O documento discute os conceitos e princípios do tratamento reabilitacional para amputados, requerendo uma equipe multidisciplinar para recuperar a função e melhorar a qualidade de vida com ou sem prótese. Detalha os níveis de amputação, cuidados pré e pós-operatórios, dor fantasma, protetização e fatores que podem limitar o uso de prótese.
1. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Reabilitação de Amputados
Conceitos e Princípios de Tratamento Reabilitacional
2. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Amputações
Necessitam para sua reabilitação de uma equipe multidisciplinar
Não consiste somente na protetização
Arte de auxiliar o indivíduo amputado a satisfazer suas necessidades
A prótese deve estar inserida no meio de vida do paciente
3. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Etiologia
Adquiridas ou Congênitas
Superior - trauma - 75 % entre homens de 15-45 anos
Inferior - vasculares/diabetes (75%)
trauma (20%)
tumores (5%)
Em crianças a causa mais comum são os tumores
4. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
A Cirurgia
Não encarar como fracasso terapêutico
Ser realizada por especialistas
Deve criar condições para o surgimento de um novo membro
Atenção cuidadosa deve ser dada ao nível de amputação
5. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Avaliação e Tratamento
pré operatória: avaliar condição corporal, educação do paciente,
discussão do nível, planos
cirurgia: manejo adequado de todas estruturas
pós cirúrgica: dor, curativo, apoio emocional
6. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Avaliação e Tratamento
pré protética: moldar, ganho força
prescrição: consenso da equipe
treinamento: usar prótese
integração na comunidade
7. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Avaliação e Tratamento
Reabilitação vocacional
Acompanhamento: suporte protético, funcional, médico, e
emocional
8. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Reabilitação de amputados
Definição
Equipe multidisciplinar
Recuperação funcional
Melhoria da qualidade de vida
COM OU SEM PROTETIZAÇÃO
Reabilitação do
paciente amputado
≠
Reabilitação protética do
paciente amputado
9. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Cuidados pré-operatórios
Avaliação do estado físico e das
habilidades
Força muscular
Amplitude de movimento
Marcha
Presença ou não das
deformidades
Avaliação do membro
contralateral
Esclarecimento sobre
programa de reabilitação
Prevenção de imobilismo,
escaras
Fisioterapia
Conscientização sobre a
necessidade da cirurgia
10. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Níveis de amputação (MMII)
Potencial de reabilitação
Níveis
Artelhos
Ressecção de raios
Transmetatarsianas
Syme
Transtibial
Desarticulação do joelho
Transfemoral
Desarticulação do quadril
Hemipelvectomia
11. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Amputação dos artelhos
Hálux
Encurtamento do passo pela
déficit de impulsão final
Segundo artelho
Tendência a hálux valgo
14. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Transmetatarsal de Lisfranc
Não funcional
Ação de dorsiflexores
Luxação póstero-superior do calcâneo
Eqüinismo do coto
Descarga de peso corporal numa área pouco
recoberta de partes moles
Úlceras de pressão
15. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Mediotarsal ou Talotarsal de Chopart
Protetização precária
Complicação: deformidade em
eqüino por instabilidade da
articulação calcâneo-talar
Para evitar:
Reinserção dos flexores
dorsais na face anterior do
calcâneo
Artrodese subtalar e
tibiotársica com tornozelo em
neutro
16. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Boyd e Pirogoff
Variação do Chopart
Retirada do tálus
Artrodese do calcâneo na tíbia
Válidos na situação onde não
há presença do protético
Boyd
Calcâneo em posição horizontal
Pirogoff
Calcâneo em posição vertical
17. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Desarticulação do tornozelo - Syme
Remoção de todo o pé (a nível
subcondral da tíbia) e dos
maléolos
Técnica original
remoção da cartilagem
articular da tíbia
Maior estabilidade do retalho
plantar
Técnica variante (em 2
tempos)
Tendência de luxação do
retalho por não remover a
cartilagem
Cosmética da prótese é pobre
18. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Transtibial
Sucesso de protetização de 75
a 90% nos idosos
Nível ideal
Transição musculotendínea do
gastrocnêmio até a
tuberosidade anterior da tíbia
19. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Desarticulação do joelho
