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CARTA DE AVEIRO
                                                        SEXUALIDADE E EDUCAÇÃO SEXUAL

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                                                            Universidade de Aveiro, Portugal
                                                                   11 – 13 novembro de 2010




        O I Congresso Internacional Sexualidade e Educação Sexual (I CISES), organizado pelo
Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores da Universidade de
Aveiro, em parceria com o Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, o Centro de
Investigação em Educação da Universidade do Minho, a Escola Superior de Educação de
Coimbra, a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” e a Universidade do
Estado de Santa Catarina, lançou as bases de uma dinâmica de cooperação entre instituições
do ensino superior de Portugal e Brasil, num tema de particular atualidade e relevância,
atendendo às implicações sociais, científicas e educacionais que envolve.
        A finalidade que unifica o compromisso de realização de congressos bianuais -
alternadamente em cada um dos países - é a promoção da investigação interdisciplinar no
campo da sexualidade, com especial incidência nas áreas da Educação Sexual e Promoção da
Saúde. A criação de uma Rede Internacional de Formação de Professores(as) em Sexualidade e
Educação Sexual constituirá uma das iniciativas simbólicas do I CISES, em conexão com os
princípios e estratégias de ação da Carta de Aveiro, que aqui se enuncia.
        Os e as participantes no I CISES, após partilha, reflexão e discussão de resultados de
investigação, de relatos de práticas pedagógicas e de projetos de intervenção comunitária,
adotam os fundamentos que sustentam esta Carta e apelam ao reforço de iniciativas públicas
para o cumprimento dos propósitos internacionais de respeito integral dos Direitos Humanos
no campo da sexualidade e educação sexual.


Considerando:

           O documento das Nações Unidas “Report of the International Conference on
           Population and Development”, aprovado no Cairo, em 1994;
           A “Declaração dos Direitos Sexuais” aprovada pela Assembleia Geral da World
           Association for Sexology (WAS), em 1999, no 14º Congresso Mundial de Sexologia,
           realizado em Hong Kong, República Popular da China;
           O relatório “Promoción de la Salud Sexual: Recomendaciones para la Acción”,
           elaborado em 2000 pela WAS e Organización Panamericana de la Salud;
           A “Declaração do Milénio” adotada pelos 189 Estados Membros da Assembleia-
           Geral da ONU, em setembro de 2000, onde foram aprovados os oito objetivos de
           desenvolvimento do Milénio (2000-2015);




                                                                                                 1
O relatório “Defining Sexual Health. Report of a Technical Consultation on Sexual
             Health”, da World Health Organization (WHO), em 2002;
             O manifesto “Compromisso por uma educação para a sustentabilidade”
             apresentado no III Seminário Ibérico CTS no Ensino das Ciências, realizado em
             Aveiro, Portugal, em 2004;
             A declaração de Montreal “Saúde Sexual para o Milénio”, aprovada no XVII
             Congresso Mundial de Sexologia da World Association for Sexual Health (WAS), em
             2005;
             A declaração “Prevenir con Educación” aprovada na 1ª Reunião de Ministros da
             Saúde e Educação da América Latina e Caribe para deter o VIH e as IST na região,
             realizada na Cidade do México, em 2008, no quadro da XVII Conferência
             Internacional de SIDA;
             O documento “Direitos Sexuais: Uma Declaração da IPPF”, aprovado em 2008 pela
             International Planned Parenthood Federation;
             A resolução “Better Schools through Health”, aprovada na 3ª Conferência Europeia
             de Escolas Promotoras de Saúde, realizada em Vilnius, Lituânia, em 2009;
             A declaração e o documento técnico “Salud Sexual para el Milenio”, publicado em
             2009 pela World Association for Sexual Health (WAS) e Organización
             Panamericana de la Salud;
             O documento “International Guidelines on Sexuality Education: An evidence
             informed approach to effective sex, relationships and HIV/STI education”
             publicado pela UNESCO, em 2010, em parceria com a UNAIDS, UNICEF, WHO e
             UNFPA;
             O documento sobre o direito à Educação Sexual “Informe del Relator Especial de
             las Naciones Unidas sobre el derecho a la educación”, aprovado na 65ª sessão da
             Assembleia Geral das Nações Unidas, em julho de 2010.

