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MONITORAMENTO
COPA | Previsões
Junho de 2014
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
ÍNDICE
ATRASO NAS OBRAS .................................................................... 4
Veja, 25 de maio de 2011................................................... 4
BBC Brasil, 12 de setembro de 2013 ................................. 4
Estadão, 17 de fevereiro de 2014........................................5
Sport TV, 22 de março de 2013..........................................5
“O BRASIL NÃO ESTÁ PRONTO” ................................................... 6
Voz da Rússia, 23 de janeiro de 2014 ............................... 6
Folha, 9 de fevereiro de 2014.............................................7
TURISTAS COM MEDO DO BRASIL ............................................... 8
France Football, 28 de fevereiro de 2014 ......................... 8
Jornal Nacional, 15 de maio de 2014................................ 9
Rádio Jovem Pan, 7 de dezembro de 2013 ...................... 11
O Globo, 27 de novembro de 2013................................... 11
Telegraph, 10 de maio de 2014 ........................................ 11
Estadão, 30 de abril de 2014............................................13
Jornal da Record, 22 de janeiro de 2013 .........................14
Folha de S.Paulo, 7 de janeiro de 2013 ............................14
O QUE DISSERAM OS FAMOSOS ................................................ 16
Época, 5 de abril de 2014 .................................................16
1
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Íntegra dos textos
Veja............................................................................................ 17
Prontos para a Copa... de 2038.................................................................. 17
5 razões para o atraso.................................................................................24
Ainda pior do que os estádios... .................................................................26
“Vocês têm muito a fazer” ..........................................................................28
Folha de S.Paulo ........................................................................ 30
Risco de racionamento de energia faz Dilma convocar setor elétrico.......30
Blog do Luís Nassif ..................................................................... 33
Folha admite o erro sobre o suposto apagão energético ...........................33
Jornal da Record ........................................................................ 38
Pode faltar energia elétrica para a Copa do Mundo de 2014.....................38
SportTV...................................................................................... 39
Sanches diz que Arena Corinthians pode não receber abertura da Copa .39
Jornal Nacional .......................................................................... 40
Doze cidades do Brasil têm protestos contra a Copa do Mundo.............. 40
O Globo...................................................................................... 46
Pesquisador alerta para o perigo de surto de dengue na Copa..................46
Rádio Jovem Pan........................................................................ 50
Brasil corre risco de sofrer epidemia de dengue durante a Copa do Mundo
....................................................................................................................50
BBC ............................................................................................ 51
Quatro desafios do Brasil nos 6 meses até a Copa..................................... 51
Abaixo, a BBC Brasil detalha os quatro grandes desafios que o Brasil terá
nos próximos seis meses até a Copa do Mundo.........................................54
2
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Rádio Voz da Rússia ................................................................... 66
Brasil não está preparado para receber a Copa do Mundo........................66
Rádio France Internacional........................................................ 72
Revista francesa diz que Copa no Brasil virou "fonte de angústia"...........72
Estadão...................................................................................... 76
Há 32 anos, Colômbia disse não à Fifa e desistiu da Copa de 1986 ..........76
Folha de S.Paulo ........................................................................ 79
Brasil não está pronto para sediar a Copa do Mundo, diz Valdivia ..........79
Época ......................................................................................... 84
Paulo Coelho: “A barra vai pesar na Copa do Mundo”..............................84
Estado de S.Paulo .................................................................... 119
Sem Wi-Fi, seis estádios terão internet ‘deficiente’ na Copa do Mundo..119
The Telegraph (UK) .................................................................. 121
World Cup fans at risk of dengue fever in Brazil ......................................121
3
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
ATRASO NAS OBRAS
Veja, 25 de maio de 2011
“2038. Por
critérios
matemáticos, os
estádios da Copa
não ficarão
prontos a tempo”
“No ritmo atual, o
Maracanã seria reaberto
com 24 anos de atraso.
No ritmo atual, a Arena
Amazônia ficará pronta
em maio de 2024; Mineirão ficará pronto em abril de 2020;
Mané Garrincha só ficará pronto em outubro de 2021.”
BBC Brasil, 12 de setembro de 2013
“A entrega dos seis estádios ainda em construção para a
Copa do Mundo (Manaus, Natal, Cuiabá, São Paulo,
4
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
SECRETARIA DE IMPRENSA DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Curitiba, Porto Alegre) é um dos maiores desafios do Brasil
nos seis meses restantes até o Mundial.”
Estadão, 17 de fevereiro de 2014
“Curitiba corre sério risco de ser excluída da Copa do
Mundo nesta terça-feira. A 115 dias da abertura da
competição, as obras da Arena da Baixada estão longe de
serem concluídas. Além disso, o Atlético-PR precisa de mais
R$ 65 milhões para finalizar a reforma da arena, incluindo
todas as exigências da Fifa. Situação parecida vivia a
Colômbia, em outubro de 1982. O país, no entanto, disse
não à Copa de 1986 e à entidade máxima do futebol”.
Sport TV, 22 de março de 2013
“Sanches diz que Arena Corinthians pode não receber
abertura da Copa”. (...) “Acredito que sim (que a partida
inaugural da Copa do Mundo será no estádio alvinegro),
mas tenho obrigação de avisar a todos os órgãos públicos
que existe o risco de não ter a abertura”.
FATO
Doze estádios foram entregues à Fifa até
segunda quinzena de maio de 2014. As novas
arenas de futebol do Brasil já são um sucesso de
público. O torcedor brasileiro lotou os seis estádios
que ficaram prontos em 2013 para a Copa das
5
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Confederações. E para a Copa do Mundo adquiriu a
maior parte dos 2,6 milhões de ingressos já vendidos.
Mais modernos e seguros, os novos estádios são
fundamentais para impulsionar a indústria do futebol
brasileiro. Estudos da Fundação Getúlio Vargas
indicam que, com uma exploração eficiente e
estruturas mais adequadas, o futebol brasileiro pode
movimentar mais de R$ 60 bilhões por ano e gerar
até 2 milhões de empregos diretos e indiretos.
“O BRASIL NÃO ESTÁ PRONTO”
Voz da Rússia, 23 de janeiro de 2014
“Brasil não está preparado para receber a Copa do Mundo
No dia 22 de janeiro a presidente brasileira Dilma Rousseff
inaugurou o estádio de futebol Dunas em Natal. Este foi o
primeiro estádio para a Copa do Mundo 2014 a ser
inaugurado este ano.
Mas até ao Mundial ainda se tem de terminar outros seis
estádios. O Brasil não consegue cumprir o calendário de
preparação dos estádios. Todos os trabalhos já deviam ter
sido concluídos em dezembro de 2013.
6
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Folha, 9 de fevereiro de 2014
“Brasil não está pronto para sediar a Copa do Mundo, diz
Valdívia”
FATO
“Em 10 dias, começa a Copa do Mundo Fifa 2014 que
o Brasil terá a honra de sediar. Quero reafirmar aqui
a todas as brasileiras e brasileiros, a todos que nos
visitarão nos próximos dias, que faremos, de fato, a
Copa das Copas.” (...) “Os aeroportos brasileiros, por
onde a maior parte dos nossos visitantes
internacionais e também dos turistas nacionais,
esportistas que virão ver a Copa em todas as cidades-
sede, sabem que eles estão preparados para essa
demanda adicional que nós vamos receber este mês,
principalmente porque esses aeroportos estão
dimensionados para atender a demanda por viagens
de aviões que cresceram neste país, no período, de
forma sistemática, passamos de 33 milhões de
passageiros a 111, 112, 113.” Discurso da presidenta
Dilma Rousseff.
Investimentos em infraestrutura R$ 17,6
bilhões. Investimentos em estádios R$ 8
bilhões – R$ 4 bilhões são recursos dos
governos estaduais, municipais e parceiros
privados e os outros R$ 4 bilhões são oriundos
de empréstimos concedidos pelo BNDES.
7
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
TURISTAS COM MEDO DO BRASIL
France Football, 28 de fevereiro de 2014
“Os turistas estrangeiros
estão com medo de vir ao
Brasil”. Revista francesa
detona Brasil e aponta
Copa no país como o
“Mundial do Medo”.
“Revista francesa diz que
Copa no Brasil virou ‘fonte
de angústia’”. A respeitada
revista France Football
chegou nesta terça-feira
(28) às bancas alertando
em sua manchete para os
riscos que pairam sobre o
Mundial do Brasil. Os
atrasos na entrega dos estádios, a insatisfação da população
e até as diferenças de clima entre as regiões durante o
evento foram citados pela publicação para justificar os
temores com a organização da Copa.
FATO
Mais de 3,7 milhões de turistas vão circular
pelas 12 cidades-sede, sendo 3 milhões de
8
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
brasileiros e 600 mil estrangeiros. São mais de
5.500 estabelecimentos comerciais nas 12 cidades,
mais de 567 mil vagas em hotéis e outras 69 mil em
hospedagens alternativas. Previsão de receita
adicional para o setor hoteleiro de R$ 2,1 bi;
alimentação R$ 900 milhões e no comércio R$ 831,6
milhões.
Em dezembro de 2013, o Brasil recebeu o turista de
número 6 milhões, um aumento de 5,6% no número de
chegadas de estrangeiros em relação a 2012.
A QUESTÃO DOS EMPREGOS
Jornal Nacional, 15 de maio de 2014
“Precisamos de emprego e não de Copa”
Doze cidades do Brasil têm protestos contra a Copa do
Mundo. 300 trabalhadores ligados à Força Sindical pediam
emprego e também criticavam os gastos com a Copa.
9
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
FATO
Empregos e renda para
as pessoas e riqueza para
o País. Este é um saldo
garantido com a
realização da Copa no
Brasil. A Copa das
Confederações de
2013 gerou 303 mil empregos, de acordo com
a Fipe. Só a construção dos estádios gerou 50
mil empregos. A Copa do Mundo é um evento
três vezes maior. A estimativa é de geração de 200
mil empregos na cadeia produtiva do turismo para a
Copa do Mundo. Um movimento que também
contribui para que o Brasil mantenha as menores
taxas de desemprego de sua história.
O Brasil está investindo R$ 17,6 bilhões em obras de
mobilidade urbana, transporte coletivo e
modernização de seus principais aeroportos. São
investimentos que beneficiam um enorme contingente
de brasileiros, hoje e no futuro. E que permanecerão
por muito tempo depois do jogo final. Realizar a Copa
ajudou a acelerar o andamento dessas obras, todas
absolutamente necessárias ao País. Embora algumas
delas ainda não tenham sido concluídas, a estrutura
para realizar a Copa do Mundo já está pronta.
Levantamento da Fipe mostra que a Copa das
Confederações acrescentou R$ 9,7 bilhões ao Produto
Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2013. A expectativa
10
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
é que a Copa do Mundo movimente três vezes mais,
cerca de R$ 30 bilhões.
EPIDEMIA DE DENGUE
Rádio Jovem Pan, 7 de dezembro de 2013
“Brasil corre risco de sofrer epidemia de dengue durante a
Copa do Mundo”
O Globo, 27 de novembro de 2013
“Pesquisador alerta para o perigo de surto de dengue na
Copa”. Simon Hay, da Universidade de Oxford, no Reino
Unido, diz que organizadores e patrocinadores da
competição deveriam explicitar o risco da doença.
Telegraph, 10 de maio de 2014
“Fãs da Copa do Mundo podem pegar dengue no Brasil”.
Autoridades de saúde pública dizem que milhares de fãs de
futebol podem estar em risco da doença, que pode causar
dor articular excruciante e febre hemorrágica
11
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
FATO
O período da Copa não é propício à ocorrência
de epidemias da dengue. Vale destacar que
o pico de casos de dengue, que costuma
ocorrer entre a 15ª e a 20ª semana do ano, já
foi alcançado. A tendência agora é de queda no
registro de casos por semana. Como já aconteceu
durante a realização da Copa das Confederações em
2013, os municípios que sediarão os jogos da Copa
fizeram ações preventivas visando a eliminação de
criadouros nos estádios, arenas, fanfests, exibições
públicas, centros de treinamento, rede hoteleira,
aeroportos e seus entornos. Em 2013, destinou
recurso adicional de R$ 363 milhões (a ser usado em
2014) para o aprimoramento das atividades de
prevenção e controle da dengue dos municípios
brasileiros, dos quais R$ 53,6 milhões foram
repassados para as cidades-sede.
12
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
INTERNET
Estadão, 30 de abril de 2014
“Vai faltar internet na Copa. Alguns estádios não terão wi-fi.
No estádio Itaquerão onde será a abertura da Copa, o
sistema provavelmente não ficará pronto.”
FATO
O Governo brasileiro cumpriu totalmente a
Garantia 11 - Telecomunicações e Tecnologia da
Informação, assinada como requisito à candidatura
do Brasil à Copa do Mundo 2014, no qual
disponibilizaria a infraestrutura para a transmissão
dos jogos nas 12 cidades sede e para atender aos
locais de concentração das seleções participantes. Foi
implantada a rede duplicada de fibra óptica que será
usada na transmissão de imagens em alta definição
(HDTV - áudio e vídeo) entre as arenas e o Centro
Internacional de Coordenação de Transmissão (IBC),
localizado no Rio de Janeiro, investimentos de R$ 87
milhões sob responsabilidade da Telebrás.
13
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
RACIONAMENTO DE ENERGIA
Jornal da Record, 22 de janeiro de 2013
“Pode faltar energia elétrica para a Copa do Mundo de
2014”. Mais da metade das obras de infraestrutura
energética do país estão atrasadas, revela o relatório da
agência nacional de energia elétrica (Aneel). Essa situação
pode colocar em risco o fornecimento de energia na Copa do
Mundo de 2014. Guilherme Schmidt, advogado especialista
no setor de energia fala sobre o assunto.
Folha de S.Paulo, 7 de janeiro de 2013
“Risco de racionamento de energia faz Dilma convocar setor
elétrico”. Dez dias depois de dizer que é “ridículo” falar em
racionamento de energia, a presidente Dilma convocou uma
reunião de emergência sobre os baixos níveis dos
reservatórios para depois de amanhã, em Brasília. (...)
Técnicos do setor acusam Dilma de estar centralizando as
decisões e dizem que, se o racionamento não é uma certeza,
não pode simplesmente ser descartado.
A reunião do CMSE havia sido marcada em 13 de dezembro
de 2013. O jornal foi obrigado a publicar um “erramos” –
“Folha admite o erro sobre o suposto apagão energético”.
14
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
FATO
O sistema elétrico brasileiro está mais robusto: muito
mais usinas e grande aumento de linhas de
transmissão. Somente no governo da Presidenta
Dilma Rousseff foram agregados ao parque gerador
nacional 14 mil megawatts de energia e 16 mil
quilômetros de linhas de transmissão. Dentro das
premissas do Operador Nacional do Sistema Elétrico,
o abastecimento de energia no país está garantido até
2015. A segurança, a confiabilidade e a continuidade
do suprimento de energia elétrica às cidades-sede está
garantida com o reforço das equipes de operação e
manutenção e a operação do Sistema Interligado com
maior nível de segurança. O suprimento de energia
ao estádio atende aos requisitos da FIFA quanto à
existência de dois alimentadores oriundos de 2
subestações de distribuição distintas, geradores de
back-up e sistemas de nobreak (para as cargas
críticas).
Sobre o relatório da Aneel (matéria R7): Algumas
dessas obras ainda encontram-se em andamento, com
previsão de conclusão para maio de 2014. Entretanto,
as obras prioritárias que contemplam a dupla
alimentação aos estádios (critério da FIFA) e de
atendimento a aeroportos e outros equipamentos
prioritários envolvidos com a Copa já foram
concluídas.
15
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
O QUE DISSERAM OS FAMOSOS
Época, 5 de abril de 2014
Paulo Coelho: “A barra vai pesar na Copa do Mundo. Eu era
um dos idiotas que acreditavam que a Copa do Mundo
melhoraria a infraestrutura do Brasil. Eu tenho convite da
Fifa, mas não vou à Copa”.
16
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
ÍNTEGRA DOS TEXTOS
Veja
25 de maio de 2011
Prontos para a
Copa... de
2038
A 36 meses do pontapé
inicial para a Copa de 2014,
o Brasil só investiu 7,5% do
necessários para preparar
seus estádios. Para virar o
jogo, será preciso correr – e
muito
Kalleo Coura
Mantidos os atuais padrões
de gestão, organização e investimento, o Brasil tem todas as
condições de fazer uma belíssima Copa do Mundo, mas só
em 2038. Desde o dia 30 de outubro de 2007, quando o
presidente da Fifa, Joseph Blatter, anunciou que o país
havia sido escolhido para sediar a Copa de 2014, muito
17
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
pouco se fez para preparar a casa. A 36 meses do pontapé
inicial do torneio, a controladoria-Geral da União informa
que, dos 23,7 bilhões de reais previstos para ser aplicados
em obras de infraestrutura, apenas 590 milhões de reais
foram efetivamente investidos. Ou seja, só 2.5% das obras
saíram do papel. Os responsáveis pelos projetos insistem
em afirmar que os trabalhos avançam em ritmo adequado.
Mas uma análise escrupulosa da situação conduz a outra
conclusão. O Brasil está atrasado, sim - e mais atrasado do
que estava a África do Sul em 2007, três anos antes de
sediar o evento. Mais: entre as construções em andamento,
há obras com indícios de superfaturamento, estádios
superdimensionados e projetos tão mal-feitos que mais
parecem piada de mau gosto - como o estádio em que os
responsáveis se esqueceram de prever a instalação de
gramado e cadeiras.
Para aferir o ritmo em que as obras da Copa estão sendo
tocadas. VEJA escolheu esmiuçar o andamento dos doze
estádios que participarão do evento. A reportagem
comparou o orçamento previsto para a reforma ou
construção de cada arena com o valor que foi investido
nelas até agora. Em outras palavras, analisou a execução
orçamentária estádio por estádio. Esse método revela com
nitidez a situação de cada empreitada, uma vez que, no
Brasil, os pagamentos são feitos à medida que o trabalho
avança no canteiro de obras. O resultado desse
levantamento é de arrepiar. No ritmo atual em que os
projetos caminham, nada menos do que onze dos doze
estádios só estarão concluídos depois de 2014. O único que
vem mantendo um ritmo de execução de orçamento
18
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
adequado é o Castelão, de Fortaleza. Para checar de perto
essa informação, VEJA organizou uma operação aérea. A
bordo de helicópteros, um pelotão de fotógrafos sobrevoou
todos os estádios da Copa na semana passada. As imagens
captadas, que ilustram esta reportagem, são desoladoras.
O caso mais dramático é o do Maracanã, o estádio mais
famoso do Brasil:- e, possivelmente, do mundo. A Fifa já
decidiu que a final da Copa será disputada lá, mas faltou
combinar com o governo do Rio. A reforma custará 957
milhões de reais, mas só 26 milhões foram investidos até
agora - uma ninharia, em termos relativos. Se a velocidade
não aumentar, o Maracanã só ficará pronto daqui a 27 anos.
Na imagem que abre esta reportagem, é possível avaliar o
tamanho do problema do estádio carioca. Depois de terem
demolido boa parte das arquibancadas, os responsáveis pela
obra descobriram que toda a estrutura de concreto que o
recobre está comprometida, pelo tempo e pelas infiltrações.
Será preciso retirá-la inteira, para depois colocar outra no
lugar. O trabalho apenas foi iniciado, mas, pelo pequeno
número de operários captado pelas lentes da reportagem de
VEJA na última quinta-feira, em dia útil e horário
comercial, a tarefa consumirá uma eternidade para ser
concluída. Ainda é possível aprontar o Maracanã para a
Copa? Sim. Mas para isso será preciso aumentar a média
mensal de gastos na obra de menos de 3 milhões de reais
para 29 milhões de reais - uma elevação de 907%.
A situação se repete país afora, com casos que expõem a
falta de gestão que até agora tem sido a marca da Copa no
Brasil. No Mineirão, por exemplo, as obras seguem bem
mais lentas do que tenta fazer crer o discurso oficial. O
19
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
estádio está fechado há quase um ano, mas na imagem da
página 91 é possível observar que nem sequer foi concluída
a retirada das cadeiras de plástico vermelhas existentes no
anel superior da construção. A urbanização da parte externa
do estádio também segue em marcha lenta. Ou se aceleram
os trabalhos, ou o campo só estará pronto para atender às
exigências da Fifa em 2020.
Em Brasília, o Estádio Nacional está sendo erguido onde
ficava a antigo Mané Garrincha (até a semana passada, uma
seção da amiga arquibancada teimava em se manter de pé,
depois de duas tentativas fracassadas de implosão). O
projeto original de reforma foi tão malfeito que, por
absurdo que pareça, não previa a instalação de itens tão
básicos como gramado, iluminação, cadeiras e te1ão. Graças
a falhas clamorosas como essas, o orçamento original, de
670 milhões de reais, terá, claro, de ser revisto. Ainda em
relação ao estádio de Brasília, causa preocupação a solução
de financiamento encontrada pelo governo do Distrito
Federal para bancar sua construção: a venda de terras
públicas. Depois que o Ministério Público questionou essa
decisão com o temor de que, diante da urgência da venda,
os cofres públicos poderiam sair no prejuízo -, o governo
transferiu a propriedade do estádio para a Terracap,
empresa pública que administra os tais terrenos. Foi apenas
uma manobra burocrática para disfarçar (e manter) a fonte
de financiamento desejada. "Isso mostra a total falta de
planejamento com que se está administrando essa obra", diz
o promotor Ivaldo Lemos Júnior, do Ministério Público do
Distrito Federal.
20
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
A falta de planejamento também é um problema que afeta a
Arena Amazônia, em Manaus. Primeiro, o Tribunal de
Contas da União (TCU) detectou superfaruramento na obra,
que ainda está na fase de escavação e terraplenagem. Em
uma amostra de contratos de 200 milhões de reais, o TCU
detectou um sobrepreço de 71 milhões de reais. Logo
depois, nova constatação: a capacidade do novo estádio,
bancado pelo governo do estado, é ridiculamente maior do
que requer a torcida da região. É claro que, se uma seleção
ilustre, como a da Itália, jogar lá no Mundial, a lotação
máxima, de 44 500 lugares, pode ser completada. Mas e
depois? A média de público do campeonato amazonense é
inferior a 1000 pagantes por jogo. A partida que atraiu mais
gente neste ano foi a final do primeira rumo do
Amazonense, entre Nacional e Penarol, com 2 869
testemunhas. É muito pouco para justificar o investimento -
público - de quase 500 milhões de reais, sem falar nos
gastos futuros com a manutenção.
Melhor seria ter deslocado a sede amazônica para Belém, no
Pará, onde há mais público. Mas a escolha das sedes da
Copa ficou longe de obedecer a critérios exclusivamente
técnicos. Prefeitos e governadores de todo o país
pressionaram a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a
entrar na festa. Quem tinha padrinhos mais fones levou.
Como resultado, ficou decidido que o evento terá doze
sedes, quando oito, no máximo, seriam suficientes. Esse
número reduziria em até 33% os custos do torneio.
Nada é tão grave, no entanto, quando a situação de três
sedes: São Paulo, Natal e Curitiba. Até agora, não foi gasto
um único centavo em seus estádios. No caso paulista a CBF
21
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
quer que os jogos, incluindo a partida de abertura, sejam
disputados no Estádio do Corinthians que ainda não existe.
Ninguém sabe quem vai pagar pela obra, e a cada dia surge
novas dificuldades. Primeiro, foram dutos da Petrobrás
descobertos sob o terreno onde ficaria um lance de
arquibancada. Na semana passada, revelou-se que será
preciso canalizar um córrego que existe por lá. A cada
entrave descoberto, sobem os custos da obra - hoje na casa
de 1 bilhão de reais, o que o toma o estádio mais caro do
Brasil. Sem saída à vista, na última semana a presidente
Dilma Rousseff telefonou para o seu antecessor e pediu-lhe
que tentasse convencer a Odebrecht, empreiteira indicada
pelo próprio para tocar o projeto, a baixar o orçamento.
