Powerpoint explicativo/síntese do tema "Descrição e Interpretação da Atividade Cognoscitiva" de filosofia do 11º ano, referente ao conhecimento, aos seus problemas, e às teorias abordadas (o racionalismo de René Descartes e o empirismo de Hume).
2. GNOSIOLOGIA
Origem, natureza, possibilidade e limites do conhecimento.
Estudo do conhecimento – estudo das relações entre o
sujeito e o objeto, procurando esclarecer e analisar
criticamente os problemas que essas relações suscitam.
TEORIA DO
CONHECIMENTO
3. O que é o conhecimento?
Que tipos de conhecimento existem?
Quais as fontes do conhecimento?
Qual a origem do conhecimento?
Será que o conhecimento é possível?
Qual o fundamento do conhecimento?
ALGUMAS QUESTÕES
GNOSIOLÓGICAS
4. Representar o objeto é também, em certa medida, construí-lo.
Aquele que
conhece
Aquilo que é
conhecido
CONHECIMENTO
Um SUJEITO apreende um OBJETO
CORRELAÇÃO: o sujeito só é sujeito em relação a um
objeto e este só é objeto em relação a um sujeito.
INTERAÇÃO: o sujeito interage com a realidade, e é desse
processo que o conhecimento emerge.
5. Exemplo: saber
cozinhar.
Conhecimento
prático ou
conhecimento de
atividades.
Conhecimento
direto de alguma
realidade.
TIPOS DE CONHECIMENTO
CONHECIMENTO
POR CONTACTO
SABER-QUE
(conhecimento
proposicional)
SABER-FAZER
(conhecimento por
aptidão ou saber-
como)
Conhecimento de
proposições ou
pensamentos
verdadeiros.
Exemplo: saber
que «2 + 2 = 4».
Exemplo:
conhecer Paris.
O saber-que também se
designa por conhecimento
factual, podendo ser expresso
com outras locuções: por
exemplo, «sei onde»; «sei
quando»; «sei quem», etc.
6. Relação adequada entre
o sujeito cognoscente e
a realidade.
Atitude de adesão a uma
determinada proposição,
tomando-a como
verdadeira.
CONHECIMENTO PROPOSICIONAL
(SABER-QUE)
Proposições falsasProposições verdadeiras
Saber é acreditar
naquilo que se sabe.
CRENÇA OBJETOSUJEITO
O verdadeiro e o
falso de qualquer
crença dependem
de algo exterior à
própria crença.
No conhecimento proposicional verifica-se uma
relação entre um sujeito e um objeto.
A crença é uma condição necessária do conhecimento. Mas as crenças podem ser verdadeiras ou falsas.
7. DEFINIÇÃO TRADICIONAL DE CONHECIMENTO
S acredita que P.
CRENÇA JUSTIFICAÇÃO
CONDIÇÕES DO CONHECIMENTO
VERDADE
P é verdadeira.
S dispõe de
justificação ou
provas para
acreditar que P.
S sabe que P se, e só se:
8. CONHECIMENTO – DEFINIÇÃO TRIPARTIDA
CRENÇA VERDADEIRA JUSTIFICADA
PLATÃO – DIÁLOGO TEETETO
Crença, verdade
e justificação:
condições
necessárias e
suficientes para
que haja
conhecimento.
Todas as três
condições são
necessárias
para que haja
conhecimento.
Consideradas
isoladamente,
nenhuma delas
é suficiente.
9. EDMUND GETTIER
Contraexemplos à definição de conhecimento
como crença verdadeira justificada.
Pode haver crenças verdadeiras que são justificadas
apenas acidentalmente, em resultado da sorte, do
acaso ou da mera coincidência.
Pode haver crenças verdadeiras justificadas sem que
tais crenças equivalham a um efetivo conhecimento.
É possível que alguém não possua conhecimento,
ainda que sejam realizadas as três condições: crença,
verdade e justificação.
Críticas à definição tradicional de conhecimento
10. Podemos alegar que uma crença só estará adequadamente justificada se estiver apoiada por
razões tão fortes que não exista a menor hipótese de ser falsa.
Estipula-se então que, é preciso uma crença estar infalivelmente justificada.
