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Sempre há tempo
para o cuidado.
A PISCOTERAPIA NA TERCEIRA IDADE
Raíssa Silveira | Psicóloga
O que será discutido
• Dados estatísticos.
• Discursos e conceitos.
• Os efeitos da passagem do tempo.
• A clínica e suas especificidades.
• Alguns recursos complementares.
Comecemos pelos números...
IBGE:
▪ 2012 – 25,4 milhões.
▪ 2017 – aumento em 18% (4,8 milhões em cinco anos).
▪ Dos idosos – mulheres 56% e homens 44%.
OMS:
▪ Em 2020 – número de pessoas com 60 será maior do
que o de crianças até 5 anos.
▪ Até 2025 – Brasil será sexto país em número de
idosos.
▪ Até 2050 – população mundial com mais de 60 anos
chegará a 2 bilhões.
Envelhecimento
“Processo de diminuição orgânica
e funcional, não decorrente de
doença, que acontece,
inevitavelmente, com o tempo”.
(Erminda, 1999)
Envelhecimento
Três dimensões:
Cronológica
SocialBiológica
(Erminda, 1999)
Velhice
“Termo que comporta aspectos das
representações sociais que se
relacionam com a maneira como as
pessoas de 65 anos ou mais se veem e
são vistos pelo outro em termos
subjetivos, psicodinâmicos, sociais e
físicos”.
“Pessoa idosa”
OMS – 1957
▪ 60 anos: países em desenvolvimento.
▪ 65 anos: países desenvolvidos.
Garantia de direitos e responsabilidades/deveres legais.
▪ Constituição Federal de 1988
▪ Lei nº 10.741/2003 Estatuto do Idoso
Discursos que definem a idade da velhice pela quantidade de anos
vividos e pelas decrepitudes de um corpo que avança na existência da
vida.
O limite que nos interessa
“Esta nomeação é da ordem do impossível, tendo em
vista que, na experiência do envelhecimento, há algo
que se coloca de maneira única, fazendo da velhice
um momento de vida delimitado pela singularidade da
pessoa”
(Beauvoir, 1990)
Velhice ou velhices?
▪ Simone de Beauvoir (1986) – categoria social e o
destino singular de cada pessoa.
▪ A constituição do sujeito.
▪ A psicanálise e a atemporalidade do inconsciente.
▪ O sintoma e a atualização das marcas primordiais.
▪ As respostas sintomáticas em novas roupagens.
“O sujeito não envelhece”
Efeitos de uma vida longínqua
Um corpo que se modifica à sua revelia e provoca
transformações na imagem, na sexualidade, na autonomia,
no poder decisório, no sentimento de vitalidade, na
habilidade cognitiva, no laço social e traz proximidade
com o fim da vida.
É possível reconciliar a
atemporalidade do inconsciente com
a temporalidade do real do corpo?
O trabalho de luto
Elaborar uma perda requer que o sujeito desenvolva uma
intensa atividade psíquica para deslocar o afeto tão
fortemente investido no objeto que se perdeu e então
vinculá-lo a outro.
O trabalho de luto
“Tendo renunciado a tudo que perdeu, ele
terá consumido também a si mesmo, e nossa
libido estará novamente livre para substituir
os objetos perdidos por outros novos”.
(Freud, 1916/2010).
Luto e desejo
▪ Freud: proximidade com a finitude.
ANTECIPAÇÃO DO LUTO
X
URGÊNCIA DO DESEJO
Luto e desejo
“Justamente porque o luto fundamenta a
estrutura do desejo, um novo luto é convocado
sempre que a perda se interpõe e, quando não é
atravessado, os caminhos do desejo se
obstruem”.
(Castilho et al, 2013)
A clínica
▪ Um espaço aberto àqueles que sofrem.
▪ Dimensão do sujeito.
▪ Caso a caso.
▪ Desmonte do entendimento generalista.
▪ Restabelecer o encontro desses sujeitos com o seu
desejo.
A clínica
“O analista deve respeitar o tempo
necessário de cada sujeito na construção
de um saber sobre o seu sintoma,
encontrando, com os recursos que lhes são
específicos, formas menos sofridas de se
enlaçar à vida.”
(Mucida, 2015)
A clínica
“A universalidade não permite um tratamento”
(Freud)
▪ Sintomas de velho.
▪ Patologias da velhice.
A clínica
“Para além da idade, é a relação com o sintoma
e o gozo a via mais importante para decidir a
possibilidade ou não de uma análise, e como
deverá ser a direção do tratamento”.
(Mucida, 2006)
Algumas especificidades da prática
▪ A família.
▪ Condições orgânicas.
▪ Interlocução com outras áreas.
▪ Estrutura do ambiente.
Recursos complementares
▪ Grupos terapêuticos.
▪ Estimulação e reabilitação cognitiva.
▪ Hospital Dia.
▪ Intervenção medicamentosa.
▪ Acompanhamento terapêutico.
▪ Internação.
“Cada um envelhece apenas de seu próprio modo, e
não existe uma velhice natural, mesmo que exista um
corpo que envelhece e uma pessoa que se torna mais
idosa. Esse destino pessoal traçado na velhice é
completamente singular, e cada um inscreverá
determinada forma de gozar que lhe é própria”.
(Mucida, 2006)
“Vemos desaparecer a beleza do rosto e do corpo
dos humanos no curso de nossa vida, mas essa
brevidade lhes acrescenta mais um encanto. Se
existir uma flor que floresça apenas uma noite, ela
não nos parecerá menos formosa por isso”.
