1. MUNDO NÁUTICO: SALÃO DE GÊNOVA, TRAMPOLIM INTERNACIONAL
97 71980 979037
ISSN 1980-9794
00042
R$ 15,90 - Ano 08 - n° 42 - 2013 - www.perfilnautico.com.br
IR PARA O MAR
VELA E
MOTOR
PERFIL
SESSA MARINE/ intech boating
Diferentes propostas
para mesmo propósito
e mais, NA SEÇÃO PERFIL, NOVIDADES E LANÇAMENTOS:
Sea-Doo
FS 230
Phoenix Limited
Intermarine 75
2.
3. O Nordeste Motor Show 2014
é o maior evento do setor na
Região, e reúne a Emoção e
a Velocidade de
O MAIOR SALÃO DE
VEÍCULOS DO NORDESTE.
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10 13
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4.
5. Editorial
Emoção à flor da pele
É
CONSELHO DIRETOR
Aldo Alfredo Malucelli aldo@grupocanal.com.br
Carlos Alberto Gomes carlos@grupocanal.com.br
José “Juca“ Kolling jose.juca@grupocanal.com.br
Luiz Alfredo Malucelli luiz@grupocanal.com.br
ViVa seu sonho
DEPTO. DE JORNALISMO
EDITOR E JORNALISTA RESPONSÁVEL Marcelo Fabiani (Buda)
marcelo.buda@grupocanal.com.br
formidável voltar no tempo e lembrar como tudo começou,
da trajetória percorrida, momentos de pura felicidade.
Mas, despedidas não são alegres. São como arremates
de uma história, o ponto final de um capítulo.
As amarras estão soltas, as velas içadas, o vento a favor.
Como recusar convites para novas e inéditas aventuras? Assim me
despeço de você, leitor, para navegar por outros mares. Depois de
30 edições na função de editor, a Perfil Náutico número 42 é a minha
última cumprindo esse papel. Por isso, antes de comentar sobre os temas
abordados nessa edição, quero agradecer a todos, sem exceção, que
participaram comigo desse projeto.
Com o coração apertado, vamos ao conteúdo da Perfil Náutico n° 42.
A reportagem de capa une duas paixões em um mesmo tema: barcos
EDIÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO
REVISÃO
DRT-PR / 6633
Grupo CANAL
(Leonardo Malucelli)
João Batista Ribeiro
COLABORAM NESSA EDIÇÃO
Aline Bassi, Alisson Diniz, Amanda Kasecker, Carolina Schrappe,
Christina Amorim, Felipe Caire, Guilherme Aquino, Jorge Nasseh,
Kadu Pinheiro, Leo Suzuki, Luiz Alfredo Malucelli,
Philip Conolly, Rafaella Malucelli.
IMPRESSÃO E ACABAMENTO
Gráfica Monalisa
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FC Comercial Distribuidora Ltda.
CENTRAL DE PUBLICIDADE
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JOSÉ “JUCA” KOLLING jose.juca@grupocanal.com.br
a vela e barcos a motor. Não pretendemos fazer comparações entre as
duas categorias, diferentes sim, mas sempre com o mesmo propósito:
ir para o mar. Destacamos características para que você possa analisar
qual é o seu perfil e qual modelo se enquadra melhor em
suas necessidades e desejos.
O mundo náutico abre um leque de horizontes. Sete velejadores,
Cruiser 36
sete amigos, trazem-nos as experiências vividas em um charter pela
Polinésia Francesa, nosso correspondente na Europa revela as novidades
direto de Gênova, nossos mergulhadores voltaram de Cuba contando
histórias incríveis, e nossos turistas de aventura contam o que há de bom
Originalidade, conforto na navegação e
em Cancún. Já no Brasil, fomos conhecer um hotel marina em Fortaleza,
deles, verdadeiras obras de arte que continuarão a fazer parte do meu
imaginário. Fomos para Orlando, conhecer a nova linha Spark de motos
de lanchas — seis no total. A Intermarine apresenta suas opções de
personalização do modelo 75 e a Sessa Marine Brasil, agora oficialmente
incorporada a Intech Boating, revela seus planos no país.
Viajar, mergulhar, velejar, navegar... Cada experiência dessas é capaz
de nos levar bem pertinho do paraíso. O bom da vida é viver, seguir em
frente, e se emocionar.
características da Sessa C36, que traz em
seu layout um inteligente conceito modular,
onde através da utilização de uma parede
aquáticas da Sea-Doo. O estaleiro FS Yachts ganha destaque com seus
modelos 230 e 305. O estaleiro Phoenix apresenta a sua nova linha
alto desempenho, essas são algumas das
Revista Perfil Náutico
Rádio Mix Curitiba - 91,3 MHz
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Revista Perfil Náutico, ano 8, no 42, é uma publicação
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Marcelo Buda
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Linha Yacht C68 - C54 - FLY54 - FLY47 - FLY42 - C44 | Linha cruiser C40 - C36 | Linha KeY LarGo KL36 - KL28 Sole - KL27
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um lugar perfeito para você e para seu barco.
6. Índice
CANAL
12
56
58
120
LEITOR
construtor
náutico
pesca esportiva
MUNDO NÁUTICO
22 Velejando pela Polinésia
Francesa
Sete velejadores, sete amigos
CAPA
40
Vela e motor
Diferentes propostas
para mesmo propósito
PERFIL
30 Salão de Gênova
Desfile de mil embarcações, com uma
centena de novidades
NESTA EDIÇÃO
14
NEWS
Novidades do segmento náutico
66
Sea-Doo
76
FS Yachts
84
Phoenix Boats
94
Intermarine 75
104
Sessa Marine Brasil
112 Hotel Marina
Nova linha Spark, leve e colorida
Processo artesanal alia design
e potência em alto-mar
Em Fortaleza, está o Marina Park Hotel
118 estilo
Personalidade e bom gosto
124 Esporte — Vitão e Vitinho
Pai e filho e a paixão pelo wakeboard
128 esporte — Marcos Ferrari
Seis novas lanchas lançadas
em 2013
e Carolina Sylvestre
Dupla de velejadores comemora
boa fase
134 mergulho — cuba
Ilha da Juventude, um paraíso
redescoberto
Oportunidade total
de personalização
142 Turismo — Cancún
Uma experiência maia
148 Planeta Água
Marinas e praias brasileiras com
Bandeira Azul
150 Gourmet
Bacalhau desfiado e batatas ao murro
10 PERFILNÁUTICO
Oficialmente incorporada
à Intech Boating
7. CAPA
BARCOS PERSONALIZADOS
RESIDENCIAL MARINE
Trata-se de uma região
serrana onde, estima-se,
45% do total do município é
ocupado por florestas nativas
e reflorestamentos. Na cidade
existe um grande manancial
composto de rios, ribeirões,
açudes, represas e quedas
d’água, com destaque para
a Represa de Itupararanga,
que proporciona a prática
dos mais diversos tipos de
esportes náuticos. A represa
serve de divisa entre Ibiúna e
os municípios de São Roque,
Votorantim, Piedade e
Mairinque. Estes são elementos
que fazem do Acqua de
Ibiúna um empreendimento
diferenciado.
criando uma
experiência única
os tErrEnos
DisPonibilizaDos
PoussuEm a Partir
DE mil mEtros
quaDraDos, E boa
PartE DElEs tEm vista
Para a rEPrEsa
Ambientes náuticos PoDem iR muito Além DAs tRADicionAis
listRAs Azuis e bRAncAs, âncoRAs e nós De coRDA.
conceitos, Designs e AcessóRios inovAm A cADA Ano, e A
DecoRAção extRemAmente conseRvADoRA já não é mAis o cAso.
Pelo menos quAnDo esse Ambiente flutuA PelA águA
CONDOMÍNIO
ACQUA DE
IBIÚNA
Por Marcelo Buda
118
40
PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
41
O visual de um barco por si só já é interessante. Dá asas a nossa
imaginação e nos faz esquecer dos problemas do dia a dia. Estar no mar
é um dos maiores prazeres da vida, navegar por destinos paradisíacos
é o melhor calmante que um ser humano pode ter. A imagem de um barco
personalizado então é como se fosse a visão dos sonhos. Estou longe de
ter um barco como os abordados na matéria, mas dali posso tirar ideias
para deixar o meu mais agradável do que já é.
Roberto Amorim
Corajoso o rapaz do veleiro
Mistralis, que mesmo com
o dedo quebrado decidiu seguir
viagem e realizar o seu sonho.
Sem dúvida deve ter sido uma
aventura incrível. Não é para
qualquer um, tem que gostar
muito do mar e do barco.
Ernesto Prinda
MUNDO NÁUTICO
VELEIRO MISTRALIS
DESAFIO
CABO HORN
Felipe Caire e o veleiro Mistralis
enFrentaM o Mito e FazeM as pazes
CoM o Cabo Mais teMido do Mundo
Felipe Caire, Marcio Majella, Gabriel Sanches e Jaime Guimarães
Por Felipe aristides caire
P
ara quem não
conhece, cruzar o
Cabo Horn é uma
tarefa tão difícil
quanto escalar
o Everest. É o ponto mais
austral de nosso continente e
serve como marco divisor das
águas dos Oceanos Atlântico
e Pacífico. Um ponto temido
por todos os velejadores, que
representa perigo para todo tipo
de embarcação, até mesmo para
os grandes petroleiros. Ondas de
mais de 15 metros, ventos com
força de furacão e correntezas
indescritíveis tornam este um
desafio para poucos bravos
velejadores.
36
meu último porto seguro: Puerto
Williams. Lá passei o Natal
com meu fiel proeiro Marcio
Majella e resolvemos que iríamos
comemorar nosso réveillon nas
geleiras dos canais chilenos. O
final do ano estava sendo um
dos melhores momentos de
toda a viagem, até que na tarde
do dia 31 de dezembro, em um
acidente quase perco o polegar
direito que ficou esmagado na
corrente da âncora ao realizar
No dia 16 de agosto de 2012,
larguei as amarras de meu porto
seguro no Rio de Janeiro em busca
de um sonho que nasceu aos 17
anos, quando decidi que iria viver
minha vida do mar e para o mar.
Foram anos de muita dedicação,
planejamento, sacrifícios,
determinação e força de vontade
para que o sonho pudesse ser
realizado. O conforto das quentes
águas brasileiras ficou para trás
em busca do frio, do gelo, da
solidão e dos fortes ventos do
extremo sul.
Saindo do Rio de Janeiro, eu e
o Mistralis, fizemos ao longo
da costa diversas travessias nas
uma manobra de emergência.
Fui resgatado pelo helicóptero
dos carabineros (bombeiros)
chilenos, e esperei cerca de
20 horas uma transferência
de avião até a cidade de Punta
Arenas, onde fui operado no
dia 1° de janeiro. Sofri uma
fratura exposta e esmagamento
da falange, fraturada em seis
pedaços e recomposta por um
parafuso que agora une todos os
fragmentos. Mesmo depois que o
cirurgião foi incisivo em dizer
que seriam necessários no
mínimo 30 dias de repouso
e que se lançar ao mar seria
uma loucura com um risco
considerável de infecção, no
dia 5 de janeiro, eu e meus
alunos seguimos para o
mar para realizarmos a tão
sonhada aventura. Decidi que
não poderia mais adiar meu
sonho para fechar esse ciclo
de 20 anos. Foi maravilhoso
ter conseguido vencer e me
tornar amigo do meu maior
desafio. Amigo, pois fiz as
pazes com meu mito, estou
em paz comigo mesmo. Eu
e o Mistralis conseguimos
conquistar o Cabo Horn,
o mais temido do mundo.
Saímos vitoriosos.
Larguei as
amarras em busca
de um sonho que
nasceu aos 17
anos de idade
quais levamos nossos alunos para
vivenciarem um pouco dessas
maravilhas e sensações de estar
em mar aberto. Foram cinco
meses de muitos obstáculos e
desafios, tanto no mar quanto
em terra firme, até chegar ao
um Ponto temido
Por todos os
veLejadores, que
rePresenta Perigo
Para todo tiPo de
embarcação
PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
37
Legenda legenda
Em IbIúna (SP), um lugar ESPEcIal
Para amantES da naturEza, quE
PodEm uSufruIr dE uma bEla
EStrutura náutIca E um clIma
SEmPrE ProPícIo Em qualquEr
EStação no ano
Por alisson Diniz
I
biúna, na região sudeste do
estado de São Paulo, é um
dos 29 municípios paulistas
considerados “estâncias
turísticas”, por cumprirem
pré-requisitos definidos por
lei estadual. Nesta cidade com
mais de 70 mil habitantes está
localizado o Condomínio Acqua
de Ibiúna, um empreendimento
arrojado e que terá seu lançamento
oficial no final de setembro.
Além dos fatores naturais,
o Condomínio Acqua de
Ibiúna conta com uma gama
grande de itens de lazer. “Há
de se destacar a garagem
náutica equipada com oficina,
abastecimento e demais
compartimentos, tudo isso
com isolamento acústico”,
explica Alberto Nascimento,
um dos sócios e a quem o
terreno pertencia. “Além disso,
o empreendimento tem um
espaço especial dedicado aos
amantes do tênis, com quatro
quadras tradicionais de saibro,
uma de tênis fast e duas de
areia de beach tênis.”
PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
119
O Brasil deveria explorar
melhor seus rios, lagos
e mares. Exemplos como
o do Condomínio Acqua
Ibiúna deveriam ser seguidos.