Ainda não houve avanços, mas a empresa promete começar
os trabalhos na semana que vem. Por enquanto, na área
reservada, há apenas mato.
Em Natal, o Estádio Machadão dará lugar, em teoria, à
Arena das Dunas. Mas a velha estrutura segue intacta. Será
preciso demoli-la, para depois começar do zero o novo
projeto. Em Curitiba, o Atlético do Paraná teria de pagar
130 milhões de reais para adequar a Arena da Baixada às
exigências da Fifa, mas o clube só aceita desembolsar 45
milhões de reais. Quer que a administração estadual e a
prefeitura, que já haviam concordado em financiar parte do
projeto, arquem com mais esse papagaio. O governo finge
que a bola não está com ele. "Os paranaenses podem ficar
tranquilos que tudo está no cronograma e vamos cumprir
todos os prazos", diz Mario Celso Cunha, secretário estadual
para Assuntos da Copa de 2014. Como se vê, os gestores das
obras parecem não ter pressa em resolver os problemas.
22
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Mas deveriam. "É evidente que apenas as cidades com a
infraestrutura adequada para sediar partidas da Copa do
Mundo estarão aptas para realmente receber os jogos. Se
esse não for o caso de alguma cidade em 2014, ela será
excluída da competição", disse a VEJA o francês Jérôme
Valcke, secretário-geral da Fifa. Pelas regras da entidade,
tanto aeroportos quanto estádios têm de estar tinindo, no
máximo, seis meses ano antes do torneio.
Tudo somado, o quadro geral é o seguinte: a três anos da
Copa, o Brasil só tem um estádio com execução
orçamentária adequada para ficar pronto tempo de ser
usado na Copa de 2014. Em outros oito, é preciso acelerar o
investimentos para evitar uma tragédia. Dos três restantes,
que ainda nem começaram, um terá de ser reformado e dois
serão feitos a partir do zero. No capítulo de aeroportos, dos
treze questão no projeto Copa, só seis começaram a ser
reformados (veja o quadro na pâg. 100). Quando se fala das
obras de mobilidade urbana que foram pr metidas, o caso é
ainda pior. Das cinquenta anunciadas, só quatro tiveram
início. Com esse quadro, é possível afirmar que hoje o Brasil
está mais atrasado para a Copa do Mundo do que a África
do Sul no período equivalente. Lá, naquela altura, todos os
estádios integralmente novos já haviam começado a ser
erguidos. As obras aeroportuárias estavam bem
encaminhadas, e cidades como Johannesburgo haviam sido
transformadas em canteiros de obras a céu aberto.
Estar atrás da África do Sul, no entanto, não significa, para
o Brasil, não poder recuperar o tempo perdido. O
diagnóstico publicado nesta reportagem revela a situação
atual dos estádios. Se o ritmo dos investimentos aumentar
23
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
daqui para a frente, a Copa estará garantida. A questão, no
entanto, não pode ser adiada nem mais um dia. Mesmo
porque a lentidão, aliada à desorganização. tem tudo para
desembocar num sorvedouro desmedido de recursos
públicos, como ocorreu com os Jogos Pan-Americanos de
2007, no Rio. Na ocasião, observou-se exatamente o mesmo
roteiro que se vê agora: quase todas as obras atrasaram.
Diante disso, foi preciso abrir os cofres do governo federal
para evitar um vexame internacional. O orçamento final do
Pan ficou em 4 bilhões de reais, dez vezes a previsão inicial.
De todos os gastos da União, mais de 70% foram liberados
nos seis meses anteriores ao evento.
Questionado por VEJA sobre a execução de apenas 7,5% do
orçamento dos estádios, o presidente da CBF, Ricardo
Teixeira, discordou que haja atraso nos trabalhos. Segundo
ele, é normal que no início das obras a execução seja mais
lenta do que no final. "Todos os projetos estão caminhando
de forma satisfatória, só precisamos acelerar a questão de
São Paulo." O otimismo é uma virtude, mas saber
reconhecer um problema quando se está diante dele - ao
menos no caso de gestores encarregados de uma tarefa da
magnitude da Copa do Mundo - é uma obrigação.
5 razões para o atraso
A falta de planejamento é a principal, mas não é a única
responsável pela lentidão nas obras da Copa de 2014
1. Escolha política das sedes
24
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Para agraciar o maior número de compadres, o Comitê
Organizador Local convenceu a Fifa a escolher doze
cidades-sede para a Copa no Brasil, quando apenas oito
seriam suficientes
2. Não há quem cobre
Não existe um único órgão com poderes para gerenciar,
fiscalizar e cobrar a execução dos projetos da Copa, que
estão a cargo de prefeituras, estados, autarquias e clubes.
Na África do Sul, o governo central chamou a si essa
responsabilidade. Arcou com 98% dos gastos e controlou
todo o cronograma
3. Projetos malfeitos
Como a maior parte das obras que usam dinheiro público,
as da Copa partiram de projetos mambembes que, como
tais, exigem remendos depois. Em Brasília, por exemplo, o
estádio não previa ítens básicos como gramado, traves e
iluminação - tudo isso ainda terá de ser incluído, o que
aumentará custos e potencializará atrasos
4. O dinheiro não aparece
Apenas 2,5% dos 23,7 bilhões de reais previstos para ser
investidos nas obras de infraestrutura da Copa foram gastos
até agora. No caso dos estádios, o BNDES diz que segura o
dinheiro porque os responsáveis pelas obras não vêm
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
cumprindo as condições contratuais. Como não há um
órgão que centralize o gerenciamento dessas obras, tudo
gira em círculo - a nada anda para a frente
5. Estão fazendo corpo mole
Muitos gestores de obras sabem que, como a Copa será
prioridade do Brasil em 2014, às vésperas do evento o
governo despejará dinheiro nos projetos que ainda
estiverem inconclusos. E sabem também que investimentos
"emergenciais" saem bem mais caro para os cofres públicos.
No Pan-Americano de 2007, no Rio, o conjunto de obras
finalizadas em cima da hora, custou 4 bilhões de reais - dez
vezes a previsão inicial
Ainda pior do que os estádios...
Nuvens negras rondam os aeroportos brasileiros. Apenas
seis dos treze terminais localizados nas regiões que
receberão jogos da Copa começaram a ser reformados. Para
piorar, o ritmo das obras iniciadas é ainda mais lento do
que o verificado nos estádios. O projeto mais portentoso - e
um dos mais atrasados é a construção do terceiro terminal
do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
É uma obra crucial para o sucesso do torneio: será por lá
que a maior parte dos turistas chegará ao país. E será a
partir daquela pista que eles levantarão voo rumo a outros
estados. O novo terminal e as obras complementares
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
custarão 1,2 bilhão de reais, mas até agora só foram
investidos 30 milhões de reais, ou 2,5% do valor previsto.
No Galeão, no Rio de Janeiro, a reforma está orçada em 687
milhões de reais. Dessa quantia, foram liberados 64 milhões
desde 2008, quando começaram as obras. Nesse ritmo de
execução orçamentária, o terminal só ficará pronto vinte
anos depois da final da Copa.
"Não há razão lógica que explique a lentidão crônica nas
obras aeroportuárias brasileiras. Em outros países elas
acontecem de forma muito mais célere", diz o comandante
Ronaldo Jenkins, diretor do Sindicato Nacional das
Empresas Aeroviárias. Ele tem razão. Recentemente, a pista
principal do Aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, foi
totalmente reconstruída. A obra levou menos de quatro
meses até a entrega. Não passou pela cabeça de nenhum
engenheiro americano que ela pudesse se estender por anos
a fio. Já no Brasil, o tempo médio gasto para reformar um
aeroporto é de 36 meses. "Os aeroportos são uma de nossas
maiores preocupações", diz o francês Jérôme Valcke,
secretário-geral da Fifa. "Esperamos que, com a
privatização de alguns deles, o processo receba o impulso
necessário."
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão
ligado à Presidência da República, diz que dez dos treze
aeroportos não ficarão prontos para a Copa. Com uma
agravante: mesmo que sejam entregues, dez deles já
estariam operando em "situação crítica", ou seja, acima de
sua capacidade nominal, em 2014. Isso significa que os
projetos subestimaram o crescimento da demanda nacional
por passagens aéreas. Um dos casos mais eloquentes é o do
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte. As obras de
reforma nem sequer começaram, mas o Ipea acredita que,
em 2014, seu movimento será 25% superior ao estimado no
projeto que será seguido. Isto é, mesmo que a obra seja feita
a toque de caixa, o aeroporto precisará de uma segunda
reforma quando a primeira for entregue.
“Vocês têm muito a fazer”
Principal responsável pelo Comitê Organizador da Copa do
Mundo de 2010, na África do Sul, o executivo Danny
Jordaan esteve à frente de todas as obras realizadas por seu
país para receber o torneio mundial de futebol - um
trabalho coroado de sucesso. Atualmente, Jordaan é vice-
presidente da Associação Sul-Africana de Futebol. De
Johannesburgo, onde mora, ele falou a VEJA por telefone.
Ainda é possível recuperar o atraso das obras brasileiras?
Estive aí em novembro, muita coisa deve ter mudado desde
então, o que eu posso afirmar é que vocês têm muito mais a
fazer do que nós tivemos. Além de investir em estádios,
centros de treinamento, hotéis e tecnologia da informação, é
preciso lembrar que, quanto mais cidades-sede um país tem
- nós tivemos nove, enquanto vocês optaram por doze -,
maior é a infra-estrutura necessária. Afora isso, o Brasil é
um país de dimensões continentais e tem de investir muito
dinheiro em rodovias, trens e, principalmente, aeroportos.
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Havia um controle eficiente das obras por parte do Comitê
Organizador na África do Sul?
Sim. Fazia parte das prerrogativas do comitê monitorar e
intervir para ter absoluta certeza de que tudo estava nos
eixos. Tínhamos vários sistemas de planejamento e gestão,
além de equipes técnicas para inspecionar as obras toda as
semanas Entregamos tudo a tempo.
O que é preciso fazer para que a Copa deixe um legado
positivo para um país?
É preciso ter em mente que a Copa do Mundo não é feita
apenas de estádios. Antes da competição, nossos portos,
aeroportos, rodovias e trens estavam em frangalhos. Para
receber bem os turistas e permitir que os times e os
torcedores chegassem aos locais das competições sem
contratempos, planejamos a reforma de todas essas
estruturas e conseguimos executá-las dentro dos prazos. O
aeroporto da Cidade do Cabo, por exemplo, estava quase
50% pronto três anos antes da Copa do Mundo. Foi uma
excelente oportunidade para melhorar as condições da
população e estender os benefícios da Copa para além do
seu término.
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Folha de S.Paulo
7 de janeiro de 2013
Risco de racionamento de
energia faz Dilma convocar
setor elétrico
Eliane Cantanhêde
Dez dias depois de dizer que é "ridículo" falar em
racionamento de energia, a presidente Dilma Rousseff
convocou reunião de emergência sobre os baixos níveis dos
reservatórios, para depois de amanhã, em Brasília.
A reunião foi acertada entre Dilma, durante suas férias no
Nordeste, e o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão,
que a presidirá. Balanço e propostas serão levadas
diretamente à presidente.
Dirigentes de órgãos do setor tiveram de cancelar
compromissos para comparecer.
Na avaliação do governo, os níveis dos reservatórios estão
até 62% abaixo dos registrados no ano passado e a situação
tem piorado por causa do intenso calor, sobretudo no
Sudeste.
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Com temperaturas que chegam a 40 graus em cidades como
o Rio de Janeiro, o consumo de energia com ar
condicionado, ventilador e refrigerador tem disparado.
Técnicos do setor acusam Dilma de estar centralizando as
decisões e dizem que, se o racionamento não é uma certeza,
também não pode ser simplesmente descartado. Um deles
diz que o risco "está acima do prudencial".
Mesmo antes da reunião, já vinham sendo tomadas medidas
extras para garantir a produção de energia, como a
reativação da usina de Uruguaiana, parada desde 2009, e o
acionamento a plena capacidade das usinas térmicas, muito
mais caras do que as hidrelétricas.
Há duas ironias, conforme análise dos órgãos do setor.
Uma é que a situação só não fugiu ao controle porque o
crescimento econômico de 2012 foi pífio, na ordem de 1%.
Se tivesse sido de 4,5%, como previra o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, o consumo da indústria estaria
bem maior e haveria risco imediato de faltar energia.
A segunda ironia é que a reunião governamental e o sinal
amarelo pela falta de chuvas ocorrem justamente quando
enchentes assolam o Rio de Janeiro, deixando milhares de
desabrigados.
Além da preocupação pontual, com o momento presente, o
governo teme que a situação se mantenha ao longo deste
ano, pressionando todo o setor no último trimestre e no
início de 2014.
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Quanto à Copa, há certa tranquilidade, porque os estádios,
preventivamente, estão sendo equipados com modernos e
potentes geradores.
Oficialmente, estarão presentes ao encontro de quarta-feira
os integrantes do CMSE (Comitê de Monitoramento do
Setor Elétrico), que é presidido pelo ministro das Minas e
Energia e é convocado, por exemplo, quando há apagões de
grandes proporções, como ocorreu mais de uma vez em
2012.
Participarão a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica),
a ANP (agência de petróleo), a CCEE (Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica), a EPE (Empresa de
Pesquisa Energética) e o ONS (Operador Nacional do
Sistema Elétrico).
O CMSE se reporta ao CNPE (Conselho Nacional de Política
Energética), órgão de assessoria direta da Presidência da
República. É possível que também o conselho venha a ser
convocado proximamente por Dilma a debater a questão.
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/01/1210891-risco-de-
racionamento-de-energia-faz-dilma-convocar-setor-eletrico.shtml
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Blog do Luís Nassif
11 de janeiro de 2013
Folha admite o erro sobre o
suposto apagão energético
Folha de São Paulo | 10 de janeiro de 2013
Aos 45 do segundo tempo
Eliane Cantanhêde
BRASÍLIA – Como previsto, o governo tentou
desmentir a manchete de segunda da Folha sobre a
reunião de emergência do setor elétrico marcada
para ontem para discutir o nível preocupante dos
reservatórios, ou o que o setor privado vem
chamando, talvez com exagero, de “risco de
racionamento”.
Desmentir notícias desconfortáveis, aliás, é comum a
todos os governos: “O que é bom a gente mostra, o
que é ruim a gente esconde”.
Por isso, guardei uma carta, literalmente, na manga:
o e-mail enviado por um dos órgãos participantes às
17h56 da última sexta-feira: “A Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica – CCEE informa
aos agentes que a 53ª Assembleia Geral
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Extraordinária foi transferida para o dia 14 de
janeiro [...]. O adiamento deve-se à coincidência da
data anterior [9/1] com a reunião do Comitê de
Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), convocada
pelo Ministério de Minas e Energia”.
Não se desmarcam assembleias gerais do dia para a
noite, porque elas custam um dinheirão, envolvem
dezenas de pessoas na organização, centenas de
convidados e deslocamentos. A CCEE só fez isso
porque foi convocada de última hora, cinco dias
antes, para a reunião de Brasília.
O governo, porém, insiste que é coincidência que a
reunião ocorra no meio do turbilhão -e da assimetria
das chuvas. O ministro Lobão até me disse que estava
marcada havia “um ano”. Para comprovar, me
remeteu para o cronograma de reuniões no site do
ministério.
Sim, estava lá, mas o cronograma foi postado no site
precisamente às 15h14min30s de segunda, dia 7,
horas depois de a manchete da Folha sacudir o
governo, o setor, talvez o leitor/consumidor.
Há muito o que discutir: as falhas do sistema, a falta
de planejamento, a birra de são Pedro, os custos das
térmicas e, enfim, como ser transparente com
indústrias, concessionárias e usuários. Aliás, uma
obrigação de qualquer governo.
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Nem seria necessário mais nada para entender que a tese
salvacionista de Cantanhêde não se sustentava, pois
bastaria ver o cronograma de reuniões do Comitê de
Monitoramento do Setor Elétrico para saber se, como a
colunista insinuou, tal cronograma fora composto às
pressas para desmentir a tese da “reunião de emergência”.
O Ministério das Minas e Energia, porém, antecipou-se ao
que este blog iria publicar e enviou carta ao jornal provando
que nunca houve reunião de emergência alguma, conforme
a “barriga” que o veículo cometeu sob influência de sua
colunista. Sem remédio, a Folha publicou a carta em sua
edição desta sexta-feira. Veja, abaixo, a manifestação do
Ministério.
Folha de São Paulo | 11 de janeiro de 2013
Painel do Leitor
Energia
No dia 7/1, a Folha publicou a seguinte manchete de
capa: “Escassez de luz faz Dilma convocar o setor
elétrico”, com o subtítulo “Reunião de emergência
discutirá propostas para evitar riscos de
racionamento”. O texto remetia para reportagem em
“Mercado” sob o título “Racionamento de luz acende
sinal amarelo”.
Tratava-se de uma desinformação. Na mesma data
da publicação, preocupado com a repercussão da
reportagem, principalmente nas Bolsas, o ministro
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Edison Lobão, em telefonema à autora da
reportagem, a jornalista Eliane Cantanhêde,
esclareceu que a reunião em referência não fora
convocada pela presidenta da República, nem tinha
caráter de emergência. Tratava-se, conforme relatou,
de reunião ordinária do Comitê de Monitoramento do
Setor Elétrico (CMSE), marcada desde o ano passado.
Além desses esclarecimentos não terem sido prestados
na reportagem sobre o assunto publicada em 8/1
(“Lobão confirma reunião, mas descarta riscos”,
“Mercado”), a jornalista, na coluna “Aos 45 do
segundo tempo” (“Opinião”, ontem), põe em dúvida a
veracidade das informações do Ministério de Minas e
Energia. Para que não reste dúvida sobre o assunto,
consta na ata da 122ª Reunião do CMSE, realizada
em 13/12/2012, precisamente no item 12, a decisão de
realizar no dia 9/1/2013 a referida reunião ordinária.
Antonio Carlos Lima, da Assessoria de Comunicação Social do
Ministério de Minas e Energia (Brasília, DF)
– (...) O Ministério das Minas e Energia também entendeu
que a matéria tinha, se não objetivo, ao menos potencial
para tumultuar a economia, do que decorreu queda do valor
das ações das empresas geradoras de energia, as quais,
desfeita a farsa, recuperaram-se na última quinta-feira.
O mais engraçado mesmo, porém, foi a tréplica de Eliane
Cantanhêde. Leia abaixo.
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Folha de São Paulo | 11 de janeiro de 2013
Painel do Leitor
RESPOSTA DA JORNALISTA ELIANE
CANTANHÊDE – De fato, a reunião foi marcada em
dezembro, mas, diante dos níveis preocupantes dos
reservatórios, ganhou caráter emergencial –
evidenciado pela intensa movimentação do governo.
A Folha contemplou no dia 8/1 a versão do ministro
de que não havia risco de racionamento.
É piada, não é mesmo? A matéria de Cantanhêde na Folha
do dia 7 não disse que a reunião “ganhou caráter
emergencial” devido aos “níveis preocupantes dos
reservatórios”; disse que era de emergência, convocada às
pressas. Não foi por outra razão que a própria Folha
retificou a matéria mentirosa e alarmista logo abaixo da
resposta de sua colunista, na seção “Erramos”.
Veja, abaixo, a retratação da Folha – obviamente que sem o
destaque que o jornal deu à “barriga” que cometeu por obra
e graça de uma “jornalista” cujo trabalho, há muito, pauta-
se por motivações político-partidárias, para dizer o mínimo.
Folha de São Paulo | 11 de janeiro de 2013
Seção “Erramos”
MERCADO (7.JAN, PÁG. B1) A reunião do Comitê de
Monitoramento do Setor Elétrico havia sido marcada
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
em 13 de dezembro de 2012, e não neste ano,
conforme informou a reportagem “Racionamento de
luz acende sinal amarelo”, de Eliane Cantanhêde.
http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/folha-admite-o-erro-sobre-o-suposto-
apagao-energetico
Jornal da Record
22 de janeiro de 2013
Pode faltar energia elétrica para
a Copa do Mundo de 2014
Mais da metade das obras de infraestrutura energética do
país estão atrasadas, revela o relatório da agência nacional
de energia elétrica (Aneel). Essa situação pode colocar em
risco o fornecimento deenergia na Copa do Mundo de 2014.
Guilherme Schmidt, advogado especialista no setor de
energia fala sobre o assunto.
http://noticias.r7.com/jornal-da-record-news/2013/01/22/pode-faltar-energia-
eletrica-para-a-copa-do-mundo-de-2014/
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
SportTV
22 de março de 2013
Sanches diz que Arena
Corinthians pode não receber
abertura da Copa
O Corinthians tem um problema extracampo para resolver.
O clube ainda não conseguiu a liberação de empréstimos na
casa dos R$ 820 milhões - os R$ 400 milhões do BNDES,
além dos R$ 420 milhões da Prefeitura de São Paulo - para
dar sequência à construção da Arena Corinthians. Assim, o
estádio escolhido para receber o jogo de abertura da Copa
de 2014 pode em breve ter as obras paralisadas. Quem
garante é o ex-presidente do Timão Andrés Sanches, em
entrevista ao "Arena".
- Acredito que sim (que a partida inugural da Copa do
Mundo será no estádio alvinegro), mas tenho obrigação de
avisar a todos os órgãos públicos que existe o risco de não
ter a abertura. O Corinthians não vai gastar mais. Se não
tiver solução nos próximos dias, a obra vai parar - afirmou
Andrés.
Diante da impasse, o ex-presidente diz que a solução é
simples: a engenheria finaceira envolvendo BNDES e os
CIDs (Certificado de Incentivo ao Desenvolvimento) precisa
ser resolvida o mais rápido possível.
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
- Houve mudança do prefeito (em São Paulo, com a saída de
Gilberto Kassab e a entrada de Fernando Haddad, vencedor
das eleições no fim de 2012), e o banco não quer aceitar as
garantias. É uma burocracia terrível. Em um primeiro
momento, (a obra) para. Em um segundo momento,
redesenha o estádio. Estão sendo feitas no estádio um
monte de coisas que o Corinthians não precisa, então teria
que desfazer algumas coisas. Já avisei à Fifa, ao COL
(Comitê Organizador Local), ao governo. Eles falaram que
vão tentar ajudar.
http://sportv.globo.com/site/programas/arena-sportv/noticia/2013/03/obras-da-arena-
corinthians-podem-parar-afirma-andres-sanchez.html
Jornal Nacional
15 de maio de 2013
Doze cidades do Brasil têm
protestos contra a Copa do
Mundo
Nesta quinta-feira (15) houve protestos contra a Copa do
Mundo em 12 cidades do Brasil. Em Porto Alegre, Salvador,
Maceió, João Pessoa, Fortaleza, Palmas, Sorocaba e Bauru,
as manifestações reuniram, cada uma, entre 50 e 300
pessoas, segundo as autoridades.
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Em Brasília, Belo Horizonte e Rio, o número variou entre
600 e 1,3 mil pessoas. Em São Paulo, houve vários protestos
nesta quinta-feira, o maior deles com cinco mil pessoas,
segundo a PM.
Maior protesto reúne 5 mil pessoas em São Paulo, segundo
a PM
Em São Paulo, pela manhã, um grupo de cem pessoas,
segundo a PM, queimou pneus e bloqueou a Rodovia
Anhanguera, que liga a capital ao interior.
Foram vários protestos por moradia e contra a Copa. . “A
gente tem que ter nossa casa, ao invés de ter Copa, temos
que ter nossa moradia”, afirmou Nivalda de Jesus,
manifestante.
Muita fumaça fechou o caminho para a Arena Corinthians,
na Zona Leste. Segundo o Movimento dos Trabalhadores
Sem-Teto, cerca de três mil pessoas se reuniram perto do
estádio. A Polícia Militar diz que eram duas mil. Torcedores
do Corinthians, dono do estádio, foram à arena para evitar
vandalismo.
