Este documento é uma coletânea de reflexões sobre missões dividida em quatro partes, baseada em passagens bíblicas. A primeira parte foca no Antigo Testamento e mostra como Deus sempre quis que Seu nome fosse conhecido em todas as nações, como visto na construção do Templo de Salomão, onde o povo deveria falar de Deus aos estrangeiros e testemunhar Seus feitos.
5. Índice
Agradecimentos..........................................................................................................8
Prefácio.......................................................................................................................9
Parte 1 - ANTIGO TESTAMENTO......................................................................11
O Templo de Salomão e as Missões Mundiais..........................................................12
O Chamado de Eliseu.................................................................................................16
Todo Mundo Deve Adorar a Deus.............................................................................21
Consagração e Chamada ao Ministério......................................................................24
O Evangelismo e a Glória de Deus............................................................................32
Desperte para Pregar – Reflexão na Vida de Jonas...................................................37
Parte 2 - NOVO TESTAMENTO...........................................................................45
Amando Missões Como Jesus...................................................................................46
Rogando Por Mais Missionários................................................................................52
A Primeira Missão dos Discípulos.............................................................................57
Vivendo com Propósito, Assim Como Jesus.............................................................61
Erguei os Olhos e Vede os Campos!..........................................................................67
Missões Como Prioridade..........................................................................................74
Missões Transculturais – Por que se Envolver?........................................................82
Uma Visão Sobre Missões.........................................................................................86
Servir e Pregar Sem Desanimar.................................................................................90
Trabalhando Pelo Avanço da Obra de Deus..............................................................94
Missões, Por Jesus e Pela Cruz!.................................................................................99
Todos Nós Somos Chamados..................................................................................107
Parte 3 - SÉRIES....................................................................................................113
O Que Jesus Nos Ensinou Sobre Missões (1)..........................................................114
O Que Jesus Nos Ensinou Sobre Missões (2)..........................................................118
O Que Jesus Nos Ensinou Sobre Missões (3)..........................................................122
Mantendo Vivo O Chamado Ao Ministério (1).......................................................126
Mantendo Vivo O Chamado Ao Ministério (2).......................................................136
Mantendo Vivo O Chamado Ao Ministério (3).......................................................143
Mantendo Vivo O Chamado Ao Ministério (4).......................................................150
Missões Pela Morte Na Cruz (1)..............................................................................155
Missões Pela Morte Na Cruz (2)..............................................................................159
Missões Pela Morte Na Cruz (3)..............................................................................163
Missões Pela Morte Na Cruz (4)..............................................................................168
Um Modelo De Igreja Missionária (1).....................................................................173
Um Modelo De Igreja Missionária (2).....................................................................180
Um Modelo De Igreja Missionária (3).....................................................................187
Arrependimento e Missões (1).................................................................................194
Arrependimento e Missões (2).................................................................................203
6. Arrependimento e Missões (3).................................................................................209
Parte 4 - REFLEXÕES MISSIONÁRIAS...........................................................213
Evangelismo e Missões Entre os Jovens da Igreja...................................................214
Missões, Evangelismo e Tecnologia........................................................................218
O Valor Das Viagens Missionárias..........................................................................221
Meditação Missionária.............................................................................................225
Missões São Algo Interessante................................................................................226
Livros sobre Missões...............................................................................................227
ILUSTRAÇÕES MISSIONÁRIAS......................................................................230
Sobre o Autor...........................................................................................................244
7. Dedico esta obra a todos os missionários, evangelistas e
fundadores de igrejas espalhados pelo Brasil e pelo mundo.
Amados servos e servas, muitas vezes desconhecidos, que
vivem, e morrem, no cumprimento da Grande Comissão de
nosso Senhor Jesus Cristo.
8. Todo cristão ou é um missionário ou é um impostor.
Charles Haddon Spurgeon
9. 8
AGRADECIMENTOS
Louvo e, de coração, agradeço ao nosso Bondoso e
Soberano Deus a oportunidade de concluir mais um livro
sobre Missões.
À minha esposa Débora e aos nossos filhos Agnes,
Annelise e Luigi, agradeço o amor incondicional, real e
revigorante, o companheirismo, a presença, o apoio ao meu
trabalho, o incentivo e paciência durante o mesmo; pela
alegria que são e trazem ao meu coração, pelo
fortalecimento na fé, por me levarem para mais perto do
Senhor e por viverem a Missão, me ensinando a cada dia.
Ao pastor Norival F. Andrade, pelo incentivo e apoio
ao nosso ministério e aos meus projetos literários — desde o
primeiro rascunho até agora —, bem como pelo prefácio
animador preparado com carinho para esta obra.
À Irmã Erika de Paula Sousa, pela excelente revisão
do texto e pela voluntariedade em participar deste projeto
missionário.
E ao Irmão Sammis Reachers, pela bela capa, pelas
ilustrações e pelo exemplo de escrever, editar, produzir e
compilar livros sobre Missões e Evangelismo, dentre outros
temas, e disponibilizá-los gratuitamente para a Igreja
brasileira, incentivando e promovendo a obra missionária
por meio da Internet. Amigo que fiz por intermédio da rede e
a quem já considero muito.
Que Deus abençoe e recompense a cada um.
Muito obrigado!
10. 9
PREFÁCIO
Sinto-me privilegiado em prefaciar o livro de um
trabalhador do campo missionário. Mas, não somente isso,
um servo que se dispôs a ouvir e obedecer a Palavra de
Deus. A vontade deste servo submeteu-se plenamente à de
seu Senhor. E isto se estende à sua esposa e três filhos,
sendo estes últimos “nativos” do Campo Missionário.
Chamou minha atenção, seguida de profunda alegria,
ao longo da leitura do livro, ver a palavra “Deus” repetir-se
tantas vezes (juntamente com as demais pessoas da
Trindade — Jesus e o Espírito Santo). E isso reforça sua
dependência à soberania Dele, bem como a certeza de o
Pastor Luiz Gianeli estar livre das respostas humanistas,
hedonistas e egotistas que têm preenchido as páginas de
diversos autores cristãos. Seu coração está cheio de Deus e,
obviamente, isto se evidencia na forma que escreve. Em dias
em que até as livrarias cristãs estão repletas de livros de
autoajuda, com excessiva valorização do “eu”, podemos
encontrar nestas páginas uma negação de si mesmo e um
grande incentivo ao cuidado com o outro, através da
evangelização e com riquíssimas bases bíblicas.
A questão de Deus amar missões é justamente porque
Deus ama pessoas e deseja salvá-las. Assim sendo, o livro
nos enriquece de informações missionárias, começando pelo
Antigo Testamento e se fechando no Novo Testamento, a
nova aliança, através do chamado e envio de diversos
homens para a missão de anunciar a Mensagem de Deus.
Essa viagem pelas Escrituras nos encoraja a participar de
missões, a partir da graça de Deus apresentada em toda a
Escritura e manifestada definitivamente em Cristo Jesus,
por meio da cruz.
Como missionário por vocação, obviamente o pastor
Gianeli nunca deixa de desafiar o seu leitor para tal
obra, mesmo não sendo este possivelmente um vocacionado
para o campo mais distante. Seu ardor missionário e,
consequentemente, por já ver almas rendidas a Jesus, lhe
permitem desafiar a que todos, primeiramente, assumam
um compromisso de rendição ao Senhor Jesus Cristo.
11. 10
Assim, o apelo não é “apelativo”, mas, sim, que se passe
pelo crivo bíblico de uma vida com e em Cristo, através do
arrependimento e confissão de pecados. As perguntas ao
fim de cada capítulo, dirigidas a nós, leitores, evidenciam
isto. Desta forma, não há como lê-lo passivamente, sem
reação, sem envolvimento. E isto acontece ao longo de todo
o livro. Ao citar as palavras de David Livingstone (referidas
nele), isso tudo fica muito evidente: “Deus, tendo um único
Filho, fez dele um missionário”.
“Erguei os olhos e vedes os campos” é uma leitura fácil,
agradável; sem, em momento algum, ficar na superfície das
Escrituras Sagradas. O livro está repleto de exemplos e
informações bíblicas que nos desafiam, buscando levar-nos,
desta maneira, a sermos coparticipantes desta visão
missionária. A maravilha da simplicidade está justamente
no fato de que o autor não é um teórico que se arrisca a
escrever sobre algo tão relevante, mas, justamente por sua
prática adquirida no campo missionário que, em parte, tive
o privilégio de conhecer, bem como seu ardor e amor pelas
almas perdidas — o que permitiu que ele escrevesse fácil
para nós, e nos proporcionasse uma leitura agradável e
atraente. Isto o credencia com suficiência. É excelente ser
desafiado por um livro através de alguém que o faz com
autoridade. Luiz M. Gianeli é um destes.
Termino este prefácio transcrevendo citações feitas pelo
autor, as quais refletem o seu ardor missionário explícito
em todo o livro, ou seja, uma mensagem que traga vida a
mortos. Estes foram os dizeres: “Não ir significa inércia,
estagnação, morte... Quando Jesus disse às suas igrejas
“IDE”, Ele quis fazer delas rios para abençoar o mundo e
livrá-las da desgraça de ser pântanos. Obedecer à ordem de
Jesus significa entender e viver. Desobedecer-lhe significa
rebelar-se para morrer... Ir significa libertar. Quando os
crentes vão, estão libertando e se libertando. Levam
liberdade e vida aos cativos e vão se libertando do egoísmo”
(“Quem há de ir por nós?”, p. 108).
Obrigado por este livro que fala.
Norival F. Andrade – Servo
Pastor da Primeira Igreja Batista de Monte Mor/SP
13. 12
O Templo de Salomão e as Missões Mundiais
1 Reis 8.41-43
Nós tornamos o nome de Jesus conhecido no mundo
através da obra missionária. Mas isso não é algo novo; pelo
contrário, Deus sempre desejou a salvação de pessoas em
todas as nações. Missões nasceram no coração de Deus,
foram planejadas por Ele, ordenadas por Ele e executadas
por Ele desde o início dos tempos. Vemos isso claramente
ao longo da narrativa bíblica.
Nesta passagem do Antigo Testamento que,
aparentemente, não tem nada a ver com missões,
aprendemos muito sobre o amor de Deus pelos povos da
terra.
Salomão havia acabado de construir o Templo de
Israel e estava consagrando o mesmo a Deus, enfatizando
sua Glória. Naquela ocasião, todo o povo de Israel estava
reunido, os sacerdotes ofereciam sacrifícios, os músicos
cantavam e tocavam louvores a Deus; o rei deu um discurso
e depois orou ao Senhor pedindo suas bênçãos sobre aquele
local especial que, a partir daquele momento, seria
totalmente separado e consagrado para o Seu louvor.
Nos versículos 41 a 43, vemos Salomão falando sobre
os estrangeiros, sobre as pessoas das outras nações e sobre
a influência do templo na vida delas. E isso é muito
interessante e importante para nós, pois aprendemos que:
DEVEMOS TORNAR O NOME DE DEUS CONHECIDO EM
TODO O MUNDO!
Segundo o versículo 43, o objetivo do templo era
tornar o nome de Deus conhecido entre todos os povos da
Terra. Hoje, sabemos que este templo não existe mais,
entretanto, nós somos o templo do Espírito Santo; sim, nós,
os salvos, os crentes, aqueles que confiam em Jesus como
Senhor e Salvador, somos a atual habitação do Santo
Espírito de Deus.
14. 13
O Templo de Salomão foi construído com o objetivo de
tornar o nome de Deus conhecido e trazer honra e glória a
Ele. Nós crentes, fomos salvos pelas mesmas razões: dar
honra e glórias a Deus e tornar o Seu nome conhecido (1 Co
6.19-20). E isso fazemos:
ATRAVÉS DA NOSSA VOZ (v.42). O povo de Israel tinha a
tarefa de anunciar sobre o amor e o poder de Deus a todos
os povos; tinham que falar disso aos estrangeiros que
encontrassem, tanto ali, e também quando viajassem. Deus
queria que, através do Seu povo, todas as nações
soubessem que só existia um único Deus verdadeiro e que
todos deveriam confiar somente Nele e amá-Lo de todo o
coração.
Salomão, sabendo que, com certeza, os estrangeiros
iriam ouvir sobre o Deus verdadeiro e viriam até Jerusalém
buscá-Lo naquele templo, pede a Deus que ouça suas
orações, responda a seus pedidos e lhes torne seus servos
também.
Hoje, Deus continua querendo ser conhecido em todo
o mundo e ainda deseja que o Seu povo O torne conhecido.
Ele nos ordenou isso através de Seu Filho, Jesus (Mc
16.15). E, se falarmos, com certeza, Jesus será conhecido
por todos aqueles que ouvirem as nossas vozes.
Devemos falar aos que estão perto (isso se chama
evangelismo) e também falar aos que estão longe (isso se
chama missões), mas o devemos fazer com amor, com
dedicação, esforço, com sacrifício, entendendo que essa é a
nossa missão: tornar o nome do nosso Deus e do nosso
Salvador Jesus Cristo conhecido através das nossas vozes.