Precisamos de mais lugares
como esse para ancorar e nos
divertir com tranquilidade e
segurança com nossas famílias.
Andressa B. Canneti
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ILHABELA
SAILING
WEEK
ilhabela
em festa
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Rolex Ilhabela SaIlIng Week Recebe gRandeS nomeS da vela em
comemoRação aoS 40 anoS
Por Rafaella Malucelli
Fotos: Carlo Borlengui
D
ias de sol, ventos
muitas vezes
desafiadores e ondas
que chegaram a dois
metros fizeram o
cenário da maior regata de oceano
da América Latina.Comemorando
40 anos de muita amizade,
dedicação e competitividade, a
Semana de Vela de Ilhabela reuniu
140 barcos entre 6 e 13 de julho
no Yacht Club de Ilhabela.
Velocidade de cruzeiro de 32 nós e máxima de 37 nós
No total foram 1.200 velejadores
divididos entre as classes ORC,
HPE, C30, S40, RGS (A, B, C e
Cruiser), IRC e Star, e o alto nível
das competições atraiu atletas
de diferentes países, como os
vizinhos Argentina e Uruguai,
SERVIÇO
Cruiser Marine Indústria Náutica
SITE: www.cruisermarine.com.br
TELEFONE: (11) 5574 7771
Perfil
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
e os de além-mar Áustria,
Portugal e Grã-Bretanha.Essa é
a primeira vez que uma equipe
inglesa participa do evento. Sob
o comando de Richard Adams,
a tripulação do bicentenário
The Royal Western Yacht Club,
fundado em 1827, em Plymouth,
alugou um HPE25 para conhecer a
classe, atraída pela boa reputação
da vela brasileira. “O nível da
vela do Brasil é muito forte e
fiquei impressionado com o
padrão dos atletas locais”, conta
o comandante inglês. “Sou um
velejador que busca novas opções
no Reino Unido e fiquei sabendo
da maior regata da América
Latina. Decidi, então, fretar um
barco e competir.”
para quem gosta de velocidade e desempenho
COMPRIMENTO TOTAL: 11,89m
LARGURA MÁXIMA: 3,55 m
COMPRIMENTO TOTAL: 11,89 m
BOCA: 3,49 m
BOCA: 3,49 m
Canal do Leitor
CAPA
ALTURA DA LINHA D’ÁGUA: 3,40 m
CALADO COM HÉLICE: 0,87 m
PESO COM MOTORES: 6.250 kg
CAPACIDADE DE PESSOAS: 12
CAPACIDADE DE CARGA: 1.140 kg
planta
Externa
130
LANCHA E VELEIRO
MISTURAM-SE
CAMAS: 4
A ZondA 42 é um projeto inovAdor, criAdo por
AmAntes dA velA e desenvolvido por quem tem grAnde
experiênciA nos processos de produção
PROJETO DO CASCO: Aldo cranchi
Por Rafaella Malucelli
TANQUE DE COMBUSTÍVEL: 570 l
TANQUE DE ÁGUA: 190 l
planta
Interna
PROJETO: centro studi ricerche cranchi
MOTORIZAÇÃO: diesel - volvo penta 2xd4
evc / dp-H (2x260Hp)
80
perFilNÁUTICO
perFilNÁUTICO
81
Sensacional o barco Zonda
42 abordado na matéria.
Eu sempre gostei de veleiros,
por pertencer a uma classe mais
romântica da navegação.
Mas vendo esse barco me deu
até vontade de ter uma lancha.
Essa realmente é impecável.
PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
Ilhabela é mesmo a capital
nacional da vela. É lindo ver
a diversidade de embarcações
que participam da Semana
de Vela. Velejadores de todos
os cantos do Brasil e do mundo
fazem do litoral paulista um
lugar espetacular. Sem falar
de sua potência nas águas.
Um sonho de consumo.
Armindo Sangirve
Sergio Handrus
FALE CONOSCO
Para falar com a Perfil Náutico, mande e-mail para: redacao@perfilnautico.com.br ou canaltecnico@perfilnautico.com.br.
As mensagens devem ser enviadas à redação e à equipe técnica com identificação do autor, endereço e telefone. Em virtude do
espaço disponível, os textos podem ser resumidos ou editados. A revista reserva-se o direito de publicar ou não as colaborações.
12 PERFILNÁUTICO
131
8. News
VENHA
NAVEGAR
Segundo dados da Associação
Brasileira dos Construtores
de Barcos e seus Implementos
(Acobar), o Brasil conta com uma
frota de aproximadamente
70 mil barcos. Por outro lado, são
apenas 46 mil vagas em marinas
regulares. Para dar suporte aos
estaleiros que tenham suas vendas
prejudicadas por conta desse
problema, durante o São Paulo
Boat Show foi lançada a campanha
Venha Navegar, oferecendo vagas
e infraestrutura, gratuitamente
por um mês, para quem comprou
novas embarcações durante
o salão. A parceria foi firmada
com a nova marina da BR Marinas
no Bracuhy, em Angra dos Reis.
Mais informações:
www.acobar.com.br
BOM EXEMPLO LÁ FORA
A D-Marin Marinas Group,
uma empresa do Grupo
Dogus, está rapidamente se
estabelecendo como uma das
maiores redes internacionais
de marinas do mundo.
Com uma rede de dez marinas
localizadas em três países
mediterrâneos que são bem
conhecidos pela beleza de
suas costas – Turquia, Grécia
Uma das maiores redes de marinas do mundo e Croácia –, ligando alguns
FESTIVAL
TEDESCO
A sexta edição do Festival
Náutico da Tedesco aconteceu
no início do mês de setembro em
Balneário Camboriú. Segundo os
organizadores, recebeu um público
de 11 mil pessoas nos três dias de
feira e gerou negócios em torno
de R$ 45 milhões, um acréscimo
de 12,5% em relação à edição do
ano passado. Entre os principais
14 PERFILNÁUTICO
negócios está a venda da maior
embarcação da feira, o luxuoso
iate Manhattan do estaleiro inglês
Sunseeker, de 73 pés. Este ano,
o festival contou com
a participação de 25 expositores,
entre estaleiros nacionais
e internacionais. Ao todo estavam
expostas 47 embarcações de 17 a
73 pés em vagas secas e molhadas.
Além dos iates, serviços náuticos
como financiamentos, seguros,
rastreamento e transmissão via
satélite, som e automação também
tiveram seu espaço no evento.
dos mais prestigiados destinos
navegáveis do mundo no
Mediterrâneo Oriental
e no Mar Adriático, a D-Marin
disponibiliza quase 9 mil vagas
para embarcações de todos
os tamanhos, estabelecendo
novos padrões de serviços
e atendimento exclusivo
aos clientes em uma
infraestrutura invejável.
9. News
o mais
inovador
Quaranta, um catamarã de 110 pés
Na mais recente edição do salão
náutico de Cannes um catamarã de
110 pés chamou a atenção.
Com 33,7 metros de comprimento,
o Quaranta, do estaleiro Curvelle,
recebeu o prêmio de iate mais
inovador no evento realizado em
setembro. Seu grande diferencial
são as suas paredes removíveis,
que permitem a configuração de
até 20 opções diferentes de layout,
de acordo com as necessidades do
proprietário e da tripulação.
O barco foi construído com
materiais de compósitos híbridos
de carbono, por isso é mais leve
e consome menos combustível.
DA EUROPA PARA O BRASIL
Tem planos de ir para a Europa?
Que tal voltar de lá de navio?
Isso é possível com os roteiros da
MSC Cruzeiros Grand Voyages,
que partem do velho continente
rumo ao litoral brasileiro. O MSC
Preziosa, mais novo navio da frota,
realizará um roteiro de 16 noites
rumo ao Brasil, saindo de Gênova
em 10 de novembro, passando por
Barcelona na Espanha, Lisboa em
Portugal, Arrecife de Lanzarote
e Santa Cruz de Tenerife nas Ilhas
Canárias. Ao chegar deste lado
do Atlântico: Salvador e Búzios,
finalizando seu itinerário em
Santos no dia 26 de novembro.
Será quando o MSC Preziosa
estreia em águas brasileiras,
oferecendo cruzeiros de três a oito
noites pelas ilhas tropicais e pelo
nordeste brasileiro.
VOR VOLTA À
CIDADE DO CABO
A Cidade do Cabo substituirá
Recife como a primeira parada
da Volvo Ocean Race 2014-15.
Com a mudança, o Brasil, que
era o país com maior número de
paradas, terá apenas Itajaí, em
Santa Catarina, na regata de volta
ao mundo. Inicialmente, a parada
de Pernambuco estava relacionada
com a participação de uma
16 PERFILNÁUTICO
equipe local para correr a regata.
A situação, porém, não evoluiu
como o esperado. A Cidade do
Cabo é uma rota clássica da Volvo
Ocean Race. Os sul-africanos
participaram de 10 das 12 edições.
O retorno da Cidade do Cabo à rota
significa que a regata vai parar,
mais uma vez, em todos os cinco
continentes.
10. João Pessoa, na Paraíba, teve um
encontro inédito entre os amantes
de motos aquáticas. O Jet Tour,
promovido pela Sea-Doo, reuniu
proprietários de embarcações de
todas as marcas para desbravar
águas doces e salgadas nos
arredores da capital paraibana.
A partida foi da Praia do Jacaré,
em Cabedelo, depois os pilotos
subiram pelo Rio Paraíba, tendo
como plano de fundo o cenário de
igarapés, chegando até o centro de
João Pessoa, na Ponte Varadouro,
que dá acesso ao bairro Bayeux.
Na ocasião, os interessados
puderam também realizar tests
drive e experimentar a sensação
de pilotar as motos aquáticas
da Sea-Doo.
NOVA ZELÂNDIA PARA BRASILEIROS
O departamento de turismo do
governo da Nova Zelândia lançou
a edição brasileira do site
voltado para os turistas,
www.newzealand.com/br,
com informações em português.
A página destaca opções de
destinos e oferece dicas para
montar um roteiro único e
emocionante. O desenvolvimento
da versão brasileira do site faz
parte de uma estratégia para
aproximar o turismo da Nova
Zelândia do mercado brasileiro.
O departamento pretende abrir um
novo escritório em São Paulo para
servir de base para as atividades na
América do Sul.
VANTAGENS E
RESPONSABILIDADES
Silvio Ramos é o primeiro
velejador da América Latina
a receber o título HLR (Honorable
Local Representative),
da CA (Cruising Association),
a associação inglesa de
cruzeiristas. O capitão do Matajusi
é um dos cerca de 4 mil integrantes
da CA, velejadores que contam
com privilegiadas informações
e grandes responsabilidades, como
18 PERFILNÁUTICO
conseguir melhores condições
para cruzeiristas internacionais
em passagem pelo Brasil, divulgar
as boas áreas de cruzeiro pelo
país, negociar com autoridades
facilidades em documentações
de entrada e saída e melhores
condições de importação
de peças de reposição
e localização de prestadores
de serviços.
O velejador Silvio Ramos
Info: (11) 3825-6499
News
JET TOUR NA PARAÍBA
11. Info: (11) 3825-6499
News
ACQUA FEST
EM IBIÚNa
A Perfil Náutico e o condomínio
Acqua Ibiúna promoveram nos
dias 21 e 22 de setembro um
evento náutico para os novos
proprietários do condomínio
na região da Represa
de Itupararanga.
Logo na entrada do
empreendimento os visitantes
puderam conhecer a Ventura 210
Comfort, embarcação que navega
muito bem em águas abrigadas
como as da represa.
O público também pode
comprovar a resistência do
polietileno, material utilizado
na produção da ampla linha da
Smart Pier, com barcos, píer
flutuante, caiaques e pedalinhos.
A empresa Pica Pau Racing levou
20 PERFILNÁUTICO
a moto aquática Sky Kawasaki
Ultra 300 e uma linha de
motocicletas e quadriciclos.
Durante o fim de semana,
o atleta Vitinho fez demonstrações
de wakebord e muitos visitantes
foram embarcados nas lanchas
Malibu, West Port e Pionner para
conhecerem o potencial
de navegação.
O condomínio Acqua Ibiúna
é um empreendimento residencial
que oferece uma vaga náutica
para cada proprietário, o acesso
à represa é muito fácil
e está de acordo com a leis
ambientais.
A Represa de Itupararanga fica
próximo da cidade de São Paulo
na região de Ibiúna.
Em contato com o meio náutico,
o público pôde praticar esporte,
andar de jet e se divertir dentro
das embarcações.
12. MUNDO NÁUTICO
VELEJANDO NA POLINÉSIA FRANCESA
Sete velejadores,
SETE AMIGOS
Para matar a saudade do mar, o destino da equipe foi o Taiti,
num charter dos sonhos pela Polinésia Francesa
S
Por Philip Conolly
omos uma equipe
de sete velejadores,
grandes pescadores do
mar azul e, acima de
tudo, grandes amigos.
Desde 2006 velejamos
juntos e realizamos diversos
charters em Angra dos Reis, Ilhas
Virgens Britânicas, Granada
& Granadinas e Bahamas.
A tripulação é composta por:
André Detoni, Antônio Sérgio
Medeiros, Fabiano Becker, Kleber
22 PERFILNÁUTICO
Almeida Costa Pinto, Philip
Conolly, Ricardo Meneguzzo
e Ubiratan Almeida Rayel.