Expressam:

             A necessidade de um esforço conjunto dos poderes públicos, nacionais e
             internacionais, organizações não governamentais e agentes da sociedade civil, no
             desenho de linhas de ação que encorajem o trabalho colaborativo entre as várias
             áreas do saber, para a promoção da saúde sexual, no respeito pela igualdade de
             género, multiculturalidade e diversidade sexual;
             A urgência de articular a educação em sexualidade com políticas de promoção da
             saúde e qualidade de vida assentes em princípios da sustentabilidade, tendo como
             referencial ético o desenvolvimento de competências de participação ativa de
             todos(as) os cidadãos e cidadãs numa sociedade democrática.

Declaram:

             A sexualidade como uma dimensão intrínseca ao ser humano;
             Os direitos sexuais como direitos humanos fundamentais e universais;
             A privação ou negação da sexualidade como um fator gerador de degradação
             humana;




                                                                                                 2
O combate a todas as formas de estigma e discriminação no acesso à saúde sexual
           e reprodutiva;
           A condenação de todas as formas de atividade sexual coerciva ou abusiva e de
           exploração sexual;
           A união de esforços para proteger da violência, exploração e abuso grupos de
           crianças e jovens vulneráveis;
           A promoção da igualdade de género em todas as esferas da vida social;
           A promoção do direito de toda a pessoa humana poder viver livre de violência e de
           discriminação por motivos de pobreza, género, etnia, religião, incapacidades
           múltiplas ou orientação sexual;
           A educação em sexualidade como um imperativo do desenvolvimento integral do
           ser humano ao longo da vida que envolve aspetos éticos, biológicos, emocionais,
           sociais, culturais, de género e de direitos humanos e respeita a diversidade de
           orientações e identidades sexuais.

Propõem:

           A educação em sexualidade deve fundamentar-se na realidade e expectativas da
           vida sexual das pessoas, em evidências científicas e imperativos de saúde pública;
           A educação em sexualidade tem de ser integral, abrangente, bem informada e
           cientificamente fundamentada, adequada à idade, culturalmente relevante,
           baseada no respeito pelos direitos humanos;
           A educação em sexualidade tem de basear-se em valores de respeito,
           reciprocidade, igualdade, responsabilidade, justiça e solidariedade, essenciais para
           o desenvolvimento de relacionamentos sociais e sexuais saudáveis e seguros;
           A educação em sexualidade deve integrar os currículos escolares em todos os
           níveis e setores de educação e ensino, da Educação de Infância ao Ensino Superior,
           no quadro de uma educação e formação ao longo da vida;
           A educação em sexualidade deve contribuir para a emancipação da pessoa, no
           respeito pela vivência do prazer e expressão dos afetos;
           Os programas de educação em sexualidade devem ser permanentemente
           avaliados com base em evidências de diversos indicadores;
           Uma formação inicial e contínua em sexualidade e direitos sexuais para todos (as)
           os (as) profissionais que prestam serviço público nas áreas da educação, saúde,
           assistência e reinserção social, segurança e justiça;
           Os professores e as professoras devem ter acesso a cursos de especialização, de
           pós-graduação e de extensão em sexualidade e educação sexual para superarem
           constrangimentos e abordarem a sexualidade de forma integral e compreensiva,
           com recurso a metodologias ativas e participativas;
           A implementação de programas efetivos e adequadamente planeados que
           melhorem as respostas positivas à infeção VIH/SIDA e outras Infeções
           Sexualmente Transmissíveis (IST);
           A promoção da saúde sexual e reprodutiva dos(as) jovens através da
           consciencialização de temas e problemas, bem como do acesso a informação,
           serviços e recursos facilitadores de decisões responsáveis sobre sexualidade,
           relacionamentos e prevenção;


                                                                                                  3
A redução de situações de risco e vulnerabilidade à desinformação, coação, abuso,
           exploração, gravidez não oportuna e doenças sexualmente transmissíveis;
           A regulação da produção de conteúdos veiculados pelos media que evite a difusão
           de informações erróneas e degradantes sobre sexualidade e género;
           A realização de parcerias entre instituições educativas, famílias e comunidade,
           para agirem de forma a garantir a proteção e o bem-estar de crianças e jovens,
           proporcionando-lhes o acesso ao conhecimento e as competências necessárias
           para fazerem escolhas informadas e responsáveis nas suas vidas pessoais e sociais;
           A discussão e debate público de questões ligadas à sexualidade e comportamento
           sexual;
           A criação de redes de professores (as) e investigadores (as) em Sexualidade e
           Educação Sexual
           A sinergia de esforços entre todas as partes interessadas na educação em
           sexualidade.



       Os e as participantes no I Congresso Internacional Sexualidade e Educação Sexual
aprovam e comprometem-se a compartilhar esta Carta com os seus governos, instituições e
comunidades e a implementar no seu dia a dia os valores e as linhas de ação aqui
apresentados.