Esta é uma forma insatisfatória de evitar os problemas dado que, se dissermos que qualquer
crença justificada tem que excluir toda a possibilidade de erro, teremos de concluir que quase
nenhuma das nossas crenças está justificada, o que é muito implausível…
Por exemplo, parece-nos que acreditamos justificadamente que Saturno é um planeta e que a
água e H²O, etc, mas não é completamente impossível que estas crenças sejam falsas…
O infalibilismo impõe demasiadas restrições ao conhecimento, pois só reconhece como
conhecimento as crenças de que temos provas infalíveis de que são verdadeiras e é óbvio que as
crenças que cumprem essa condição são, apesar de tudo, poucas.
Assim, a maior parte dos filósofos é da opinião de que a justificação das nossas crenças não deve
ser infalível, mas falível.
Admitimos então que podemos ter crenças falivelmente justificadas.
Mas, é preciso não esquecer que isso não significa que toda e qualquer explicação (justificação)
desde que seja falível, é conhecimento…
Uma explicação falível, mas acidental ou má, não é conhecimento.
Então:
S sabe que P se, e só se:
1. S acredita em P
2. P é verdadeira
3. S tem uma justificação falível para acreditar em P
Justificação falível vs infalível
11. CONHECIMENTO PROPOSICIONAL
CONHECIMENTO A POSTERIORI
Afirmações que ilustram:
Estão 3 cadeiras nesta sala.
Ontem estive profundamente triste.
O 25 de Abril pôs fim à guerra
colonial.
Nem todos os cisnes são brancos.
Dói-me imenso o braço.
A neve é branca.
Nenhum objeto totalmente azul é
frágil.
A justificação para acreditar nestas
afirmações é a experiência/nossos
sentidos.
Um sujeito sabe que P a posteriori
se e só se, sabe que P, através
da experiencia.
CONHECIMENTO A PRIORI
Afirmações que ilustram:
Os solteiros não são casados.
Tudo aquilo que é branco tem cor.
523 x 2 = 1046
a + b = b + a
O Universo está em expansão ou o
Universo não está em expansão.
Nenhum objeto totalmente azul é
vermelho.
A justificação para acreditar nestas
afirmações é o pensamento/razão.
Um sujeito sabe que P a priori se
e só se, sabe que P,
independentemente da
experiência, ou pelo
pensamento apenas.
12. CONHECIMENTO PROPOSICIONAL
CONHECIMENTO A POSTERIORI
Conhecimento empírico.
Depende da experiência, seja
sensorial (advém dos nossos
sentidos -visão, audição …- que nos
colocam em contacto com o mundo
exterior) ou introspetiva (advém
daquilo que encontramos dentro de
nós – emoções, desejos, dores …).
Constituído por crenças que só
podemos justificar se recorrermos a
dados empíricos, isto é, à informação
que nos é fornecida pelos sentidos ou
introspeção.
Conhecimento facultado pelas
Ciências da Natureza, Ciências
Humanas e conhecimento que
obtemos todos os dias é a posteriori.
CONHECIMENTO A PRIORI
Não depende da experiência
empírica.
Constituído por crenças que
podemos justificar recorrendo
unicamente ao pensamento, sem
nos basearmos em quaisquer
dados empíricos.
As verdades da lógica e da
matemática, bem como outras
afirmações que possamos saber
que são verdadeiras pensando
apenas no seu significado,
constituem conhecimento a priori.
13. ORIGEM DO CONHECIMENTO
RACIONALISMO
(Racionalismo do século XVII)
EMPIRISMO
(Empirismo inglês do século XVIII)
Filósofos:
René Descartes
(1596-1650)
Gottfried Leibniz
(1646-1716)
Bento de Espinosa
(1632-1677)
Nicolas Malebranche
(1638-1715)
Filósofos:
John Locke
(1632-1704)
George Berkeley
(1685-1753)
David Hume
(1711-1776)
Será que todo o nosso
conhecimento provém da
experiência?
Ou será que provém
também da razão?
Ou procederá de ambas
estas fontes, mas tem
maior importância
quando provém de uma
do que de outra?
Problemas do conhecimento:
14. RACIONALISMO
A razão (entendimento) é a
fonte principal do
conhecimento.
A razão é fonte de um
conhecimento totalmente
independente da experiência
sensível .
