Revista digital alinhavando pensamentos, estudos e evocações dos “ditos do Senhor” e das personagens que participam da Sua mensagem, em despretensioso convite para o retorno às coisas simples, belas e profundas do Evangelho.
1. Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida
de
Luzum olhar na história
rastros 2018
nº 13
AGOSTO
Despretensioso convite para o
retorno às coisas simples, belas
e profundas do Evangelho.
a
parábola
semeadordo
3. 4 5RASTROS DE LUZ | A PARÁBOLA DO SEMEADOR
i
Introdução — Naquele dia,
“saindo Jesus de casa, sentou-se
à beira-mar. Em torno dele reuniu-
se uma grande multidão. Por isso,
entrou num barco e sentou-se,
enquanto a multidão estava em pé na
praia. E disse-lhes muitas coisas em
parábolas:
Parábola do semeador — Eis
que o semeador saiu para semear.
E ao semear, uma parte da semente
caiu à beira do caminho e as aves
vieram e a comeram. Outra parte
caiu em lugares pedregosos, onde
não havia muita terra. Logo brotou,
porque a terra era pouco profunda.
Mas, ao surgir o sol, queimou-se e,
por não ter raiz, secou. Outra ainda
caiu entre os espinhos. Os espinhos
cresceram e a abafaram. Outra parte,
Mateus 13: 1-15 e 18-23
finalmente, caiu em terra boa e produziu fruto, uma cem, outra sessenta e outra trinta. Quem tem ouvidos, ouça!”
Por que Jesus fala em parábolas — Aproximando-se os discípulos, perguntaram-lhe: “Por que lhes falas em parábolas?” Jesus
respondeu: “Porque a vós foi dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não. Pois àquele que tem, lhe será dado e lhe
será dado em abundância, mas ao que não tem, mesmo o que tem lhe será tirado. É por isso que lhes falo em parábolas: porque veem
sem ver e ouvem sem ouvir nem entender. É neles que se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Certamente haveis de ouvir, e jamais
entendereis. Certamente haveis de enxergar, e jamais vereis. Porque o coração deste povo se tornou insensível. E eles ouviram de má
vontade, e fecharam os olhos, para não acontecer que vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos, e entendam com o coração, e se
convertam, e assim eu os cure.
4. 6 7RASTROS DE LUZ | A PARÁBOLA DO SEMEADOR
Explicação da parábola do
semeador — Ouvi, portanto, a parábola
do semeador. Todo aquele que ouve
a Palavra do Reino e não a entende,
vem o Maligno e arrebata o que foi
semeado no seu coração. Esse é o que
foi semeado à beira do caminho. O que
foi semeado em lugares pedregosos é
aquele que ouve a Palavra e a recebe
imediatamente com alegria, mas não
tem raiz em si mesmo, é de momento:
quando surge uma tribulação ou uma
perseguição por causa da Palavra, logo
sucumbe. O que foi semeado entre os
espinhos é aquele que ouve a Palavra,
mas os cuidados do mundo e a sedução
da riqueza sufocam a Palavra e ela se
torna infrutífera. O que foi semeado em
terra boa é aquele que ouve a Palavra e
a entende. Esse dá fruto, produzindo à
razão de cem, de sessenta e de trinta.
A melhor semente;
o melhor Semeador
A Parábola do Semeador, é uma das mais conhecidas e populares dentre todas as ditas por Jesus.
E foi Jesus quem, em momento próprio, deu-lhe explicação completa, o que nos leva a apenas destacar alguns
aspectos outros, ao sabor de nosso entendimento, pois explicações são totalmente desnecessárias.
A semente agasalha um simbolismo muito forte.
A semente é o anseio próprio da vida de expressar a si mesma, em suas diversificadas expressões, em sua
abundância e em sua permanente renovação e rejuvenescimento.
Toda vida começa na semente. A semente não é apenas a fonte da vida; ela é o próprio fundamento da
renovação.
5. 8 9RASTROS DE LUZ | A PARÁBOLA DO SEMEADOR
A semente é a palavra de Deus,
esclarece Jesus.
E o Semeador, fiel ao seu
compromisso de semear a boa semente,
num verdadeiro hino ao livre-arbítrio,
se pôs a semear. Lançou-a em todos os
lugares por onde passou.
