O documento discute os conceitos de gerontologia e geriatria, apresentando:
1) A gerontologia é a ciência que estuda o envelhecimento enquanto a geriatria é a área médica que cuida de idosos;
2) A gerontologia abrange aspectos biológicos, sociais e psicológicos do envelhecimento, enquanto a geriatria se concentra nos aspectos médicos;
3) São descritos os objetivos da gerontologia, os tipos de gerontologia, a classificação de idosos
4. O que é Gerontologia? E Geriatria?
GERONTOLOGIAGERONTOLOGIA
“É a ciência que
estuda o
envelhecimento”
(REBOUL, 1973)
É o conjunto das
disciplinas que
intervêm no mesmo
campo, o campo do
envelhecimento”
(DONFUT, 1973)
GERIATRIAGERIATRIA
Se ocupa do aspecto
médico do idoso,
pode ser considerada
como parte da
gerontologia”
(CARVALHO, 1984)
É a ciência médica
que cuida das pessoas
idosas (REBOUL, 1973)
5. Objetivos da Gerontologia
Tratar dos aspectos biológicos, sociais,
psíquicos e legais do envelhecimento, entre
outros.
Promover pesquisas que possam esclarecer
os fatores envolvidos no envelhecimento.
Gerontologia
social
Gerontologi
a biomédica
geriatria
A Ciência do Envelhecimento
6. Gerontologia social aspectos não orgânicos
(antropológicos, psicológicos, legais, sociais,
ambientais, econômicos, éticos e políticos de
saúde).
Gerontologia Biomédica estudo do fenômeno
do envelhecimento
(molecular e celular, estudos populacionais e
de prevenção de doenças associadas).
(COMO e POR QUE envelhecemos?)
Geriatria
Relação estreita com disciplinas da área
médica – subespecialidades.
7. “fase de um continuum que é a vida, começando com a
concepção e terminando com a morte. Ao longo deste
continuum é possível observar fases de
desenvolvimento, puberdade e maturidade, entre as
quais podem ser identificados marcadores
biofisiológicos, que representam limites de transição
entre as mesmas”
“processo dinâmico e progressivo, no qual há
modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e
psicológicas que determinam perda da capacidade de
adaptação do indivíduo ao meio ambiente,
ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência
de processos patológicos que terminam por levá-lo à
morte” (Papaléo Neto, 1996)
8. ENVELHECIMENTO NORMATIVO
Primário: universal, presente em todas as pessoas,
geneticamente determinado ou pré-programado.
Secundário: resultante da interação entre as influências
externas e o indivíduo. É variável entre indivíduos em
diferentes meios (decorrente de fatores geográficos,
cronológicos e culturais).
SENESCÊNCIA X SENILIDADE
Senescência ou senectude: resultante do somatório de
alterações orgânicas, funcionais e psicológicas próprias
do envelhecimento normal.
Senilidade: modificações determinadas por afecções que
freqüentemente afetam o idoso.
9. Envelhecimento usual ou comum: processo
inerente ao envelhecimento + hábitos de vida
“insalubres”.
São não patológicos, mas de alto risco.
Envelhecimento saudável ou bem-sucedido:
os fatores extrínsecos (estilo de vida) →
preservação da saúde nesta fase da vida.
São de baixo risco e alta função.
Envelhecimento: Comum x SaudávelEnvelhecimento: Comum x Saudável
10. Idoso saudável:
baixo risco de doenças e de incapacidades
funcionais
bom funcionamento físico e mental
vida ativa
Idoso frágil:
Pertence a um grupo de idosos com múltiplas
doenças crônicas e com importantes limitações nas
AVDs.
Idoso saudável x idoso frágilIdoso saudável x idoso frágil
11. Projeto EPIDOSO – 1667 pessoas ≥ 65 anos
94% tinham ao menos 1 doença crônica
33,2 % referiram 5 ou + doenças crônicas
34% sem dificuldades em AVD
33,7% 1 a 3 dificuldades em AVD
16% 4 a 6 dificuldade em AVD
16% 7 ou mais dificuldades
Conceito de Saúde (OMS)
12. Capacidade funcional (CF): um novo conceito de
saúde para o idoso
É a habilidade de executar atividades em um padrão considerado
como normal, de acordo com comportamentos socialmente
construídos (NAGI, 1993)
Resultante da interação multi-dimensional entre:
saúde física
saúde mental
independência na vida diária
integração social
suporte familiar
independência econômica
Psico-social
Suporte social
Físico-ambiental
13. Atividades de vida diária (AVD)Atividades de vida diária (AVD)
Deitar/levantar da cama
Pentear cabelo
Vestir-se
Andar no plano
Ir ao banheiro em tempo
Subir escadas
Comer
Atividades de vida prática (AVP - AIVD)Atividades de vida prática (AVP - AIVD)
Medicar-se na hora
Andar perto de casa
Fazer compras
Preparar refeições
Cortar unha dos pés
Sair de condução
Fazer a limpeza da casa
14. Classificação dos idosos quanto a CF
Perda de capacidade funcional em idosos: Importante marcador de
institucionalização e morte.