Em outro protesto, 300 trabalhadores ligados à força
sindical pediam emprego e também criticavam os gastos
com a Copa.
Houve outro bloqueio na Marginal Pinheiros e muitos
motoristas tentaram sair de ré. “Parou tudo, todo dia, virou
festa agora. Todo dia para, não dá, meu. Todo mundo
sofre”, comentou Maria Glória Lopes, auxiliar de produção.
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
No fim da tarde, cerca de cinco mil professores municipais
em greve, na contagem da PM e do sindicato, fizeram uma
passeata rumo à região central da cidade. Havia faixas
pedindo educação padrão Fifa.
Enquanto os professores marchavam para o centro, outro
protesto, contra os gastos com a Copa do Mundo começou
na Avenida Paulista. Eram 2 mil pessoas, segundo a PM.
Na mesma região, na Rua Augusta, 20 pessoas foram presas
com coquetéis molotov, segundo a polícia. Ali perto, outro
grupo começou a colocar fogo em sacos de lixo.
Manifestantes depredaram uma concessionária e
destruíram um caminhão. Houve confronto com a polícia.
Depois do confronto na região da Avenida Paulusta, os
manifestantes foram para a região do Estádio do Pacaembu.
Cerca de mil pessoas passaram pelo local. O policiamento
foi reforçado para evitar que a praça também fosse ocupada.
Os manifestantes seguiram e o protesto de dispersou.
A Polícia Militar ainda não divulgou um balanço das
manifestações e do confronto. Das 20 pessoas detidas, sete
ainda continuam na delegacia, prestando depoimento.
Manifestantes e policiais entram em
confronto em Fortaleza
Em Fortaleza, 300 estudantes, segundo a Polícia Militar,
protestaram a favor do Passe Livre e contra a Copa do
Mundo.
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Manifestantes e policiais entraram em confronto nas
proximidades da empresa de transporte. Os PMs
dispararam balas de borracha e bombas de gás e o grupo
revidou com pedras.
Os policiais apreenderam estilingues e bombas de
fabricação caseira. Os estudantes se refugiaram no Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará. Mas já
deixaram o local.
Grupo queima sacos de lixo no centro
de Belo Horizonte
A Polícia Militar de Minas Gerais estima que 600 pessoas
tenham participado de uma manifestação na Praça Sete, no
Centro de Belo Horizonte.
Servidores municipais em greve e sem-teto se uniram a
integrantes de outros movimentos populares que
protestavam contra a Copa e o aumento no preço das
passagens de ônibus.
Depois da passeata, o grupo queimou sacos de lixo e uma
catraca de ônibus em frente à prefeitura.
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Mais de mil pessoas caminharam pelas
ruas do centro do Rio
No Rio, professores em greve por melhores salários se
juntaram a ativistas contrários à Copa. Segundo a PM, 1,3
mil pessoas caminharam por uma das principais avenidas
do centro, até a sede da prefeitura. E, lá, se dispersaram.
Depois, alguns manifestantes tentaram atrapalhar o
trânsito. A Polícia Militar acompanha de perto.
Manifestantes usam cruzes em protesto
no Estádio Mané Garrincha
Em Brasília, pela manhã, um grupo de sem teto invadiu um
prédio público. Logo depois, foi retirado pela polícia.
À tarde, 200 pessoas, segundo a Polícia Militar, ocuparam
duas faixas do Eixo Monumental. Seguiram pro Estádio
Nacional Mané Garrincha, onde puseram cruzes de
madeira, num protesto contra as mortes de operários
durante a construção das arenas da Copa.
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Ministro do Esporte condena violência
nas manifestações
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse que considera
legítimo o ato de reivindicar. Mas condenou a violência nas
manifestações.
“Geralmente, as manifestações são mais a favor de alguma
coisa, a favor da moradia, do ensino público, da segurança
do transporte. Não sei porque transformar manifestações
que são manifestações de reivindicações favoráveis a
algumas bandeiras em manifestações contra a Copa ou
contra o governo. Acho que isso ultrapassa a própria
natureza ou os objetivos das manifestações. O que não se
concebe e o que a lei proíbe são manifestações violentas
como as que já ocorreram causando mortes de um
cinegrafista, por exemplo, depredação do patrimônio
público ou privado. Isso nós não podemos conceber”, disse
o ministro.
Dilma Rousseff afirma que Copa vai
deixar legado para o Brasil
A presidente Dilma Rousseff falou sobre o legado que a
Copa vai deixar.
“Acredito que esse compromisso de brasileiros homens e
mulheres com a boa recepção dos que vierem nos visitar é
algo que faz parte da cultura, da alma e do ânimo do povo
brasileiro. Nós podemos dizer em alto e bom som: o legado
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
da Copa é nosso. Por que? Ninguém que vem aqui assistir à
Copa leva consigo, na sua mala, aeroporto, porto, não leva
obras de mobilidade urbana, nem tão pouco estádios. O que
eles podem levar na mala? A garantia e a certeza de que esse
é um país alegre e hospitaleiro”, declarou a presidente.
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/05/doze-cidades-do-brasil-tem-protestos-
contra-copa-do-mundo.html
O Globo
27 de novembro de 2013
Pesquisador alerta para o
perigo de surto de dengue na
Copa
Simon Hay, da Universidade de Oxford, no Reino Unido,
diz que organizadores e patrocinadores da competição
deveriam explicitar o risco da doença
RIO - A dengue pode manchar a imagem do Brasil e
atrapalhar a realização da Copa do Mundo de 2014. Simon
Hay, especialista da Universidade de Oxford, no Reino
Unido, publicou um artigo na revista “Nature” desta semana
no qual afirma que os organizadores e os patrocinadores da
competição deveriam explicitar o risco da doença. De
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
acordo com Hay, torcedores e atletas podem contrair o vírus
transmitido pelo mosquito Aedes aegypti sobretudo em três
cidades: Fortaleza, Natal e Salvador, todas no Nordeste.
A previsão de Hay é que a dengue estará perto de seu pico
nestas cidades justamente na época em que a competição
será realizada, entre os dias 12 de junho e 13 de julho. De
acordo com ele, o Rio de Janeiro não deverá estar com risco
alto neste período, mas é preciso manter o monitoramento.
Para o especialista, é fundamental que medidas de
prevenção sejam tomadas na fase de preparação para o
torneio, ressaltando que não há cura para a doença.
- A ideia é concentrar as atividades normais de controle ao
mosquito da dengue nas áreas ao redor do estádio
sobretudo nos meses e semanas que antecedem a Copa do
Mundo. O padrão de controle é o uso de inseticidas, mais
conhecidos como fumacês - afirmou Hay ao GLOBO. - A
Fifa, as autoridades brasileiras e os patrocinadores da Copa
do Mundo devem usar sua influência e experiência para
comunicar os riscos.
O especialista do Reino Unido ressalta que o mosquito da
dengue está adaptado às cidades. Ele e seus colegas
examinaram mapas da distribuição da doença no Brasil,
além dos registros de sua variação sazonal. Os cientistas
reconhecem, no entanto, que é difícil fazer uma previsão da
gravidade do risco de surto de dengue.
- Porém, diferentemente do clima, podemos influenciar no
número de mosquitos promovendo um controle agressivo
antes da Copa do Mundo - disse Hay. - Eu não quero
dissuadir qualquer um de ir à Copa nem destacar o Brasil,
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
que é um entre os mais de cem países em todo o mundo que
estão lutando contra a dengue. Meu objetivo é informar aos
espectadores incautos sobre o risco e das maneiras de se
proteger.
Risco no Brasil é enorme, diz
especialista brasileiro
Já Ricardo Lourenço, pesquisador do Instituto Oswaldo
Cruz e membro do Comitê Assessor do Programa Nacional
de Controle da Dengue, ressalta que o Ministério da Saúde
já desenvolve um plano nacional voltado para grandes
eventos, como a Copa.
- O principal é ter prevenção – disse Lourenço. - Há um
comitê, do qual faço parte, que está elaborando um plano
com todas as ações. O importante é reduzir a população do
mosquito. Por isso, precisaremos da mobilização das
pessoas para reduzir os índices de infestação do Aedes, além
dos guardas de endemia, que ficam mais voltados para o
controle de áreas públicas ou terrenos abandonados.
O especialista brasileiro, que ainda não teve acesso ao
trabalho de Hay, explica que a gravidade de um surto de
dengue depende de vários fatores. Por isso, é muito difícil
fazer previsões.
- As condições epidemiológicas variam muito dentro de um
bairro, falar de uma cidade é muito complicado – salientou
Lourenço. - Mas não precisa fazer um estudo tão amplo
para saber que o risco no Brasil é enorme. Temos os quatro
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
sorotipos da dengue, mas há áreas em que o sorotipo 4
ainda não circulou, sendo que o risco de epidemia é maior
onde a população está suscetível ao vírus. Quanto aos
estrangeiros que vêm para Copa, tudo depende da
procedência deles: ou eles podem levar para uma cidade um
sorotipo que ainda não está circulando naquele local, ou,
por outro lado, podem estar mais suscetíveis ao sorotipo
viral que já existe numa determinada região.
Nunca houve epidemia em junho e
julho, diz Ministério da Saúde
O Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da
Saúde, Jarbas Barbosa, por sua vez, afirma que o Brasil
nunca teve epidemia de dengue em junho ou julho.
Historicamente, o aumento da doença ocorre entre março e
abril, podendo chegar a maio, sobretudo no Nordeste.
- Este pesquisador não deve conhecer bem dengue e no
Reino Unido pode não haver muita gente com a experiência
que adquirimos no Brasil - afirmou Barbosa. - Só usamos o
fumacê quando há transmissão alta; nunca teve epidemia
em junho e julho; e nossas medidas de combate à dengue
são permanentes.
O representante do Ministério da Saúde informou, ainda,
que durante a Copa das Confederações houve um programa
de divulgação de informações de saúde. Isto será ampliado
para a Copa do Mundo, mas não exclusivamente para a
dengue.
49
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
- Vamos divulgar todas as informações para que os turistas
possam aproveitar a Copa do Mundo da melhor maneira.
Quem for para a selva, por exemplo, deve tomar cuidado
com a malária e tomar vacina para febre amarela. Vamos
fazer uma ampla divulgação, junto com outras medidas de
prevenção que estão sendo tomadas.
http://oglobo.globo.com/brasil/pesquisador-alerta-para-perigo-de-surto-de-
dengue-na-copa-10899721
Rádio Jovem Pan
7 de dezembro de 2013
Brasil corre risco de sofrer
epidemia de dengue durante a
Copa do Mundo
Especialistas alertam: o risco de aparecer uma epidemia de
dengue no Brasil durante a Copa do Mundo é alto. Um novo
tipo da doença acaba de ser descoberto na Malásia, e, até
2014, os casos devem aumentar. As informações foram
divulgadas recentemente pela revista Nature.
Estima-se que o país receberá cerca de 600 mil turistas
durante o período dos jogos, fato que, ao lado do grande
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
trânsito interno de torcedores, deve contribuir para o
registro da dengue por aqui.
A principal preocupação é com as cidades onde as
temperaturas são altas mesmo no inverno, como Salvador,
Fortaleza e Natal, palcos de algumas partidas.
http://jovempan.uol.com.br/noticias/brasil/brasil-corre-risco-de-sofrer-epidemia-de-dengue-
durante-copa.html
BBC
12 de dezembro de 2013
Quatro desafios do Brasil nos 6
meses até a Copa
Para provar que é capaz de sediar grandes eventos, o
Brasil terá que vencer desafios
Faltando exatos seis meses para a abertura da Copa do
Mundo, o Brasil ainda busca vencer alguns desafios nos
preparativos para o torneio e alcançar o grande objetivo de
provar ao mundo sua capacidade para organizar grandes
eventos.
51
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
No dia 12 de junho de 2014, Brasil e Croácia entrarão em
campo para disputar a primeira partida da Copa na Arena
Corinthians. Até lá, o governo brasileiro, juntamente com o
Comitê Organizador Local (COL), precisa entregar à Fifa os
seis estádios que ainda estão em construção – dos 12 que
serão utilizados na Copa -, incluindo o próprio estádio
paulista, que sediará a abertura.
Além dos palcos das partidas, o país se comprometeu
também com obras de infraestrutura e mobilidade urbana.
Parte delas está em andamento e, segundo o cronograma
divulgado pelo governo no último mês, deverá estar pronta
até junho do ano que vem.
A outra parte acabou sendo postergada e será entregue
somente depois do Mundial por conta de atrasos na
execução ou no financiamento dos projetos.
Todas essas obras faziam parte da Matriz de
Responsabilidades, um documento assinado por
representantes do governo federal e pelos responsáveis de
todas as 12 cidades-sede contendo todos os projetos que
deveriam ser feitos para a organização da Copa do Mundo
no Brasil – incluindo as obras de estádios, aeroportos,
portos, hotéis, etc, consideradas o grande "legado" da Copa.
Dos 108 projetos que constavam na Matriz, 21 já foram
concluídos e 22 foram excluídos da lista porque não ficarão
prontos até junho de 2014. Essas obras acabaram entrando
no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e,
mesmo não sendo entregues para o Mundial, continuarão
contando com os incentivos do governo concedidos para as
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
intervenções da Copa do Mundo – isenção fiscal,
financiamento público, etc.
Áreas Obras Previstas Obras Concluídas
Mobilidade urbana 45 3
Aeroportos 30 10
Portos 6 1
Infraestrutura de turismo 41 nenhuma
Hotéis 16 7
Fonte: Ministério do Esporte (algumas das 'obras previstas' não estão listadas na Matriz de
Responsabilidades)
Para comprovar que é capaz de realizar grandes eventos
como a Copa do Mundo, o Brasil precisará vencer os
desafios de finalizar todas essas obras a tempo para o
torneio, que receberá 32 seleções e, segundo estimativas do
próprio governo, pelo menos 600 mil turistas de todo o
mundo.
A preocupação principal da Fifa até agora tem sido com os
estádios, já que as outras obras não são consideradas
"essenciais" para a realização do Mundial. Ainda assim, o
COL promete à entidade "a melhor Copa de todos os
tempos" e garante que o país estará devidamente preparado
para receber o maior evento esportivo do mundo em 2014.
"A Copa é uma grande oportunidade para a gente mostrar
que, além de termos grandes jogadores, nós também somos
grandes organizadores e vamos mostrar ao mundo que
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
organizar também é o nosso forte. Faremos dessa Copa do
Mundo a mais bonita de todos os tempos", garantiu
Ronaldo, ex-jogador da seleção e membro do COL, em visita
à BBC em Londres no último mês.
Abaixo, a BBC Brasil detalha os
quatro grandes desafios que o
Brasil terá nos próximos seis
meses até a Copa do Mundo.
1. Estádios
A entrega dos seis estádios ainda em construção para a
Copa do Mundo (Manaus, Natal, Cuiabá, São Paulo,
Curitiba, Porto Alegre) é um dos maiores desafios do Brasil
nos seis meses restantes até o Mundial.
Nem mesmo o Comitê Organizador Local (COL) ou o
próprio governo brasileiro admitem a possibilidade de
algum dos estádios não ficar pronto para a Copa.
Eles reconhecem, porém, o atraso das obras - nenhuma das
seis em andamento será entregue dentro do prazo inicial
estipulado pela Fifa, que termina em 31 de dezembro.
Não é apenas necessário finalizar todos os seis estádios
restantes até a Copa – é preciso entregá-los à Fifa com
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
tempo suficiente para que ela realize neles os tradicionais
"eventos-teste", que servem como ensaios para o Mundial.
A expectativa do governo brasileiro e do COL é de que todos
os palcos dos jogos da Copa estejam nas mãos da Fifa até
abril.
Natal, Porto Alegre e Manaus
Dos seis estádios ainda inacabados, três são motivo de
maior preocupação para a Fifa: Arena da Baixada
(Curitiba), Arena Pantanal (Cuiabá) e a Arena Corinthians
(São Paulo).
As demais arenas, embora atrasadas, mostram estar com
obras adiantadas, e a expectativa é de que sejam concluídas
já em janeiro.
A Arena das Dunas, em Natal, está 94% concluída, faltando
apenas finalizar a colocação dos assentos e fazer o
acabamento.
Já o Beira-Rio, em Porto Alegre, tem 92% das obras
prontas, restando ainda por fazer o restante da cobertura e
a colocação dos últimos assentos.
Em Manaus, a construção da Arena Amazônia tem 90% de
avanço, com o gramado já concluído e com a instalação das
cadeiras e do sistema elétrico em execução.
Curitiba, Cuiabá e São Paulo
55
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
O caso do estádio Arena da Baixada, em Curitiba, é o mais
preocupante e levou até à realização de uma reunião
separada com a Fifa na segunda-feira passada, um dia antes
da entidade se reunir com todas as outras cidades-sede para
saber as atualizações das obras.
"A Fifa tinha definido que o Atlético-PR faria o primeiro
jogo teste no dia 26 de janeiro, mas o gramado vai terminar
de ser colocado no dia 21, então é impossível", explicou o
secretário da Copa do Paraná, Mário Celso Cunha, em
entrevista à BBC Brasil.
"Agora o primeiro jogo-teste ficou entre para o fim de
fevereiro, para testar o gramado, a iluminação, o placar. E a
inauguração, com 100% executado, será dia 26 de março,
dia do aniversário do Atlético-PR."
Segundo o secretário, a principal dificuldade de Curitiba
para cumprir os prazos do estádio têm sido com relação ao
financiamento dele pelo BNDES, pela demora do banco em
liberar o dinheiro. O orçamento da obra já está estourado –
a previsão era de R$ 184,6 mi e o custo atual é de R$ 326,7
mi – e ainda faltam pelo menos R$ 9 mi serem liberados
para a conclusão dos trabalhos.
A Arena Pantanal, em Cuiabá, é outra em situação
preocupante.
Até a semana passada, o estádio estava sem o gramado, sem
a cobertura e sem os assentos. A grama foi colocada em
tempo recorde – menos de 24h – na quinta-feira e, assim,
as seleções que irão jogar no estádio puderam ver como está
o campo na visita que fizeram no último final de semana.
56
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
O caso da Arena Corinthians – que deve receber o jogo de
abertura do Mundial, Brasil e Croácia, em 12 de junho – se
tornou preocupante após o acidente ocorrido na obra ainda
no fim de novembro, quando o estádio se encaminhava para
cumprir o prazo estipulado pela Fifa.
O guindaste que erguia o último módulo da cobertura
acabou caindo com a peça, matando dois operários. Com
isso, a parte da obra onde ocorreu o acidente está
interditada e o guindaste só voltará a operar ali no dia 16 de
dezembro.
Apesar disso, o gramado do estádio já está pronto e as
cadeiras estão sendo colocadas. O atual prazo da entrega da
obra completa é abril de 2014 para eventos-teste.
"A previsão do Corinthians, proprietário do estádio, é de
realizar esses eventos aumentando gradativamente a
capacidade do público e testando vários aspectos logísticos
do estádio", explicou a coordenadora do Comitê Paulista
para a Copa, Raquel Verdenacci, à BBC Brasil.
"Em um período de 30 dias haverá oportunidade para cerca
de três eventos oficiais", estimou.
2. Mobilidade Urbana
Seis meses antes da Copa, o país tem apenas três obras de
mobilidade urbana concluídas, em Belo Horizonte, Recife e
Salvador, e muitas das 42 em andamento trabalham com
prazo apertado, com entrega até maio de 2014, um mês
antes da partida de abertura do Mundial.
57
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Entre as obras previstas estão VLTs (Veículos Leves sobre
Trilhos), BRTs (Bus Rapid Transit), corredores e vias, além
de iniciativas em estações, terminais e centros de controle
de tráfego.
No último balanço divulgado pelo Ministério do Esporte no
fim de novembro, o governo diz que o plano de
investimento total para a Copa soma neste momento R$
25,6 bilhões, com o teto ainda chegando a R$ 33 bilhões. Do
montante, R$ 8 bilhões estão destinados a obras de
mobilidade urbana.
Quanto aos atrasos, alguns são mais significativos, como em
Recife, palco de um cenário que se repete em muitas das
outras 11 cidades-sede.
As cinco obras de mobilidade urbana na capital
pernambucana, orçadas em R$ 1,4 bilhão, já tiveram prazo
de conclusão em 2012, 2013 e atualmente têm previsão de
entrega para 15 de maio de 2014, menos de 30 dias antes do
início da Copa, no dia 12 de junho do mesmo ano.
Em Cuiabá, a principal obra de mobilidade, um VLT orçado
em R$ 1,4 bilhão, só terá parte do trajeto de 22 quilômetros
entregue antes da Copa, segundo admitiu recentemente o
próprio ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Espera-se que a
obra reduza em até 12% o número de carros em circulação
na capital mato-grossense.
Quanto ao legado do Mundial para a população, as obras de
mobilidade urbana previstas na Matriz de
Responsabilidades são consideradas as de maior relevância,
e os atrasos ou até mesmo exclusões de algumas delas são
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
vistos como falhas pelos críticos que monitoram os gastos
públicos.
Para depois da Copa
Com 11 obras que não integram mais a lista de exigência de
conclusão antes do Mundial, Porto Alegre é a campeã das
exclusões. São obras em avenidas, construções de
corredores de ônibus (BRTs), melhorias em terminais e na
rodoviária da cidade.
Belo Horizonte, Manaus, Curitiba, Brasília, Natal e Salvador
também desistiram de obras de mobilidade, mas a mais
emblemática é de longe a construção de uma linha de
monotrilho em São Paulo, orçada em R$ 1,8 bilhão, e que
agora dependerá de outra fonte principal de financiamento
para ser concluída.
A primeira etapa da Linha 17-Ouro, como é conhecido o
projeto, deve ser entregue somente no fim de 2014. Com 7,7
quilômetros de extensão, ligará a Marginal Pinheiros ao
aeroporto de Congonhas.
Para o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luís
Fernandes, a Matriz de Responsabilidades é um "plano
estratégico de investimentos", que vai sendo atualizado com
o tempo. "Novas oportunidades surgem, projetos são
reavaliados, alguns são incluídos e outros precisam ser
retirados", explica em entrevista à BBC Brasil.
Dentre os motivos para excluir uma obra, ele argumenta
que, no caso de Porto Alegre, o governo local solicitou a
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
retirada e decidiu optar por uma nova fonte de
financiamento.
"Outras obras não eram tão essenciais para a realização do
evento como se pensou, e em alguns casos a obra não ficaria
pronta até a Copa do Mundo. Mas nenhuma das obras
considerada por nós como essencial caiu da Matriz", diz.
3. Aeroportos
Com o aumento exponencial do número de passageiros
domésticos nos últimos dez anos, os aeroportos brasileiros
já se encontravam em preocupante situação de gargalo
antes de a Matriz de Responsabilidades ser assinada, em
2010.
À frente das obras nos aeroportos em 11 das 12 cidades-sede
do Mundial, orçadas em R$ 5,6 bilhões, a Infraero e
concessionárias privadas divulgaram no dia 26 de
novembro um balanço das intervenções de melhorias e
obras de expansão em andamento.
De acordo com os números, o governo já confirma que ao
menos quatro aeroportos - Rio de Janeiro (Galeão), Porto
Alegre, Curitiba e Fortaleza - não terão todas as obras
prontas até a abertura do Mundial.
Das cidades-sede, Recife é a única que não tem previsão de
obras aeroportuárias. As melhorias no Aeroporto
Internacional Guararapes-Gilberto Freyre, orçadas em R$
18,5 milhões, foram excluídas da Matriz, assim como a
ampliação da pista de pouso e decolagem do Aeroporto
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, que
custariam R$ 228,2 milhões.
Ao menos duas obras de mobilidade urbana excluídas do
documento também afetam o setor de forma indireta, no
que diz respeito ao acesso aos terminais urbanos: o
monotrilho da Linha 17-Ouro, que ligaria a Marginal
Pinheiros ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e o
VLT-Linha 1, que ligaria o Terminal Asa Sul ao Aeroporto
Internacional de Brasília.
