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MODERNISMO
2a Geração (1930 – 1945) - POESIA
CARACTERÍSTICAS GERAIS
•Amadurecimento das conquistas de 1922
•Pesquisa estética e culto ao verso livre
•Construção e politização poética, não se afastando das
transformações sociais
•Questionamento da realidade, o artista enquanto indivíduo
CONTEXTO HISTÓRICO
•Era Vargas
•Bolsa de Nova Iorque
•II Grande Guerra Mundial
•Comunismo
Carlos Drummond de Andrade
“Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
Não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
Não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os
Homens presentes, a vida presente.”
(Mãos Dadas)
Características da obra de
Drummond
O poeta organizou seus textos em nove eixos temáticos:
• O indivíduo;
• A terra natal;
• A família;
• Os amigos;
• O choque social;
• O conhecimento amoroso;
• A própria poesia;
• Exercícios lúdicos;
• Uma visão, ou tentativa de, da existência.
O Social
Há pouco leite no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há muita sede no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há no país uma legenda,
que ladrão se mata com tiro.
Então o moço que é leiteiro
de madrugada com sua lata
sai correndo e distribuindo
leite bom para gente ruim.
Sua lata, suas garrafas
e seus sapatos de borracha
vão dizendo aos homens no sono
que alguém acordou cedinho
e veio do último subúrbio
trazer o leite mais frio
e mais alvo da melhor vaca
para todos criarem força
na luta brava da cidade.
A Própria Poesia
Lutar com palavras
é a luta mais vã.
Entanto lutamos
mal rompe a manhã.
São muitas, eu pouco.
(...)
Palavra, palavra
(digo exasperado),
se me desafias,
aceito o combate.
(...)
O ciclo do dia
ora se consuma
e o inútil duelo
jamais se resolve.
O indivíduo
É a hora em que o sino toca,
mas aqui não há sinos;
há somente buzinas,
sirenes roucas, apitos
aflitos, pungentes, trágicos,
uivando escuro segredo;
desta hora tenho medo.
É a hora em que o pássaro
volta,
mas de há muito não há
pássaros;
só multidões compactas
escorrendo exaustas
como espesso óleo
que impregna o lajedo;
desta hora tenho medo.
É a hora do descanso,
mas o descanso vem tarde,
o corpo não pede sono,
depois de tanto rodar;
pede paz — morte — mergulho
no poço mais ermo e quedo;
desta hora tenho medo.
Hora de delicadeza,
gasalho, sombra, silêncio.
Haverá disso no mundo?
É antes a hora dos corvos,
bicando em mim, meu passado,
meu futuro, meu degredo;
desta hora, sim, tenho medo.
Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferros nas calçadas,
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e
comunicação.
A TERRA NATAL
Infância
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
|Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a comprida história de Robinson Crusoé
Comprida história que não acaba mais.
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
A FAMÍLIA
Cecília Meireles
“Eu não dei por esta mudança
tão simples, tão certa, tão fácil.
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?”
(Retrato)
Características:
• Escreve obras em poesia, prosa e também traduções.
• Neossimbolismo
• Consciência da breve passagem do tempo
• Solidão, Saudade
• Musicalidade como apoio para seus lamentos.
• Versos curtos e com ritmo.
• Jogo de imagens, sons e cores.
• Subjetivismo.
• Corrente espiritualista do Modernismo.
Motivo
Eu canto porque o instante existe
E a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste :sou poeta.
Irmão das coisas fugidas,
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias no vento.
Se desmorono ou se edifico,
Se permaneço ou me desfaço,
Não sei, não sei. Não sei se fico ou passo.
Sei que canto.E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
-mais nada.
Pungia a Marília, a bela,
negro sonho atormentado:
voava seu corpo longe,
longe por alheio prado.
Procurava o amor perdido,
a antiga fala do amado.
Mas o oráculo dos sonhos
dizia a seu corpo alado:
“Ah, volta, volta, Marília,
tira-te desse cuidado,
que teu pastor não se lembra
de nenhum tempo passado...”
E ela, dormindo, gemia:
“Só se estivesse alienado!”
Entre lágrimas se erguia
seu claro rosto acordado.
Volvia os olhos em roda,
e logo, de cada lado,
piedosas vozes discretas
davam-lhe o mesmo recado:
“Não chores tanto, Marília,
por esse amor acabado:
que esperavas que fizesse
o teu pastor desgraçado,
tão distante, tão sozinho,
em tão lamentoso estado?”
