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ROMANTISMO
                   PROSA




Prof. Vitor Dias
Rio de Janeiro - meados do século XIX
     Lettighe. Street in Rio Janeiro
          Migliavacca, ca 1840
         Colecção de estampas
     - Antonio Feliciano de Castilho
FIESTAS – Jean Béraud (1849)
Society Evening - Jean Beraud
Rodelnégio Gonçalves Neto
CONTEXTO HISTÓRICO

 Romanço             Romance.
 Independência do Brasil (1822).
 Procurou-se definir nação, povo,
 língua e cultura brasileira.
 Projeto romântico: construção de uma
 cultura brasileira autônoma.
 Nascimento do romance brasileiro.
 Classe consumidora: burguesia.
TIPOS DE PROSA ROMÂNTICA

 Romance indianista (a vida primitiva)

 Romance regional (a vida rural)

 Romance urbano (a vida citadina)
CARACTERÍSTICAS
 A busca da identidade nacional (selva,
 campo, cidade).
 Inicialmente o romance foi publicado em
 folhetins.
 Sentimentalismo.
 Impasse amoroso, com final feliz ou
 trágico.
 Oposição aos valores sociais.
 Peripécia (artimanha narrativa).
Flash back narrativo
O amor como redenção
Idealização da mulher
Idealização do herói
Personagens planas
Linguagem metafórica.
ROMANCE INDIANISTA

 Autêntica expressão da
 nacionalidade.
 Índio – o herói nacional.
 Representantes:
  José de Alencar - Obras: Iracema;
 Ubirajara; O Guarani.
O Guarani
                            José de Alencar

Quando a cavalgata chegou à margem da clareira, ai se passava uma cena
curiosa.
Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbada de árvores,
encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via -se um índio na flor da
idade.
Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará,
apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-lhe dos ombros até
ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco
selvagem.
Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor do cobre, brilhava com
reflexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes, a tez lis a, os olhos
grandes com os cantos exteriores erguidos para a fronte; a pupila negra,
móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes
alvos, davam ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da
inteligência.
   ROMANCE URBANO

   Retrato do dia-a-dia do leitor.
   Discute os problemas e valores vividos pela burguesia
    do século XIX.
   1844 - A Moreninha de Joaquim Manoel de Macedo – 1º
    romance romântico.
   Temática: amores impossíveis, intrigas amorosas,
    chantagens, dúvida entre o dever e o desejo.
   Personagens planas: comportamento previsível.
   Herói romântico: ser idealizado, forte, honrado, corajoso .
   Figura feminina: frágil, sonhadora, submissa.
   REPRESENTANTES:

         José de Alencar:
   Senhora : tematiza o casamento como forma de
    ascensão social.
   Diva
   Lucíola
         Manuel Antônio de Almeida:
   Memórias de um sargento de milícias: difere dos
    demais romances, pois o protagonista não é herói ou
    vilão, não há idealização da mulher e do amor e a
    linguagem aproxima-se da jornalística.
Senhora
                               José de Alencar

“Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela.
Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi
proclamada a rainha dos salões.
Tornou-se deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em
 disponibilidade. Era rica e famosa.
Duas opulências, que se realçavam como a flor em vaso de alabastro; dois esplendores
 que se refletem, como o raio de sol no prisma do diamante.
Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da corte como
 brilhante meteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira
 seu fulgor?
Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na socieda de. Não a
 conheciam; e logo buscaram todos com avidez informações acerca da grande
 novidade do dia.
Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade,
 sem os comentos malévolos de que usam vestí-la os noveleiros.
Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina
 Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade.”
   Romance regionalista

   Buscou compreender e valorizar as características étnicas,
    lingüísticas, sociais e culturais que marcam as regiões do país.


   REPRESENTANTES:

   Visconde de Taunay : Inocência ( centro-oeste )

   José de Alencar : O Ga ucho ( sul )

   Franklin Tá vora : O Cabeleira ( nordeste )
O gaúcho
                          José de Alencar
I-  O PAMPA
Como são melancólicas e solenes, ao pino do sol, as vastas
campinas que cingem as margens do Uruguai e seus afluentes!

A savana se desfralda a perder de vista, ondulando pelas sangas
e coxilhas que figuram as flutuações das vagas nesse verde oceano.
Mais profunda parece aqui a solidão, e mais pavorosa, do que
na imensidade dos mares.

É o mesmo ermo, porém selado pela imobilidade, e como que estupefato
ante a majestade do firmamento.

