMBLEIA para deflagração da greve nacional, por tem-
po indeterminado, a partir das 22 horas. (Esta data poderá ser re-
adequada de acordo com as negociações com os bancários e pe-
troleiros).
Calendário campanha salarial 2016 contra a privatização dos correios:
AtendentessãopeçasfundamentaisaoACT
2016econtraodesmontedosCorreios
É preciso lutar e chegou a hora
para todos se unirem, como
iguais, trabalhadores (as) na
mesma empresa
T
endo em vista as necessida-
des dos atendentes, como
maior segurança nas agên-
cias, fim das metas abusivas, o al-
cance da jornada de trabalho de
6h, aperfeiçoamento do Sistema
de Automação da Rede de Atendi-
mento (SARA), entre outros, pri-
vatizar não é, de longe, a solução
mais eficaz para os problemas cor-
riqueiros na ECT. Essa é mais uma
estratégia de desmonte, disfarçada
de desenvolvimento.
Diante do cenário de luta contra a
privatização dos Correios, a união
dos atendentes aos demais setores
da empresa também é fundamen-
tal. Cada um com suas demandas
precisa fortalecer a luta por uma
campanha salarial digna e pela
manutenção da ECT como verda-
deiro patrimônio nacional.
No momento em que a palavra de
ordem é unificação da categoria, a
FENTECT convida essa parte dos
(as) trabalhadores (as) para en-
camparem a luta. O (a) atendente
comercial tem muita importância
para o movimento. São eles (as)
que captam toda a arrecadação da
empresa, fazem linha de frente e
têm o poder de promover paralisa-
ção geral. Ou seja, se o atendente
não recepciona a mercadoria du-
rante uma greve, tanto OTT quanto
o carteiro não terão como realizar
suas atividades.
Os (as) atendentes não podem se
calar, têm que demonstrar toda
indignação e revolta contra essas
situações, cobrar dos Correios me-
lhorias e, principalmente, o respei-
to, pois, se falharem, todo o pro-
cesso também terá falhas. São eles
(as) que recepcionam os clientes e
recebem as mercadorias, para que
os colegas OTTs e carteiros prossi-
gam com o trabalho.
Digam não à pressão psicológica, à
lentidão do sistema, às longas filas
de espera, à insegurança das agên-
cias e às doenças, como lesão por
esforço repetitivo, lesões na colu-
na, depressão e estresse, em geral.
Vamos à luta pela manutenção dos
direitos de cada trabalhador (a),
bem como as possibilidades ad-
quiridas ao longo dos anos. Os (as)
atendentes precisam ser ouvidos
(as) e ouvirem ao chamado para a
Campanha Salarial 2016.
A reconstrução de uma empresa
com mais de 300 anos será possível
somente a várias mãos. Carteiros,
OTTs, atendentes e administrativos,
juntos por nenhum direito a menos.
FENTECTREPUDIAposturado
novopresidentedosCorreios
O
novo presidente dos Cor-
reios, Guilherme Cam-
pos, nomeado pelo mi-
nistro das Comunicações, do
governo interino, Gilberto Kas-
sab, demonstrou total desco-
nhecimento das causas dos tra-
balhadores (as) dos Correios e,
ainda pior, da própria empresa,
ao declarar, infortunadamente,
a responsabilidade pela crise na
ECT aos próprios empregados.
Talvez por puro desconheci-
mento, como leigo e mal asses-
sorado, o presidente não esteja
ciente de que as maiores dificul-
dades enfrentadas, hoje, pelos
ecetistas, advém da péssima ad-
ministração dos Correios.
Guilherme Campos atribui os
altos índices de absenteísmo à
irresponsabilidade dos traba-
lhadores (as). Enquanto isso,
admite que os Correios adoe-
cem os mesmos. Esse número
considerado elevado tende a
aumentar, mas por omissão da
empresa, que se recusa a abrir
novos concursos - o último foi
em 2011 -, mantém o ritmo de
trabalho mesmo confirmada a
necessidade de 20 mil profissio-
nais para suprir as demandas e
ainda ataca constantemente di-
reitos e benefícios da classe.
O novo presidente, ao culpar os
(as) trabalhadores (as), esquece
que é a mesma empresa que ele
gere, que não preza pela valori-
zação e o crescimento do fun-
cionário. Também, por isso, os
ecetistas passam tantos anos na
mesma função, o que faz com
que muitos adoeçam e, com um
plano de saúde ainda mais pre-
cário e sem atendimentos, não
fica difícil encontrar os verda-
deiros culpados. A ECT continua
quebrando acordos coletivos,
enquanto isso.
A quantidade de aposentados
trabalhando na empresa é ou-
tro ponto que parece incomodar
Guilherme Campos. No entanto,
aposentar pelos Correios, atual-
mente, é um risco. Há uma ilu-
são de que os (as) trabalhadores
(as) da ECT ganham bons salá-
rios, o que é refutado tendo em
vista o quantitativo de emprega-
dos que seguem em atividade.
Esse ciclo poderia ser fechado se
a empresa investisse no futuro
dos ecetistas e olhasse para as
necessidades de toda a catego-
ria, novamente, com mais aber-
tura.
De acordo com o presidente
dos Correios, é impossível rea-
lizar concursos, porém, o obje-
tivo é justamente cortar cargos
e aumentar a produtividade. A
FENTECT repudia o trabalho
escravo. Enquanto alega falta de
dinheiro, o corte de gastos será
na carne do (a) trabalhador (a),
já que a ECT retomou os altos
salários da cúpula da empresa.
Além disso, a ECT segue reali-
zando obras milionárias, altos
gastos com patrocínios e con-
tratações diretas (sem necessi-
O Informativo da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Serviços Postais - FENTECT SDS, Ed. Venâncio V,
Bloco R Loja 60 // 70393-900 // (61) 3323 8810 // Site: www.fentect.org.br // E-mail: fentect@fentect.org.br
Informativo de responsabilidade da Diretoria Colegiada da FENTECT: Secretaria Geral: José Rivaldo da Silva // Secretaria de Imprensa: Suzy Cristiny da Costa Secretaria de Finanças: Geraldo Francisco Rodrigues //
Imagens: Roberto Rodrigues Reportagem: Gracielly Lemos //Edição: Nathália Borgo 9427 DRT/DF // Diagramação: Marcos Fillipe
dade de licitação), bem como
indicações/criações de funções
com altos salários. Ainda inves-
te na compra de maquinários
de milhões de reais; discute pela
transformação do banco pos-
tal de correspondente bancário
para, de fato, instituição finan-
ceira; realiza projetos para aqui-
sição de frotas próprias de avi-
ões; fecha novos serviços, como
o telefônico; instala escritórios
internacionais nos Estados Uni-
dos e na Ásia, entre outras ações.