Nosso último charter no Caribe
foi em 2010 e, por alguns
contratempos, passamos quase
três anos sem velejar. O grande
incentivo para velejar na Polinésia
Francesa veio do nosso parceiro
Ricardo. “Já que não poderemos
velejar nos próximos dois anos,
vamos partir para o Taiti em 2013”,
sugeriu. No início pareceu fora da
nossa realidade, muito longe e muito
cara, mas após pesquisas a ideia
se concretizou. Em janeiro de 2011
decidimos velejar no Taiti e realizar
nosso sonho.
A escolha do catamarã
Já tínhamos decidido que queríamos
um catamarã, veleiro ideal para
charters, espaçoso e com muito
conforto. Fechamos com o Manavai
II, um Leopard 444 da Sunsail, ano
Veleiro: embarcação que faz parte da paisagem da Polinésia Francesa
2012, e optamos pelo contrato sem
tripulação profissional, classificado
internacionalmente como bare boat
ou barco vazio.
O Manavai II tem quatro suítes,
ar-condicionado central em todos
os ambientes, uma ampla sala,
um cockpit espaçoso na popa e,
a grande novidade, outro cockpit
na proa. A integração total de todos
os ambientes, sala, cozinha
e deque no mesmo nível, assegura
a confraternização e o conforto
da tripulação.
O VELEIRO ESCOLHIDO
PARA A AVENTURA
FOI O CATAMARÃ
MANAVAI II, UM
LEOPARD 444 DA
SUNSAIL, ANO 2012
A viagem
Saindo do Brasil, fomos de avião
até Santiago, no Chile. Da capital
chilena mais um voo de quatro
horas e meia até a Ilha de Páscoa
e depois seis horas até Papeete,
a capital do Taiti. Pernoitamos
em Papeete e partimos num voo
regional de 45 minutos para
a Ilha de Raiatea, onde fica a sede
de quatro grandes empresas
de charter de veleiros na
Mariana Apoiti.
Em Raiatea fomos recepcionados
pelo transfer do Sunset Beach
Motel. Rapidamente passamos num
pequeno mercado e compramos
queijos, salames, baguetes e vinho,
certamente um maravilhoso
Bordeaux Francês, o primeiro de
muitos...! O happy hour taitiano
estava garantido. No dia seguinte,
o transfer do hotel entrou na
marina Apoiti e estacionou a van
exatamente ao lado do nosso
Leopard 444. A equipe da empresa
recebeu-nos com colares de flores.
A primeira impressão do nosso
Manavai II foi das melhores.
O grande catamarã estava atracado
de popa e após o embarque
constatamos que tínhamos feito
uma grande escolha.
O povo taitiano é muito acolhedor
e gentil. Eles gostam da nossa
música e dos brasileiros.
A cerveja local é a Hinano, muito
boa. A degustação foi feita pelo
Bira, mestre cervejeiro de larga
tradição. Ele era responsável
pela organização, segurança
e abastecimento do cooler com
muito gelo. Um dia ele me relatou:
“Capitão, estamos com problemas
hidráulicos a bordo.” Fiquei
preocupado. O que será?
No guincho, na bomba d’água?
PERFILNÁUTICO
23
13. MUNDO NÁUTICO
VELEJANDO NA POLINÉSIA FRANCESA
Era a cerveja que estava acabando!
Passaríamos dez dias velejando,
mas contratamos o Manavai por
11 dias. Um dia a mais, justamente
para a adaptação e preparar
o veleiro com calma, sem estresse
e ter tempo para o reconhecimento
da ilha. Este procedimento
é chamado de sleep abord ou durma
a bordo. Altamente recomendado
para um charter, especialmente
depois de uma longa viagem.
O início de cruzeiro
Zarpamos de Raiatea no final da
manhã, com ventos de 22 nós
pelo través de bombordo,
velas rizadas e muita
chuva. Velejamos três horas
acompanhando os canais
profundos da região lagunar.
A cor e as tonalidades da água
impressionam.
Azul-marinho, quase roxo nos
canais que chegam a 40 metros
de profundidade, e verdeesmeralda nas áreas rasas.
Estes contrastes, somados
à qualidade do balizamento,
proporcionam uma navegação
diurna e muito tranquila.
Ancoramos próximo ao Motu ou
Ilha de Tautau. Passamos mais
dois dias velejando e conhecendo
a Ilha de Tahaa. Inicialmente,
navegamos dentro da barreira
de corais e no final saímos para
corricar, ou pescar com iscas
artificiais, circundando
os arrecifes pelo lado
do mar aberto.
BORA BORA
Acordamos bem cedo, para
preparar nossa partida para Bora
Bora. Levantamos a âncora logo
com o nascer do sol e içamos
a vela mestra ainda dentro da
grande laguna da Ilha de Tahaa.
OS SETE
VELEJADORES
AMIGOS PARTICIPARAM
DE DIVERSAS
ATIVIDADES, COMO
O JANTAR TEMÁTICO
NO RESTAURANTE
BLOODY MARY EM
BORA BORA,
O RECONHECIMENTO
DO VELEIRO MANAVAI
II NA MARINA APOITI
NA ILHA DE RAIATEA
E A DESCOBERTA
DE PAISAGENS
PARADISÍACAS
24 PERFILNÁUTICO
Bora Bora, a Pérola do Pacífico, é formada pela grande ilha principal, circundada por um grande anel de corais
A brisa de 8 nós ajudou o Manavai
II a deslizar silenciosamente
para fora da grande barreira
de coral que circunda todas as
ilhas no Taiti. Um mar de águas
cristalinas, calmas e de coloração
azul-marinho.
Logo na saída da barra a
profundidade aumenta
rapidamente. Velejamos 25
milhas com ventos de 10 nós
pela alheta de boreste até chegar
ao paredão de corais. Depois de
velejar cinco horas entramos em
Bora Bora. A tripulação toda a
postos na proa, vibrando e feliz
por termos chegado à Pérola do
Pacífico. Bora Bora é formada pela
grande ilha principal, circundada
e protegida por um grande anel de
corais de aproximadamente 14 km
de diâmetro. Dentro desse atol
existem dezenas de motus que
formam um cinturão verde.
A única entrada ou barra, o Passe
Teavanui, fica a sotavento da ilha,
ou exatamente do lado calmo
e protegido do vento.
Desembarcamos no Motu Tupe
para conhecer o Lagoonarium.
Essa área está repleta de tubarões
de todos os tipos
e tamanhos, peixes, arraias
e tartarugas. A água é cristalina
e pode-se observar os peixes com
muita facilidade.
Pescaria no atol Tupai
Após três dias em Bora Bora
decidimos conhecer a Ilha de
Tupai, totalmente deserta,
localizada a 12 milhas náuticas
ao norte. Este atol tem
aproximadamente 8 quilômetros
de diâmetro, com uma grande
laguna de cor esmeralda no
seu interior.
Partimos logo com o nascer do
sol. Vento de 18 nós pelo través
de bombordo, vela mestra no
PERFILNÁUTICO
25
14. MUNDO NÁUTICO VELEJANDO NA POLINÉSIA FRANCESA
segundo riso para assegurar
uma velocidade máxima de
6 a 8 nós. Cinco linhas na
água e a esperança de pescar
um peixe para o tão sonhado
sashimi. Depois de duas horas,
finalmente a linha da carretilha
de boreste cantou. Um som que
todo pescador esportivo sonha
em ouvir e que libera muita
adrenalina. A gritaria a bordo
foi geral. O peixe era forte,
mergulhava e levava muita
linha. Botei o Manavai no vento,
recolhemos a genoa e liguei os
dois motores, para ter completo
domínio sobre as manobras.
Nada poderia atrapalhar a luta.
Depois de 30 minutos, o peixe
bem fisgado ainda briga e já bem
próximo ao cat, a linha perdeu
o peso e ficou fácil de recolher.
A tripulação, antes eufórica
e feliz, ficou em silêncio
e triste. Um grande predador,
possivelmente um tubarão,
comeu nosso tão sonhado atum
A alimentação
reforçada para
manter a energia
durante a viagem
ficou a cargo do
chef Ricardo
26 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
27
15. MUNDO NÁUTICO
VELEJANDO NA POLINÉSIA FRANCESA
Sedna XF 335
casabrasileira.com.br
Esta pescadora ainda vai te levar longe
O contraste dos azuis da água, o merecido banho de mar e motus de pequenas ilhas
28 PERFILNÁUTICO
e rumamos direto para a Marina
Apoiti em Raiatea para entregar
o Manavai II. Estávamos muito
felizes de completar nosso
charter no Taiti.
Na volta para o Brasil, aproveitamos
a escala na Ilha de Páscoa e ficamos
dois dias conhecendo as histórias do
povo rapanui e os moais. Valeu cada
momento! Nesta viagem, passamos
grandes alegrias juntos
e voltamos com as nossas amizades
fortalecidas. No final, estávamos
todos com muitas saudades das
nossas esposas e filhos, a quem
devemos toda nossa gratidão pelo
incentivo e consentimento para
a realização dessa aventura.
Os sonhos continuam e certamente
vamos começar a programar um
novo cruzeiro a vela. Aguardem!
Para saber mais, acesse:
http://issuu.com/philip.conolly/docs
Uma embarcação única em seu segmento, espaçosa e confortável em seu interior.
*Torres de pesca opcionais.
de aproximadamente 12 kg,
do qual só restou a cabeça.
A mordida foi tão violenta que
decepou o atum instantaneamente.
Completamos a circum-navegação
de Tupai e rumamos de volta para
Bora Bora. Gostaríamos muito de
ter pernoitado no atol, mas não
existiam locais apropriados
para fundeio.
Ao amanhecer, levantamos
a âncora, abrimos apenas a genoa
Essa é a Sedna XF 335, voltada para pesca oceânica, com um excelente cockpit em dois níveis, a maior
praça de popa do segmento, aerador de iscas vivas, torres de pesca montadas de acordo com sua
preferência*, também proporciona conforto para toda família em um passeio de final de semana, com
solário, além de uma cabine confortável com sala e cama de casal.
Excelente navegabilidade para você ir mais longe
Navegando em mar aberto de forma macia e precisa, os dois motores e sua proa elevada favorecem
a embarcação, consolidando sua vocação híbrida.
XF 335 lancha ideal para você e toda sua família.
Venha conhecer as embarcações Sedna no São Paulo Boat Show 2013
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16. MUNDO NÁUTICO
SALÃO DE GÊNOVA
– desde 2008 –, os estaleiros
italianos continuam a manter
firme a rota da exportação.
No estande do estado brasileiro
de Santa Catarina, montado logo
na entrada do salão, o projeto
“Cidade do Mar”, na foz do Rio
Tijucas, a 50 quilômetros de
Florianópolis, desperta
a atenção de fabricantes
estrangeiros que em Gênova
conheceram melhor o plano
para a construção de marinas
privadas e públicas.
Os estaleiros que participarem
poderão ganhar vantagens na
exportação de suas
embarcações, hoje taxadas em
mais de 100%, que o digam
Sessa Marine, Azimut e Ferretti,
já presentes no país produzindo
O PRODUTO
“MADE IN ITALY”
REPRESENTA UM
PORTO SEGURO,
NO QUE DIZ
RESPEITO AO ESTILO,
AO DESENHO,
À POTÊNCIA
Gênova, trampolim
internacional
A apoteose náutica italiana acontece em Gênova. O desfile de mil
embarcações, com uma centena de novidades, compõe a quermesse
anual do salão náutico, barômetro dos estaleiros europeus
e do mercado internacional
Por Guilherme Aquino
30 PERFILNÁUTICO
alguns modelos de seus
catálogos. Os italianos conhecem
o peso de seu prestígio no
mercado internacional.
O produto “made in Italy”
representa um porto seguro,
no que diz respeito ao estilo,
ao desenho, à potência.
Não por acaso, o símbolo do salão
é o megaiate Chopi Chopi, com
80 metros de comprimento,
do estaleiro italiano CRN,
e vendido, naturalmente,
para um cliente estrangeiro.
O gigante tem cinco andares –
com um apenas para o uso
exclusivo do proprietário – sobre
um casco de aço. O valor gira em
torno dos 80 milhões de euros.
Ancorado numa das marinas da
exposição, ele se destacava no
cenário como se fosse uma
miragem no horizonte. Ali, bem
ao lado, outras embarcações de
luxo pareciam lanchas de apoio
ao colosso que, abaixando
o “portal” de popa, cria uma
“praia” de 100 metros quadrados
na linha d’água. O exagero da sua
presença tem como objetivo
lançar uma mensagem de
otimismo para o mercado,
não dentro da garrafa de vidro,
mas na forma de um megaiate
construído com uma tecnologia
de ponta.
A
53a edição do
Salão Náutico
de Gênova foi
reduzida de
nove para cinco
dias, com o
objetivo de concentrar um
interesse maior, além de
economizar nos custos, pois o
setor ainda permanece ancorado
à crise, com uma queda de 4%
em relação ao ano passado.
E, com uma redução de pouco
mais da metade de encomendas
PERFILNÁUTICO
31
17. MUNDO NÁUTICO
SALÃO DE GÊNOVA
Assim, com um porta-bandeira
desta magnitude, os demais iates
unem-se num esforço de acreditar
que a luz no fim do túnel seja um
raio de sol no crepúsculo de uma
tempestade ao largo. O resultado
deste otimismo espelha-se no mar
calmo do Salão Náutico Gênova.
Avanti, com moderação. E eis que
surge uma versão de grande
autonomia para viagens longas.
