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Hereditariedade ligada aos CROMOSSOMAS SEXUAIS

Thomas H. Morgan – embriologista, desenvolveu trabalho com as moscas Drosophila
Melanogaster (mosca da fruta).

Razões para o uso de Drosophila Melanogaster:

Apresenta um curto período de desenvolvimento e apresenta cromossomas muito grandes,
que facilitam o seu estudo e observação.

                                  Aspeto da Drosophila
                                     Melanogaster
                           Forma selvagem        Forma mutante
                            Corpo cinzento         Corpo negro
                           Olhos vermelhos        Olhos brancos
                             Asas longas          Asas vestigiais


   Representamos a constituição genética das formas alternativas pela letra inicial da palavra
inglesa que expressa a característica que elas manifestam.
   Exemplo: alelo para olhos brancos -> w (white). Quando é da forma selvagem é w+.
   Nas experiências de Mendel não era relevante que um determinado fenótipo pertencesse a
uma fêmea ou a um macho – o cruzamento recíproco não interferia nos resultados.
   Os resultados obtidos por Morgan eram diferentes – ao cruzar uma fêmea de olhos
vermelhos com um macho de olhos brancos não obtinha os mesmos resultados de quando
cruzava uma fêmea de olhos brancos com um macho de olhos vermelhos.
   No 1º cruzamento todos os indivíduos apresentavam olhos vermelhos, sendo 50% machos
e 50% fêmeas – de acordo com o previsto por Mendel. ☺
   No 2º cruzamento as fêmeas têm todas olhos vermelhos e os machos olhos brancos – não
se verifica a uniformidade fenotípica dos indivíduos da primeira geração.
COMO EXPLICAR?
   Na Drosophila, como na maioria das espécies animais, existe um par de cromossomas
chamado cromossomas sexuais.
                Indivíduos que apresentam dois   HOMOGAMÉTICOS
                cromossomas sexuais idênticos
               Indivíduos que apresentam dois    HETEROGAMÉTICOS
               cromossomas sexuais diferentes
               entre si


   Como a espécie humana, as fêmeas de Drosophila, para além dos autossomas, apresentam
dois cromossomas sexuais X, enquanto que os machos apresentam, para além dos
autossomas, um cromossoma sexual X e outro, mais curto e praticamente desprovido de
genes, Y.
   O sexo heterogamético é portanto o masculino.
   Se considerarmos que o alelo da cor branca dos olhos de Drosophila se localiza no
cromossoma X, podemos justificar o resultado dos dois cruzamentos.
   As características hereditárias que dependem de genes localizados no cromossoma X são
características ligadas ao sexo.
   Nestes casos, os resultados obtidos no cruzamento direto e no seu recíproco são
diferentes. Estes resultados devem-se ao facto de o cromossoma Y do macho não possuir os
alelos correspondentes do cromossoma X, dado que os dois cromossomas não são totalmente
homólogos.
   A maior parte dos genes localizados no cromossoma X não têm alelo correspondente no
cromossoma Y, pelo que existe um único alelo para esse gene e esse alelo exprime-se sempre
no fenótipo dos machos, que são hemizigóticos.
   Os genes presentes no cromossoma Y são transmitidos DE PAI PARA FILHO. Os genes
presentes no cromossoma X são transmitidos de PAI PARA FILHA e de MÃE PARA FILHO OU
FILHA.

         Transmissão de um alelo DOMINANTE     Transmissão de um alelo RECESSIVO
                ligado ao cromossoma X              ligado ao cromossoma X
            O caráter exprime-se sempre nos
                                                 O caráter exprime-se sempre nos
         homens, de uma forma mais severa do
                                                             homens
                    que nas mulheres
           O caráter exprime-se nas mulheres     O caráter exprime-se apenas nas
              homozigóticas dominantes e       mulheres homozigóticas recessivas ( e
                     heterozigóticas                       nos homens?)
                                                Um homem afetado tem uma mãe
          Um homem afetado tem uma mãe
                                                       afetada ou portadora
                      afetada
                                                     Uma mulher afetada tem
          Uma mulher afetada tem uma mãe
                                                obrigatoriamente um pai afetado e
             afetada ou um pai afetado
                                                 uma mãe afetada ou portadora
                                                 Daltonismo, hemofilia, diabetes
            Síndrome de Rett, hipertricose
                                                             insípidos

   Os trabalhos de Morgan são exceções às Leis de Mendel – contudo, apoiaram a teoria
cromossómica da hereditariedade.
Exemplos de situações em que
                                      Descrição
                                                                                         se verifica
            Os genes localizados no mesmo cromossoma, não
            sofrem geralmente, segregação independente na
                                                                              O gene do grupo sanguíneo Rh e
            meiose – ficam juntos nos mesmos gâmetas e, por
                                                                              o gene da eliptocitose (uma
            isso, os fenótipos da descendência não seguem as
                                                                              forma de anemia) estão
            proporções previstas pelas Leis de Mendel.
                                                                              localizados    no       mesmo
 Ligação    Os fenómenos de crossing-over podem separar genes
                                                                              cromossoma.      Estes    dois
 fatorial   ligados, o que faz com que se comportem como se
                                                                              cromossomas são herdados em
            estivessem localizados em cromossomas diferentes e
                                                                              bloco por 96% dos indivíduos e
            apareçam recombinados na descendência. Quanto
                                                                              4%      dos  indivíduos    são
            mais distantes estiverem dois genes no mesmo
                                                                              recombinantes.
            cromossoma, maior a probabilidade de serem
            separados por crossing-over.

    Explicação do manual
    Cada cromossoma tem de ter muitos genes.
    Os genes que se dispõem linearmente ao longo do mesmo cromossoma dizem-se em
linkage e constituem um grupo de ligação fatorial – são transmitidos em bloco.




   Cruzam-se indivíduos de duas linhas puras com características antagónicas.
              Fenotipicamente       Corpo negro e x Corpo cinzento e asas
                                    asas vestigiais               longas
                                                                 + + + +
              Genotipicamente          bbvgvg        x         b b vg vg

               b – símbolo do alelo responsável pela cor negra (black)
               vg – símbolo do alelo responsável pelas asas vestigiais ( vestigials)
               b+ - símbolo do alelo responsável pela cor selvagem (cinzenta – DOMINANTE)
               vg+ - símbolo do alelo responsável pela forma selvagem das asas (longas – DOMINANTE)
   O cruzamento destas linhas puras resulta numa geração F1 – cujos resultados
correspondem a uma situação normal de diibridismo, em que os descendentes são
HETEROZIGÓTICOS e manifestam as características do ALELO DOMINANTE.
   Fenótipo – Corpo cinzento e asas longas
   Genótipo – heterozigótico b+bvg+vg
para que se mantivessem as previsões mendelianas, deviam agora surgir quatro classes
fenotípicas, que seriam:
Fenótipo dos         Resultados           Resultados
descendentes         esperados em         observados            Estes resultados são explicados pelo
                     diibridismo                                facto de os alelos do corpo negro e asas
Corpo cinzento e     9/16                 3/4                   vestigiais estão situados no mesmo
asas longas
                                                                cromossoma – são transmitidos em
Corpo negro e asas   3/16                 -
longas                                                          conjunto      (não     há    segregação
Corpo cinzento e     3/16                 -                     independente prevista por Mendel) –
asas vestigiais                                                 correspondem a um cruzamento de
Corpo negro e asas   1/16                 1/4
                                                                Linhas puras em monibridismo.
vestigiais
Nem sempre os genes em linkage se comportam como uma unidade inseparável – pode
acontecer, que como resultado de crossing-over durante a meiose, os genes se separarem,
como se estivessem em cromossomas separados.
   Assim, obtém-se uma descendência qualitativamente igual à prevista numa segregação
independente (em que os alelos são segregados de forma aleatória). Contudo, estes genes só
se transmitem deste modo quando há a sua separação em crossing-over, e isto ocorre muito
menos frequentemente que a transmissão em bloco.
   Embora possam surgir as 4 classes fenotípicas esperadas, as suas proporções são
completamente aleatórias.




                                           Organização e regulação do material genético

  Genoma – totalidade do material genético de um indivíduo (contém todos os genes).
  Gene – sequência de nucleótidos de uma molécula de DNA que origina uma molécula de
RNA funcional.

