O documento discute a pesquisa de moda como um processo sistemático para o desenvolvimento de produtos e coleções. Apresenta diversas etapas da pesquisa como cultura empresarial, público-alvo, tendências, concorrência e recursos como sites, revistas, feiras e viagens que podem ser utilizados pelo designer. O objetivo é antecipar informações e tendências para criar produtos comercialmente viáveis.
1. FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI ANTOINE SKAF
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÃO
PESQUISA DE MODA
PROCESSO SISTÊMICO E INOVAÇÃO
PROF. ODAIR TUONO
2. PESQUISA E INOVAÇÃO
Uma pesquisa ou investigação, é um
processo sistemático para a constru-ção
do conhecimento, podendo de-senvolver,
colaborar, reproduzir, refu-tar,
ampliar, detalhar, atualizar, algum
conhecimento pré-existente.
A pesquisa como atividade regular
também pode ser definida como o
conjunto de atividades orientadas e
planejadas pela busca de um conheci-mento.
Tipos de pesquisa: bibliográfica, des-critiva,
laboratorial, empírica, de cam-po,
acadêmica, científica, de humani-dades,
artística, econômica, social, de
negócios, de marketing, estatística.
3. PESQUISA DE MODA
A pesquisa de moda pode apresentar
uma serie de variações conforme a
empresa, o publico alvo ou produto,
no entanto existem alguns passos ou
etapas que podem ser explorados pa-ra
um estudo eficiente.
Nesta fase o planejamento é funda-mental,
aonde estabelecer metas e
prazos realistas garantem um trabalho
mais aprimorado.
Enfim o designer é um agente do pro-cesso
que deve sensibilizar todos os
colaboradores da importância de um
produto com excelência, buscando o
comprometimento da empresas e
seus parceiros.
I. Sherlock Holmes, Basil Rathbone.
5. PESQUISA DE MODA
A pesquisa no setor de moda permite
que o designer possa compilar infor-mações
para o desenvolvimento de
um produto ou coleção, conforme o
escopo do estudo, pode envolver al-gumas
etapas:
• Cultura Empresarial
• Publico Alvo
• Produto
• Tendências
• Comercialidade
• Concorrência de Mercado
O conjunto de elementos verificado
pela pesquisa estabelece a evolução
do design de produto.
6. CULTURA EMPRESARIAL
Toda empresa visa lucro em suas opera-ções,
o produto que tem receptividade no
mercado garante esta necessidade, mas
não para sempre, empresas conhecidas
sem um gerenciamento adequado deixa-ram
de existir no mercado.
Desenvolver uma marca, um mix de pro-dutos,
manter a fidelidade de clientes e
colaboradores, investir em tecnologia e
formação de pessoas podem garantir um
negocio crescente e rentável.
As ferramentas de marketing e estudo de
mercado podem ajudar, observando ca-ses
de sucesso temos exemplos que
podem se adaptar a gestão da empresa.
I. Lucro Imediato ou Longevidade, s.r.
7. PUBLICO ALVO
Todo produto é destinado a alguém, um
nicho de mercado, reconhecer as carac-terísticas
deste publico ajudam a encon-trar
respostas ou estímulos em relação
aos produtos desenvolvidos pela em-presa.
Valem dois pontos:
• Lifestyle – qual é o estilo de vida da
pessoa, seus hábitos, suas escolhas,
seu cotidiano e circulo social.
• Mindstyle – como a pessoa elabora
seus valores, seus conceitos, sua reli-gião,
sua visão de sociedade e mundo.
Alguns públicos são tradicionais mudan-do
suas características lentamente, em-quanto
outros “acordam” a cada dia
com novos desejos.
I. Pessoas x Produtos, s.r.
8. PUBLICO ALVO
Realizando pesquisa de campo o desig-ner
pode observar o comportamento de
seu publico alvo.
Parques, shoppings, restaurantes, livra-rias,
teatro, cinema, espetáculos, com-petições,
casas noturnas, clubes, esco-las,
igrejas, enfim todo o local que as
pessoas possam se reunir ordem de afi-nidades.
Reconhecer características em comum
e aspectos criativos em particular do
grupo representam formas de compor e
inovar o produto a partir do próprio con-sumidor.
Existem também empresas especializa-das
em pesquisa de campo para reali-zar
esta tarefa.
I. Party, startups.co.uk.
9. PRODUTO
As empresas podem definir sua voca-ção
por segmento de mercado, desen-volver
produtos que transformam se em
referencia na mente do consumidor.
Jeanswear, sportswear, camisaria, lin-gerie,
customização, peças sob medida,
qual a especialização de seu produto?
Design e inovação agregados a um pro-duto
consolidado são vantagens compe-titivas
de mercado.
Reavaliar constantemente estes fatores
ajudam no posicionamento da empresa
e definem as necessidades de mudan-ças
ou adaptação perante novas reali-dades.