Raro corta o espaço, cheio de luz, um pássaro erradio, demandando a sombra,
longe na restinga de mato que borda as orlas de algum arroio. A trecho passa
o poldro bravio, desgarrado do magote; ei-lo que se vai retouçando
alegremente babujar a grama do próximo banhado.
O cabeleira
                                Franklin Távora
A história de Pernambuco oferece-nos exemplos de heroísmo e grandeza
 moral que podem figurar nos fastos dos maiores povos da antigüidade sem
 desdourá-los. Não são estes os únicos exemplos que despertam nossa
 atenção sempre que estudamos o passado desta ilustre província, berço
 tradicional da liberdade brasileira. Merecem -nos particular meditação, ao lado
 dos que aí se mostram dignos da gratidão da pátria pelos nobres feitos com
 que a magnificaram, alguns vultos infelizes, em quem hoje veneraríamos
 talve z modelos de altas e varonis virtudes, se certas circunstâncias de tempo
 e lugar, que decidem dos destinos das nações e até da humanidad e, não
 pudessem desnaturar os homens, tornando-os açoites das gerações coevas e
 algozes de si mesmos.
(...)
 Com a simplicidade irrepreensível que é o primeiro ornamento das concepções do
 espírito popular, habilitam -nos esses trovadores a ajuizarmos do famoso valentão pela
 seguinte letra:

Fecha a porta, gente,
Cab eleira aí vem,
Matando mulheres,
Meninos também.
Inocência
                        Visconde de Taunay

"O legítimo sertanejo, explorador dos de sertos, não tem, em gera l,
  família. Enquanto moço, seu fim único é devassar terra s, pisar campos
  onde ninguém antes pusera pé, vadear rios desconhecidos, de spontar
  cabeceiras e furar matas, que descobridor algum até então haja
  varado." (Cap. I).



"... Quanto às mulheres, não tenho as sua s opiniões, nem as acho
    razoáveis nem de justi ça. Entretanto, é inútil discutirmos porque sei
    que isso são prevençõe s vinda s de longe, e quem torto nasce, tarde
    ou nunca se endireita... No meu parecer, as mulheres são tão boas
    como nós, se não melhores: não há, pois, motivo para tanto desconfiar
    delas e ter os homens em tão boa conta... Cuide cada qual de si, olhe
    Deus para todos nós, e ninguém queira arvorar-se em palmatória do
    mundo." (Cap. V).
Cangaceiro
Di Cavalcanti - 1952