A melhor semente e o melhor
Semeador.
Não era uma semente qualquer. Era
a semente da vida em abundância, cujo
fruto resultante alimentaria para todo o
sempre.
O solo destinado? - Os corações
humanos.
Na sua jornada pela renovação dos
Homens, depositou sementes ao longo
do caminho.
Os corações dos que estavam ao
longo desse caminho, se apresentavam
como canteiros cujo solo estava
totalmente tomado por outras ervas: as
do interesse imediato, das conveniências
do mundo, da cobiça, da vaidade, do
orgulho, do desinteresse, das paixões
desordenadas, do sexo em desvario, da
ganância, das distrações anestesiantes,
da mesquinhez, da arrogância, da
maldade. Ervas que só germinam na
“Terra”, sem relações com o “Céu”.
Canteiros sem espaço para novas
sementes, as novas sementes que
ali caíram, notadas pelos corações à
beira do caminho, mas desvalorizadas
e desprezadas, ficaram na superfície
do entendimento, e os interesses
mundanos suplantaram de muito os
interesses da alma, relegando a palavra-
semente de luz ao descaso, e o vento
da indiferença levou-as para longe,
perecendo com o tempo.
O Semeador não ignorava a
existência desses corações endurecidos
pela indiferença. Nem por isso deixou de
semear.
Em João, 12: 47, Ele afirma: Se
alguém ouvir minhas palavras e não as
guardar, eu não o julgo, pois não vim
para julgar o mundo, mas para salvar o
mundo.
Na semeadura que se seguiu,
houve sementes que alcançaram ”solo
pedregoso” – corações com camada
muito fina de terra fértil da disposição
pela Boa Nova, que até ouviram a
semente-palavra de vida eterna, com
entusiasmo num primeiro momento,
mas pela pouca profundidade que
a mensagem alcançou, já que uma
camada de resistência às mudanças
morais e comportamentais se
apresentava muito compactada,
arrefeceu o entusiasmo da primeira
hora, pelo pouco interesse e valorização
das coisas da vida eterna, bem como as
tribulações e as questões corriqueiras de
uma vida descompromissada com Deus.
A fina camada de uma consciência mais
lúcida, impediu a formação de raiz,
capaz de dar sustentação à germinação
e crescimento de uma vida renovada.
Lemos em Mateus, 7: 21, o alerta de
Jesus sobre o simples entusiasmo, sem
raiz de sustentação: Nem todo aquele
que me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no
Reino dos Céus, mas sim aquele que
pratica a vontade de meu Pai que está
nos céus.
Dar seguimento com persistência e
chegar ao fim de uma empresa constitui
grave compromisso, que somente
aqueles que são honestos e conscientes
no ideal a que se afervoram, são
capazes de conseguir.
O evangelista Lucas anotou em 14:
30: Este homem começou a edificar e
não pode acabar a obra...
Os que interrompem a edificação do
Bem em si próprios, atestam que seus
interesses reais estão ainda em outras
motivações.
Outras sementes foram lançadas
ainda, germinaram e floresceram, no
entanto, cresciam entre os espinheiros
da galhagem das ilusões do mundo,
da vaidade, da riqueza, do poder,
que acabaram abafando e impedindo
o crescimento da árvore da verdade
que liberta, que começou a germinar,
mas apenas começou, sem chances de
prosseguir.
Jesus, o Semeador, alertou-nos,
conforme em João 16: 33: Eu vos disse
tais coisas para terdes paz em mim. No
mundo tereis tribulações, mas tende
coragem: eu venci o mundo!
Superar as ilusões escravizantes
do mundo e avançar é a meta: seguir
sempre é a diretriz.
Não nos deixemos enlouquecer, pois
os dias de hoje são dias perturbadores,
e não faltarão provocações.
Não nos deixemos enfurecer, pois os
dias são de agressividade.
Não queiramos sucumbir nas mãos da
maldade, pois os dias são de tragédia.
E o zelo amoroso de Jesus nos
recomenda: E o que vos digo, digo a
todos: vigiai! (Marcos,13: 37.)