O novo Magellano 53, do grupo
Azimut-Benetti, abraça o ditado
italiano “vai piano e arrivi
lontano” (vai devagar e chegue
longe). Com um metro a mais do
que a versão anterior traduzido
numa cabine para a tripulação
na popa e na concepção de um
terraço com 13 metros
quadrados, ele abriga dois
“quartos” de casal – camarote
seria pouco –, sendo uma suíte,
além de um outro com beliche.
Os dois motores 500 mHP
(368 kw) Cummins QSB 8.3
sustentam, com sobra,
a filosofia da navegação lenta,
da viagem aprazível em estar
a caminho sem a pressa de
chegar “ontem” ao destino.
A velocidade máxima toca os
21 nós, mas este iate, robusto
e roliço, de aspecto clássico e ar
marinho vintage, se tocado a dez
nós pode percorrer mais de duas
milhas náuticas. O casco com o
sistema Dual Mode garante uma
navegação estável e segura em
mar de proa. E ele é apenas
a ponta do iceberg, pois a frota do
Grupo desembarcou em Gênova
com 16 iates. Um deles,
o Azimut 80, comemora o prêmio
World Yachts Trophy, recebido no
Salão Náutido de Cannes, o La
Plaisance, como o melhor iate na
categoria entre 24 e 50 metros.
E o Atlantis 50, que se confirma
na coleção do estaleiro com um
novo modelo coupé.
A presença do público foi constante nos cinco dias de evento
32 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
33
18. MUNDO NÁUTICO
SALÃO DE GÊNOVA
Fantom 858, do estaleiro austríaco Frauscher
O novo Pershing 62, evolução natural dos antecedentes de 56 e 58 pés
O concorrente Ferretti – italiano
no campo do design e chinês no
setor financeiro do grupo –
responde ao apresentar um
modelo para lá de esportivo.
O novo Pershing 62, evolução
natural dos antecedentes 56 e 58
pés – e um dos oito de sua gama
que vai dos 50 aos 115 pés –,
proporciona uma experiência de
vida a bordo digna de quem tem
o prazer de sentir o mar e o
horizonte sendo esquadrinhados
pelo casco afiado, velozmente,
diante dos olhos. Na versão com
três cabines, a vip e a do armador
estão localizadas entre o centro
e a proa, enquanto que a dos
34 PERFILNÁUTICO
hóspedes está na popa, mas
pode ser substituída por um
living room, depende do gosto
do freguês no momento de
personalizar o projeto.
Na primeira, a cama está em
diagonal criando uma zona
melhor de circulação e com uma
iluminação natural maior,
graças às vidraças mais amplas.
Elas nascem em ambos os lados
a partir de cada escotilha.
Na segunda, situada no centro
do barco, o leito matrimonial
está no meio. O banheiro faz
inveja a muitas suítes de luxo.
As grandes superfícies
envidraçadas, por um lado,
deixam a luz natural entrar como
a brisa de maresia e, por outro
produzem no lado de fora os
desenhos arrojados que
simbolizam a personalidade forte
deste iate que singra a 46,5 nós
por hora.
Em alta velocidade, desembarca
ainda o Fantom 858, uma lancha
de apenas oito metros e meio de
comprimento e que chega do
outro lado da cadeia alpina.
O estaleiro austríaco Frauscher
criou uma joia náutica, capaz de
reforçar o fascínio das lanchas
tradicionais. O grande para-brisa
sem a moldura de apoio e com
a cobertura do pavimento de teca
projeta para o futuro a linha que
vem desde os premiados 717
e 1017 GT. Thomas Gerzer e Harry
Miesbauer tiram da prancheta
um casco que permite navegar
a mais de 48 nós horários, com
elegância e segurança. Tudo
movido pela força de 430 cavalos
bem presos na popa ao motor de
8,2 litros. Sete pessoas a bordo
têm a garantia da diversão
e do conforto.
E como o mundo está cada vez
mais competitivo e acelerado
chega da França uma outra
lancha capaz de planar a 50 nós
horários. O Hornet Tender 1300
é uma lancha de alta perfomance,
mas com dimensões mais
humanas. O prazer de desfrutar
BARCOS DE TODOS
OS TAMANHOS E
ESTILOS PARA OS
MAIS VARIADOS
GOSTOS E BOLSOS
emoções à flor d’água
é permitido apenas em algumas
e exclusivas categorias de
embarcações. Mas a origem
militar desta lancha, usada pela
guarda costeira, e o selo de
qualidade do luxuoso estaleiro
Couach fazem deste tender um
objeto do desejo híbrido, mais
ou menos como se um motorista
quisesse ter na garagem um jipe
de guerra, plenamente adaptado
para o uso urbano e civil.
O tender Hornet, homologado
para 12 pessoas, é ideal para
os deslocamentos entre ilhas,
por exemplo. Com apenas
90 centímetros de calado, ele pode
navegar com muita tranquilidade
em águas baixas, perto da costa.
O casco de Kevlar, fibra de
carbono e resina de vidro garante
a resistência e a leveza para
prestações acima da média. E tudo
com o chique “sotaque” francês
para desfrutar ao máximo
o passeio, deixando de lado,
um pouco, o megaiate,
ancorado ao largo.
PERFILNÁUTICO
35
19. MUNDO NÁUTICO
SALÃO DE GÊNOVA
No campo da vela, os veleiros de
vanguarda também traçam a rota
seguindo os bons ventos de popa
que sopram dos mercados
emergentes. A rota do navegador
genovês Cristóvão Colombo, rumo
ao Novo Mundo, ainda é a mais
conveniente. Modelos como
o Bénéteau Sense 46, o Dufour
410, 320 e 360, do estaleiro Elan,
bordejam no Mar Mediterrâneo
em busca de uma saída para
a estagnação do mercado
europeu. Os investimentos em
tecnologia e em novos produtos
continuam indicando a
esperança de dias melhores,
ainda que nenhum deles traga
de fábrica a nova vela rígida
lançada pela Oracle durante
aventureira e cara America’s
Cup, disputada em Valência
e confirmada na final da
competição em São Francisco.
E como a vela não tem idade,
para os saudosistas das primeiras
saídas pelo mar ou lagoa,
foi realizada uma exposição
em homenagem aos cem anos
da classe Dingue 12’, criada pelo
inglês George Cockshott.
Quatro barcos, todos de madeira
(mogno ou teca), revelam a
maestria dos carpinteiros dos
estaleiros Colombo, Lillia,
Nauticalodi e Riva.
O NOVO
MAGELLANO 53,
DO GRUPO AZIMUTBENETTI, UM IATE
ROBUSTO E ROLIÇO,
DE ASPECTO
CLÁSSICO E AR
MARINHO VINTAGE
36 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
37
20. MUNDO NÁUTICO
SALÃO DE GÊNOVA
No meio de tantas embarcações,
algumas mais curiosas se
sobressaem. Uma delas é uma
lancha, tipo tender, com a curiosa
forma semelhante à ponta de uma
flecha. O estilo da Willy Tender,
do estaleiro italiano Mostes,
remete aos barcos americanos
dos anos 50 e sua capacidade
é para seis pessoas distribuídas
comodamente em
480 centímetros de comprimento.
O design original encaixa-se
perfeitamente ao hangar de um
iate ou megaiate. Um toque de
estilo sofisticado extra para
uma lancha de serviço.
Já o setor de acessórios
impressiona pela quantidade
infinita de aplicações,
instrumentos e aparelhos de
tecnologia de ponta, tudo em
nome da segurança e da
funcionalidade. Integração
e interatividade sobem a bordo
e estão na ponta dos dedos.
Um sonar da Raymarine varre
o fundo do mar com tantos
impulsos que é capaz de
oferecer uma imagem quase
Tender Hornet, ideal para navegar em águas baixas, perto da costa
38 PERFILNÁUTICO
tridimensional na tela de alta
definição. Outra novidade
interessante é um relógio de pulso
inteligente. Cada visitante ganha
um e o registra na central de
bordo. No caso de queda no mar,
o dispositivo de segurança, via
wireless, ao acionar um alarme
automático, suspende a navegação
do barco a vinte metros do local do
incidente. Mais do que aparelhos
geniais, no salão faltou apenas um
homem de turbante diante de uma
bola de cristal para informar sobre
a data do fim da crise.
21. Capa
VELA E MOTOR
Diferentes
propostas
para mesmo
propósito
Cada projeto de barco, a vela ou a motor,
é concebido de forma peculiar, mas para
uma só finalidade: ir para o mar
Por Marcelo Buda
40 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
41
22. Capa
VELA E MOTOR
Comparar veleiros com
embarcações motorizadas é algo
que realmente não precisa ser
feito. Suas diferenças, logo à
primeira vista, são óbvias. É como
comparar, por exemplo, cães e
gatos. Os produtos resultantes dos
projetos de veleiros ou de barcos
a motor, portanto, parecem
pertencer a duas espécies
diferentes. Dois tipos de desenhos
que nascem das pranchetas dos
projetistas, porém, com um só
propósito e relação com o mar.
Sem dúvida são diferentes, mas
sempre com um único e comum
objetivo: a navegação.
Para quem pretende ampliar seus
horizontes deslizando pela água,
a decisão entre optar por um
barco a vela ou um barco
a motor pode ser influenciada por
inúmeros fatores, a começar por
gosto pessoal, questões culturais,
limitações de tempo e financeiras.
Mas existem muitas outras.
Essa reportagem não tem a menor
pretensão de influenciar a decisão
do leitor sobre qual dos dois tipos
de embarcação é melhor. Afinal,
melhor para quem? Embora, aí
sim, pertençam a mesma espécie,
seres humanos são ainda mais
diferentes uns dos outros.
O que é melhor para uma pessoa
pode não ser o melhor para outra.
Se a escolha fosse se resumir
a uma só questão, seria: quais
Vela e motor: experiências diferentes de navegação, ambas agradáveis
42 PERFILNÁUTICO
experiências você deseja ter com
sua embarcação?
Para iniciantes, um pequeno
barco com motor de popa
é provavelmente a maneira mais
SE A ESCOLHA
FOSSE SE RESUMIR
A UMA SÓ QUESTÃO,
SERIA: QUAIS
EXPERIÊNCIAS
VOCÊ DESEJA
TER COM SUA
EMBARCAÇÃO?
Lanchas e veleiros de pequeno porte são ideais para os iniciantes
rápida e fácil para sair pela
água. Não há muito segredo
para aprender a pilotar,
conduzir uma pequena lancha
é operação basicamente simples.
Um pequeno barco a vela é outra
opção, no entanto, é necessário
aprender a velejar. Um dos
caminhos é se matricular em
uma escola de vela, ou seja,
levará algum tempo até que
se esteja apto a se aventurar
pelo mar.
Por outro lado, pequenos
veleiros são geralmente mais
baratos para comprar e manter
se comparados a uma lancha
de tamanho similar. O setor
náutico, muito favorecido com
o avanço tecnológico,
a partir dos anos 70 sofreu,
praticamente, uma revolução
apresentando designs arrojados
com a ajuda de computadores,
softwares e simuladores.
De 40 anos para cá uma nova
geração de conceitos ganhou
forma. Os barcos antigos
e tradicionais ainda navegam
e mantêm o seu espaço e
prestígio. O estilo clássico,
quando preservado ou
restaurado, também absorve um
UMA NOVA GERAÇÃO
DE CONCEITOS
GANHOU FORMA,
MAS OS BARCOS
ANTIGOS AINDA
NAVEGAM E MANTÊM
O SEU ESPAÇO
E PRESTÍGIO
público crescente. Este é um setor
em que o tradicional e o moderno
convivem muito bem juntos,
porém a evolução tecnológica,
o design e a engenharia deram
início a uma avalanche de ideias
revolucionárias que estão sendo
lançadas e patenteadas
o tempo inteiro. O setor náutico
transformou-se em um grande
laboratório de tendências, design,
materiais e estudos.
PERFILNÁUTICO
43
23. Capa
VELA E MOTOR
Veleiros de cruzeiro são mais confortáveis, os de competição mais velozes
Vela ou motor?
Se você está mesmo decidido
a navegar, a primeira pergunta a ser
respondida é: quero uma lancha ou
um barco a vela?
Um veleiro requer mais
conhecimento técnico, balança
mais e, em espaços pequenos como
baías, é mais lento.
Se a questão é velocidade, uma
lancha de competição, por exemplo,
é diferente e mais cara do que uma
lancha de lazer. Trata-se de uma
escolha estritamente pessoal.
Por isso é importante conhecer um,
andar em outro, para formar seu
gosto. Descubra o que realmente lhe
interessa: e lembre-se de considerar
que nenhum barco
é capaz de fazer tudo. Todos são
projetados para uma categoria
específica de navegação. Você não
poderá ter um barco que transporte
passageiros, navegue em alta
velocidade, reboque esquiadores
e veleje tranquilamente, tudo ao
mesmo tempo. As considerações na
hora da escolha de um barco, além
da propulsão a vela ou
a motor, devem incluir fatores
como perfil de utilização, local de
navegação, número de tripulantes,
dimensões totais, espaços internos,
acomodações, desempenho,
De médio porte para cima, imponentes por dentro e por fora
autonomia, custo inicial e de
manutenção, entre outros detalhes.
A sua embarcação ideal pode ser
um pequeno barco de passeio,
um veleiro de cruzeiro ou de
competições, uma lancha para
esquiar, para pescar ou passear,
ou um grande iate; qualquer que
seja o tipo ou o tamanho, será
necessário pesquisar, selecionar
e experimentar para que se
possa chegar à melhor escolha.