"Tudo estará pronto para a Copa"
Apesar dos contratempos, a Infraero diz garantir que até a
abertura da Copa todas as obras serão concluídas.
A seis meses do início do Mundial, no entanto, alguns dos
atrasos são significativos. Em Curitiba, somente 9,15% da
ampliação do terminal de passageiros estão prontos. No Rio
de Janeiro, o aeroporto do Galeão, o terminal 2 tem apenas
43,51% de conclusão, e na capital gaúcha os trabalhos só
começaram dois meses atrás.
Gustavo do Vale, presidente da Infraero, admitiu no
lançamento do balanço que, no caso do Galeão, parte das
obras no terminal 1 não serão entregues a tempo, e a
capitais do Paraná e Ceará terão apenas 30% dos trabalhos
concluídos.
Já o balanço atualizado pelo Ministério do Esporte aponta
que das 30 intervenções em andamento no setor, dez já
foram concluídas e a grande maioria ainda em curso tem
prazo de até abril e maio de 2014.
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
O secretário-executivo da pasta, Luís Fernandes, admitiu à
BBC Brasil reconhecer que as obras aeroportuárias são
motivo de preocupação, mas aposta no sucesso das
melhorias e expansões. "Temos segurança de que estarão
prontas para a Copa do Mundo. E nesse terreno tentamos
garantir não só a infraestrutura para a recepção de um alto
volume de passageiros mas também um conjunto de
iniciativas para melhorar a gestão dos aeroportos", afirmou.
Em todos os 11 aeroportos estão previstas obras de
expansão ou melhoria dos terminais de passageiros. Em
cinco - Belo Horizonte, Curitiba, Natal, Porto Alegre, Rio de
Janeiro, Salvador e São Paulo (Guarulhos) - há também
obras em pistas e pátios; e em Salvador uma nova torre de
controle será construída.
Para a Infraero, os melhores exemplos de bom andamento
das obras são os aeroportos de Brasília (65% de conclusão),
o novo aeroporto de Natal, em construção em São Gonçalo
do Amarante (71%) - embora as obras de acesso estejam
atrasadas; o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São
Paulo (80%) e o de Viracopos, em Campinas (74%).
Os quatro terminais aéreos foram privatizados e as obras
estão a cargo das concessionárias (em parceria com a
Infraero) vencedoras dos leilões de licitação.
No caso dos aeroportos de Confins (Belo Horizonte) e do
Galeão, a Infraero disse, em entrevista recente à BBC Brasil,
que um Plano de Ações Imediatas visará "melhorar
rapidamente a experiência do usuário na utilização dos
aeroportos" através de um "conjunto de investimentos e
intervenções operacionais de curto prazo".
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Analistas e especialistas do setor, no entanto, temem que
essas e outras medidas não passam de uma "otimização do
que já existe" e que os aeroportos só conseguirão atender à
grande demanda gerada pelo evento graças a esses planos
alternativos.
"Eu tenho certeza de que dificilmente essas obras ficarão
prontas no prazo. Eu acredito que durante a Copa do
Mundo haverá muito trabalho inacabado, mas teremos essa
espécie de 'maquiagem', e os turistas não vão perceber.
Vamos ver muitos painéis cobrindo áreas do aeroporto, mas
nós sabemos que do outro lado está o atraso do que não foi
feito", disse o coordenador do Núcleo de Infraestrutura e
Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, em
entrevista recente à BBC Brasil.
4. Hotéis
O setor de hotelaria também é um dos que apresentam
desafios para a realização da Copa do Mundo no Brasil.
Os dados mais atualizados mostram que, de 16
empreendimentos que conseguiram uma fatia do R$ 1,034
bilhão disponibilizado pelo ProCopa Turismo (linha de
crédito especial do BNDES para reformas ou novos
prédios), apenas sete já foram concluídos.
Mais um tem previsão de conclusão para janeiro de 2014 e
outro para maio do mesmo ano, apenas um mês antes do
jogo de abertura do Mundial.
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Segundo o BNDES o objetivo do ProCopa Turismo é a
"modernização e ampliação da oferta hoteleira" no país e a
aposta é que haja um aumento de 15% na capacidade até o
início da Copa.
No entanto, a lista inclui seis hotéis com data de
inauguração marcada para os meses seguintes ao evento, e
alguns até estão previstos para abril e maio de 2015, quase
um ano após o Mundial.
O caso mais notório é o do Hotel Glória, no Rio de Janeiro.
O empresário Eike Batista obteve R$ 190 milhões do
BNDES para a compra e reforma do hotel que, após a
falência de algumas de suas empresas, está em processo de
venda e se encontra em situação indefinida.
Entre os sete empreendimentos que já foram inaugurados
ou tiveram as reformas concluídas, três estão no Rio de
Janeiro, dois na Bahia, um em Pernambuco e um São Paulo.
Dos nove empreendimentos restantes na lista dos 16 que
receberam recursos do ProCopa Turismo, sete estão no Rio
de Janeiro, um no Rio Grande do Sul e um no Rio Grande
do Norte.
Preços altos
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou ainda em
setembro ao portal de notícias UOL que os investimentos no
setor hoteleiro devem aumentar a oferta de leitos para
turistas que viajarão pelo país, e isso evitaria aumentos
abusivos nas diárias durante o evento.
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Mas um levantamento feito pela Embratur no início de
novembro mostra que algumas diárias no Rio de Janeiro
chegam a ser duas vezes e meia maiores do que o preço
médio de alta temporada de verão e quase 50% mais
elevados do que os praticados durante o Réveillon 2013-
2014. Em Porto Alegre, os preços chegam a ser sete vezes
mais altos.
De acordo com a pesquisa, a média da diária cobrada para
janeiro de 2014, durante o verão carioca, é de R$ 438,03.
Para o Réveillon, é de R$ 739,87. Na Copa, R$ 1.105,11.
Em algumas cidades, a alternativa aos preços altos dos
hotéis são os hostels, que oferecem quartos compartilhados
por um valor bem mais acessível.
"Aqui em São Paulo, temos hotéis das grandes redes
nacionais e internacionais e temos também várias opções
econômicas, com mais de 2.500 leitos em hostels", disse
Raquel Verdenacci, coordenadora do Comitê Paulista da
Copa, à BBC Brasil.
Além da questão do preço alto, outro desafio que as 12
cidades-sede terão que enfrentar nos próximos meses é o de
preparar o setor hoteleiro para receber os 600 mil turistas
estrangeiros que são esperados pelo Ministério do Turismo.
Algumas delas já admitem que faltará quartos para suprir a
alta demanda. Em recente entrevista à BBC News, o chefe
da Secopa-MT (Secretaria Estadual para Assuntos da Copa
do Mundo do Mato Grosso), Maurício Guimarães,
descreveu um cenário que pode ser comum a outras
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
cidades-sede: "Não haverá quartos de hotel suficientes para
os torcedores, mas a cidade dará um jeito."
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/12/131211_seismeses_copa_rm_jp.shtml
Rádio Voz da Rússia
23 de janeiro de 2014
Brasil não está preparado para
receber a Copa do Mundo
No dia 22 de janeiro a presidente brasileira Dilma Rousseff
inaugurou o estádio de futebol Dunas em Natal. Este foi o
primeiro estádio para a Copa do Mundo 2014 a ser
inaugurado este ano.
Mas até ao Mundial ainda se tem de terminar outros seis
estádios. O Brasil não consegue cumprir o calendário de
preparação dos estádios. Todos os trabalhos já deviam ter
sido concluídos em dezembro de 2013.
A direção da FIFA expressou o seu desagrado pelo ritmo a
que estão a decorrer os trabalhos. O presidente dessa
organização Joseph Blatter escreveu indignado na sua
página do Twitter: “Nunca vi este tipo de atrasos na
preparação de um país para organizar um torneio de
66
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
futebol.” O Brasil só conseguiu ter prontos apenas 6
estádios de futebol dos 12 estádios previstos. Contudo,
parece que Blatter não está muito seguro da sua posição:
depois das suas linhas indignadas ele troca a ira pela
misericórdia e parece tranquilizar a si próprio: Dilma
Rousseff prometeu construir todos os estádios e realizar
uma Copa digna.
Só o fato de os bilhetes para as futuras partidas estarem
sendo vendidos rapidamente já é uma prova que o mundo
acredita no Brasil. Como podiam os torcedores não
acreditar no Brasil? Este é um país onde futebol é quase
uma religião. Estragar a festa do futebol seria um sacrilégio.
A presidente Dilma escreveu no seu blogue que a futura
Copa será a “Copa das Copas”:
“No Brasil, a Copa estará em casa, pois este é o país do
futebol. Todos os que vierem ao Brasil serão bem recebidos,
porque somos alegres e acolhedores. Amamos o futebol e
por isso recebemos esta Copa com orgulho e faremos dela a
Copa das Copas”.
Ninguém tem dúvidas acerca da paixão dos brasileiros pelo
jogo mais popular do mundo. As dúvidas são outras: das
capacidades e possibilidades para o país preparar a tempo
os estádios e outras infraestruturas para a Copa Mundial de
Futebol em 2014. Tanto mais que todos os prazos já foram
ultrapassados. Dezembro era a reta da meta no fim da qual
o Comitê Organizador Local da Copa devia ter dito: Bem-
vindos aos estádios!
Infelizmente não chegámos a ouvir esse tipo de apelo. Pelo
contrário, ainda em finais de 2012 o secretário-geral da
67
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
FIFA Jérôme Valcke já tinha comentado com bastante
dureza os ritmos da construção dos novos estádios. Os
brasileiros ficaram mesmo indignados e quase obrigaram o
dirigente da FIFA a pedir desculpas pela crítica
alegadamente sem fundamento e a acusação de que eles não
sabiam fazer as coisas. Mas eis que o mesmo Valcke afirma
a 21 de janeiro que o estádio de Curitiba poderá ser excluído
da lista de estádios que irão receber a Copa do Mundo se a
organização não acelerar os ritmos de construção. “Nós não
podemos realizar partidas sem um estádio e a construção
deste já atingiu seu limite crítico”, disse Jérôme Valcke
segundo uma citação da France-Presse. Também foi
marcada a data para a entrega final do estádio – o dia 18 de
fevereiro! O estádio de Curitiba ainda não tem gramado,
não tem assentos para os espectadores, o centro de
imprensa não está pronto, a cobertura não está montada …
Entretanto o custo de construção inicial do estádio subiu
dos 180 milhões de reais para os 265 milhões.
Para Curitiba estão planejados quatro jogos da fase de
grupos, incluindo um da seleção russa. Além do estádio de
Curitiba, na lista dos estádios por acabar também figuram
os de São Paulo, Cuiabá, Porto Alegre e Manaus. O ministro
do Esporte brasileiro, Aldo Rebelo, culpa disso tudo a
natureza e o caráter dos brasileiros: que somos lentos no
arranque, mas… Mas uma coisa é verdade – ainda falta
entregar seis estádios.
O futebolista brasileiro Ronaldo, membro do Comitê
Organizador da Copa disse com uma voz rouca, da emoção
ou do resfriado, na coletiva de imprensa: “Um, dois meses
de atraso, não tem importância. Os estádios estarão prontos
68
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
para o Mundial. Todos eles”, garantiu, sem demonstrar
preocupação com a prorrogação do prazo para a entrega dos
estádios de Natal, Manaus, Curitiba, Porto Alegre, Cuiabá e
São Paulo.
Fazer tudo em cima da hora faz parte do "jeitinho
brasileiro", disse Ronaldo: “O gringo, no geral, não conhece
o nosso jeitinho brasileiro de ser e fazer as coisas. É muito
característico isso no brasileiro, de fazer as coisas no último
momento e começar uma correria, mas a gente tem todas as
garantias de que todos os estádios estarão prontos.”
Temos de notar que na coletiva de imprensa de 31 de
dezembro houve muita ironia e brincadeira. O ministro do
Esporte Aldo Rebelo comparou a lentidão na construção dos
estádios com uma noiva que se atrasa:
“No Brasil temos uma instituição muito tradicional, que é o
casamento. Nunca fui a um casamento em que a noiva
chegasse na hora, mas nunca vi um casamento deixar de
acontecer por causa disso. Não há nada que comprometa a
realização da Copa. Nós queremos que os estádios sejam
entregues o quanto antes possível porque as arenas
precisam passar pelos eventos de teste.”
Em janeiro, além da inauguração do estádio em Natal, a
comissão de aceitação irá visitar o estádio mais tropical –
Manaus, onde deverão jogar os compatriotas de Joseph
Blatter, os suíços. Outras duas arenas esportivas deverão, ao
que tudo indica, ser entregues só em fevereiro.
A tarefa mais difícil será a reconstrução do estádio de
Itaquera, em São Paulo, onde se deve realizar a cerimônia
69
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
de abertura da Copa do Mundo de Futebol. Como se sabe,
no início de dezembro nesse estádio ocorreu uma derrocada
sobre um setor e caiu uma torre de iluminação. Os
engenheiros e os operários estão terminando agora a
reconstrução da parte que sofreu a derrocada. O secretário-
geral da FIFA Valcke pôde testemunhar a capacidade dos
brasileiros para fazerem milagres: o estádio de Itaquera já
está quase pronto para receber a cerimônia de abertura.
Além dos problemas de construção a organização do
Mundial enfrentam um inesperado problema social.
Durante os grandes protestos do inverno passado, as
pessoas expressaram o seu descontentamento,
nomeadamente, pelos gastos financeiros excessivos com a
realização da Copa do Mundo. A isso se juntaram, neste
momento, outras ações de protesto. Os habitantes de um
dos bairros do Rio de Janeiro entraram em confrontos com
a polícia protestando contra o derrube de suas casas no
âmbito de preparação para o Mundial 2014.
Os confrontos ocorreram perto do estádio do Maracanã. É
aqui que se deve realizar a partida final da Copa do Mundo.
“Isso é especulação imobiliária: eles querem construir aqui
um centro comercial. Os brasileiros devem se sacrificar para
que tudo corra bem na Copa do Mundo”, declarou um dos
ativistas. Desde 2010 da zona circundante do Maracanã
foram desalojadas 637 famílias. As autoridades municipais
planejam terminar o derrube das casas até finais de janeiro.
Algumas pessoas falam da possibilidade de aumentar as
ações de protesto mais próximo da data do início da Copa
do Mundo. Relativamente a isso a direção da FIFA expressa
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MONITORAMENTO | COPA - Previsões
uma perfeita tranquilidade. "Eu sou um otimista, não um
covarde. Então, eu não tenho medo. Mas sabemos que
haverá novas manifestações, protestos. Os mais recentes, na
Copa das Confederações, no mesmo país, nasceram das
redes sociais. Não havia nenhum objetivo, reivindicações
reais, mas, durante a Copa do Mundo, haverá mais
concretas, mais estruturadas. Mas o futebol estará
protegido, eu acho que os brasileiros não atacarão
diretamente o futebol. No país deles, é uma religião", disse
Joseph Blatter numa entrevista ao jornal suíço 24 Heurs.
Por mais calma olímpica que o dirigente da FIFA
demonstre, o governo brasileiro está tomando medidas para
o reforço da segurança dos participantes e dos torcedores do
Mundial de Futebol. Para reforçar a polícia as cidades
anfitriãs dos jogos irão receber 10.650 elementos da Força
Nacional de Segurança. Esses homens foram treinados para
a manutenção da ordem pública em qualquer local onde se
realizem partidas da Copa.
Esses destacamentos especiais já ganharam experiência de
manutenção da ordem nos Jogos Pan-Americanos de 2007
no Rio de Janeiro e dos eventos realizados na altura da
visita ao Brasil do Papa Francisco. Não houve qualquer
reparo a fazer ao seu trabalho. O lado financeiro da questão
é um segredo, mas alguns dados sugerem que a segurança
da Copa do Mundo 2014 custou 1 bilhão de reais, um pouco
menos que o planejado para o mesmo efeito nos Jogos
Olímpicos de 2016.
http://portuguese.ruvr.ru/2014_01_23/Brasil-nao-est-preparado-para-receber-a-Copa-do-
Mundo-FIFA-2014-7044/
71
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Rádio France Internacional
29 de janeiro de 2014
Revista francesa diz que Copa
no Brasil virou "fonte de
angústia"
Elcio Ramalho
A respeitada revista France Football chegou nesta terça-
feira (28) às bancas alertando em sua manchete para os
riscos que pairam sobre o Mundial do Brasil. Os atrasos na
entrega dos estádios, a insatisfação da população e até as
diferenças de clima entre as regiões durante o evento foram
citados pela publicação para justificar os temores com a
organização da Copa.
“Medo do Mundial no Brasil”, escreve em sua manchete a
revista. A cinco meses do pontapé inicial da Copa, o Brasil
está longe de ser o lugar ideal imaginado pela Fifa para
organizar a maior festa do futebol que, segundo a France
Football, “se tornou uma fonte de angústia”.
Ilustrada com uma foto do acidente com a cobertura do
Itaquerão em São Paulo no mês de novembro, a revista diz,
em seis páginas, que os atrasos na entrega dos estádios, a
alta vertiginosa dos preços, o risco de manifestações
72
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
gigantescas e até as diferenças de clima entre as regiões
fazem do Mundial uma preocupação para a Fifa a 140 dias
da abertura da Copa.
A revista pondera o entusiasmo com a possibilidade de o
Brasil conquistar em casa um inédito 6° título de campeão
mundial. “A realidade já revelou o lado obscuro e menos
glamuroso deste desafio”, escreve a France Football.
A revista revela que a organização do evento expõe duas
faces diferentes: por uma lado, as exigências da Fifa, “às
vezes desmedidas, normalmente inadequadas”, e, por outro,
um país de crescimento econômico fraco, com problemas
políticos, corrupção e uma alta de preços considera
insuportável.
Como comparação, a publicação lembra que o Brasil
investiu para construir ou renovar 12 estádios e com outras
obras da Copa mais de 11 bilhões de euros, enquanto o
orçamento do governo para a educação no país em 2013 foi
de 12,8 bilhões.
Até o super-heroi Batman, personagem presente em
diversos protestos e que se tornou símbolo da contestação
social, parece ser impotente diante de tantos problemas,
ironiza a France Football. Entre os desafios estão a
aceleração para entrega dos estádios que faltam, limitar a
ira dos brasileiros e até contornar as dificuldades que
surgirão com as temperaturas diversas entre as regiões
durante o Mundial.
A revista lembra as recentes declarações do presidente da
Fifa, Joseph Blatter, de que nunca um país esteve tão
73
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
atrasado na preparação de uma Copa do Mundo, e do
secretário-geral, Jérôme Valcke, admitindo que a
competição vai ser realizada sem infraestruturas totalmente
instaladas e testadas.
Segundo a revista, o ritmo imposto na corrida contra o
tempo para as obras já deixaram 4 vítimas fatais, em
referência aos acidentes com as Arenas de Brasília, Manaus
e São Paulo. Em sua reportagem, France Football estima
que os compromissos entre governos locais e empreiteiras
que se beneficiaram dos atrasos para cobrar preços
exorbitantes foi extremamente prejudicial para o
contribuinte brasileiro. “Os doze estádios foram financiados
pelo Estado embora o compromisso tenha sido com fundos
privados”, escreve a France Football.
“Latas de tinta”
Em relação a obras de infraestrutura, a revista afirma que
os 600 mil turistas esperados no Brasil durante a Copa
deverão transitar por aeroportos com “latas de tinta e
andaimes pelos corredores” nos terminais, em referência
aos atrasos nas principais portas de entrada para as cidades
escolhidas como sedes da competição. Em Curitiba, cita a
reportagem, o canteiro de obras não avançou 20% do que
estava previsto.
Para a revista, não apenas os brasileiros que protestam nas
ruas têm motivos para reclamar. Até os próximos jogadores
que criaram o movimento "Bom Senso Futebol Clube"
74
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
também saíram a campo para defender seus interesses,
como um calendário de jogos menos carregado.
Sobre as diferenças de clima durante a Copa, France
Football explica a seus leitores que mesmo sendo disputado
no período de inverno, algumas cidades como Manaus e
Recife preocupam pelo calor excessivo. Segundo a revista,
as condições climáticas podem afetar a saúde dos jogadores
e atrapalhar sua recuperação entre os jogos.
Confiança demais
Em entrevista concedida à revista, o presidente da Fifa
confessa que a entidade possa ter tido uma confiança
excessiva no Brasil para organizar o maior evento do futebol
mundial. Blatter voltou a reafirmar que nunca um país teve
tanto tempo, 7 anos, para realizar uma Copa e garantiu que
a presidente Dilma Roussef prometeu a ele provar que “o
país estará pronto”.
Durante a entrevista o presidente da Fifa afirmou que “o
orgulho não deve fazer esquecer os compromissos do
governo com as obras de infraestrutura”.
http://www.portugues.rfi.fr/esportes/20140128-france-football-diz-que-copa-no-brasil-virou-
fonte-de-angustia
75
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
Estadão
17 Fevereiro 2014
Há 32 anos, Colômbia disse não
à Fifa e desistiu da Copa de
1986
País, que enfrentava dificuldades econômicas em 1982,
preferiu não atender 'às extravagâncias' da entidade
Diego Salgado - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Curitiba corre sério risco de ser excluída da
Copa do Mundo nesta terça-feira. A 115 dias da abertura da
competição, as obras da Arena da Baixada estão longe de
serem concluídas. Além disso, o Atlético-PR precisa de mais
R$ 65 milhões para finalizar a reforma da arena, incluindo
todas as exigências da Fifa. Situação parecida vivia a
Colômbia, em outubro de 1982. O país, no entanto, disse
não à Copa de 1986 e à entidade máxima do futebol.
Escolhida sede do Mundial no dia 9 de setembro de 1974, a
Colômbia enfrentava dificuldades econômicas no começo da
década de 1980. O cenário levou o presidente Belisario
Betancur, empossado no cargo em 7 de agosto de 1982, a
tomar a decisão. Segundo o político, a realização do
76
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
megaevento em solo colombiano não estava de acordo com
a realidade do país.
"Aqui não se cumpriu com a regra de ouro em que a Copa
deve servir à Colômbia e não a Colômbia à multinacional
Fifa. Por essa razão, a Copa de 1986 não ocorrerá no nosso
país. Não há tempo para atender às extravagâncias da Fifa e
seus sócios", disse Betancur no dia 25 de outubro de 1982.
A Fifa, por sua vez, rebateu as críticas do presidente
colombiano. Segundo a entidade, a culpa era do país, que
não soube se organizar. "A Fifa não tem culpa se a
Colômbia, apesar de ter tido 12 anos para se preparar, diz
que não consegue organizar uma Copa do Mundo. Acredito
que Betancur deveria ficar triste com a situação e assumir a
responsabilidade, em vez de fazer críticas à Fifa. Tenho
certeza que vários países vão querer organizar a Copa”,
declarou à época.
As exigência da entidade estavam, sobretudo, ligadas às
capacidades dos 12 estádios necessários para a Copa do
Mundo de 1986. As arenas que seriam utilizadas na
primeira fase deveriam ter mais de 40 mil lugares. Nas fases
seguintes, os locais teriam que comportar até 60 mil
torcedores. O estádio da final, por sua vez, precisaria ter
capacidade para receber 80 mil pessoas.
ATRASOS
Em 1979, a preparação colombiana para o Mundial já dava
sinal de atrasos. Na ocasião, apenas um estádio estava
pronto: o Olímpico Pascual Guerrero, em Cali, qua havia
sido utilizado no Pan-Americano de 1971. Somente mais um
77
MONITORAMENTO | COPA - Previsões
estava em obras, o Metropolitano Roberto Meléndez, em
Barranquilla.
Em abril de 1982, antes da posse de Betancur, uma reunião
do governo local com um grande grupo econômico local, o
Grancolombiano, já previa que seria complicado erguer
tantos estádios para a competição. A Colômbia ainda
ampliaria o estádio usado por Nacional e Independiente de
Medellin. A capacidade passaria de 32 mil para 60 mil
lugares. Bogotá, Ibagué, Bucaramanga também seriam as
sedes da Copa de 1986.
