1. EXAMES DE SANGUE: PORQUEO SEU PODE ESTAR ALTERADO
MESMO COM OS NÚMEROS NORMAIS!
Não é novidade para ninguémque a medicina não é uma ciência exata. O grande problema então começa quando fazemos mal uso de números, estatísticas, da
matemática propriamente dita dentro da prática médica. Analisemestes números e vejam como é possível en contrar conclusões surpreendentes quando
utilizamos as estatísticas sempesar critérios específicos na medicina através deste exemplo: Existem 700.000 médicos nos EUA (Brasil tem cerca de 330.000)
Ocorrem 120.000 mortes por ano causadas por erros médicos. É a 4° causa de morte nos Estados Unidos.
A relação de morte (120.000) por médico (700.000) é 0,171
*fonte : Departamento de saúde e recursos humanos nos EUA
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O número de proprietários de armas de fogo legais dos EUA é de 80 milhões O número de mortes acidentais por armas de fogo por ano, considerados todos
os grupos etários, é de 15.000 A relação de morte (15.000) por arma de fogo (80.000.000 ) é de 0,000188 *fonte: Estatística do FBI
Assim, estatisticamente, os médicos são aproximadamente 900 vezes mais perigosos do que os proprietários de armas de
fogo legais. Isso significa que quemtem um médico, tem 909,57 vezes mais chances de ser morto por ele do que por umpropri etário de arma de fogo legal.
E aí, como negar a conclusão? A resposta é que não temos como fazê-lo, pois números são exatos e pronto. Portanto, faz parte do senso crítico trazer
estes resultados à luz de nosso senso crítico racional e usarmos da maneira mais adequada não é mesmo?
Pois bemamigos, vocês acreditam que em uma das principais práticas do médico, estamos utilizando números e estatísticas de u ma forma completamente
equivocada?
Nós médicos aprendemos que para realizar qualquer consulta primária devemos fazer uma anamnese (entrevista conversada), exame físico, e solicitar
os exames necessários para elucidação específica de cada caso. E uma das formas mais comuns exames são os sanguíneos.
É inaceitável saber que o médico não tem uma aula sequer que ensine a compreender a maneira correta como interpretar exames d e sangue. Parece mentira,
mas não é! Os cursos de medicina simplesmente não ensinam, pois nemmesmo a imensa maioria dos professores no Brasil têmeste conhecimento. Não estou
dizendo que não sabemler os exames, mas quero dizer que enxergam unicamente os números e pronto, identificando o que está dentro do normal, o que não
está, qual doença causa problema neste ou naquele íteme assim por diante. E caso você que está lendo neste momento seja umcolega médico, continue lendo
que entenderá o raciocínio e tenho absoluta certeza de que se dará conta de que na realidade, lemos números mas não entendemo s exatamente quem
“ inventou” os parâmetros que vemos como normais… Agora para vocês não médicos, saibam que existe sim um grande problema que acredito que muitos de
vocês já sofreram quando passarampor determinadas situações. Quemdisse que aquele número de normalidade é o ideal para você? Quantas pessoas têm
sintomas de doenças das mais diversas, chegamao médico que simplesmente olha um exame de sangue (um papel), e dizem: “ você n ão temnada, está
normal”. Ora, muitas vezes a única coisa que está normal é o papel, pois a pessoa não está! Um dos exemplos que enxergo como dos mais comuns é o caso
daquelas pessoas que comem exatamente a mesma coisa de uma outra e engordam, não conseguememagrecer, ao passo que outra comendo o mesmo e
fazendo exatamente as mesmas coisas, vive sem problemas com a balança. Mas estas também já sabem a resposta que escutarão na imensa maioria das vezes:
“ você temtendência a engordar, ou é genético”. Deixem-me escrever algo que já escrevi em outro artigo anteriormente: somente 15% do que você é e virá a
ser depende realmente da genética. Sabemos hoje que 65% é e será causado pela maneira como leva sua vida, ou seja, o meio ambiente, então não existe mais
espaço para esta explicação que sempre foi vaga e ineficaz. Pois bem, o que diferencia uma da outra pode e deve ser uma diferença metabólica que faz com
que o corpo de uma tenha um metabolismo “ mais acelerado” do que o da outra. Ela irá ao médico, se não estiver comalgum nível sanguíneo fora do que está