A bela, porém, gemia:
“Só se estivesse alienado!”
(...)
ROMANCEIRO DA
INCONFIDÊNCIA
Lua Adversa
Tenho fases,como a lua
fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Tenho fases de ser tua,
tenho outra de ser sozinha.
Fases que vão e que vêm
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
Seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje, / assim
calmo, assim triste, assim magro, / nem
estes olhos tão vazios, / nem o lábio
amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força, / tão
paradas e frias e mortas; / eu não tinha
este coração / que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança, / tão
simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida a
minha face?
VINÍCIUS DE MORAES
“POETINHA”
Características
• 1ª fase: Colégio Jesuítico
• Transcendental e místico
• Espiritualidade - NEOSSIMBOLISTA.
• Versos mais longos, melancólicos, linguagem complexa
• 2ª fase: “Cinco elegias”
• Proximidade com o mundo material
• Preocupação social
• Linguagem coloquial, dia – mas...SONETO
• “3ª fase”
• Versos mais curtos; sonetos; às vezes um modelo
de Camões; versos decassílabos e alexandrinos.
• Dá vazão ao erotismo e lirismo – mais conhecido
• Não existe preconceitos ou tabus
• SAUDADE, PAIXÃO, DESEJO, SEPARAÇÃO
• No aspecto social, sua literatura aparece como
OPOSIÇÃO À VIOLÊNCIA
Contras as desigualdades da guerra
MÚSICAS A PARTIR DA DÉCADA DE 50
No sangue e na lama
O corpo sem vida tomou.
Mas nos olhos d homem caído
Havia ainda a luz do sacrifício que redime
E no grande Espírito que adejava o mar e o monte
Mil vozes clamavam que a vitoria do homem forte tombado na
luta
Era novo Evangelho para o homem da paz que larva no campo.
Soneto de devoção
Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica em meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.
Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria
Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.
Essa mulher é um mundo! - uma cadela
Talvez... - mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela.
SONETO DE SEPARAÇÃO
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o
espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
Mário Quintana
A morte, a desilusão, o pessimismo, a angústia, realidade imprecisa,
amargura: dissolvidos em névoas na cidade que adotara, Porto Alegre.
Melhores Poemas; Caderno H;
“Quando eu for, um dia desses,
poeira ou folha levada
no vento da madrugada,
serei um pouco do nada
invisível, delicioso”
(O Mapa)
“Antes, todos os caminhos iam.
Agora, todos os caminhos vêm.
A casa é acolhedora, os livros poucos.
E eu mesmo preparo o chá para os fantasmas.”
(Envelhecer)
Dos Leitores
Há leitores que acham bom o
que a gente escreve. Há outros
que sempre acham que poderia
ser melhor. Mas, na verdade,
até hoje não pude saber qual
das duas espécies irrita mais.
Biografia
Era um grande nome — ora que
dúvida! Uma verdadeira glória. Um dia
adoeceu, morreu, virou rua... E
continuaram a pisar em cima dele.
O AUTO-RETRATO
No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais
lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...
e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança...
Terminado por um louco!
MODERNISMO
2a Geração (1930 – 1945) – PROSA
CARACTERÍSTICAS GERAIS
• Romance regionalista e social
• Destino do homem
• Prosa regionalista
• Prosa urbana
• Prosa psicológica ou intimista
Graciliano Ramos
Homem/meio natural, homem/meio social, o mundo interior do
personagem, autobiografia, ausência de sentimentalismo, brevidade,
concisão (só diz o que é necessário).
Caetés; São Bernardo; Angústia; Memórias do Cárcere; Vidas Secas;
“Fabiano, sua mulher, dois filhos, a cachorra Baleia e o
papagaio saem à procura de sobrevivência, sofrendo
com a sede e a fome. Matam, então, o papagaio para
saciar a fome daquele dia. Procuram um lugar onde
pudessem levar uma vida honesta. Mas, em função da
seca, nada encontravam. Fabiano era revoltado com a
sociedade, sentindo enganado por aqueles que
falavam bem (sonhava em falar como o Seu Tomás).
Sinhá Vitória cuida dos filhos e leva a vida pobre,
sonhando em ter uma cama de couro, como a de Seu
Tomás. Mal se instalavam, logo arrumavam as coisas e
partiam em busca de nova vida. A vida entrara num
círculo vicioso: seca, morta.”