Manutenção de equilíbrio
entre flexores e extensores,
adutores e abdutores do
quadril
Descarga terminal do peso no
coto
Marcha de boa qualidade
20. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Transfemoral
Nível ideal
Até 8cm abaixo do trocânter
menor
10cm acima do joelho
Classificação (Krusen)
Longa acima do joelho:
preserva 55 a 75% do
comprimento do fêmur
Média: preserva 35 a 55% do
comprimento do fêmur
Curta: preserva < 35% de
comprimento do fêmur
22. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Desarticulação do quadril
Protetização difícil nos idosos
Complexidade do aparelho
Gasto energético
Velocidade de marcha menor
que com muleta apenas
Ausência de estruturas
músculo-esqueléticas para
mobilizar a prótese
23. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Hemipelvectomia
Semelhante a desarticulação
do quadril
Apoio no gradeado costal
Pode apresentar dificuldades
para sentar-se
85% dos casos abandonam o
uso da prótese
24. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Cuidados pós operatórios
PO imediato
Prevenção de contraturas e
posições viciosas
Garantir rápida cicatrização
Analgesia
Processo de aceitação
(psicologia)
Recondicionamento cardiovascular
Manutenção da ADM
Manutenção / ganho da Força Muscular
Recuperação do ortostastismo
Marcha (quando possível) com meios auxiliares
Protetização quando possível
25. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Treino de AVDs e AVPS
Pacientes realizam atividades de vida
diária vestuário, alimentação,
higiene e etc
26. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Enfaixamento
Objetivo
Redução do edema pós-
operatório
Conificação / maturação do
coto
Estimulação tátil do coto
Iniciar após a retirada do
dreno
Distal para proximal
27. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Controle de edema
Elevação do membro (pé da
cama)
Enfaixamento
Estabilização da massa
muscular
Maturação mais rápida do
coto
Melhora da drenagem
Aumento da circulação
local
Incentivo ao paciente para
percepção e assimilação do
membro residual
28. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Cuidados com membro contralateral
Prescrição de calçado especial
Sem costura interna
Revestimento com plastazone
Hiperprofundos
29. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Sensação fantasma
Ocorrência normal e esperada após amputação
Sensação de presença da parte do membro amputado
Auxilia processo de protetização
30. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Dessensibilização do coto
Crioterapia
Eletro estimulação
transcutânea
ultrassom
Massoterapia local
31. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Dor fantasma
Sensação de queimação,
esmagamento, facada na parte
de extremidade que foi
amputada
Perda de influência inibitória
normalmente iniciadas através
dos impulsos aferentes do
membro e suas conexões
centrais associadas
Manifestação mais intensa
quando paciente já sofria de
dor no membro afetado
mesmo antes da amputação
32. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Dor fantasma
Tratamento
Exercícios de ADM,
relaxamento, massagem no
coto;
Medicamentosa: tricíclicos,
gabapentina.
Infiltração anestésica na raiz
nervosa periférica dorsal;
Estimulação elétrica (TENS);
Calor ou frio local.
Diagnóstico diferencial
Dor neuropática
Carbamazepina
Infiltração anestésica +
esteróide local
34. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Metas de ganho funcional
Aceitação ou rejeição da
prótese
Estética, imagem corporal
Prognóstico de grau de
independência
Vantagens de desvantagens do
uso de prótese
Fator econômico e financeiro
Aspecto vocacional
35. I.S.C.M.S.P. Serviço de Reabilitação
Fatores limitantes para protetização
Alteração cardiorrespiratória / comorbidades
Alteração cognitiva
Alteração sensorial
Proeminência óssea
Aderência da pele ao osso
Excesso de partes moles
Dor
&lt;number&gt;
Ex: flexão irredudível &gt; 15° de quadril inviailiza a protetização de amputação &gt;= joelho
Hálux: encurtamento do passo pela ausência da ação do Mm flexor longo do hálux impulsão final do corpo na fase de desprendimento do pé
Não interferem significativamente na deambulação
&lt;number&gt;
Ainda permite o uso de calçado normal com palmilha de preenchimento
Perda do final da fase de apoio durante a marcha sobre o lado amputado
Quando antepé desprende do chão, impulsionados pelos Mm flexores plantares
Transmetatarsiana parcial com preservação de 1o meta e hálux, protetizado com palminha e calçado.