escrito lá como normal, sairá com seu problema não resolvido ou pior ainda, ao invés de receber o que necessita para otimização de seus níveis, receberá no
máximo uma medicação que busca tirar o apetite, ou seja, o famoso “ tapar o sol coma peneira”, uma vez que não resolveu o verdadeiro problema e com toda
certeza, se tiver um emagrecimento com uso de medicação, tão logo suspenda seu uso, irá novamente voltar a engordar. É isto o que vemos d iariamente, já
virou comum. E é óbvio que isso acontecerá, pois enquanto não for tratada sua causa, melhorado seu metabolismo, o p roblema persistirá emseu corpo e aquela
pessoa viverá na dependência dos conhecidos efeitos sanfonas, tendo que lutar contra algo que poderia ser equilibrado se o médico tivesse conhecimento
profundo sobre o que os números dos exames podemrepresentar. Amigos, hoje demonstrarei o porque deste erro diário e como a falta de um conhecimento
mais aprofundado neste tema está prejudicando umnúmero enorme de pessoas que estão passando ao largo da chance de ter tratamentos adequados e seus
problemas resolvidos. Inevitavelmente terei que entrar emalguns detalhes técnicos para que prove não só a vocês leigos, mas também aos diversos méd icos
colegas que me acompanham também. E acreditem vocês, será simples e fascinante! Como existem os números indicando o intervalo entre os quais uma
substância é considerada normal? Quemdeterminou que por exemplo os valores normais de Hemoglobina devemser na média entre 1 1 e 14g/dl. Saibampara
a criação dos intervalos de normalidade, a medicina se utiliza de uma curva elaborada pelo matemático Gauss. O resumo disto é que cada substância medida
tem seus índices ajustados para englobar como normal, 95% da população, ou seja, no caso da Hemoglobina para mulheres, se você estiver comum índice
entre 11 A 13g/dl você estará normal, porque 95% da população está também. Até aí tudo bem, mas pense agora comigo, será então que 95% da população
está normal? Esta é a nossa realidade? Vou explicar ainda mais. Os números são determinados valendo -se de uma quantidade “X” de pessoas aleatoriamente e
2. dentro dos mais variados números que cada pessoa terá para a substância medida no sangue, faz-se um cálculo da média para que 95% destes números estejam
normais e somente 5% fiquem como alterados e problemáticos. Porém, dentro destas pessoas, existemd oentes, sadias, cancerosas, infectadas, contaminadas,
idosas, jovens, etc… Obviamente, os valores encontrados são absolutamente dependentes da amostra de pessoas e já que o mundo está doente, cada vez mais
os números serão alterados. Se ficou confuso, vou dar-lhes umexemplo e acredito que ficará mais simples de compreender (poderia dar incontáveis exemplos).
Vocês acreditam que existe exame para detecção de Chumbo (Pb) no sangue, e que é considerado “ normal” termos índices de 2 a 8 ? Mas você médico nunca
parou para pensar sobre estes valores? Ora, quer dizer então que se tivermos umpaciente comvalor inferior de Chumbo (igual a 1 por exemplo), teremos que
fazer suplementação desta substância para chegar a no mínimo 2 e ser considerada normal? É óbvio que não! Vocês sabem quanto é o valor desejável disto em
nosso corpo? Zero, pois Chumbo é ummetal pesado tóxico. Mas então o que aconteceu para que fosse determinado estes índices n ormais? Foi feita uma média
estatística na população e estes foramos valores calculados como normais, e já que a população está contaminada infelizmente por este metal pesado, quando
o laboratório mede e realiza uma média através da curva de Gauss, determina que o mais comum para 95% da população é estar co mestes valores,
consequentemente o normal é estar contaminado! O normal para o meu corpo é estar com valores de zero sim, pois não tenho culpa da popu lação estar
intoxicada com Chumbo, isto é um problema para saúde. Para vocês verem o quanto pode ser errôneo este método de determi nação numérico. Agora vocês
notem o absurdo que a falta de conhecimento sobre estes fatores pode complicar e de fato complicam a prática da boa medicina: O tratamento para
