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Módulo 5
Filosofia
- Filosofia política: da antiguidade ao renascimento
- Filosofia política: moderna e contemporânea
- Orientações metodológicas
Flávia da Rosa Melo
Filosofia política: da antiguidade
ao renascimento
1
conjunto de cidadãos e sua
forma de organização social.
Pólis = Cidade
Poder Organização
Política
2
FOLTZ, Philipp. O Século de Péricles.
1853. Impressão em tela, fine art
giclée. 76,2 cm x 61 cm
2
Justiça social, garantia dos
direitos humanos etc.
A Filosofia Política reflete sobre
a vida humana em sociedade e as
melhores formas de governo.
©Wikimedia
Commons
3
ta politika
Democracia direta
res publica
Democracia indireta
Cidadãos participavam
diretamente do poder,
sem necessidade de
representantes.
Havia eleição de
representantes para o
Senado, que governavam
em nome da população.
Democracia
Grécia Roma
Para a Filosofia
Política, “política”
refere-se a governo
e à ação coletiva
de grupos que
estabelecem leis e
as obedecem.
Demos: muitos +
Kracia: poder
Termo grego
relacionado à
participação ativa
na pólis.
Do latim:
“Coisa pública”.
3
4
Pólis ideal
Platão (428 a.C.-347 a.C.) afirmava que o modelo ideal de pólis deveria oferecer lugares fixos aos
cidadãos, de acordo com a natureza de cada um, revelada aos indivíduos no decorrer da paideia.
Paideia: um processo educativo dividido em três etapas:
Etapa 1
Na primeira etapa, o
aprendizado deveria acontecer
em locais de trabalho, com uma
perspectiva técnica, baseada na
repetição de atividades
produtivas.
Quem não
demonstrasse
aptidão para
progredir a outros
estágios seria
incluído na classe
dos produtores.
Na segunda etapa, conhecida
como educação musaica,
o aprendizado teria como
princípios a coragem e a
moderação. Essa etapa é
composta de ginástica, poesia
e música. O êxito na ginástica
demonstraria potencial para
viver com simplicidade, além de
preparar os indivíduos para a
guerra. Os que se destacassem
nesse contexto, mas não
demonstrassem interesse em
se aprofundar nos estudos,
passariam a compor a classe
dos guardiões ou guerreiros.
Na terceira etapa, os estudos
incluiriam Matemática,
Aritmética, Geometria e
Astronomia. Aqueles que se
mostrassem mais aptos nessas
ciências seriam encaminhados
ao estudo da dialética, para
desenvolver uma visão
racional da realidade, guiada
pela ideia do Bem. Quem se
destacasse também nesse
novo estudo formaria a classe
dos magistrados e os melhores
entre eles poderiam se tornar
governantes. Logo, o governante
ideal platônico seria o filósofo.
Etapa 2 Etapa 3 Paideia (de paidos:
criança) significava
“criação de
meninos”. Na obra
de Platão, porém,
passou a definir
um modelo de
educação capaz
de preparar os
cidadãos para viver
na pólis ideal.
©Shutterstock/Marusya
Chaika
5
Animal político
Aristóteles (384 a.C. — 322 a.C.) foi aluno de Platão,
e atribuía grande valor às leis escritas.
Estado
Conjunto formado por
cidadãos, regidos por uma
constituição que promove a
virtude e o bem comum.
4
Justiça
Justiça distributiva
Divisão dos bens econômicos, isto é, dar a cada
um aquilo que lhe for devido, conforme suas
diferentes necessidades.
Justiça participativa
Organização do poder político, de modo que os
cidadãos (os iguais) tivessem a oportunidade de
participar igualmente do governo.
A concepção aristotélica de cidadania não
contemplava todos os membros da cidade: excluía
mulheres, estrangeiros e pessoas escravizadas ou
economicamente pobres, com a justificativa de que havia
diferenças naturais entre os seres humanos.