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Romantismo prosa

  • 1. ROMANTISMO PROSA Prof. Vitor Dias
  • 2.
  • 3.
  • 4. Rio de Janeiro - meados do século XIX Lettighe. Street in Rio Janeiro Migliavacca, ca 1840 Colecção de estampas - Antonio Feliciano de Castilho
  • 5. FIESTAS – Jean Béraud (1849)
  • 6. Society Evening - Jean Beraud
  • 8. CONTEXTO HISTÓRICO Romanço Romance. Independência do Brasil (1822). Procurou-se definir nação, povo, língua e cultura brasileira. Projeto romântico: construção de uma cultura brasileira autônoma. Nascimento do romance brasileiro. Classe consumidora: burguesia.
  • 9. TIPOS DE PROSA ROMÂNTICA Romance indianista (a vida primitiva) Romance regional (a vida rural) Romance urbano (a vida citadina)
  • 10. CARACTERÍSTICAS A busca da identidade nacional (selva, campo, cidade). Inicialmente o romance foi publicado em folhetins. Sentimentalismo. Impasse amoroso, com final feliz ou trágico. Oposição aos valores sociais. Peripécia (artimanha narrativa).
  • 11. Flash back narrativo O amor como redenção Idealização da mulher Idealização do herói Personagens planas Linguagem metafórica.
  • 12. ROMANCE INDIANISTA Autêntica expressão da nacionalidade. Índio – o herói nacional. Representantes: José de Alencar - Obras: Iracema; Ubirajara; O Guarani.
  • 13. O Guarani José de Alencar Quando a cavalgata chegou à margem da clareira, ai se passava uma cena curiosa. Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbada de árvores, encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via -se um índio na flor da idade. Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco selvagem. Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor do cobre, brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes, a tez lis a, os olhos grandes com os cantos exteriores erguidos para a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos, davam ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da inteligência.
  • 14. ROMANCE URBANO  Retrato do dia-a-dia do leitor.  Discute os problemas e valores vividos pela burguesia do século XIX.  1844 - A Moreninha de Joaquim Manoel de Macedo – 1º romance romântico.  Temática: amores impossíveis, intrigas amorosas, chantagens, dúvida entre o dever e o desejo.  Personagens planas: comportamento previsível.  Herói romântico: ser idealizado, forte, honrado, corajoso .  Figura feminina: frágil, sonhadora, submissa.
  • 15. REPRESENTANTES: José de Alencar:  Senhora : tematiza o casamento como forma de ascensão social.  Diva  Lucíola Manuel Antônio de Almeida:  Memórias de um sargento de milícias: difere dos demais romances, pois o protagonista não é herói ou vilão, não há idealização da mulher e do amor e a linguagem aproxima-se da jornalística.
  • 16. Senhora José de Alencar “Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela. Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi proclamada a rainha dos salões. Tornou-se deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade. Era rica e famosa. Duas opulências, que se realçavam como a flor em vaso de alabastro; dois esplendores que se refletem, como o raio de sol no prisma do diamante. Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da corte como brilhante meteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira seu fulgor? Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na socieda de. Não a conheciam; e logo buscaram todos com avidez informações acerca da grande novidade do dia. Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade, sem os comentos malévolos de que usam vestí-la os noveleiros. Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade.”
  • 17. Romance regionalista  Buscou compreender e valorizar as características étnicas, lingüísticas, sociais e culturais que marcam as regiões do país.  REPRESENTANTES:  Visconde de Taunay : Inocência ( centro-oeste )  José de Alencar : O Ga ucho ( sul )  Franklin Tá vora : O Cabeleira ( nordeste )
  • 18. O gaúcho José de Alencar I- O PAMPA Como são melancólicas e solenes, ao pino do sol, as vastas campinas que cingem as margens do Uruguai e seus afluentes! A savana se desfralda a perder de vista, ondulando pelas sangas e coxilhas que figuram as flutuações das vagas nesse verde oceano. Mais profunda parece aqui a solidão, e mais pavorosa, do que na imensidade dos mares. É o mesmo ermo, porém selado pela imobilidade, e como que estupefato ante a majestade do firmamento. Raro corta o espaço, cheio de luz, um pássaro erradio, demandando a sombra, longe na restinga de mato que borda as orlas de algum arroio. A trecho passa o poldro bravio, desgarrado do magote; ei-lo que se vai retouçando alegremente babujar a grama do próximo banhado.
  • 19. O cabeleira Franklin Távora A história de Pernambuco oferece-nos exemplos de heroísmo e grandeza moral que podem figurar nos fastos dos maiores povos da antigüidade sem desdourá-los. Não são estes os únicos exemplos que despertam nossa atenção sempre que estudamos o passado desta ilustre província, berço tradicional da liberdade brasileira. Merecem -nos particular meditação, ao lado dos que aí se mostram dignos da gratidão da pátria pelos nobres feitos com que a magnificaram, alguns vultos infelizes, em quem hoje veneraríamos talve z modelos de altas e varonis virtudes, se certas circunstâncias de tempo e lugar, que decidem dos destinos das nações e até da humanidad e, não pudessem desnaturar os homens, tornando-os açoites das gerações coevas e algozes de si mesmos. (...) Com a simplicidade irrepreensível que é o primeiro ornamento das concepções do espírito popular, habilitam -nos esses trovadores a ajuizarmos do famoso valentão pela seguinte letra: Fecha a porta, gente, Cab eleira aí vem, Matando mulheres, Meninos também.
  • 20. Inocência Visconde de Taunay "O legítimo sertanejo, explorador dos de sertos, não tem, em gera l, família. Enquanto moço, seu fim único é devassar terra s, pisar campos onde ninguém antes pusera pé, vadear rios desconhecidos, de spontar cabeceiras e furar matas, que descobridor algum até então haja varado." (Cap. I). "... Quanto às mulheres, não tenho as sua s opiniões, nem as acho razoáveis nem de justi ça. Entretanto, é inútil discutirmos porque sei que isso são prevençõe s vinda s de longe, e quem torto nasce, tarde ou nunca se endireita... No meu parecer, as mulheres são tão boas como nós, se não melhores: não há, pois, motivo para tanto desconfiar delas e ter os homens em tão boa conta... Cuide cada qual de si, olhe Deus para todos nós, e ninguém queira arvorar-se em palmatória do mundo." (Cap. V).
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