Porém, seguindo o Semeador, com
a mesma disposição do Bem, semeou
mais sementes, que alcançaram terra
boa e devidamente preparada e limpa de
obstáculos para receber as sementes-
palavras da boa nova, que acolheram
prazerosamente na intimidade
do solo do coração, prontamente
compreenderam suas propostas, e
sem titubeios permitiram que o germe
da esperança e a vitalidade do ação
enobrecida, gerasse frutos da paz em
abundância.
Para todos nós, permanece a certeza:
Se compreenderdes isso e o praticardes,
felizes sereis. (João, 13: 17.)
Do mesmo modo que o Semeador
atendeu aos estímulos do seu coração
fiel em nome do livre-arbítrio, levando
a boa semente, os solos-corações
também lançaram mão da liberdade
de escolha em aceitar, acolher e
permitir que as sementes-renovação
que lhes alcançavam o solo destinado,
encontrassem fertilidade para que a
semente cumprisse seu desiderato,
acontecendo isso em seu próprio
benefício e dos demais ao seu entorno.
Jesus prossegue semeando até hoje,
através dos homens de boa vontade,
dos que se sublimaram pelos caminhos
da vida, quer encarnados, quer
desencarnados, e que, benfeitores da
humanidade, mantém viva e atualizada
a mensagem sublime do Cristo,
trabalhando por insculpi-la nos corações
inquietos destes dias.
Deixemo-nos penetrar por essas
lições de vida, abrindo as comportas do
coração para a sementeira de luz, cujo
espargimento não cessa de acontecer
pelas mãos gloriosas do Sublime
Semeador, e se espalham com os ventos
da esperança, transcendendo as eras.
Enquanto a oportunidade se nos faz
propícia, antes que sejamos visitados
pelo anjo da amargura, nos façamos
receptivos às sementes do Bem e do
Amor.
Não sejamos daqueles que ...
ouviram de má vontade, e fecharam os
olhos, para não acontecer que vejam
com os olhos, e ouçam com os ouvidos,
e entendam com o coração, e se
convertam, e assim eu os cure.
Libertemo-nos do entulho mental,
carpindo o solo do coração, que tem
estado ao abandono, a fim de que a boa
semente alcance terra boa, e produza
em nós a abundância do bem-estar e da
paz, à cem por um.
6. 11
Um dia, um Homem Sublime
abandonou por um pouco
um jardim de estrelas para
depositar nas criaturas da
Terra gemas de refulgente
esperança em torno do Seu
Reino.
semeador
de luz
7. 12 13RASTROS DE LUZ | A PARÁBOLA DO SEMEADOR
e
Esparzem os raios de luz que espocam
na tua alma, junto ao solo dos corações,
enquanto medram soberanas sombras e
imprecações.
Malgrado estejam feridas tuas mãos pelo
cajado das lutas quotidianas, não seja isto
empecilho para o mister da sementeira. Pelo
contrário, permite que as gotas de suor da
face cansada e as bagas sanguinolentas,
caindo na terra das almas se transformem na
umidade generosa que desenvolve o embrião
a dormir no casulo do amor latente em todos.
Embora os pés assinalados pela presença
dos espinhos e da urze, avança na direção do
Infinito, alargando a vereda que se estreita
à frente para que os da retaguarda possam
avançar também.
Não fales de cansaço nem arroles decepção. Aqueles que entesouram o amor podem desdobrar em milhares as
moedas da coragem, para continuarem ricos de entusiasmo.
Multiplicam os haveres na razão em que os doam e quanto mais distribuem mais possuem, conseguindo o milagre
da felicidade onde se encontram.
Passam muitas vezes combatidos pela indolência de uns e perseguidos pela rebeldia de outros, mas não se detêm.
Utilizando o tempo com propriedade, por reconhecerem que a hora da semeação passa breve e é necessário
aproveitar o momento azado, não se rebelam, nem recalcitram, insistindo e perseverando com otimismo.
Semeador da luz: não temas a treva nem a discórdia, a precipitação ou a preguiça.
Muitos se dizem cansados no campo; outros se afirmam desiludidos; vários desejam renovar emoções
caracterizando-se por inusitada saturação; alguns simplesmente desertaram, e onde medravam as primeiras
plântulas a erva daninha triunfa e a desolação governa... Prossegue tu, porém, insistentemente, mesmo que te
suponhas abandonado, a sós.