6
Cidade de deus e cidade dos homens
Agostinho de Hipona (séc. IV-V) manteve os laços entre
Ética e Política, concebendo:
2. em oposição à
concupiscência da
comunidade terrena
1. O amor como
fundamento da comunidade
social perfeita
Cidade de Deus Cidade dos Homens
Antigos pensadores romanos, como Cícero e Sêneca, tomavam como base para o
bom governo o ideal platônico do governante filósofo:
Virtudes cardeais
Sabedoria, justiça, coragem e
temperança (moderação).
Virtudes principescas
Objetivos nobres
Honradez (sempre manter seus princípios),
magnanimidade (punir com justiça e
clemência), liberalidade (colocar suas
riquezas a serviço do povo).
Honra, glória e fama.
concupiscência:
desejo intenso
por bens
ou prazeres
materiais.
7
Direito divino de governar 5
ANGELICO, Fra. São
Tomás de Aquino.
[ca. 1438-1440].
1 têmpera sobre
madeira, color.,
37 cm × 15 cm.
Collezione Vittorio
Cini, Veneza.
Na Idade Média, acreditava-se que o próprio Deus concedia ao rei ou príncipe o direito
de governar. Este direito era hereditário e inviolável, e os tiranos ou déspotas eram
vistos como castigos de Deus.
No século XIII, Tomás de Aquino reconheceu como legítimo o direito de resistir aos
governantes despóticos, afinal, a tirania implicava desrespeito aos direitos dos súditos
e às leis que o governante deveria seguir para o bem de todos.
Aquino também destacava uma hierarquia entre as leis:
Lei divina
A principal, todas as
demais deveriam partir
dela. Essa lei guiaria o ser
humano à salvação.
Lei natural
Leis humana
Voltada à conservação
da vida, à educação
dos filhos, ao desejo
da verdade e ligada a
inclinações comuns,
regidas pelos princípios
da moralidade.
Estabelecidas pelos seres
humanos com base na
lei natural e dirigidas à
utilidade comum. Deveriam
emanar da própria
comunidade ou de seu
representante legítimo.
8
Ética x Política 6
TITO, Santi di. Retrato de Nicolau
Maquiavel. Segunda metade do
século XVI. Oléo sobre tela, 104 cm
x 85 cm. Palazzo della Cancelleria
Vecchia, Roma, Itália
Os fins justificam os meios?
Para ele, o príncipe ou governante poderia abrir mão das
virtudes éticas para conquistar e se manter no poder.
Ele deveria aprender a não ser bom, quando isso fosse
necessário, e também aprender a simular virtudes não
políticas (as virtudes éticas) e a dissimular seus atos
detestáveis, evitando, assim, o ódio popular.
Maquiavel (1469-1527), a partir da experiência
como diplomata, escreveu sob uma perspectiva
realista da política e não se ateve ao princípio
do direito divino de governar.
©
W
ikimedia Commons
9
Filosofia política: moderna
e contemporânea
TESTELIN, Henri. Apresentação dos membros da
Academia de Ciências a Luís XIV em 1667. [1669-1671].
´óleo sobre tela, 348 x 590 cm. Palácio de Versalhes,
Versalhes, França
A Academia Real das Ciências,
nos anos de 1682 a 1789, foi
responsável pelo conhecimento
científico.
(Rousseau) (Hobbes)
O homem nasce bom e a
sociedade o corrompe.
O homem é o lobo do
homem.
10
Pensamentos moderno e
contemporâneo:
O período entre a Baixa Idade Média (séculos XI a XV) e a Modernidade (séculos XV a XVIII) foi marcado por
transformações políticas na Europa
Diferentes modos de
organização social
Crise do sistema feudal, enfraquecimento do poder político da Igreja Católica, e formação e consolidação dos
Estados Nacionais Modernos
Pacto social, soberania do Estado, luta
de classes, cidadania e biopoder
Nova mentalidade política: autoridade suprema do monarca e existência de Estados fortes.