   Organização do Material Genético

          Genoma dos procariontes                          Genoma dos eucariontes
                                                 Várias moléculas lineares de DNA nuclear
                                                 associadas a uma grande quantidade de
Molécula circular de DNA associada a proteínas   proteínas, especialmente histonas, formando a
não histónicas, que forma o seu único            cromatina. Cada molécula de DNA associada a
cromossoma e se concentra na região do           proteínas constitui um cromossoma.
nucleoide.                                       Também possui material genético extranuclear.
Algumas bactérias também possuem moléculas       As mitocôndrias e cloroplastos contêm DNA que
circulares de DNA chamadas plasmídeos.           codifica produtos essenciais à sua função
                                                 biológica e que é muito semelhante ao DNA
                                                 bacteriano.
   Um cariótipo organiza os cromossomas metafásicos aos pares com base no seu tamanho e
noutras marcas físicas, como a posição do centrómero.
   O cariótipo humano tem 46 cromossomas, organizados em 23 pares.
   44 são autossomas e são idênticos nos dois sexos (possuem os mesmos genes, na mesma
sequencia) e 2 são heterossomas (ou cromossomas sexuais).
   A análise do cariótipo é útil para confirmar diagnósticos clínicos de certas doenças de
transmissão hereditária – a comparação de cariótipos de diferentes espécies permite
encontrar relações evolutivas.
Regulação do material genético

   Temos muitos genes no nosso corpo, mas só apenas alguns se manifestam. Tem de haver
portanto uma regulação dos genes. Este processo foi estudado pelos franceses François Jacob
e Jacques Monod.
   Os organismos unicelulares reagem às variações do meio ambiente, variando a expressão
dos genes e ajustando o seu metabolismo – desenvolveram mecanismos de resposta RÁPIDOS
face às alterações das condições do meio, das quais dependem muito.

   Nos eucariontes multicelulares, o controlo da expressão dos genes torna possível que as
células com o mesmo DNA possam divergir (em forma e função), tornando-se especializadas.

   A transcrição do DNA para mRNA é um exemplo da regulação da expressão dos genes.

                                   Modelo do Operão
        (principal mecanismo de controlo da expressão dos genes em bactérias)
        Operão     Unidade funcional constituída pelos elementos descritos abaixo.
        Genes      Conjunto de genes que codificam proteínas com funções relacionadas.
      estruturais Ex.: enzimas de uma determinada via metabólica
         Gene      Sequência específica de nucleótidos do DNA à qual se liga a RNA
      promotor polimerase e onde tem início a transcrição
         Gene      Sequência de DNA que controla o acesso da RNA polimerase ao
       operador promotor e que permite ativar ou desativar a transcrição de todos os
                   genes estruturais
         Gene      Encontra-se a uma determinada distância do operão, tem o seu
       regulador   próprio promotor e codifica o repressor
       Repressor   É uma proteína alostérica com duas formas, uma ativa e uma inativa. É
                   específico, reconhece e liga-se apenas ao operador de um
                   determinado operão.

   Explicação do funcionamento do operão lac.:

                         Funcionamento de um operação do tipo indutivo
                   NA AUSÊNCIA DE LACTOSE                      NA PRESENÇA DE LACTOSE
           O gene regulador determina a síntese de       A lactose liga-se ao repressor,
           um repressor;                                 inativando-o;
           O repressor bloqueia o promotor, ao           O operador fica desbloqueado;
           ligar-se ao operador;                         A enzima RNA polimerase liga-se ao
           A enzima RNA polimerase não se liga ao        promotor;
           promotor;                                     Os genes estruturais são transcritos;
           Os genes estruturais não são transcritos;     Dá-se a síntese de enzimas.
           Não ocorre a síntese das três
           enzimas.
Explicação do funcionamento do operão trp.:

                  Funcionamento de um operação do tipo repressivo
           NA AUSÊNCIA DE TRIPTOFANO                   NA PRESENÇA DE TRIPTOFANO
      O gene regulador produz um repressor         O triptofano liga-se ao repressor,
      que está inativo;                            ativando-o;
      O operador está livre;                       O repressor liga-se ao operador;
      A RNA polimerase pode ligar-se ao            A RNA polimerase não pode ligar-se
      promotor;                                    ao promotor;
      Dá-se a transcrição;                         Não se dá a transcrição;
      Ocorre a síntese de enzimas.                 Não se sintetizam as
                                                   enzimas.




  Muitos genes de um genoma se destinam a regular o funcionamento de outros genes.
  Os genes que se expressam numa determinada situação dependem das interações que o
ambiente estabelece com o DNA.

                                            Transmissão Genética de Genes Mitocôndriais

    O material genético contido nas mitocôndrias é transmitido pela mãe para os filhos e filhas.
A razão para este facto é simples: o citoplasma (e todos os seus constituintes) que vai dar
origem ao zigoto é proveniente do oócito (tem, portanto, todos os organelos celulares da mãe
– incluindo a mitocôndria!); o espermatozoide, apenas contribui com o núcleo para a formação
do zigoto, pelo que não são transmitidas as mitocôndrias do progenitor masculino.
Diferenças e semelhanças entre o DNA mitocondrial e o DNA nuclear.
             DNA mitocondrial                                DNA nuclear
Não possui exões                             Possui exões
Não ocorre crossing-over                     Ocorre crossing-over
Possui várias cópias de DNA em cada
mitocôndria, permitindo que na mesma         Só possui uma cadeia (com dupla hélice) de
célula existam diferentes alelos para o      DNA no núcleo da célula
mesmo gene
Taxa de mutação muito elevada                Taxa de mutação pouco elevada
Não possui enzimas que reparam o DNA         Possui enzimas que reparam o DNA

                                                                                Mutações

  Mutação – alteração permanente no material genético que afeta a expressão de um ou
mais genes.
                                                       Apesar de se darem centenas de
                                                    alterações do DNA por dia, as células
                                                    possuem enzimas capazes de corrigir
                                                    ou eliminar porções mutadas do DNA,
                                                    diminuindo a hipótese de esta ser uma
                                                    mutação      que     se     manifeste
                                                    fenotipicamente. Podem ser génicas
                                                    ou cromossómicas.

                                                  m. génicas – alteram a estrutura do
                                               DNA;
                                                  m. cromossómicas – alteram a
                                               estrutura/número de cromossomas;
                                                  m. silenciosas – não alteram a
                                               proteína ou a sua ação;
                                                  m. letais – provocam a morte ou
                                               doenças e anomalias;
                                                  m. benéficas – levam à evolução
                                               das espécies;
                                                  m. prejudiciais – provocam a
                                               morte do indivíduo.
   Agentes mutagénicos são fatores do meio que provocam mutações em genes e/ou
cromossomas.
As mutações podem ocorrer em células somáticas ou germinativas.
   Mutação somática
      Ocorre durante a replicação do DNA que precede uma divisão mitótica.
      Pode originar um conjunto ou um clone de células mutantes identicas entre si, que se
      distinguem das restantes células do indivíduo.
      A descendência do indivíduo não é afetada.
      Este tipo de mutação está na origem de certos cancros.

   Mutação nas células germinativas
     Ocorre durante a replicação do DNA que precede a meiose.
     A mutação afeta os gâmetas e todas as células que dela descendem após a fecundação.

   Mutações génicas
   Ocorrem quando se dá uma alteração pontual ao nível dos nucleótidos de um gene,
constituindo-se uma nova versão do gene.
   Alteram a sequencia de nucleótidos do DNA, por substituição, adição (inserção) ou
remoção (delecção) de bases.
   Estas mutações podem conduzir à modificação da molécula de mRNA que é transcrita a
partir do DNA e à alterção da proteína produzida. O efeito desta alteração é imprevisível,
dependendo de qual o tipo de mutação e qual a proteína que passa a ser codificada. Pode ter
efeitos benéficos e levar à evolução da espécie, ou pode ser prejudicial e causar a morte do
indivíduo ou um grande numero de doenças e anomalias. Pode também ter um efeito neutro,
não causando quaisquer modificações.