Portanto, falemos de Jesus, muito e bem, hoje e sempre,
aqui e em todo o lugar, para que muitas pessoas O
conheçam através da nossa vida. Temos falado de Jesus?
Usamos nossas bocas e nossas vozes para anunciar o
Evangelho e falar das grandezas de Deus? Fazemos isso
muito ou pouco? Por quê?
ATRAVÉS DO NOSSO TESTEMUNHO (v.42): Salomão sabia
que os povos ouviriam falar da forte mão do Senhor e do
Seu braço estendido. O que significa isso? Significa que os
15. 14
povos estrangeiros, de uma forma ou de outra, ouviriam
falar dos milagres e maravilhas que Deus havia feito e ainda
fazia pelo Seu povo Israel. Isso era o testemunho de vida
daquela nação que servia a Deus e desfrutava do Seu
cuidado e amor. Neste caso, não precisavam falar nada;
somente as obras de Deus em suas vidas eram motivos
suficientes para que outros soubessem que serviam ao
Deus verdadeiro.
Amados, não há como esconder coisas maravilhosas.
Os milagres que Deus faz em nossas vidas se tornarão
conhecidos! Nossa transformação, a mudança de
comportamento e atitude, nossa fé, nosso amor e nossa
fidelidade, falarão por si mesmos e todos perceberão que
temos algo especial em nossas vidas: Jesus Cristo. Que
milagre maravilhoso!
É claro que não podemos deixar de falar sobre o
nosso Deus e o nosso Salvador Jesus, afinal, a fé vem pelo
ouvir (Rm 10.17), mas, para aqueles a quem já falamos ou
não podemos falar, nosso testemunho funciona muito bem
— melhor do que nossas palavras. Por isso é tão importante
que demos um bom testemunho com nossas vidas, para
que elas anunciem a Deus e mais pessoas O busquem, se
interessem pelo Seu evangelho, creiam Nele, O temam e
sirvam.
RESULTADO: OUTRAS PESSOAS TEMERÃO A DEUS (v.41
e 43). Salomão sabia que pessoas de outros países viriam
até aquele templo buscar a Deus por “amor ao nome Dele”,
ou seja, porque reconheceram que Ele era o Deus
verdadeiro e que deviam buscá-Lo e amá-Lo, abandonando
seus deuses falsos. Além disso, Salomão pediu a Deus que
atendesse as orações dos estrangeiros para que “eles O
temessem”, ou seja, confiassem Nele assim como o povo de
Israel temia e confiava e para que soubessem que aquele
templo era mesmo a casa do Deus verdadeiro. Salomão não
tinha dúvidas de que estrangeiros se converteriam a Deus e
que O buscariam ali naquela casa; mesmo que não fossem
todos, mesmo que não fossem muitos, alguns estrangeiros,
com certeza, se converteriam a Deus através do testemunho
16. 15
e da voz do povo de Israel e saberiam que aquele templo era
do Senhor.
Algo que podemos ter certeza, baseados nas
promessas de Deus, nas ordens de Jesus na Grande
Comissão, no caráter, no coração do nosso Deus e na
natureza de nossa missão, é que pessoas confiarão em Deus
através de nós.
Podemos ter certeza disso. Não serão todos, não serão
muitos e não será como queremos, mas alguns darão
ouvidos a nossa voz (na verdade, a voz do Espírito Santo
através de nós) e confiarão em Jesus como Salvador; outros
observarão nosso testemunho e também se converterão ao
Salvador. Enquanto Jesus não voltar e o Seu povo estiver
cumprindo sua missão de pregar o evangelho e tornar o
nome de Deus conhecido em todo o mundo, pessoas serão
salvas e igrejas fundadas, o nome de Deus conhecido e
glorificado e nós seremos úteis; e, na vinda do Senhor,
receberemos galardões.
CONCLUSÃO: E nós, amados, como temos vivido? Temos
tornado o nome de Deus conhecido no mundo? Temos
tornado o nome de Deus conhecido em nossa cidade, casa,
escola, trabalho e vizinhança? Devemos nos esforçar e fazer,
ao menos, o mínimo necessário: Orar pela salvação de
almas, entregar folhetos, convidar pessoas para o culto,
falar de Jesus e do Seu amor, dar um bom testemunho com
a nossa vida para que, assim como o Templo de Salomão,
cumpramos o propósito para o qual Deus nos criou e
salvou, tornando o Seu nome conhecido em todo o mundo.
Deus nos abençoe e nos capacite a cumprir esta
maravilhosa missão!
17. 16
O Chamado de Eliseu
1 Reis 19.19-21
Deus nos criou para Sua glória. Ele nos chama e nos
salva para isso: servi-Lo e glorificá-Lo com nossas vidas!
Muitas vezes queremos servir a Deus, talvez temos este
desejo, até reconhecemos que devemos fazer isso, mas não
sabemos como; achamos que não temos capacidade, ou
queremos deixar para depois. Este texto nos mostra a
decisão de um homem que serviu a Deus e se tornou um
grande exemplo para nós. Este homem é o profeta Eliseu.
Temos aqui o chamado de Eliseu, com muitas lições
para nós. Deus o tinha escolhido para ser um profeta (v.16),
era jovem, apesar de ser careca (II Reis 2.23), tinha por
volta de 40 ou 50 anos. Uma pessoa normal, como cada um
de nós.
O chamado de Deus para que Eliseu O servisse como
Seu profeta tem muito a nos ensinar, e o principal é que:
NÓS PODEMOS SER USADOS POR DEUS!
Em toda a nossa vida, tanto na igreja, quanto no dia
a dia, independentemente de quem somos e do que
sabemos fazer, o importante é que Deus quer nos usar, nos
capacita para isso e nos chama para isso. Portanto, nós
podemos ser usados por Deus...
TRABALHANDO ONDE ESTIVERMOS (v.19). Muitas vezes,
sonhamos e queremos fazer grandes coisas para Deus, mas
não fazemos nada para Ele no dia a dia, onde estamos. Isso
é errado!
Deus não chama preguiçosos. Para sermos usados
por ele, precisamos estar trabalhando e servindo onde
estivermos — tanto na igreja, quanto em casa, no trabalho,
na escola, na rua, na vizinhança... enfim, em nosso dia a
dia.
18. 17
Eliseu estava trabalhando quando Elias o encontrou. Não
ficava parado, fazia o que tinha de fazer enquanto esperava
a direção de Deus para uma tarefa específica.
Todas as pessoas que foram chamadas por Deus para o Seu
serviço estavam trabalhando: Moisés, Josué, Samuel, Davi,
Pedro, Tiago, João, etc.
Portanto, se quisermos ser usados por Deus, precisamos
servir, começar onde estivermos e com o que podemos:
mães e pais ensinando seus filhos em casa, evangelizando
amigos no trabalho ou na escola, ajudando na igreja com o
que sabemos, entregando um folheto, orando, visitando, etc.
Então, trabalhemos para Deus e Ele vai nos usar cada vez
mais em Sua obra.
ACEITANDO A SUA VONTADE (v.20). “[...] Já sabes o que fiz
contigo”. Foi o que Elias falou para Eliseu e ele sabia: “Deus
me escolheu para servi-Lo como Seu profeta”.
Precisamos reconhecer que, se é a vontade do Senhor, então
é o melhor para nós.
É necessário aceitarmos a vontade de Deus e servi-Lo acima
de tudo: família, sonhos, trabalho, lazer, enfim, acima de
nós mesmos.
Assim como Isaías, precisamos dizer: “Eis-me aqui, envia-me
a mim!” e não reagir como Jeremias ou Moisés que ficaram
inventando desculpas: “Não passo de uma criança”, “Não sei
falar direito.”
Não podemos lutar contra Deus e contra a Sua perfeita
vontade. Não devemos ser rebeldes, mas, sim, aceitar Sua
vontade e obedecê-Lo; servi-Lo por completo, com amor e
com alegria.
A vontade de Deus é sempre o melhor; muito melhor que a
nossa, é um prazer e não um peso, e nós somos salvos e
chamados para isso:
“No zelo, não sejais remissos, sede fervorosos de espírito,
servindo ao Senhor.” Rm 12.11
19. 18
“Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as
boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que
andássemos nelas.”
Ef 2.10
“não servindo à vista, como para agradar a homens, mas
como servos de Cristo, fazendo, de coração, a vontade de
Deus, servindo de boa vontade, como ao Senhor e não
como a homens.” Ef 6.6-7
“Assim, pois, importa que os homens nos considerem
como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de
Deus. Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é
que cada um deles seja encontrado fiel.”
I Co 4.1-2
“Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios
desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer aquele que o
arregimentou.”
II Tm 2.4
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação
santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de
proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das
trevas para sua maravilhosa luz.” I Pd 2.9
“Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que
recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de
Deus.”
I Pd 4.10
QUEIMANDO O NOSSO PASSADO (v.21a): Eliseu amava
seu trabalho e seus equipamentos, mas queimou tudo para
obedecer ao chamado de Deus.
Precisamos fazer o mesmo, queimar nosso passado, que
seria esquecer, deixar para trás, abandonar, desfazer aquilo
que nos envolvia, para não ficarmos presos, com saudades e
querendo voltar e, melhor ainda, para não termos para o
que voltar.
20. 19
Precisamos queimar tudo para que, nos momentos difíceis,
não sejamos tentados a voltar para trás e deixar o caminho
de Deus e Seu serviço, assim como Pedro e outros
discípulos fizeram com a pescaria no momento de grande
aflição, dúvida e insegurança (Jo 21.1-3).
Queime seu passado! Vai doer na hora, mas o que
vem pela frente é melhor, muito melhor, pois é a vontade de
Deus, a qual é “boa, agradável e perfeita”.
DISPONDO-NOS E OBEDECENDO/SERVINDO (v.21b): Em
outras palavras seria: servir a Deus com disposição, em
resposta ao Seu chamado.
Eliseu resolveu o que precisava e, imediatamente, foi servir
ao Senhor, tornando-se um aprendiz de profeta e, por fim, o
substituto de Elias.
Ele teve disposição, iniciativa, vontade e atitude. Não
foi obrigado, forçado ou empurrado, como muitas vezes
precisamos ser para fazer o que é certo, como evangelizar,
por exemplo.
Ele FOI, ou seja, deu o primeiro passo, deu o passo
certo, para frente, avançou.
David Livingstone (1813–1873), missionário e
explorador na África, disse: “Eu vou a qualquer lugar, desde
que seja em frente!”
Eliseu agiu assim, seguiu em frente, seguiu Elias,
serviu-o humildemente, aprendeu com ele antes de se
tornar um profeta (todos nós temos um tempo de
aprendizado, seja na igreja, em casa, numa doença, numa
dificuldade financeira, num seminário, instituto ou
faculdade) antes de servir a Deus por completo. Precisamos
ser humildes durante este tempo e aprender tudo o que
pudermos, para depois fazermos o melhor para Deus.
CONCLUSÃO: Em II Reis 2.1-14, vemos Eliseu
acompanhando e substituindo Elias, sendo usado por Deus
como Seu profeta, pois: estava trabalhando, aceitou o seu
chamado, queimou seu passado e dispôs-se a obedecer.
Eliseu tornou-se o sucessor do grande profeta Elias,
teve porção dobrada de seu Espírito, teve o dobro de poder e
21. 20
realizou o dobro de milagres. Ele tornou-se conhecido como
um servo do Senhor e um homem de Deus por todo o seu
país e até em terras estrangeiras.
Levou o nome de Deus à exaltação em vários lugares
e a várias pessoas através do seu serviço e fidelidade. Foi
usado por Deus como um grande profeta.
Deus quer nos usar da mesma forma. Através do
nosso testemunho pessoal e, isso, desde a infância até o
ministério (se esta for a direção de Deus para nós).
Sendo assim, podemos ser usados pelo Senhor; vale a
pena, é o melhor. Obedeçamos, entreguemo-nos, aceitemos
o nosso chamado e sirvamos onde estivermos, como
pudermos, com o que soubermos, fazendo o nosso melhor
para Deus, com amor. Com certeza Ele nos usará.
Foi desta maneira que Jesus Cristo, nosso Senhor e
Salvador, foi usado pelo Pai, pois se dispôs a obedecê-Lo e
morreu por nós na cruz do Calvário, garantindo a nossa
salvação. Como nosso Senhor, sejamos usados por Deus,
deixemos que Ele nos use para Sua própria glória.
22. 21
Todo Mundo Deve Adorar a Deus
1 Crônicas 16.23-36
Neste texto nós vemos que, logo após assumir o trono
de Israel e, com a bênção de Deus, estabilizar a nação, o rei
Davi começa a organizar o culto a Deus. Ele encoraja
(anima, motiva, pede) a um homem chamado Asafe (um dos
principais músicos de Israel e autor de vários Salmos) para
que o auxilie nesta sublime tarefa. E uma lição importante
que aprendemos na passagem, em especial no versículo 23,
é que:
TODO MUNDO DEVE ADORAR A DEUS!