11
7
Entre os séculos XVI e
XVII, ganharam força as
seguintes ideias:
A origem do poder está no
conflito e não na harmonia.
A melhor forma de governo é
a república
A virtude política
distingue-se das virtudes
morais ou cristãs.
Pois o governo em uma república
submete-se às leis e busca
garantir o direito de participação
política a todas as classes sociais.
12
O povo passou a questionar a
ordem política vigente
Revoltas liberais
Revoltas por parte de camponeses,
artesãos e
comerciantes contra os poderes
Reflexões filosóficas sobre a natureza
e a legitimidade
do poder político.
8
Poder de cima
pra baixo
Poder de baixo
para cima
13
Pacto social e jusnaturalismo 9
Grandes
Navegações
Etnocentrismo Jus naturale + Lex naturalis Jusnaturalismo
Alguns pensadores dos séculos XVII e XVIII
buscaram compreender a passagem do estado
de natureza para o Estado Civil, por meio de
governos e leis humanas.
Povos
“selvagens”
A liberdade
de preservar a
própria vida.
É a tendência que as pessoas têm
de julgar uma cultura diferente como
estranha, com base na sua própria
cultura, acreditando-se superior
aos demais em aspectos culturais,
religiosos e étnico-raciais.
O dever de
preservar-se. Contratualismo
Explica a submissão das
pessoas ao poder político por
intermédio do conceito de
um pacto social, ou contrato
social - um hipotético acordo
de transferência das liberdades
individuais em favor da
autopreservação.
14
O pacto social segundo...
Thomas Hobbes
(1588-1679)
A lei natural levaria os
indivíduos a renunciarem à
sua liberdade em favor de
um governante.
Leis civis.
Garantia aos indivíduos
a preservação da vida, a
justiça e da propriedade.
John Locke
(1632-1704)
O Estado deveria agir
a favor de sua própria
manutenção e da
conservação
dos indivíduos.
Poderes Legislativo e
Executivo.
O Estado poderia censurar
apenas aquilo que o
pusesse em risco.
Montesquieu
(1689-1755)
Instituição de três poderes
no Estado, ressaltando
a necessidade de
independência entre
eles e distinção entre os
membros.
Poderes Executivo,
Legislativo, e Judiciário.
Os três poderes deveriam
existir já que o governante
não poderia julgar com
imparcialidade.
Jean-Jacques Rousseau
(1712-1778)
Os indivíduos deveriam
ser compreendidos como
cidadãos obedientes às leis
que estabeleceram pelo bem
comum.
O soberano era o povo.
O governante deveria ser um
funcionário, e não o senhor
do povo.
15
Estado soberano 10
Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831)
considerava o Estado como uma ideia perfeita.
Rejeitava a hipótese do contrato social
para explicar a origem do Estado por
acreditar que a construção deste ocorria
por meio do movimento dialético.
O Estado se manifestava na figura do
monarca e na Constituição que regesse
o poder, expressando os ideais de um
povo e sua organização em busca de
uma unidade.
As contradições
sociais geravam
sínteses que, por
sua vez, iniciavam
novas contradições
e produziam novas
sínteses.
Tese Antítese
Síntese
(particular)
Alma
Consciência
Espírito
(objetivo)
Direito
Moral
Ética
(espírito absoluto)
Filosofia
Arte
Religião
Dialética Hegeliana
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16
Luta de classes, ideologia e revolução 11
Gettyimages,
Duncan
1890
Marx e Engels propuseram o socialismo
com o objetivo de construir uma
nova forma de organização das
relações políticas e econômicas, em
contraposição ao capitalismo.
Opressão da burguesia cada vez mais explícita + Conscientização
da classe trabalhadora = Revolução comunista
Capitalismo: sistema
econômico surgido
no Ocidente, na Idade
Moderna, fundamentado
na ideia de acumulação de
capital, ou seja, de riqueza
financeira, por meio do
lucro obtido na produção
e na comercialização de
mercadorias.