(Freud, 1916/2010)
“A idade é o menor
sintoma da velhice”
Mario Quintana
Obrigada
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Psicoterapia na Terceira Idade | Raíssa Silveira

  • 1. Sempre há tempo para o cuidado. A PISCOTERAPIA NA TERCEIRA IDADE Raíssa Silveira | Psicóloga
  • 2. O que será discutido • Dados estatísticos. • Discursos e conceitos. • Os efeitos da passagem do tempo. • A clínica e suas especificidades. • Alguns recursos complementares.
  • 3. Comecemos pelos números... IBGE: ▪ 2012 – 25,4 milhões. ▪ 2017 – aumento em 18% (4,8 milhões em cinco anos). ▪ Dos idosos – mulheres 56% e homens 44%. OMS: ▪ Em 2020 – número de pessoas com 60 será maior do que o de crianças até 5 anos. ▪ Até 2025 – Brasil será sexto país em número de idosos. ▪ Até 2050 – população mundial com mais de 60 anos chegará a 2 bilhões.
  • 4. Envelhecimento “Processo de diminuição orgânica e funcional, não decorrente de doença, que acontece, inevitavelmente, com o tempo”. (Erminda, 1999)
  • 6. Velhice “Termo que comporta aspectos das representações sociais que se relacionam com a maneira como as pessoas de 65 anos ou mais se veem e são vistos pelo outro em termos subjetivos, psicodinâmicos, sociais e físicos”.
  • 7.
  • 8. “Pessoa idosa” OMS – 1957 ▪ 60 anos: países em desenvolvimento. ▪ 65 anos: países desenvolvidos. Garantia de direitos e responsabilidades/deveres legais. ▪ Constituição Federal de 1988 ▪ Lei nº 10.741/2003 Estatuto do Idoso Discursos que definem a idade da velhice pela quantidade de anos vividos e pelas decrepitudes de um corpo que avança na existência da vida.
  • 9. O limite que nos interessa
  • 10. “Esta nomeação é da ordem do impossível, tendo em vista que, na experiência do envelhecimento, há algo que se coloca de maneira única, fazendo da velhice um momento de vida delimitado pela singularidade da pessoa” (Beauvoir, 1990)
  • 11. Velhice ou velhices? ▪ Simone de Beauvoir (1986) – categoria social e o destino singular de cada pessoa. ▪ A constituição do sujeito. ▪ A psicanálise e a atemporalidade do inconsciente. ▪ O sintoma e a atualização das marcas primordiais. ▪ As respostas sintomáticas em novas roupagens. “O sujeito não envelhece”
  • 12. Efeitos de uma vida longínqua Um corpo que se modifica à sua revelia e provoca transformações na imagem, na sexualidade, na autonomia, no poder decisório, no sentimento de vitalidade, na habilidade cognitiva, no laço social e traz proximidade com o fim da vida.
  • 13.
  • 14. É possível reconciliar a atemporalidade do inconsciente com a temporalidade do real do corpo?
  • 15. O trabalho de luto Elaborar uma perda requer que o sujeito desenvolva uma intensa atividade psíquica para deslocar o afeto tão fortemente investido no objeto que se perdeu e então vinculá-lo a outro.
  • 16. O trabalho de luto “Tendo renunciado a tudo que perdeu, ele terá consumido também a si mesmo, e nossa libido estará novamente livre para substituir os objetos perdidos por outros novos”. (Freud, 1916/2010).
  • 17. Luto e desejo ▪ Freud: proximidade com a finitude. ANTECIPAÇÃO DO LUTO X URGÊNCIA DO DESEJO
  • 18.
  • 19. Luto e desejo “Justamente porque o luto fundamenta a estrutura do desejo, um novo luto é convocado sempre que a perda se interpõe e, quando não é atravessado, os caminhos do desejo se obstruem”. (Castilho et al, 2013)
  • 20. A clínica ▪ Um espaço aberto àqueles que sofrem. ▪ Dimensão do sujeito. ▪ Caso a caso. ▪ Desmonte do entendimento generalista. ▪ Restabelecer o encontro desses sujeitos com o seu desejo.
  • 21. A clínica “O analista deve respeitar o tempo necessário de cada sujeito na construção de um saber sobre o seu sintoma, encontrando, com os recursos que lhes são específicos, formas menos sofridas de se enlaçar à vida.” (Mucida, 2015)
  • 22. A clínica “A universalidade não permite um tratamento” (Freud) ▪ Sintomas de velho. ▪ Patologias da velhice.
  • 23. A clínica “Para além da idade, é a relação com o sintoma e o gozo a via mais importante para decidir a possibilidade ou não de uma análise, e como deverá ser a direção do tratamento”. (Mucida, 2006)
  • 24. Algumas especificidades da prática ▪ A família. ▪ Condições orgânicas. ▪ Interlocução com outras áreas. ▪ Estrutura do ambiente.
  • 25. Recursos complementares ▪ Grupos terapêuticos. ▪ Estimulação e reabilitação cognitiva. ▪ Hospital Dia. ▪ Intervenção medicamentosa. ▪ Acompanhamento terapêutico. ▪ Internação.
  • 26. “Cada um envelhece apenas de seu próprio modo, e não existe uma velhice natural, mesmo que exista um corpo que envelhece e uma pessoa que se torna mais idosa. Esse destino pessoal traçado na velhice é completamente singular, e cada um inscreverá determinada forma de gozar que lhe é própria”. (Mucida, 2006)
  • 27. “Vemos desaparecer a beleza do rosto e do corpo dos humanos no curso de nossa vida, mas essa brevidade lhes acrescenta mais um encanto. Se existir uma flor que floresça apenas uma noite, ela não nos parecerá menos formosa por isso”. (Freud, 1916/2010)
  • 28. “A idade é o menor sintoma da velhice” Mario Quintana