PLANO B
Após a desistência, a Fifa marcou uma reunião do Comitê
Executivo da entidade, que seria realizado no dia 18 de
dezembro daquele ano, em Zurique. No encontro, seriam
abertas as inscrições para os novos candidatos. Segundo a
Fifa, os 23 países da Concacaf e mais nove da Conmebol
poderiam se tornar sede da Copa. Faltavam apenas 43
meses para a abertura do Mundial.
O Brasil logo se candidatou. Giulite Coutinho, então
presidente da CBF, confirmou o interesse. Mas os
problemas econômicos do País também impediram a
organização do evento. Canadá, Estados Unidos e México
também eram apontadas como possíveis sedes. Em junho
de 1983, em Estocolmo, a Fifa decidiu conceder aos
mexicanos a organização do Mundial.
O país realizou a preparação para a competição mesmo com
o terremoto ocorrido dia 19 de setembro de 1985, que
atingiu 8,1 graus na escala Richter. Os 52 jogos foram
78
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Previsões sobre atrasos e problemas para a Copa de 2014

  • 2. MONITORAMENTO | COPA - Previsões ÍNDICE ATRASO NAS OBRAS .................................................................... 4 Veja, 25 de maio de 2011................................................... 4 BBC Brasil, 12 de setembro de 2013 ................................. 4 Estadão, 17 de fevereiro de 2014........................................5 Sport TV, 22 de março de 2013..........................................5 “O BRASIL NÃO ESTÁ PRONTO” ................................................... 6 Voz da Rússia, 23 de janeiro de 2014 ............................... 6 Folha, 9 de fevereiro de 2014.............................................7 TURISTAS COM MEDO DO BRASIL ............................................... 8 France Football, 28 de fevereiro de 2014 ......................... 8 Jornal Nacional, 15 de maio de 2014................................ 9 Rádio Jovem Pan, 7 de dezembro de 2013 ...................... 11 O Globo, 27 de novembro de 2013................................... 11 Telegraph, 10 de maio de 2014 ........................................ 11 Estadão, 30 de abril de 2014............................................13 Jornal da Record, 22 de janeiro de 2013 .........................14 Folha de S.Paulo, 7 de janeiro de 2013 ............................14 O QUE DISSERAM OS FAMOSOS ................................................ 16 Época, 5 de abril de 2014 .................................................16 1
  • 3. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Íntegra dos textos Veja............................................................................................ 17 Prontos para a Copa... de 2038.................................................................. 17 5 razões para o atraso.................................................................................24 Ainda pior do que os estádios... .................................................................26 “Vocês têm muito a fazer” ..........................................................................28 Folha de S.Paulo ........................................................................ 30 Risco de racionamento de energia faz Dilma convocar setor elétrico.......30 Blog do Luís Nassif ..................................................................... 33 Folha admite o erro sobre o suposto apagão energético ...........................33 Jornal da Record ........................................................................ 38 Pode faltar energia elétrica para a Copa do Mundo de 2014.....................38 SportTV...................................................................................... 39 Sanches diz que Arena Corinthians pode não receber abertura da Copa .39 Jornal Nacional .......................................................................... 40 Doze cidades do Brasil têm protestos contra a Copa do Mundo.............. 40 O Globo...................................................................................... 46 Pesquisador alerta para o perigo de surto de dengue na Copa..................46 Rádio Jovem Pan........................................................................ 50 Brasil corre risco de sofrer epidemia de dengue durante a Copa do Mundo ....................................................................................................................50 BBC ............................................................................................ 51 Quatro desafios do Brasil nos 6 meses até a Copa..................................... 51 Abaixo, a BBC Brasil detalha os quatro grandes desafios que o Brasil terá nos próximos seis meses até a Copa do Mundo.........................................54 2
  • 4. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Rádio Voz da Rússia ................................................................... 66 Brasil não está preparado para receber a Copa do Mundo........................66 Rádio France Internacional........................................................ 72 Revista francesa diz que Copa no Brasil virou "fonte de angústia"...........72 Estadão...................................................................................... 76 Há 32 anos, Colômbia disse não à Fifa e desistiu da Copa de 1986 ..........76 Folha de S.Paulo ........................................................................ 79 Brasil não está pronto para sediar a Copa do Mundo, diz Valdivia ..........79 Época ......................................................................................... 84 Paulo Coelho: “A barra vai pesar na Copa do Mundo”..............................84 Estado de S.Paulo .................................................................... 119 Sem Wi-Fi, seis estádios terão internet ‘deficiente’ na Copa do Mundo..119 The Telegraph (UK) .................................................................. 121 World Cup fans at risk of dengue fever in Brazil ......................................121 3
  • 5. MONITORAMENTO | COPA - Previsões ATRASO NAS OBRAS Veja, 25 de maio de 2011 “2038. Por critérios matemáticos, os estádios da Copa não ficarão prontos a tempo” “No ritmo atual, o Maracanã seria reaberto com 24 anos de atraso. No ritmo atual, a Arena Amazônia ficará pronta em maio de 2024; Mineirão ficará pronto em abril de 2020; Mané Garrincha só ficará pronto em outubro de 2021.” BBC Brasil, 12 de setembro de 2013 “A entrega dos seis estádios ainda em construção para a Copa do Mundo (Manaus, Natal, Cuiabá, São Paulo, 4
  • 6. MONITORAMENTO | COPA - Previsões SECRETARIA DE IMPRENSA DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Curitiba, Porto Alegre) é um dos maiores desafios do Brasil nos seis meses restantes até o Mundial.” Estadão, 17 de fevereiro de 2014 “Curitiba corre sério risco de ser excluída da Copa do Mundo nesta terça-feira. A 115 dias da abertura da competição, as obras da Arena da Baixada estão longe de serem concluídas. Além disso, o Atlético-PR precisa de mais R$ 65 milhões para finalizar a reforma da arena, incluindo todas as exigências da Fifa. Situação parecida vivia a Colômbia, em outubro de 1982. O país, no entanto, disse não à Copa de 1986 e à entidade máxima do futebol”. Sport TV, 22 de março de 2013 “Sanches diz que Arena Corinthians pode não receber abertura da Copa”. (...) “Acredito que sim (que a partida inaugural da Copa do Mundo será no estádio alvinegro), mas tenho obrigação de avisar a todos os órgãos públicos que existe o risco de não ter a abertura”. FATO Doze estádios foram entregues à Fifa até segunda quinzena de maio de 2014. As novas arenas de futebol do Brasil já são um sucesso de público. O torcedor brasileiro lotou os seis estádios que ficaram prontos em 2013 para a Copa das 5
  • 7. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Confederações. E para a Copa do Mundo adquiriu a maior parte dos 2,6 milhões de ingressos já vendidos. Mais modernos e seguros, os novos estádios são fundamentais para impulsionar a indústria do futebol brasileiro. Estudos da Fundação Getúlio Vargas indicam que, com uma exploração eficiente e estruturas mais adequadas, o futebol brasileiro pode movimentar mais de R$ 60 bilhões por ano e gerar até 2 milhões de empregos diretos e indiretos. “O BRASIL NÃO ESTÁ PRONTO” Voz da Rússia, 23 de janeiro de 2014 “Brasil não está preparado para receber a Copa do Mundo No dia 22 de janeiro a presidente brasileira Dilma Rousseff inaugurou o estádio de futebol Dunas em Natal. Este foi o primeiro estádio para a Copa do Mundo 2014 a ser inaugurado este ano. Mas até ao Mundial ainda se tem de terminar outros seis estádios. O Brasil não consegue cumprir o calendário de preparação dos estádios. Todos os trabalhos já deviam ter sido concluídos em dezembro de 2013. 6
  • 8. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Folha, 9 de fevereiro de 2014 “Brasil não está pronto para sediar a Copa do Mundo, diz Valdívia” FATO “Em 10 dias, começa a Copa do Mundo Fifa 2014 que o Brasil terá a honra de sediar. Quero reafirmar aqui a todas as brasileiras e brasileiros, a todos que nos visitarão nos próximos dias, que faremos, de fato, a Copa das Copas.” (...) “Os aeroportos brasileiros, por onde a maior parte dos nossos visitantes internacionais e também dos turistas nacionais, esportistas que virão ver a Copa em todas as cidades- sede, sabem que eles estão preparados para essa demanda adicional que nós vamos receber este mês, principalmente porque esses aeroportos estão dimensionados para atender a demanda por viagens de aviões que cresceram neste país, no período, de forma sistemática, passamos de 33 milhões de passageiros a 111, 112, 113.” Discurso da presidenta Dilma Rousseff. Investimentos em infraestrutura R$ 17,6 bilhões. Investimentos em estádios R$ 8 bilhões – R$ 4 bilhões são recursos dos governos estaduais, municipais e parceiros privados e os outros R$ 4 bilhões são oriundos de empréstimos concedidos pelo BNDES. 7
  • 9. MONITORAMENTO | COPA - Previsões TURISTAS COM MEDO DO BRASIL France Football, 28 de fevereiro de 2014 “Os turistas estrangeiros estão com medo de vir ao Brasil”. Revista francesa detona Brasil e aponta Copa no país como o “Mundial do Medo”. “Revista francesa diz que Copa no Brasil virou ‘fonte de angústia’”. A respeitada revista France Football chegou nesta terça-feira (28) às bancas alertando em sua manchete para os riscos que pairam sobre o Mundial do Brasil. Os atrasos na entrega dos estádios, a insatisfação da população e até as diferenças de clima entre as regiões durante o evento foram citados pela publicação para justificar os temores com a organização da Copa. FATO Mais de 3,7 milhões de turistas vão circular pelas 12 cidades-sede, sendo 3 milhões de 8
  • 10. MONITORAMENTO | COPA - Previsões brasileiros e 600 mil estrangeiros. São mais de 5.500 estabelecimentos comerciais nas 12 cidades, mais de 567 mil vagas em hotéis e outras 69 mil em hospedagens alternativas. Previsão de receita adicional para o setor hoteleiro de R$ 2,1 bi; alimentação R$ 900 milhões e no comércio R$ 831,6 milhões. Em dezembro de 2013, o Brasil recebeu o turista de número 6 milhões, um aumento de 5,6% no número de chegadas de estrangeiros em relação a 2012. A QUESTÃO DOS EMPREGOS Jornal Nacional, 15 de maio de 2014 “Precisamos de emprego e não de Copa” Doze cidades do Brasil têm protestos contra a Copa do Mundo. 300 trabalhadores ligados à Força Sindical pediam emprego e também criticavam os gastos com a Copa. 9
  • 11. MONITORAMENTO | COPA - Previsões FATO Empregos e renda para as pessoas e riqueza para o País. Este é um saldo garantido com a realização da Copa no Brasil. A Copa das Confederações de 2013 gerou 303 mil empregos, de acordo com a Fipe. Só a construção dos estádios gerou 50 mil empregos. A Copa do Mundo é um evento três vezes maior. A estimativa é de geração de 200 mil empregos na cadeia produtiva do turismo para a Copa do Mundo. Um movimento que também contribui para que o Brasil mantenha as menores taxas de desemprego de sua história. O Brasil está investindo R$ 17,6 bilhões em obras de mobilidade urbana, transporte coletivo e modernização de seus principais aeroportos. São investimentos que beneficiam um enorme contingente de brasileiros, hoje e no futuro. E que permanecerão por muito tempo depois do jogo final. Realizar a Copa ajudou a acelerar o andamento dessas obras, todas absolutamente necessárias ao País. Embora algumas delas ainda não tenham sido concluídas, a estrutura para realizar a Copa do Mundo já está pronta. Levantamento da Fipe mostra que a Copa das Confederações acrescentou R$ 9,7 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2013. A expectativa 10
  • 12. MONITORAMENTO | COPA - Previsões é que a Copa do Mundo movimente três vezes mais, cerca de R$ 30 bilhões. EPIDEMIA DE DENGUE Rádio Jovem Pan, 7 de dezembro de 2013 “Brasil corre risco de sofrer epidemia de dengue durante a Copa do Mundo” O Globo, 27 de novembro de 2013 “Pesquisador alerta para o perigo de surto de dengue na Copa”. Simon Hay, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, diz que organizadores e patrocinadores da competição deveriam explicitar o risco da doença. Telegraph, 10 de maio de 2014 “Fãs da Copa do Mundo podem pegar dengue no Brasil”. Autoridades de saúde pública dizem que milhares de fãs de futebol podem estar em risco da doença, que pode causar dor articular excruciante e febre hemorrágica 11
  • 13. MONITORAMENTO | COPA - Previsões FATO O período da Copa não é propício à ocorrência de epidemias da dengue. Vale destacar que o pico de casos de dengue, que costuma ocorrer entre a 15ª e a 20ª semana do ano, já foi alcançado. A tendência agora é de queda no registro de casos por semana. Como já aconteceu durante a realização da Copa das Confederações em 2013, os municípios que sediarão os jogos da Copa fizeram ações preventivas visando a eliminação de criadouros nos estádios, arenas, fanfests, exibições públicas, centros de treinamento, rede hoteleira, aeroportos e seus entornos. Em 2013, destinou recurso adicional de R$ 363 milhões (a ser usado em 2014) para o aprimoramento das atividades de prevenção e controle da dengue dos municípios brasileiros, dos quais R$ 53,6 milhões foram repassados para as cidades-sede. 12
  • 14. MONITORAMENTO | COPA - Previsões INTERNET Estadão, 30 de abril de 2014 “Vai faltar internet na Copa. Alguns estádios não terão wi-fi. No estádio Itaquerão onde será a abertura da Copa, o sistema provavelmente não ficará pronto.” FATO O Governo brasileiro cumpriu totalmente a Garantia 11 - Telecomunicações e Tecnologia da Informação, assinada como requisito à candidatura do Brasil à Copa do Mundo 2014, no qual disponibilizaria a infraestrutura para a transmissão dos jogos nas 12 cidades sede e para atender aos locais de concentração das seleções participantes. Foi implantada a rede duplicada de fibra óptica que será usada na transmissão de imagens em alta definição (HDTV - áudio e vídeo) entre as arenas e o Centro Internacional de Coordenação de Transmissão (IBC), localizado no Rio de Janeiro, investimentos de R$ 87 milhões sob responsabilidade da Telebrás. 13
  • 15. MONITORAMENTO | COPA - Previsões RACIONAMENTO DE ENERGIA Jornal da Record, 22 de janeiro de 2013 “Pode faltar energia elétrica para a Copa do Mundo de 2014”. Mais da metade das obras de infraestrutura energética do país estão atrasadas, revela o relatório da agência nacional de energia elétrica (Aneel). Essa situação pode colocar em risco o fornecimento de energia na Copa do Mundo de 2014. Guilherme Schmidt, advogado especialista no setor de energia fala sobre o assunto. Folha de S.Paulo, 7 de janeiro de 2013 “Risco de racionamento de energia faz Dilma convocar setor elétrico”. Dez dias depois de dizer que é “ridículo” falar em racionamento de energia, a presidente Dilma convocou uma reunião de emergência sobre os baixos níveis dos reservatórios para depois de amanhã, em Brasília. (...) Técnicos do setor acusam Dilma de estar centralizando as decisões e dizem que, se o racionamento não é uma certeza, não pode simplesmente ser descartado. A reunião do CMSE havia sido marcada em 13 de dezembro de 2013. O jornal foi obrigado a publicar um “erramos” – “Folha admite o erro sobre o suposto apagão energético”. 14
  • 16. MONITORAMENTO | COPA - Previsões FATO O sistema elétrico brasileiro está mais robusto: muito mais usinas e grande aumento de linhas de transmissão. Somente no governo da Presidenta Dilma Rousseff foram agregados ao parque gerador nacional 14 mil megawatts de energia e 16 mil quilômetros de linhas de transmissão. Dentro das premissas do Operador Nacional do Sistema Elétrico, o abastecimento de energia no país está garantido até 2015. A segurança, a confiabilidade e a continuidade do suprimento de energia elétrica às cidades-sede está garantida com o reforço das equipes de operação e manutenção e a operação do Sistema Interligado com maior nível de segurança. O suprimento de energia ao estádio atende aos requisitos da FIFA quanto à existência de dois alimentadores oriundos de 2 subestações de distribuição distintas, geradores de back-up e sistemas de nobreak (para as cargas críticas). Sobre o relatório da Aneel (matéria R7): Algumas dessas obras ainda encontram-se em andamento, com previsão de conclusão para maio de 2014. Entretanto, as obras prioritárias que contemplam a dupla alimentação aos estádios (critério da FIFA) e de atendimento a aeroportos e outros equipamentos prioritários envolvidos com a Copa já foram concluídas. 15
  • 17. MONITORAMENTO | COPA - Previsões O QUE DISSERAM OS FAMOSOS Época, 5 de abril de 2014 Paulo Coelho: “A barra vai pesar na Copa do Mundo. Eu era um dos idiotas que acreditavam que a Copa do Mundo melhoraria a infraestrutura do Brasil. Eu tenho convite da Fifa, mas não vou à Copa”. 16
  • 18. MONITORAMENTO | COPA - Previsões ÍNTEGRA DOS TEXTOS Veja 25 de maio de 2011 Prontos para a Copa... de 2038 A 36 meses do pontapé inicial para a Copa de 2014, o Brasil só investiu 7,5% do necessários para preparar seus estádios. Para virar o jogo, será preciso correr – e muito Kalleo Coura Mantidos os atuais padrões de gestão, organização e investimento, o Brasil tem todas as condições de fazer uma belíssima Copa do Mundo, mas só em 2038. Desde o dia 30 de outubro de 2007, quando o presidente da Fifa, Joseph Blatter, anunciou que o país havia sido escolhido para sediar a Copa de 2014, muito 17
  • 19. MONITORAMENTO | COPA - Previsões pouco se fez para preparar a casa. A 36 meses do pontapé inicial do torneio, a controladoria-Geral da União informa que, dos 23,7 bilhões de reais previstos para ser aplicados em obras de infraestrutura, apenas 590 milhões de reais foram efetivamente investidos. Ou seja, só 2.5% das obras saíram do papel. Os responsáveis pelos projetos insistem em afirmar que os trabalhos avançam em ritmo adequado. Mas uma análise escrupulosa da situação conduz a outra conclusão. O Brasil está atrasado, sim - e mais atrasado do que estava a África do Sul em 2007, três anos antes de sediar o evento. Mais: entre as construções em andamento, há obras com indícios de superfaturamento, estádios superdimensionados e projetos tão mal-feitos que mais parecem piada de mau gosto - como o estádio em que os responsáveis se esqueceram de prever a instalação de gramado e cadeiras. Para aferir o ritmo em que as obras da Copa estão sendo tocadas. VEJA escolheu esmiuçar o andamento dos doze estádios que participarão do evento. A reportagem comparou o orçamento previsto para a reforma ou construção de cada arena com o valor que foi investido nelas até agora. Em outras palavras, analisou a execução orçamentária estádio por estádio. Esse método revela com nitidez a situação de cada empreitada, uma vez que, no Brasil, os pagamentos são feitos à medida que o trabalho avança no canteiro de obras. O resultado desse levantamento é de arrepiar. No ritmo atual em que os projetos caminham, nada menos do que onze dos doze estádios só estarão concluídos depois de 2014. O único que vem mantendo um ritmo de execução de orçamento 18
  • 20. MONITORAMENTO | COPA - Previsões adequado é o Castelão, de Fortaleza. Para checar de perto essa informação, VEJA organizou uma operação aérea. A bordo de helicópteros, um pelotão de fotógrafos sobrevoou todos os estádios da Copa na semana passada. As imagens captadas, que ilustram esta reportagem, são desoladoras. O caso mais dramático é o do Maracanã, o estádio mais famoso do Brasil:- e, possivelmente, do mundo. A Fifa já decidiu que a final da Copa será disputada lá, mas faltou combinar com o governo do Rio. A reforma custará 957 milhões de reais, mas só 26 milhões foram investidos até agora - uma ninharia, em termos relativos. Se a velocidade não aumentar, o Maracanã só ficará pronto daqui a 27 anos. Na imagem que abre esta reportagem, é possível avaliar o tamanho do problema do estádio carioca. Depois de terem demolido boa parte das arquibancadas, os responsáveis pela obra descobriram que toda a estrutura de concreto que o recobre está comprometida, pelo tempo e pelas infiltrações. Será preciso retirá-la inteira, para depois colocar outra no lugar. O trabalho apenas foi iniciado, mas, pelo pequeno número de operários captado pelas lentes da reportagem de VEJA na última quinta-feira, em dia útil e horário comercial, a tarefa consumirá uma eternidade para ser concluída. Ainda é possível aprontar o Maracanã para a Copa? Sim. Mas para isso será preciso aumentar a média mensal de gastos na obra de menos de 3 milhões de reais para 29 milhões de reais - uma elevação de 907%. A situação se repete país afora, com casos que expõem a falta de gestão que até agora tem sido a marca da Copa no Brasil. No Mineirão, por exemplo, as obras seguem bem mais lentas do que tenta fazer crer o discurso oficial. O 19
  • 21. MONITORAMENTO | COPA - Previsões estádio está fechado há quase um ano, mas na imagem da página 91 é possível observar que nem sequer foi concluída a retirada das cadeiras de plástico vermelhas existentes no anel superior da construção. A urbanização da parte externa do estádio também segue em marcha lenta. Ou se aceleram os trabalhos, ou o campo só estará pronto para atender às exigências da Fifa em 2020. Em Brasília, o Estádio Nacional está sendo erguido onde ficava a antigo Mané Garrincha (até a semana passada, uma seção da amiga arquibancada teimava em se manter de pé, depois de duas tentativas fracassadas de implosão). O projeto original de reforma foi tão malfeito que, por absurdo que pareça, não previa a instalação de itens tão básicos como gramado, iluminação, cadeiras e te1ão. Graças a falhas clamorosas como essas, o orçamento original, de 670 milhões de reais, terá, claro, de ser revisto. Ainda em relação ao estádio de Brasília, causa preocupação a solução de financiamento encontrada pelo governo do Distrito Federal para bancar sua construção: a venda de terras públicas. Depois que o Ministério Público questionou essa decisão com o temor de que, diante da urgência da venda, os cofres públicos poderiam sair no prejuízo -, o governo transferiu a propriedade do estádio para a Terracap, empresa pública que administra os tais terrenos. Foi apenas uma manobra burocrática para disfarçar (e manter) a fonte de financiamento desejada. "Isso mostra a total falta de planejamento com que se está administrando essa obra", diz o promotor Ivaldo Lemos Júnior, do Ministério Público do Distrito Federal. 20
  • 22. MONITORAMENTO | COPA - Previsões A falta de planejamento também é um problema que afeta a Arena Amazônia, em Manaus. Primeiro, o Tribunal de Contas da União (TCU) detectou superfaruramento na obra, que ainda está na fase de escavação e terraplenagem. Em uma amostra de contratos de 200 milhões de reais, o TCU detectou um sobrepreço de 71 milhões de reais. Logo depois, nova constatação: a capacidade do novo estádio, bancado pelo governo do estado, é ridiculamente maior do que requer a torcida da região. É claro que, se uma seleção ilustre, como a da Itália, jogar lá no Mundial, a lotação máxima, de 44 500 lugares, pode ser completada. Mas e depois? A média de público do campeonato amazonense é inferior a 1000 pagantes por jogo. A partida que atraiu mais gente neste ano foi a final do primeira rumo do Amazonense, entre Nacional e Penarol, com 2 869 testemunhas. É muito pouco para justificar o investimento - público - de quase 500 milhões de reais, sem falar nos gastos futuros com a manutenção. Melhor seria ter deslocado a sede amazônica para Belém, no Pará, onde há mais público. Mas a escolha das sedes da Copa ficou longe de obedecer a critérios exclusivamente técnicos. Prefeitos e governadores de todo o país pressionaram a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a entrar na festa. Quem tinha padrinhos mais fones levou. Como resultado, ficou decidido que o evento terá doze sedes, quando oito, no máximo, seriam suficientes. Esse número reduziria em até 33% os custos do torneio. Nada é tão grave, no entanto, quando a situação de três sedes: São Paulo, Natal e Curitiba. Até agora, não foi gasto um único centavo em seus estádios. No caso paulista a CBF 21