Burguesia: na Baixa Idade
Média, os habitantes dos
burgos, espécie de vilas
organizadas em torno de uma
construção (castelo, mosteiro),
eram chamados de burgueses,
artesãos que se dedicavam
ao comércio. No contexto da
Revolução Industrial, esse
conceito passou a se referir à
classe dos proprietários das
indústrias em formação.
17
Cidadania 12
Hannah Arendt (1906-1975) identificou três formas de atividades
exercidas pelos seres humanos, ligadas às questões existenciais do
nascimento e da morte:
labor ação
fabricação
A reflexão sobre esse processo é fundamental para
evitar que a ideia de cidadania seja reduzida a um mero
instrumento de legitimação dos governos por meio do voto.
Na ação, marcada pela
pluralidade e única
atividade exercida
diretamente entre as
pessoas, sem a mediação
das coisas, o ser humano
atua de forma política,
fundando e mantendo as
instituições que recebem
os recém-chegados ao
mundo.
O trabalho ou
fabricação, que aponta
para o artificialismo
da existência humana;
o ser humano dedica-
se à produção de
bens duráveis. Assim,
ultrapassando o ciclo
vital, busca melhores
condições para a
manutenção de sua
existência.
Se relaciona
aos processos
biológicos do
corpo; o ser
humano busca
atender às
necessidades de
sobrevivência do
indivíduo e da
espécie.
18
Poder disciplinador e biopoder 13
BANCILHON, Michele. Filósofo
francês Michel Foucault. 1984.
1 fotografia color. AFP FOTO.)
Michel Foucault (1926-1984)
acreditava que os indivíduos
deveriam agir de modo a minar
os micropoderes, estabelecendo
focos de resistência onde quer
que percebessem tentativas de
controle e de normalização de
comportamentos.
Poder disciplinador Biopoder
Conjunto de dispositivos a serviço
da vigilância e do controle social,
em nome da normalidade e da
verdade, conforme os padrões
sociais e culturais estipulados.
O biopoder aborda o ser humano
como ser vivo, e exerceria controle
sobre questões ligadas ao
nascimento, à morte e à saúde dos
indivíduos de uma população.
Loucura, padrão
de comportamento
considerado anormal,
conceito que se
contrapõe ao ideal de
ser humano
racional.
Fixa padrões de
normalidade e
tratamento para os
comportamentos que
se desviam desses
padrões.
Poder
disciplinador
©Glow Images/AFP/
MICHELE BANCILHON
19
Orientações metodológicas
1 Questione os alunos sobre o que eles entendem por poder e organização para iniciar a explanação.
2 Demande aos alunos exemplos do que eles consideram como tema da Filosofia Política e da Justiça Social.
3 Pergunte aos alunos quais outros modelos de organização política conhecem.
4 Questione os alunos se acreditam que existam membros da sociedade que não são contemplados pelo Estado, nos moldes atuais de política e
cidadania.
5 Antes da leitura, incentive os alunos a relembrarem o que já viram sobre Tomás de Aquino nos livros e aulas anteriores.
6 Pergunte aos alunos se conhecem o termo “maquiavélico”, o que significa e em que momentos poderia ser ou foi usado por eles. Indague,
também, se concordam com a máxima “os fins justificam os meios.”
7 Fomente uma conversa sobre: A república foi, e ainda é, entendida por muitos como a melhor forma de governo, pois busca garantir participação
de todas as classes. Mas será que na prática, a república consegue garantir essa participação igualitária? Peça exemplos.
8 Retome com os alunos o que significa “Liberalismo” na Filosofia Política.
9 Converse com os alunos sobre o que consideram “selvagens” e “incivilizados” e quais são os problemas relacionados ao uso destes termos.