(enredo central de Vidas Secas)
José Lins do Rego
Romance autobiográficos, cana-de-açúcar, cangaço, misticismo; oralidade
Menino de Engenho; Fogo Morto; Doidinho; Pedra Bonita; Riacho
Doce;
“O Coronel Lula de Holanda
pouco conversava, as danças
iam até tarde, e não havia rapaz
que tivesse coragem de tirar a
moça do Santa Fé para dançar.
Ficava de lado, indiferente à
alegria das quadrilhas, como um
fantasma, branca, de olhos
fundos, de cabelos penteados
como velha.”
(Fogo Morto)
Jorge Amado
Problemas sociais (idealismo partidário); lendas, crenças, tipos humanos,
realidade e sonho; ciclo do cacau, sensualidade
O país do carnaval; Cacau; Capitães de Areia; Terras do Sem Fim;
Gabriela, cravo e canela; Dona Flor e seus dois maridos; Tenda dos
Milagres; Tieta do Agreste;
“Centrada num grupo de garotos
abandonados que tinham por
líder Pedro Bala. A sobrevivência
é sua meta diária. Volta-Seca vira
cangaceiro; Sem-pernas morre ao
fugir da polícia; Gato vira gigolô.
Os demais conseguem recuperar-
se, motivados por seu líder,
Pedro.”
(Capitães da Areia)
Rachel de Queiroz
A temática da seca no Ceará, linguagem simples, social, conflitos
psicológicos.
O Quinze; João Miguel; Caminho de Pedras; As Três Marias; Dora
Doralina;
“Realmente a vaca já fedia, por causa
da doença. Toda descamada, formando
um grande bloco sangrento, era uma
festa para os urubus vê-la, lá de cima, lá
da frieza mesquinha das nuvens. E para
comemorar o achado, executavam no ar
grandes rodas festivas, negrejando as
asas pretas em espirais descendentes.”
(O Quinze)
Érico Veríssimo
Linguagem simples, direta, beirando o lugar comum, porém, de grande
valor a um contador de histórias.
1o Ciclo: Romances Urbanos: Porto Alegre; problemas morais e
espirituais; conflitos existenciais; aspectos sociais: ricos X pobres.
Imigrantes.
- Clarissa; Olhai os lírios do campo
Érico Veríssimo
2o Ciclo: Romances Históricos: investigação do passado histórico do Rio
Grande do Sul. Guerras na fronteira; missões jesuíticas, estâncias,
colonos, espanhóis. Federalistas X Republicanos. Coragem, lealdade,
tradição.
-O Tempo e o Vento: O Continente, O Retrato, O arquipélago;
3o Ciclo: Romances Sociais: discriminação racial, ditadura, perseguição
política, capitalismo X comunismo.
- Incidente em Antares;
José Américo de Almeida
Ricos X pobres; exploração humana; seca; jagunços; retirantes; espírito de
honra do nordestino: seus valores, sua dignidade, sua vida.
A Bagaceira;
Meninotas, com as pregas da súbita velhice,
careteavam torcendo as carinhas decrépitas de
ex-voto. Os vaqueiros másculos, como titãs
alquebrados, em petição de miséria. Pequenos
fazendeiros, no arremesso igualitário,
baralhavam-se nesse atônito aniquilamento.
Mais mortos do que vivos. Vivos, vivíssimos só no
olhar. Uns olhos espasmódicos de pânico, como
se estivessem assombrados de si próprios.
Agônica concentração de vitalidade faiscante.
Fariscavam o cheiro enjoativo do melado que lhes
exacerbava os estômagos jejunos. E, em vez de
comerem, eram comidos pela própria fome numa
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MODERNISMO 2 (7) [Salvo automaticamente].ppt

  • 1.
  • 2. MODERNISMO 2a Geração (1930 – 1945) - POESIA CARACTERÍSTICAS GERAIS •Amadurecimento das conquistas de 1922 •Pesquisa estética e culto ao verso livre •Construção e politização poética, não se afastando das transformações sociais •Questionamento da realidade, o artista enquanto indivíduo CONTEXTO HISTÓRICO •Era Vargas •Bolsa de Nova Iorque •II Grande Guerra Mundial •Comunismo
  • 3. Carlos Drummond de Andrade “Não serei o cantor de uma mulher, de uma história, Não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela. Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, Não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins. O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os Homens presentes, a vida presente.” (Mãos Dadas)
  • 4. Características da obra de Drummond O poeta organizou seus textos em nove eixos temáticos: • O indivíduo; • A terra natal; • A família; • Os amigos; • O choque social; • O conhecimento amoroso; • A própria poesia; • Exercícios lúdicos; • Uma visão, ou tentativa de, da existência.