Eliminadas essas questões,
o próximo passo é colocar na ponta
do lápis o quanto se está disposto
a gastar na compra e na manutenção
do novo brinquedo e voltar sentir
a pura alegria, como a de uma
criança que enxerga a vida de
uma nova perspectiva.
Velocidade
é o seu estilo?
Você pesquisou, analisou,
pensou e decidiu que o seu
perfil se encaixa mais com um
barco a motor. Agora terá que
decidir entre os muitos modelos
disponíveis no mercado. Essa
escolha vai depender do valor
da embarcação, do conforto,
da segurança, do consumo e da
autonomia, fatores essenciais
para uma boa estada a bordo.
Uma lancha é uma embarcação
rápida, perfeita para quem
procura um pouco mais de
adrenalina. As pequenas, com
aproximadamente seis metros
de comprimento, servem para
passeios curtos, até a praia ou
a ilha mais próxima, são ideais
para confraternizar com amigos
e família durante o dia.
Por outro lado, um iate maior,
com uma dimensão acima dos
20 metros, servirá para a família
e os amigos numa harmonia
mais descontraída, com direito
a passeios mais longos, inclusive
com pernoites a bordo. É preciso
encontrar o limite entre
o necessário e o supérfluo,
de acordo com suas necessidades
e condições financeiras.
Barcos a motor, opções para esportes ou com o conforto de uma casa
44 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
45
24. CAPA
VELA E MOTOR
Lanchas velozes produzem ondas para wake ou esqui
Motores de popa ficam visíveis, atrás do barco
As lanchas são barcos rápidos com
motores potentes. Mas tudo isso tem
um custo e o grande vilão
é o consumo de combustível, além
da baixa autonomia, fato que limita
as travessias mais longas. Quanto
maior a lancha, mais potente deve
ser o motor. Consequentemente
consome mais combustível.
Apesar dos avanços tecnológicos,
os motores ainda não estão
preparados para uma longa vida no
ambiente marinho. O mesmo tipo
de motor que funciona por anos em
um carro tem uma vida útil muito
menor na água. Constantemente
expostos a umidade, substâncias
corrosivas, acúmulo de calor
e inúmeras outras forças
destrutivas, motores marítimos
passam por uma vida dura.
O custo de manutenção do motor,
em geral, é maior do que qualquer
outro item do barco.
46 PERFILNÁUTICO
Motores de popa
(outboard)
São os motores que se podem
enxergar. Ficam atrás do barco
com um hélice que está debaixo
da água. Para fazê-los funcionar,
a ignição é dada por uma corda
de partida ou por um botão.
Quanto mais cavalos, mais
velocidade se pode alcançar
e mais caro ele vai custar, tanto
na compra como na quantidade
de combustível utilizado.
Motores antigos são quase
sempre ineficientes. Podem
desperdiçar até 30% de
combustível, que será derramado
diretamente na água. Você pode
limpar, ajustar e fazer
a manutenção desses motores
mais velhos, mas eles ainda
vão causar danos, tanto ao seu
bolso como ao meio ambiente.
A maioria deles foi projetada em
uma época em que
o desperdício de combustível no
mar era aceitável, hoje não mais.
Por isso vale o investimento
em um motor novo e moderno,
mais eficiente, silencioso e com
reduzida emissão de poluentes.
MOTORES ANTIGOS
SÃO QUASE SEMPRE
INEFICIENTES.
PODEM DESPERDIÇAR
ATÉ 30% DE
COMBUSTÍVEL,
QUE SERÁ
DERRAMADO
NA ÁGUA
PERFILNÁUTICO
47
25. Capa
CAPA
VELA E MOTOR
VELA E MOTOR
Consumo de
combustível
Motores inboard geralmente são reservados para barcos maiores
Motores internos
(inboard)
Como seu nome sugere, os motores
internos, de centro e centro-rabeta,
são escondidos dentro do barco, em
muitos casos debaixo de um assento
removível ou, em embarcações de
maior porte, em um espaço fechado
48 PERFILNÁUTICO
dedicado somente para ele.
O sistema de propulsão,
geralmente um hélice, é ligado
ao motor por um eixo que
funciona através de um orifício
na parte inferior ou traseira do
barco. Geralmente reservado
para barcos maiores, o motores
inboards têm vantagens sobre os
motores de popa, quando se trata
de preservar o meio ambiente.
Uma das características é que
toda a combustão e troca de
fluidos, tais como combustíveis,
lubrificantes e outros materiais
tóxicos, ocorre dentro do seu
recipiente, onde ela pode ser
minimizada ou contida.
Motores elétricos
Para embarcações de menor
porte, uma nova geração de
motores elétricos começa a surgir
no mercado, em sua maioria da
categoria outboard. Avanços na
autonomia e na potência fazem
alguns motores de popa elétricos
altamente competitivos. Além
de silenciosos, não produzem
emissões e não contaminam
a água com combustível ou
óleo. As desvantagens são
as limitações de utilização
dependendo do tamanho da
embarcação. Algumas ideias
geniais envolvem
o desenvolvimento de motores
elétrico-híbridos inboards.
A expectativa é que num futuro
não muito distante esses motores
ganhem uma fatia do mercado,
diminuindo o impacto ambiental
provocado pelos combustíveis
derramados na água.
A conta não é exata, já que cada
embarcação pode apresentar
um consumo de combustível
bastante diferente em relação
a outra. Para termos uma
estimativa, barcos de pequeno
porte, na faixa de 20 pés,
consomem em média 20 litros de
combustível por hora navegada.
Sendo assim, a cada hora de
navegação, considerando que
o combustível em questão estaria
custando R$ 3,50, o custo para
esse passeio seria de R$ 70,00.
Uma lancha de 25 pés, pode
consumir cerca de 35 litros por
hora e o valor do passeio já seria
superior a R$ 120,00. O custo vai
aumentando de acordo com
o tamanho da embarcação
e o seu consumo de combustível.
Barcos de 28 pés para cima
também costumam ter a opção
de motores movidos a diesel.
Eles custam em média 50% mais
que seus similares a gasolina,
mas em compensação consomem
50% menos.
PERFILNÁUTICO
49
26. CAPA
VELA E MOTOR
O veleiro é mais lento do que as lanchas, mas traz outros benefícios
Sua emoção
é ir devagar?
O formato do casco influencia no desempenho e no consumo
Casco X motor
Se cada tipo de barco se adapta ao
perfil das necessidades do usuário,
cada motor se encaixa melhor com
determinado modelo de casco, que,
por sua vez, será projetado de acordo
com a função que a embarcação
desempenhará e com as condições
de navegação em que será utilizada.
Há muitos estudos para que se possa
melhorar a performance dos barcos
em relação ao desenho do casco.
Em águas abrigadas e sem ondas,
por exemplo, não é tão necessário
os grandes ângulos em V. Já no mar
aberto, agitado e com ondas,
o V do casco auxilia na navegação
e na estabilidade. A maioria das
lanchas tem o fundo do casco em
50 PERFILNÁUTICO
A MAIORIA
DAS LANCHAS
TEM O FUNDO
DO CASCO
EM V, QUE
PODE VARIAR
ENTRE 10 E 25
GRAUS
V, que pode variar entre 10 e 25
graus. Outro detalhe importante
são os vincos, que têm a finalidade
de ajudar na estabilidade,
amortecem o impacto das ondas
e também ajudam a evitar que
a água espirre para dentro do
barco molhando os tripulantes.
Algumas lanchas ainda
apresentam no casco o fundo com
formato de degraus, o que também
melhora o desempenho, mas,
caso a configuração casco e motor
não seja a indicada, pode
aumentar a passagem de ar abaixo
do casco, fazendo com que
o funcionamento do hélice do
motor seja prejudicado.
O veleiro tem como
característica principal o mastro
da vela no centro do barco.
Somente os veleiros regateiros
e projetados para competições
são concebidos para navegar em
alta velocidade. Quem adquirir
outro tipo de veleiro está
optando por um barco
mais lento que, por outro lado,
terá inúmeros benefícios.
Para os amantes dos barcos
a vela não há nada mais
prazeroso no mundo que saber
aproveitar o melhor vento.
É difícil transmitir a emoção
envolvida na tomada de decisão
ao se conduzir um veleiro.
A adrenalina é similar
à prática de esportes, mesmo
que se esteja apenas passeando
numa velocidade tão lenta que
pode ser comparada a uma
simples caminhada. Muitos
não conseguem entender a ideia
de cruzar oceanos na velocidade
média de apenas seis quilômetros
por hora. O que é absurdo para
alguns, é algo místico para
muitos velejadores.
Aprender a navegar pode ser um
pouco intimidante no início. Todas
as velas e cordas que funcionam ao
mesmo tempo parecem confusas,
mas apenas por pouco tempo.
Ser pego por uma grande rajada
será assustador no começo, mas
fácil de evitar com um pouco
de prática. Mesmo impulsionado
pelo vento, todo veleiro de
cruzeiro deve contar com um
motor como propulsão auxiliar.
Ele será muito útil para as
manobras e para os momentos em
que os ventos não são favoráveis.
O fato de ter a vela e o motor é uma
segurança, pois na ausência de um
se pode contar com o outro.
Veleiros tendem a ter um espaço
interno um pouco mais apertado
quando comparados a lanchas
de tamanho similar. Devido
à sua forma, nos projetos
monocasco, o interior é como
um longo corredor. Algumas
pessoas consideram esta parte
o charme de um veleiro, outros
consideram claustrofóbico.
Os multicascos, como os
catamarãs, são uma exceção
e permitem uma ampla área de
estar a bordo. Para quem deseja
ter muita companhia na água,
um catamarã pode ser uma
boa opção. É incrível o número
de projetos de catamarãs
surgindo, prova de sua crescente
popularidade, principalmente
no exterior.
Os monocascos são mais lentos,
navegam inclinados, são
menores e são projetados como
aquele brinquedo de borracha
chamado joão-bobo. Se virar,
ele desvira sozinho.
Um multicasco tem mais espaço,
navega bem, mas não é tão
seguro como os monocascos.
27. CAPA
VELA E MOTOR
cascos
Monocasco ou
Catamarã?
O material utilizado na
construção do casco do veleiro
é fundamental para ele navegue
com segurança. Um casco bem
construído, qualquer que seja
o material, deve ser capaz
de absorver impactos
e resistir ao estresse causado pelo
permanente movimento
em cima da água.
Monocasco é o barco com desenho
tradicional, com um único casco.
As acomodações ficam no piso
inferior. Para acomodar uma sala
com cozinha e camarotes com
banheiro, o barco precisa ter
um bom porte.
O catamarã tem dois cascos de
menor largura unidos entre si
através de vigas ou travessas que
suportam uma boa área, geralmente
o salão central com uma sala
e cozinha de boas proporções.
Nos cascos estão os camarotes
e banheiros.
Fibra de Vidro
O CATAMARÃ TEM DOIS CASCOS DE MENOR LARGURA
UNIDOS ENTRE SI POR VIGAS OU TRAVESSAS
Regata ou cruzeiro?
Assim como nos barcos a motor,
antes de escolher o veleiro
é necessário encontrar o que
52 PERFILNÁUTICO
realmente se deseja: somente
velejar, competir ou viver a bordo.
Se o seu ideal é compartilhar
o barco com a família, envolva-os
em suas ideias desde o início, mas
saiba que não dá para ter tudo
ao mesmo tempo, alguma coisa
será sacrificada e essas decisões
devem ser tomadas em conjunto
com sua tripulação.
Lembre-se que não existe
um projeto que agrade aos
mesmos estilos de navegar
simultaneamente e que se encaixe
no perfil de utilização de todos
os velejadores. Velejar é um estilo
de vida, uma decisão particular,
e cada um tem um sonho.
Nos veleiros para regatas,
o objetivo principal é a velocidade.
Como os projetos desses barcos
são para competição, o conforto
interno inevitavelmente será
sacrificado. Por outro lado
a experiência da velejada será
com muito mais adrenalina
e a técnica dos velejadores pode
fazer grande diferença.
Já nos veleiros de cruzeiro
o conforto é levado muito mais
em consideração. Vale lembrar
que a segurança nunca deve ser
deixada de lado. Como conforto
e segurança nem sempre andam
lado a lado, um bom projeto deve
chegar à melhor equação para
que a velejada seja a mais
prazerosa possível.
Para decidir qual veleiro se
enquadra mais em seu perfil,
a primeira questão a ser
respondida é: vou realizar
pequenas travessias, competir em
regatas ou atravessar oceanos?
Um cruzeiro costeiro tem
características muito distintas das
de um cruzeiro oceânico, portanto
seu veleiro deve estar preparado
para o tipo de aventura que se
deseja vivenciar.Tipos de
é o mais popular processo de
construção de embarcações de
recreio, geralmente desenvolvido
por estaleiros com um molde
que dará referência para
a produção em série. A qualidade
do processo construtivo
é muito importante. A maior
preocupação é a infiltração de
água na fibra. Um casco bem
construído e bem conservado
de fibra de vidro pode durar
aproximadamente 20 anos
antes de apresentar
os primeiros problemas.
Casco de aço (acima) e de fibra de vidro (abaixo)
Aço
São os cascos preferidos de
cruzeiristas de longas travessias,
especialmente nos países da
Europa, por ser muito resistente.
A corrosão, que pode pesar no
lado negativo, com o advento das
proteções epóxis passou
a representar um fator
controlável. Cascos de aço
levam menos tempo para ser
construídos e custam menos
para manter, mas no Brasil ainda
são poucos os construtores que
apostam nesse tipo de material,
talvez porque estes barcos não
costumam ser tão bonitos
ou rápidos para os gostos de
alguns velejadores.