Semeador de luz
(Florações evangélicas. Joanna de Ângelis, Cap.
Semeador de luz. Divaldo Franco
8. 14 15RASTROS DE LUZ | A PARÁBOLA DO SEMEADOR
Há aqueles que semeiam animosidades e deparam idiossincrasias.
Abundam os que espalham a ira e defrontam resíduos de ódios onde chegam.
Na alfândega da vida muitos apresentam disfarçadas as sementes da maledicência e da infâmia esperando liberação.
O imposto da impertinência, porém, cobra taxas pesadas àqueles que se fazem fiscais em nome da impiedade.
Por isso, na gleba imensa dos
homens surgem e ressurgem
tantos afligentes e afligidos
disputando espaço na ribalta
da ilusão fisiológica. Passam
disfarçados, enganadores
ou enganados, na busca do
desencanto. São, também,
semeadores do desconcerto que
defrontarão adiante...
Mesmo os cardos se
enflorescem, algumas vezes,
e as pedras refulgem quando
lapidadas.
Semeia, pois, a luz da
esperança, ainda e sempre, desde
que se te depare oportunidade
feliz.
*
Um dia, um Homem Sublime
abandonou por um pouco um
jardim de estrelas para depositar
nas criaturas da Terra gemas de
refulgente esperança em torno do
Seu Reino.
Ímpios e caídos, hipócritas e
pecadores, nobres e plebeus,
gentes simples e prepotentes
receberam Sua dádiva e fizeram
que mergulhassem na terra
das suas vidas os raios da
Sua luz, transformando-se em
sóis de bênçãos que, desde
então, clareiam os destinos da
Terra. E ele mesmo, quando foi
desdenhado numa cruz, fulgurou
numa excelente madrugada,
continuando a semear a luz da
imortalidade na mente e no
coração dos que jaziam na sombra
da saudade e do medo.
9. 17
Olhemos para uma semente
com olhar mais atento e
reflexivo.
A semente não se propõe ao
que não é.
Realiza intensamente com o
que contém.
Da sua morte advém a vida,
nela latente.
Entrega-se para realizar.
a
semente
concessão e superação
exemplo de
10. 18 19RASTROS DE LUZ | A PARÁBOLA DO SEMEADOR
A semente traz em si mesma os
códigos vitais e quando é colocada
para germinação sob a compressão
do solo e auxílio da umidade, passa a
se desenvolver, seguindo seu modelo
organizador biológico.
Essa circunstância peculiar lhe
permite reavivar os fatores adormecidos
e passa então por vigorosas
transformações celulares.
Intumesce-se, e, dirigida pela
fatalidade biológica, desata a vida
sob nova forma, seguindo o projeto
existencial que lhe é próprio, inscrito nos
códigos da vida.
Concessão e Superação se tornam
palavras ainda mais positivas, a partir
do momento em que passamos a ver as
coisas de uma maneira que ainda não
tínhamos visto.
Pagamos alto preço pela teimosia
de nos apegarmos a nossas opiniões,
baseadas em emoções, lembranças,
crenças e hábitos arraigados.
Concessão e superação. Duas simples
palavras, que significam muito para
nosso bem-estar.
O rio suplanta os obstáculos
empurrando o entulho com sua força,
ou passa por cima, ou desvia, mas
prossegue em seu destino: alcançar o
mar.
Se você faz o que sempre fez,
vai ter o que sempre teve, alerta-
nos Tony Robbins, estrategista,
escritor e palestrante motivacional
estadunidense. É um dos responsáveis
pela popularização da Programação
Neurolinguística.
Olhemos para uma semente com
olhar mais atento e reflexivo.
A semente não se propõe ao que não
é.
Realiza intensamente com o que
contém.
Da sua morte advém a vida, nela
latente.
Entrega-se para realizar.
Do seu vigor e impulso existencial,
germina, vencendo os obstáculos.
Supera a escuridão, indo sempre em
direção à luz.
Já ramo verde, ao tempo em que vai
acima, vai lançando suas raízes para
fixação no solo que ocupa.
Cada ação e cada resultado
alcançado, vai formando árvore, que
“saiu” do seu imo, do seu “ser”.
Já como árvore, quanto mais alto
chegar e quanto mais robusto seu
resultado, mais fortes e extensas suas
raízes.