                                     Mutações génicas
 Substituição    Ocorre a troca de um ou mais pares de bases.
                 Acontece quando uma ou mais bases
                 são adicionadas ao DNA, modificando a
   Inserção
                 ordem de leitura da molécula durante a    A adição/remoção de um numero
                 replicação ou transcrição.                que não seja múltiplo de três
                 Acontece quando uma ou mais bases         altera completamente a
                 são retiradas do DNA, modificando a       mensagem do gene.
   Delecção
                 ordem de leitura, durante a replicação
                 ou transcrição.

   Mutações cromossómicas
   Traduzem-se numa alteração da estrutura ou do número de cromossomas. Podem afetar
uma determinada região de um cromossoma, um cromossoma inteiro ou todo o complemento
cromossómico de um indivíduo.
Mutações cromossómicas numéricas
Tipo de
                               Definição/causas                       Consequências/exemplos
mutação
                Existe pelo menos um conjunto completo de É comum nas plantas. As
  Poliploidia

                cromossomas a mais.                       plantas poloplóides podem
                                                                    autopolinizar-se ou cruzar-se
                                                                    com plantas semelhantes.
                Entre as causas possiveis:                          Nos      humanos       embiões
                -fecundação      de     um    oócito     por    2   poliploides não se desenvolvem
                espermatozoides;                                    e         são         abortados
                -fecundação de um gâmeta diploide (triploidia);     espontaneamente.       Algumas
                -falta de divisão do zigoto após a replicação dos   células somáticas podem ser
                cromossomas                                         poliploides.
                Existem cromossomas a mais ou a menos
                                                      Anuploidias mais comuns em
                em relação ao numero normal.
                                                      seres    humanos   são   as
                 Geralmente, envolve apenas um par de
  Aneuploidia




                                                                    trissomias dos cromossomas 21,
                cromossomas e pode ser autossómica ou nos
                                                                    13, 18 e a monossomia do X.
                cromossomas sexuais.
                                                                    Aneuploidias      de      outros
                Podem distinguir-se:
                                                                    cromossomas não permitem o
                Polissomia – um ou mais cromossomas extra;
                                                                    desenvlvimento       até      ao
                Monossomia – um cromossoma em falta;
                                                                    nascimento e resultam num
                                                                    aborto espontâneo.
                As aneuploidias são causadas pela não-disjunção     As        aneuploidias      nos
                dos cromossomas homólogos ou dos cromatídeos        cromossomas       sexuais    são
                na anafase da meiose I ou II.                       melhor toleradas que as dos
                Um gâmeta recebe 2 cromossomas do mesmo             autossomas. Síndrome.
                par e outro não recebe nenhum.



 Sindromes estudadas:
 Trissomia 21 – (47,XX) ou (47,XY) – SÍNDROME DE DOWN
 Cromossoma extra no ‘lote’ 21.
 Monossomia do X – (45,X0) – SÍNDROME DE TURNER
 Afeta apenas mulheres, que carecem de um dos cromossomas sexuais.
 (47,XXY) – SÍNDROME DE KLINEFELTER
Mutações cromossómicas estruturais
  Tipo de
                              Definição/Causas                   Consequências/Exemplos
  mutação
                Representa     uma      perda   no    material
                cromossómico.
  Delecção      As delecções visíveis de cromossomas humanos
                estão    sempre      associadas   a   grandes
                incapacidades.
                Caracteriza-se pela repetição de uma porção de
                cromossoma.
                As duplicações são alterações cromossómicas
 Duplicação     muito importantes sob o ponto de vistaa
                evolutivo, porque fornecem informação genética
                complementar, potencialmente capaz de assumir
                novas funções.
                Ocorre uma inversao quando um segmento
                cromossómico experimenta uma rotação de 180º
Translocação    em relação à posição normal, sem alterar a sua
                localização no cromossoma.

                A transferencia de uma porção de um
                cromossoma, ou mesmo de um cromossoma
                inteiro para outro não homólogo designa-se por
                translocação simples.
                As translocações mais comuns são as
  Inversão
                translocações recíprocas, havendo troca de
                segmentos entre cromossomas não homólogos.
                As translocações podem alterar drasticamente o
                tamanho dos cromossomas, assim como a
                posição do centrómero.



                                                                               Poliploidia
   Os inivíduos poliploides são indivíduos em que o número de conjuntos completos de
cromossomas é multiplo do numero haploide primitivo existente nos gâmetas. Apresentam
cariótipos triploides (3n), tetraploides (4n) ou mesmo numeros mais elevados de
cromossomas.
   A poliploidia surge:
   - acidentalmente;
   - a partir da não-disjunção dos cromossomas durante a meiose ou mitose. Também pode
acontecer que não há citocinese na repartição dos cromossomas pelas células filhas.
   - cruzamento entre indivíduos de espécies diferentes (o que é muito comum entre as
plantas) – os indivíduos resultantes deste processo são naturalmente estéreis, uma vez que
não possuem cromossomas homologos, não podendo estes emparelhar durante a meiose.
   Como é que estes indivíduos se reproduzem então?
   Através de reprodução assexuada – no caso dos individuos que resultam do cruzamento
entre espécies diferentes, estes acabam por tornar-se ferteis apos algumas gerações, devido a
uma ocorrencia de uma duplicação cromossómica resultante de uma não-disjunção dos
cromossomas na divisão celular.
   A poliploidia é muitas vezes provocada em laboratório para que se obtenham plantas mais
resistentes, com grandes frutos, sem caroço ou sementesm grãos de trigo maiores, etc.
As Mutações, a tecnologia e a vida
    Um agente mutagénico é qualquer agente responsável por uma mutação.
    O processo que conduz ao aparecimento de mutações pelo agente mutagénico é a
mutagénese.
    As nossas células tem a capacidade de reparar alguns danos causados ao DNA. Há portanto,
um equilíbrio entre a proliferação celular, em que as células se renovam e multiplicam e entre
a morte das células.
    Apesar disso, este equilíbrio por vezes perde-se – umas das consequências é o
aparecimento de um cancro.
    Um cancro (neoplasia maligna/tumor maligno) é um conjunto muito heterogéneo e
multifatorial de doenças que têm em comum o facto de apresentarem sempre o crescimento
de um tecido neoformado.
    Outra definição
    O cancro é uma doença genética que resulta da perda de controlo do ciclo celular. A divisão
da célula com mais frequência dá origem a uma população de células em proliferação
descontrolada e forma um tumor.
    As células cancerosas:
    -são pouco especializadas e com forma arredondada;
    -dividem-se continuamente;
    -invadem os tecidos adjacentes;
    -podem instalar-se noutros lugares do organismo.
    O aparecimento de cancros está normalmente associado a alterações dos mecanismos que
regulam a divisão celular.
    Necrose – as células morrem devido à ação de substâncias tóxicas ou à falta de nutrientes
essenciais. Apesar de manterem o núcleo intacto, aumentam de volume, rompe-se a
membrana plasmática e verte-se o conteúdo da célula no meio extracelular, causando uma
pequena inflamação.
    Apoptose – ocorre um conjunto de fenómenos
programados geneticamente e que levam à morte da
célula – processo mais comum. Quando as células
apresentam anomalias – sobretudo genéticas – ou já
não são necessárias ao organismo, desencadeia-se
um “suicídio” por parte das células.
    1. A cromatina começa a condensar;
    2. A célula isola-se das células vizinhas,
  compactando o citoplasma e a cromatina;
    3. Uma enzima (endonuclease/enzima de
  restrição) fragmenta o DNA em pequenas unidades;
    4. A célula fragmenta-se sem que ocorra rutura
  nem resposta inflamatória.