PERFILNÁUTICO
53
28. CAPA
VELA E MOTOR
Alumínio
Os cascos construídos com
alumínio apresentam vantagens
e desvantagens em relação aos de
aço. São mais leves, mais fáceis
de manobrar e exigem menos
consumo de combustível, mas por
outro lado não são tão resistentes
a impactos e os reparos exigem mão
de obra especializada, que pode
ser mais difícil de encontrar. Para
manter uma boa aparência, barcos
de alumínio necessitam de pintura
nova a cada cinco anos em média.
54 PERFILNÁUTICO
Madeira
Os veleiros de madeira são pouco
comuns hoje em dia, mas mantêm
adeptos que preservam suas
embarcações clássicas. Carpinteiros
navais são cada vez mais raros
no mercado, mas os que existem
trabalham de forma artesanal,
produzindo verdadeiras obrasprimas. Barcos de madeira bem
construídos e bem mantidos
podem durar mais de cem anos,
mas requerem muita atenção
e cuidado na manutenção.
29. MANTENHA EM
LUGAR SECO
P
arece ironia, mas
os barcos que
construímos
e usamos deveriam
ser guardados sempre
em lugar seco. Por mais bem
construídos que sejam, sempre
existe algum grau de umidade
dentro dos materiais. E não
é somente isto. A umidade relativa
do ar durante a fabricação é tão
nociva quanto a umidade do dia
a dia à qual o barco fica exposto.
Barcos de madeira sofrem mais,
mas, ao contrário da crença geral,
os barcos de fibra também estão
expostos a problemas semelhantes.
O trabalho de construção de
um barco em fiberglass
é extremamente fácil, mas
56 PERFILNÁUTICO
Por Jorge Nasseh
investigar o nível de umidade
e a resistência residual de um
laminado é uma das coisas mais
difíceis que existem. Embora
a maior parte dos barcos
construídos com material de
boa qualidade tenha uma boa
A UMIDADE RELATIVA
DO AR DURANTE A
FABRICAÇÃO É TÃO NOCIVA
QUANTO A UMIDADE DO
DIA A DIA À QUAL O BARCO
FICA EXPOSTO
resistência à umidade, com o
passar do tempo podem apresentar
problemas decorrentes da
passagem de pequena quantidade
de água através do laminado ou
mesmo de partes construídas com
madeira. Este efeito, associado
à variação de temperatura,
pode ser fatal.
Laminados de fibra e madeira são
higroscópicos. Isso significa que
o conteúdo de umidade dentro
deles vai oscilar em função da
umidade relativa do ar, por conta
de sua propriedade de absorver
mais ou menos água. Quando
a umidade do ar aumenta, o teor
de umidade da fibra e o teor de
umidade da madeira aumentam
também. Quando ela diminui,
o efeito é o contrário. Esta relação
é referida como “Equilíbrio de
Umidade” e pode ser prevista com
boa precisão.
com resina e fibra de vidro,
podem reter grande quantidade de
umidade. A estrutura molecular
de alguns produtos utilizados na
construção de um barco possui
grande quantidade de células que
podem absorver umidade. Com
o efeito da temperatura, comum
nas regiões tropicais, estes
laminados podem apresentar
saturação e delaminação, o que
induz uma maior passagem
de água e um maior grau de
saturação até a falha estrutural
com o passar do tempo. Por mais
que pareça estranho, a maioria
dos medidores de umidade que
usamos na indústria náutica para
a avaliação do teor de umidade
nos laminados foi desenvolvida
para a medição de umidade em
madeira ou papel. Antes de usar
um destes medidores, calibre o
valor da leitura para um laminado
conhecido e completamente seco,
analise vários pontos e registre
o valor de umidade em diferentes
condições de temperatura, de
modo a ter uma ideia qualitativa
do nível de absorção de água no
casco. Daí em diante reze para que
seu barco esteja seco, pois caso
contrário o custo do reparo não
vai compensar o valor do barco.
EM GERAL, ACREDITAMOS
QUE USANDO UM PRODUTO
DE BOA QUALIDADE, SEJA
POSSÍVEL SELAR TANTO
A FIBRA QUANTO A
MADEIRA DE FORMA
DEFINITIVA, MAS NÃO
É ASSIM QUE FUNCIONA
Se você for comprar um barco usado,
ou estiver avaliando a venda do seu,
e pedir uma verificação de umidade
das partes externa e interna, vai se
surpreender. Na maioria das vezes
a leitura dos medidores vai mostrar
alta concentração de umidade
e potenciais problemas de
delaminação precoce. Se for
necessário algum tipo de reparo
ou substituição da parte afetada,
a situação pode piorar.
O reparo pode ser uma boa fração do
custo total do barco. Não existe uma
solução simples sem uma cirurgia
dramática de grandes proporções.
No caso específico da utilização
de madeiras, seja no casco, seja no
interior, elas são altamente porosas
e, mesmo revestidas e encapsuladas
A madeira sofre mais, mas a fibra também está exposta à umidade
PERFILNÁUTICO
57
Construtor
Canal do Construtor
Em geral acreditamos que usando
um produto de boa qualidade seja
possível selar tanto a fibra quanto
a madeira de forma definitiva,
mas não é assim que funciona.
Certamente a taxa de troca de
umidade vai diminuir, mas não vai
parar. Qualquer material tratado
vai expandir ou contrair em uma
taxa mais lenta do que um produto
virgem, até que chegue a uma
posição de equilíbrio entre a taxa de
umidade interna e a taxa de umidade
externa do ar. O ideal seria que todos
os materiais (fibras, madeira ou
compensado) tivessem uma umidade
interna de 6-8%, mas no mundo real
estes valores estão sempre acima de
10%. Nos trópicos, onde a umidade
é relativamente alta, os valores
podem ser superiores a 12 ou 14%.
30. Canal Náutico
A PRÓXIMA GERAÇÃO DE YACHT DESIGN
A Schöpfer Yachts, estaleiro
fundado em 2008, com sede nos
Estados Unidos, tem se dedicado
à busca da perfeição estética
e tecnológica para iates.
O Oculus, um superiate de
250 pés, representa o seu novo
conceito de design. Kevin
Schöpfer, presidente da Schöpfer
Yachts, a partir de esboços
desenhados em guardanapos,
escolheu a empresa de projetos
arquitetônicos Tangram 3DS para
que essa ideia ganhasse
o computador, através de estudos
de design, representações e,
finalmente, animações que
destacam os detalhes do projeto
do iate, o conforto e o estilo
extraordinário. Projetado para
acomodar 12 pessoas, Oculus
é um iate de cruzeiro para longas
distâncias. O desing exterior
é inspirado na estrutura óssea,
ASSINATURA MERCEDEZ-BENZ
A Silver Arrows Marine, em
conjunto com Mercedes-Benz
Style, revelou o projeto final
e as especificações do iate “Silver
Arrow of the Seas”. Com muitas
das características de design dos
automóveis da Mercedes-Benz,
combinadas com uma nova e
radical abordagem estética para
a funcionalidade de um barco de
luxo, o iate de estreia é chamado
ARROW460-Granturismo
e será lançado inicialmente com
uma exclusiva edição limitada.
A Edição 1 do Granturismo dos
mares pode ser encomendada
diretamente pela Silver Arrows
Marine para entrega em 2015.
www.silverarrowsmarine.com
58 PERFILNÁUTICO
na mandíbula e nos olhos dos
grandes peixes oceânicos. A suíte
do proprietário está no segundo
nível, ligado por uma escada
exclusiva ao terceiro pavimento,
e generosas plataformas abertas
estão na popa e na proa, para
uso convenientede todos os
tripulantes.
www.schopferyachts.com
O superiate Paradigma 180,
projeto da Pama Architetti Yacht
Design, é um esplêndido iate
desenhado por Alessandro e
Francesco Pannone Malinconico.
A dupla procurou eliminar as
barreiras físicas que definem
espaços e áreas funcionais
com grandes espaços abertos,
incorporando varandas
dobráveis, portas, móveis baixos
e superfícies reflexivas de correr,
misturando-se os espaços
interiores e exteriores com um
uso inteligente de iluminação,
texturas e vidros. Apresentando
comodidades de primeira classe,
Canal Náutico
COM DIREITO
A PISCINA E
HELIPONTO
o Paradigma 180 terá quatro
cabines de hóspedes para oito
pessoas — seu andar superior
é reservado para a suíte do
proprietário —, grandes áreas
externas com direito a bar
e espaço spa no cockpit, piscina
na proa e um heliponto na
popa. Com cerca de 60 metros
ACESSÓRIOS EXCLUSIVOS
de comprimento, a embarcação
possui um casco de deslocamento
de aço e uma superestrutura de
alumínio. Painéis solares
no telhado, turbinas eólicas
e um motor elétrico auxiliam
na redução de emissões.
www.pamadesign.it
O Picchio Boat é um novo conceito de
catamarã concebido e desenhado por
Christian Grande. Um iate ideal para
interagir com o ambiente natural que
o rodeia, graças a uma abordagem de
projeto dedicada ao estilo de vida de quem
quer aproveitar a viagem e as suas escalas
em uma experiência única. Seu layout o
torna totalmente “permeável” à luz, aos
sons e ao cheiro do mar. Um catamarã
que se mistura com a natureza, moldada
pelo vento e pela água. Os acessórios que
o acompanham compartilham da mesma
vocação, a começar pelo bote exclusivo
com um arco quadrado e convés de teca,
passando pela série de malas feitas de
couros finos e cordas, a cadeira de diretor
de aço polido e teca, dobrável e facilmente
armazenável, chegando até a bicicleta
dobrável compacta e rica em estética,
um complemento ideal desembarcar do
Picchio Boat e explorar novos lugares.
www.picchioboat.com
PERFILNÁUTICO
59
31. Canal Náutico
FUNDO DO MAR EM ALTA RESOLUÇÃO
A sonda de imagens de alta resolução com a tecnologia CHIRP,
Dragonfly DownVision da Raymarine, permite ver o mundo
por baixo do seu barco com a clareza de uma fotografia. Agora
é possível para profissionais ou pescadores de fim de semana
detectar o peixe como nunca antes foi feito. A tecnologia
CHIRP transmite ao longo de um espectro de frequências
de sonda em cada impulso. O resultado é uma maior
resolução, tal como as imagens reais de sonda. A Dragonfly
foi criada com dois canais discretos de sonda CHIRP.
O primeiro é o canal DownVision de ultraelevada resolução
e o segundo é o canal de sonda de detecção de peixe de alta
resolução. O suporte giratório possui uma base pequena
para fixação, o que facilita a montagem em qualquer local
a bordo. Também está disponível um kit opcional para
montagem embutida.
A incomparável sensação de desfrutar
o tempo na água
Lançamento
CAPRI 21
www.marinexpress.com.br
IWC RENOVA COM A VOLVO OCEAN RACE
A fabricante suíça de relógios IWC Schaffhausen assinou um novo contrato
com a Volvo Ocean Race e fará a cronometragem oficial da edição 2014-15 do
evento. Da mesma forma que na edição passada, a IWC Schaffhausen não só
vai atuar como cronometrista oficial, mas também como patrocinadora da
taça IWC Schaffhausen 24 Horas Speed Record Challenge, que premia a equipe
que percorrer a maior distância em qualquer período de 24 horas durante cada
etapa da regata. Ao fim do evento, a fabricante suíça de relógios irá premiar
cada membro da tripulação com um modelo da marca. A IWC também renovou
parceria com a equipe de Abu Dhabi, que será comandada por Ian Walker.
clipes PORTA-COPOS PARA NÃO DERRAMAR
A Multicoisas é uma rede de
franquias com um conceito
inovador, especializada em
soluções para o dia a dia que
muito bem podem se adaptar
a bordo. O clipe porta-copos,
por exemplo, é um suporte que
pode ser acoplado na borda
da mesa e, desta forma, liberar
espaço para pratos, travessas
e talheres, num ambiente
reduzido como nos barcos,
60 PERFILNÁUTICO
onde tudo deve ser muito bem
aproveitado. Além disso, os copos
permanecerão em segurança,
já que o clipe porta-copos evita
que ele derrame o líquido.
O acessório é confeccionado com
plástico de alta qualidade e mola
de aço, facilitando o manuseio.
www.multicoisas.com.br
COM EXCLUSIVIDADE PARA O BRASIL, A AMERICAN BOAT REALIZA SEU SONHO
DE POSSUIR UMA CHRIS CRAFT.
32. Canal Náutico
MENOS PESO MAIS POTÊNCIA
A Volvo Penta lançou o motor V8-430,
de centro-rabeta a gasolina para embarcações
de lazer. O modelo alia menor peso a uma maior
potência, o que garante alto desempenho
e redução no consumo de combustível.
O novo V8-430 é baseado no premiado projeto
V8-380 lançado no ano passado, porém com
modificações que permitiram o aumento
da potência. É produzido com tecnologia de
temporização de válvula variável, que otimiza
o torque a baixas rotações ao mesmo tempo
que maximiza o desempenho em altas rotações.
www.volvopenta.com.br
F40 DA YAMAHA
PRODUZIDO
EM MANAUS
Desde o mês
de setembro a
Yamaha produz
mais um modelo
de motor de popa na
fábrica em Manaus.
Trata-se do F40, de 40
HP de quatro tempos, que
antes era comercializado
no Brasil via importação.