POR ISSO DEVEMOS FALAR DELE A TODOS (v.23).
Observemos algumas verdades:
- Sua Salvação deve ser proclamada a todos os povos (v.23),
- Sua Glória deve ser anunciada a todos os povos (v.24) e,
- Suas Maravilhas devem ser proclamadas a todos os povos
(v.24).
É isto o que devemos fazer hoje: falar de Deus,
anunciar Quem Ele é, o que fez e o que pode fazer na vida
dos pecadores, que é salvá-los do pecado, da morte e do
inferno, o maior milagre que existe.
Temos falado de Deus? Nós O amamos a ponto de
desejar ardentemente que Seu nome seja conhecido?
PORQUE ELE É O ÚNICO E GRANDIOSO DEUS (v.25-27):
Nestes versículos Davi dá uma bela e poética descrição da
pessoa de Deus, de Seus atributos e qualidades, mostrando
quem, de fato, Ele é:
- Deus é Grande (v.25): No sentido de poder, força e posição;
- Digno de ser louvado (v.25): Ele merece ser adorado;
- Deus é Temível (v.25): É o único a quem devemos temer;
- Verdadeiro (v.26): Ao contrário dos ídolos, que são deuses
falsos, mentirosos e fabricados;
- Deus é o Criador de todas as coisas (v.26);
23. 22
- Deus é Glorioso (v.27): Majestoso, formoso e belo.
Por isso todo o mundo deve adorá-Lo, por isso
devemos falar Dele, hoje e sempre. Deus é maravilhoso, é
único, é grande, enfim, é Deus, o único Deus verdadeiro, o
Todo-Poderoso e eterno. Precisamos crer neste Deus, amá-
Lo e adorá-Lo com todo o nosso coração e somente a Ele.
Já O adoramos assim? Você já adora o único Deus
com todo o seu coração e com toda a sua vida? Arrependa-
se dos seus pecados, creia em Jesus e faça isso hoje. Enfim,
viva para adorar a Deus!
PORQUE ELE MERECE NOSSA ADORAÇÃO (v.28-34):
Talvez nos perguntemos: “Mas porque devo fazer isso?”
“Qual a razão?”
Todos os povos Lhe DEVEM tributo, ou seja,
adoração, aquilo que Lhe é devido, que Lhe pertence, afinal,
Ele é Deus, o único Deus. Sim, toda a nossa glória Lhe é
devida. É Dele e para Ele. Ele merece, é digno (v.28-29).
Temos que Lhe trazer oferendas/ofertas. E a oferta
que Ele quer é a nossa vida, como sacrifício vivo (Rm 12.1-2
e Sl 51.17).
Temos que entrar em Sua presença — estar perto
Dele, o que só é possível por Jesus, que nos abriu o
caminho e é o próprio (João 14.6).
Temos que adorá-Lo na beleza de Sua santidade:
Reconhecer que Ele é Santo e sermos santos também em
todo o nosso procedimento.
Temos que tremer diante Dele (v.30): Ter medo,
respeito, reverência, pois Ele é o Criador e Sustentador de
toda a terra.
Temos que nos alegrar Nele (v.31-33): Ele é a nossa
alegria, a fonte de alegria verdadeira, a razão da verdadeira
alegria. Ele traz alegria para toda criação, que O adora por
Quem Ele é. Nós devemos fazer o mesmo!
Ele é o Rei Soberano e Supremo que governa o
universo e, além disso, um dia virá julgar a terra: Jesus
voltará e julgará nossos atos e pecados. Como nos
24. 23
apresentaremos diante do Justo Juiz: Como você se
apresentará?
Ele é bom e devemos ser gratos por isso (v.34) e a Sua
misericórdia dura para sempre: não nos dá o castigo ou o
tratamento que merecemos.
CONCLUSÃO: Ele nos salva, é o Deus da nossa salvação, é
o nosso Salvador, enfim, é Jesus (Atos 4.12).
Ele nos ajunta como seu povo: Por Sua graça forma o
Seu povo, a Sua igreja, Seu corpo, Seus filhos, nos
separando, assim, do mundo.
Ele nos livra das nações, ou seja, nos salva do
mundo, que não é mais o lugar do salvo. Jesus morreu para
nos tirar de lá e nos dar nova vida (2 Co 5.17).
Devemos agradecê-lo por isso. Devemos nos gloriar em Seu
louvor e viver para louvá-Lo.
Devemos bendizê-Lo (elogiá-Lo) porque Ele é bendito
eternamente, hoje e sempre (v.36).
Todas as pessoas concordaram com Davi, disseram
“amém” (que assim seja) e louvaram ao Senhor. E nós, o
que faremos?
Temos adorado a Deus de verdade? Adoramo-Lo com
toda a nossa vida? Vivemos para Ele? Cremos somente
Nele? Você já é salvo por Ele? É feliz Nele? É grato a Ele?
Vive uma vida que O agrada? Creia em Jesus hoje e O
adore, pois todo mundo deve adorar a Deus!
25. 24
Consagração e Chamada ao Ministério
Isaías 6.1-10
É do conhecimento geral que missões são o propósito
de Deus para nós como igreja de Cristo, mas precisamos
observar um aspecto mais específico, o da entrega pessoal
da vida para servirmos em tempo integral na obra de Deus.
Muitos já me perguntaram: “Como você sabe que
Deus lhe chamou para o ministério?”, “Como você tem certeza
de que Deus quer que você seja missionário ou pastor?”,
Como você sabe que Deus lhe quer no interior de Minas
Gerais e não em outro lugar?” Eu mesmo já fiz estas
perguntas e outras parecidas a outros pastores e
missionários. Talvez você já as fez também.
Na verdade, estas são questões subjetivas, muitas
vezes difíceis de explicar, ou mesmo entender, pois, como
também já ouvimos, missões têm uma base sobrenatural,
têm a ver com a fé, têm a ver com Deus, com o Espírito
Santo. Mas, por outro lado, nós também dificultamos as
coisas, pois quando pensamos em missões, pensamos
humanamente: “Qual o melhor método de fazer missões?”,
“Deus ainda não falou comigo!”, “Sou muito novo!”, “Sou
muito velho!”, “Minha igreja precisa de mim, posso servir a
Deus aqui!”, “Como poderei deixar tudo o que tenho e ir para
um lugar desconhecido?”, “Se eu não for, Deus manda outro
de qualquer jeito!”, “Não tenho dinheiro para isso!”, etc.
Portanto, vamos meditar em um trecho bíblico muito
conhecido, que nos esclarece um pouco sobre como saber a
vontade de Deus para nossas vidas e como isso se encaixa
na obra missionária: Isaías 6.1-10
Isaías vivia em Judá, o reino do Sul, anos antes deste
povo ser levado cativo pela Babilônia, mas já sob constantes
ameaças de guerra e cativeiro. O reino do Norte, Israel, já
havia sido levado cativo pela Assíria e o ambiente na região
e na nação era de pecado e esquecimento de Deus, os reis e
o povo viviam de forma imoral, depravada, idólatra, longe da
Palavra de Deus — não muito diferente de nossos dias e do
26. 25
nosso país. É neste ambiente que Isaías vivia quando teve
uma visão de Deus e recebeu Seu chamado.
Nós sempre enxergamos este texto como um texto
sobre chamada ao ministério; sim, ele fala sobre isso, mas o
foco da passagem, o que vem antes da chamada, é a
consagração ao Senhor, e esta é a lição que queremos
enfatizar neste momento:
DEVEMOS NOS CONSAGRAR POR INTEIRO AO SENHOR!
E, através do exemplo de Isaías, veremos como
podemos nos consagrar totalmente ao Senhor.
Primeiramente:
BUSCANDO AO SENHOR NA ANGÚSTIA (v.1). Podemos
imaginar que Isaías passava por um momento de sofrimento
e angústia profundos, pois, por um tempo, ele ministrou
diante de um rei diferente, Uzias, o qual, ao contrário dos
reis anteriores, decidiu buscar ao Senhor e governar a
nação com a Lei de Deus em primeiro lugar. Com certeza,
Isaías, que exercia seu ministério entre a alta sociedade de
Judá, nos palácios, entre os nobres, os príncipes e os
governantes da nação, teve um período de alegria em sua
vida durante o reinado de Uzias que, muito provavelmente,
era seu amigo, mas agora as coisas haviam mudado. Este
rei, antes tão fiel e dedicado ao Senhor, no fim de sua vida,
se desviou, abandonou ao Senhor, desprezou Sua Palavra e
Seus mandamentos (II Rs 15.1-7, II Cr 26.1-23),
decepcionando Isaías e, agora, encontrava-se como morto,
após um período isolado, devido à lepra que contraíra como
castigo do Senhor. Era um momento de angústia e
sofrimento para Isaías, e ele, como Salomão havia falado
quando construiu o Templo, foi até este lugar santo, para
orar, clamar e buscar no Senhor o consolo para sua alma.
Ali ele encontra a resposta, encontra a Deus, que fala com
ele e o orienta quanto a sua vida e seu ministério dali em
diante.
Momentos de angústia e sofrimento são ocasiões
muito propícias para o Senhor falar conosco e nos
27. 26
privilegiar com Sua doce voz de consolo, dando-nos a
direção que tanto precisamos. Vemos muito isso no livro
dos Salmos, no qual temos muitas orações a Deus em
momentos de aflição e dor. Crises são oportunidades de
tomarmos decisões que mudam nossas vidas, nos
aproximam mais do Senhor ou nos afastam completamente
Dele (II Cr 26). Nessas horas difíceis, devemos e precisamos
olhar para as alturas, para o céu, para o trono de Deus... e
não para o reino dos homens.
Deus é soberano, Isaías sabia disso e fez isso, olhou
para os céus, olhou para Deus. E o Senhor lhe dirigiu.
O que temos feito nos momentos de crise? Talvez você
esteja enfrentando crises em sua vida neste exato momento.
O que fará? O que faremos? Se quisermos ter a direção de
Deus para nossas vidas, precisamos nos consagrar
totalmente a Ele e, primeiramente, buscá-Lo nestas horas
de aflição.
Quando fizermos isso, poderemos dar o próximo
passo para a consagração total ao Senhor, que é:
RECONHECER QUEM DEUS É (v.1-4). Quando Isaías
buscou a Deus no templo, ele teve uma visão do Senhor, ele
pode ver quem Deus é, de fato, reconhecer quem era o Deus
a quem ele servia e isso o motivou a servi-Lo ainda mais e a
se consagrar totalmente a Ele. Ele viu um Deus:
Soberano: O dicionário define soberano como: “Que está
revestido da autoridade suprema. Que governa com absoluto
poder. Dominador, poderoso, influente. Que exerce um poder
supremo sem restrição nem neutralização. Diz-se de Deus e
da sua suprema autoridade. Excelso, magnífico, notável.”
Isaías viu o Senhor, identificado pelo apóstolo João como
Jesus, em João 12.41, assentado no trono como o Soberano
Deus.
Grandioso: Isaías viu um Deus imenso, magnificente,
imponente, nobre e maior do que tudo e todos.
28. 27
Sublime: Viu também um Deus dotado de uma elevação
excepcional, perfeito, elevado em Suas palavras e atos. Deus
é o que há de mais elevado.
Rei dos reis: O Rei do Universo, que reina sobre toda a
humanidade, maior do que todos os outros reis da terra.
Senhor dos Exércitos: O comandante supremo do Seu povo,
o Deus vitorioso, que dá a vitória ao Seu povo.
Glorioso: Cheio de glória e honra, ilustre, notável.
Santo: Principalmente, um Deus Santo, Santo, Santo. Sem
pecado algum, separado de todo pecado e dos pecadores,
puro e perfeito.
Este foi o Deus que Isaías viu, e reconheceu quão
maravilhoso era o Deus que servia. Este é o mesmo Deus
que nós servimos! Este Deus maravilhoso é o nosso Deus, o
único Deus.
E aqui é importante repetirmos e enfatizarmos que,
segundo João, em seu evangelho, no capítulo 12 e nos
versículos 37 a 41, Isaías viu a Jesus Cristo; isso mesmo,
Jesus Cristo, o nosso Salvador e Senhor, o Rei dos reis e
Senhor dos senhores, aquele que morreu na cruz do
calvário e que voltará um dia para reinar com todo poder,
autoridade e glória. Jesus é Deus!
Nós também podemos ver a Deus e reconhecer quem
Ele é, pois só assim poderemos fazer a obra missionária
como Ele quer. Deus é revelado nas Escrituras, é nela que
podemos vê-Lo, bem como tudo o que precisamos saber
sobre Ele e sobre o Seu Filho Jesus Cristo. Foi pela Bíblia
que conhecemos a Cristo e, pela fé no que ela revela que
encontramos a salvação que Ele nos dá gratuitamente (Rm
10.17); e é por ela que devemos ver, dia a dia, quem Deus é
e quem Cristo é. E isso deve nos motivar a consagrarmos,
cada dia mais, todo o nosso ser ao Seu serviço, e a fazermos
isso com fidelidade, amor e dedicação, pois Ele é glorioso,
poderoso, majestoso e, principalmente, Santo.