  • 23. MONITORAMENTO | COPA - Previsões quer que os jogos, incluindo a partida de abertura, sejam disputados no Estádio do Corinthians que ainda não existe. Ninguém sabe quem vai pagar pela obra, e a cada dia surge novas dificuldades. Primeiro, foram dutos da Petrobrás descobertos sob o terreno onde ficaria um lance de arquibancada. Na semana passada, revelou-se que será preciso canalizar um córrego que existe por lá. A cada entrave descoberto, sobem os custos da obra - hoje na casa de 1 bilhão de reais, o que o toma o estádio mais caro do Brasil. Sem saída à vista, na última semana a presidente Dilma Rousseff telefonou para o seu antecessor e pediu-lhe que tentasse convencer a Odebrecht, empreiteira indicada pelo próprio para tocar o projeto, a baixar o orçamento. Ainda não houve avanços, mas a empresa promete começar os trabalhos na semana que vem. Por enquanto, na área reservada, há apenas mato. Em Natal, o Estádio Machadão dará lugar, em teoria, à Arena das Dunas. Mas a velha estrutura segue intacta. Será preciso demoli-la, para depois começar do zero o novo projeto. Em Curitiba, o Atlético do Paraná teria de pagar 130 milhões de reais para adequar a Arena da Baixada às exigências da Fifa, mas o clube só aceita desembolsar 45 milhões de reais. Quer que a administração estadual e a prefeitura, que já haviam concordado em financiar parte do projeto, arquem com mais esse papagaio. O governo finge que a bola não está com ele. "Os paranaenses podem ficar tranquilos que tudo está no cronograma e vamos cumprir todos os prazos", diz Mario Celso Cunha, secretário estadual para Assuntos da Copa de 2014. Como se vê, os gestores das obras parecem não ter pressa em resolver os problemas. 22
  • 24. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Mas deveriam. "É evidente que apenas as cidades com a infraestrutura adequada para sediar partidas da Copa do Mundo estarão aptas para realmente receber os jogos. Se esse não for o caso de alguma cidade em 2014, ela será excluída da competição", disse a VEJA o francês Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa. Pelas regras da entidade, tanto aeroportos quanto estádios têm de estar tinindo, no máximo, seis meses ano antes do torneio. Tudo somado, o quadro geral é o seguinte: a três anos da Copa, o Brasil só tem um estádio com execução orçamentária adequada para ficar pronto tempo de ser usado na Copa de 2014. Em outros oito, é preciso acelerar o investimentos para evitar uma tragédia. Dos três restantes, que ainda nem começaram, um terá de ser reformado e dois serão feitos a partir do zero. No capítulo de aeroportos, dos treze questão no projeto Copa, só seis começaram a ser reformados (veja o quadro na pâg. 100). Quando se fala das obras de mobilidade urbana que foram pr metidas, o caso é ainda pior. Das cinquenta anunciadas, só quatro tiveram início. Com esse quadro, é possível afirmar que hoje o Brasil está mais atrasado para a Copa do Mundo do que a África do Sul no período equivalente. Lá, naquela altura, todos os estádios integralmente novos já haviam começado a ser erguidos. As obras aeroportuárias estavam bem encaminhadas, e cidades como Johannesburgo haviam sido transformadas em canteiros de obras a céu aberto. Estar atrás da África do Sul, no entanto, não significa, para o Brasil, não poder recuperar o tempo perdido. O diagnóstico publicado nesta reportagem revela a situação atual dos estádios. Se o ritmo dos investimentos aumentar 23
  • 25. MONITORAMENTO | COPA - Previsões daqui para a frente, a Copa estará garantida. A questão, no entanto, não pode ser adiada nem mais um dia. Mesmo porque a lentidão, aliada à desorganização. tem tudo para desembocar num sorvedouro desmedido de recursos públicos, como ocorreu com os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio. Na ocasião, observou-se exatamente o mesmo roteiro que se vê agora: quase todas as obras atrasaram. Diante disso, foi preciso abrir os cofres do governo federal para evitar um vexame internacional. O orçamento final do Pan ficou em 4 bilhões de reais, dez vezes a previsão inicial. De todos os gastos da União, mais de 70% foram liberados nos seis meses anteriores ao evento. Questionado por VEJA sobre a execução de apenas 7,5% do orçamento dos estádios, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, discordou que haja atraso nos trabalhos. Segundo ele, é normal que no início das obras a execução seja mais lenta do que no final. "Todos os projetos estão caminhando de forma satisfatória, só precisamos acelerar a questão de São Paulo." O otimismo é uma virtude, mas saber reconhecer um problema quando se está diante dele - ao menos no caso de gestores encarregados de uma tarefa da magnitude da Copa do Mundo - é uma obrigação. 5 razões para o atraso A falta de planejamento é a principal, mas não é a única responsável pela lentidão nas obras da Copa de 2014 1. Escolha política das sedes 24
  • 26. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Para agraciar o maior número de compadres, o Comitê Organizador Local convenceu a Fifa a escolher doze cidades-sede para a Copa no Brasil, quando apenas oito seriam suficientes 2. Não há quem cobre Não existe um único órgão com poderes para gerenciar, fiscalizar e cobrar a execução dos projetos da Copa, que estão a cargo de prefeituras, estados, autarquias e clubes. Na África do Sul, o governo central chamou a si essa responsabilidade. Arcou com 98% dos gastos e controlou todo o cronograma 3. Projetos malfeitos Como a maior parte das obras que usam dinheiro público, as da Copa partiram de projetos mambembes que, como tais, exigem remendos depois. Em Brasília, por exemplo, o estádio não previa ítens básicos como gramado, traves e iluminação - tudo isso ainda terá de ser incluído, o que aumentará custos e potencializará atrasos 4. O dinheiro não aparece Apenas 2,5% dos 23,7 bilhões de reais previstos para ser investidos nas obras de infraestrutura da Copa foram gastos até agora. No caso dos estádios, o BNDES diz que segura o dinheiro porque os responsáveis pelas obras não vêm 25
  • 27. MONITORAMENTO | COPA - Previsões cumprindo as condições contratuais. Como não há um órgão que centralize o gerenciamento dessas obras, tudo gira em círculo - a nada anda para a frente 5. Estão fazendo corpo mole Muitos gestores de obras sabem que, como a Copa será prioridade do Brasil em 2014, às vésperas do evento o governo despejará dinheiro nos projetos que ainda estiverem inconclusos. E sabem também que investimentos "emergenciais" saem bem mais caro para os cofres públicos. No Pan-Americano de 2007, no Rio, o conjunto de obras finalizadas em cima da hora, custou 4 bilhões de reais - dez vezes a previsão inicial Ainda pior do que os estádios... Nuvens negras rondam os aeroportos brasileiros. Apenas seis dos treze terminais localizados nas regiões que receberão jogos da Copa começaram a ser reformados. Para piorar, o ritmo das obras iniciadas é ainda mais lento do que o verificado nos estádios. O projeto mais portentoso - e um dos mais atrasados é a construção do terceiro terminal do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. É uma obra crucial para o sucesso do torneio: será por lá que a maior parte dos turistas chegará ao país. E será a partir daquela pista que eles levantarão voo rumo a outros estados. O novo terminal e as obras complementares 26
  • 28. MONITORAMENTO | COPA - Previsões custarão 1,2 bilhão de reais, mas até agora só foram investidos 30 milhões de reais, ou 2,5% do valor previsto. No Galeão, no Rio de Janeiro, a reforma está orçada em 687 milhões de reais. Dessa quantia, foram liberados 64 milhões desde 2008, quando começaram as obras. Nesse ritmo de execução orçamentária, o terminal só ficará pronto vinte anos depois da final da Copa. "Não há razão lógica que explique a lentidão crônica nas obras aeroportuárias brasileiras. Em outros países elas acontecem de forma muito mais célere", diz o comandante Ronaldo Jenkins, diretor do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias. Ele tem razão. Recentemente, a pista principal do Aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, foi totalmente reconstruída. A obra levou menos de quatro meses até a entrega. Não passou pela cabeça de nenhum engenheiro americano que ela pudesse se estender por anos a fio. Já no Brasil, o tempo médio gasto para reformar um aeroporto é de 36 meses. "Os aeroportos são uma de nossas maiores preocupações", diz o francês Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa. "Esperamos que, com a privatização de alguns deles, o processo receba o impulso necessário." O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão ligado à Presidência da República, diz que dez dos treze aeroportos não ficarão prontos para a Copa. Com uma agravante: mesmo que sejam entregues, dez deles já estariam operando em "situação crítica", ou seja, acima de sua capacidade nominal, em 2014. Isso significa que os projetos subestimaram o crescimento da demanda nacional por passagens aéreas. Um dos casos mais eloquentes é o do 27
  • 29. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte. As obras de reforma nem sequer começaram, mas o Ipea acredita que, em 2014, seu movimento será 25% superior ao estimado no projeto que será seguido. Isto é, mesmo que a obra seja feita a toque de caixa, o aeroporto precisará de uma segunda reforma quando a primeira for entregue. “Vocês têm muito a fazer” Principal responsável pelo Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, o executivo Danny Jordaan esteve à frente de todas as obras realizadas por seu país para receber o torneio mundial de futebol - um trabalho coroado de sucesso. Atualmente, Jordaan é vice- presidente da Associação Sul-Africana de Futebol. De Johannesburgo, onde mora, ele falou a VEJA por telefone. Ainda é possível recuperar o atraso das obras brasileiras? Estive aí em novembro, muita coisa deve ter mudado desde então, o que eu posso afirmar é que vocês têm muito mais a fazer do que nós tivemos. Além de investir em estádios, centros de treinamento, hotéis e tecnologia da informação, é preciso lembrar que, quanto mais cidades-sede um país tem - nós tivemos nove, enquanto vocês optaram por doze -, maior é a infra-estrutura necessária. Afora isso, o Brasil é um país de dimensões continentais e tem de investir muito dinheiro em rodovias, trens e, principalmente, aeroportos. 28
  • 30. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Havia um controle eficiente das obras por parte do Comitê Organizador na África do Sul? Sim. Fazia parte das prerrogativas do comitê monitorar e intervir para ter absoluta certeza de que tudo estava nos eixos. Tínhamos vários sistemas de planejamento e gestão, além de equipes técnicas para inspecionar as obras toda as semanas Entregamos tudo a tempo. O que é preciso fazer para que a Copa deixe um legado positivo para um país? É preciso ter em mente que a Copa do Mundo não é feita apenas de estádios. Antes da competição, nossos portos, aeroportos, rodovias e trens estavam em frangalhos. Para receber bem os turistas e permitir que os times e os torcedores chegassem aos locais das competições sem contratempos, planejamos a reforma de todas essas estruturas e conseguimos executá-las dentro dos prazos. O aeroporto da Cidade do Cabo, por exemplo, estava quase 50% pronto três anos antes da Copa do Mundo. Foi uma excelente oportunidade para melhorar as condições da população e estender os benefícios da Copa para além do seu término. 29
  • 31. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Folha de S.Paulo 7 de janeiro de 2013 Risco de racionamento de energia faz Dilma convocar setor elétrico Eliane Cantanhêde Dez dias depois de dizer que é "ridículo" falar em racionamento de energia, a presidente Dilma Rousseff convocou reunião de emergência sobre os baixos níveis dos reservatórios, para depois de amanhã, em Brasília. A reunião foi acertada entre Dilma, durante suas férias no Nordeste, e o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, que a presidirá. Balanço e propostas serão levadas diretamente à presidente. Dirigentes de órgãos do setor tiveram de cancelar compromissos para comparecer. Na avaliação do governo, os níveis dos reservatórios estão até 62% abaixo dos registrados no ano passado e a situação tem piorado por causa do intenso calor, sobretudo no Sudeste. 30
  • 32. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Com temperaturas que chegam a 40 graus em cidades como o Rio de Janeiro, o consumo de energia com ar condicionado, ventilador e refrigerador tem disparado. Técnicos do setor acusam Dilma de estar centralizando as decisões e dizem que, se o racionamento não é uma certeza, também não pode ser simplesmente descartado. Um deles diz que o risco "está acima do prudencial". Mesmo antes da reunião, já vinham sendo tomadas medidas extras para garantir a produção de energia, como a reativação da usina de Uruguaiana, parada desde 2009, e o acionamento a plena capacidade das usinas térmicas, muito mais caras do que as hidrelétricas. Há duas ironias, conforme análise dos órgãos do setor. Uma é que a situação só não fugiu ao controle porque o crescimento econômico de 2012 foi pífio, na ordem de 1%. Se tivesse sido de 4,5%, como previra o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o consumo da indústria estaria bem maior e haveria risco imediato de faltar energia. A segunda ironia é que a reunião governamental e o sinal amarelo pela falta de chuvas ocorrem justamente quando enchentes assolam o Rio de Janeiro, deixando milhares de desabrigados. Além da preocupação pontual, com o momento presente, o governo teme que a situação se mantenha ao longo deste ano, pressionando todo o setor no último trimestre e no início de 2014. 31
  • 33. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Quanto à Copa, há certa tranquilidade, porque os estádios, preventivamente, estão sendo equipados com modernos e potentes geradores. Oficialmente, estarão presentes ao encontro de quarta-feira os integrantes do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), que é presidido pelo ministro das Minas e Energia e é convocado, por exemplo, quando há apagões de grandes proporções, como ocorreu mais de uma vez em 2012. Participarão a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a ANP (agência de petróleo), a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). O CMSE se reporta ao CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), órgão de assessoria direta da Presidência da República. É possível que também o conselho venha a ser convocado proximamente por Dilma a debater a questão. http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/01/1210891-risco-de- racionamento-de-energia-faz-dilma-convocar-setor-eletrico.shtml 32
  • 34. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Blog do Luís Nassif 11 de janeiro de 2013 Folha admite o erro sobre o suposto apagão energético Folha de São Paulo | 10 de janeiro de 2013 Aos 45 do segundo tempo Eliane Cantanhêde BRASÍLIA – Como previsto, o governo tentou desmentir a manchete de segunda da Folha sobre a reunião de emergência do setor elétrico marcada para ontem para discutir o nível preocupante dos reservatórios, ou o que o setor privado vem chamando, talvez com exagero, de “risco de racionamento”. Desmentir notícias desconfortáveis, aliás, é comum a todos os governos: “O que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde”. Por isso, guardei uma carta, literalmente, na manga: o e-mail enviado por um dos órgãos participantes às 17h56 da última sexta-feira: “A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE informa aos agentes que a 53ª Assembleia Geral 33
  • 35. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Extraordinária foi transferida para o dia 14 de janeiro [...]. O adiamento deve-se à coincidência da data anterior [9/1] com a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), convocada pelo Ministério de Minas e Energia”. Não se desmarcam assembleias gerais do dia para a noite, porque elas custam um dinheirão, envolvem dezenas de pessoas na organização, centenas de convidados e deslocamentos. A CCEE só fez isso porque foi convocada de última hora, cinco dias antes, para a reunião de Brasília. O governo, porém, insiste que é coincidência que a reunião ocorra no meio do turbilhão -e da assimetria das chuvas. O ministro Lobão até me disse que estava marcada havia “um ano”. Para comprovar, me remeteu para o cronograma de reuniões no site do ministério. Sim, estava lá, mas o cronograma foi postado no site precisamente às 15h14min30s de segunda, dia 7, horas depois de a manchete da Folha sacudir o governo, o setor, talvez o leitor/consumidor. Há muito o que discutir: as falhas do sistema, a falta de planejamento, a birra de são Pedro, os custos das térmicas e, enfim, como ser transparente com indústrias, concessionárias e usuários. Aliás, uma obrigação de qualquer governo. 34
  • 36. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Nem seria necessário mais nada para entender que a tese salvacionista de Cantanhêde não se sustentava, pois bastaria ver o cronograma de reuniões do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico para saber se, como a colunista insinuou, tal cronograma fora composto às pressas para desmentir a tese da “reunião de emergência”. O Ministério das Minas e Energia, porém, antecipou-se ao que este blog iria publicar e enviou carta ao jornal provando que nunca houve reunião de emergência alguma, conforme a “barriga” que o veículo cometeu sob influência de sua colunista. Sem remédio, a Folha publicou a carta em sua edição desta sexta-feira. Veja, abaixo, a manifestação do Ministério. Folha de São Paulo | 11 de janeiro de 2013 Painel do Leitor Energia No dia 7/1, a Folha publicou a seguinte manchete de capa: “Escassez de luz faz Dilma convocar o setor elétrico”, com o subtítulo “Reunião de emergência discutirá propostas para evitar riscos de racionamento”. O texto remetia para reportagem em “Mercado” sob o título “Racionamento de luz acende sinal amarelo”. Tratava-se de uma desinformação. Na mesma data da publicação, preocupado com a repercussão da reportagem, principalmente nas Bolsas, o ministro 35
  • 37. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Edison Lobão, em telefonema à autora da reportagem, a jornalista Eliane Cantanhêde, esclareceu que a reunião em referência não fora convocada pela presidenta da República, nem tinha caráter de emergência. Tratava-se, conforme relatou, de reunião ordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), marcada desde o ano passado. Além desses esclarecimentos não terem sido prestados na reportagem sobre o assunto publicada em 8/1 (“Lobão confirma reunião, mas descarta riscos”, “Mercado”), a jornalista, na coluna “Aos 45 do segundo tempo” (“Opinião”, ontem), põe em dúvida a veracidade das informações do Ministério de Minas e Energia. Para que não reste dúvida sobre o assunto, consta na ata da 122ª Reunião do CMSE, realizada em 13/12/2012, precisamente no item 12, a decisão de realizar no dia 9/1/2013 a referida reunião ordinária. Antonio Carlos Lima, da Assessoria de Comunicação Social do Ministério de Minas e Energia (Brasília, DF) – (...) O Ministério das Minas e Energia também entendeu que a matéria tinha, se não objetivo, ao menos potencial para tumultuar a economia, do que decorreu queda do valor das ações das empresas geradoras de energia, as quais, desfeita a farsa, recuperaram-se na última quinta-feira. O mais engraçado mesmo, porém, foi a tréplica de Eliane Cantanhêde. Leia abaixo. 36
  • 38. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Folha de São Paulo | 11 de janeiro de 2013 Painel do Leitor RESPOSTA DA JORNALISTA ELIANE CANTANHÊDE – De fato, a reunião foi marcada em dezembro, mas, diante dos níveis preocupantes dos reservatórios, ganhou caráter emergencial – evidenciado pela intensa movimentação do governo. A Folha contemplou no dia 8/1 a versão do ministro de que não havia risco de racionamento. É piada, não é mesmo? A matéria de Cantanhêde na Folha do dia 7 não disse que a reunião “ganhou caráter emergencial” devido aos “níveis preocupantes dos reservatórios”; disse que era de emergência, convocada às pressas. Não foi por outra razão que a própria Folha retificou a matéria mentirosa e alarmista logo abaixo da resposta de sua colunista, na seção “Erramos”. Veja, abaixo, a retratação da Folha – obviamente que sem o destaque que o jornal deu à “barriga” que cometeu por obra e graça de uma “jornalista” cujo trabalho, há muito, pauta- se por motivações político-partidárias, para dizer o mínimo. Folha de São Paulo | 11 de janeiro de 2013 Seção “Erramos” MERCADO (7.JAN, PÁG. B1) A reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico havia sido marcada 37
  • 39. MONITORAMENTO | COPA - Previsões em 13 de dezembro de 2012, e não neste ano, conforme informou a reportagem “Racionamento de luz acende sinal amarelo”, de Eliane Cantanhêde. http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/folha-admite-o-erro-sobre-o-suposto- apagao-energetico Jornal da Record 22 de janeiro de 2013 Pode faltar energia elétrica para a Copa do Mundo de 2014 Mais da metade das obras de infraestrutura energética do país estão atrasadas, revela o relatório da agência nacional de energia elétrica (Aneel). Essa situação pode colocar em risco o fornecimento deenergia na Copa do Mundo de 2014. Guilherme Schmidt, advogado especialista no setor de energia fala sobre o assunto. http://noticias.r7.com/jornal-da-record-news/2013/01/22/pode-faltar-energia- eletrica-para-a-copa-do-mundo-de-2014/ 38
  • 40. MONITORAMENTO | COPA - Previsões SportTV 22 de março de 2013 Sanches diz que Arena Corinthians pode não receber abertura da Copa O Corinthians tem um problema extracampo para resolver. O clube ainda não conseguiu a liberação de empréstimos na casa dos R$ 820 milhões - os R$ 400 milhões do BNDES, além dos R$ 420 milhões da Prefeitura de São Paulo - para dar sequência à construção da Arena Corinthians. Assim, o estádio escolhido para receber o jogo de abertura da Copa de 2014 pode em breve ter as obras paralisadas. Quem garante é o ex-presidente do Timão Andrés Sanches, em entrevista ao "Arena". - Acredito que sim (que a partida inugural da Copa do Mundo será no estádio alvinegro), mas tenho obrigação de avisar a todos os órgãos públicos que existe o risco de não ter a abertura. O Corinthians não vai gastar mais. Se não tiver solução nos próximos dias, a obra vai parar - afirmou Andrés. Diante da impasse, o ex-presidente diz que a solução é simples: a engenheria finaceira envolvendo BNDES e os CIDs (Certificado de Incentivo ao Desenvolvimento) precisa ser resolvida o mais rápido possível. 39
  • 41. MONITORAMENTO | COPA - Previsões - Houve mudança do prefeito (em São Paulo, com a saída de Gilberto Kassab e a entrada de Fernando Haddad, vencedor das eleições no fim de 2012), e o banco não quer aceitar as garantias. É uma burocracia terrível. Em um primeiro momento, (a obra) para. Em um segundo momento, redesenha o estádio. Estão sendo feitas no estádio um monte de coisas que o Corinthians não precisa, então teria que desfazer algumas coisas. Já avisei à Fifa, ao COL (Comitê Organizador Local), ao governo. Eles falaram que vão tentar ajudar. http://sportv.globo.com/site/programas/arena-sportv/noticia/2013/03/obras-da-arena- corinthians-podem-parar-afirma-andres-sanchez.html Jornal Nacional 15 de maio de 2013 Doze cidades do Brasil têm protestos contra a Copa do Mundo Nesta quinta-feira (15) houve protestos contra a Copa do Mundo em 12 cidades do Brasil. Em Porto Alegre, Salvador, Maceió, João Pessoa, Fortaleza, Palmas, Sorocaba e Bauru, as manifestações reuniram, cada uma, entre 50 e 300 pessoas, segundo as autoridades. 40