   Quando este equilíbrio, entre a divisão celular e a apoptose é quebrado, pode surgir um
                                      cancro.
                                         As neoplasias têm origem genética, pois resultam de
                                      alterações no DNA.
No caso de as alterações se
                                                                 darem      a      nível    dos
                                                                 proto-oncogenes:
                                                                     Estes são genes que
                                                                 estimulam a divisão celular,
                                                                 mas que estão inativos em
                                                                 células que não se dividem.
                                                                 Devido à ação de agentes
                                                                 mutagénicos podem tornar-se
                                                                 ativos, e passam a estimular
                                                                 permanentemente a divisão
                                                                 celular,      passando        a
                                                                 oncogenes.
    No caso de as alterações se dares ao nível dos genes supressores tumorais:
    Estes genes têm a função de regulam a proliferação celular, contrabalançando a ação dos
proto-oncogenes, inibindo-os. Estes genes estão normalmente ativos (bloqueiam a divisão
celular), mas devido à influencia de agentes mutagénicos podem desativá-los, fazendo com
que as células se continuem a dividir.
    As infeções por vírus contribuem para o aparecimento de cancro pela integração do
material genético do vírus no DNA das células infetadas. O DNA viral pode ser inserido num
local onde destrua a atividade de um gene supressor tumoral ou converta um proto-oncogene
num oncogene.
    Todos os cancros são genéticos, mas quase nenhuns são hereditários. Nestes casos, a
alteração genética está presente em todas as células do indivíduo, manifestando-se muito
cedo.
    A maioria dos cancros é esporádica (95%) e surgem como resultado de mutações nas
células somáticas. Estas alterações são promovidas pela interação entre o genoma do
indivíduo e o ambiente.
    As componentes genética e ambiental estão sempre presentes, apesar de nem sempre
assumirem igual importância.
    Ex: melanoma – radiações solares + alteração de um gene supressor tumoral (MTS)
localizado no cromossoma 9.
    Todos os dias surgem neoplasias no nosso corpo, que são eliminadas por apoptose. Quando
isto não acontece, inicia-se um cancro, que corresponde ao momento em que estas células se
proliferam e invadem tecidos vizinhos.
    Pode seguir-se um processo de metastização, em que as células cancerosas se podem
movimentar através da corrente sanguínea ou linfática e continuar a desenvolver-se noutras
partes do corpo.

                                             Fundamentos da Engenharia Genética

   A engenharia genética permite manipular diretamente os genes de determinados
organismos com objetivos práticos.
   Após a descoberta de que também o DNA podia ser manipulado, a primeira “ferramenta”
da engenharia genética foram as enzimas de restrição (ou endonucleases).
   Estas enzimas cortam a hélice dupla do DNA em zonas específicas, sempre que as
encontram.
   Funcionamento das enzimas de restrição
   Os vírus invadem as bactérias e afetam o seu DNA.
   Algumas bactérias têm um mecanismo de defesa contra os vírus, que consiste na produção
de enzimas de restrição.
Ou seja:
   1. As enzimas cindem a cadeia de DNA do vírus quando encontram uma determinada
sequência de pares de bases.
   2. Estas enzimas atuam em pontos específicos (ZONAS DE RESTRIÇÃO), catalisando o
desdobramento do DNA em fragmentos menores.
   3. Estes fragmentos possuem nas extremidades a sequência de nucleótidos reconhecida
pela enzima de restrição – são constituídos por cadeia simples ligada a cadeia dupla e
chamam-se extremidades coesivas.

    As extremidades coesivas podem ligar-se por complementaridade a outro DNA. Intervêm as
ligases do DNA, que catalisam o processo que permite que fragmentos de DNA se voltem a
ligar.
    Para a transferência destes genes, é também necessária a existência de um vetor, que será
a entidade que leva o material genético do genoma de onde foi retirado para o genoma que o
vai receber.
    Os plasmídeos das bactérias são exemplos de vetores.

   Técnica do DNA recombinante

    A técnica do DNA recombinante permite combinar na mesma molécula de DNA genes
provenientes de fontes diferentes, mas não necessariamente de espécies diferentes, obtendo
uma molécula de RNA recombinante (rDNA).
    Nesta técnica, recorre-se a enzimas de restrição para cortar o DNA em pontos específicos e
a ligases do DNA para reconstruir a molécula.

    Obtenção e expressão da molécula de rDNA:
    1. Seleção de uma molécula de DNA (a integrar) contendo um gene com interesse, que se
pretende transferir e clonar; seleção de um vetor adequado (plasmídeo);
    2. A molécula de DNA e o vetor são tratados com a mesma enzima de restrição, que corta
as duas moléculas em regiões com a mesma sequência de nucleótidos;
    3. Misturam-se os fragmentos de restrição da molécula de DNA e o vetor, adicionando
ligases do DNA. O vetor e os fragmentos de restrição emparelham pelas extremidades coesivas
e a ligase estabelece a ligação entre eles;
    4. O vetor, contendo o DNA dador, é transferido para uma célula/organismo recetor;
    5. O DNA dador é incorporado no genoma da célula/organismo recetor, que passa a
possuir um DNA recombinante;
    Os plasmídeos possuem genes que lhes conferem resistência a um antibiótico, permitindo
localizar as bactérias que têm o DNA recombinante. O cultivo de bactérias que foram
misturadas com plasmídeos num meio com esse antibiótico, é possível isolar as bactérias que
resistem – essas têm certamente os plasmídeos recombinantes, porque as que não têm
desaparecem com a aplicação do antibiótico.
    Os vírus também podem ser utilizados como vetores. As células hospedeiras dos genes já
não são só bactérias, mas podem ser outras células, como leveduras e mesmo células
eucarióticas.
    São comuns as plantas e os animais em cujo genoma foram introduzidos genes que
determinam características vantajosas, constituindo os OGM.
    A técnica do rDNA é utilizada, por exemplo, na produção de insulina humana.
Técnica do DNA complementar

   Os procariontes são organismos muito utilizados em Engenharia Genética como recetores
de DNA estranho porque:
       São fáceis de cultivar,
       Têm um crescimento rápido,
       Processos bioquímicos bem conhecidos.
   No entanto, os seres procariontes não processam o mRNA e se, em alternativa, recebem
genes com intrões, não são capazes de os retirar e a proteína produzida não é funcional.
   Este problema é ultrapassado pela obtenção e transferência de DNA complementar ou
cDNA.
   Para a técnica de DNA complementar são necessários:
           Molécula de mRNA;
           Transcriptase reversa (enzima que catalisa a formação da cadeia complementar do
           DNA – transcriptase porque é um processo de transcrição, reversa porque é inverso
           ao processo de transcrição da molécula de DNA em mRNA);
           DNA polimerase – que catalisa a formação da cadeia complementar de DNA;
           Nucleótidos livres.

   O cDNA é uma molécula de DNA sem intrões, que é diretamente transcrita numa molécula
de mRNA funcional. O processo de obtenção de cDNA é o seguinte:
   1. Isola-se uma molécula de mRNA funcional das células;
   2. Adiciona-se a trancriptase reversa e nucleótidos livres;
   3. Junta-se uma enzima que degrada o mRNA que serviu de molde e DNA polimerase,
que catalisa a formação da cadeia complementar do DNA.
   O cDNA pode ser inserido num procarionte através de um vetor contendo o promotor e
sequências reguladoras.

   Reações de polimerização em Cadeia – PCR

   O PCR é uma técnica que permite amplificar qualquer porção de DNA fora das células.
   Esta técnica é útil para quando é necessária uma determinada quantidade de DNA que não
se possui, mas que pode ser obtido através desta técnica.
   Esta técnica consiste nas seguintes etapas:
   1. O fragmento de DNA a amplificar é aquecido de modo a separar as duas cadeias da
dupla hélice, quebrando as ligações entre os aminoácidos - DESNATURAÇÃO;
   2. Obtêm-se duas cadeias simples;
   3. São adicionados nucleótidos livres e DNA polimerase resistente ao calor – esta DNA
polimerase é obtida a partir de microrganismos termófilos, uma vez que vivem a temperaturas
muito elevadas, e aguentam ser mantidos às mesmas, enquanto a DNA polimerase
normalmente usada acaba por sofrer também DESNATURAÇÃO quando sujeita a temperaturas
muito elevadas;
   4. A DNA polimerase catalisa a formação das cadeias complementares, restituindo a
dupla hélice, formando duas moléculas de DNA a partir de uma;
   5. Arrefecimento das novas moléculas;
   6. Repetição do processo – em cada ciclo a quantidade de DNA é duplicada.

   Esta técnica permite a obtenção de biliões de cópias de uma porção de DNA em poucas
   horas e é executada por aparelhos
DNA fingerprint

   No genoma humano existem sequências de DNA repetitivas que são reconhecidas e
cortadas por determinadas enzimas de restrição.
   O DNA fica então fragmentado – estes fragmentos apresentam tamanhos e composição
diferentes, variando de pessoa para pessoa.
   Quando submetidos a técnicas como a eletroforese, o resultado é um padrão de bandas
que difere de indivíduo para individuo, sendo possível identificar uma pessoa através destas
bandas, com quase (ou mesmo) 100% de certezas.