10 Inicie a explicação questionando os alunos se acreditam ou não na possibilidade de uma “ideia perfeita”.
11 Pergunte aos alunos se acreditam que o “capital” é representado na ilustração de forma considerada pejorativa ou negativa na atualidade, e /ou
de que outra forma poderia ser retratado.
12 Inicie retomando quem foi Hannah Arendt.
13 Comece uma conversa sobre o que é ser “normal”. O que é normal para nossa sociedade nesse momento histórico seria considerado “normal” há
100 anos? E será “normal” no futuro?
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  • 1. © W i k i m e d i a C o m m o n s Módulo 5 Filosofia - Filosofia política: da antiguidade ao renascimento - Filosofia política: moderna e contemporânea - Orientações metodológicas Flávia da Rosa Melo
  • 2. Filosofia política: da antiguidade ao renascimento 1 conjunto de cidadãos e sua forma de organização social. Pólis = Cidade Poder Organização Política 2
  • 3. FOLTZ, Philipp. O Século de Péricles. 1853. Impressão em tela, fine art giclée. 76,2 cm x 61 cm 2 Justiça social, garantia dos direitos humanos etc. A Filosofia Política reflete sobre a vida humana em sociedade e as melhores formas de governo. ©Wikimedia Commons 3
  • 4. ta politika Democracia direta res publica Democracia indireta Cidadãos participavam diretamente do poder, sem necessidade de representantes. Havia eleição de representantes para o Senado, que governavam em nome da população. Democracia Grécia Roma Para a Filosofia Política, “política” refere-se a governo e à ação coletiva de grupos que estabelecem leis e as obedecem. Demos: muitos + Kracia: poder Termo grego relacionado à participação ativa na pólis. Do latim: “Coisa pública”. 3 4
  • 5. Pólis ideal Platão (428 a.C.-347 a.C.) afirmava que o modelo ideal de pólis deveria oferecer lugares fixos aos cidadãos, de acordo com a natureza de cada um, revelada aos indivíduos no decorrer da paideia. Paideia: um processo educativo dividido em três etapas: Etapa 1 Na primeira etapa, o aprendizado deveria acontecer em locais de trabalho, com uma perspectiva técnica, baseada na repetição de atividades produtivas. Quem não demonstrasse aptidão para progredir a outros estágios seria incluído na classe dos produtores. Na segunda etapa, conhecida como educação musaica, o aprendizado teria como princípios a coragem e a moderação. Essa etapa é composta de ginástica, poesia e música. O êxito na ginástica demonstraria potencial para viver com simplicidade, além de preparar os indivíduos para a guerra. Os que se destacassem nesse contexto, mas não demonstrassem interesse em se aprofundar nos estudos, passariam a compor a classe dos guardiões ou guerreiros. Na terceira etapa, os estudos incluiriam Matemática, Aritmética, Geometria e Astronomia. Aqueles que se mostrassem mais aptos nessas ciências seriam encaminhados ao estudo da dialética, para desenvolver uma visão racional da realidade, guiada pela ideia do Bem. Quem se destacasse também nesse novo estudo formaria a classe dos magistrados e os melhores entre eles poderiam se tornar governantes. Logo, o governante ideal platônico seria o filósofo. Etapa 2 Etapa 3 Paideia (de paidos: criança) significava “criação de meninos”. Na obra de Platão, porém, passou a definir um modelo de educação capaz de preparar os cidadãos para viver na pólis ideal. ©Shutterstock/Marusya Chaika 5
  • 6. Animal político Aristóteles (384 a.C. — 322 a.C.) foi aluno de Platão, e atribuía grande valor às leis escritas. Estado Conjunto formado por cidadãos, regidos por uma constituição que promove a virtude e o bem comum. 4 Justiça Justiça distributiva Divisão dos bens econômicos, isto é, dar a cada um aquilo que lhe for devido, conforme suas diferentes necessidades. Justiça participativa Organização do poder político, de modo que os cidadãos (os iguais) tivessem a oportunidade de participar igualmente do governo. A concepção aristotélica de cidadania não contemplava todos os membros da cidade: excluía mulheres, estrangeiros e pessoas escravizadas ou economicamente pobres, com a justificativa de que havia diferenças naturais entre os seres humanos. 6