29. 28
E assim seguimos para o terceiro passo em direção à
consagração total a Deus, que, na verdade, é um passo
duplo:
RECONHECENDO E CONFESSANDO OS NOSSOS
PECADOS (v.5-7). Quando Isaías contemplou a Deus e
reconheceu quem Ele era, viu Sua santidade e então olhou
para si mesmo, reconheceu que era pecador, que era
conivente com o pecado do seu povo e se envergonhou
perante Deus, se humilhou perante o Senhor, reconheceu
que com pecado em sua vida não poderia ser totalmente
consagrado ao Soberano e nem ser usado por Ele na obra
da pregação; então, confessou o seu pecado, foi perdoado e
purificado por Deus, estando assim apto para servir,
integralmente, ao Senhor.
Queremos saber a vontade de Deus para nossas vidas
como cristãos? Queremos fazer missões? Isso é bom, mas
será que já paramos para avaliar como está a nossa vida
perante este Deus tão santo e soberano? Temos algum
pecado em nossa vida? Precisamos confessar algo a Deus
que tem nos impedido de sermos usados por Ele?
Nós não usamos nada sujo em nosso dia a dia. Deus
também não. Somos vasos em Suas santas mãos e, se
quisermos ser usados por Ele na obra missionária e se
quisermos saber Sua vontade para nossas vidas,
precisamos estar limpos, confessar e deixar todo e qualquer
pecado e, então, estaremos aptos para fazer a obra do
Senhor.
Para sermos totalmente consagrados a Deus
precisamos reconhecer, confessar e deixar nossos pecados;
e Ele, pela Sua Graça e por meio de Cristo, nos purifica de
todo pecado (I João 1.9).
Isaías fez isto e agora dá o quarto passo em direção à
consagração total a Deus, que é:
ACEITANDO O CHAMADO DE DEUS PARA A OBRA (v.8):
“Eis-me aqui, envia-me a mim”. Isaías, depois de buscar a
Deus na angústia, reconhecer quem Deus era e reconhecer
e confessar os seus pecados, enfim está com sua vida
30. 29
totalmente consagrada a Deus e apto para ser usado por
Ele em Sua obra, pois está completamente disposto a servi-
Lo como, onde e quando Ele ordenasse. Podemos perceber
isso quando Deus o chama e ele responde:
Com Voluntariedade: Foi na hora! Isaías respondeu sem
questionar, sem duvidar e sem enrolar. Depois de tudo o
que tinha presenciado, ele não tinha dúvidas e poderia,
muito provavelmente, ter pensado algo assim: – “Se Deus
me chamou é porque Ele quer, é o melhor para mim, é o
melhor para Sua obra, Ele é poderoso para me usar, me guiar
e me sustentar, com certeza. Com um Deus grandioso como
este, nada pode ser melhor do que servi-Lo”.
Portanto, ele foi voluntariamente, se dispôs e se
entregou a Deus, aceitando o chamado para servi-Lo.
Se quisermos ser totalmente consagrados a Deus e
usados por Ele na obra missionária, precisamos aceitar o
Seu chamado com disposição, na hora em que Ele nos
chamar, sem medir esforços ou olhar para as dificuldades,
mas obedecer e atender; dizer como Isaías: “Eis-me aqui,
envia-me a mim” e não “Eis-me aqui, envia meu irmão...”.
Estamos dispondo nossas vidas nas mãos do Senhor
com voluntariedade? Estamos dispostos a atender o Seu
chamado ou temos desobedecido e fugido disso? Desta
forma, nunca poderemos ser totalmente consagrados ao
Senhor e nem fazer a obra missionária. Além disso,
precisamos aceitar o chamado de Deus...
Com Compaixão pelas Almas Perdidas (v.8-10): Deus estava
chamando Isaías para trabalhar e pregar ao povo de Judá
— um povo difícil, rebelde e duro, como o próprio Senhor
mostra ao profeta nos versículos seguintes. Mas era um
povo perdido, longe de Deus, que precisava ouvir a
mensagem do amor, perdão, misericórdia, justiça e juízo
divino. Era um povo ruim, iria causar sofrimento ao profeta;
ele iria, muitas vezes, pregar sem resposta positiva alguma,
veria o povo desprezando a sua pessoa, a sua mensagem e o
seu Deus... Isso era triste, mas o povo só fazia isso porque
estava longe do Senhor, perdido, preso ao pecado e ao
31. 30
engano de satanás; portanto, somente ouvindo a mensagem
de Deus é que poderiam mudar seus corações, se
converterem e serem salvos. Isaías precisava ter compaixão
deste povo para aceitar o chamado de Deus. Ele teve
misericórdia, aceitou e foi.
Nós também precisamos ter compaixão pelas almas
perdidas. Só assim atenderemos ao chamado de Deus para
deixar tudo e dedicar nossas vidas à pregação do evangelho
aos perdidos em qualquer lugar do mundo e sob quaisquer
circunstâncias.
Jesus, em Mateus 9.36-38, teve compaixão das almas
perdidas. Nós devemos fazer o mesmo.
Paulo, em Romanos 9.3, teve compaixão do seu povo.
Somente quando entendermos a necessidade que os
perdidos têm de ouvir o evangelho e conhecer o Salvador
que nós conhecemos, é que teremos a disposição de
obedecer ao Seu chamado e pregar o evangelho a toda
criatura.
CONCLUSÃO: Para encerrar, vimos que Isaías passou por
um processo de consagração total a Deus e que, depois
disso, estava apto para saber a vontade do Senhor para sua
vida e se entregar totalmente na realização da obra de Deus.
Ele fez isso, e sabem qual foi o resultado? Ele fez a obra de
Deus, pregou a mensagem do Senhor à sua nação, fez a
obra do Seu Salvador, fez a diferença em sua sociedade,
marcou o mundo em que viveu como um profeta totalmente
consagrado Àquele que é Santo, era uma referência no
aconselhamento das pessoas da época, escreveu um dos
maiores livros da Bíblia, amou seu Deus até o fim, tendo
sido, segundo a tradição, morto por sua fé, serrado ao meio
dentro de um tronco de árvore, e é lembrado até hoje como
um dos maiores profetas e homens de Deus que já viveram.
Tudo porque ele se consagrou totalmente ao Senhor,
conheceu a vontade de Deus para sua vida, obedeceu e O
colocou em primeiro lugar.
E quanto a nós? Como tem sido nossa vida como
servos do Senhor? O que temos feito por Sua obra? O que
temos feito pela causa missionária? Será que somos
32. 31
totalmente consagrados a Deus? Ou será que ainda falta
algo e, devido a isso, estamos sendo servos inúteis,
desobedientes, infrutíferos, que não fazem a diferença para
o Salvador e para o mundo perdido? Será que Deus não
quer algo a mais de nós? Sim, Ele quer! Ele quer que
sejamos totalmente consagrados; pois, então, nos mostrará
Sua vontade perfeita e nos usará grandemente em Sua
obra. Faremos missões e levaremos o evangelho aos
perdidos com toda disposição. Para isso, basta que
busquemos ao Senhor na angústia, reconheçamos quem o
nosso Deus é, reconheçamos e confessemos os nossos
pecados e, por fim, aceitemos o chamado de Deus com
voluntariedade e compaixão pelas almas perdidas.
Se quisermos fazer missões, precisamos ser
totalmente consagrados ao Senhor — totalmente —, só
então poderemos dizer como Isaías: “Eis-me aqui, Envia-me
a mim!” e fazer a diferença neste mundo, levando o
evangelho até aos confins da terra para a glória de Deus e
ver os resultados eternos desta consagração na glória com
Cristo.
Irmãos, como estamos diante de Deus neste
momento? Tomemos uma decisão e consagremo-nos
totalmente ao Senhor. Só assim poderemos fazer missões.
Amém!
33. 32
O Evangelismo e a Glória de Deus
Ezequiel 2-3.11
Evangelismo e missões andam sempre juntos. Porém,
são dois lados diferentes da mesma moeda. Podemos definir
missões como levar o evangelho aos que estão longe e
evangelismo como levar o evangelho aos que estão perto.
Aprenderemos um pouco sobre o evangelismo pessoal na
vida do profeta Ezequiel e sua missão de levar a Palavra de
Deus ao seu próprio povo.
Durante o tempo do cativeiro da nação de Judá na
Babilônia, Deus chamou Ezequiel, filho de um sacerdote,
para levar uma mensagem ao seu próprio povo, uma
mensagem dura, de condenação, de castigo, sofrimento e
dor, porém uma mensagem divina, santa, importante e
necessária para o Seu povo. Este é o mesmo caso em
relação a pregação da Palavra de Deus para o povo hoje em
dia.
Ezequiel teve uma visão de Deus, contemplou um
pouco da Sua glória (tema constante no livro) e viu o Senhor
Jesus em glória, poder e majestade, caindo, então, sobre o
seu rosto, completamente humilhado e dominado de temor
(mesma atitude de Isaías em Isaías 6). Ali, Deus, por meio
do Seu Espírito, o levantou e o chamou para uma
importante e sublime missão: Levar Sua Santa Palavra ao
seu próprio povo, aos seus compatriotas. Uma missão
difícil, porém gloriosa. A mesma que Deus dá à Igreja, o Seu
povo hoje:
DEVEMOS LEVAR A PALAVRA DE DEUS AO NOSSO
POVO!
É isto que vemos nos versículos 2.3-4 e 7, 3.1,4 e 11.
“Assim diz o Senhor!” Esta é a nossa missão; falar da
Palavra de Deus àqueles que ainda estão cativos no pecado,
escravizados pelas trevas e por satanás, presos a este
mundo, cegos quanto ao seu destino, condenados ao fogo
eterno do inferno.
34. 33
Assim como Ezequiel, Deus nos chama quando
estamos junto com nosso povo, no meio deles, todos cativos
(eles pela Babilônia, nós pelo pecado e por satanás), ele nos
chama do meio deles e nos dá a missão de falar com eles
uma mensagem dura, de condenação, que não gostam de
ouvir, porém, importante, divina e necessária. E devemos
fazer isso...
NA DEPENDÊNCIA TOTAL DO SENHOR (v.7-8): Antes de
tudo, Ezequiel prostrou-se humilhado e cheio de temor
diante do Senhor Jesus, demonstrando total submissão a
Ele (capítulo 1). Portanto, para alguém ser usado por Deus,
precisa, em primeiro lugar, prostrar-se aos pés de Jesus
Cristo, precisa humilhar-se diante Dele, reconhecê-Lo como
único Deus, como Senhor e Salvador, para assim ser
levantado do pó, receber o Santo Espírito e a capacidade
para servi-Lo.
O nome Ezequiel significa “Fortalecido por Deus” (ou
alguma variante disso, como, por exemplo, “Deus Fortalece”
ou “Deus vai Fortalecer”), e assim foi a vida deste profeta e a
de todo crente fiel a sua missão ao longo da história:
fortalecidos por Deus por meio de Seu Santo Espírito que
em nós habita. Atos 1.8 nos mostra isso claramente.
Também precisamos entender que, assim como
Ezequiel, temos que, diariamente, nos prostrarmos diante
de Cristo e Sua glória, para que Ele nos levante, nos encha
com Seu Espírito e nos capacite para Sua obra.
O que Deus ordena Ele capacita e dá suficiência para
que o façamos e faz o mesmo para que vivamos à altura do
Seu nome e do nosso sublime chamado.
O ‘trabalho’ é duro, o povo é duro, mas Deus também
nos faz “duros” para aguentar a dureza da missão, nos faz
fortes como diamante e soltando faíscas e fogo como a
pederneira (rocha sedimentar que solta fogo quando
esfregada).
Dependamos do Senhor, sejamos cheios do Seu
Espírito (Efésios 5.18) e, em Sua força e capacidade,
obedeçamos ao chamado. Vamos, anunciemos a Santa
35. 34
Palavra ao nosso povo, proclamemos o evangelho aos
perdidos, falemos de Jesus aos cativos no pecado.
CHEIOS DA PALAVRA DE DEUS: Deus ordenou que
Ezequiel comesse um rolo com as divinas palavras ao povo
antes de cumprir sua missão, e foi o que fez; e ela lhe foi
doce como o mel na boca.
Podemos entender isso de forma figurada, mas a ideia
é que o mensageiro do Senhor precisa primeiro se alimentar
da Palavra de Deus, encher dela o seu interior, para só
depois, levá-la aos outros.
Precisamos nos alimentar da Palavra de Deus.
Jeremias (Jr 15.16) e João (AP 10.9-10) tiveram
experiências semelhantes e é o que Deus quer de nós.