Ou seja, a suposta crise financei-
ra existe apenas para os funcio-
nários e a sociedade, visando à
privatização dos Correios.
EXPEDIENTE
Para sanar dúvidas e prestar contas aos (s) trabalhadores (as), a assesso-
ria jurídica da FENTECT levantou questões relativas às ações que têm sido
ajuizadas pela federação, durante o 33º Conrep. O representante do DIEESE
também participou e levou esclarecimentos sobre a economia do País e as
principais negociações coletivas de 2015. Dados importantes, que podem in-
fluenciar nesta campanha salarial dos empregados dos Correios.
AADC
Luciana Martins, advogada do escritório Roberto, Mauro & Advogados, ex-
planou a respeito do pagamento do Adicional de Atividade de Distribuição e/
ou Coleta Externa (AADC) e o abono pecuniário de férias. “Desde novembro
de 2014, tem sido descontado o AADC em razão do adicional de periculo-
sidade, já que ambos correspondem a 30% do salário”, relembrou. Luciana
informou que está marcada uma próxima audiência inaugural para o dia 24
de agosto deste ano. A advogada destacou que o único fundamento utilizado
pela empresa, até hoje, foi de cunho econômico, sem levar em consideração
a natureza dos benefícios.
Abono Pecuniário
Estabelecido pelo Manual de Pessoal da ECT (Manpes) e previsto no ACT -
Cláusula 59 -, ao (à) trabalhador (a) é concedido o direito de venda de 10
dias das férias. Acrescido a esse valor, a empresa deve pagar mais 70%. No
entanto, em maio, a ECT publicou memorando afirmando que a partir do
mês de junho não realizaria mais o pagamento desse adicional ao valor dos
dias vendidos.
De acordo, ainda, com a Súmula 51 do Tribunal Superior do Trabalho, quan-
do o empregador dispuser de algum benefício aos empregados, passa, então,
a ter caráter de lei vigente entre as partes e o mesmo não pode promover
alterações de maneira unilateral. “A simples revogação fere a súmula e traz
grandes prejuízos aos trabalhadores”, ressaltou a advogada. Luciana anun-
ciou nova audiência sobre o abono pecuniário no dia 25 de julho.
Postalis - Plano BD
Sobre as diferenças no fundo de pensão, o advogado Leandro Madureira,
também da assessoria jurídica da federação, esclareceu: “a entidade Postalis
possui dois planos. No de benefício saldado, fechado a novas adesões, haverá
um percentual referente a um benefício que se pretende alcançar quando da
aposentadoria”. Conforme o advogado, nesse caso, a coletividade participa
tanto do sucesso quanto do insucesso do plano. “Não há nada que possa ser
refeito, pois é como foi instituído desde o início. Não há como a pessoa não
ser responsabilizada”, destacou.
Já no Plano de Contribuição, O POSTALPREV, é necessário contribuir para
alcançar o almejado. “Quando o trabalhador aposentar, a entidade fará um
cálculo para descobrir o quanto a pessoa vai receber por mês”, explicou.
Sucessivos resultados deficitários no plano BD resultaram no equacionamen-
to do déficit, de acordo com o advogado. Em abril deste ano foi finalizado o
relatório da CPI dos Fundos de Pensão, que confirma o acordo firmado entre
o Postalis e o Banco BNY Mellon. O fundo terceirizou a atividade passando
a gestão da carteira de investimentos à instituição financeira, que adminis-
trou, ainda, os recursos internos.“Colocaram o dinheiro na compra de títulos
de procedências duvidosas. Antes, era investido na União, boa pagadora, e
então passaram a títulos da Argentina e Venezuela”, contou Leandro.
Como resolver
Segundo o advogado, a solução do problema é exclusivamente judicial. “Mas
o ajuizamento de ações maciças deve ser pensado, pois tudo é provisionado
como perda e pode ser retirado do trabalhador futuramente. A briga pode
exigir o aumento de contribuições”, avisou o advogado.
A ação judicial da FENTECT defende que o plano de equacionamento não
seja aplicado no exercício em que foi aprovado - abril de 2016. Também, que
a dívida da ECT com o Postalis não seja contabilizada no equacionamento. A
má gestão do fundo corresponde a 60% do déficit, reconhecida na CPI.
Ainda conforme a assessoria jurídica, o pedido de liminar do processo da
FENTECT não foi apreciado porque o juiz declinou a competência para o
juízo da terceira vara cível.“Lá existe processo com liminar deferida, ajuizada
em maio, quando foram suspensas contribuições extraordinárias. Ele, então,
preferiu concentrar nas mãos de um único jurista que já havia se pronun-
ciado a respeito. Pelo menos agora dá para prever o posicionamento”, disse.
Devolução dos descontos
Questionado, o advogado Leandro Madureira explicou que não há como ser
devolvido o que foi utilizado para o equacionamento. Quanto ao desliga-
mento do fundo, ele alega que a análise é individual e deve ser feita com base
no patrimônio jurídico do (a) trabalhador (a). “Educação previdenciária é o
melhor para tudo. Se deixar o dinheiro na mão de outra pessoa sem saber o
que está sendo feito, não há porque reclamar depois”, sugeriu.
DIEESE
O diretor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeco-
nômicos (DIEESE), Max Leno, sobre a crise, apontou a situação do Produto
Interno Bruto brasileiro. “No ano de 2015, o Brasil teve uma queda superior a
3% no PIB, retração econômica”, enfatizou. Além disso, enquanto o Brasil re-
trai, a economia média do mundo vem crescendo 2,9% ao ano, segundo Max.
O DIEESE ainda indica que, no ano passado, a taxa inflacionária chegou a fe-
char em 11,5% e os setores de habitação, bebidas e alimentação foram os que
mais pressionaram a inflação. “Muitos pensam que quando chega na data
base a inflação está segurada, mas isso não existe mais na economia brasilei-
ra”, alertou o diretor.
Por fim, foi apresentado um panorama das negociações do âmbito das em-
presas estatais, no ano de 2015. Segundo estatísticas, algumas apresentaram
dados inferiores ao mesmo período de outros anos. A única negociação que
trouxe de fato um ganho real foi a do Banco do Brasil, de 0,43%.
Pé atrás
“Para a ECT, tudo é justificado pela crise econômica. O primeiro que sofre
é o trabalhador, nos direitos conquistados”, declarou a advogada Luciana
Martins. A assessora comunicou que as ações já foram ajuizadas e o trabalho
será realizado nas audiências, para conseguir, mediante conversa com o juiz
e após a defesa, as liminares e restabelecer os pagamentos. “Será necessária a
união de vocês, não somente por meio das ações, mas a mobilização nas pró-
ximas negociações coletivas, que serão mais difíceis, quando a empresa vai
querer retirar tudo e essas questões servirão de moeda de troca”, acautelou.