  • 7. Cidade de deus e cidade dos homens Agostinho de Hipona (séc. IV-V) manteve os laços entre Ética e Política, concebendo: 2. em oposição à concupiscência da comunidade terrena 1. O amor como fundamento da comunidade social perfeita Cidade de Deus Cidade dos Homens Antigos pensadores romanos, como Cícero e Sêneca, tomavam como base para o bom governo o ideal platônico do governante filósofo: Virtudes cardeais Sabedoria, justiça, coragem e temperança (moderação). Virtudes principescas Objetivos nobres Honradez (sempre manter seus princípios), magnanimidade (punir com justiça e clemência), liberalidade (colocar suas riquezas a serviço do povo). Honra, glória e fama. concupiscência: desejo intenso por bens ou prazeres materiais. 7
  • 8. Direito divino de governar 5 ANGELICO, Fra. São Tomás de Aquino. [ca. 1438-1440]. 1 têmpera sobre madeira, color., 37 cm × 15 cm. Collezione Vittorio Cini, Veneza. Na Idade Média, acreditava-se que o próprio Deus concedia ao rei ou príncipe o direito de governar. Este direito era hereditário e inviolável, e os tiranos ou déspotas eram vistos como castigos de Deus. No século XIII, Tomás de Aquino reconheceu como legítimo o direito de resistir aos governantes despóticos, afinal, a tirania implicava desrespeito aos direitos dos súditos e às leis que o governante deveria seguir para o bem de todos. Aquino também destacava uma hierarquia entre as leis: Lei divina A principal, todas as demais deveriam partir dela. Essa lei guiaria o ser humano à salvação. Lei natural Leis humana Voltada à conservação da vida, à educação dos filhos, ao desejo da verdade e ligada a inclinações comuns, regidas pelos princípios da moralidade. Estabelecidas pelos seres humanos com base na lei natural e dirigidas à utilidade comum. Deveriam emanar da própria comunidade ou de seu representante legítimo. 8
  • 9. Ética x Política 6 TITO, Santi di. Retrato de Nicolau Maquiavel. Segunda metade do século XVI. Oléo sobre tela, 104 cm x 85 cm. Palazzo della Cancelleria Vecchia, Roma, Itália Os fins justificam os meios? Para ele, o príncipe ou governante poderia abrir mão das virtudes éticas para conquistar e se manter no poder. Ele deveria aprender a não ser bom, quando isso fosse necessário, e também aprender a simular virtudes não políticas (as virtudes éticas) e a dissimular seus atos detestáveis, evitando, assim, o ódio popular. Maquiavel (1469-1527), a partir da experiência como diplomata, escreveu sob uma perspectiva realista da política e não se ateve ao princípio do direito divino de governar. © W ikimedia Commons 9
  • 10. Filosofia política: moderna e contemporânea TESTELIN, Henri. Apresentação dos membros da Academia de Ciências a Luís XIV em 1667. [1669-1671]. ´óleo sobre tela, 348 x 590 cm. Palácio de Versalhes, Versalhes, França A Academia Real das Ciências, nos anos de 1682 a 1789, foi responsável pelo conhecimento científico. (Rousseau) (Hobbes) O homem nasce bom e a sociedade o corrompe. O homem é o lobo do homem. 10
  • 11. Pensamentos moderno e contemporâneo: O período entre a Baixa Idade Média (séculos XI a XV) e a Modernidade (séculos XV a XVIII) foi marcado por transformações políticas na Europa Diferentes modos de organização social Crise do sistema feudal, enfraquecimento do poder político da Igreja Católica, e formação e consolidação dos Estados Nacionais Modernos Pacto social, soberania do Estado, luta de classes, cidadania e biopoder Nova mentalidade política: autoridade suprema do monarca e existência de Estados fortes. 11