Segundo a empresa, a versão
brasileira manterá as mesmas
características de ser mais
silencioso, econômico e com baixa
vibração. O motor F40 foi concebido
para ser fácil de instalar e utilizar,
mas também oferece uma boa potência
e velocidades elevadas, bem como mais
impulso e binário a velocidades médias,
aliados a um bom nível de economia.
Outra vantagem do motor é que, por ser
de quatro tempos, emite menos poluentes.
www.yamaha-nautica.com.br
62 PERFILNÁUTICO
COMPRESSORES
DE AR SEGUROS
E EFICIENTES
Os compressores de ar são muito úteis no ambiente
náutico. O Mega Air C-6L da Ferrari, por exemplo,
é ideal para pequenos retoques em barcos.
Já o modelo Mega Turbo-50L é perfeito para
pinturas diversas e serviços de manutenção ou
retoques em veleiros, barcos e lanchas, entre outros
atributos. Os compressores de ar da Ferrari possuem
válvulas de segurança e, para diminuir a vibração,
suas bases são de borracha. Esses equipamentos
são compactos e fáceis de transportar.
www.ferrarinet.com.br
15 ANOS DE INOVAÇÕES.
FS Yachts. Desde 1998 fabricando compactas embarcações de luxo.
48 3243.1990
facebook.com/
fsyachtsbrasil
33. Canal Náutico
NAVEGANDO DENTRO E FORA DA ÁGUA
O semissubmarino elétrico
chamado Ego, projetado pela
montadora Raonhaje, promete
conquistar os amantes do fundo
do mar. Ele tem a proposta
de ser, ao mesmo tempo, um
minissubmarino e um barco,
ou seja, você terá a opção de
navegar dentro ou fora da água.
Quando o Ego está navegando,
o que se vê na superfície são dois
barquinhos que navegam lado
a lado, mas entre eles, no centro,
há um compartimento com acesso
para o mundo submerso. O espaço
comporta confortavelmente duas
pessoas. Segundo o fabricante, o
Ego é muito fácil de pilotar, pois
é comandado basicamente por
um pedal de acelerador e uma
direção, como se fosse um carro.
barcos nacionais e importados, que navegam em águas brasileiras
Índice
Os motores são carregados com
baterias elétricas que chegam
a durar dez horas com uma única
carga. Há também inúmeros
equipamentos de segurança no
painel, como rádio, bússola,
profundímetro e controles de
monitoramento de bateria.
www.raonhaje-ego.com
SCHAEFER
YACHTS, NOVA
TECNOLOGIA
NA MONTAGEM
Uma mudança que ninguém vê,
mas todo mundo sente. Uma
das marcas da Schaefer Yachts
é a busca da inovação, aliada à
melhor qualidade na produção de
suas embarcações, que estão entre
as mais vendidas no mercado
nacional. Por isso, o estaleiro
trouxe ao Brasil, de forma
pioneira, uma nova tecnologia
64 PERFILNÁUTICO
para a montagem dos barcos.
A Phantom 400 agora
é montada aberta,
proporcionando um ganho de
cinco dias úteis no prazo de
entrega da lancha. Segundo
o diretor da Schaefer Yachts,
Pedro Phelippe, os processos de
montagem e a forma de fixação
das peças foram simplificados.
“No Brasil, somos os únicos
a usar essa tecnologia, que será
estendida, aos poucos, a todos
os barcos do estaleiro.”
A Phantom 400 também teve
atualizações no design, com
novas janelas e decoração
da cozinha.
www.schaeferyachts.com.br
Normalmente, na seção Perfil, como o nome diz, traçamos o perfil de
embarcações de acordo com conversas com os representantes dos
estaleiros. Nessa edição fomos mais além. O verão aproxima-se e os
lançamentos começam a aparecer, por isso decidimos mostrar mais
de uma embarcação em cada reportagem. Começamos com as motos
aquáticas da nova linha da Sea-Doo, denominada Spark. Na sequência
temos dois modelos da FS Yachts, estaleiro conhecido pelo trabalho refinado
em seus barcos. Já a Phoenix Boats lançou em 2013 seis novas lanchas,
que você conhecerá mais a seguir. A Intermarine 75 é um só barco, mas
permite múltiplas opções de customização. E a Sessa Marine Brasil, agora
incorporada oficialmente à Intech Boating, tem muitos planos para 2014.
66
Sea-Doo
A nova linha Spark, leve e colorida, quer reacender
o prazer de se divertir entre família e amigos
76
FS Yachts
84
Phoenix Boats
94
Intermarine 75
104
Processo artesanal alia design e potência em alto-mar.
Conheça as embarcações FS 230 Scappare e FS 305 Elite
Seis novas lanchas lançadas em 2013 confirmam
planos do estaleiro de ser o maior da América Latina
Com design e itens de série diferenciados, um barco
com muitas possibilidades de personalização
Sessa Marine Brasil
Intech Boating confirma oficialmente a união iniciada
há dois anos e que ganha ainda mais força no Brasil
PERFILNÁUTICO
65
34. LINHA SPARK SEA-DOO
www.sea-doo.com.br
Nova linha
Sea-Doo
Leve e colorida
A linha Sea-Doo Spark quer reacender o prazer
de se divertir entre família e amigos
Por Rafaella Malucelli
66 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
67
35. LINHA SPARK SEA-DOO
V
elocidade não é mais o principal objetivo
desta linha de motos aquáticas.
O princípio de resgatar o lazer na água,
tão valorizado quando os primeiros destes
veículos surgiram, unido com o que há de
mais moderno na tecnologia atual faz da linha Spark
da Sea-Doo, apresentada durante o mês de setembro
em Orlando, uma ousada estratégia da empresa
responsável pela marca, a canadense BRP (Bombardier
Recreational Products).
A LINHA SPARK FOI
APRESENTADA EM
SETEMBRO EM ORLANDO,
EM UM EVENTO PARA
A IMPRENSA PROMOVIDO
PELA BRP
Leves, econômicas, divertidas e acessíveis
Em cinco divertidas cores, os produtos apresentados
destacam-se por características como design,
sustentabilidade, acessibilidade e, principalmente,
economia. O projeto, que é considerado a menina
dos olhos da marca, demorou cerca de oito anos para
sair do papel. O resultado é fruto de muita pesquisa
e paixão de todos os envolvidos, um ambiente que
pôde ser sentido na pele pela equipe da Perfil Náutico,
convidada pela BRP para acompanhar o lançamento
exclusivo para a imprensa em Orlando (EUA).
A linha Spark surgiu não apenas para diversificar
68 PERFILNÁUTICO
o portfólio de produtos da marca. Segundo o vicepresidente da BRP, Chris Dawson, há muito mais por
trás dessa divertida linha. A intenção é ajudar
a diminuir o declínio de produtos recreativos aquáticos
e reacender o mercado que atingiu certa maturidade.
“O Spark chega ao mercado 50% mais leve e 40%
mais barato que o concorrente da mesma categoria”,
comenta Chris Dawson. “Para nós da BRP, fazer algo
diferente está no DNA, que é de buscar coisas novas ou
olhar para as mesmas coisas com um olhar diferente.
Há alguns anos nós percebemos que a indústria dos
PERFILNÁUTICO
69
36. Canal do Construtor
Canal do Construtor
LINHA SPARK SEA-DOO
produtos aquáticos recreativos precisava de
alguma coisa nova, algo para trazer de volta
os tempos incríveis que existiam nos anos 90.
Eram produtos divertidos, acessíveis. Hoje temos
outro tipo de diversão, são máquinas muito
poderosas, velozes, mas também são caras,
e nós queríamos então mudar isso.”
Inovação desde a concepção
Com o objetivo de ser acessível para toda a família,
isso é, todos poderem dirigir e se divertir,
os Sparks pesam 50% menos que as tradicionais
motos aquáticas. Com isso não importa a idade,
é fácil para todos pilotarem e manobrarem.
O design leve e moderno foi possível graças
ao desenvolvimento da estrutura chamada
Exoskel, uma arquitetura compacta e minimalista
feita de Polytec, que é uma mistura otimizada de
polipropileno e fibra de vidro desenvolvida pela
BRP, projetada especificamente para aplicações
em casco e convés de motos aquáticas, tornando
a estrutura durável, leve e reciclável.
Pilotos profissionais demonstrando a performance
A LEVEZA DO PRODUTO
VEIO DAS SOLICITAÇÕES
DO PÚBLICO DURANTE
AS PESQUISAS DE CAMPO
DA EMPRESA
A leveza do produto veio ao encontro de uma
das principais solicitações feitas pelo público
durante as pesquisas de campo da empresa:
facilidade para rebocar e guardar a moto aquática.
Os Sparks podem ser rebocados pela maioria
dos carros populares.
Chris Dawson comenta que a sustentabilidade está
intrínseca em tudo que a empresa realiza hoje.
“Na linha Spark temos o motor mais limpo da
categoria, com 13 vezes menos emissões de CO²,
se comparados aos motores dos anos 90
e 2000”, afirma. A família de motores Rotax 900
ACE adotada pela empresa nos Sparks colabora
para a leveza da moto aquática e, segundo a BRP,
é não apenas o mais compacto e leve do mercado,
mas o mais econômico também, apresentando
um aproveitamento de combustível cerca de 35%
maior do que os demais. O motor é um conjunto
70 PERFILNÁUTICO
propulsor de quatro tempos com três cilindros
em linha, com iTC™ (Controle de Aceleração
Inteligente) e CLSC (Sistema de Arrefecimento
em Circuito Fechado).
DUAS POTÊNCIAS DE MOTOR
DÃO A OPÇÃO PARA QUEM
QUER UMA PILOTAGEM MAIS
RADICAL
opções para todos os gostos
Apresentação em noite de gala
As possibilidades da linha são inúmeras.
Há o modelo para duas pessoas e outro com
traseira prolongada em que cabem três pessoas.
Duas potências de motor dão a opção para quem
quer uma pilotagem mais radical, podendo chegar
à velocidade máxima de 65 km/h com o modelo
900 ACE, e 80 km/h com o 900 HO ACE.
Para os iniciantes a dica é adquirir o freio
e reverso inteligente (iBR) que, de acordo com
os técnicos da Sea-Doo, dá aos pilotos
a capacidade de parar até 30 metros antes que
qualquer outra moto aquática.
PERFILNÁUTICO
71
37. LINHA SPARK SEA-DOO
O objetivo do lançamento é chegar a um número maior de famílias
MODELOS PERSONALIZADOS COM OPÇÃO DE CINCO CORES
E 20 KITS GRÁFICOS DIFERENTES
PERFEITO PARA O MERCADO BRASILEIRO
Para embelezar e deixar o modelo ainda mais
personalizado há cinco cores divertidas – Branco
Vanilla, Laranja Crush, Rosa Bubble Gum, Amarelo
Pineapple ou Cinza Licorice – que podem ainda ser
estilizadas com as 20 opções de kits gráficos oferecidos
pela marca. Há ainda uma linha de vestuário e uma
série de acessórios com o mesmo design da moto
aquática feitas para combinar. Tudo pensado para
que a palavra diversão fique sempre em evidência.
72 PERFILNÁUTICO
O objetivo de criar um produto de fácil assimilação para
todas as idades com um preço muito mais acessível que
as demais motos aquáticas do mercado é, segundo o vicepresidente da BRP, Chris Dawson, chegar a um número
maior de famílias. Para Dawson, isso vem ao encontro
da nova realidade econômica mundial e do aquecimento
da economia brasileira.
“Além de ser um mercado emergente e aquecido, o que eu
mais amo sobre o Brasil é a cultura da água que existe lá,
PERFILNÁUTICO
73
38. LINHA SPARK SEA-DOO
as pessoas adoram estar na praia, estar com a família na
água de alguma maneira se divertindo e isso se encaixa
perfeitamente com a filosofia da Sea-Doo como um
todo”, compara Dawson. “Em nossa opinião, nós temos
o melhor mix de produtos para pessoas que querem
gastar bastante ou pouco dinheiro. A linha Spark
abre as portas da diversão aquática para muito mais
famílias. Quando pensamos no Spark, o Brasil foi um
dos principais mercados para o lançamento da linha.
O Spark é o produto de entrada para muitas famílias no
mundo da diversão aquática, queremos criar memórias.
É sustentável, é divertido e acessível.”
A linha Spark chega ao mercado brasileiro em três
modelos com os seguintes valores sugeridos pela
fábrica: R$ 22.899,00 (ACE 900 NA – dois lugares);
R$ 26.119,00 (ACE 900 HO – dois lugares);
e R$ 28.879,00 (ACE 900 HO – três lugares).
Sobre a BRP
A BRP é líder global em projeto,
desenvolvimento, fabricação, distribuição
e marketing de veículos para esportes
motorizados. Distribuído em 105 países, seu
portfólio de marcas e produtos inclui motos para
neve Ski-Doo e Lynx, motos aquáticas Sea-Doo,
veículos para todo terreno e side-by-side
Can-Am, roadsters Spyder, motores de popa
Evinrude, bem como sistemas de propulsão
Rotax. A BRP emprega aproximadamente 6,8 mil
pessoas no mundo todo.
74 PERFILNÁUTICO
SERVIÇO
SEA-DOO
SITE: www.sea-doo.com.br
39. FS 230
www.fsyachts.com.br
Obras-primas
do FS Yachts
Processo artesanal alia design e potência em alto-mar.