AçõesajuizadaspelaFENTECTprosseguem
pelorestabelecimentodedireitos
Os encaminhamentos das demandas foram apresentados pela assesso-
ria jurídica da federação, no 33º Conrep
SindicatosdosCorreiosdetodooPaísreúnemforças
Aumentamosataquesàscentraiseaos
sindicatos,incentivadospelospatrões
Decisão foi pela luta unificada
na campanha salarial e contra
o processo de reestruturação e
privatização da empresa
A categoria precisa se unir aos demais trabalhadores (as) do
País para garantir direitos e empregos
J
á dizia o ditado: “a união faz a
força”. E, agora, chegou o mo-
mento ideal para que todas as
categorias de trabalhadores (as)
dos setores público e estatal do
Brasil reúnam interesses, deman-
das e necessidades, para mostrar
ao governo interino de Michel Te-
mer que todos estão juntos “por
nenhum direito a menos”. O 33º
Conselho de Representantes da
FENTECT (Conrep) foi o pontapé
inicial não apenas para a campa-
Q
uando o (a) trabalhador (a)
está acuado e não consegue
solução para determinados
problemas, ele tem onde recorrer.
A ajuda vem de seus representan-
tes, democraticamente eleitos em
congressos. Com voz perante a lei,
devidamente credenciados, capa-
zes de realizar denúncias junto à
Delegacia Regional do Trabalho, à
Procuradoria do Trabalho, Justiça
do Trabalho, ou outro órgão onde
nha salarial, mas para o processo
que integrará ecetistas, petroleiros
e bancários, além das demais clas-
ses que tenham a data base marca-
da para o segundo semestre.
A reunião dos sindicatos, realiza-
da no dia 18 de junho, em Brasí-
lia, foi de suma importância para
a convergência de propostas. Na
oportunidade, ficou deliberada
a formação de um comitê com as
representações dos sindicatos não
só da FENTECT, mas também da
FINDECT.
A FENTECT acredita na impor-
tância de construirmos a unidade
para vencer mais esse desafio. Os
(as) trabalhadores (as) precisam
seja necessário, são os sindicatos
que atendem seus filiados, mas
não somente esses.
Legítima e histórica
As principais conquistas surgem
da organização dos (as) trabalha-
dores (as). Grande parte dos di-
reitos, como seguro-desemprego,
jornada de trabalho, piso salarial e
outros direitos ampliados, previs-
estar confiantes que, no momen-
to, estaremos juntos e mais fortes
para enfrentar a atual conjuntura.
Sabemos que as divergências polí-
ticas continuarão em diversas ba-
ses de sindicatos, mas é consenso
pautar aquilo que nos une nacio-
nalmente.
Entre as propostas estão a realiza-
ção de atos unificados, carta com-
promisso assinada por todos os
sindicatos sobre as deliberações e
carta unificada de todos os sindica-
tos, veementemente contra a rees-
truturação/privatização. Para isso,
é importante divulgar na imprensa
e para a sociedade em geral todos
ataques aos serviços dos Correios e
aos (às) trabalhadores (as) ecetistas.
Voz à luta
Para denunciar e reforçar a cam-
panha em conjunto, também serão
utilizados os meios públicos, como
as mídias sociais, abaixo-assinados
em todas as cidades, cartas aber-
tas à população, carros de som
nos bairros e a criação de comitês
contra a privatização. As repre-
sentações dos (das) trabalhadores
(as), em consentimento, ainda op-
taram pela divulgação unificada e
uma greve geral que promete parar
o país, no dia 14 de setembro de
2016, a partir das 22 horas. No en-
tanto, seguem as discussões sobre
o calendário unificado com bancá-
rios e petroleiros.
tos em leis, são prerrogativas dos
sindicatos. Destaca-se que todas
as classes precisam estar atentas às
convocações, participar e mostrar
a força da categoria nas diferentes
lutas, seja nas reuniões com a em-
presa e o governo, seja em greves
ou assembleias.
Do contrário, sem os sindicatos e
as representações nacionais dos
(das) trabalhadores (as), não ha-
veria contestação ao imposto pelo
empregador e o governo, a luta
individual seria ainda mais árdua,
sem avanços para a coletividade. A
estabilidade e permanência desses
sindicatos é que garantem àqueles
que querem ou já aderiram à luta, a
união, segurança, as conquistas, o
debate de frente, a resistência, bem
como os benefícios.

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Jornal da Fentect - Correios na mira da privatização

  • 1. Novo presidente manda privatizar “tudo que for possível”. Setor pú- blico do país já reage e FENTECT apresenta repúdio. P rivatização de “tudo o que for possível”, essa é nova lei do governo interino de Michel Temer. Conforme anun- ciado pela imprensa, ações serão baseadas na concessão e privati- zação da infraestrutura do Brasil. Essa abertura de capital pode colocar em risco a qualidade dos serviços e o emprego de milhões de trabalhadores (as) dos Cor- reios e outras empresas públicas, como a Infraero, Caixa Seguros e o IRB Brasil, ainda a Casa da Mo- eda e empresas do setor elétrico. O prejuízo pode ir além. O argu- mento é fazer caixa e incremen- tar o ajuste fiscal. A FENTECT e toda a categoria de empregados em empresas públicas, federais e estaduais, repudiam essa pri- vatização que será implantada em diversos setores, daqui para frente. Perigo à sociedade Entre os grandes prejudicados da privatização, no caso dos Cor- reios, estão os clientes da empre- sa, única a alcançar aos locais mais longínquos do Brasil. Para ficar ainda mais claro, vale ob- servar que um acionista, futu- ro investidor dos Correios, terá como objetivo apenas o lucro, sem nunca querer perder. A ECT, atualmente, leva serviço a quem FENTECTInforme da Campanha Salarial e contra a privatização Brasília-DF, agosto de 2016 precisa, já com a privatização, pas- sa o segmento de grande lucrativi- dade para o Brasil para a iniciativa privada, que visa unicamente as próprias necessidades. Com isso, perdem também os (as) trabalhadores (as) com os riscos de cortes de benefícios e demissões, mais sofrimento com a sobrecarga de trabalho e o