  • 12. 7 Entre os séculos XVI e XVII, ganharam força as seguintes ideias: A origem do poder está no conflito e não na harmonia. A melhor forma de governo é a república A virtude política distingue-se das virtudes morais ou cristãs. Pois o governo em uma república submete-se às leis e busca garantir o direito de participação política a todas as classes sociais. 12
  • 13. O povo passou a questionar a ordem política vigente Revoltas liberais Revoltas por parte de camponeses, artesãos e comerciantes contra os poderes Reflexões filosóficas sobre a natureza e a legitimidade do poder político. 8 Poder de cima pra baixo Poder de baixo para cima 13
  • 14. Pacto social e jusnaturalismo 9 Grandes Navegações Etnocentrismo Jus naturale + Lex naturalis Jusnaturalismo Alguns pensadores dos séculos XVII e XVIII buscaram compreender a passagem do estado de natureza para o Estado Civil, por meio de governos e leis humanas. Povos “selvagens” A liberdade de preservar a própria vida. É a tendência que as pessoas têm de julgar uma cultura diferente como estranha, com base na sua própria cultura, acreditando-se superior aos demais em aspectos culturais, religiosos e étnico-raciais. O dever de preservar-se. Contratualismo Explica a submissão das pessoas ao poder político por intermédio do conceito de um pacto social, ou contrato social - um hipotético acordo de transferência das liberdades individuais em favor da autopreservação. 14
  • 15. O pacto social segundo... Thomas Hobbes (1588-1679) A lei natural levaria os indivíduos a renunciarem à sua liberdade em favor de um governante. Leis civis. Garantia aos indivíduos a preservação da vida, a justiça e da propriedade. John Locke (1632-1704) O Estado deveria agir a favor de sua própria manutenção e da conservação dos indivíduos. Poderes Legislativo e Executivo. O Estado poderia censurar apenas aquilo que o pusesse em risco. Montesquieu (1689-1755) Instituição de três poderes no Estado, ressaltando a necessidade de independência entre eles e distinção entre os membros. Poderes Executivo, Legislativo, e Judiciário. Os três poderes deveriam existir já que o governante não poderia julgar com imparcialidade. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) Os indivíduos deveriam ser compreendidos como cidadãos obedientes às leis que estabeleceram pelo bem comum. O soberano era o povo. O governante deveria ser um funcionário, e não o senhor do povo. 15
  • 16. Estado soberano 10 Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) considerava o Estado como uma ideia perfeita. Rejeitava a hipótese do contrato social para explicar a origem do Estado por acreditar que a construção deste ocorria por meio do movimento dialético. O Estado se manifestava na figura do monarca e na Constituição que regesse o poder, expressando os ideais de um povo e sua organização em busca de uma unidade. As contradições sociais geravam sínteses que, por sua vez, iniciavam novas contradições e produziam novas sínteses. Tese Antítese Síntese (particular) Alma Consciência Espírito (objetivo) Direito Moral Ética (espírito absoluto) Filosofia Arte Religião Dialética Hegeliana ©Shutterstock/Cosmaa 16
  • 17. Luta de classes, ideologia e revolução 11 Gettyimages, Duncan 1890 Marx e Engels propuseram o socialismo com o objetivo de construir uma nova forma de organização das relações políticas e econômicas, em contraposição ao capitalismo. Opressão da burguesia cada vez mais explícita + Conscientização da classe trabalhadora = Revolução comunista Capitalismo: sistema econômico surgido no Ocidente, na Idade Moderna, fundamentado na ideia de acumulação de capital, ou seja, de riqueza financeira, por meio do lucro obtido na produção e na comercialização de mercadorias. Burguesia: na Baixa Idade Média, os habitantes dos burgos, espécie de vilas organizadas em torno de uma construção (castelo, mosteiro), eram chamados de burgueses, artesãos que se dedicavam ao comércio. No contexto da Revolução Industrial, esse conceito passou a se referir à classe dos proprietários das indústrias em formação. 17
