O documento descreve o processo de separação entre Brasil e Portugal no início do século XIX. Fatores econômicos e de instabilidade política na Europa levaram à abertura dos portos brasileiros e elevação do Brasil à categoria de reino, mas o norte do Brasil permaneceu subordinado a interesses portugueses. Um levante em Pernambuco em 1817 falhou em estabelecer uma república, e diferentes grupos tinham interesses conflitantes sobre a independência.
2. 1. Como ocorreu o processo de separação
entre o Brasil e a Coroa Portuguesa nas
primeiras décadas do século XIX?
2. Quais interesses estavam envolvidos nesse
processo e quem foram os responsáveis pelo
mesmo?
3. Como os grupos populares vivenciaram
esse processo?
3. A IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA COLÔNIA
PARA METRÓPOLE.
A INSEGURANÇA REINANTE NA EUROPA:
As pretensões imperialistas de Napoleão
Bonaparte;
O Bloqueio Continental (1808).
4. Abertura dos portos (1808);
Tratado de Navegação e Comércio (1810);
Elevação do Brasil à categoria de Reino Unido de
Portugal e Algarve (1815);
Reestruturação administrativa e urbana do
Centro-Sul do Brasil;
Articulação econômica entre as regiões
brasileiras;
Constituição de uma elite dirigente: portugueses
e brasileiros (comerciantes, proprietários rurais,
traficantes de escravos e funcionários da Coroa).
5. Norte e Nordeste Brasileiro:
Desprovidos dos cargos administrativos da
Coroa;
Manutenção do monopólio português na
região;
Cobrança abusiva de impostos;
Crise internacional do comércio do algodão e
açúcar.
6. Insurreição Pernambucana (1817): PE, RN, CE e
PI;
Queda do preço do açúcar e do algodão;
Rivalidades entre os produtores locais e os
comerciantes lusitanos;
Pensamento liberal e republicano;
Proclamação da República e criação de um
governo provisório e Lei Orgânica;
FRACASSO:
Repressão violenta das autoridades portuguesa;
Retirada do apoio dos grandes proprietários por
discordarem das propostas “radicais”.
7. Retirada das tropas napoleônicas em 1811;
Conselho de Governo do Reino era presidido
por um marechal inglês:
Preponderância inglesa nos negócios do
império.
Retorno imediato do Rei (D. João VI – 1816);
Fim da Monarquia Absolutista e criação de
uma Monarquia Constitucional;
Recolonização do Brasil.
8. Não havia unidade de interesses:
Grupos dominantes:
1. Manutenção de privilégios conquistados a
partir de 1808;
Afastamento do risco de radicalizações
populares;
Liberdade econômica para continuar negociando
com outras nações.
As divergências eram muitas: a elite do sul
propunha uma monarquia dual; a baiana o
retorno da sede a Salvador e o controle de
Lisboa.
9. Resistir as tentativas de diminuição do poder
absolutista;
Manutenção da economia brasileira, bem mais
rentável que a da Coroa;
Manifestações no Brasil: vulnerabilidade às ideias
revolucionárias; necessidade de retorno imediato
a Portugal;
Aproximação de D. Pedro I às elites coloniais:
1. Resistência as ideias liberais.
2. Preservação da ordem estabelecida: escravidão
e hegemonia política do sul.
3. Optar pelo reformismo à revolução.
10. Partido Português: Composto por
comerciantes lusitanos, interessados na
manutenção dos privilégios concedidos pela
estrutura colonial. Defendiam o retorno do
príncipe e a recolonização.
Partido Brasileiro: burocratas, comerciantes,
grandes proprietários, advogados. Defendiam
medidas reformistas.
Liberal Radical: Defendia a ruptura definitiva,
a República e o fim da escravidão.
11. “Ao proclamar sua independência de Portugal em
1822, o Brasil herdou uma tradição cívica pouco
encorajadora. Em três séculos de colonização
(1500-1822), os portugueses tinham construído
um enorme país dotado de unidade territorial,
lingüística, cultural e religiosa. Mas tinham também
deixado uma população analfabeta, uma sociedade
escravocrata, uma economia monocultora e
latifundiária, um Estado absolutista. À época da
independência, não havia cidadãos brasileiros, nem
pátria brasileira.”
(José Murilo de Carvalho, Cidadania no Brasil,
2002).