   O processo de identificação por DNA fingerprint é feito da seguinte forma:
   1. Obtenção de fragmentos da molécula de DNA, colocando em recipientes amostras de
DNA e enzimas de restrição, que a fragmentam nas respetivas zonas de restrição;
   2. Os fragmentos obtidos são colocados num meio apropriado (por exemplo gel) e
quando submetidos a um campo elétrico, deslocam-se até à extremidade oposta de onde
foram inseridos, a velocidades diferentes, consoante o tamanho e “peso” do fragmento;
   3. Ao fim de algum tempo, os fragmentos localizam-se em diferentes secções do gel,
permitindo identificar um indivíduo pelo padrão obtido por eletroforese.

   Técnica                                       Aplicações
                  Investigação fundamental – torna possível isolar genes de organismos
                  complexos e estudar as suas funções a nível molecular
                  Obtenção de organismos geneticamente modificados (OGM) –
                  organismos em cujo genoma foram introduzidos genes que conferem
     DNA
                  características vantajosas. São usados:
Recombinante
                  -na produção de alimentos em maior quantidade e qualidade;
   (rDNA)
                  -na produção de grandes quantidades de substancias com aplicação
                  médica ou farmacêutica;
                  -na com aplicação industrial;
                  -biorremediação.
     DNA
Complementar      Obtenção de cópias de genes que codificam produtos com interesse.
    (cDNA)
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por reação em     Obtenção de grandes quantidades de DNA em pouco tempo.
 cadeia (PCR)
                  -Investigação criminal, forense e histórica;
DNA fingerprint
                  -Determinação de paternidade.