Não descansa um só instante,
mantendo-se resoluta e constante no
sentido de sua vida.
Revela-se em sua inteireza, no
entanto, zela por cada mutação, em
cada instante.
Realiza-se em cada momento e a fase
seguinte lhe chega naturalmente.
Não almeja o fruto, pois ele é
resultado de sua capacidade de viver e
de manter-se, mas sabe que ele virá,
como lei natural da vida.
A seiva absorvida é distribuída
cuidadosamente por todo o seu ser.
Mesmo podendo mirar horizontes
distantes, estando lá no alto, não se
descuida um único instante de manter-
se firmemente ligada à Terra, daí
tirando seu sustento e aí dando o seu
contributo.
Abre sua galhagem, não recusando
sombra a ninguém, mesmo ao lenhador.
Não lastima as folhas que caem ou
os galhos que quebram. Eles terão seu
aproveitamento, mas se põe sempre
firme em sua função natural e sua razão
de existir.
Acolhe em seus galhos os pássaros,
e lhes sustenta os seus ninhos, sem
cobrar nada em troca.
Dia ou noite, sol ou chuva, vento ou
tempestade, seu propósito de vida é
mantido com ardor e com flexibilidade
da concessão e da superação.
Quando pode, reverdece em
esplendor; quando precisa, deixa cair
folhas, quase desnudando-se por inteira,
para preservar suas forças, a fim de logo
mais voltar a florir.
Mudam-se as estações de ano, mas
seu caule é mesmo.
Adapta-se ao seu lugar, sem disputar
o espaço alheio.
Suporta o tempo e suas condições,
e mantém-se em pé. Verga diante
do vento, encharca-se com a chuva,
entrega suas folhas para o outono,
suporta os rigores do inverno, abre-
se para o Sol, pois sabe que terá a
primavera inteiramente ao seu dispor,
e, quando ela chega, agradecida, expõe
suas flores, oferta seus frutos, perfuma
o ar.
Acompanha o pulsar da mãe Terra
e apoia a atmosfera, retirando-lhe os
pesos excessivos do gás carbônico,
presenteando-lhe com o tônico vital do
ar renovado.
Com sabedoria, ensina-nos Lao-Tsé:
todos os visíveis nascem do Invisível.
Bem acertada a afirmativa de Antoine
de Saint-Exupéry: Só se vê bem com
o coração, o essencial é invisível aos
olhos.
O vento é que sopra o barco, e é
invisível.
A força motriz da dinâmica da vida é
invisível aos olhos.
O resultado final da semente, está
contido, em latência, em germe, nem
por isso ela deixa de se submeter à
todas as mudanças que o tempo e o
clima e o local lhe impõe, para alcançar
o seu final.
Já pensou uma semente-árvore
rebelde e impertinente?
Assim como a semente traça a
forma e o destino da árvore, os nossos
próprios desejos é que nos configuram a
Texto reproduzido com a devida
autorização: http://projeto-inove.com.br/
inove/2018/03/04/a-semente-exemplo-de-
concessao-e-superacao/
a
11. 20 21RASTROS DE LUZ | A PARÁBOLA DO SEMEADOR
vida.
Afinal, o que desejamos de efetivo e
duradouro para nossas vidas?
Sejam quais sejam nossos sonhos, que
sejam edificantes e nobres, para que valha a
pena o esforço empregado.
De que vale almejar uma boa saúde, se não
zelamos dela, nos entregando aos excessos de
toda ordem?
De que vale o desejo da paz, se nos fazemos
impacientes todo o tempo e por mínimas
ocorrências?
De que vale o sonho do progresso pessoal
e profissional, se quase nada venhamos
fazendo por nós mesmos nesse sentido, mais
conhecendo, mais nos aprimorando, melhor nos
capacitando?
De que vale a expectativa de se ter uma
maior cultura geral, se não nos dedicamos à
leitura construtiva, esclarecedora, que traga
conhecimento útil?
Em um sentido amplo, de que vale o
empenho em conquistar o macro, se não
valorizamos o micro?
De que vale obter coisas, se pouco sabemos
de nós próprios?
O notável Rumi, poeta, jurista e teólogo sufi
persa do século XIII, confronta-nos em nossa
jornada, questionando-nos: E você? Quando vai
começar aquela longa jornada para dentro de
si?