        Tendo presente os pressupostos desta Carta, apelam à ação mediante uma
participação conjunta e empenhada na concretização das medidas aqui propostas como
garante do direito à felicidade e dignidade de todas as pessoas.




                                                                                                4

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Carta Aveiro

  • 1. CARTA DE AVEIRO SEXUALIDADE E EDUCAÇÃO SEXUAL I Congresso Internacional Sexualidade e Educação Sexual Políticas Educativas, Investigação e Práticas Universidade de Aveiro, Portugal 11 – 13 novembro de 2010 O I Congresso Internacional Sexualidade e Educação Sexual (I CISES), organizado pelo Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores da Universidade de Aveiro, em parceria com o Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, o Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho, a Escola Superior de Educação de Coimbra, a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” e a Universidade do Estado de Santa Catarina, lançou as bases de uma dinâmica de cooperação entre instituições do ensino superior de Portugal e Brasil, num tema de particular atualidade e relevância, atendendo às implicações sociais, científicas e educacionais que envolve. A finalidade que unifica o compromisso de realização de congressos bianuais - alternadamente em cada um dos países - é a promoção da investigação interdisciplinar no campo da sexualidade, com especial incidência nas áreas da Educação Sexual e Promoção da Saúde. A criação de uma Rede Internacional de Formação de Professores(as) em Sexualidade e Educação Sexual constituirá uma das iniciativas simbólicas do I CISES, em conexão com os princípios e estratégias de ação da Carta de Aveiro, que aqui se enuncia. Os e as participantes no I CISES, após partilha, reflexão e discussão de resultados de investigação, de relatos de práticas pedagógicas e de projetos de intervenção comunitária, adotam os fundamentos que sustentam esta Carta e apelam ao reforço de iniciativas públicas para o cumprimento dos propósitos internacionais de respeito integral dos Direitos Humanos no campo da sexualidade e educação sexual. Considerando: O documento das Nações Unidas “Report of the International Conference on Population and Development”, aprovado no Cairo, em 1994; A “Declaração dos Direitos Sexuais” aprovada pela Assembleia Geral da World Association for Sexology (WAS), em 1999, no 14º Congresso Mundial de Sexologia, realizado em Hong Kong, República Popular da China; O relatório “Promoción de la Salud Sexual: Recomendaciones para la Acción”, elaborado em 2000 pela WAS e Organización Panamericana de la Salud; A “Declaração do Milénio” adotada pelos 189 Estados Membros da Assembleia- Geral da ONU, em setembro de 2000, onde foram aprovados os oito objetivos de desenvolvimento do Milénio (2000-2015); 1
  • 2. O relatório “Defining Sexual Health. Report of a Technical Consultation on Sexual Health”, da World Health Organization (WHO), em 2002; O manifesto “Compromisso por uma educação para a sustentabilidade” apresentado no III Seminário Ibérico CTS no Ensino das Ciências, realizado em Aveiro, Portugal, em 2004; A declaração de Montreal “Saúde Sexual para o Milénio”, aprovada no XVII Congresso Mundial de Sexologia da World Association for Sexual Health (WAS), em 2005; A declaração “Prevenir con Educación” aprovada na 1ª Reunião de Ministros da Saúde e Educação da América Latina e Caribe para deter o VIH e as IST na região, realizada na Cidade do México, em 2008, no quadro da XVII Conferência Internacional de SIDA; O documento “Direitos Sexuais: Uma Declaração da IPPF”, aprovado em 2008 pela International Planned Parenthood Federation; A resolução “Better Schools through Health”, aprovada na 3ª Conferência Europeia de Escolas Promotoras de Saúde, realizada em Vilnius, Lituânia, em 2009; A declaração e o documento técnico “Salud Sexual para el Milenio”, publicado em 2009 pela World Association for Sexual Health (WAS) e Organización Panamericana de la Salud; O documento “International Guidelines on Sexuality Education: An evidence informed approach to effective sex, relationships and HIV/STI education” publicado pela UNESCO, em 2010, em parceria com a UNAIDS, UNICEF, WHO e UNFPA; O documento sobre o direito à Educação Sexual “Informe del Relator Especial de las Naciones Unidas sobre el derecho a la educación”, aprovado na 65ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em julho de 2010. Expressam: A necessidade de um esforço conjunto dos poderes públicos, nacionais e internacionais, organizações não governamentais e agentes da sociedade civil, no desenho de linhas de ação que encorajem o trabalho colaborativo entre as várias áreas do saber, para a promoção da saúde sexual, no respeito pela igualdade de género, multiculturalidade e diversidade sexual; A urgência de articular a educação em sexualidade com políticas de promoção da saúde e qualidade de vida assentes em princípios da sustentabilidade, tendo como referencial ético o desenvolvimento de competências de participação ativa de todos(as) os cidadãos e cidadãs numa sociedade democrática. Declaram: A sexualidade como uma dimensão intrínseca ao ser humano; Os direitos sexuais como direitos humanos fundamentais e universais; A privação ou negação da sexualidade como um fator gerador de degradação humana; 2