fechamento de vá- rias unidades, porque não haverá interesses em manter os Correios em áreas que não dão lucro. Parcerias privadas não são descartadas pelo novo presidente da ECT O repasse de serviços para inicia- tiva privada – caso das agências franqueadas - pode colocar em ris- co o emprego e a manutenção de serviços de relevância nas peque- nas cidades do país. Os Correios são os únicos a realizar serviços postais e bancários em mais de 5 mil municípios brasileiros. Com o slogan da modernização, a empresa começa um processo de reestruturação que ameaça a ma- nutenção dos Correios em todos os estados. A redução de áreas ad- ministrativas já está em curso em diversas regionais, em especial no Norte do Brasil. Caráter social É preciso lutar para que a esta- tal permaneça com caráter 100% público. Para isso, são necessá- rias contratações, para fortalecer a mão de obra e a qualidade do atendimento da ECT. Mais uma entre tantas bandeiras de luta dos (das) trabalhadores (as). Sabe-se que, com os investimentos de- mandados, a ECT será sempre a maior empresa brasileira a contri- buir com o lucro do país e a prestar serviços de qualidade. Ameaça histórica Entre os anos de 1990 e 2002, mais de 160 empresas brasileiras foram privatizadas, com mais de 500 mil postos de trabalho extintos. A Vale do Rio Doce, Light, Embratel e di- versas empresas de telecomunica- ções, por exemplo, foram vendidas a preços “de banana”, com finan- ciamento público a longo prazo. E a justificativa, na época, era se- melhante: a atração de capital es- trangeiro para aumentar a produ- tividade e por melhores serviços, além do abatimento da dívida. O recado da privatização de 2016 foi ainda reforçado pelos ministros de Temer, com discursos como “qualquer amarra que distancie a participação da iniciativa privada será combatida”. A FENTECT, como representante legítima, já mobiliza os sindicatos filiados contra o duro ataque ao patrimônio brasileiro e em defesa dos nossos direitos adquiridos ao longo de todos os anos. Correios na mira da privatização R BRASIL CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES
  • 2. C om o discurso voltado ao mercado e às novas relações de negócios para a ECT, a reestruturação dos Correios su- postamente deveria privilegiar o envolvimento com o cliente e am- pliar a atuação da empresa, para que a instituição seja ponto de atendimento de ações do governo federal. Dentre as mudanças está a reorganização das unidades de negócios: a Postal, Encomendas, Rede e Varejo e Logística, além das unidades estratégicas-meio, como as de Finanças e Controle, Gestão de Pessoas, Corporativa e de Ser- viços. Na prática a estrutura lançada pela ECT traz uma reorganização das diretorias regionais, retira ain- da mais a autonomia das direto- rias e centraliza nas denominadas macrorregiões e também nas vice -presidências. Com a reestrutura- ção, muitas funções foram extin- tas e recriadas na Administração Central, em Brasília. Fica claro que, dessa maneira, não há qualquer tipo de economia, tendo em vista que as vagas são direcionadas para outros setores da empresa, com sa- lários maiores. Além disso, o pro- cesso dá corpo à CORREIOS PAR -subsidiária dos Correios -, que apresenta foco em contratações temporárias e amplia as perspec- tivas de terceirização na empresa. Estados pedem socorro Enquanto a ECT despende mais de R$ 300 milhões com patrocínios à Olimpíada, falta verba para manu- tenção de motocicletas e bicicle- tas. A problemática está em todos os cantos do Brasil. As críticas são parecidas – em alguns casos, as mesmas – com trabalhadores (as) adoecendo, sendo transferidos para longe de suas residências e famílias, até mais de 100 km, sem recursos para aposentadoria ou so- frendo com a violência diária das cidades. As mulheres pedem mais espaços e respeito às condições de vida. Muitas mães precisam ficar longe dos filhos durante longas jor- nadas de trabalho, ou até mesmo durante a semana inteira, pois não conseguem transporte para voltar para casa. Suspensão da Reestruturação Guilherme Campos tomou posse no dia 17 de junho, mas sob pro- testos e vozes de indignação de cada um dos sindicatos da cate- goria espalhados pelo Brasil. Du- rante o evento, realizado das 9 às 17 horas, cada representante de cada estado teve direito à palavra, mas, antes da cerimônia, fizeram ato público para chamar a aten- ção dos gestores e da sociedade. Após ouvir todos os levantamen- tos e opiniões dos trabalhadores (as), o presidente da ECT falou Reestruturação é disfarce para privatização Comoargumentodemodernizar aECT,areestruturaçãopromovida naempresapenalizaapenasos(as) trabalhadores(as)dabase,coma retiradadedireitoseaentregados serviçosàiniciativaprivada sobre a indicação que o levou ao cargo à frente da empresa e disse se orgulhar da trajetória política. Guilherme Campos contou que foi chamado a “resgatar os Cor- reios”. Sobre a suspensão da re- estruturação por 20 dias - decla- rada em reunião na Câmara dos Deputados, com parlamentares e representantes dos (das) tra- balhadores (as), na quinta-fei- ra (16) - justificou dizendo não estar convencido da viabilidade das mudanças, tendo em vista as inúmeras críticas das lideranças sindicais. A FENTECT, então, anunciou várias ações para serem desen- volvidas a fim de paralisar a re- estruturação. O debate deve ser contínuo com as representações dos (das) trabalhadores (as) legi- timamente eleitas. “É preciso ga- rantir o direito à participação e à palavra nas tomadas de decisões da ECT, que não deve se posicio- nar unilateralmente, já que há mais de 120 mil trabalhadores na empresa”, disse José Rivaldo, se- cretário-geral da federação. Oresultadodareestrutura- çãoéfechamentodeagên- cias,extinçãodefunções eareduçãodonúmerode empregadosedaqualidade dosserviçosdosCorreios, alémdaterceirizaçãoda mão-de-obra.