Conheça as embarcações FS 230 Scappare e FS 305 Elite
Por Leo Suzuki
76 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
77
40. FS 230
O
estaleiro FS Yachts é conhecido
pelo caprichado trabalho artesanal
no processo de construção de suas
embarcações que, aliado à alta
tecnologia e ao desenvolvimento
de designs inovadores, se tornou referência
no mercado náutico nacional, inclusive
ditando tendências.
O modelo FS 230 Scappare, por exemplo, lançado
em 2009, é um dos grandes destaques entre
os barcos nacionais na categoria de lanchas
de pequeno porte, ganhando a preferência de
muitos novos proprietários, tanto pela qualidade
e desempenho de navegação quanto pelo seu
acabamento de primeira linha. A lancha
é sucessora da FS 220 High Class, a primeira
embarcação brasileira com motor centro-rabeta,
que se tornou referência no mercado das pequenas
embarcações. O modelo com estofamentos e cores
modernas, pintura automotiva e gelcoat abriu
caminho para aqueles que, mesmo possuindo um
O MODELO FS 230 SCAPPARE,
LANÇADO EM 2009, É UM DOS
GRANDES DESTAQUES ENTRE
OS BARCOS NACIONAIS NA
CATEGORIA LANCHAS DE
PEQUENO PORTE
barco de pequeno porte, gostariam de escolher
itens de customização que tornariam sua lancha
personalizada de acordo com o seu perfil. A FS 230
foi precursora dos modelos com convés pintado
de preto, azul ou vermelho, e a novidade virou
tendência no mercado náutico brasileiro.
Dentre os diferenciais da lancha, destacam-se
o excelente espaço interno com gaiutas e vigias –
abertas e ventiladas – e um banheiro privado com
pia e torneira, ducha e lixeira e demais itens
de série. O banheiro fechado interferiu um pouco
no espaço destinado para a cama, mas, segundo
a equipe técnica do estaleiro, essa opção de projeto
se tornou válida porque menos de 10%
das pessoas que navegam na FS 230 Scappare
têm o espaço da cama como item prioritário e,
por outro lado, o conforto do banheiro torna-se
um atrativo diferencial.
A embarcação possui um sofá em U na cabine,
78 PERFILNÁUTICO
Modelo de proa aberta, FS 230 Sirena, com banheiro fechado na frente do copiloto
com estofamento em courvin antimofo com
opções das cores areia, caramelo, marrom e
terracota. A FS 230, no modelo de proa aberta,
foi batizada como FS 230 Sirena. Nessa versão,
um banheiro fechado na frente do copiloto
faz parte da infraestrutura. As FS 230 são
homologadas para dez pessoas e já vêm equipadas
com uma geleira revestida em poliuretano no
cockpit – ao lado da pia –, escada de acesso ao
AS FS 230 CONTAM COM UM
GRANDE SOLÁRIO DE POPA
E UMA BELA PLATAFORMA
DE MERGULHO E SÃO
EQUIPADAS COM GELEIRA
E ESCADA DE ACESSO
AO COCKPIT
Banheiro privado e cockpit espaçoso
cockpit, um grande solário de popa – acima
da tampa do motor – e uma boa plataforma
de mergulho, onde se pode instalar uma
churrasqueira com tábua de madeira.
PERFILNÁUTICO
79
41. FS 230
A FS 230 abriu caminho para a customização em lanchas de pequeno porte
A navegação, tanto do modelo de proa fechada
– Scappare –, como no de proa aberta – Sirena
–, é estável, com planeio instantâneo que não
“empopa”, curto raio de manobra e sistema de
desempenho “Step-Vee” no casco. A motorização,
na versão padrão, é feita com dois motores Volvo
Penta SX N-EV com 225 HP de potência cada um.
FS 305 Elite
Outro modelo que é destaque do estaleiro é a FS
305 Elite, lançada em 2012. O diferencial da lancha
cabinada de médio porte é a entrada de ar negativa
no costado, similar à de carros superesportivos,
proporcionando aspecto futurista à embarcação.
O truque é consequência de um processo
de laminação complexo. Outro ponto forte
é a cabine. O pé-direito tem 1,90 metro na
entrada não comprometendo a circulação das
pessoas. Na cabine, um botão no sofá de proa
eleva a sua base, tornando-a uma extensão da
cama.Na meia-nau, uma sala com dois sofás
opostos, que podem ser utilizados como camas
para as crianças ou completados, tornando-se
uma cama de casal.
O banheiro preserva a mesma altura da cabine.
A FS 305 Elite vem equipada com um motor
a gasolina, centro-rabeta, modelo Volvo Penta V8,
de 380 HP de potência. Na versão mais potente são
dois motores Volvo Penta com 440 HP cada um.
FS Yachts
Este ano o estaleiro comemora 15 anos de existência. Em 1998, foi construída
a primeira lancha FS em um galpão no Rio Grande do Sul, o modelo FS 185.
Nos anos seguintes, foram criados mais três modelos de embarcações:
FS 210 Open, FS 210 Cabin e FS 220.
Em 2004, o estaleiro inicia sua exportação para Canadá, Eslovênia, Rússia,
Angola e Suécia. Em 2005 a linha FS passa a ser fabricada no litoral catarinense
em um processo totalmente artesanal, estabelecendo sua identidade no mercado
náutico.Com o lançamento das embarcações FS 180, FS 205, FS 215, FS 230
Scappare, FS 230 Sirena e FS 305 Elite, o estaleiro FS Yachts passa a colaborar
com a criação de novas tendências de design no mercado náutico mundial.
A precisão na produção limitada, a alta tecnologia e a força do acabamento
artesanal fazem do estaleiro FS um verdadeiro estúdio de arte e suas lanchas
se tornam verdadeiras obras-primas.
FS 305 Elite, visual futurista similar ao de carros superesportivos
80 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
81
42. FS 230
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
FS 230 Sirena
COMPRIMENTO TOTAL: 7,1 m
BOCA MÁXIMA: 2,5 m
PESO SEM MOTOR: 850 kg
Capacidade de passageiros/dia: 10
Motorização: centro-rabeta, de 135 HP a 260 HP
Tanque de água doce: 60 L
Tanque de combustível: 150 L
Banheiro fechado c/ WC e ducha.
FS 230 Scappare
COMPRIMENTO TOTAL: 7,1 m
BOCA MÁXIMA: 2,5 m
PESO SEM MOTOR: 900 kg
Capacidade de passageiros/dia: 10
Capacidade de passageiros/noite: 2
Motorização: centro-rabeta, de 135 HP a 260 HP
Tanque de água doce: 60 L
Tanque de combustível: 150 L
FS 305 Elite
COMPRIMENTO TOTAL: 9,32 m
BOCA MÁXIMA: 2,82 m
PESO SEM MOTOR: 3.000 kg
Capacidade de passageiros/dia: 12
Capacidade de passageiros/noite: 4
Motorização: centro-rabeta, de 300 HP a 440 HP
Tanque de água doce: 100 L
Tanque de combustível: 340 L
Pé-direito na cabine: 1,86 m
Pé-direito no banheiro: 1,86 m
SERVIÇO
FS Yachts
SITE: www.fsyachts.com.br
TELEFONE: (48) 3279 7333
82 PERFILNÁUTICO
43. PHOENIX LANÇAMENTOS
www.phoenixboats.com.br
Um é pouco, três é bom...
seis é suficiente
84 PERFILNÁUTICO
A Phoenix Boats lança seis novas lanchas em 2013 e segue
planos para ser o maior estaleiro da América Latina
Por Amanda Kasecker
PERFILNÁUTICO
85
44. PHOENIX LANÇAMENTOS
A
Phoenix finaliza o ano de 2013 com
uma aposta bastante arrojada: o
lançamento de seis novas lanchas.
Tudo isso em um único evento, o São
Paulo Boat Show, que aconteceu de 17
a 22 de outubro. Cinco delas formam
uma nova linha do estaleiro: a Limited, composta pelos
modelos 275, 290, 290 open, 360 e 360 open. O sexto
lançamento, a 255 Platinum com motor de centrorabeta, já estava nos planos da empresa há tempos.
E, por falar em planos, os da Phoenix são ousados:
tornar-se o maior estaleiro da América Latina. Quem
conta é Pedro Senna, diretor de marketing da empresa.
Segundo ele, todos os próximos passos estão calculados
para concretizar o objetivo final em um futuro muito
próximo. “Há cinco anos começamos a traçar o plano
para a Phoenix se tornar o maior estaleiro da América
Latina”, revela Pedro. “Ainda não chegamos lá, faltam
algumas etapas, já que o nosso plano é para 2015.”
Os mais recentes lançamentos fazem parte de um
processo chamado “fidelização”. “A Phoenix tem um
plano de fidelização de cliente extremamente eficiente,
que passa pelas funções da diretoria e pela presença da
rede de concessionários junto ao uso da embarcação
pelos clientes”, explica o diretor. “Numa marina que
seja concessionária Phoenix, por exemplo, a atenção
junto ao barco é diferenciada, cada acontecimento com
a embarcação é reportado para a fábrica.”
Esse conjunto de informações chega sempre à direção
da empresa, que é o departamento com poder de
decisão imediato. “A cada dia refinamos esse modelo de
trânsito entre o cliente e a diretoria da empresa”, fala
Pedro. “Isso permite que tenhamos uma infinidade de
feedbacks altamente confiávéis, já que vêm do próprio
A 255 PLATINUM COM MOTOR CENTRO-RABETA,
QUE JÁ ESTAVA NOS PLANOS DA EMPRESA HÁ TEMPOS,
FOI APRESENTADA DURANTE O SÃO PAULO BOAT SHOW
cliente chegando em quem é capaz de promover
investimentos significativos, incluindo a criação
de novos modelos na linha de produtos.”
Foi justamente assim que esses novos seis barcos foram
criados. A Linha Limited começou com a 275.
A 275 Limited derivou da 275 Platinum. Muitos clientes
dessa lancha demonstraram interesse em ter um novo
barco, mas que não fosse maior, já que muitos deles
navegavam em locais de baixa profundidade
ou em lagos e represas, mas eles queriam migrar para
uma lancha melhor, mais completa e mais luxuosa.
Seguindo o mesmo raciocínio, clientes pediram para
que a 290 Platinum também tivesse uma remodelagem,
mas não queriam que passasse de 36 pés.
Como as demandas iniciais dos clientes já se mostraram
sólidas, de acordo com Pedro Senna, os lançamentos
foram totalmente viáveis, com unidades já vendidas
antes mesmo de serem expostas ao público.
Antes mesmo de ser vista no São Paulo Boat Show,
a linha Limited inteira já possuía cinco unidades
entregues e inúmeros pedidos.
Dentre as seis lanchas que acabaram de sair do forno,
duas têm demonstrado um sucesso muito rápido:
a 290 Limited e a 360 Limited. “A quantidade de
encomendas está acima das expectativas”, comemora
o diretor de marketing.
Os lançamentos
Derivada da 255 Platinum, com motor de popa,
nasceu a 255 Platinum com motor de centro-rabeta.
A primeira vendeu 250 lanchas em um ano.
O projeto da 255 é inteiramente feito na Itália.
“A lancha surgiu por encomenda junto ao estúdio
que trabalha conosco desde a criação da 230 Plus,
a lancha que mudou todos os números para
a Phoenix”, explica Senna.
A nova 255 apresenta algumas diferenças.
86 PERFILNÁUTICO
A nova plataforma de popa valoriza atividades em
grupo, desde monitorar as crianças na água até fazer
um churrasco. Ela conta ainda com uma das maiores
bocas da categoria, proa com duas chaises longues
e espaço de convivência para três adultos, solarium
de popa com encosto rebatível, bancos ergonômicos
ajustáveis e rebatíveis, pia, escadas de proa e de
popa, geleiras e uma infinidade de porta-objetos.
PERFILNÁUTICO
87
45. PHOENIX LANÇAMENTOS
275 Limited, espaço interno privilegiado
Linha Limited
A Phoenix Boats agora tem embarcações premium entre 27 e 36 pés. A linha Phoenix Limited possui cinco
modelos: a 275 Limited, a 290 Limited, a 290 Limited Open, a 360 Limited e a 360 Limited Open. Por conta
da dinâmica do trânsito de informações com os clientes e concessionários, o estúdio de design recebeu
direcionamentos mais concretos, esboços e guidelines feitos no próprio estaleiro.
A caçula – 275 Limited
Novo design exterior, novos opcionais e acabamento
totalmente diferenciado chamam a atenção.
Este modelo possui uma das maiores plataformas de
popa e também uma das maiores cabines da categoria,
com boca de quase três metros, e acomoda três adultos
para pernoite. Seu espaço interno é privilegiado
e seu design traz diferenciais: bancos com acabamento
requintado, teca, pia, cristaleira, banheiro fechado
com excelente pé-direito.
88 PERFILNÁUTICO
290 Limited, redistribuição interna da cabine
A prática – 290 Limited
A partir da 290 Platinum, surgiu a 290 Limited.
Algumas mudanças foram fundamentais, como os
ajustes no casco que permitem uma navegação ainda
mais precisa e adequada aos novos motores de centro
disponíveis no mercado. Outro ponto alto da lancha
é a redistribuição interna da cabine, com acabamentos
diferenciados, armários em diversas opções de cores
e aumento no pé-direito, tanto do banheiro
quanto das cabines de proa e de meia-nau.
A plataforma de popa traz um espaço gourmet
escondido sob um banco voltado para a água.
O solarium de popa também ganhou novos
revestimentos e ainda mais espaço para até
três adultos.
PERFILNÁUTICO
89