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Materialgenetico 1

  • 1. Hereditariedade ligada aos CROMOSSOMAS SEXUAIS Thomas H. Morgan – embriologista, desenvolveu trabalho com as moscas Drosophila Melanogaster (mosca da fruta). Razões para o uso de Drosophila Melanogaster: Apresenta um curto período de desenvolvimento e apresenta cromossomas muito grandes, que facilitam o seu estudo e observação. Aspeto da Drosophila Melanogaster Forma selvagem Forma mutante Corpo cinzento Corpo negro Olhos vermelhos Olhos brancos Asas longas Asas vestigiais Representamos a constituição genética das formas alternativas pela letra inicial da palavra inglesa que expressa a característica que elas manifestam. Exemplo: alelo para olhos brancos -> w (white). Quando é da forma selvagem é w+. Nas experiências de Mendel não era relevante que um determinado fenótipo pertencesse a uma fêmea ou a um macho – o cruzamento recíproco não interferia nos resultados. Os resultados obtidos por Morgan eram diferentes – ao cruzar uma fêmea de olhos vermelhos com um macho de olhos brancos não obtinha os mesmos resultados de quando cruzava uma fêmea de olhos brancos com um macho de olhos vermelhos. No 1º cruzamento todos os indivíduos apresentavam olhos vermelhos, sendo 50% machos e 50% fêmeas – de acordo com o previsto por Mendel. ☺ No 2º cruzamento as fêmeas têm todas olhos vermelhos e os machos olhos brancos – não se verifica a uniformidade fenotípica dos indivíduos da primeira geração.
  • 2. COMO EXPLICAR? Na Drosophila, como na maioria das espécies animais, existe um par de cromossomas chamado cromossomas sexuais. Indivíduos que apresentam dois HOMOGAMÉTICOS cromossomas sexuais idênticos Indivíduos que apresentam dois HETEROGAMÉTICOS cromossomas sexuais diferentes entre si Como a espécie humana, as fêmeas de Drosophila, para além dos autossomas, apresentam dois cromossomas sexuais X, enquanto que os machos apresentam, para além dos autossomas, um cromossoma sexual X e outro, mais curto e praticamente desprovido de genes, Y. O sexo heterogamético é portanto o masculino. Se considerarmos que o alelo da cor branca dos olhos de Drosophila se localiza no cromossoma X, podemos justificar o resultado dos dois cruzamentos. As características hereditárias que dependem de genes localizados no cromossoma X são características ligadas ao sexo. Nestes casos, os resultados obtidos no cruzamento direto e no seu recíproco são diferentes. Estes resultados devem-se ao facto de o cromossoma Y do macho não possuir os alelos correspondentes do cromossoma X, dado que os dois cromossomas não são totalmente homólogos. A maior parte dos genes localizados no cromossoma X não têm alelo correspondente no cromossoma Y, pelo que existe um único alelo para esse gene e esse alelo exprime-se sempre no fenótipo dos machos, que são hemizigóticos. Os genes presentes no cromossoma Y são transmitidos DE PAI PARA FILHO. Os genes presentes no cromossoma X são transmitidos de PAI PARA FILHA e de MÃE PARA FILHO OU FILHA. Transmissão de um alelo DOMINANTE Transmissão de um alelo RECESSIVO ligado ao cromossoma X ligado ao cromossoma X O caráter exprime-se sempre nos O caráter exprime-se sempre nos homens, de uma forma mais severa do homens que nas mulheres O caráter exprime-se nas mulheres O caráter exprime-se apenas nas homozigóticas dominantes e mulheres homozigóticas recessivas ( e heterozigóticas nos homens?) Um homem afetado tem uma mãe Um homem afetado tem uma mãe afetada ou portadora afetada Uma mulher afetada tem Uma mulher afetada tem uma mãe obrigatoriamente um pai afetado e afetada ou um pai afetado uma mãe afetada ou portadora Daltonismo, hemofilia, diabetes Síndrome de Rett, hipertricose insípidos Os trabalhos de Morgan são exceções às Leis de Mendel – contudo, apoiaram a teoria cromossómica da hereditariedade.
  • 3. Exemplos de situações em que Descrição se verifica Os genes localizados no mesmo cromossoma, não sofrem geralmente, segregação independente na O gene do grupo sanguíneo Rh e meiose – ficam juntos nos mesmos gâmetas e, por o gene da eliptocitose (uma isso, os fenótipos da descendência não seguem as forma de anemia) estão proporções previstas pelas Leis de Mendel. localizados no mesmo Ligação Os fenómenos de crossing-over podem separar genes cromossoma. Estes dois fatorial ligados, o que faz com que se comportem como se cromossomas são herdados em estivessem localizados em cromossomas diferentes e bloco por 96% dos indivíduos e apareçam recombinados na descendência. Quanto 4% dos indivíduos são mais distantes estiverem dois genes no mesmo recombinantes. cromossoma, maior a probabilidade de serem separados por crossing-over. Explicação do manual Cada cromossoma tem de ter muitos genes. Os genes que se dispõem linearmente ao longo do mesmo cromossoma dizem-se em linkage e constituem um grupo de ligação fatorial – são transmitidos em bloco. Cruzam-se indivíduos de duas linhas puras com características antagónicas. Fenotipicamente Corpo negro e x Corpo cinzento e asas asas vestigiais longas + + + + Genotipicamente bbvgvg x b b vg vg b – símbolo do alelo responsável pela cor negra (black) vg – símbolo do alelo responsável pelas asas vestigiais ( vestigials) b+ - símbolo do alelo responsável pela cor selvagem (cinzenta – DOMINANTE) vg+ - símbolo do alelo responsável pela forma selvagem das asas (longas – DOMINANTE) O cruzamento destas linhas puras resulta numa geração F1 – cujos resultados correspondem a uma situação normal de diibridismo, em que os descendentes são HETEROZIGÓTICOS e manifestam as características do ALELO DOMINANTE. Fenótipo – Corpo cinzento e asas longas Genótipo – heterozigótico b+bvg+vg para que se mantivessem as previsões mendelianas, deviam agora surgir quatro classes fenotípicas, que seriam: Fenótipo dos Resultados Resultados descendentes esperados em observados Estes resultados são explicados pelo diibridismo facto de os alelos do corpo negro e asas Corpo cinzento e 9/16 3/4 vestigiais estão situados no mesmo asas longas cromossoma – são transmitidos em Corpo negro e asas 3/16 - longas conjunto (não há segregação Corpo cinzento e 3/16 - independente prevista por Mendel) – asas vestigiais correspondem a um cruzamento de Corpo negro e asas 1/16 1/4 Linhas puras em monibridismo. vestigiais
  • 4. Nem sempre os genes em linkage se comportam como uma unidade inseparável – pode acontecer, que como resultado de crossing-over durante a meiose, os genes se separarem, como se estivessem em cromossomas separados. Assim, obtém-se uma descendência qualitativamente igual à prevista numa segregação independente (em que os alelos são segregados de forma aleatória). Contudo, estes genes só se transmitem deste modo quando há a sua separação em crossing-over, e isto ocorre muito menos frequentemente que a transmissão em bloco. Embora possam surgir as 4 classes fenotípicas esperadas, as suas proporções são completamente aleatórias. Organização e regulação do material genético Genoma – totalidade do material genético de um indivíduo (contém todos os genes). Gene – sequência de nucleótidos de uma molécula de DNA que origina uma molécula de RNA funcional. Organização do Material Genético Genoma dos procariontes Genoma dos eucariontes Várias moléculas lineares de DNA nuclear associadas a uma grande quantidade de Molécula circular de DNA associada a proteínas proteínas, especialmente histonas, formando a não histónicas, que forma o seu único cromatina. Cada molécula de DNA associada a cromossoma e se concentra na região do proteínas constitui um cromossoma. nucleoide. Também possui material genético extranuclear. Algumas bactérias também possuem moléculas As mitocôndrias e cloroplastos contêm DNA que circulares de DNA chamadas plasmídeos. codifica produtos essenciais à sua função biológica e que é muito semelhante ao DNA bacteriano. Um cariótipo organiza os cromossomas metafásicos aos pares com base no seu tamanho e noutras marcas físicas, como a posição do centrómero. O cariótipo humano tem 46 cromossomas, organizados em 23 pares. 44 são autossomas e são idênticos nos dois sexos (possuem os mesmos genes, na mesma sequencia) e 2 são heterossomas (ou cromossomas sexuais). A análise do cariótipo é útil para confirmar diagnósticos clínicos de certas doenças de transmissão hereditária – a comparação de cariótipos de diferentes espécies permite encontrar relações evolutivas.
  • 5. Regulação do material genético Temos muitos genes no nosso corpo, mas só apenas alguns se manifestam. Tem de haver portanto uma regulação dos genes. Este processo foi estudado pelos franceses François Jacob e Jacques Monod. Os organismos unicelulares reagem às variações do meio ambiente, variando a expressão dos genes e ajustando o seu metabolismo – desenvolveram mecanismos de resposta RÁPIDOS face às alterações das condições do meio, das quais dependem muito. Nos eucariontes multicelulares, o controlo da expressão dos genes torna possível que as células com o mesmo DNA possam divergir (em forma e função), tornando-se especializadas. A transcrição do DNA para mRNA é um exemplo da regulação da expressão dos genes. Modelo do Operão (principal mecanismo de controlo da expressão dos genes em bactérias) Operão Unidade funcional constituída pelos elementos descritos abaixo. Genes Conjunto de genes que codificam proteínas com funções relacionadas. estruturais Ex.: enzimas de uma determinada via metabólica Gene Sequência específica de nucleótidos do DNA à qual se liga a RNA promotor polimerase e onde tem início a transcrição Gene Sequência de DNA que controla o acesso da RNA polimerase ao operador promotor e que permite ativar ou desativar a transcrição de todos os genes estruturais Gene Encontra-se a uma determinada distância do operão, tem o seu regulador próprio promotor e codifica o repressor Repressor É uma proteína alostérica com duas formas, uma ativa e uma inativa. É específico, reconhece e liga-se apenas ao operador de um determinado operão. Explicação do funcionamento do operão lac.: Funcionamento de um operação do tipo indutivo NA AUSÊNCIA DE LACTOSE NA PRESENÇA DE LACTOSE O gene regulador determina a síntese de A lactose liga-se ao repressor, um repressor; inativando-o; O repressor bloqueia o promotor, ao O operador fica desbloqueado; ligar-se ao operador; A enzima RNA polimerase liga-se ao A enzima RNA polimerase não se liga ao promotor; promotor; Os genes estruturais são transcritos; Os genes estruturais não são transcritos; Dá-se a síntese de enzimas. Não ocorre a síntese das três enzimas.