  • 3. Trabalhadores(as) denunciamromboe requeremauditoria dascontasdaempresa O acordo começa pelos trabalhadores: é tempo de unidade ECT afirma falta de verba para arcar com compromissos e penaliza os empregados pela má administração dos gestores A privatização da ECT, pelo novo governo, se baseia ain- da na alegação de que há um rombo nas contas da empresa. Por isso, os Correios recorreram ao Tesouro Nacional para pedir R$ 6 bilhões e R$ 750 milhões ao Banco do Brasil, para honrar com os pró- prios compromissos. A situação aterroriza os trabalhadores (as). Enquanto a empresa alega déficit bilionário nas contas, a categoria não aceita o posicionamento da empresa, que promove o derrame de dinheiro em diversos patrocí- nios e gastos exorbitantes em al- guns setores da ECT. Em contrapartida, o Conselho de Administração aprovou a retoma- da de salário da alta cúpula da em- presa - indicados políticos. O fatu- ramento cresce, mas despesas mal administradas são um entreve ao crescimento dos Correios. Criseparaquem? Paraacategoria, nãoháconsenso sobreasdificuldades anunciadaspela empresa,mashá,sim, despesasexcessivas. O lucro dos Correios tem cresci- do, enquanto que a quantidade de trabalhadores (as) tem diminuído. Em 2016, o número de emprega- dos se igualou ao patamar de 2012. Porém, a produtividade de cada empregado subiu, em média, cada O s próximos dias, para os trabalhadores (as) dos Cor- reios e outras categorias da área pública e de estatais do Brasil, não serão fáceis. Travaremos uma luta não apenas contra a desvalorização da ECT, mas contra propostas do governo interino do País, que colocam em xeque o nosso papel na sociedade e a importância da prestação dos servi- ços públicos a todas as comunidades espalhadas em diversos municípios brasileiros. E são esses municípios que vão perder com a privatização dos Correios. Nossa empresa tem sido agredida por quem a deve- ria proteger. O presidente Guilherme Campos, mesmo antes de sua posse, demonstrava uma necessidade em resolver os problemas dos Correios sem levar em conta quem realmente mantém a empresa produzindo riquezas nesses mais de 300 anos. No anúncio de reestruturação já era possível conhecer os principais prejudicados com as “novidades”: o povo e os trabalhadores. O fechamento de agências é apenas o começo. O discurso que acusa os empregados da ECT pelos problemas que, na verdade, são da má gestão, demonstra total desinte- resse e desconhecimento do novo presidente dos Correios. Precisamos nos unir para que eles tenham noção da nossa força. Este é o momento. No Conrep, ficou claro o desejo pela unidade. Então, coloca- remos em prática para que as conquistas sejam alcançadas e que o ano de Olimpíadas seja atípico não apenas pelo evento, mas pela conscientização de todos. Precisamos correr atrás daqueles direitos que a gestão da ECT tem retirado. Não é nossa culpa. Não vamos aceitar pagar pela crise instalada nos Correios. Ecetistas, bancários e pe- troleiros, além de todos que queiram se juntar a nós, podem reconstruir e prezar pelo patrimônio nacional. É a hora de deixarmos de lado qualquer desavença interna para pensar- mos o futuro. Vamos construir, neste semestre, campanhas salariais dignas do que realmente somos: batalhadores do dia a dia! Em defesa do patrimônio nacional e por nenhum direito a menos! EDITORIAL um produziu o equivalente a R$ 148.687,74. De acordo com estudo da H&J Consultores Independentes, auto- rizado pela FENTECT, a ECT con- tava com reserva técnica de R$ 6 bilhões, em 2012. No ano passado, o valor era inferior, R$ 1 bilhão. O estudo indica que o erro da ECT está nos gastos exorbitantes com patrocínios – entre R$ 1 milhão a R$ 300 milhões – para projetos e contratações diretas de empresas, sem licitação, para consultorias, entre outros. Hálisson Tenório, que faz parte da diretoria da FENTECT e consultor ressalta que “a empresa que alega estar deficitária não tem neces- sidade de gastar com tudo isso.” Para a categoria, trata-se de es- tratégias para privatizar ou abrir o capital dos Correios, para ven- da de ações, conforme anunciado pelo governo interino de Michel Temer. Sindicatos e a federação não têm dúvidas de que os problemas da má gestão e de receita da empresa estão sucateando a estatal, agra- vados pela falta de concursos pú- blicos - a quantidade de trabalha- dores (as) é defasada e não supre as expectativas da categoria e da população. Para o Acordo Coletivo de Traba- lho deste ano é preciso lutar con- tra a desinformação da ECT, que esconde dos funcionários o fatu- ramento produzido pelos mes- mos, sob condições quase análo- gas à escravidão. As propostas da ECT ameaçam arrocho salarial – o presidente Guilherme Campos sugeriu 0% de reajuste -, retirada de direitos, como férias e vale-pe- ru, entre outros, mensalidades no plano de saúde, além dos proble- mas já corriqueiros.
  • 4. As vantagens como estatal • Redução de custos aos clientes • Regularidade de entrega • Cobertura nacional • Segurança na distribuição de correspondências Mas o caráter social parece estar com os dias contados, o que significa: • Ausência em centenas de municípios, onde, na maioria, essa é a única ins- tituição a alcançar com a prestação de serviços bancários ou postais • Aumento das tarifas dos serviços • Diminuição de áreas cobertas pelo serviço de distribuição • Falta de segurança no sigilo de informações de caráter pessoal • Colocar em risco o emprego de milhares de trabalhadores (as) • Promover a extinção de concursos públicos • 2 mil agências próprias fechadas Porquesomos contraaprivatização? Os Correios, grande empresa com o histórico de mais de 350 anos, tem exercido o papel social, pelo qual está presente em 5.565 muni- cípios brasileiros. Ser uma empresa pública, que não visa apenas o lucro, garante o serviço nos cantos mais longínquos do país. Por que a queda da qualidade? • Falta de condições de trabalho e segurança; • Insuficiente número de empregados (as) para arcar com as atividades faz com que a população acredite em uma má vontade por parte dos traba- lhadores (as). • Sucateamento promovido nos Correios por envolvimentos de interesses políticos e pela má administração • Crise financeira na empresa, com a qual, inclusive, os trabalhadores (as) e as representações sindicais não concordam, trata-se de mais uma mano- bra para entregar a empresa à iniciativa privada e deixar para os clientes o pagamento pela responsabilidade. Em todo o Brasil, as principais bandeiras dos trabalhadores (as) são: • Contra a Privatização • Pelos Correios 100% Público e de Qualidade • Por Nenhum Direito a Menos • Melhores Condições de Trabalho e pela Valorização dos Empregados (as) • Por mais concursos públicos • Pela Auditoria nas Contas da Empresa Campanhasalarial2016teminício comasmobilizaçõesdo33ºConrep Estão lançadas as demandas eco- nômicas e as datas do Calendário de Lutas. As Olimpíadas não serão esquecidas pela categoria D urante o 33º Conselho de Representantes da FEN- TECT (Conrep), realizado entre os dias 6 e 9 de julho, em Lu- ziânia (GO), os (as) trabalhadores (as) dos Correios tomaram uma decisão que pode mudar os rumos da campanha salarial 2016: unir as forças dos 36 sindicatos ecetistas do País e demais categorias do ser- viço público e de estatais. Acordo Coletivo O comando de negociação terá como missão entrar em um acordo com a ECT para obter como direi- tos 15% de reajuste salarial, R$ 300 linear, R$ 400 de vale-cesta e R$ 45 de ticket-alimentação - valores de- cididos no 33º Conrep. Já na semana seguinte ao conse- lho, o Calendário de Lutas da cam- panha salarial 2016 teve início no dia 11 de julho, com a sistematiza- ção da pauta de reivindicações. A entrega da pauta à ECT está marca- da para o dia 26 de julho, com ato público em frente ao edifício sede da empresa, em Brasília. Com isso, a data base inicia em 1 de agosto, Dia Nacional de Luta em Defesa dos Correios. Olimpíadas Para o primeiro dia do evento in- ternacional no Brasil, os ecetistas optaram por um ato público nacio- nal no Rio de Janeiro, no dia 5 de agosto, com manifestações nos ou- tros estados do país. A data não po- deria passar em branco para os (as) trabalhadores (as), embora a greve geral unificada tenha sido oficiali- zada para o dia 14 de setembro. É lutar ou lutar Na mesma semana do 33º Con- rep, mais um ataque foi desferido à categoria. O novo presidente dos Correios, Guilherme Campos cul- pou os ecetistas pelo absenteísmo na empresa. Esse índice, entretan- to, é causado pela sobrecarga de trabalho, baixo número de profis- sionais contratados para atuar nas bases, incontáveis horas-extras e falta de condições de salubridade na empresa. A privatização - que dá os primei- ros passos com a reestruturação da empresa e, consequentemente, o fechamento das agências - é uma ameaça aos empregos e benefícios dos (as) trabalhadores (as). 15% (inflação + aumento real R$ 300 linear R$ 400 vale-cesta R$ 45 no ticket POSTALIS Horas-extras POSTAL SAÚDE PLR DESVALORIZAÇÃO DDA OAI Índices econômicos aprovados no 33º CONREP
  • 5. 11/07 - Sistematização da Pauta de Reivindicações; Até 19/07 - Envio do Jornal da FENTECT com a pauta aos sindica- tos; 18/07a22/07 - Primeira semana de mobilização nas bases: panfle- tagens, reuniões nos setores, carros de som etc; 20/07 a 22/07 - ASSEMBLEIAS para referendo da pauta, escolha do representante para integrar o Comando Nacional de Negociações e votação do estado de greve; 25/07 - Instalação do Comando Nacional de Negociações, em Bra- sília-DF; 26/07 - Entrega da Pauta de Reivindicações à ECT, com ato público em frente ao edifício sede dos Correios, em Brasília; 30/07 e 31/07 - Primeiro final de semana de agitação, com carros de som nos bairros populares, denunciando a privatização dos Correios; 1/08 - Dia Nacional de Luta em Defesa dos Correios; 04/08 - Lançamento de Comitê Permanente Contra a Privatização dos Correios, com participação dos bancários, petroleiros e de- mais categorias em luta. Local: ABI-RJ (a confirmar); 05/08 - Ato Público Nacional no Rio de Janeiro, com manifestações nos estados e regiões, e caravanas ao Rio. (Definir o local: Copaca- bana, Candelária, Maracanã, Parque Olímpico, etc.) 06/08 e 07/08 - Segundo final de semana de agitação, com carros de som nos bairros populares, denunciando a privatização dos Correios. (Repetir em todos os finais de semana) 08/08 - Início das negociações com a ECT; 08/08 a 12/08 - Semana de agitação nas bases; 17/08 - ASSEMBLEIAS de planejamento e avaliação das negocia- ções; 06/09 - ASSEMBLEIA para avaliação das negociações da Campa- nha Salarial; 07/09 - Participação no Grito dos Excluídos, com Carta Aberta à População; 13/09 - Data limite para as negociações com a ECT; 08/09 à 14/09 - Agitação nas bases, 14/09 - ASSEMBLEIA para deflagração da greve nacional, por tem- po indeterminado, a partir das 22 horas. (Esta data poderá ser re- adequada de acordo com as negociações com os bancários e pe- troleiros). Calendário campanha salarial 2016 contra a privatização dos correios: AtendentessãopeçasfundamentaisaoACT 2016econtraodesmontedosCorreios É preciso lutar e chegou a hora para todos se unirem, como iguais, trabalhadores (as) na mesma empresa T endo em vista as necessida- des dos atendentes, como maior segurança nas agên- cias, fim das metas abusivas, o al- cance da jornada de trabalho de 6h, aperfeiçoamento do Sistema de Automação da Rede de Atendi- mento (SARA), entre outros, pri- vatizar não é, de longe, a solução mais eficaz para os problemas cor- riqueiros na ECT. Essa é mais uma estratégia de desmonte, disfarçada de desenvolvimento. Diante do cenário de luta contra a privatização dos Correios, a união dos atendentes aos demais setores da empresa também é fundamen- tal. Cada um com suas demandas precisa fortalecer a luta por uma campanha salarial digna e pela manutenção da ECT como verda- deiro patrimônio nacional. No momento em que a palavra de ordem é unificação da categoria, a FENTECT convida essa parte dos (as) trabalhadores (as) para en- camparem a luta. O (a) atendente comercial tem muita importância para o movimento. São eles (as) que captam toda a arrecadação da empresa, fazem linha de frente e têm o poder de promover paralisa- ção geral. Ou seja, se o atendente não recepciona a mercadoria du- rante uma greve, tanto OTT quanto o carteiro não terão como realizar suas atividades. Os (as) atendentes não podem se calar, têm que demonstrar toda indignação e revolta contra essas situações, cobrar dos Correios me- lhorias e, principalmente, o respei- to, pois, se falharem, todo o pro- cesso também terá falhas. São eles (as) que recepcionam os clientes e recebem as mercadorias, para que os colegas OTTs e carteiros prossi- gam com o trabalho. Digam não à pressão psicológica, à lentidão do sistema, às longas filas de espera, à insegurança das agên- cias e às doenças, como lesão por esforço repetitivo, lesões na colu- na, depressão e estresse, em geral. Vamos à luta pela manutenção dos direitos de cada trabalhador (a), bem como as possibilidades ad- quiridas ao longo dos anos. Os (as) atendentes precisam ser ouvidos (as) e ouvirem ao chamado para a Campanha Salarial 2016. A reconstrução de uma empresa com mais de 300 anos será possível somente a várias mãos. Carteiros, OTTs, atendentes e administrativos, juntos por nenhum direito a menos.