I. Jeans – um ícone em evolução.
10. TENDÊNCIAS
A pesquisa de moda envolve uma ante-cipação
de informações que serão utiliza-das
para melhoria de produto e desenvol-vimento
de coleção.
O designer deve pesquisar:
• conceitos, temas e idéias inovadoras
• cores, estampas e padronagens
• tecidos, beneficiamentos e acabamentos
• formas, modelagens e detalhes
• aviamentos, elementos decorativos
• novos métodos e tecnologias
• novos fornecedores, parceiros
A empresa não pode nortear se pela vitri-na
dos concorrentes ou temas de revistas
nacionais.
I. Painel de cores, s.r.
11. PESQUISA DE MODA
Cada profissional desenvolve sua forma
de pesquisa em função das necessidades
de sua empresa.
O designer de moda não deve ser confun-dido
como um artista, no entanto ele exer-ce
uma função criativa para desenvolver
produtos vendáveis.
Revistas especializadas e internet são um
grande apoio na fase da pesquisa, mas
não devem ser considerados como os úni-cos
recursos que um designer necessitar
para seu trabalho.
A empresa e o designer podem chegar a
um acordo sobre os elementos necessá-rios
para o desenvolvimento de uma cole-ção.
I. Espaço criativo, s.r.
12. PESQUISA DE MODA
No ato da pesquisa o designer pode valer
se dos seguintes recursos:
• Sites especializados
• Revistas especializadas
• Viagens ao exterior
• Feiras do segmento
• Movimentos artísticos
• Aspectos históricos e culturais
• Antiquários, brechós e bazares
Os itens citados não formam uma receita
pronta e sim ingredientes que o designer
utiliza segundo sua sensibilidade.
Quanto maior o repertorio de pesquisa,
maiores serão as possibilidades criativas
com relação ao produto.
I. Fashion Report, Trend.
13. SITES ESPECIALIZADOS
Os sites oferecem informação em tempo
recorde: macrotendências, desfiles, vitri-nas,
trendreports, o mundo virtual acelera
o real. Alguns exemplos:
• apparelsearch.com
• fashiontrendsetter.com
• milouket.tv
• pantone.com
• style.com
• trendstop.com
• usefashion
• wgsn.com
Cada site oferece uma gama de informa-ções
conforme o tipo de acesso.
I. Stellar Collection, Jake Phipps.
14. CADERNO DE TENDÊNCIAS
Os caderno de tendências fazem uma
abordagem sobre os conceitos criativos
baseados em informações emergentes da
sociedade. Alguns exemplos:
• Andrea Dall’Olio
• Carlin
• Colour and Trends
• Nelly Rodi
• Pecler
• Promostyl
• SENAI Mix Design
• NOSSO Criativação / Tecnovação
• +B Inspiração
Cada material representa um caleidoscó-pio
de informações a serem decifradas
pelo designer.
I. La Tendance D’un Nouveau Genre.
15. REVISTAS ESPECIALIZADAS
As revistas que apresentam desfiles inter-nacionais,
em função da internet, estão
em desvantagem, priorizar as que anteci-pam
tendências globais são mais adequa-das
para pesquisa de moda. Tais como:
• Bloom Magazine
• Close-Up Fashion Textile
• Collezioni Trends
• Crash British Magazine
• View 2
• WeAr Magazine
• Zoom On Fashion Trends
Temas e conteúdos de inspiração podem
ser extraídos destas edições.
I. Doswell McLean, Bloom Magazine 11
16. VIAGENS AO EXTERIOR
Viajar é preciso!... Algumas empresas ofe-recem
a possibilidade do designer realizar
viagens de pesquisa. Pesquisar o local
adequado para a viagem é o primeiro pas-so.
Definir um roteiro para que a viagem seja
aproveitada da melhor maneira possível,
conhecer novas marcas, visitar espaços
dedicado a moda, arte e design que pos-sam
influenciar em seu trabalho.
Fotografar o que for possível de forma éti-ca
para sua inspiração, trazer peças com
modelagens ou detalhes diferenciados.
Se não houver disponibilidade de viajar,
procure lugares diferentes que estimulem
sua criatividade.
I. Londres, paraíso underground.
17. FEIRAS DO SEGMENTO
As feiras do segmento apresentam inova-ções
em fios, tecidos, aviamentos, benefi-ciamento,
acabamento, máquinas, progra-mas
de gestão.
Estar atento ao calendário de eventos é
importante para participação do profissio-nal,
além de novos conhecimentos e con-tatos,
ampliar o networking é fundamental
para futuros negócios da empresa ou de
âmbito do designer.
No Brasil temos feiras e eventos da maté-ria
prima ao produto acabado, além das
grandes feiras internacionais que consoli-dam
representantes de todo mundo.
A informação é o bem mais útil e ao mes-mo
tempo efêmero quando não é utilizada
da maneira correta.
I. Paris, cidade luz, s.r.
18. MOVIMENTOS ARTÍSTICOS
A pesquisa de moda pode utilizar proces-sos
artísticos e estéticos para o desenvol-vimento
de produtos.