  • 5. O Social Há pouco leite no país, é preciso entregá-lo cedo. Há muita sede no país, é preciso entregá-lo cedo. Há no país uma legenda, que ladrão se mata com tiro. Então o moço que é leiteiro de madrugada com sua lata sai correndo e distribuindo leite bom para gente ruim. Sua lata, suas garrafas e seus sapatos de borracha vão dizendo aos homens no sono que alguém acordou cedinho e veio do último subúrbio trazer o leite mais frio e mais alvo da melhor vaca para todos criarem força na luta brava da cidade.
  • 6. A Própria Poesia Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã. São muitas, eu pouco. (...) Palavra, palavra (digo exasperado), se me desafias, aceito o combate. (...) O ciclo do dia ora se consuma e o inútil duelo jamais se resolve.
  • 7. O indivíduo É a hora em que o sino toca, mas aqui não há sinos; há somente buzinas, sirenes roucas, apitos aflitos, pungentes, trágicos, uivando escuro segredo; desta hora tenho medo. É a hora em que o pássaro volta, mas de há muito não há pássaros; só multidões compactas escorrendo exaustas como espesso óleo que impregna o lajedo; desta hora tenho medo. É a hora do descanso, mas o descanso vem tarde, o corpo não pede sono, depois de tanto rodar; pede paz — morte — mergulho no poço mais ermo e quedo; desta hora tenho medo. Hora de delicadeza, gasalho, sombra, silêncio. Haverá disso no mundo? É antes a hora dos corvos, bicando em mim, meu passado, meu futuro, meu degredo; desta hora, sim, tenho medo.
  • 8. Confidência do Itabirano Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira. Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Noventa por cento de ferros nas calçadas, Oitenta por cento de ferro nas almas. E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação. A TERRA NATAL
  • 9. Infância Meu pai montava a cavalo, ia para o campo. Minha mãe ficava sentada cosendo. |Meu irmão pequeno dormia. Eu sozinho menino entre mangueiras lia a comprida história de Robinson Crusoé Comprida história que não acaba mais. Lá longe meu pai campeava no mato sem fim da fazenda. E eu não sabia que minha história era mais bonita que a de Robinson Crusoé. A FAMÍLIA
  • 10. Cecília Meireles “Eu não dei por esta mudança tão simples, tão certa, tão fácil. - Em que espelho ficou perdida a minha face?” (Retrato)
  • 11. Características: • Escreve obras em poesia, prosa e também traduções. • Neossimbolismo • Consciência da breve passagem do tempo • Solidão, Saudade • Musicalidade como apoio para seus lamentos. • Versos curtos e com ritmo. • Jogo de imagens, sons e cores. • Subjetivismo. • Corrente espiritualista do Modernismo.
  • 12. Motivo Eu canto porque o instante existe E a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste :sou poeta. Irmão das coisas fugidas, Não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento. Se desmorono ou se edifico, Se permaneço ou me desfaço, Não sei, não sei. Não sei se fico ou passo. Sei que canto.E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: -mais nada.
  • 13. Pungia a Marília, a bela, negro sonho atormentado: voava seu corpo longe, longe por alheio prado. Procurava o amor perdido, a antiga fala do amado. Mas o oráculo dos sonhos dizia a seu corpo alado: “Ah, volta, volta, Marília, tira-te desse cuidado, que teu pastor não se lembra de nenhum tempo passado...” E ela, dormindo, gemia: “Só se estivesse alienado!” Entre lágrimas se erguia seu claro rosto acordado. Volvia os olhos em roda, e logo, de cada lado, piedosas vozes discretas davam-lhe o mesmo recado: “Não chores tanto, Marília, por esse amor acabado: que esperavas que fizesse o teu pastor desgraçado, tão distante, tão sozinho, em tão lamentoso estado?” A bela, porém, gemia: “Só se estivesse alienado!” (...) ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA
  • 14. Lua Adversa Tenho fases,como a lua fases de andar escondida, fases de vir para a rua... Perdição da minha vida! Tenho fases de ser tua, tenho outra de ser sozinha. Fases que vão e que vêm no secreto calendário que um astrólogo arbitrário inventou para meu uso. E roda a melancolia Seu interminável fuso! Não me encontro com ninguém (tenho fases, como a lua...) No dia de alguém ser meu não é dia de eu ser sua... E, quando chega esse dia, o outro desapareceu...