O sujeito impõe-se ao
objeto através das noções
e princípios evidentes
que traz em si.
Ideias inatas:
As ideias
fundamentais já
nascem
connosco.
Intuição e
dedução:
As ideias
fundamentais
descobrem-se
por intuição
intelectual. O
conhecimento
constrói-se de
forma dedutiva.
Desconfiança
dos sentidos:
Eles são fonte
de crenças
confusas e,
muitas vezes,
incertas.
Otimismo
racionalista:
Há uma
correspondência
entre
pensamento e
realidade.Toda a
realidade pode
ser conhecida.
15. EMPIRISMO
A experiência é a fonte
principal do conhecimento.
Todas as ideias têm uma base
empírica, até as mais
complexas. O conhecimento
do mundo obtém-se através
de impressões sensoriais.
O objeto impõe-se ao
sujeito.
Rejeição do
inatismo:
Não existem
ideias,
conhecimentos
ou princípios
inatos. O
entendimento
assemelha-se a
uma página em
branco.
Significado da
experiência:
É nela que o
conhecimento
tem o seu
fundamento e
os seus limites.
John Locke:
O conhecimento
encontra-se limitado
pela experiência
(externa ou interna),
ao nível da sua:
Extensão: o
entendimento
é incapaz de
ultrapassar os
limites
impostos pela
experiência.
Certeza: as
certezas de
que dispomos
referem-se
apenas àquilo
que se
encontra
dentro dos
limites da
experiência.
16. RACIONALISMO EMPIRISMO
FUNDACIONALISMO
EXPERIÊNCIACombinação da
RAZÃO e da
EXPERIÊNCIA
RAZÃO
Valorização do
conhecimento a
priori (mas não se
nega a existência
do conhecimento
a posteriori).
Valorização do
conhecimento a
posteriori (mas não
se nega a existência
do conhecimento a
priori).
O conhecimento deve ser concebido como uma estrutura que se ergue e se
desenvolve a partir de fundamentos certos, seguros e indubitáveis.
17. Corre-se o risco da regressão infinita da justificação.
A justificação é inferencial: a crença justificada infere-
se daquela que a justifica.
Uma crença é justificada por outra, a qual por sua vez
é justificada por outra e assim sucessivamente.
De acordo com a definição tradicional de
conhecimento, uma crença encontra-se justificada se
tivermos razões para pensar que ela é verdadeira.
FUNDACIONALISMO
crenças básicas ou fundacionais
permitem evitar a
18. Suportam o sistema do saber.
Não necessitam de uma
justificação fornecida por
outras crenças, porque se
justificam a si mesmas.
infalíveis – não podem estar erradas
FUNDACIONALISMO
Crenças básicas Crenças não básicas
incorrigíveis – não podem ser refutadas
indubitáveis – não podem ser postas em dúvida
São justificadas por outras
crenças.
20. É o dogmatismo
ingénuo. Não
coloca o problema
do conhecimento.
Não ocorre
propriamente na
filosofia.
DOGMATISMO
Posição própria do
realismo ingénuo –
ausência de exame
crítico das
aparências.
O conhecimento é
possível. Esta
perspetiva opõe-se
ao ceticismo.
Confiança de que a
razão pode atingir
a certeza e a
verdade.
Expressando uma
ausência de
espírito crítico, o
termo adquire
aqui um sentido
pejorativo.
Submissão, sem
exame pessoal, a
certos princípios
ou à autoridade de
que provêm.
Opõe-se ao
criticismo (Kant).
Exercício da razão,
em domínios
metafísicos, sem
uma crítica prévia
da sua capacidade.
QUATRO ACEÇÕES DO TERMO
21. Pirro de Élis
(c. 365-275 a. C.)
Sexto Empírico
(séculos II-III d. C)
CETICISMO
Ceticismo absoluto
ou radical
Arcesilau
(c. 315-241 a. C.)
Carnéades
(c.213-c.128a.C.)
Ceticismo mitigado
ou moderado
Não é possível ao sujeito apreender, de um modo
efetivo ou então de um modo rigoroso, o objeto.
Pode haver apenas
um ceticismo
localizado, que
incide sobre um
conhecimento
determinado: por
exemplo, o
conhecimento
metafísico –
ceticismo
metafísico.