Temos que nos encher dela, comê-la, pois é deliciosa, é o
nosso alimento espiritual (1 Pedro 2.2) e é mais doce do que
o mel (lembram-se do Salmo 19?).
Fazemos isso lendo a Bíblia diariamente, meditando
nela (Salmo 1), decorando versículos, estudando
sistematicamente, enfim, “devorando” a Palavra.
Deus pediu que Ezequiel ouvisse com atenção Sua
Palavra e nós devemos fazer o mesmo, guardá-la no coração
e, então, falar dela aos outros.
Temos que conhecer aquilo que pregamos. Deus tem
muito a dizer (o rolo dado a Ezequiel estava escrito dos dois
lados, sendo que, naquela época, os rolos eram,
normalmente, escritos de apenas um lado). Temos que
conhecer a Palavra de Deus, pois temos muito o que dizer
aos perdidos do nosso povo, mas precisamos saber,
conhecer, experimentar, viver e, só então, falar.
Só a Palavra de Deus adoçará nossa vida diante de
tão grande e difícil tarefa, só ela nos capacitará, afinal, é
dela que falaremos, portanto, temos que conhecê-la. A
Palavra de Deus é a expressão de Jesus, Sua revelação
perfeita e completa; ela nos sustenta, nos fortalece, nos
capacita e nos dá a verdadeira sabedoria (Salmo 119 e 2
Timóteo 3.16-17).
Portanto, alimentemo-nos com a Palavra de Deus.
36. 35
INDEPENDENTEMENTE DOS RESULTADOS (2.3-7, 3.4-
11): Tal qual Isaías e Jeremias, Ezequiel foi comissionado
por Deus já sabendo que seu ministério teria resultados
desanimadores. Deus já o avisou que o povo era duro de
coração, rebelde, pecador, teimoso, que os ouvintes fariam
cara feia, tentariam assustá-lo, o ameaçariam e até o
atacariam (simbolizado pelos perigos da sarça —pequena
árvore espinhosa, dos espinhos e dos escorpiões), mas disse
que ele não deveria temer ou desistir.
Oposição, perigos e ataques ocorrerão, mas não
precisamos temer ou parar. Não podemos!
Além disso, não é difícil falar com o nosso próprio
povo, porque a língua e a cultura são as mesmas e nos
entendemos facilmente; contudo, tal qual o povo de
Ezequiel, eles não querem nos ouvir, não querem ouvir a
Deus, não gostam de ouvir Sua Palavra, enquanto os
estrangeiros, mesmo com língua e cultura diferentes e
sendo o trabalho bem mais difícil neste sentido, estão
prontos a ouvir os pregadores e, em geral, respondem ao
evangelho com mais facilidade (vide os missionários
estrangeiros que conhecemos e os frutos dos seus trabalhos
em nosso meio, bem como o frutífero trabalho missionário
de brasileiros que atuam no exterior).
Ezequiel iria enfrentar um povo duro, seria difícil e os
resultados mínimos, mas não era para ele desanimar e nem
focar-se nos resultados, mas em ser fiel a Deus, ao seu
chamado e a sua missão.
Lembremos disso: nosso povo não gostará de nossa
mensagem, não gostará de ouvir a verdade, nos rejeitará,
nos maltratará, achará loucura (Rm 1.16-17), simplesmente
não querem, não querem a Deus e não querem a Cristo,
mas temos que enfrentá-los e falar o que precisam ouvir:
sobre a condenação do pecado, sobre o Justo Deus, sobre
Seu amor, perdão e graça, sobre Jesus, Sua morte na cruz,
Sua ressurreição e Sua salvação oferecida ao que crê.
Por fim, devemos levar a Palavra de Deus ao nosso
próprio povo:
37. 36
BUSCANDO SEMPRE A SUA GLÓRIA (DE DEUS): Enquanto
Deus falava com Ezequiel, lhe dando sua missão e
explicando os detalhes, ele viu e ouviu a glória de Deus, que
é bendita, abençoada e maravilhosa.
A glória de Deus é um tema frequente neste livro e na
vida de Ezequiel e deve ser também para nós – “Fazei tudo
para a glória de Deus!” 1 Co 10.31.
É pela glória de Deus que devemos pregar o
evangelho e levar Sua palavra aos perdidos, é por ela que
devemos viver, por ela devemos servir e obedecer. É Sua
glória que devemos buscar e almejar, ela é o nosso mote,
nossa vida, nosso alvo; e não o lucro financeiro, resultados,
números, recompensas ou reconhecimento. Apenas a glória
de Deus. Sua glória é tudo o que precisamos e aquilo que
realmente importa.
Ezequiel pregou baseado nisso, Paulo também, Jesus
da mesma forma. Portanto, esta dever ser a nossa
motivação ao pregar — a glória de Deus e ela somente!
38. 37
Desperte para Pregar – Reflexão na Vida de Jonas
Jonas 1.5-6:
Jovens e adolescentes são conhecidos como “a força
ativa da igreja”. O que é um fato, devido à saúde,
disposição, força, energia e disponibilidade que os mesmos
possuem. Mas, infelizmente, esta é uma realidade que vem
mudando exageradamente nos últimos anos.
A história do povo de Deus e da Igreja foi marcada
por jovens ativos, dedicados e que fizeram a diferença na
igreja e na obra missionária: José no Egito, Davi contra
Golias, Estevão, o primeiro mártir, Timóteo, William Carey e
seus quatro amigos que fundaram uma sociedade
missionária que alcançou a Índia com o evangelho, os
jovens morávios, Jim Elliot e seus quatro amigos mártires
no Equador, dentre tantos outros. O próprio Senhor Jesus
era jovem e exerceu seu ministério com 30 anos de idade.
Até poucos anos atrás, era comum vários jovens
serem despertados para missões e para o ministério em
tempo integral. Rotineiramente víamos jovens dedicando
suas vidas por completo para servir a Deus, pregar o
evangelho, e muitos saíam de suas igrejas rumo aos
seminários e institutos bíblicos visando uma preparação
mais intensiva ao ministério (em 2001, quando ingressei no
Seminário Batista Regular do Sul, éramos mais de 20 novos
alunos na turma; em 2002, quando Débora entrou, eram
uns 30. Naquele ano, nosso seminário alcançou o maior
número de alunos de sua história: quase 90. Hoje, não
chega a vinte e, nos últimos anos, sempre corre o risco de
não iniciar novas turmas, sendo esta a mesma realidade de
outras instituições teológicas com as quais tenho contato).
No passado não tão distante, era muito comum juntas
missionárias criadas e mantidas por jovens, grandes
equipes eram formadas e viagens missionárias eram
realizadas, grupos de evangelismo e estudo bíblico nas
escolas, faculdades e universidades eram comuns, grandes
e marcantes projetos missionários e sociais eram
encabeçados ou executados por jovens e adolescentes.
39. 38
Enfim, os jovens sempre foram parte fundamental no
cumprimento da grande comissão; obreiros fundamentais
na Seara do Senhor. Mas esta realidade mudou...
Uma pesquisa realizada pelo Pastor João Batista
Cavalcante realizada entre 400 jovens de sua denominação
e descrita na revista da EBD “Missões — o Grande Desafio
da Igreja”, da Editora Cristã Evangélica, revela as seguintes
informações: “88% dos jovens e 97% dos líderes não
pastores se dizem conscientes de seu lugar no corpo de
Cristo... entretanto, 91,5% dos crentes não participam de
algum trabalho de evangelização em escolas, 76,5% não
participam de grupos de estudos bíblicos nos lares, 97,5%
não participam de equipes de evangelização em condomínios,
e 92,8% não participam efetivamente na manutenção de
missionários.”
O que aconteceu com os jovens? Onde está a força
ativa da igreja? A mão de obra trabalhadora, dedicada,
esforçada, que se desgasta pelo reino de Deus e pela
salvação dos perdidos?
Infelizmente, como tantos adultos, estão dormindo,
cochilando, anestesiados e dopados, embriagados por uma
cultura perdida, caídos, prostrados, apáticos, egoístas,
indiferentes a tudo e a todos, dormindo o sono do egoísmo,
de ressaca do relativismo, do pós-modernismo, do
humanismo, da imoralidade, do entretenimento e do
consumismo. Nossa sociedade hoje estimula o sono dos
jovens, afirmando que a adolescência vai até os 30 anos (ou
até os 55, como afirma outra pesquisa recente), criando
jovens e adultos mimados, sem responsabilidade, sem
atitude, dependentes dos pais, que fogem de compromissos
sérios, que não querem se arriscar ou lutar por nada maior,
que não querem se casar, não querem ter filhos, não
querem servir nas igrejas, não querem servir a Deus, ao
próximo e, muito menos, pregar o evangelho aos perdidos.
O pecado nos amolece, nos enfraquece, dá sono, nos
torna apáticos, indiferentes e, portanto, inúteis. Entretanto,
mesmo sendo uma grande característica dos nossos dias,
isso não é algo novo, temos um caso no Antigo Testamento
que retrata perfeitamente esta realidade e que vamos
40. 39
observar para tirar lições para nossa vida: o caso do profeta
Jonas.
O chamado de Jonas foi para pregar a condenação
aos ninivitas, cruéis e perversos inimigos de Israel, mas ele,
voluntariamente, desobedeceu, fugiu, foi disciplinado por
Deus, arrependeu-se, obedeceu, pregou e os resultados
disso foram o arrependimento e salvação de toda a cidade
de Nínive.
O fato que se destaca é que, em sua desobediência
pecaminosa, Jonas dormia profundamente, enquanto todos
ao seu redor estavam diante da morte iminente, devido à
tempestade que assolou o navio. Dormiu até ser acordado
pelo capitão e ser confrontado com sua tola,
incompreensível e inaceitável atitude.
O capitão perguntou: “O que se passa contigo? Como
pode estar agarrado ao sono?” ou, segundo a NVT: “Como
pode dormir numa situação dessas?”
Jovens, como podemos dormir diante da situação do
mundo ao nosso redor? Como podemos dormir diante de
milhões de pessoas perdidas sem Cristo, caminhando a
passos largos para o tormento eterno? Como?
NÃO PODEMOS DORMIR DIANTE DA SITUAÇÃO DO
MUNDO AO NOSSO REDOR!
Portanto, acordemos e façamos algo!
JAMAIS VIVENDO EM PECADO DELIBERADO (v.1-3): Ou
desobediência voluntária. Deus chamou Jonas para pregar
aos ninivitas e ele, pronta e voluntariamente, desobedeceu.
Este é o único caso nas Escrituras de um profeta que
recusou o chamado de Deus. Outros até questionaram,
temeram, lutaram, mas Jonas não, desobedeceu mesmo e
tentou fugir da presença do Senhor, indo para o lado
contrário.
Esta tem sido a marca de vida de muitos crentes hoje,
especialmente dos jovens. Desobediência deliberada e
descarada, fuga da vontade e da presença de Deus (como se
41. 40
isso fosse possível... Salmo 139), disposição, muita
disposição, mas para fazer o que é errado ou inútil (festas,
lazer, diversões, mundanismo e pecado).
Muitos jovens de nossas igrejas deveriam estar num
seminário neste exato momento. Muitos deveriam estar
engajados em ministérios em suas igrejas locais, muitos
deveriam estar participando ativamente de projetos
evangelísticos em seu contexto de vida e em projetos
missionários a curto e longo prazo; muitos deveriam ser
missionários já em atividade no campo, implantando
igrejas, ganhando almas, traduzindo as Escrituras,
trabalhando como profissionais visando a entrada em
países fechados ao evangelho para pregar e testemunhar
por meio de sua profissão, mas estão desobedecendo,
fugindo e vivendo vidas apáticas e inúteis no reino de Deus.
Muitos, como Jonas, estão dormindo profundamente,
enquanto o mundo desaba ao nosso redor. Que tristeza, que
vergonha...
Com seu pecado, Jonas só desceu (para Jope, para o
porão do navio, onde dormiu profundamente, para o fundo
do mar e, por fim, para a barriga do peixe). O pecado e a
desobediência nos levam ao sono profundo e só nos fazem
descer na vida. Desobedecendo a Deus, nós dormiremos e
afundaremos. Não vale a pena!
PENSANDO NAS PESSOAS AO NOSSO REDOR E
PREOCUPANDO-NOS COM ELAS (v.4-6): Jonas, por seus
próprios motivos, não se preocupou com o povo de Nínive, o
que, humanamente falando, era compreensível, visto a
extrema maldade e crueldade dos ninivitas para com o povo
de Israel.
Mesmo que, humanamente falando, seja justificável
desobedecer a Deus, fugir para longe de Sua vontade e ficar
dormindo espiritualmente não é certo, não é correto, é
pecado e totalmente o contrário à vida cristã e ao exemplo
de Cristo.