  • 18. Cidadania 12 Hannah Arendt (1906-1975) identificou três formas de atividades exercidas pelos seres humanos, ligadas às questões existenciais do nascimento e da morte: labor ação fabricação A reflexão sobre esse processo é fundamental para evitar que a ideia de cidadania seja reduzida a um mero instrumento de legitimação dos governos por meio do voto. Na ação, marcada pela pluralidade e única atividade exercida diretamente entre as pessoas, sem a mediação das coisas, o ser humano atua de forma política, fundando e mantendo as instituições que recebem os recém-chegados ao mundo. O trabalho ou fabricação, que aponta para o artificialismo da existência humana; o ser humano dedica- se à produção de bens duráveis. Assim, ultrapassando o ciclo vital, busca melhores condições para a manutenção de sua existência. Se relaciona aos processos biológicos do corpo; o ser humano busca atender às necessidades de sobrevivência do indivíduo e da espécie. 18
  • 19. Poder disciplinador e biopoder 13 BANCILHON, Michele. Filósofo francês Michel Foucault. 1984. 1 fotografia color. AFP FOTO.) Michel Foucault (1926-1984) acreditava que os indivíduos deveriam agir de modo a minar os micropoderes, estabelecendo focos de resistência onde quer que percebessem tentativas de controle e de normalização de comportamentos. Poder disciplinador Biopoder Conjunto de dispositivos a serviço da vigilância e do controle social, em nome da normalidade e da verdade, conforme os padrões sociais e culturais estipulados. O biopoder aborda o ser humano como ser vivo, e exerceria controle sobre questões ligadas ao nascimento, à morte e à saúde dos indivíduos de uma população. Loucura, padrão de comportamento considerado anormal, conceito que se contrapõe ao ideal de ser humano racional. Fixa padrões de normalidade e tratamento para os comportamentos que se desviam desses padrões. Poder disciplinador ©Glow Images/AFP/ MICHELE BANCILHON 19
  • 20. Orientações metodológicas 1 Questione os alunos sobre o que eles entendem por poder e organização para iniciar a explanação. 2 Demande aos alunos exemplos do que eles consideram como tema da Filosofia Política e da Justiça Social. 3 Pergunte aos alunos quais outros modelos de organização política conhecem. 4 Questione os alunos se acreditam que existam membros da sociedade que não são contemplados pelo Estado, nos moldes atuais de política e cidadania. 5 Antes da leitura, incentive os alunos a relembrarem o que já viram sobre Tomás de Aquino nos livros e aulas anteriores. 6 Pergunte aos alunos se conhecem o termo “maquiavélico”, o que significa e em que momentos poderia ser ou foi usado por eles. Indague, também, se concordam com a máxima “os fins justificam os meios.” 7 Fomente uma conversa sobre: A república foi, e ainda é, entendida por muitos como a melhor forma de governo, pois busca garantir participação de todas as classes. Mas será que na prática, a república consegue garantir essa participação igualitária? Peça exemplos. 8 Retome com os alunos o que significa “Liberalismo” na Filosofia Política. 9 Converse com os alunos sobre o que consideram “selvagens” e “incivilizados” e quais são os problemas relacionados ao uso destes termos. 10 Inicie a explicação questionando os alunos se acreditam ou não na possibilidade de uma “ideia perfeita”. 11 Pergunte aos alunos se acreditam que o “capital” é representado na ilustração de forma considerada pejorativa ou negativa na atualidade, e /ou de que outra forma poderia ser retratado. 12 Inicie retomando quem foi Hannah Arendt. 13 Comece uma conversa sobre o que é ser “normal”. O que é normal para nossa sociedade nesse momento histórico seria considerado “normal” há 100 anos? E será “normal” no futuro? 20