  • 15. Retrato Eu não tinha este rosto de hoje, / assim calmo, assim triste, assim magro, / nem estes olhos tão vazios, / nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, / tão paradas e frias e mortas; / eu não tinha este coração / que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, / tão simples, tão certa, tão fácil: - Em que espelho ficou perdida a minha face?
  • 17. Características • 1ª fase: Colégio Jesuítico • Transcendental e místico • Espiritualidade - NEOSSIMBOLISTA. • Versos mais longos, melancólicos, linguagem complexa • 2ª fase: “Cinco elegias” • Proximidade com o mundo material • Preocupação social • Linguagem coloquial, dia – mas...SONETO
  • 18. • “3ª fase” • Versos mais curtos; sonetos; às vezes um modelo de Camões; versos decassílabos e alexandrinos. • Dá vazão ao erotismo e lirismo – mais conhecido • Não existe preconceitos ou tabus • SAUDADE, PAIXÃO, DESEJO, SEPARAÇÃO • No aspecto social, sua literatura aparece como OPOSIÇÃO À VIOLÊNCIA Contras as desigualdades da guerra MÚSICAS A PARTIR DA DÉCADA DE 50
  • 19. No sangue e na lama O corpo sem vida tomou. Mas nos olhos d homem caído Havia ainda a luz do sacrifício que redime E no grande Espírito que adejava o mar e o monte Mil vozes clamavam que a vitoria do homem forte tombado na luta Era novo Evangelho para o homem da paz que larva no campo.
  • 20. Soneto de devoção Essa mulher que se arremessa, fria E lúbrica em meus braços, e nos seios Me arrebata e me beija e balbucia Versos, votos de amor e nomes feios. Essa mulher, flor de melancolia Que se ri dos meus pálidos receios A única entre todas a quem dei Os carinhos que nunca a outra daria Essa mulher que a cada amor proclama A miséria e a grandeza de quem ama E guarda a marca dos meus dentes nela. Essa mulher é um mundo! - uma cadela Talvez... - mas na moldura de uma cama Nunca mulher nenhuma foi tão bela.
  • 21. SONETO DE SEPARAÇÃO De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama. De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente. Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente.
  • 22. Rosa de Hiroshima Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroshima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A anti-rosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada
  • 23. Mário Quintana A morte, a desilusão, o pessimismo, a angústia, realidade imprecisa, amargura: dissolvidos em névoas na cidade que adotara, Porto Alegre. Melhores Poemas; Caderno H; “Quando eu for, um dia desses, poeira ou folha levada no vento da madrugada, serei um pouco do nada invisível, delicioso” (O Mapa) “Antes, todos os caminhos iam. Agora, todos os caminhos vêm. A casa é acolhedora, os livros poucos. E eu mesmo preparo o chá para os fantasmas.” (Envelhecer)
  • 24. Dos Leitores Há leitores que acham bom o que a gente escreve. Há outros que sempre acham que poderia ser melhor. Mas, na verdade, até hoje não pude saber qual das duas espécies irrita mais. Biografia Era um grande nome — ora que dúvida! Uma verdadeira glória. Um dia adoeceu, morreu, virou rua... E continuaram a pisar em cima dele. O AUTO-RETRATO No retrato que me faço - traço a traço - às vezes me pinto nuvem, às vezes me pinto árvore... às vezes me pinto coisas de que nem há mais lembrança... ou coisas que não existem mas que um dia existirão... e, desta lida, em que busco - pouco a pouco - minha eterna semelhança, no final, que restará? Um desenho de criança... Terminado por um louco!
  • 25.