  • 42. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Em Brasília, Belo Horizonte e Rio, o número variou entre 600 e 1,3 mil pessoas. Em São Paulo, houve vários protestos nesta quinta-feira, o maior deles com cinco mil pessoas, segundo a PM. Maior protesto reúne 5 mil pessoas em São Paulo, segundo a PM Em São Paulo, pela manhã, um grupo de cem pessoas, segundo a PM, queimou pneus e bloqueou a Rodovia Anhanguera, que liga a capital ao interior. Foram vários protestos por moradia e contra a Copa. . “A gente tem que ter nossa casa, ao invés de ter Copa, temos que ter nossa moradia”, afirmou Nivalda de Jesus, manifestante. Muita fumaça fechou o caminho para a Arena Corinthians, na Zona Leste. Segundo o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, cerca de três mil pessoas se reuniram perto do estádio. A Polícia Militar diz que eram duas mil. Torcedores do Corinthians, dono do estádio, foram à arena para evitar vandalismo. Em outro protesto, 300 trabalhadores ligados à força sindical pediam emprego e também criticavam os gastos com a Copa. Houve outro bloqueio na Marginal Pinheiros e muitos motoristas tentaram sair de ré. “Parou tudo, todo dia, virou festa agora. Todo dia para, não dá, meu. Todo mundo sofre”, comentou Maria Glória Lopes, auxiliar de produção. 41
  • 43. MONITORAMENTO | COPA - Previsões No fim da tarde, cerca de cinco mil professores municipais em greve, na contagem da PM e do sindicato, fizeram uma passeata rumo à região central da cidade. Havia faixas pedindo educação padrão Fifa. Enquanto os professores marchavam para o centro, outro protesto, contra os gastos com a Copa do Mundo começou na Avenida Paulista. Eram 2 mil pessoas, segundo a PM. Na mesma região, na Rua Augusta, 20 pessoas foram presas com coquetéis molotov, segundo a polícia. Ali perto, outro grupo começou a colocar fogo em sacos de lixo. Manifestantes depredaram uma concessionária e destruíram um caminhão. Houve confronto com a polícia. Depois do confronto na região da Avenida Paulusta, os manifestantes foram para a região do Estádio do Pacaembu. Cerca de mil pessoas passaram pelo local. O policiamento foi reforçado para evitar que a praça também fosse ocupada. Os manifestantes seguiram e o protesto de dispersou. A Polícia Militar ainda não divulgou um balanço das manifestações e do confronto. Das 20 pessoas detidas, sete ainda continuam na delegacia, prestando depoimento. Manifestantes e policiais entram em confronto em Fortaleza Em Fortaleza, 300 estudantes, segundo a Polícia Militar, protestaram a favor do Passe Livre e contra a Copa do Mundo. 42
  • 44. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Manifestantes e policiais entraram em confronto nas proximidades da empresa de transporte. Os PMs dispararam balas de borracha e bombas de gás e o grupo revidou com pedras. Os policiais apreenderam estilingues e bombas de fabricação caseira. Os estudantes se refugiaram no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará. Mas já deixaram o local. Grupo queima sacos de lixo no centro de Belo Horizonte A Polícia Militar de Minas Gerais estima que 600 pessoas tenham participado de uma manifestação na Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte. Servidores municipais em greve e sem-teto se uniram a integrantes de outros movimentos populares que protestavam contra a Copa e o aumento no preço das passagens de ônibus. Depois da passeata, o grupo queimou sacos de lixo e uma catraca de ônibus em frente à prefeitura. 43
  • 45. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Mais de mil pessoas caminharam pelas ruas do centro do Rio No Rio, professores em greve por melhores salários se juntaram a ativistas contrários à Copa. Segundo a PM, 1,3 mil pessoas caminharam por uma das principais avenidas do centro, até a sede da prefeitura. E, lá, se dispersaram. Depois, alguns manifestantes tentaram atrapalhar o trânsito. A Polícia Militar acompanha de perto. Manifestantes usam cruzes em protesto no Estádio Mané Garrincha Em Brasília, pela manhã, um grupo de sem teto invadiu um prédio público. Logo depois, foi retirado pela polícia. À tarde, 200 pessoas, segundo a Polícia Militar, ocuparam duas faixas do Eixo Monumental. Seguiram pro Estádio Nacional Mané Garrincha, onde puseram cruzes de madeira, num protesto contra as mortes de operários durante a construção das arenas da Copa. 44
  • 46. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Ministro do Esporte condena violência nas manifestações O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse que considera legítimo o ato de reivindicar. Mas condenou a violência nas manifestações. “Geralmente, as manifestações são mais a favor de alguma coisa, a favor da moradia, do ensino público, da segurança do transporte. Não sei porque transformar manifestações que são manifestações de reivindicações favoráveis a algumas bandeiras em manifestações contra a Copa ou contra o governo. Acho que isso ultrapassa a própria natureza ou os objetivos das manifestações. O que não se concebe e o que a lei proíbe são manifestações violentas como as que já ocorreram causando mortes de um cinegrafista, por exemplo, depredação do patrimônio público ou privado. Isso nós não podemos conceber”, disse o ministro. Dilma Rousseff afirma que Copa vai deixar legado para o Brasil A presidente Dilma Rousseff falou sobre o legado que a Copa vai deixar. “Acredito que esse compromisso de brasileiros homens e mulheres com a boa recepção dos que vierem nos visitar é algo que faz parte da cultura, da alma e do ânimo do povo brasileiro. Nós podemos dizer em alto e bom som: o legado 45
  • 47. MONITORAMENTO | COPA - Previsões da Copa é nosso. Por que? Ninguém que vem aqui assistir à Copa leva consigo, na sua mala, aeroporto, porto, não leva obras de mobilidade urbana, nem tão pouco estádios. O que eles podem levar na mala? A garantia e a certeza de que esse é um país alegre e hospitaleiro”, declarou a presidente. http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/05/doze-cidades-do-brasil-tem-protestos- contra-copa-do-mundo.html O Globo 27 de novembro de 2013 Pesquisador alerta para o perigo de surto de dengue na Copa Simon Hay, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, diz que organizadores e patrocinadores da competição deveriam explicitar o risco da doença RIO - A dengue pode manchar a imagem do Brasil e atrapalhar a realização da Copa do Mundo de 2014. Simon Hay, especialista da Universidade de Oxford, no Reino Unido, publicou um artigo na revista “Nature” desta semana no qual afirma que os organizadores e os patrocinadores da competição deveriam explicitar o risco da doença. De 46
  • 48. MONITORAMENTO | COPA - Previsões acordo com Hay, torcedores e atletas podem contrair o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti sobretudo em três cidades: Fortaleza, Natal e Salvador, todas no Nordeste. A previsão de Hay é que a dengue estará perto de seu pico nestas cidades justamente na época em que a competição será realizada, entre os dias 12 de junho e 13 de julho. De acordo com ele, o Rio de Janeiro não deverá estar com risco alto neste período, mas é preciso manter o monitoramento. Para o especialista, é fundamental que medidas de prevenção sejam tomadas na fase de preparação para o torneio, ressaltando que não há cura para a doença. - A ideia é concentrar as atividades normais de controle ao mosquito da dengue nas áreas ao redor do estádio sobretudo nos meses e semanas que antecedem a Copa do Mundo. O padrão de controle é o uso de inseticidas, mais conhecidos como fumacês - afirmou Hay ao GLOBO. - A Fifa, as autoridades brasileiras e os patrocinadores da Copa do Mundo devem usar sua influência e experiência para comunicar os riscos. O especialista do Reino Unido ressalta que o mosquito da dengue está adaptado às cidades. Ele e seus colegas examinaram mapas da distribuição da doença no Brasil, além dos registros de sua variação sazonal. Os cientistas reconhecem, no entanto, que é difícil fazer uma previsão da gravidade do risco de surto de dengue. - Porém, diferentemente do clima, podemos influenciar no número de mosquitos promovendo um controle agressivo antes da Copa do Mundo - disse Hay. - Eu não quero dissuadir qualquer um de ir à Copa nem destacar o Brasil, 47
  • 49. MONITORAMENTO | COPA - Previsões que é um entre os mais de cem países em todo o mundo que estão lutando contra a dengue. Meu objetivo é informar aos espectadores incautos sobre o risco e das maneiras de se proteger. Risco no Brasil é enorme, diz especialista brasileiro Já Ricardo Lourenço, pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz e membro do Comitê Assessor do Programa Nacional de Controle da Dengue, ressalta que o Ministério da Saúde já desenvolve um plano nacional voltado para grandes eventos, como a Copa. - O principal é ter prevenção – disse Lourenço. - Há um comitê, do qual faço parte, que está elaborando um plano com todas as ações. O importante é reduzir a população do mosquito. Por isso, precisaremos da mobilização das pessoas para reduzir os índices de infestação do Aedes, além dos guardas de endemia, que ficam mais voltados para o controle de áreas públicas ou terrenos abandonados. O especialista brasileiro, que ainda não teve acesso ao trabalho de Hay, explica que a gravidade de um surto de dengue depende de vários fatores. Por isso, é muito difícil fazer previsões. - As condições epidemiológicas variam muito dentro de um bairro, falar de uma cidade é muito complicado – salientou Lourenço. - Mas não precisa fazer um estudo tão amplo para saber que o risco no Brasil é enorme. Temos os quatro 48
  • 50. MONITORAMENTO | COPA - Previsões sorotipos da dengue, mas há áreas em que o sorotipo 4 ainda não circulou, sendo que o risco de epidemia é maior onde a população está suscetível ao vírus. Quanto aos estrangeiros que vêm para Copa, tudo depende da procedência deles: ou eles podem levar para uma cidade um sorotipo que ainda não está circulando naquele local, ou, por outro lado, podem estar mais suscetíveis ao sorotipo viral que já existe numa determinada região. Nunca houve epidemia em junho e julho, diz Ministério da Saúde O Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, por sua vez, afirma que o Brasil nunca teve epidemia de dengue em junho ou julho. Historicamente, o aumento da doença ocorre entre março e abril, podendo chegar a maio, sobretudo no Nordeste. - Este pesquisador não deve conhecer bem dengue e no Reino Unido pode não haver muita gente com a experiência que adquirimos no Brasil - afirmou Barbosa. - Só usamos o fumacê quando há transmissão alta; nunca teve epidemia em junho e julho; e nossas medidas de combate à dengue são permanentes. O representante do Ministério da Saúde informou, ainda, que durante a Copa das Confederações houve um programa de divulgação de informações de saúde. Isto será ampliado para a Copa do Mundo, mas não exclusivamente para a dengue. 49
  • 51. MONITORAMENTO | COPA - Previsões - Vamos divulgar todas as informações para que os turistas possam aproveitar a Copa do Mundo da melhor maneira. Quem for para a selva, por exemplo, deve tomar cuidado com a malária e tomar vacina para febre amarela. Vamos fazer uma ampla divulgação, junto com outras medidas de prevenção que estão sendo tomadas. http://oglobo.globo.com/brasil/pesquisador-alerta-para-perigo-de-surto-de- dengue-na-copa-10899721 Rádio Jovem Pan 7 de dezembro de 2013 Brasil corre risco de sofrer epidemia de dengue durante a Copa do Mundo Especialistas alertam: o risco de aparecer uma epidemia de dengue no Brasil durante a Copa do Mundo é alto. Um novo tipo da doença acaba de ser descoberto na Malásia, e, até 2014, os casos devem aumentar. As informações foram divulgadas recentemente pela revista Nature. Estima-se que o país receberá cerca de 600 mil turistas durante o período dos jogos, fato que, ao lado do grande 50
  • 52. MONITORAMENTO | COPA - Previsões trânsito interno de torcedores, deve contribuir para o registro da dengue por aqui. A principal preocupação é com as cidades onde as temperaturas são altas mesmo no inverno, como Salvador, Fortaleza e Natal, palcos de algumas partidas. http://jovempan.uol.com.br/noticias/brasil/brasil-corre-risco-de-sofrer-epidemia-de-dengue- durante-copa.html BBC 12 de dezembro de 2013 Quatro desafios do Brasil nos 6 meses até a Copa Para provar que é capaz de sediar grandes eventos, o Brasil terá que vencer desafios Faltando exatos seis meses para a abertura da Copa do Mundo, o Brasil ainda busca vencer alguns desafios nos preparativos para o torneio e alcançar o grande objetivo de provar ao mundo sua capacidade para organizar grandes eventos. 51
  • 53. MONITORAMENTO | COPA - Previsões No dia 12 de junho de 2014, Brasil e Croácia entrarão em campo para disputar a primeira partida da Copa na Arena Corinthians. Até lá, o governo brasileiro, juntamente com o Comitê Organizador Local (COL), precisa entregar à Fifa os seis estádios que ainda estão em construção – dos 12 que serão utilizados na Copa -, incluindo o próprio estádio paulista, que sediará a abertura. Além dos palcos das partidas, o país se comprometeu também com obras de infraestrutura e mobilidade urbana. Parte delas está em andamento e, segundo o cronograma divulgado pelo governo no último mês, deverá estar pronta até junho do ano que vem. A outra parte acabou sendo postergada e será entregue somente depois do Mundial por conta de atrasos na execução ou no financiamento dos projetos. Todas essas obras faziam parte da Matriz de Responsabilidades, um documento assinado por representantes do governo federal e pelos responsáveis de todas as 12 cidades-sede contendo todos os projetos que deveriam ser feitos para a organização da Copa do Mundo no Brasil – incluindo as obras de estádios, aeroportos, portos, hotéis, etc, consideradas o grande "legado" da Copa. Dos 108 projetos que constavam na Matriz, 21 já foram concluídos e 22 foram excluídos da lista porque não ficarão prontos até junho de 2014. Essas obras acabaram entrando no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e, mesmo não sendo entregues para o Mundial, continuarão contando com os incentivos do governo concedidos para as 52
  • 54. MONITORAMENTO | COPA - Previsões intervenções da Copa do Mundo – isenção fiscal, financiamento público, etc. Áreas Obras Previstas Obras Concluídas Mobilidade urbana 45 3 Aeroportos 30 10 Portos 6 1 Infraestrutura de turismo 41 nenhuma Hotéis 16 7 Fonte: Ministério do Esporte (algumas das 'obras previstas' não estão listadas na Matriz de Responsabilidades) Para comprovar que é capaz de realizar grandes eventos como a Copa do Mundo, o Brasil precisará vencer os desafios de finalizar todas essas obras a tempo para o torneio, que receberá 32 seleções e, segundo estimativas do próprio governo, pelo menos 600 mil turistas de todo o mundo. A preocupação principal da Fifa até agora tem sido com os estádios, já que as outras obras não são consideradas "essenciais" para a realização do Mundial. Ainda assim, o COL promete à entidade "a melhor Copa de todos os tempos" e garante que o país estará devidamente preparado para receber o maior evento esportivo do mundo em 2014. "A Copa é uma grande oportunidade para a gente mostrar que, além de termos grandes jogadores, nós também somos grandes organizadores e vamos mostrar ao mundo que 53
  • 55. MONITORAMENTO | COPA - Previsões organizar também é o nosso forte. Faremos dessa Copa do Mundo a mais bonita de todos os tempos", garantiu Ronaldo, ex-jogador da seleção e membro do COL, em visita à BBC em Londres no último mês. Abaixo, a BBC Brasil detalha os quatro grandes desafios que o Brasil terá nos próximos seis meses até a Copa do Mundo. 1. Estádios A entrega dos seis estádios ainda em construção para a Copa do Mundo (Manaus, Natal, Cuiabá, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre) é um dos maiores desafios do Brasil nos seis meses restantes até o Mundial. Nem mesmo o Comitê Organizador Local (COL) ou o próprio governo brasileiro admitem a possibilidade de algum dos estádios não ficar pronto para a Copa. Eles reconhecem, porém, o atraso das obras - nenhuma das seis em andamento será entregue dentro do prazo inicial estipulado pela Fifa, que termina em 31 de dezembro. Não é apenas necessário finalizar todos os seis estádios restantes até a Copa – é preciso entregá-los à Fifa com 54
  • 56. MONITORAMENTO | COPA - Previsões tempo suficiente para que ela realize neles os tradicionais "eventos-teste", que servem como ensaios para o Mundial. A expectativa do governo brasileiro e do COL é de que todos os palcos dos jogos da Copa estejam nas mãos da Fifa até abril. Natal, Porto Alegre e Manaus Dos seis estádios ainda inacabados, três são motivo de maior preocupação para a Fifa: Arena da Baixada (Curitiba), Arena Pantanal (Cuiabá) e a Arena Corinthians (São Paulo). As demais arenas, embora atrasadas, mostram estar com obras adiantadas, e a expectativa é de que sejam concluídas já em janeiro. A Arena das Dunas, em Natal, está 94% concluída, faltando apenas finalizar a colocação dos assentos e fazer o acabamento. Já o Beira-Rio, em Porto Alegre, tem 92% das obras prontas, restando ainda por fazer o restante da cobertura e a colocação dos últimos assentos. Em Manaus, a construção da Arena Amazônia tem 90% de avanço, com o gramado já concluído e com a instalação das cadeiras e do sistema elétrico em execução. Curitiba, Cuiabá e São Paulo 55
  • 57. MONITORAMENTO | COPA - Previsões O caso do estádio Arena da Baixada, em Curitiba, é o mais preocupante e levou até à realização de uma reunião separada com a Fifa na segunda-feira passada, um dia antes da entidade se reunir com todas as outras cidades-sede para saber as atualizações das obras. "A Fifa tinha definido que o Atlético-PR faria o primeiro jogo teste no dia 26 de janeiro, mas o gramado vai terminar de ser colocado no dia 21, então é impossível", explicou o secretário da Copa do Paraná, Mário Celso Cunha, em entrevista à BBC Brasil. "Agora o primeiro jogo-teste ficou entre para o fim de fevereiro, para testar o gramado, a iluminação, o placar. E a inauguração, com 100% executado, será dia 26 de março, dia do aniversário do Atlético-PR." Segundo o secretário, a principal dificuldade de Curitiba para cumprir os prazos do estádio têm sido com relação ao financiamento dele pelo BNDES, pela demora do banco em liberar o dinheiro. O orçamento da obra já está estourado – a previsão era de R$ 184,6 mi e o custo atual é de R$ 326,7 mi – e ainda faltam pelo menos R$ 9 mi serem liberados para a conclusão dos trabalhos. A Arena Pantanal, em Cuiabá, é outra em situação preocupante. Até a semana passada, o estádio estava sem o gramado, sem a cobertura e sem os assentos. A grama foi colocada em tempo recorde – menos de 24h – na quinta-feira e, assim, as seleções que irão jogar no estádio puderam ver como está o campo na visita que fizeram no último final de semana. 56
  • 58. MONITORAMENTO | COPA - Previsões O caso da Arena Corinthians – que deve receber o jogo de abertura do Mundial, Brasil e Croácia, em 12 de junho – se tornou preocupante após o acidente ocorrido na obra ainda no fim de novembro, quando o estádio se encaminhava para cumprir o prazo estipulado pela Fifa. O guindaste que erguia o último módulo da cobertura acabou caindo com a peça, matando dois operários. Com isso, a parte da obra onde ocorreu o acidente está interditada e o guindaste só voltará a operar ali no dia 16 de dezembro. Apesar disso, o gramado do estádio já está pronto e as cadeiras estão sendo colocadas. O atual prazo da entrega da obra completa é abril de 2014 para eventos-teste. "A previsão do Corinthians, proprietário do estádio, é de realizar esses eventos aumentando gradativamente a capacidade do público e testando vários aspectos logísticos do estádio", explicou a coordenadora do Comitê Paulista para a Copa, Raquel Verdenacci, à BBC Brasil. "Em um período de 30 dias haverá oportunidade para cerca de três eventos oficiais", estimou. 2. Mobilidade Urbana Seis meses antes da Copa, o país tem apenas três obras de mobilidade urbana concluídas, em Belo Horizonte, Recife e Salvador, e muitas das 42 em andamento trabalham com prazo apertado, com entrega até maio de 2014, um mês antes da partida de abertura do Mundial. 57
  • 59. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Entre as obras previstas estão VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos), BRTs (Bus Rapid Transit), corredores e vias, além de iniciativas em estações, terminais e centros de controle de tráfego. No último balanço divulgado pelo Ministério do Esporte no fim de novembro, o governo diz que o plano de investimento total para a Copa soma neste momento R$ 25,6 bilhões, com o teto ainda chegando a R$ 33 bilhões. Do montante, R$ 8 bilhões estão destinados a obras de mobilidade urbana. Quanto aos atrasos, alguns são mais significativos, como em Recife, palco de um cenário que se repete em muitas das outras 11 cidades-sede. As cinco obras de mobilidade urbana na capital pernambucana, orçadas em R$ 1,4 bilhão, já tiveram prazo de conclusão em 2012, 2013 e atualmente têm previsão de entrega para 15 de maio de 2014, menos de 30 dias antes do início da Copa, no dia 12 de junho do mesmo ano. Em Cuiabá, a principal obra de mobilidade, um VLT orçado em R$ 1,4 bilhão, só terá parte do trajeto de 22 quilômetros entregue antes da Copa, segundo admitiu recentemente o próprio ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Espera-se que a obra reduza em até 12% o número de carros em circulação na capital mato-grossense. Quanto ao legado do Mundial para a população, as obras de mobilidade urbana previstas na Matriz de Responsabilidades são consideradas as de maior relevância, e os atrasos ou até mesmo exclusões de algumas delas são 58
  • 60. MONITORAMENTO | COPA - Previsões vistos como falhas pelos críticos que monitoram os gastos públicos. Para depois da Copa Com 11 obras que não integram mais a lista de exigência de conclusão antes do Mundial, Porto Alegre é a campeã das exclusões. São obras em avenidas, construções de corredores de ônibus (BRTs), melhorias em terminais e na rodoviária da cidade. Belo Horizonte, Manaus, Curitiba, Brasília, Natal e Salvador também desistiram de obras de mobilidade, mas a mais emblemática é de longe a construção de uma linha de monotrilho em São Paulo, orçada em R$ 1,8 bilhão, e que agora dependerá de outra fonte principal de financiamento para ser concluída. A primeira etapa da Linha 17-Ouro, como é conhecido o projeto, deve ser entregue somente no fim de 2014. Com 7,7 quilômetros de extensão, ligará a Marginal Pinheiros ao aeroporto de Congonhas. Para o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luís Fernandes, a Matriz de Responsabilidades é um "plano estratégico de investimentos", que vai sendo atualizado com o tempo. "Novas oportunidades surgem, projetos são reavaliados, alguns são incluídos e outros precisam ser retirados", explica em entrevista à BBC Brasil. Dentre os motivos para excluir uma obra, ele argumenta que, no caso de Porto Alegre, o governo local solicitou a 59
  • 61. MONITORAMENTO | COPA - Previsões retirada e decidiu optar por uma nova fonte de financiamento. "Outras obras não eram tão essenciais para a realização do evento como se pensou, e em alguns casos a obra não ficaria pronta até a Copa do Mundo. Mas nenhuma das obras considerada por nós como essencial caiu da Matriz", diz. 3. Aeroportos Com o aumento exponencial do número de passageiros domésticos nos últimos dez anos, os aeroportos brasileiros já se encontravam em preocupante situação de gargalo antes de a Matriz de Responsabilidades ser assinada, em 2010. À frente das obras nos aeroportos em 11 das 12 cidades-sede do Mundial, orçadas em R$ 5,6 bilhões, a Infraero e concessionárias privadas divulgaram no dia 26 de novembro um balanço das intervenções de melhorias e obras de expansão em andamento. De acordo com os números, o governo já confirma que ao menos quatro aeroportos - Rio de Janeiro (Galeão), Porto Alegre, Curitiba e Fortaleza - não terão todas as obras prontas até a abertura do Mundial. Das cidades-sede, Recife é a única que não tem previsão de obras aeroportuárias. As melhorias no Aeroporto Internacional Guararapes-Gilberto Freyre, orçadas em R$ 18,5 milhões, foram excluídas da Matriz, assim como a ampliação da pista de pouso e decolagem do Aeroporto 60
