O documento descreve procedimentos cirúrgicos de remoção parcial ou total de pulmões, como pneumonectomia, lobectomia e segmentectomia. A lobectomia é mais comum e é usada para tratar câncer, enfisema e outros problemas, enquanto a pneumonectomia é mais arriscada e reservada para casos selecionados. O documento também discute o edema pulmonar pós-operatório, uma complicação comum nesses procedimentos.
1. Pneumonectomia
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Pneumonectomia ou pneumectomia é um procedimento cirúrgico para a retirada de
um pulmão. A remoção de somente um lobo do pulmão é conhecida como lobectomia e
a remoção de somente um segmento é conhecida como segmentectomia.
Lobectomia é uma cirurgia para retirada de um lobo pulmonar e é realizada quando a
patologia limita-se a uma área do pulmão. Este tipo de procedimento é mais comum do
que a retirada de um pulmão inteiro.
É indicada para o tratamento de carcinoma broncogênico, de enfisema gigante, tumores
benignos, tumores malignos metastásicos, bronquiectasias e infecções fúngicas. Nos
pacientes com neoplasias malignas, o tratamento com lobectomia, reserva-se apenas
para pacientes selecionados quando uma pneumectomia poderia causar insuficiência
respiratória grave.
As lobectomias podem ser divididades de acordo com o lobo pulmonar a ser
resseccionado. Desta forma têm-se a lobectomia superior direita, em que o lobo
superior do pulmão direito é extirpado por meio de uma toracotomia póstero-lateral no
leito da quarta ou quinta costelas, sendo o paciente posicionado em decúbito lateral
direito; a lobectomia média, que consiste na retirada do lobo mediano do pulmão
direito com realização de toracotomia lateral direita e incisão pleural no leito da quinta
costela; a lobectomia inferior direita, na qual se tem a remoção do lobo inferior do
pulmão direito com realização de toracotomia igual à realizada na lobectomia média.
Há também a lobectomia superior esquerda e a inferior esquerda, que consistem,
respectivamente, na remoção do lobo superior e inferior do pulmão esquerdo.
Nesse tipo de cirurgia, de modo geral, uma vez atingida a cavidade pleural o pulmão
envolvido colapsa, os vasos lobares e os brônquios são ligados e divididos. Após a
remoção do lobo doente os que restaram são reexpandidos.
A primeira lobectomia bem sucedida foi realizada no ano de 1932 pelo cirurgião Harold
Brunn.
INTRODUÇÃO
A realização de uma pneumonectomia em um indivíduo
previamente normal implica em algumas alterações fisiológicas
que ainda não estão bem esclarecidas sob todos os aspectos. O
aumento do fluxo sangüíneo pulmonar e o desvio na anatomia
do mediastino são algumas das alterações que exemplificam as
conseqüências que esta cirurgia pode acarretar na fisiologia
pulmonar. Há entre os cirurgiões torácicos aqueles que definem
a pneumonectomia como uma doença. De fato, a incidência de
complicações chega a 60% e a mortalidade peri-operatória
envolvida nesta cirurgia, embora tenha diminuído ao longo dos
2. anos, ainda continua alta, chegando a 8,6% em trabalhos
recentes(1). As complicações respiratórias respondem por
aproximadamente 15% e, neste grupo, a mortalidade pode
chegar a 30%(2).
A nomenclatura adotada em relação à extirpação cirúrgica de
um pulmão merece alguns comentários, já que pneumectomia e
pneumonectomia são termos utilizados como sinônimos até
mesmo no novo Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa(3).
Entretanto, na literatura de língua inglesa, pneumonectomia é o
termo que predomina. Além disso, é um termo MeSH e também
o termo de busca através da Scientific Eletronic Library Online
(Scielo)(4), motivos pelos quais adotamos pneumonectomia em
vez de pneumectomia.
A primeira pneumonectomia bem sucedida foi realizada por
Graham e Singer em 1933, para tratamento de um carcinoma
broncogênico(5). Incorporada desde então no tratamento dos
tumores pulmonares, muito há na literatura a respeito de sua
mortalidade e complicações(6). Poucos trabalhos, no entanto,
enfocam com clareza uma complicação muito freqüente que
ocorre com esses pacientes, o edema pulmonar pós-
pneumonectomia (EPP), talvez porque ainda seja incerta a
fisiopatologia que leva a essa complicação. Do mesmo modo,
ainda é pequeno o número de profissionais habituados a esse
tipo de complicação. O que nos preocupa é que, muitas vezes,
ela é esquecida no manuseio do paciente pós-
pneumonectomizado. Uma revisão sistemática realizada pelos
autores através da Scientific Eletronic Library Online (Scielo) em
torno da palavra pneumonectomia e pneumonectomy
resultaram em apenas sete artigos, e em nenhum deles o EPP é
sequer citado como complicação(4), o que evidencia que em
nosso meio, este tema ainda não foi abordado. Isso estimulou
os autores a realizarem uma revisão sobre o assunto,
abordando as hipóteses para explicar sua fisiopatologia e as
medidas preventivas que podem ser tomadas no intuito de
evitá-la.
Edema pulmonar pode ocorrer após qualquer tipo de
procedimento cirúrgico e costuma estar relacionado a alguma
doença cardíaca pré-existente. Pode ainda ser decorrente de
tromboembolismo pulmonar, síndrome do desconforto
respiratório agudo devida a sepse, pneumonia, aspiração e
fístula bronco-pleural. Quando o edema pulmonar ocorre após
uma pneumonectomia, desde que nenhum desses outros fatores
esteja presente, é conhecido como edema pulmonar pós-
pneumonectomia (EPP).
O EPP foi descrito pela primeira vez por Gibbon e Gibbon, em
1942, quando observaram que a transfusão de plasma ou
sangue em animais submetidos a lobectomia causara edema
pulmonar, insuficiência respiratória e óbito, enquanto que
animais normais toleraram bem essa transfusão(7). Porém, só
recentemente essa complicação tem sido mais estudada.