  • 6. FENTECTREPUDIAposturado novopresidentedosCorreios O novo presidente dos Cor- reios, Guilherme Cam- pos, nomeado pelo mi- nistro das Comunicações, do governo interino, Gilberto Kas- sab, demonstrou total desco- nhecimento das causas dos tra- balhadores (as) dos Correios e, ainda pior, da própria empresa, ao declarar, infortunadamente, a responsabilidade pela crise na ECT aos próprios empregados. Talvez por puro desconheci- mento, como leigo e mal asses- sorado, o presidente não esteja ciente de que as maiores dificul- dades enfrentadas, hoje, pelos ecetistas, advém da péssima ad- ministração dos Correios. Guilherme Campos atribui os altos índices de absenteísmo à irresponsabilidade dos traba- lhadores (as). Enquanto isso, admite que os Correios adoe- cem os mesmos. Esse número considerado elevado tende a aumentar, mas por omissão da empresa, que se recusa a abrir novos concursos - o último foi em 2011 -, mantém o ritmo de trabalho mesmo confirmada a necessidade de 20 mil profissio- nais para suprir as demandas e ainda ataca constantemente di- reitos e benefícios da classe. O novo presidente, ao culpar os (as) trabalhadores (as), esquece que é a mesma empresa que ele gere, que não preza pela valori- zação e o crescimento do fun- cionário. Também, por isso, os ecetistas passam tantos anos na mesma função, o que faz com que muitos adoeçam e, com um plano de saúde ainda mais pre- cário e sem atendimentos, não fica difícil encontrar os verda- deiros culpados. A ECT continua quebrando acordos coletivos, enquanto isso. A quantidade de aposentados trabalhando na empresa é ou- tro ponto que parece incomodar Guilherme Campos. No entanto, aposentar pelos Correios, atual- mente, é um risco. Há uma ilu- são de que os (as) trabalhadores (as) da ECT ganham bons salá- rios, o que é refutado tendo em vista o quantitativo de emprega- dos que seguem em atividade. Esse ciclo poderia ser fechado se a empresa investisse no futuro dos ecetistas e olhasse para as necessidades de toda a catego- ria, novamente, com mais aber- tura. De acordo com o presidente dos Correios, é impossível rea- lizar concursos, porém, o obje- tivo é justamente cortar cargos e aumentar a produtividade. A FENTECT repudia o trabalho escravo. Enquanto alega falta de dinheiro, o corte de gastos será na carne do (a) trabalhador (a), já que a ECT retomou os altos salários da cúpula da empresa. Além disso, a ECT segue reali- zando obras milionárias, altos gastos com patrocínios e con- tratações diretas (sem necessi- O Informativo da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Serviços Postais - FENTECT SDS, Ed. Venâncio V, Bloco R Loja 60 // 70393-900 // (61) 3323 8810 // Site: www.fentect.org.br // E-mail: fentect@fentect.org.br Informativo de responsabilidade da Diretoria Colegiada da FENTECT: Secretaria Geral: José Rivaldo da Silva // Secretaria de Imprensa: Suzy Cristiny da Costa Secretaria de Finanças: Geraldo Francisco Rodrigues // Imagens: Roberto Rodrigues Reportagem: Gracielly Lemos //Edição: Nathália Borgo 9427 DRT/DF // Diagramação: Marcos Fillipe dade de licitação), bem como indicações/criações de funções com altos salários. Ainda inves- te na compra de maquinários de milhões de reais; discute pela transformação do banco pos- tal de correspondente bancário para, de fato, instituição finan- ceira; realiza projetos para aqui- sição de frotas próprias de avi- ões; fecha novos serviços, como o telefônico; instala escritórios internacionais nos Estados Uni- dos e na Ásia, entre outras ações. Ou seja, a suposta crise financei- ra existe apenas para os funcio- nários e a sociedade, visando à privatização dos Correios. EXPEDIENTE
  • 7. Para sanar dúvidas e prestar contas aos (s) trabalhadores (as), a assesso- ria jurídica da FENTECT levantou questões relativas às ações que têm sido ajuizadas pela federação, durante o 33º Conrep. O representante do DIEESE também participou e levou esclarecimentos sobre a economia do País e as principais negociações coletivas de 2015. Dados importantes, que podem in- fluenciar nesta campanha salarial dos empregados dos Correios. AADC Luciana Martins, advogada do escritório Roberto, Mauro & Advogados, ex- planou a respeito do pagamento do Adicional de Atividade de Distribuição e/ ou Coleta Externa (AADC) e o abono pecuniário de férias. “Desde novembro de 2014, tem sido descontado o AADC em razão do adicional de periculo- sidade, já que ambos correspondem a 30% do salário”, relembrou. Luciana informou que está marcada uma próxima audiência inaugural para o dia 24 de agosto deste ano. A advogada destacou que o único fundamento utilizado pela empresa, até hoje, foi de cunho econômico, sem levar em consideração a natureza dos benefícios. Abono Pecuniário Estabelecido pelo Manual de Pessoal da ECT (Manpes) e previsto no ACT - Cláusula 59 -, ao (à) trabalhador (a) é concedido o direito de venda de 10 dias das férias. Acrescido a esse valor, a empresa deve pagar mais 70%. No entanto, em maio, a ECT publicou memorando afirmando que a partir do mês de junho não realizaria mais o pagamento desse adicional ao valor dos dias vendidos. De acordo, ainda, com a Súmula 51 do Tribunal Superior do Trabalho, quan- do o empregador dispuser de algum benefício aos empregados, passa, então, a ter caráter de lei vigente entre as partes e o mesmo não pode promover alterações de maneira unilateral. “A simples revogação fere a súmula e traz grandes prejuízos aos trabalhadores”, ressaltou a advogada. Luciana anun- ciou nova audiência sobre o abono pecuniário no dia 25 de julho. Postalis - Plano BD Sobre as diferenças no fundo de pensão, o advogado Leandro Madureira, também da assessoria jurídica da federação, esclareceu: “a entidade Postalis possui dois planos. No de benefício saldado, fechado a novas adesões, haverá um percentual referente a um benefício que se pretende alcançar quando da aposentadoria”. Conforme o advogado, nesse caso, a coletividade participa tanto do sucesso quanto do insucesso do plano. “Não há nada que possa ser refeito, pois é como foi instituído desde o início. Não há como a pessoa não ser responsabilizada”, destacou. Já no Plano de Contribuição, O POSTALPREV, é necessário contribuir para alcançar o almejado. “Quando o trabalhador aposentar, a entidade fará um cálculo para descobrir o quanto a pessoa vai receber por mês”, explicou. Sucessivos resultados deficitários no plano BD resultaram no equacionamen- to do déficit, de acordo com o advogado. Em abril deste ano foi finalizado o relatório da CPI dos Fundos de Pensão, que confirma o acordo firmado entre o Postalis e o Banco BNY Mellon. O fundo terceirizou a atividade passando a gestão da carteira de investimentos à instituição financeira, que adminis- trou, ainda, os recursos internos.