Olhar para os outros implica em parar de olhar para
nós. Assim como Elias, que sofria diante das ameaças de
Jezabel; fugiu, isolou-se e, escondido numa caverna, dormia
42. 41
numa depressão profunda. Era um sofrimento real, um
sofrimento forte do profeta, mas ele não podia ficar
dormindo, tinha trabalho a fazer, não estava sozinho e foi
ordenado a acordar, comer, se levantar e ir cumprir sua
missão, mesmo triste e depressivo (1 Rs 19). Deus falou:
“Que fazes aqui, Elias? Levante, coma e vá trabalhar!”
Por mais tentador ou normal que isso seja em nossa
sociedade, não podemos ser egoístas e pensar só em nós
mesmos, mas em Deus e no próximo. Como salvos,
precisamos pensar nos perdidos e preocuparmo-nos com
eles.
Por causa do pecado e da desobediência de Jonas,
todos naquele barco iriam morrer e ele dormia. Estavam
desesperados, amedrontados, angustiados, vendo a morte
iminente e todos os seus esforços sendo inúteis para livrá-
los disso.
Portanto, dormir em meio a isso é uma total
incoerência, é um absurdo, mas é um fato: nosso sono
espiritual levará outros à morte eterna, pois não faremos
nada, enquanto deveríamos estar ajudando.
Irmãos, como podemos dormir com o mundo
desabando ao nosso redor? Como podemos dormir com as
pessoas morrendo sem Cristo? Como podemos dormir
sendo que tantas pessoas nunca ouviram falar de Jesus,
nunca ouviram o verdadeiro evangelho? Como disse o
capitão do navio a Jonas: “Estamos loucos?”
Muitos jovens dormem espiritualmente devido ao
pecado e outros pela indiferença ou egoísmo, focados em
suas próprias vidas, carreiras, futuro, almejando o
reconhecimento, a estabilidade financeira, o sucesso, muita
diversão e prazeres, vivem apenas para si, dormindo
espiritualmente e nada fazem para mudar o mundo, para
expandir o reino de Deus, para ganhar almas, para que o
evangelho seja conhecido e o nome de Deus glorificado
sobre toda a terra.
Jonas tinha seus motivos para dormir, como muitos
hoje também têm, mas precisamos acordar mesmo assim,
confiar na soberania de Deus, obedecer Sua Palavra e ir
43. 42
pregar aos perdidos, com fé, dedicação, amor, sacrifício.
Acordemos! Pensemos nos outros.
Jovem, não durma, outros precisam de você, não seja
egoísta, pense nos perdidos, preocupe-se com os que não
conhecem a Cristo, acorde, levante-se e vá pregar para eles.
LEMBRANDO-SE DE QUEM NÓS SOMOS (v.7-12): Quando
o capitão o acordou e o confrontou, Jonas foi levado à
presença dos demais marinheiros que, desesperados, faziam
de tudo para se salvarem da tempestade, lançando a carga
do navio ao mar e clamando aos seus deuses por
livramento.
Num ato soberano de Deus, ao jogarem sortes, a
culpa caiu sobre Jonas, que foi questionado sobre a razão
da tempestade, quem ele era, sua profissão e de onde vinha.
Jonas foi obrigado a confessar seu pecado e a se
lembrar de quem ele era: um profeta do Deus vivo, um servo
do Deus Soberano e Criador, um hebreu, membro do povo
escolhido de Deus. O que nos remete a 1 Pedro 2.9.
Ao dizer isto, todos ficaram amedrontados, pois
sabiam quem era o Deus de Israel. Que vergonha ao profeta
dorminhoco, mas, ao mesmo tempo, foi sua chance de se
arrepender, acordar e cumprir sua missão como pregador
da Palavra de Deus.
A grande ironia foi que o único naquele barco que
poderia fazer algo para mudar a situação era Jonas, mas ele
dormia... Era o único que conhecia ao Deus verdadeiro, o
único que conhecia Sua Palavra e Sua vontade. Portanto,
apesar de todo o seu pecado, sua desobediência e seu sono
profundo, Jonas era o único que poderia fazer algo e ajudar
aqueles marinheiros desesperados.
Vale observar que todo o esforço dos marinheiros era
completamente em vão, se Jonas não fizesse nada, eles
poderiam jogar fora tudo o que tinham no navio, clamar aos
seus deuses até o fim que, de qualquer jeito, morreriam
afogados. O mesmo vale para todos os incrédulos ao nosso
redor, tudo o que fazem pela própria salvação não serve
para nada, não pode salvá-los; estão completamente
perdidos e, por mais que se esforcem, rezem, orem, clamem
44. 43
aos seus deuses, ofereçam sacrifícios, etc., permanecerão
condenados a uma eternidade sem Deus no inferno de fogo.
Mesmo dormindo ou cochilando, nós ainda somos os
que mais podem ajudar o mundo. Jovem, você é um salvo,
um filho de Deus, uma testemunha de Jesus e, no seu
ambiente e contexto de vida, seja o seu lar, sua vizinhança,
sua escola, faculdade, trabalho ou grupo de amigos, você é
quem mais conhece a Deus, quem mais conhece a Bíblia,
quem mais pode ajudar de fato. Portanto, acorde, levante-se
e ajude, pregue o evangelho, fale de Jesus, dê um bom
testemunho.
De forma vergonhosa, Jonas foi despertado por um
ímpio, um pagão, que o confrontou com sua atitude egoísta
e irracional, mas despertou, acordou, lembrou-se de quem
era, colheu os frutos do seu pecado e, por seu intermédio,
Deus salvou a vida de todos no barco e, dias depois, de toda
uma grande cidade. Tudo isso porque um profeta
desobediente e dorminhoco despertou, reconheceu quem
era, se importou com o próximo e cumpriu sua missão.
Imagine o que Deus pode fazer por nosso intermédio se nos
dispusermos a trabalhar, pregar e fazer aquilo para o qual
fomos salvos e chamados para fazer sem dormir e sem
desobedecer. Portanto, desperte e pregue!
CONCLUSÃO: Após ser despertado do seu sono, ter
confessado seu pecado e assumido a culpa pela tempestade,
Jonas foi jogado ao mar e salvo pela misericórdia de Deus,
dentro do ventre de um grande peixe. Ali ele orou, clamou a
Deus por ajuda, foi salvo e, por fim, obedeceu, não mais
fugiu, não mais dormiu, foi até Nínive, pregou e a cidade foi
salva da ira de Deus.
Em sua oração no ventre do peixe, Jonas compara
seu arrependimento com a ressurreição, com a volta da
sepultura. Isso é despertar para uma nova vida.
Isso é o que devemos fazer, isso é o que Deus espera
de nós, que vamos aos campos, que preguemos Sua
Palavra, que sejamos testemunhas de Jesus. Portanto,
acordemos, despertemos e evangelizemos no dia a dia,
entreguemos nossas vidas para sermos missionários,
45. 44
fundadores de igrejas e evangelistas. Levantemo-nos,
deixemos tudo para trás e vamos pregar o evangelho aos
perdidos. Esta é a nossa missão, o nosso chamado. Não
podemos ficar dormindo, cochilando, escondidos, amuados,
trancados em nosso mundinho, alienados, desobedientes e
indiferentes ao mundo ao nosso redor. Não! Precisamos
despertar, acordar, levantar, pregar o evangelho e fazer a
diferença!
47. 46
Amando Missões Como Jesus
Mateus 9.35-38
A obra missionária é grandiosa e temos, em Jesus
Cristo, nosso Senhor e Salvador, o maior e melhor exemplo.
Nesta passagem do evangelho de Mateus, Jesus
estava ainda no início do seu ministério, realizando alguns
milagre e curas, ensinando lições importantes aos
discípulos e ao povo, como, por exemplo, sobre o jejum, e
havia, há pouco tempo, chamado Mateus para ser um dos
seus discípulos. Nisso, durante Suas viagens por Jerusalém
e região, enquanto fazia milagres, ele para, abre seu coração
e lança um desafio aos seus doze discípulos (logo depois os
enviaria numa grande missão) e o desafio aqui é o mesmo
para nós, seus discípulos, hoje:
DEVEMOS AMAR MISSÕES COMO JESUS AMOU!
TESTEMUNHANDO ONDE ESTIVERMOS (v.35): Jesus fazia
o bem por todos os povoados e cidades pelos quais passava.
Curava os enfermos, fazia milagres, expulsava os demônios,
enfim, ajudava as pessoas que tanto precisavam Dele.
porém, durante isso tudo, Ele “Pregava o Evangelho do
Reino”, ou seja, a salvação, o Reino de Deus, o que
realmente importava e era eterno, uma mensagem da qual
aquelas pessoas, com almas eternas, precisavam. Jesus
anunciava a si mesmo como o Rei de suas vidas e que
necessitavam fazer parte do Seu reino perfeito e eterno.
Hoje nós não podemos fazer os milagres que Jesus
realizava, porém, podemos continuar fazendo o bem às
pessoas que estão ao nosso redor, e o melhor bem que
fazemos é “dar um bom testemunho da vida cristã” e
pregarmos o Evangelho onde estivermos. Onde estivermos...
Falar de Jesus, pregar o Evangelho do Reino, dar um
bom testemunho e fazer o bem, tudo isso deve fazer parte
de nossas vidas, devem ser atitudes normais e não raras ou
forçadas, devem ser práticas constantes do dia a dia e onde
48. 47
estivermos, seja em casa, no trabalho, na escola, na
faculdade, no lazer, na rua, em todo e qualquer lugar.
Se quisermos amar missões como Jesus amou,
precisamos pregar aqui onde estamos. Se amamos a Deus,
a Jesus nosso Salvador e a Sua obra, iremos fazer o bem e
testemunhar em nosso dia a dia; e essa será a nossa vida,
pois assim deve ser a vida do crente. Qualquer estilo de vida
diferente desse está errado!
DEMONSTRANDO COMPAIXÃO PELAS ALMAS PERDIDAS
(v.36): Jesus olhava para as multidões com compaixão (dor
que nos causa o mal alheio; comiseração, dó, pena, piedade
— Dicionário Michaelis), ou seja, ele VIU a multidão, não
ficou indiferente diante daquela pessoas ao Seu redor ali,
que precisavam de ajuda.
Ele se importou com elas, deu atenção, tratou-as com
consideração; enfim, ele as amou!
Jesus percebeu que as pessoas naquelas multidões
estavam aflitas e exaustas, sofrendo no pecado, sem
conhecer a Deus, escravas nas garras de satanás, sem
esperança, sem paz, vivendo a rotina de uma vida vazia e
sem propósito. Jesus se importou com isso.
Viu que estavam perdidas, eram como ovelhas sem
pastor, ou seja, sem rumo, sem direção, sem liderança, sem
orientação, sem ninguém para ajudá-las, sem cuidado,
amor ou disciplina. Estavam ali, perdidas e deixadas à
morte sem conhecer o Bom Pastor — foi a essas mesmas
pessoas que Jesus ofereceu o perdão e o alívio em Mateus
11.28-30.
Tudo isso está em jogo aqui, a situação das pessoas é
muito séria, não é brincadeira e a lição é clara: Precisamos
ter compaixão das multidões deste mundo! Essas pessoas
estão aflitas e exaustas, como ovelhas que não têm pastor.
Precisamos mudar nossas atitudes e VER as
multidões, pois à medida que o tempo passa, nos
acostumamos a tratar as pessoas apenas como números,
vultos ou algo sem valor.
Precisamos dar atenção à situação espiritual das
pessoas ao nosso redor e no mundo e perceber que
49. 48
precisam, URGENTEMENTE, de Jesus em suas vidas. Estão
perdidas, escravizadas pelo pecado, cegas por satanás,
vivendo vidas vazias e inúteis. Só esperando a condenação
no inferno, mas nós precisamos olhar para elas com
compaixão, sentir a dor delas, nos importar e decidir ajudá-
las, levando-lhes o evangelho de Cristo.
Mas para isso acontecer, precisamos mudar nossa
atitude, parar de nos preocuparmos somente conosco, de
nos importarmos apenas com nossas vidas e nossos
problemas, de achar que o mundo gira ao nosso redor,
parar de nos apegarmos a coisas vazias e passageiras; e,
assim, amar as almas perdidas!
Temos sentido compaixão pelas pessoas perdidas?
Qual a última vez que paramos para pensar na situação das
pessoas ao nosso redor? Qual a última vez que nos
preocupamos com as almas perdidas ao redor do mundo?
Por fim, qual a última vez que nos importamos com alguém
que não fosse nós mesmos ou a nossa família?
ORANDO POR MAIS MISSIONÁRIOS (v.37): Comparando o
mundo com uma seara, Jesus avisa seus discípulos que
existem poucos trabalhadores, ou seja, poucos crentes
dispostos a amar os perdidos e anunciar-lhes o Evangelho
da Salvação. Então pede que ROGUEM, ou seja, peçam por
favor, peçam insistentemente, supliquem, implorem que
Deus levante mais missionários e evangelistas.
Se é para rogarmos desta forma, é porque é uma
necessidade urgente e importantíssima.