Força muscular
encurtamentos
musculares
postura
marcha
equilíbrio
controle motor
riscos de quedas
dispositivos de auxílio à
marcha
avaliação ambiental
DiagnósticoDiagnóstico
FuncionalFuncional
• Idosos dependentes
• Idosos independentes
mobilidade
transferências
AVD e AIVD
LIMITAÇÃO
FUNCIONAL
15. Avaliar os graus de dependência e de autonomia
Dependência: É um estado no qual o indivíduo acredita
ser dependente de outros ou de equipamentos que lhe
permitam adaptação.
Independência: É a capacidade do indivíduo sobreviver
sem ajuda de outros.
Autonomia: É a capacidade de tomar decisões, livre
escolha, autogoverno.
16. Classificação de Incapacidades
(ICDH- Classificação internacional de deficiências,
incapacidades e desvantagens)
• Deficiência (impairment): perda ou anormalidade de
estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica,
temporária ou permanente. Ex.: deficiência sensorial,
física, orgânica e mental.
• Incapacidade(disability): restrição, resultante da
deficiência, da habilidade para desempenhar uma atividade
considerada normal para o ser humano. Ex.: incapacidade
de ...
• Desvantagem (handicap): prejuízo para o indivíduo
resultante de uma deficiência ou incapacidade, que limita
ou impede o desempenho de papéis de acordo com a idade,
sexo, fatores sociais e culturais. Ex.: desvantagem na
orientação, na mobilidade, na integração social, nas AVDs,
etc.
17. Intervenção
ser humano / ambiente
fatores intrínsecos e extrínsecos
modificáveis e não-modificáveis
• Individual
• Coletivo
– Grupo
• Patologias
• Faixa etária
• etc...
19. Objetivo:
prevenir o isolamento e assegurar a
participação social dos indivíduos na
sociedade.
1. Centros de convivência
Espaço onde são desenvolvidas atividades de
promoção da sociabilidade, do lúdico, de
participação e usufruto de bens culturais.
2. Oficinas de Trabalho
Espaço destinado ao desenvolvimento de
atividades produtivas, visando aumento da
renda.
3. Universidades Abertas
20. Programas de promoção de saúde: grupos de
atividade física com enfoque na capacidade
funcional
Grupos de educação em saúde: orientações
sobre patologias (medidas preventivas e
curativas, auto-cuidado)
Inserção em atividades culturais e de lazer
Orientações de dispositivos de auxílio à
locomoção
21. 1. Centro dia
2. República
3. Casa lar
4. Instituições de longa permanência
5. Centro de Referência do Idoso
6. Hospital dia
7. Assistência Domiciliária
Conjunto de ações que envolvem inclusão social e
proteção na comunidade.
22. Centro dia
programa de atenção integral às pessoas
cujas carências familiares ou funcionais as
impede de permanecer no domicílio durante
certo período do dia.
Atividades desenvolvidas
atendimento das necessidades básicas (alimentação,
higiene, cuidados de enfermagem)
atividades terapêuticas (equipe interdisciplinar)
atividades sócio-culturais
Usuários: idosos com algum grau de dependência e
que necessitam de cuidados médicos e sociais.
23. República
Alternativa de residência para idosos
independentes organizada conforme o número de
usuários, mantida principalmente pelos próprios
usuários
Atividades: de acordo com o interesse dos moradores.
Casa Lar
Alternativa de residência para idosos com renda
insuficiente para a sobrevivência: mantida por
órgãos públicos e ONGs.
Atividades: planejadas de acordo com as necessidades
biopsicossociais e a rede de suporte social local.
24. Centro de Referência
Espaço de múltiplas funções: assistência,
pesquisa, encaminhamento, orientação.