&lt;number&gt;
Coto excessivamente curto, dificultando a adaptação de calçado convencional
&lt;number&gt;
Neste nível de amputação é mantido a inserção do sóleo, flexor plantar, mas perde todos demais Mm que agem no equilíbrio do tornozelo, podendo levar a luxação póstero-superior do calcâneo
Sobra apenas calcâneo e tálus
Protetização precária pela ausência de espaço para adaptação de um pé mecânico
Nestas manipulações correm risco de necrose tecidual, uma vez que o tecido abordado já é isquemiado.
Nestes níveis perdem-se todos os mecanismos músculo-articulares do pé
Válidos na ausência de protético, pois pcte consegue descarregar todo o peso do seu corpo sobre o coto, permitindo deambulação precária sem prótese
Trata-se de nível mais distal possível a permitir adaptação a um pé protético com boa resposta funcional: a diferença de comprimento entre os membros é suficiente p/ adaptação
Transição musculotendínea do gastrocnêmio até a tuberosidade anterior da tíbia: local de inserção do tendão patelar – corresponde a junção de 1/3 médica e 1/3 superior da tíbia
Quando muito distal: gera extremidade frágil, pouco vascularizada com pouca cobertura dos ossos pela ausência de revestimento muscular
Quando acima da tuberosidade anterior da tíbia: perde-se a função do joelho – portanto, não se justifica funcionalmente a preservação de qualquer fragmento ósseo da tíbia ou da fíbula (apenas contribui p/ comprometer a protetização)
Manutenção do equilíbrio Mm faz com que não haja retrações em flexão e abdução do quadril, como ocorre na amputação da coxa
Antigamente, era evitado pois a confecção de prótese convencional p/ desrticulação do joelho era difícil. Hoje, é possível protetizar de forma adequada com as modulares.
Cotos distais longos agem como se fossem desrticulação do joelho em termos biomecânicos
Cotos médios e curtos: perda da inserção do IQT (responsável pela extensão da coxa) e a manutenção integral das inserções dos flexores da coxa, faz com que tenha um desequilíbrio muscular favorecendo Mm flexores; a perda das inserções musculares mais distais do adutor magno faz com que favoreça a posição de abdução
Trocânter menor: ponto de inserção do MM iliopsoas
Acima deste nível não é possível a adaptação de encaixe transfemoral – solução protética seria semelhante a da desarticulação do quadril
Em termo de independência funcioanl, este nível apresenta maior dificuldade em vestir a prótese
Amputação supracondiliana longa faz com que o membro protetizado seja mais longa que o lado não amputado – pois é necesário quase 7 cm p/ mecanismo internonda articulação de joelho
&lt;number&gt;
Em geral (idealmente) o coto estaria preparado p/ protetização em 8 a 10 sem após cirurgia
Para edema, elevar o decúbito do MMII e não com travesseiros
Estimulação tátil: diminui sensação fantasma
Deve ter cuidado quando há alteração da sensibilidade
Meias elásticas específicas pode substituir o enfaixamento
Enfaixamento deve ser mantido o tempo todo
&lt;number&gt;
Paciente é treinado p/ controlar os Mm do coto enquanto tenta movimentar o membro fantasma (daí a importância da sensação fantasma)
&lt;number&gt;
Nos pacientes portadores de DM e vasculopatias que culminaram em amputação
Hiperprofundos p/ adaptar o pé à palmilha moldada no formato do próprio pé
&lt;number&gt;
Pode estar acompanhada de sensação de formigamento não desagradável
Membros que já estavam anestesiados antes da cirurgia geralmente não deixam sensação fantasma
Tende a diminuir com o tempo
Auxilia na fase de adaptação a prótese