  • 62. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, que custariam R$ 228,2 milhões. Ao menos duas obras de mobilidade urbana excluídas do documento também afetam o setor de forma indireta, no que diz respeito ao acesso aos terminais urbanos: o monotrilho da Linha 17-Ouro, que ligaria a Marginal Pinheiros ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e o VLT-Linha 1, que ligaria o Terminal Asa Sul ao Aeroporto Internacional de Brasília. "Tudo estará pronto para a Copa" Apesar dos contratempos, a Infraero diz garantir que até a abertura da Copa todas as obras serão concluídas. A seis meses do início do Mundial, no entanto, alguns dos atrasos são significativos. Em Curitiba, somente 9,15% da ampliação do terminal de passageiros estão prontos. No Rio de Janeiro, o aeroporto do Galeão, o terminal 2 tem apenas 43,51% de conclusão, e na capital gaúcha os trabalhos só começaram dois meses atrás. Gustavo do Vale, presidente da Infraero, admitiu no lançamento do balanço que, no caso do Galeão, parte das obras no terminal 1 não serão entregues a tempo, e a capitais do Paraná e Ceará terão apenas 30% dos trabalhos concluídos. Já o balanço atualizado pelo Ministério do Esporte aponta que das 30 intervenções em andamento no setor, dez já foram concluídas e a grande maioria ainda em curso tem prazo de até abril e maio de 2014. 61
  • 63. MONITORAMENTO | COPA - Previsões O secretário-executivo da pasta, Luís Fernandes, admitiu à BBC Brasil reconhecer que as obras aeroportuárias são motivo de preocupação, mas aposta no sucesso das melhorias e expansões. "Temos segurança de que estarão prontas para a Copa do Mundo. E nesse terreno tentamos garantir não só a infraestrutura para a recepção de um alto volume de passageiros mas também um conjunto de iniciativas para melhorar a gestão dos aeroportos", afirmou. Em todos os 11 aeroportos estão previstas obras de expansão ou melhoria dos terminais de passageiros. Em cinco - Belo Horizonte, Curitiba, Natal, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo (Guarulhos) - há também obras em pistas e pátios; e em Salvador uma nova torre de controle será construída. Para a Infraero, os melhores exemplos de bom andamento das obras são os aeroportos de Brasília (65% de conclusão), o novo aeroporto de Natal, em construção em São Gonçalo do Amarante (71%) - embora as obras de acesso estejam atrasadas; o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo (80%) e o de Viracopos, em Campinas (74%). Os quatro terminais aéreos foram privatizados e as obras estão a cargo das concessionárias (em parceria com a Infraero) vencedoras dos leilões de licitação. No caso dos aeroportos de Confins (Belo Horizonte) e do Galeão, a Infraero disse, em entrevista recente à BBC Brasil, que um Plano de Ações Imediatas visará "melhorar rapidamente a experiência do usuário na utilização dos aeroportos" através de um "conjunto de investimentos e intervenções operacionais de curto prazo". 62
  • 64. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Analistas e especialistas do setor, no entanto, temem que essas e outras medidas não passam de uma "otimização do que já existe" e que os aeroportos só conseguirão atender à grande demanda gerada pelo evento graças a esses planos alternativos. "Eu tenho certeza de que dificilmente essas obras ficarão prontas no prazo. Eu acredito que durante a Copa do Mundo haverá muito trabalho inacabado, mas teremos essa espécie de 'maquiagem', e os turistas não vão perceber. Vamos ver muitos painéis cobrindo áreas do aeroporto, mas nós sabemos que do outro lado está o atraso do que não foi feito", disse o coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, em entrevista recente à BBC Brasil. 4. Hotéis O setor de hotelaria também é um dos que apresentam desafios para a realização da Copa do Mundo no Brasil. Os dados mais atualizados mostram que, de 16 empreendimentos que conseguiram uma fatia do R$ 1,034 bilhão disponibilizado pelo ProCopa Turismo (linha de crédito especial do BNDES para reformas ou novos prédios), apenas sete já foram concluídos. Mais um tem previsão de conclusão para janeiro de 2014 e outro para maio do mesmo ano, apenas um mês antes do jogo de abertura do Mundial. 63
  • 65. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Segundo o BNDES o objetivo do ProCopa Turismo é a "modernização e ampliação da oferta hoteleira" no país e a aposta é que haja um aumento de 15% na capacidade até o início da Copa. No entanto, a lista inclui seis hotéis com data de inauguração marcada para os meses seguintes ao evento, e alguns até estão previstos para abril e maio de 2015, quase um ano após o Mundial. O caso mais notório é o do Hotel Glória, no Rio de Janeiro. O empresário Eike Batista obteve R$ 190 milhões do BNDES para a compra e reforma do hotel que, após a falência de algumas de suas empresas, está em processo de venda e se encontra em situação indefinida. Entre os sete empreendimentos que já foram inaugurados ou tiveram as reformas concluídas, três estão no Rio de Janeiro, dois na Bahia, um em Pernambuco e um São Paulo. Dos nove empreendimentos restantes na lista dos 16 que receberam recursos do ProCopa Turismo, sete estão no Rio de Janeiro, um no Rio Grande do Sul e um no Rio Grande do Norte. Preços altos O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou ainda em setembro ao portal de notícias UOL que os investimentos no setor hoteleiro devem aumentar a oferta de leitos para turistas que viajarão pelo país, e isso evitaria aumentos abusivos nas diárias durante o evento. 64
  • 66. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Mas um levantamento feito pela Embratur no início de novembro mostra que algumas diárias no Rio de Janeiro chegam a ser duas vezes e meia maiores do que o preço médio de alta temporada de verão e quase 50% mais elevados do que os praticados durante o Réveillon 2013- 2014. Em Porto Alegre, os preços chegam a ser sete vezes mais altos. De acordo com a pesquisa, a média da diária cobrada para janeiro de 2014, durante o verão carioca, é de R$ 438,03. Para o Réveillon, é de R$ 739,87. Na Copa, R$ 1.105,11. Em algumas cidades, a alternativa aos preços altos dos hotéis são os hostels, que oferecem quartos compartilhados por um valor bem mais acessível. "Aqui em São Paulo, temos hotéis das grandes redes nacionais e internacionais e temos também várias opções econômicas, com mais de 2.500 leitos em hostels", disse Raquel Verdenacci, coordenadora do Comitê Paulista da Copa, à BBC Brasil. Além da questão do preço alto, outro desafio que as 12 cidades-sede terão que enfrentar nos próximos meses é o de preparar o setor hoteleiro para receber os 600 mil turistas estrangeiros que são esperados pelo Ministério do Turismo. Algumas delas já admitem que faltará quartos para suprir a alta demanda. Em recente entrevista à BBC News, o chefe da Secopa-MT (Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo do Mato Grosso), Maurício Guimarães, descreveu um cenário que pode ser comum a outras 65
  • 67. MONITORAMENTO | COPA - Previsões cidades-sede: "Não haverá quartos de hotel suficientes para os torcedores, mas a cidade dará um jeito." http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/12/131211_seismeses_copa_rm_jp.shtml Rádio Voz da Rússia 23 de janeiro de 2014 Brasil não está preparado para receber a Copa do Mundo No dia 22 de janeiro a presidente brasileira Dilma Rousseff inaugurou o estádio de futebol Dunas em Natal. Este foi o primeiro estádio para a Copa do Mundo 2014 a ser inaugurado este ano. Mas até ao Mundial ainda se tem de terminar outros seis estádios. O Brasil não consegue cumprir o calendário de preparação dos estádios. Todos os trabalhos já deviam ter sido concluídos em dezembro de 2013. A direção da FIFA expressou o seu desagrado pelo ritmo a que estão a decorrer os trabalhos. O presidente dessa organização Joseph Blatter escreveu indignado na sua página do Twitter: “Nunca vi este tipo de atrasos na preparação de um país para organizar um torneio de 66
  • 68. MONITORAMENTO | COPA - Previsões futebol.” O Brasil só conseguiu ter prontos apenas 6 estádios de futebol dos 12 estádios previstos. Contudo, parece que Blatter não está muito seguro da sua posição: depois das suas linhas indignadas ele troca a ira pela misericórdia e parece tranquilizar a si próprio: Dilma Rousseff prometeu construir todos os estádios e realizar uma Copa digna. Só o fato de os bilhetes para as futuras partidas estarem sendo vendidos rapidamente já é uma prova que o mundo acredita no Brasil. Como podiam os torcedores não acreditar no Brasil? Este é um país onde futebol é quase uma religião. Estragar a festa do futebol seria um sacrilégio. A presidente Dilma escreveu no seu blogue que a futura Copa será a “Copa das Copas”: “No Brasil, a Copa estará em casa, pois este é o país do futebol. Todos os que vierem ao Brasil serão bem recebidos, porque somos alegres e acolhedores. Amamos o futebol e por isso recebemos esta Copa com orgulho e faremos dela a Copa das Copas”. Ninguém tem dúvidas acerca da paixão dos brasileiros pelo jogo mais popular do mundo. As dúvidas são outras: das capacidades e possibilidades para o país preparar a tempo os estádios e outras infraestruturas para a Copa Mundial de Futebol em 2014. Tanto mais que todos os prazos já foram ultrapassados. Dezembro era a reta da meta no fim da qual o Comitê Organizador Local da Copa devia ter dito: Bem- vindos aos estádios! Infelizmente não chegámos a ouvir esse tipo de apelo. Pelo contrário, ainda em finais de 2012 o secretário-geral da 67
  • 69. MONITORAMENTO | COPA - Previsões FIFA Jérôme Valcke já tinha comentado com bastante dureza os ritmos da construção dos novos estádios. Os brasileiros ficaram mesmo indignados e quase obrigaram o dirigente da FIFA a pedir desculpas pela crítica alegadamente sem fundamento e a acusação de que eles não sabiam fazer as coisas. Mas eis que o mesmo Valcke afirma a 21 de janeiro que o estádio de Curitiba poderá ser excluído da lista de estádios que irão receber a Copa do Mundo se a organização não acelerar os ritmos de construção. “Nós não podemos realizar partidas sem um estádio e a construção deste já atingiu seu limite crítico”, disse Jérôme Valcke segundo uma citação da France-Presse. Também foi marcada a data para a entrega final do estádio – o dia 18 de fevereiro! O estádio de Curitiba ainda não tem gramado, não tem assentos para os espectadores, o centro de imprensa não está pronto, a cobertura não está montada … Entretanto o custo de construção inicial do estádio subiu dos 180 milhões de reais para os 265 milhões. Para Curitiba estão planejados quatro jogos da fase de grupos, incluindo um da seleção russa. Além do estádio de Curitiba, na lista dos estádios por acabar também figuram os de São Paulo, Cuiabá, Porto Alegre e Manaus. O ministro do Esporte brasileiro, Aldo Rebelo, culpa disso tudo a natureza e o caráter dos brasileiros: que somos lentos no arranque, mas… Mas uma coisa é verdade – ainda falta entregar seis estádios. O futebolista brasileiro Ronaldo, membro do Comitê Organizador da Copa disse com uma voz rouca, da emoção ou do resfriado, na coletiva de imprensa: “Um, dois meses de atraso, não tem importância. Os estádios estarão prontos 68
  • 70. MONITORAMENTO | COPA - Previsões para o Mundial. Todos eles”, garantiu, sem demonstrar preocupação com a prorrogação do prazo para a entrega dos estádios de Natal, Manaus, Curitiba, Porto Alegre, Cuiabá e São Paulo. Fazer tudo em cima da hora faz parte do "jeitinho brasileiro", disse Ronaldo: “O gringo, no geral, não conhece o nosso jeitinho brasileiro de ser e fazer as coisas. É muito característico isso no brasileiro, de fazer as coisas no último momento e começar uma correria, mas a gente tem todas as garantias de que todos os estádios estarão prontos.” Temos de notar que na coletiva de imprensa de 31 de dezembro houve muita ironia e brincadeira. O ministro do Esporte Aldo Rebelo comparou a lentidão na construção dos estádios com uma noiva que se atrasa: “No Brasil temos uma instituição muito tradicional, que é o casamento. Nunca fui a um casamento em que a noiva chegasse na hora, mas nunca vi um casamento deixar de acontecer por causa disso. Não há nada que comprometa a realização da Copa. Nós queremos que os estádios sejam entregues o quanto antes possível porque as arenas precisam passar pelos eventos de teste.” Em janeiro, além da inauguração do estádio em Natal, a comissão de aceitação irá visitar o estádio mais tropical – Manaus, onde deverão jogar os compatriotas de Joseph Blatter, os suíços. Outras duas arenas esportivas deverão, ao que tudo indica, ser entregues só em fevereiro. A tarefa mais difícil será a reconstrução do estádio de Itaquera, em São Paulo, onde se deve realizar a cerimônia 69
  • 71. MONITORAMENTO | COPA - Previsões de abertura da Copa do Mundo de Futebol. Como se sabe, no início de dezembro nesse estádio ocorreu uma derrocada sobre um setor e caiu uma torre de iluminação. Os engenheiros e os operários estão terminando agora a reconstrução da parte que sofreu a derrocada. O secretário- geral da FIFA Valcke pôde testemunhar a capacidade dos brasileiros para fazerem milagres: o estádio de Itaquera já está quase pronto para receber a cerimônia de abertura. Além dos problemas de construção a organização do Mundial enfrentam um inesperado problema social. Durante os grandes protestos do inverno passado, as pessoas expressaram o seu descontentamento, nomeadamente, pelos gastos financeiros excessivos com a realização da Copa do Mundo. A isso se juntaram, neste momento, outras ações de protesto. Os habitantes de um dos bairros do Rio de Janeiro entraram em confrontos com a polícia protestando contra o derrube de suas casas no âmbito de preparação para o Mundial 2014. Os confrontos ocorreram perto do estádio do Maracanã. É aqui que se deve realizar a partida final da Copa do Mundo. “Isso é especulação imobiliária: eles querem construir aqui um centro comercial. Os brasileiros devem se sacrificar para que tudo corra bem na Copa do Mundo”, declarou um dos ativistas. Desde 2010 da zona circundante do Maracanã foram desalojadas 637 famílias. As autoridades municipais planejam terminar o derrube das casas até finais de janeiro. Algumas pessoas falam da possibilidade de aumentar as ações de protesto mais próximo da data do início da Copa do Mundo. Relativamente a isso a direção da FIFA expressa 70
  • 72. MONITORAMENTO | COPA - Previsões uma perfeita tranquilidade. "Eu sou um otimista, não um covarde. Então, eu não tenho medo. Mas sabemos que haverá novas manifestações, protestos. Os mais recentes, na Copa das Confederações, no mesmo país, nasceram das redes sociais. Não havia nenhum objetivo, reivindicações reais, mas, durante a Copa do Mundo, haverá mais concretas, mais estruturadas. Mas o futebol estará protegido, eu acho que os brasileiros não atacarão diretamente o futebol. No país deles, é uma religião", disse Joseph Blatter numa entrevista ao jornal suíço 24 Heurs. Por mais calma olímpica que o dirigente da FIFA demonstre, o governo brasileiro está tomando medidas para o reforço da segurança dos participantes e dos torcedores do Mundial de Futebol. Para reforçar a polícia as cidades anfitriãs dos jogos irão receber 10.650 elementos da Força Nacional de Segurança. Esses homens foram treinados para a manutenção da ordem pública em qualquer local onde se realizem partidas da Copa. Esses destacamentos especiais já ganharam experiência de manutenção da ordem nos Jogos Pan-Americanos de 2007 no Rio de Janeiro e dos eventos realizados na altura da visita ao Brasil do Papa Francisco. Não houve qualquer reparo a fazer ao seu trabalho. O lado financeiro da questão é um segredo, mas alguns dados sugerem que a segurança da Copa do Mundo 2014 custou 1 bilhão de reais, um pouco menos que o planejado para o mesmo efeito nos Jogos Olímpicos de 2016. http://portuguese.ruvr.ru/2014_01_23/Brasil-nao-est-preparado-para-receber-a-Copa-do- Mundo-FIFA-2014-7044/ 71
  • 73. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Rádio France Internacional 29 de janeiro de 2014 Revista francesa diz que Copa no Brasil virou "fonte de angústia" Elcio Ramalho A respeitada revista France Football chegou nesta terça- feira (28) às bancas alertando em sua manchete para os riscos que pairam sobre o Mundial do Brasil. Os atrasos na entrega dos estádios, a insatisfação da população e até as diferenças de clima entre as regiões durante o evento foram citados pela publicação para justificar os temores com a organização da Copa. “Medo do Mundial no Brasil”, escreve em sua manchete a revista. A cinco meses do pontapé inicial da Copa, o Brasil está longe de ser o lugar ideal imaginado pela Fifa para organizar a maior festa do futebol que, segundo a France Football, “se tornou uma fonte de angústia”. Ilustrada com uma foto do acidente com a cobertura do Itaquerão em São Paulo no mês de novembro, a revista diz, em seis páginas, que os atrasos na entrega dos estádios, a alta vertiginosa dos preços, o risco de manifestações 72
  • 74. MONITORAMENTO | COPA - Previsões gigantescas e até as diferenças de clima entre as regiões fazem do Mundial uma preocupação para a Fifa a 140 dias da abertura da Copa. A revista pondera o entusiasmo com a possibilidade de o Brasil conquistar em casa um inédito 6° título de campeão mundial. “A realidade já revelou o lado obscuro e menos glamuroso deste desafio”, escreve a France Football. A revista revela que a organização do evento expõe duas faces diferentes: por uma lado, as exigências da Fifa, “às vezes desmedidas, normalmente inadequadas”, e, por outro, um país de crescimento econômico fraco, com problemas políticos, corrupção e uma alta de preços considera insuportável. Como comparação, a publicação lembra que o Brasil investiu para construir ou renovar 12 estádios e com outras obras da Copa mais de 11 bilhões de euros, enquanto o orçamento do governo para a educação no país em 2013 foi de 12,8 bilhões. Até o super-heroi Batman, personagem presente em diversos protestos e que se tornou símbolo da contestação social, parece ser impotente diante de tantos problemas, ironiza a France Football. Entre os desafios estão a aceleração para entrega dos estádios que faltam, limitar a ira dos brasileiros e até contornar as dificuldades que surgirão com as temperaturas diversas entre as regiões durante o Mundial. A revista lembra as recentes declarações do presidente da Fifa, Joseph Blatter, de que nunca um país esteve tão 73
  • 75. MONITORAMENTO | COPA - Previsões atrasado na preparação de uma Copa do Mundo, e do secretário-geral, Jérôme Valcke, admitindo que a competição vai ser realizada sem infraestruturas totalmente instaladas e testadas. Segundo a revista, o ritmo imposto na corrida contra o tempo para as obras já deixaram 4 vítimas fatais, em referência aos acidentes com as Arenas de Brasília, Manaus e São Paulo. Em sua reportagem, France Football estima que os compromissos entre governos locais e empreiteiras que se beneficiaram dos atrasos para cobrar preços exorbitantes foi extremamente prejudicial para o contribuinte brasileiro. “Os doze estádios foram financiados pelo Estado embora o compromisso tenha sido com fundos privados”, escreve a France Football. “Latas de tinta” Em relação a obras de infraestrutura, a revista afirma que os 600 mil turistas esperados no Brasil durante a Copa deverão transitar por aeroportos com “latas de tinta e andaimes pelos corredores” nos terminais, em referência aos atrasos nas principais portas de entrada para as cidades escolhidas como sedes da competição. Em Curitiba, cita a reportagem, o canteiro de obras não avançou 20% do que estava previsto. Para a revista, não apenas os brasileiros que protestam nas ruas têm motivos para reclamar. Até os próximos jogadores que criaram o movimento "Bom Senso Futebol Clube" 74
  • 76. MONITORAMENTO | COPA - Previsões também saíram a campo para defender seus interesses, como um calendário de jogos menos carregado. Sobre as diferenças de clima durante a Copa, France Football explica a seus leitores que mesmo sendo disputado no período de inverno, algumas cidades como Manaus e Recife preocupam pelo calor excessivo. Segundo a revista, as condições climáticas podem afetar a saúde dos jogadores e atrapalhar sua recuperação entre os jogos. Confiança demais Em entrevista concedida à revista, o presidente da Fifa confessa que a entidade possa ter tido uma confiança excessiva no Brasil para organizar o maior evento do futebol mundial. Blatter voltou a reafirmar que nunca um país teve tanto tempo, 7 anos, para realizar uma Copa e garantiu que a presidente Dilma Roussef prometeu a ele provar que “o país estará pronto”. Durante a entrevista o presidente da Fifa afirmou que “o orgulho não deve fazer esquecer os compromissos do governo com as obras de infraestrutura”. http://www.portugues.rfi.fr/esportes/20140128-france-football-diz-que-copa-no-brasil-virou- fonte-de-angustia 75
  • 77. MONITORAMENTO | COPA - Previsões Estadão 17 Fevereiro 2014 Há 32 anos, Colômbia disse não à Fifa e desistiu da Copa de 1986 País, que enfrentava dificuldades econômicas em 1982, preferiu não atender 'às extravagâncias' da entidade Diego Salgado - O Estado de S. Paulo SÃO PAULO - Curitiba corre sério risco de ser excluída da Copa do Mundo nesta terça-feira. A 115 dias da abertura da competição, as obras da Arena da Baixada estão longe de serem concluídas. Além disso, o Atlético-PR precisa de mais R$ 65 milhões para finalizar a reforma da arena, incluindo todas as exigências da Fifa. Situação parecida vivia a Colômbia, em outubro de 1982. O país, no entanto, disse não à Copa de 1986 e à entidade máxima do futebol. Escolhida sede do Mundial no dia 9 de setembro de 1974, a Colômbia enfrentava dificuldades econômicas no começo da década de 1980. O cenário levou o presidente Belisario Betancur, empossado no cargo em 7 de agosto de 1982, a tomar a decisão. Segundo o político, a realização do 76
  • 78. MONITORAMENTO | COPA - Previsões megaevento em solo colombiano não estava de acordo com a realidade do país. "Aqui não se cumpriu com a regra de ouro em que a Copa deve servir à Colômbia e não a Colômbia à multinacional Fifa. Por essa razão, a Copa de 1986 não ocorrerá no nosso país. Não há tempo para atender às extravagâncias da Fifa e seus sócios", disse Betancur no dia 25 de outubro de 1982. A Fifa, por sua vez, rebateu as críticas do presidente colombiano. Segundo a entidade, a culpa era do país, que não soube se organizar. "A Fifa não tem culpa se a Colômbia, apesar de ter tido 12 anos para se preparar, diz que não consegue organizar uma Copa do Mundo. Acredito que Betancur deveria ficar triste com a situação e assumir a responsabilidade, em vez de fazer críticas à Fifa. Tenho certeza que vários países vão querer organizar a Copa”, declarou à época. As exigência da entidade estavam, sobretudo, ligadas às capacidades dos 12 estádios necessários para a Copa do Mundo de 1986. As arenas que seriam utilizadas na primeira fase deveriam ter mais de 40 mil lugares. Nas fases seguintes, os locais teriam que comportar até 60 mil torcedores. O estádio da final, por sua vez, precisaria ter capacidade para receber 80 mil pessoas. ATRASOS Em 1979, a preparação colombiana para o Mundial já dava sinal de atrasos. Na ocasião, apenas um estádio estava pronto: o Olímpico Pascual Guerrero, em Cali, qua havia sido utilizado no Pan-Americano de 1971. Somente mais um 77
  • 79. MONITORAMENTO | COPA - Previsões estava em obras, o Metropolitano Roberto Meléndez, em Barranquilla. Em abril de 1982, antes da posse de Betancur, uma reunião do governo local com um grande grupo econômico local, o Grancolombiano, já previa que seria complicado erguer tantos estádios para a competição. A Colômbia ainda ampliaria o estádio usado por Nacional e Independiente de Medellin. A capacidade passaria de 32 mil para 60 mil lugares. Bogotá, Ibagué, Bucaramanga também seriam as sedes da Copa de 1986. PLANO B Após a desistência, a Fifa marcou uma reunião do Comitê Executivo da entidade, que seria realizado no dia 18 de dezembro daquele ano, em Zurique. No encontro, seriam abertas as inscrições para os novos candidatos. Segundo a Fifa, os 23 países da Concacaf e mais nove da Conmebol poderiam se tornar sede da Copa. Faltavam apenas 43 meses para a abertura do Mundial. O Brasil logo se candidatou. Giulite Coutinho, então presidente da CBF, confirmou o interesse. Mas os problemas econômicos do País também impediram a organização do evento. Canadá, Estados Unidos e México também eram apontadas como possíveis sedes. Em junho de 1983, em Estocolmo, a Fifa decidiu conceder aos mexicanos a organização do Mundial. O país realizou a preparação para a competição mesmo com o terremoto ocorrido dia 19 de setembro de 1985, que atingiu 8,1 graus na escala Richter. Os 52 jogos foram 78