Em se tratando de missões, existem muitas coisas
pelas quais devemos orar: pela salvação das pessoas, para
Deus abrir o coração delas para o evangelho, pela vida dos
missionários (proteção, saúde, força, coragem, disposição,
suprimento das necessidades, consolo, etc.). Porém,
especificamente, o que nosso Senhor Jesus nos ordenou a
orar foi “por mais missionários”, para que Deus levante
mais obreiros para Sua seara. E, infelizmente, oramos
pouco, ou nada, por isso...
Orar por mais obreiros é fundamental, pois se nos
importamos com missões, se temos compaixão das almas
50. 49
perdidas, se já evangelizamos onde estamos e nos dispomos
a orar para que Deus levante mais missionários, seremos os
candidatos certos a esta tarefa — por isso poucos crentes
oram dessa maneira, pois não querem ir ao campo.
Recentemente, uma frase que se destacou para mim
no sentido de missões foi: “Não espere a pessoa certa, seja a
pessoa certa!”. E, juntamente com minha esposa, Débora,
temos o seguinte lema para nossa vida: “Quando oramos,
precisamos ter a disposição de sermos a resposta a nossas
orações!”
Portanto, amados, oremos por missões, oremos
muito, roguemos por mais missionários; mas tenhamos a
disposição de sermos um, pois Deus pode estar querendo
nos levantar para trabalhar em Sua seara.
SENDO UM MISSIONÁRIO (v.38): Seguindo a lógica do
ensino anterior, para amarmos missões como Jesus amou,
precisamos nos dispor a sermos missionários.
Jesus, com certeza, estava desafiando os discípulos
com a grandeza da tarefa que esperava por eles: alcançar o
mundo todo com o evangelho da salvação!
Quando disse que a seara é grande, que os
trabalhadores são poucos e que pedissem a Deus por mais
trabalhadores, era uma espécie de “indireta”, para que se
voluntariassem para tal tarefa — assim como os pais,
muitas vezes, pedem algo para seus filhos indiretamente;
como, por exemplo, estando somente a mãe e o filho, ela
pergunta: “Ninguém vai guardar estes brinquedos?” Para
bom entendedor, meia palavra basta...
Amados, a verdade é simples e triste: temos POUCOS
missionários para uma obra tão grande — pouquíssimos
obreiros para uma seara de 7 bilhões de pessoas.
Jesus mesmo afirmou isso, não é um exagero ou
sentimentalismo, são poucos obreiros mesmo diante da
grandeza da tarefa e da quantidade de pessoas que
precisam ouvir o evangelho.
Alguns missionários ainda se levantam, porém a
porcentagem é mínima diante do número de crentes e,
principalmente, diante do número de pessoas que precisam
51. 50
ouvir. A realidade é triste: muitas pessoas para serem
ajudadas, poucos para ajudar; muitos morrendo sem
Cristo, poucos para anunciar; um grande trabalho a ser
feito, poucos para o realizar...
Um exemplo prático: quantos missionários já saíram
de nossas igrejas? Quantos estão se preparando agora para
serem missionários? Quantos já decidiram ser daqui a
algum tempo? Então...
Mas, por que temos tão poucos missionários? Em
João 4.31-38 podemos entender:
Foco e prioridades erradas: Somente coisas desta vida
estavam na cabeça dos discípulos. Coisas passageiras, sem
valor eterno. Descaso pela eternidade, pelos galardões e
pela volta de Cristo.
Descaso pela vontade de Deus: Essa é a nossa missão: a
Grande Comissão, alcançar os perdidos; e, mesmo assim,
não ligamos para isso, assim como os discípulos. Mas é
preciso entender que uma das maiores provas da salvação
de alguém é se quer conhecer e obedecer a vontade de
Deus!
Falta de compaixão: Desinteresse e insensibilidade diante
das necessidades dos outros — fruto do estilo de vida
corrido que levamos, o qual é materialista, egocêntrico,
individualista, relativista, preconceituoso, etc. Tudo errado.
Assim como os discípulos, só olhamos para nós e nossas
necessidades, enquanto outros estão morrendo sem Cristo.
Indisposição para trabalhar: Apesar de, na maioria, sermos
trabalhadores e de trabalharmos bastante, não o fazemos
para o Senhor, mas para nós mesmos. Os discípulos eram
assim. Enquanto é para nós, damos o sangue e o suor. Mas,
para Deus, não movemos uma palha. Estudamos anos para
nos formar com sucesso, mas não estudamos nada da
Bíblia para ensinar a outros. Mudamos para onde quer que
seja para exercer nossa profissão e ganhar um salário
melhor, mas não queremos sair de nosso lugar para ir
pregar o evangelho, e por aí vai...
52. 51
É preciso mais trabalhadores. Juntemo-nos a estes
poucos e sejamos missionários, envolvamo-nos na obra
missionária, vivamos para pregar o evangelho, amemos
missões como Jesus amou... E, isso, como todo tipo de
amor, só provaremos na prática.
CONCLUSÃO: Irmãos, temos amado missões como Jesus
amou? Até que ponto a pregação do evangelho é importante
para nós? O quanto estamos envolvidos na obra
missionária?
Vamos olhar para o exemplo de Jesus, nosso
Salvador e Senhor e atender a seu chamado! Vamos amar
missões como Jesus amou e levar a mensagem de salvação
pela graça de Deus a todos os povos!
53. 52
Rogando Por Mais Missionários
Mateus 9.35-38
O ato de “rogar” é definido pelo dicionário como “pedir
com insistência e humildade; suplicar, implorar, instar,
solicitar com empenho; exortar, insistir.” Ou seja, trata-se de
um pedido intenso por algo que realmente queremos.
Portanto, o que o pedido de Jesus destaca aqui é a
importância e urgência de mais obreiros em Sua grande
seara. Temos o privilégio de participar da obra de Deus e
pouco, ou nada, oramos sobre isso. Nos afastamos desta
responsabilidade, nos esquivamos ou, simplesmente, nem
percebemos nosso descaso. Mas precisamos orar e, não
somente orar, mas clamar, insistir, pedir e pedir muito por
mais obreiros, por mais missionários, por mais evangelistas,
enfim, por mais crentes dispostos e ativos na pregação do
evangelho aos perdidos.
PRECISAMOS ROGAR A DEUS QUE MANDE MAIS
MISSIONÁRIOS!
Esta é ordem clara de Jesus no v.38. E oraremos
assim...
ENTENDENDO QUE O EVANGELHO É NECESSÁRIO EM
TODO TIPO DE LUGAR (v.35). Jesus percorria todas as
cidades e aldeias (povoados) de Israel e, nestes locais,
pregava o evangelho e fazia o bem curando os doentes.
Precisamos observar que Ele trabalhava em ambos os
lugares sem desprezar nenhum deles. Ele percorria as
grandes cidades, com muitas pessoas, mas também os
locais pequenos, com poucas pessoas.
Em se tratando de evangelismo e missões, nós não
podemos escolher um tipo de local em detrimento de outro,
não podemos considerar um melhor do que o outro ou um
mais necessitado do que o outro. Ambos possuem
pecadores perdidos que precisam de salvação, que precisam
do evangelho e que precisam de Jesus.
54. 53
O fato é que, de modo geral, os cristãos têm
desprezado as cidades pequenas, os vilarejos e povoados,
focando nas grandes metrópoles ou em cidades de grande e
médio porte. Tal postura tem gerado um grande número de
igrejas próximas (as vezes brigando entre si, disputando
membros e trazendo vergonha ao evangelho), enquanto
inúmeras pessoas ouviram pouco ou nada sobre Jesus.
Muitas cidades, inclusive no Brasil, não possuem uma
única boa igreja evangélica e nem a pregação fiel do
evangelho de Cristo. Precisamos repensar nossas
estratégias.
Quando estávamos para ir a Vargem Bonita/MG
(uma pequena e linda cidade do interior, aos pés da Serra
da Canastra, com cerca de dois mil habitantes), chegamos a
ouvir de alguém em posição de liderança na área de missões
o seguinte: “Para que ir até uma cidade de apenas dois mil
habitantes se, em (determinada cidade) só um bairro possui
treze mil?”.
Até hoje não sabemos se era um teste ou se a
pergunta refletia a opinião da pessoa, mas nossa resposta
foi que lá também precisavam de Cristo e que nesta outra
cidade grande já havia igrejas que poderiam realizar este
trabalho. Além disso, atualmente, uma determinada pessoa
tem criticado nossa ida para a cidade de Piumhi/MG (com
cerca de trinta e cinco mil habitantes), falando que a mesma
já tem muitas igrejas boas e não precisa de mais uma. Fica
claro que existe um conflito de opiniões entre nossas
igrejas.
Não sou contra missões urbanas; pelo contrário, elas
devem ser feitas e são importantíssimas, mas, em boa parte
dos casos, o que vemos são jovens e adultos que não
querem deixar a cidade grande, seus confortos e facilidades,
para irem a lugares pequenos, carentes e distantes... então
usam as missões urbanas como desculpas (se ainda o
fizessem, seria ótimo. Mas não é o que temos visto).
Jesus quer que trabalhemos em todos os lugares! O
mundo inteiro é o alcance da Grande Comissão (At 1.8),
contudo, a maioria dos crentes prefere continuar em suas
cidades grandes e médias, abarrotando as igrejas com
55. 54
pessoas capacitadas, enquanto pequenas cidades, vilas,
povoados e tribos do interior continuam sem Cristo.
Nas cidades grandes, as próprias igrejas já
estabelecidas devem dar continuidade ao trabalho fundando
novas congregações, pontos de pregação, alcançando os
bairros mais afastados, realizando trabalhos sociais, etc.,
mas precisam também enviar obreiros aos locais onde elas
não podem, no dia a dia, alcançar as pessoas com o
evangelho. Por isso existem missões, por isso Jesus nos
manda rogar por mais missionários.
VENDO OS PERDIDOS COM COMPAIXÃO (v.36): Temos
aqui a mesma ideia de “erguer os olhos e ver os campos” que
observamos em João 4, que se trata de prestar atenção às
pessoas perdidas, ver que elas existem, reconhecer suas
necessidades (especialmente espirituais — de Deus, de
salvação) e ter compaixão por elas, sofrer por elas, sentir a
dor delas, enfim, amá-las como Jesus amou.
Jesus olhou para as pessoas e se compadeceu delas,
pois viu a situação em que estavam:
Aflitas e exaustas: Cansadas e sobrecarregadas pelo pecado
e suas consequências;
Como ovelhas sem pastor: Perdidas no pecado, sem Jesus,
sem Deus, caminhando para o inferno, sem qualquer rumo
ou direção na vida.
Tal situação é digna de compaixão, é urgente, é muito
séria! Jesus reconheceu isso e sofreu, compadeceu-se
dessas pessoas, dessa multidão, por isso pediu aos
discípulos para que rogassem por mais missionários. São
muitas pessoas assim ao redor do mundo.
Mas, para termos compaixão pelos perdidos,
precisamos vê-los, olhar para eles com atenção, reconhecer
sua triste e desesperadora situação espiritual e, por fim,
fazer alguma coisa.
Irmãos, vejamos os perdidos ao nosso redor e longe
de nós! VEJAMOS! São pessoas criadas à imagem e
semelhança de Deus, e não números. São vidas com almas
eternas e não apenas criaturas passageiras, são pessoas
amadas por Deus, mas afundadas em seus pecados,
56. 55
infelizes nas trevas, se destruindo no pecado que tanto
amam, enganadas, confusas, vazias, fantoches nas garras
de satanás, que as cega e escraviza, caminhando a passos
largos para a condenação eterna no lago de fogo, separadas
de Deus por toda eternidade.
Precisamos VÊ-LAS e rogar por mais obreiros e
missionários para alcançá-las. Tiremos os olhos de nós
mesmos, tiremos os olhos deste mundo e, como Jesus,
vejamos os perdidos e roguemos por mais obreiros.
INDO AOS CAMPOS COMO MISSIONÁRIOS (v.37-38): O
resultado natural das palavras de Jesus aqui e do pedido de
oração intensa que colocou diante de seus discípulos, era
que ELES precisavam fazer alguma coisa. Precisavam, além
de rogar por mais obreiros, ser estes trabalhadores!
Como dizem por aí: “Para bom entendedor, meia
palavra basta!” No caso aqui, foram duas frases inteiras,
grandes e claras, pois Jesus se dirigiu diretamente aos doze
e disse algo que pode ser entendido, mais ou menos, assim:
“O campo é muito grande, tem muito trabalho para ser feito e
poucos trabalhadores. Vocês estão dispostos a serem estes
trabalhadores?”
Por isso entendemos que oramos pouco ou nada por
mais missionários, porque não queremos ser estes
missionários e sabemos que, quando oramos por algo,
precisamos ter a disposição de fazer algo a respeito.