“Colocaram o dinheiro na compra de títulos de procedências duvidosas. Antes, era investido na União, boa pagadora, e então passaram a títulos da Argentina e Venezuela”, contou Leandro. Como resolver Segundo o advogado, a solução do problema é exclusivamente judicial. “Mas o ajuizamento de ações maciças deve ser pensado, pois tudo é provisionado como perda e pode ser retirado do trabalhador futuramente. A briga pode exigir o aumento de contribuições”, avisou o advogado. A ação judicial da FENTECT defende que o plano de equacionamento não seja aplicado no exercício em que foi aprovado - abril de 2016. Também, que a dívida da ECT com o Postalis não seja contabilizada no equacionamento. A má gestão do fundo corresponde a 60% do déficit, reconhecida na CPI. Ainda conforme a assessoria jurídica, o pedido de liminar do processo da FENTECT não foi apreciado porque o juiz declinou a competência para o juízo da terceira vara cível.“Lá existe processo com liminar deferida, ajuizada em maio, quando foram suspensas contribuições extraordinárias. Ele, então, preferiu concentrar nas mãos de um único jurista que já havia se pronun- ciado a respeito. Pelo menos agora dá para prever o posicionamento”, disse. Devolução dos descontos Questionado, o advogado Leandro Madureira explicou que não há como ser devolvido o que foi utilizado para o equacionamento. Quanto ao desliga- mento do fundo, ele alega que a análise é individual e deve ser feita com base no patrimônio jurídico do (a) trabalhador (a). “Educação previdenciária é o melhor para tudo. Se deixar o dinheiro na mão de outra pessoa sem saber o que está sendo feito, não há porque reclamar depois”, sugeriu. DIEESE O diretor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeco- nômicos (DIEESE), Max Leno, sobre a crise, apontou a situação do Produto Interno Bruto brasileiro. “No ano de 2015, o Brasil teve uma queda superior a 3% no PIB, retração econômica”, enfatizou. Além disso, enquanto o Brasil re- trai, a economia média do mundo vem crescendo 2,9% ao ano, segundo Max. O DIEESE ainda indica que, no ano passado, a taxa inflacionária chegou a fe- char em 11,5% e os setores de habitação, bebidas e alimentação foram os que mais pressionaram a inflação. “Muitos pensam que quando chega na data base a inflação está segurada, mas isso não existe mais na economia brasilei- ra”, alertou o diretor. Por fim, foi apresentado um panorama das negociações do âmbito das em- presas estatais, no ano de 2015. Segundo estatísticas, algumas apresentaram dados inferiores ao mesmo período de outros anos. A única negociação que trouxe de fato um ganho real foi a do Banco do Brasil, de 0,43%. Pé atrás “Para a ECT, tudo é justificado pela crise econômica. O primeiro que sofre é o trabalhador, nos direitos conquistados”, declarou a advogada Luciana Martins. A assessora comunicou que as ações já foram ajuizadas e o trabalho será realizado nas audiências, para conseguir, mediante conversa com o juiz e após a defesa, as liminares e restabelecer os pagamentos. “Será necessária a união de vocês, não somente por meio das ações, mas a mobilização nas pró- ximas negociações coletivas, que serão mais difíceis, quando a empresa vai querer retirar tudo e essas questões servirão de moeda de troca”, acautelou. AçõesajuizadaspelaFENTECTprosseguem pelorestabelecimentodedireitos Os encaminhamentos das demandas foram apresentados pela assesso- ria jurídica da federação, no 33º Conrep
  • 8. SindicatosdosCorreiosdetodooPaísreúnemforças Aumentamosataquesàscentraiseaos sindicatos,incentivadospelospatrões Decisão foi pela luta unificada na campanha salarial e contra o processo de reestruturação e privatização da empresa A categoria precisa se unir aos demais trabalhadores (as) do País para garantir direitos e empregos J á dizia o ditado: “a união faz a força”. E, agora, chegou o mo- mento ideal para que todas as categorias de trabalhadores (as) dos setores público e estatal do Brasil reúnam interesses, deman- das e necessidades, para mostrar ao governo interino de Michel Te- mer que todos estão juntos “por nenhum direito a menos”. O 33º Conselho de Representantes da FENTECT (Conrep) foi o pontapé inicial não apenas para a campa- Q uando o (a) trabalhador (a) está acuado e não consegue solução para determinados problemas, ele tem onde recorrer. A ajuda vem de seus representan- tes, democraticamente eleitos em congressos. Com voz perante a lei, devidamente credenciados, capa- zes de realizar denúncias junto à Delegacia Regional do Trabalho, à Procuradoria do Trabalho, Justiça do Trabalho, ou outro órgão onde nha salarial, mas para o processo que integrará ecetistas, petroleiros e bancários, além das demais clas- ses que tenham a data base marca- da para o segundo semestre. A reunião dos sindicatos, realiza- da no dia 18 de junho, em Brasí- lia, foi de suma importância para a convergência de propostas. Na oportunidade, ficou deliberada a formação de um comitê com as representações dos sindicatos não só da FENTECT, mas também da FINDECT. A FENTECT acredita na impor- tância de construirmos a unidade para vencer mais esse desafio. Os (as) trabalhadores (as) precisam seja necessário, são os sindicatos que atendem seus filiados, mas não somente esses. Legítima e histórica As principais conquistas surgem da organização dos (as) trabalha- dores (as). Grande parte dos di- reitos, como seguro-desemprego, jornada de trabalho, piso salarial e outros direitos ampliados, previs- estar confiantes que, no momen- to, estaremos juntos e mais fortes para enfrentar a atual conjuntura. Sabemos que as divergências polí- ticas continuarão em diversas ba- ses de sindicatos, mas é consenso pautar aquilo que nos une nacio- nalmente. Entre as propostas estão a realiza- ção de atos unificados, carta com- promisso assinada por todos os sindicatos sobre as deliberações e carta unificada de todos os sindica- tos, veementemente contra a rees- truturação/privatização. Para isso, é importante divulgar na imprensa e para a sociedade em geral todos ataques aos serviços dos Correios e aos (às) trabalhadores (as) ecetistas. Voz à luta Para denunciar e reforçar a cam- panha em conjunto, também serão utilizados os meios públicos, como as mídias sociais, abaixo-assinados em todas as cidades, cartas aber- tas à população, carros de som nos bairros e a criação de comitês contra a privatização. As repre- sentações dos (das) trabalhadores (as), em consentimento, ainda op- taram pela divulgação unificada e uma greve geral que promete parar o país, no dia 14 de setembro de 2016, a partir das 22 horas. No en- tanto, seguem as discussões sobre o calendário unificado com bancá- rios e petroleiros. tos em leis, são prerrogativas dos sindicatos. Destaca-se que todas as classes precisam estar atentas às convocações, participar e mostrar a força da categoria nas diferentes lutas, seja nas reuniões com a em- presa e o governo, seja em greves ou assembleias. Do contrário, sem os sindicatos e as representações nacionais dos (das) trabalhadores (as), não ha- veria contestação ao imposto pelo empregador e o governo, a luta individual seria ainda mais árdua, sem avanços para a coletividade. A estabilidade e permanência desses sindicatos é que garantem àqueles que querem ou já aderiram à luta, a união, segurança, as conquistas, o debate de frente, a resistência, bem como os benefícios.