  • 3. O combate a todas as formas de estigma e discriminação no acesso à saúde sexual e reprodutiva; A condenação de todas as formas de atividade sexual coerciva ou abusiva e de exploração sexual; A união de esforços para proteger da violência, exploração e abuso grupos de crianças e jovens vulneráveis; A promoção da igualdade de género em todas as esferas da vida social; A promoção do direito de toda a pessoa humana poder viver livre de violência e de discriminação por motivos de pobreza, género, etnia, religião, incapacidades múltiplas ou orientação sexual; A educação em sexualidade como um imperativo do desenvolvimento integral do ser humano ao longo da vida que envolve aspetos éticos, biológicos, emocionais, sociais, culturais, de género e de direitos humanos e respeita a diversidade de orientações e identidades sexuais. Propõem: A educação em sexualidade deve fundamentar-se na realidade e expectativas da vida sexual das pessoas, em evidências científicas e imperativos de saúde pública; A educação em sexualidade tem de ser integral, abrangente, bem informada e cientificamente fundamentada, adequada à idade, culturalmente relevante, baseada no respeito pelos direitos humanos; A educação em sexualidade tem de basear-se em valores de respeito, reciprocidade, igualdade, responsabilidade, justiça e solidariedade, essenciais para o desenvolvimento de relacionamentos sociais e sexuais saudáveis e seguros; A educação em sexualidade deve integrar os currículos escolares em todos os níveis e setores de educação e ensino, da Educação de Infância ao Ensino Superior, no quadro de uma educação e formação ao longo da vida; A educação em sexualidade deve contribuir para a emancipação da pessoa, no respeito pela vivência do prazer e expressão dos afetos; Os programas de educação em sexualidade devem ser permanentemente avaliados com base em evidências de diversos indicadores; Uma formação inicial e contínua em sexualidade e direitos sexuais para todos (as) os (as) profissionais que prestam serviço público nas áreas da educação, saúde, assistência e reinserção social, segurança e justiça; Os professores e as professoras devem ter acesso a cursos de especialização, de pós-graduação e de extensão em sexualidade e educação sexual para superarem constrangimentos e abordarem a sexualidade de forma integral e compreensiva, com recurso a metodologias ativas e participativas; A implementação de programas efetivos e adequadamente planeados que melhorem as respostas positivas à infeção VIH/SIDA e outras Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST); A promoção da saúde sexual e reprodutiva dos(as) jovens através da consciencialização de temas e problemas, bem como do acesso a informação, serviços e recursos facilitadores de decisões responsáveis sobre sexualidade, relacionamentos e prevenção; 3
  • 4. A redução de situações de risco e vulnerabilidade à desinformação, coação, abuso, exploração, gravidez não oportuna e doenças sexualmente transmissíveis; A regulação da produção de conteúdos veiculados pelos media que evite a difusão de informações erróneas e degradantes sobre sexualidade e género; A realização de parcerias entre instituições educativas, famílias e comunidade, para agirem de forma a garantir a proteção e o bem-estar de crianças e jovens, proporcionando-lhes o acesso ao conhecimento e as competências necessárias para fazerem escolhas informadas e responsáveis nas suas vidas pessoais e sociais; A discussão e debate público de questões ligadas à sexualidade e comportamento sexual; A criação de redes de professores (as) e investigadores (as) em Sexualidade e Educação Sexual A sinergia de esforços entre todas as partes interessadas na educação em sexualidade. Os e as participantes no I Congresso Internacional Sexualidade e Educação Sexual aprovam e comprometem-se a compartilhar esta Carta com os seus governos, instituições e comunidades e a implementar no seu dia a dia os valores e as linhas de ação aqui apresentados. Tendo presente os pressupostos desta Carta, apelam à ação mediante uma participação conjunta e empenhada na concretização das medidas aqui propostas como garante do direito à felicidade e dignidade de todas as pessoas. 4