  • 6. Explicação do funcionamento do operão trp.: Funcionamento de um operação do tipo repressivo NA AUSÊNCIA DE TRIPTOFANO NA PRESENÇA DE TRIPTOFANO O gene regulador produz um repressor O triptofano liga-se ao repressor, que está inativo; ativando-o; O operador está livre; O repressor liga-se ao operador; A RNA polimerase pode ligar-se ao A RNA polimerase não pode ligar-se promotor; ao promotor; Dá-se a transcrição; Não se dá a transcrição; Ocorre a síntese de enzimas. Não se sintetizam as enzimas. Muitos genes de um genoma se destinam a regular o funcionamento de outros genes. Os genes que se expressam numa determinada situação dependem das interações que o ambiente estabelece com o DNA. Transmissão Genética de Genes Mitocôndriais O material genético contido nas mitocôndrias é transmitido pela mãe para os filhos e filhas. A razão para este facto é simples: o citoplasma (e todos os seus constituintes) que vai dar origem ao zigoto é proveniente do oócito (tem, portanto, todos os organelos celulares da mãe – incluindo a mitocôndria!); o espermatozoide, apenas contribui com o núcleo para a formação do zigoto, pelo que não são transmitidas as mitocôndrias do progenitor masculino.
  • 7. Diferenças e semelhanças entre o DNA mitocondrial e o DNA nuclear. DNA mitocondrial DNA nuclear Não possui exões Possui exões Não ocorre crossing-over Ocorre crossing-over Possui várias cópias de DNA em cada mitocôndria, permitindo que na mesma Só possui uma cadeia (com dupla hélice) de célula existam diferentes alelos para o DNA no núcleo da célula mesmo gene Taxa de mutação muito elevada Taxa de mutação pouco elevada Não possui enzimas que reparam o DNA Possui enzimas que reparam o DNA Mutações Mutação – alteração permanente no material genético que afeta a expressão de um ou mais genes. Apesar de se darem centenas de alterações do DNA por dia, as células possuem enzimas capazes de corrigir ou eliminar porções mutadas do DNA, diminuindo a hipótese de esta ser uma mutação que se manifeste fenotipicamente. Podem ser génicas ou cromossómicas. m. génicas – alteram a estrutura do DNA; m. cromossómicas – alteram a estrutura/número de cromossomas; m. silenciosas – não alteram a proteína ou a sua ação; m. letais – provocam a morte ou doenças e anomalias; m. benéficas – levam à evolução das espécies; m. prejudiciais – provocam a morte do indivíduo. Agentes mutagénicos são fatores do meio que provocam mutações em genes e/ou cromossomas.
  • 8. As mutações podem ocorrer em células somáticas ou germinativas. Mutação somática Ocorre durante a replicação do DNA que precede uma divisão mitótica. Pode originar um conjunto ou um clone de células mutantes identicas entre si, que se distinguem das restantes células do indivíduo. A descendência do indivíduo não é afetada. Este tipo de mutação está na origem de certos cancros. Mutação nas células germinativas Ocorre durante a replicação do DNA que precede a meiose. A mutação afeta os gâmetas e todas as células que dela descendem após a fecundação. Mutações génicas Ocorrem quando se dá uma alteração pontual ao nível dos nucleótidos de um gene, constituindo-se uma nova versão do gene. Alteram a sequencia de nucleótidos do DNA, por substituição, adição (inserção) ou remoção (delecção) de bases. Estas mutações podem conduzir à modificação da molécula de mRNA que é transcrita a partir do DNA e à alterção da proteína produzida. O efeito desta alteração é imprevisível, dependendo de qual o tipo de mutação e qual a proteína que passa a ser codificada. Pode ter efeitos benéficos e levar à evolução da espécie, ou pode ser prejudicial e causar a morte do indivíduo ou um grande numero de doenças e anomalias. Pode também ter um efeito neutro, não causando quaisquer modificações. Mutações génicas Substituição Ocorre a troca de um ou mais pares de bases. Acontece quando uma ou mais bases são adicionadas ao DNA, modificando a Inserção ordem de leitura da molécula durante a A adição/remoção de um numero replicação ou transcrição. que não seja múltiplo de três Acontece quando uma ou mais bases altera completamente a são retiradas do DNA, modificando a mensagem do gene. Delecção ordem de leitura, durante a replicação ou transcrição. Mutações cromossómicas Traduzem-se numa alteração da estrutura ou do número de cromossomas. Podem afetar uma determinada região de um cromossoma, um cromossoma inteiro ou todo o complemento cromossómico de um indivíduo.
  • 9. Mutações cromossómicas numéricas Tipo de Definição/causas Consequências/exemplos mutação Existe pelo menos um conjunto completo de É comum nas plantas. As Poliploidia cromossomas a mais. plantas poloplóides podem autopolinizar-se ou cruzar-se com plantas semelhantes. Entre as causas possiveis: Nos humanos embiões -fecundação de um oócito por 2 poliploides não se desenvolvem espermatozoides; e são abortados -fecundação de um gâmeta diploide (triploidia); espontaneamente. Algumas -falta de divisão do zigoto após a replicação dos células somáticas podem ser cromossomas poliploides. Existem cromossomas a mais ou a menos Anuploidias mais comuns em em relação ao numero normal. seres humanos são as Geralmente, envolve apenas um par de Aneuploidia trissomias dos cromossomas 21, cromossomas e pode ser autossómica ou nos 13, 18 e a monossomia do X. cromossomas sexuais. Aneuploidias de outros Podem distinguir-se: cromossomas não permitem o Polissomia – um ou mais cromossomas extra; desenvlvimento até ao Monossomia – um cromossoma em falta; nascimento e resultam num aborto espontâneo. As aneuploidias são causadas pela não-disjunção As aneuploidias nos dos cromossomas homólogos ou dos cromatídeos cromossomas sexuais são na anafase da meiose I ou II. melhor toleradas que as dos Um gâmeta recebe 2 cromossomas do mesmo autossomas. Síndrome. par e outro não recebe nenhum. Sindromes estudadas: Trissomia 21 – (47,XX) ou (47,XY) – SÍNDROME DE DOWN Cromossoma extra no ‘lote’ 21. Monossomia do X – (45,X0) – SÍNDROME DE TURNER Afeta apenas mulheres, que carecem de um dos cromossomas sexuais. (47,XXY) – SÍNDROME DE KLINEFELTER
  • 10. Mutações cromossómicas estruturais Tipo de Definição/Causas Consequências/Exemplos mutação Representa uma perda no material cromossómico. Delecção As delecções visíveis de cromossomas humanos estão sempre associadas a grandes incapacidades. Caracteriza-se pela repetição de uma porção de cromossoma. As duplicações são alterações cromossómicas Duplicação muito importantes sob o ponto de vistaa evolutivo, porque fornecem informação genética complementar, potencialmente capaz de assumir novas funções. Ocorre uma inversao quando um segmento cromossómico experimenta uma rotação de 180º Translocação em relação à posição normal, sem alterar a sua localização no cromossoma. A transferencia de uma porção de um cromossoma, ou mesmo de um cromossoma inteiro para outro não homólogo designa-se por translocação simples. As translocações mais comuns são as Inversão translocações recíprocas, havendo troca de segmentos entre cromossomas não homólogos. As translocações podem alterar drasticamente o tamanho dos cromossomas, assim como a posição do centrómero. Poliploidia Os inivíduos poliploides são indivíduos em que o número de conjuntos completos de cromossomas é multiplo do numero haploide primitivo existente nos gâmetas. Apresentam cariótipos triploides (3n), tetraploides (4n) ou mesmo numeros mais elevados de cromossomas. A poliploidia surge: - acidentalmente; - a partir da não-disjunção dos cromossomas durante a meiose ou mitose. Também pode acontecer que não há citocinese na repartição dos cromossomas pelas células filhas. - cruzamento entre indivíduos de espécies diferentes (o que é muito comum entre as plantas) – os indivíduos resultantes deste processo são naturalmente estéreis, uma vez que não possuem cromossomas homologos, não podendo estes emparelhar durante a meiose. Como é que estes indivíduos se reproduzem então? Através de reprodução assexuada – no caso dos individuos que resultam do cruzamento entre espécies diferentes, estes acabam por tornar-se ferteis apos algumas gerações, devido a uma ocorrencia de uma duplicação cromossómica resultante de uma não-disjunção dos cromossomas na divisão celular. A poliploidia é muitas vezes provocada em laboratório para que se obtenham plantas mais resistentes, com grandes frutos, sem caroço ou sementesm grãos de trigo maiores, etc.
  • 11. As Mutações, a tecnologia e a vida Um agente mutagénico é qualquer agente responsável por uma mutação. O processo que conduz ao aparecimento de mutações pelo agente mutagénico é a mutagénese. As nossas células tem a capacidade de reparar alguns danos causados ao DNA. Há portanto, um equilíbrio entre a proliferação celular, em que as células se renovam e multiplicam e entre a morte das células. Apesar disso, este equilíbrio por vezes perde-se – umas das consequências é o aparecimento de um cancro. Um cancro (neoplasia maligna/tumor maligno) é um conjunto muito heterogéneo e multifatorial de doenças que têm em comum o facto de apresentarem sempre o crescimento de um tecido neoformado. Outra definição O cancro é uma doença genética que resulta da perda de controlo do ciclo celular. A divisão da célula com mais frequência dá origem a uma população de células em proliferação descontrolada e forma um tumor. As células cancerosas: -são pouco especializadas e com forma arredondada; -dividem-se continuamente; -invadem os tecidos adjacentes; -podem instalar-se noutros lugares do organismo. O aparecimento de cancros está normalmente associado a alterações dos mecanismos que regulam a divisão celular. Necrose – as células morrem devido à ação de substâncias tóxicas ou à falta de nutrientes essenciais. Apesar de manterem o núcleo intacto, aumentam de volume, rompe-se a membrana plasmática e verte-se o conteúdo da célula no meio extracelular, causando uma pequena inflamação. Apoptose – ocorre um conjunto de fenómenos programados geneticamente e que levam à morte da célula – processo mais comum. Quando as células apresentam anomalias – sobretudo genéticas – ou já não são necessárias ao organismo, desencadeia-se um “suicídio” por parte das células. 1. A cromatina começa a condensar; 2. A célula isola-se das células vizinhas, compactando o citoplasma e a cromatina; 3. Uma enzima (endonuclease/enzima de restrição) fragmenta o DNA em pequenas unidades; 4. A célula fragmenta-se sem que ocorra rutura nem resposta inflamatória. Quando este equilíbrio, entre a divisão celular e a apoptose é quebrado, pode surgir um cancro. As neoplasias têm origem genética, pois resultam de alterações no DNA.
