O documento discute técnicas de engenharia verde para a proteção e reabilitação de margens de rios e zonas costeiras. Essas técnicas incluem o uso de plantas vivas e materiais naturais para estabilizar solos e prevenir erosão de forma sustentável.
Técnicas de engenharia natural aplicadas à recuperação de ribeiras costeiras icccm10
1. ICCCM10 – International Conference on Coastal Conservation
and Management in the Atlantic and Mediterranean
Rita Sousa - APENA
2. Sub domínio da Engenharia Civil que prossegue objectivos técnicos,
ecológicos, estéticos, construtivos e económicos através sobretudo da
utilização de materiais construtivos vivos, ou seja, sementes, plantas,
partes de plantas e associações vegetais.
Objectivos atingidos através
de métodos de construção
próximos do natural, utilizando
as diferentes vantagens que a
utilização de plantas vivas
garante.
3. Requalificação Funcional:
• Limpeza e desobstrução do leito
• Aumentar a sua resiliência às perturbações naturais
• Criação de uma estrutura sustentável e compatível com os usos do
território
• Desenvolver as condições necessárias e adequadas à optimização
do espaço, numa perspectiva de protecção e equilíbrio ambiental
Requalificação Ecológica:
• Criação e melhoria de habitats e outros sistemas ecológicos de modo
a atingir um equilíbrio adequado às características biofísicas existentes
Requalificação Paisagística:
• Concepção de uma paisagem agradável e enquadrada no espaço
4. • Agricultura
• Urbanização/ Uso do Solo
• Produção de Madeira
• Extracção de Areias
• Sedimentação;
• Contaminação;
• Alteração hidrológica;
• Aumento do escoamento/erosão hídrica
• Remoção da vegetação ripícola;
• Instabilidade nas margens;
• Canalização.
5. • Povoamentos homogéneos, paisagisticamente monótonos
• Constituem uma grave ameaça para a biodiversidade
• Dificultam o desenvolvimento de flora e fauna autóctone
• Ao longo da costa portuguesa, a invasão por espécies de Acacia é comum e
tem-se tornado um grave problema ecológico.
• A perda de espécies nativas que fixam o solo, torna estes sistemas mais
susceptíveis à erosão pelas águas e pelo vento .
• Espécies exóticas, como as
acácias e o chorão, têm sido
utilizadas para fixar as areias, no
entanto, não promovem a
formação de dunas.
Carpobrotus edulis - Chorão
6. Ribeira de São Pedro de Moel
Ribeira de São Pedro de Moel
Ribeira do Abano
Ribeira na foz do Lizandro
7. Características da Vegetação
• Espécies autóctones
• Resistência do sistema
radicular (rotura, tracção e
extirpamento)
• Resistência a longos
períodos de submersão
Adaptado de Waterways Restoration Institute
and Urban Creeks Council (2006)
• Capacidade de
consolidação
• Capacidade de reprodução vegetativa (estrutura radicular mais profunda
e desenvolvida
• Capacidade de criar raízes adventícias em estacas vivas enterradas
11. Alnus glutinosa - Amieiro
Salix alba – Salgueiro branco
Fraxinus angustifolia - Freixo
Myrica faya – Faia da terra
Crataegus monogyna – Pilriteiro Tamarix africana – Tamargueira
12. Fonte:FISRWG, 1998.
As raízes da vegetação proporcionam a estabilização das margens.
A base da margem deverá ser plantada com espécies adaptadas e resistentes à
força abrasiva da corrente, enquanto que, na parte superior, deverão existir plantas
capazes de deter o escoamento superficial. A base poderá, ainda, ser reforçada com
enrocamento ou faxinas.
13. • Utilizada na estabilização de taludes
incoerentes, na correcção de
deslizamentos superficiais e em taludes
em aterro, com inclinação até 40º
• Consolidação em profundidade
• Diminuição da velocidade de escoamento
superficial das águas
• Diminuição da mobilidade do solo
14. • Margens de linhas de água onde seja
necessário uma protecção contínua e
elástica
• Fornece uma protecção natural para a
margem assim como a retenção dos
sedimentos
• Estrutura flexível e permeável
• Aplicados em margens que são
ameaçadas com inundações antes do
estabelecimento da vegetação
• Protecção imediata contra a erosão
mecânica e posterior consolidação em
profundidade através do desenvolvimento
radicular
15. Antes da intervenção
2 anos após intervenção
(muro de vegetação)
Construção da técnica
2 meses após intervenção
16. • Linhas de água de energia média
(caudais e níveis médios relativamente
constantes)
• Melhoramento imediato da acção
drenante, devido ao efeito
evapotranspirante das plantas
• Notável eficácia estabilizante
• Realização simples
• Facilidade de recolha de material
• Permitem redireccionar o sentido natural do escoamento,
afastando as águas das áreas instáveis
17. • Aplicada em margens fluviais ou taludes com declives
entre 45-55º
• A vegetação exerce uma acção drenante pois absorve
a água necessária ao seu desenvolvimento
• Permite o desenvolvimento de vegetação em
taludes com declives muito acentuados sem a
necessidade de nivelamento
• Estabilização imediata e contínua
18. • Taludes e margens fluviais
com declives entre 40-50º
• Consolidação imediata e
robusta da margem
• Flexibilidade estrutural
• A vegetação implementada
desenvolve uma acção drenante,
pois absorve a água necessária
ao seu desenvolvimento
19. Construção de muro de vegetação
2 meses após intervenção
Colocação de faxinas
3 meses após intervenção
20. • Linhas de água com erosão lateral e no
fundo do leito
• Baixo transporte sólido
• Escoamento mínimo constante, de forma
a favorecer a durabilidade da estrutura.
• Elevada duração temporal
• Elevada capacidade drenante
• Podem substituir as construções tradicionais,
podendo também recorrer à utilização de
material local
21. • Técnica de protecção durável e
resistente para margens de rios
expostas a altas velocidades de
corrente
• Efeito protector imediato
• Assim que as estacas vivas desenvolvam o seu
sistema radicular aumenta o efeito estabilizador no
solo
• Manutenção reduzida
22. • Utilizada a jusante na zona dunar
• Protecção contra o vento
• Combinada com plantações e sementeiras
23. • Utilizada a jusante na zona dunar
• Estabilização e consolidação imediata do
talude
• Combinada com plantações e sementeiras
24. • Hidrossementeira
• Aplicação de mantas orgânicas
• Estacaria viva
• Entraçado vivo
• Rolos de fibra de coco
• Esporões vivos
25. - Evitar a colonização agressiva por espécies invasoras;
- Instalação de passadiços em madeira (sobrelevados ou assentes em areia), de
modo a evitar o pisoteio de zonas sensíveis;
- Promover a implementação de técnicas de Engenharia na Natural;
- Impedir a circulação de veículos todo o
terreno sobre as dunas;
- Evitar a construção nestes locais;
- Planear a abertura de corta fogos, visto
que estes têm sido uma grande ameaça
nos últimos anos;
- Promover campanhas de sensibilização
ambiental;
- Condicionar o licenciamento de extracção de areias no litoral, a areia que se
acumula a Norte de um esporão pode ser utilizada para realimentar a zona Sul,
sujeita a forte erosão;
- Fiscalizar e denunciar a deposição de lixos e entulhos.