desintoxicação de Chumbo é feito com EDTA (Ethylene Diamine Tetra Acetic Acid), mas o Conselho Federal de Medicina, proíbe seu uso a menos que o
médico comprove que seu paciente está intoxicado por este metal tóxico. Entretanto, estar intoxicado segundo exames laboratoriais é ter níveis maiores do que
8, e na verdade o Chumbo tendo níveis de apenas 1, a meu ver e na visão de qualquer médico que saiba o que isto significa, já não é o ideal, uma vez que o
melhor é NÃO ter Chumbo no organismo. Percebamo absurdo do quanto a falta de conhecimento sobre a interpretação de exames po de prejudicar a saúde das
pessoas, pois o excesso de Chumbo provoca uma doença chamada saturnismo, que pode levar à morte. Ah, existe uma exceção sim, pois 21 médicos no Brasil
entraram com uma liminar na justiça comum e têm hoje liberdade de utilizar a terapia comEDTA para qualquer de seus pacientes, e o Conselho Federal de
Medicina não pode fazer nada felizmente, pois perdeu este processo. Mas então falando sobre exames, podemos concluir que estes parâmetros calculados
através da curva de Gauss são apenas números estatísticos que serviriampara dizer o que é normal estatisticamente, mas NUNCA para dizer o que é normal
em pessoas para padrões médicos! Se o médico unicamente olhar para papéis, para os números dos exames, então usando a estatís tica podemos concluir que
somente em 2,5% destes exames, ou seja, 2,5 a cada 100 pacientes, encontraríamos realmente alterações. Sendo assim, não faz realmente sentido solicitar
exames, pois nós médicos procuramos números que em 95% dos casos, devido à forma pela qual os parâmetros foram definidos, estarão dentro destes padrões
de normalidade ESTATÍSTICA! E é nisto que se baseia hoje e o que realmente quer o plano de saúde. Que você só tenha direito a realizar os exames conforme
o que se suspeita, a tal já ultrapassada medicina baseada emevidências. O ideal é simque comecemos a dosar todos os índices sanguíneos das pessoas a partir
de seus 15 anos por exemplo anualmente, para que tenhamos a curva dos padrões metabólicos de cada pessoa individualmente send o acompanhada e isto, por
mais incrível que pareça, seria sempre mais barato do que medir somente frente à uma doença, pois isto simonera o sistema de s aúde e a todos, pois prevenir é
infinitamente mais barato e melhor do que tratar a doença. Ora, passei boa parte de minha vivência médica acreditando nisso e vendo a quantidade cada vez
maior de pessoas que ao exame de 6 meses atrás estavam “ normais”, comnúmeros limítrofes, de repente 6 meses depois já estavamcom números aumentados
ou diminuídos e portanto doentes. Isto não poderia ser assimmeus amigos, esta mesma pessoa já estava claramente doente mesmo com valores limítrofes, isto
é óbvio! Porque aguardar que as pessoas fiquemrealmente doentes e sofram por isto ao invés de começar a tratar de maneira mais lógica antes, com medidas
preventivas ativas, suplementação adequada, mais opções terapêuticas e o mais importante, sem deixar que aquela pessoa sofra tanto tempo aflita sentindo-se
doente e sem ajuda só porque os o médico só aprendeu a tratar a doença conforme o exame do papel, ao invés de aprender a não deixar as pessoas doentes e
tratar a saúde? Se eu como pessoa não quero isto para mim, também não acho justo que como médico eu deixe isto acontecer com meus pacientes. Bem
amigos, O MÉDICO ESPECIALIZADO EM NUTRIENDOCRINOLOGIA (ANTI-AGING MEDICINE NOS EUA) NÃO SEGUE SIMPLESMENTE OS
ÍNDICES CONSIDERADOS NORMAIS PELOS LABORATÓRIOS E ACHO QUE OS MÉDICOS EM GERAL DEVERIAM PENSAR NISTO; EM
ENXERGAR OS EXAMES EM RELAÇÃO PRIMEIRAMENTE ÀS QUEIXAS E AOS SINTOMAS DO PACIENTE. ESTA CIÊNCIA BUSCA
OTIMIZAR OS RESULTADOS, TENDO NÍVEIS O MAIS BAIXOS POSSÍVEL QUANDO AQUILO QUE ESTAMOS DOSANDO É ALGO
INDESEJÁVEL, OU O CONTRÁRIO QUANDO É ALGO DESEJÁVEL. Por exemplo, buscamos que nossos pacientes tenhamo mínimo possível de
Chumbo, mas o máximo possível dos hormônios da tireóide! E concluindo, valores de referência são apenas dados estatísticos de uma certa população, não
levando em consideração as individualidades bioquímicas, nemtampouco as distintas morbidades e/ou polimorfismos genéticos qu e requeremdiferentes
níveis de nutrientes e sobretudo não representamníveis de otimização funcional.