  • 12. No caso de as alterações se darem a nível dos proto-oncogenes: Estes são genes que estimulam a divisão celular, mas que estão inativos em células que não se dividem. Devido à ação de agentes mutagénicos podem tornar-se ativos, e passam a estimular permanentemente a divisão celular, passando a oncogenes. No caso de as alterações se dares ao nível dos genes supressores tumorais: Estes genes têm a função de regulam a proliferação celular, contrabalançando a ação dos proto-oncogenes, inibindo-os. Estes genes estão normalmente ativos (bloqueiam a divisão celular), mas devido à influencia de agentes mutagénicos podem desativá-los, fazendo com que as células se continuem a dividir. As infeções por vírus contribuem para o aparecimento de cancro pela integração do material genético do vírus no DNA das células infetadas. O DNA viral pode ser inserido num local onde destrua a atividade de um gene supressor tumoral ou converta um proto-oncogene num oncogene. Todos os cancros são genéticos, mas quase nenhuns são hereditários. Nestes casos, a alteração genética está presente em todas as células do indivíduo, manifestando-se muito cedo. A maioria dos cancros é esporádica (95%) e surgem como resultado de mutações nas células somáticas. Estas alterações são promovidas pela interação entre o genoma do indivíduo e o ambiente. As componentes genética e ambiental estão sempre presentes, apesar de nem sempre assumirem igual importância. Ex: melanoma – radiações solares + alteração de um gene supressor tumoral (MTS) localizado no cromossoma 9. Todos os dias surgem neoplasias no nosso corpo, que são eliminadas por apoptose. Quando isto não acontece, inicia-se um cancro, que corresponde ao momento em que estas células se proliferam e invadem tecidos vizinhos. Pode seguir-se um processo de metastização, em que as células cancerosas se podem movimentar através da corrente sanguínea ou linfática e continuar a desenvolver-se noutras partes do corpo. Fundamentos da Engenharia Genética A engenharia genética permite manipular diretamente os genes de determinados organismos com objetivos práticos. Após a descoberta de que também o DNA podia ser manipulado, a primeira “ferramenta” da engenharia genética foram as enzimas de restrição (ou endonucleases). Estas enzimas cortam a hélice dupla do DNA em zonas específicas, sempre que as encontram. Funcionamento das enzimas de restrição Os vírus invadem as bactérias e afetam o seu DNA. Algumas bactérias têm um mecanismo de defesa contra os vírus, que consiste na produção de enzimas de restrição.
  • 13. Ou seja: 1. As enzimas cindem a cadeia de DNA do vírus quando encontram uma determinada sequência de pares de bases. 2. Estas enzimas atuam em pontos específicos (ZONAS DE RESTRIÇÃO), catalisando o desdobramento do DNA em fragmentos menores. 3. Estes fragmentos possuem nas extremidades a sequência de nucleótidos reconhecida pela enzima de restrição – são constituídos por cadeia simples ligada a cadeia dupla e chamam-se extremidades coesivas. As extremidades coesivas podem ligar-se por complementaridade a outro DNA. Intervêm as ligases do DNA, que catalisam o processo que permite que fragmentos de DNA se voltem a ligar. Para a transferência destes genes, é também necessária a existência de um vetor, que será a entidade que leva o material genético do genoma de onde foi retirado para o genoma que o vai receber. Os plasmídeos das bactérias são exemplos de vetores. Técnica do DNA recombinante A técnica do DNA recombinante permite combinar na mesma molécula de DNA genes provenientes de fontes diferentes, mas não necessariamente de espécies diferentes, obtendo uma molécula de RNA recombinante (rDNA). Nesta técnica, recorre-se a enzimas de restrição para cortar o DNA em pontos específicos e a ligases do DNA para reconstruir a molécula. Obtenção e expressão da molécula de rDNA: 1. Seleção de uma molécula de DNA (a integrar) contendo um gene com interesse, que se pretende transferir e clonar; seleção de um vetor adequado (plasmídeo); 2. A molécula de DNA e o vetor são tratados com a mesma enzima de restrição, que corta as duas moléculas em regiões com a mesma sequência de nucleótidos; 3. Misturam-se os fragmentos de restrição da molécula de DNA e o vetor, adicionando ligases do DNA. O vetor e os fragmentos de restrição emparelham pelas extremidades coesivas e a ligase estabelece a ligação entre eles; 4. O vetor, contendo o DNA dador, é transferido para uma célula/organismo recetor; 5. O DNA dador é incorporado no genoma da célula/organismo recetor, que passa a possuir um DNA recombinante; Os plasmídeos possuem genes que lhes conferem resistência a um antibiótico, permitindo localizar as bactérias que têm o DNA recombinante. O cultivo de bactérias que foram misturadas com plasmídeos num meio com esse antibiótico, é possível isolar as bactérias que resistem – essas têm certamente os plasmídeos recombinantes, porque as que não têm desaparecem com a aplicação do antibiótico. Os vírus também podem ser utilizados como vetores. As células hospedeiras dos genes já não são só bactérias, mas podem ser outras células, como leveduras e mesmo células eucarióticas. São comuns as plantas e os animais em cujo genoma foram introduzidos genes que determinam características vantajosas, constituindo os OGM. A técnica do rDNA é utilizada, por exemplo, na produção de insulina humana.
  • 14. Técnica do DNA complementar Os procariontes são organismos muito utilizados em Engenharia Genética como recetores de DNA estranho porque: São fáceis de cultivar, Têm um crescimento rápido, Processos bioquímicos bem conhecidos. No entanto, os seres procariontes não processam o mRNA e se, em alternativa, recebem genes com intrões, não são capazes de os retirar e a proteína produzida não é funcional. Este problema é ultrapassado pela obtenção e transferência de DNA complementar ou cDNA. Para a técnica de DNA complementar são necessários: Molécula de mRNA; Transcriptase reversa (enzima que catalisa a formação da cadeia complementar do DNA – transcriptase porque é um processo de transcrição, reversa porque é inverso ao processo de transcrição da molécula de DNA em mRNA); DNA polimerase – que catalisa a formação da cadeia complementar de DNA; Nucleótidos livres. O cDNA é uma molécula de DNA sem intrões, que é diretamente transcrita numa molécula de mRNA funcional. O processo de obtenção de cDNA é o seguinte: 1. Isola-se uma molécula de mRNA funcional das células; 2. Adiciona-se a trancriptase reversa e nucleótidos livres; 3. Junta-se uma enzima que degrada o mRNA que serviu de molde e DNA polimerase, que catalisa a formação da cadeia complementar do DNA. O cDNA pode ser inserido num procarionte através de um vetor contendo o promotor e sequências reguladoras. Reações de polimerização em Cadeia – PCR O PCR é uma técnica que permite amplificar qualquer porção de DNA fora das células. Esta técnica é útil para quando é necessária uma determinada quantidade de DNA que não se possui, mas que pode ser obtido através desta técnica. Esta técnica consiste nas seguintes etapas: 1. O fragmento de DNA a amplificar é aquecido de modo a separar as duas cadeias da dupla hélice, quebrando as ligações entre os aminoácidos - DESNATURAÇÃO; 2. Obtêm-se duas cadeias simples; 3. São adicionados nucleótidos livres e DNA polimerase resistente ao calor – esta DNA polimerase é obtida a partir de microrganismos termófilos, uma vez que vivem a temperaturas muito elevadas, e aguentam ser mantidos às mesmas, enquanto a DNA polimerase normalmente usada acaba por sofrer também DESNATURAÇÃO quando sujeita a temperaturas muito elevadas; 4. A DNA polimerase catalisa a formação das cadeias complementares, restituindo a dupla hélice, formando duas moléculas de DNA a partir de uma; 5. Arrefecimento das novas moléculas; 6. Repetição do processo – em cada ciclo a quantidade de DNA é duplicada. Esta técnica permite a obtenção de biliões de cópias de uma porção de DNA em poucas horas e é executada por aparelhos
  • 15. DNA fingerprint No genoma humano existem sequências de DNA repetitivas que são reconhecidas e cortadas por determinadas enzimas de restrição. O DNA fica então fragmentado – estes fragmentos apresentam tamanhos e composição diferentes, variando de pessoa para pessoa. Quando submetidos a técnicas como a eletroforese, o resultado é um padrão de bandas que difere de indivíduo para individuo, sendo possível identificar uma pessoa através destas bandas, com quase (ou mesmo) 100% de certezas. O processo de identificação por DNA fingerprint é feito da seguinte forma: 1. Obtenção de fragmentos da molécula de DNA, colocando em recipientes amostras de DNA e enzimas de restrição, que a fragmentam nas respetivas zonas de restrição; 2. Os fragmentos obtidos são colocados num meio apropriado (por exemplo gel) e quando submetidos a um campo elétrico, deslocam-se até à extremidade oposta de onde foram inseridos, a velocidades diferentes, consoante o tamanho e “peso” do fragmento; 3. Ao fim de algum tempo, os fragmentos localizam-se em diferentes secções do gel, permitindo identificar um indivíduo pelo padrão obtido por eletroforese. Técnica Aplicações Investigação fundamental – torna possível isolar genes de organismos complexos e estudar as suas funções a nível molecular Obtenção de organismos geneticamente modificados (OGM) – organismos em cujo genoma foram introduzidos genes que conferem DNA características vantajosas. São usados: Recombinante -na produção de alimentos em maior quantidade e qualidade; (rDNA) -na produção de grandes quantidades de substancias com aplicação médica ou farmacêutica; -na com aplicação industrial; -biorremediação. DNA Complementar Obtenção de cópias de genes que codificam produtos com interesse. (cDNA) Polimerização por reação em Obtenção de grandes quantidades de DNA em pouco tempo. cadeia (PCR) -Investigação criminal, forense e histórica; DNA fingerprint -Determinação de paternidade.