  • 26. MODERNISMO 2a Geração (1930 – 1945) – PROSA CARACTERÍSTICAS GERAIS • Romance regionalista e social • Destino do homem • Prosa regionalista • Prosa urbana • Prosa psicológica ou intimista
  • 27. Graciliano Ramos Homem/meio natural, homem/meio social, o mundo interior do personagem, autobiografia, ausência de sentimentalismo, brevidade, concisão (só diz o que é necessário). Caetés; São Bernardo; Angústia; Memórias do Cárcere; Vidas Secas; “Fabiano, sua mulher, dois filhos, a cachorra Baleia e o papagaio saem à procura de sobrevivência, sofrendo com a sede e a fome. Matam, então, o papagaio para saciar a fome daquele dia. Procuram um lugar onde pudessem levar uma vida honesta. Mas, em função da seca, nada encontravam. Fabiano era revoltado com a sociedade, sentindo enganado por aqueles que falavam bem (sonhava em falar como o Seu Tomás). Sinhá Vitória cuida dos filhos e leva a vida pobre, sonhando em ter uma cama de couro, como a de Seu Tomás. Mal se instalavam, logo arrumavam as coisas e partiam em busca de nova vida. A vida entrara num círculo vicioso: seca, morta.” (enredo central de Vidas Secas)
  • 28. José Lins do Rego Romance autobiográficos, cana-de-açúcar, cangaço, misticismo; oralidade Menino de Engenho; Fogo Morto; Doidinho; Pedra Bonita; Riacho Doce; “O Coronel Lula de Holanda pouco conversava, as danças iam até tarde, e não havia rapaz que tivesse coragem de tirar a moça do Santa Fé para dançar. Ficava de lado, indiferente à alegria das quadrilhas, como um fantasma, branca, de olhos fundos, de cabelos penteados como velha.” (Fogo Morto)
  • 29. Jorge Amado Problemas sociais (idealismo partidário); lendas, crenças, tipos humanos, realidade e sonho; ciclo do cacau, sensualidade O país do carnaval; Cacau; Capitães de Areia; Terras do Sem Fim; Gabriela, cravo e canela; Dona Flor e seus dois maridos; Tenda dos Milagres; Tieta do Agreste; “Centrada num grupo de garotos abandonados que tinham por líder Pedro Bala. A sobrevivência é sua meta diária. Volta-Seca vira cangaceiro; Sem-pernas morre ao fugir da polícia; Gato vira gigolô. Os demais conseguem recuperar- se, motivados por seu líder, Pedro.” (Capitães da Areia)
  • 30. Rachel de Queiroz A temática da seca no Ceará, linguagem simples, social, conflitos psicológicos. O Quinze; João Miguel; Caminho de Pedras; As Três Marias; Dora Doralina; “Realmente a vaca já fedia, por causa da doença. Toda descamada, formando um grande bloco sangrento, era uma festa para os urubus vê-la, lá de cima, lá da frieza mesquinha das nuvens. E para comemorar o achado, executavam no ar grandes rodas festivas, negrejando as asas pretas em espirais descendentes.” (O Quinze)
  • 31. Érico Veríssimo Linguagem simples, direta, beirando o lugar comum, porém, de grande valor a um contador de histórias. 1o Ciclo: Romances Urbanos: Porto Alegre; problemas morais e espirituais; conflitos existenciais; aspectos sociais: ricos X pobres. Imigrantes. - Clarissa; Olhai os lírios do campo
  • 32. Érico Veríssimo 2o Ciclo: Romances Históricos: investigação do passado histórico do Rio Grande do Sul. Guerras na fronteira; missões jesuíticas, estâncias, colonos, espanhóis. Federalistas X Republicanos. Coragem, lealdade, tradição. -O Tempo e o Vento: O Continente, O Retrato, O arquipélago; 3o Ciclo: Romances Sociais: discriminação racial, ditadura, perseguição política, capitalismo X comunismo. - Incidente em Antares;
  • 33. José Américo de Almeida Ricos X pobres; exploração humana; seca; jagunços; retirantes; espírito de honra do nordestino: seus valores, sua dignidade, sua vida. A Bagaceira; Meninotas, com as pregas da súbita velhice, careteavam torcendo as carinhas decrépitas de ex-voto. Os vaqueiros másculos, como titãs alquebrados, em petição de miséria. Pequenos fazendeiros, no arremesso igualitário, baralhavam-se nesse atônito aniquilamento. Mais mortos do que vivos. Vivos, vivíssimos só no olhar. Uns olhos espasmódicos de pânico, como se estivessem assombrados de si próprios. Agônica concentração de vitalidade faiscante. Fariscavam o cheiro enjoativo do melado que lhes exacerbava os estômagos jejunos. E, em vez de comerem, eram comidos pela própria fome numa autofagia erosiva.