Do mesmo modo que a semente traz latente
sua razão de existir, também traz as forças
correspondentes e necessárias para tanto.
Nós também temos nossa razão maior de
existir, que é muito mais do simplesmente estar
vivo, e dispomos de forças inimagináveis em
nosso âmago.
Comecemos com determinação uma nova
fase existencial, em busca de bem-estar
verdadeiro, identificando e vivendo segundo
nossa razão de existir.
Lembremo-nos das duas palavras: Concessão
e Superação.
Não fiquemos presos a velhos
comportamentos, que estão gravados em
nossos cérebros.
Paremos de repetir o que nunca funcionou.
Recuemos um pouco e busquemos uma nova
solução.
Paremos de lutar no nível dos problemas – a
solução nunca está lá.
Trabalhemos nossa inflexibilidade.
Quando as velhas tensões aparecerem,
afastemo-nos delas.
Vejamos a raiva justificada como ela
realmente é: raiva destrutiva disfarçada para
parecer positiva.
Reconstruamos os bons laços que foram
perdidos.
Aceitemos os compromissos e, muito mais,
aceitemo-nos como somos, e o fardo de cada
dia terá o seu peso de acordo com as nossas
forças.
Deixemos de brigar tanto para ter razão. No
final das contas, ter razão não significa nada
perto de ser feliz.
Essa prática cria espaço no cérebro para a
mudança desejada.
É impossível haver progresso sem mudança
e, quem não consegue mudar a si mesmo, não
muda coisa alguma.
O pensamento é semente da ação.
Não basta só desejar mudanças. É
fundamental se saber para onde queremos ir.
Se não sabemos para onde queremos ir,
então qualquer rumo serve.
Tenhamos objetivos bem definidos para
nossa existência.
Comecemos a jornada, mirando a vida sob
um novo prisma.
12. 22 23RASTROS DE LUZ | A PARÁBOLA DO SEMEADOR
de
Luzum olhar na história
rastros
PRÓXIMO FASCÍCULO:
Marta e Maria
Revista eletrônica de circulação dirigida e gratuíta
Redação, organização e diagramação: Maurício Silva
Contato: redator@resenhaespiritaonline.com.br
Curitiba - PR
CRÉDITOS DESTE FASCÍCULO:
Imagens: acervo próprio ou baixadas da
Internet: Google Imagens e The Church of
Jesus Christ of Latter-day Saints
Livros: A Bíblia de Jerusalém, além dos
livros citados no corpo do fascículo.
Blog/site: www.projeto-inove.com.br
DIREITOS RESERVADOS: todos os direitos de reprodução, cópia, veiculação e comunicação ao público desta
obra estão reservados, única e exclusivamente, para Maurício Silva. Proibida a sua reprodução parcial ou total,
por qualquer meio, sem expressa autorização, nos termos da Lei 9.610/98.
Não julgues nada pela pequenez dos
começos. Uma vez fizeram-me notar
que não se distinguem pelo tamanho as
sementes que darão ervas anuais das
que vão produzir árvores centenárias,
conforme São Josemaría Escrivá de
Balaguer, que foi um sacerdote católico
espanhol e fundador do Opus Dei, que é
uma Prelazia Pessoal da Igreja Católica.
Todos os nossos melhores esforços
pelo nosso bem-estar geral, rumo ao
encontro com a paz e a saúde. Essa
deve ser a nossa ordem de todos os
dias.
Para uma nova estação de chegada,
um novo trajeto deve ser escolhido.
Para se chegar lá, lembremo-nos da
fala de William G. Ward, reconhecido
teólogo católico romano inglês: Há
os que se queixam do vento. Os que
esperam que ele mude. E os que
procuram ajustar as velas.
Ajustemos as velas de acordo com
os melhores ventos, que nos levarão ao
porto seguro da paz e da saúde.
Concessão, mais superação,
mais objetivo certo, mais esforço e
determinação, é igual a êxito.
Depois de toda a sua luta, eis
a semente feita árvore, altaneira,
vitoriosa, útil, integrada no contexto,
integrada com a vida, integrada com o
Todo, o Invisível que faz todo o Visível.
Todos nascemos para o êxito!