Vinculado a uma instituição de ensino, de modo
a garantir o trabalho de pesquisa.
Atividades: atendimento médico/odontológico; serviço
social; atividades de lazer; reabilitação; fornecimento
de medicação; orientação jurídica; atendimento
domiciliar.
Usuário: indivíduos acima de 60 anos.
Ambulatório de Gerontologia
Triagem
Centro de reabilitação
Consultas e atendimentos terapêuticos.
Usuários: idosos estáveis clinicamente, em
acompanhamento médico ou terapêutico.
25. Hospital-dia
Local para tratamento médico, especialmente de
manutenção e reabilitação, devendo sempre contar
com a participação de equipe multiprofissional e
pessoal de apoio.
Usuário: pacientes cujas condições clínicas requeiram serviços
hospitalares sem necessidade de atenção noturna e que não
têm indicação para assistência domiciliária.
Enfermaria Geriátrica
• Equipe interdisciplinar preocupada em recuperação
ou manutenção da capacidade funcional
• Preocupação com a fragilidade dos pacientes x tempo
de internação
• Condições clínicas associadas x ambiente
Usuários: idosos em episódios agudos, instabilidade clínica,
investigação diagnóstica.
26. Instituições de Longa Permanência
Estabelecimento em regime de internato, equipados
para o atendimento integral. Pública ou particular.
Atividades
Usuários: idosos dependentes físico, cognitivo ou
socialmente.
Assistência Domiciliária
Atendimento público ou privado realizado no
domicílio por equipe multi ou interprofissional.
Usuários: idosos frágeis e incapacitados.
27. Programa individualizado de melhora da capacidade
funcional
Tratamento dos episódios agudos ou crônicos com
dor e incapacidade através de meios físicos e
cinesioterapia
Trabalho em grupos para manutenção do quadro
funcional após alta do tratamento individualizado
Discussão dos casos em equipe de forma periódica e
sistematizada levando-se em conta o potencial de
reabilitação e o prognóstico funcional do paciente
Grupos de educação em saúde
Grupos de prevenção de quedas e atividade física
29. Focos de Atuação do FisioterapeutaFocos de Atuação do Fisioterapeuta
Idosos dependentes e restritos ao leito
• posicionamento, transferências e manuseio correto.
• Prevenção de imobilidade e suas conseqüências.
• Atenção à condição respiratória.
• Identificação dos meios de locomoção e prescrição, se
necessário.
• Adequação ambiental favorecendo a prestação de
ajuda.
30. Idosos dependentes, porém com capacidade de
deambulação
• Facilitação da marcha
• Indicação de dispositivos de auxílio à marcha e
calçados adequados.
• Treinamento de equilíbrio, força muscular e
mobilidade geral.
• Orientação de transferências
• Adequação ambiental favorecendo a aquisição de
padrões motores.
• Adaptação a perdas funcionais com novas estratégias de
movimento.
31. Idosos independentes, porém vulneráveis
• Prevenção de perdas funcionais
• Treino de marcha, equilíbrio, força e resistência
muscular.
• Identificação e eliminação do fatores de risco para
quedas.
• Treinamento do idoso em ambientes que coloquem
demandas de requisitos motores compatíveis com a
complexidade de tarefas do dia-a-dia.
• Manutenção do condicionamento e da tolerância ao
exercício.
• Adequação de dispositivos de auxílio à marcha.
32. Laurence (1964)- “Anjo de Pedra” (Hagar
recorda os anos passados no fim de sua
vida):
“Sentimentos de Hagar durante uma consulta
com seu médico, acompanhada por sua nora
Doris:
Finalmente chamam meu nome. Dóris entra
também no consultório e fala com o DR.
Corby como se eu estivesse ficado em casa.
Seu intestino não melhorou nem um pouco...
outro dia ela vomitou... _ E assim por diante,
por que ela não deixa que eu fale? Afinal, de
quem são os sintomas?”
33. Reação de Hagar como paciente em hospital:
“Deve haver 30 ou mais leitos nesta
enfermaria. Parece um manicômio. Estou
aqui deitada nessa prancha de cama, com o
lençol puxado até o queixo, a barriga
parecendo uma gelatina debaixo dos
cobertores, que se mexe um pouco a cada
respiração. Meus pés estão voltados para
cima para evitar cãibras. Pareço uma peça
de exibição de museu. Qualquer pessoa
pode passar à vontade e parar para me
olhar, sem pagar entrada!”