Artes visuais, fotografia, cinema, teatro,
música, dança, arquitetura, literatura entre
outros podem ser meios de inspiração
que podem ser adequados ao vestuário.
O processo deve evidenciar a participa-ção
do artista no processo ou como fonte
de inspiração, atenção aos direitos auto-rais
do criador.
Estar em sintonia com a linguagem audio-visual
de seu publico é fundamental para
compreender os desejos oriundos desta
relação.
I. Banksy, U.K.
19. ASPECTOS HISTÓRICOS E CULTURAIS
A moda tem o poder de absorver diversos
tipos de informação como fonte de inspi-ração,
tais como características históricas,
sociais, culturais, étnicas, religiosas, enfim
uma forma de se conectar com um publi-co
ou despertar interesse em outro.
Apropriar se deste conteúdo requer so-briedade
e respeito em relação ao fato de
inspiração, deve se manejar bem a cria-ção
para que tenha o efeito desejado.
Humor, exotismo, sobriedade, descontra-ção,
austeridade são alguns códigos que
a forma de vestir pode revelar.
Fontes literárias podem ser bons aliados a
este tipo de pesquisa, textos e imagens
podem instigar a criação.
I. Tribo Africana, s.r.
20. ANTIQUÁRIOS, BRECHÓS E BAZARES
Um porcelana inglesa, um vaso chinês,
um abajur Art Deco, um uniforme do anos
40 ou um vestido dos anos 60 podem ser-vir
de inspiração para um novo produto.
Lojas de antiguidades, sebos, brechós de
bairro, feiras de troca, bazares podem ser
um grande garimpo para ideia inovadoras.
Resgatar por meio da forma, textura, pa-drão,
cor, elementos adaptáveis ao ves-tuário,
apropriar se de produtos, objetos e
materiais esquecidos, mas ricos nestas in-formações.
Muitas vezes nos lugares mais simples
encontramos grandes fontes de inspira-ção
que carregam a memoria do tempo
em sua universalidade.
I. Jogo de porcelana, s.r.
21. COMERCIALIDADE
Qual a receptividade de um produto ou
coleção em relação ao mercado?
O processo comercial é uma fonte de re-flexão
sobre a vida dos produtos, o com-portamento
do consumidor, sendo que a
confiabilidade destas informações permi-tem
os ajustes necessários ao sucesso
de vendas.
Compartilhar de forma integra o proces-so
comercial permite observar os pontos
de melhoria evitando prejuízos financei-ros,
estoques desnecessários e perdas
em função da não aceitação do produto.
O feedback continuo deve ser encarado
de forma saudável para o crescimento e
assertividade da área de produto.
I. Barter, s.r.
22. CONCORRÊNCIA
Não existe um produto ou serviço que
não conheça concorrência no mercado,
mesmo o sucesso do ineditismo gera o
fator de competição.
Estar atento ao movimentos do “inimigo”
são grandes armas na luta pela sobrevi-vência
no mundo da moda. O designer
deve valer se de um olhar de 360º, pois
nada pode ser desprezado.
Marcas de sucesso, competidores em
igualdade e marcas debutantes, todos
merecem o mesmo cuida e acompanha-mento
para não sermos encontrados
desarmados na selva do consumo.
Manter se fiel a identidade de uma mar-ca
ou produto revelam uma vantagem
competitiva.
I. Equitação, s.r.
24. PESQUISA DE MODA
O designer deve ter uma curiosidade
aguçada, além de um desejo por me-lhoria
nunca satisfeito em seu trabalho
por ser cíclico e continuo.
Quais os atributos que uma marca,
produto ou coleção tem há oferecer
para seduzir o mercado?...
Exclusividade, design, qualidade, pre-ço,
prestígio, conforto. Qual é o segre-do?
O estilo que se reinventa e perdura
através do tempo cristaliza se na me-mória
do consumidor por gerações.
Aqueles que descobriram a formula
chegaram ao final do arco-íris.
I. Life balance, Darren Hardy.
25. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FEGHALI, Marta K. As Engrenagens da Moda. Rio de Janeiro: SENAC, 2001
FRINGS, Gini S. Moda do Conceito ao Consumidor. Porto Alegre: Bookman, 2012.
JONES, Sue J. Fashion Design – Manual do Estilista. São Paulo: Cosac Naify,
2005.
MATTAR, Fauze N. e SANTOS, Dilson G. Gerência de Produtos – Como tornar
seu produto um sucesso. São Paulo: Atlas, 1999.
MATHARU, Gurmit. O que é Design de Moda? Porto Alegre: Bookman, 2011.
SEIVEWRIGHT, Simon. Pesquisa e Design. Porto Alegre: Bookman, 2009.
SORGER, Richard e UDALE, Jenny. Fundamentos de Design de Moda. Porto
Alegre: Bookman, 2009.
TREPTOW, Doris. Inventando Moda: Planejamento de Coleção. São Paulo:
Treptow, 2013.