“Quando oramos por algo, precisamos estar prontos
para ser a resposta!” Esta frase tem dirigido a vida de
minha família. Por duas vezes, em se tratando de coisas
grandes, Deus trabalhou desta forma conosco: primeiro
quando, por meses, oramos por um missionário para
Piumhi e o Senhor nos dirigiu para irmos. E, segundo,
quando oramos, também por meses, por um local ou
terreno para a igreja nesta mesma cidade e Deus nos dirigiu
a doar nossa casa para isso.
Infelizmente, algumas vezes, vemos crentes pedindo
oração pela salvação de almas, mas não querem ir até os
perdidos, não querem aproveitar as oportunidades, não
querem usar as portas abertas, não querem vencer o medo,
57. 56
a vergonha e o preconceito. Desta forma, nem adianta
orarmos...
Precisamos rogar ao Senhor da seara que mande
obreiros para Sua seara, mas com a disposição de sermos
estes obreiros, de evangelizarmos os que estão perto de nós
e de irmos aos campos distantes e não alcançados como
pregadores do evangelho.
PRECISAMOS DE MAIS MISSIONÁRIOS!
Esta história de que “não podemos ser todos
missionários, pois se todo mundo for, quem vai ficar e servir
aqui?”, não cola, pois o contrário também é verdadeiro: “Se
todo mundo ficar, quem vai pregar aos de longe?” Basta
olharmos os números: quantos missionários temos?
Quantos enviamos nos últimos cinco ou dez anos? Quantos
se levantam de nossas igrejas anualmente para missões?
Quantos estamos preparando (na própria igreja ou em
seminários e institutos) para irem aos campos a curto e
longo prazo?
Não adianta, Jesus mesmo afirmou: Os obreiros são
POUCOS! Pois poucos querem trabalhar nos campos do
Senhor e não adianta rogar ao Senhor por mais obreiros se
nós não queremos fazer nossa parte; se não queremos ser
estes obreiros e se não temos a disposição de ser.
CONCLUSÃO: Vamos ROGAR a Deus que envie mais
obreiros para Sua seara: Entendendo que o evangelho é
necessário em todo tipo de lugar, Vendo os perdidos com
Compaixão e Indo aos Campos como Missionários. Assim
estaremos obedecendo ao Senhor Jesus, glorificando a Deus
e alcançando os perdidos com o evangelho! Que Deus nos
ajude a sermos trabalhadores fiéis!
58. 57
A Primeira Missão dos Discípulos
Mateus 10.1-15
Falar de Jesus, pregar o evangelho e convidar
pessoas para os cultos... Tudo isso é um grande desafio.
Mas o que a Bíblia nos ensina sobre isso?
Em Mateus 10, logo após fazer muitos e grandes
milagres e de olhar para as multidões com compaixão,
clamando aos discípulos que fossem aos campos pregar
para as almas perdidas no pecado, Jesus lhes dá uma
missão, chama-os, convoca-os e envia-os para o meio do
povo, com o objetivo de pregarem o evangelho do Reino e
fazerem o bem. Diante desta primeira missão dada aos doze
discípulos de Jesus, nós temos muito a aprender sobre a
nossa própria missão.
DEVEMOS PREGAR O EVANGELHO AOS
PERDIDOS!
A missão dos discípulos aqui era única e específica,
porém alguns princípios são gerais e encontrados em outras
partes da Bíblia, valendo ainda como lição para nós, seus
discípulos hoje. Algumas coisas específicas somente para
eles são:
* Eles deveriam pregar somente em Israel e, de
preferência, somente aos judeus. Não era preconceito,
mas o fato é que Jesus queria preparar primeiramente o
seu próprio povo para recebê-lo como Rei.
* Eles deveriam pregar o “evangelho do Reino”, que trata
do reinado de Jesus na terra, algo totalmente ligado aos
judeus.
Por outro lado, hoje, nossa missão é pregar a TODAS as
pessoas em TODOS os lugares, e pregarmos o Evangelho da
Salvação pela Graça de Deus através da Morte de Jesus na
Cruz (Mateus 28.18-20, Marcos 16.15, Atos 1.8).
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SABENDO QUE ESTA É A O NOSSA MISSÃO DADA POR
JESUS (v.1-7): Jesus é quem nos chamou e quer nos usar
como somos. Percebemos isso nos diferentes tipos de
apóstolos:
Cada um tinha uma personalidade, um passado,
características próprias, defeitos e qualidades, pessoas
normais, como eu e você, mas todos foram chamados por
Jesus e capacitados por Ele.
Todos somos pecadores, mas salvos pela graça de Deus e
só podemos servi-lO por causa de Sua maravilhosa graça.
Existem incrédulos no meio. Sempre existem. Alguns
podem até servir, se parecem com crentes, vivem e falam
como crentes, mas não são salvos, a exemplo de Judas e,
uma hora ou outra, se revelam. Judas era assim. Será que
você é? Caso ainda não seja salvo, arrependa-se e creia em
Jesus de verdade.
Jesus é quem nos capacita: Ele deu poder aos apóstolos e
Ele é quem nos dá as condições hoje. Certo ditado diz:
“Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os
escolhidos!” E sabemos que isto é verdadeiro segundo Atos
1.8.
Ele é quem cuida de nós: Precisamos confiar no seu
cuidado, pois Ele suprirá cada uma de nossas
necessidades. Além disso, temos que cuidar para não nos
embaraçarmos com as coisas materiais no meio do
caminho. Não podemos nos apegar às coisas materiais,
focar nossa vida nelas, ficar correndo atrás do que é
passageiro e nos preocuparmos apenas com isso, enquanto
a obra de Deus precisa ser feita.
FAZENDO O BEM ENQUANTO PREGAMOS (v.8): Enquanto
pregavam, os discípulos deveriam ajudar as pessoas com o
poder que Jesus lhes tinha dado, deveriam curar os
doentes, expulsar os demônios e fazer tudo isso de graça,
sem cobrar nada. O fato deles fazerem essas cosias
confirmava que a mensagem que elevavam era de Deus e
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verdadeira, além de abrir o coração das pessoas para
ouvirem o evangelho.
Hoje não temos os mesmos poderes dado aos discípulos,
mas temos o poder de Deus em nós e as mesmas condições
de fazer o bem de outras formas: podemos ajudar as
pessoas, demonstrar amor, dar um bom testemunho tendo
uma vida reta e coerente com nossas palavras, gastar tempo
com elas, dar atenção aos seus problemas, visitá-las, ajudá-
las em suas necessidades (não só financeiras, mas
emocionais, de afeto) e devemos fazer isso de graça,
simplesmente por amor a Deus, pois tudo o que somos ou
temos, recebemos Dele.
Nosso testemunho é essencial para cumprirmos nossa
missão de pregar o evangelho, pois comprova a divindade de
nossa mensagem e dá crédito às nossas palavras (essa é
uma das razões pelas quais nossos evangelismos
impessoais e rápidos, têm pouquíssimos resultados, pois
não vêm acompanhados da bondade, e isto só se mostra
com o tempo).
Então, amemos, ajudemos, façamos o bem, tratemos as
pessoas com carinho, auxiliemos, demos um bom
testemunho e sempre de graça, por amor, com sacrifício,
pois tudo o que temos vem de Deus.
DEIXANDO OS RESULTADOS NAS MÃOS DO SENHOR
(v.11-15): Esta é uma questão importante, da qual todos
nós temos exemplos para contar; alguns positivos e, em sua
grande maioria, negativos. Jesus, sabendo disso, deu bons
conselhos aos seus discípulos quanto à forma de encarar os
resultados da pregação:
Alguns nos receberão, atenderão a nossa mensagem e
desfrutarão da paz e da salvação de Jesus: Isso é
maravilhoso, compensa todo esforço e sacrifício, traz glória
ao nosso Deus, alegria ao nosso coração, galardões eternos
e o progresso da obra de Deus.
Muitos rejeitarão a nossa mensagem e nos desprezarão:
Quanto a estes, devemos deixar nas mãos do Senhor, pois
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Dele receberão maior condenação. Os que rejeitam a Jesus
sofrerão maior castigo do que Sodoma e Gomorra. Serão a
maioria e, apesar de ser muito difícil enfrentar essa
realidade, Deus é soberano e temos que confiar nisso e
continuar pregando.
Não precisamos nos preocupar com os resultados,
apesar de ser triste, ruim, difícil, frustrante e totalmente
incompatível com as filosofias modernas de crescimento de
igreja. Muitos rejeitarão nossa mensagem, esta é a
realidade. Nesse sentido, o que não podemos esquecer é que
não estão nos rejeitando, mas a Cristo Jesus, e nós
devemos ser fiéis a nossa missão, cumprirmos a nossa
tarefa, pregarmos o evangelho aos perdidos, para que
tenham a chance de ter uma nova vida com Jesus e, caso a
rejeitem, sejam indesculpáveis (2 Tm 4.1-5).
Vale ressaltar que hoje não sacudimos mais os pés e o
pó sobre os que rejeitam, mas deixamos os incrédulos e
rebeldes nas mãos do Senhor, sabendo que aqueles que
ouvem o evangelho e rejeitam a Cristo, sofrerão condenação
ainda pior. Porém, nosso maior desejo e oração, deve ser de
que os ímpios sejam salvos, transformados e perdoados por
Jesus Cristo, pois é isso que Ele quer fazer.
CONCLUSÃO: O mais importante é entender nossa missão,
nosso chamado, nossa vida. A responsabilidade que nos é
dada por Cristo é muito importante, é prioridade, é urgente
e precisamos ser fiéis. Precisamos pregar o evangelho aos
perdidos!
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Vivendo com Propósito, Assim Como Jesus
Lucas 19.1-10 dentre outros textos
Em Lucas 19.1-10, lemos sobre o emocionante
encontro de Jesus com Zaqueu e, no fim desse encontro,
quando o publicano foi salvo e transformado pelo Salvador,
temos a declaração do próprio Senhor sobre o seu
propósito, pouco tempo antes de entrar em Jerusalém para
ser crucificado, e isso Ele afirmou claramente no verso 10:
“Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.”
DEVEMOS VIVER UMA VIDA COM PROPÓSITO, ASSIM
COMO JESUS!
Muitas pessoas na região da Serra da Canastra-MG,
quando questionadas sobre como estão vivendo,
respondem: “Vou Levando” ou “Vou indo, né?!” Em outras
palavras, estão dizendo que estão apenas vivendo, sem
propósito algum, sem uma missão ou um alvo na vida, só
estão deixando as coisas acontecerem dia a dia, vivendo por
viver...
Mas a vida do crente não deve ser assim. A vida do
salvo, do filho de Deus deve ter um propósito. Nós não
devemos viver por viver, mas viver para cumprir o propósito
que Deus tem para nós, assim como nosso Senhor e
Salvador viveu. Portanto, devemos viver uma vida com
propósito!
PORQUE NOSSO SALVADOR TINHA UM PROPÓSITO EM
SUA VIDA: No encontro com Zaqueu, Jesus afirmou sua
missão de vida, mas não foi a única vez em que declarou o
propósito dela, muitas vezes o fez. Ao olhar para o Senhor,
fica claro que ele tinha um propósito em sua vida e que a
mesma era marcada por este propósito.
Antes de nascer, no anúncio do anjo: “E lhe porás o
nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados
deles.” (Mateus 1.21)
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Quando criança, ao falar com José e Maria, seus pais
humanos que o procuravam, disse: “Não sabíeis que me
cumpria estar na casa de meu pai?” (Lucas 2.49)
No início do seu ministério, afirmou: “Não penseis que
vim revogar a Lei ou os Profetas, não vim para revogar, vim
para cumprir.” (Mateus 5.17) e “A minha comida consiste em
fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra”
(João 4.34).
Nas conversas com os discípulos, disse: “tal como o Filho
do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e
dar a sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20.28).
Mateus, comentando sobre o fim da vida de Jesus,
escreveu: “Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a
mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para
Jerusalém.” (Mateus 16.21) E o próprio Jesus também
afirmou: “Agora, está angustiada a minha alma, e que direi
eu? Pai, salva-me desta hora. Mas precisamente com este
propósito vim para esta hora. Pai, glorifica o teu nome.” (João
12.27-28)
Diante de Pilatos, Jesus disse: “Eu para isso nasci e para
isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade.”
(João 18.37)
E na sua morte, pregado na cruz, gritou: “Está
consumado!” (João 19.30). Ou seja, “Está acabado!”, “Está
completo!”, “Está feito!”, “Terminei o que vim fazer!”, “Concluí
a obra!”
Jesus sempre viveu com um propósito, com uma missão;
Ele veio cumprir a vontade do Pai, buscar e salvar os
pecadores perdidos e glorificar o nome de Seu Pai e assim o
fez. Concluiu Sua obra com perfeição.
Nosso Salvador não viveu uma vida “acidental”, não
viveu “levando” a vida, não deixou as coisas acontecerem
“por acaso”, pelo contrário, tudo o que fazia tinha um
propósito e estava relacionado a cumprir a missão que o Pai
lhe confiara, a de glorificar Seu nome e salvar os pecadores.
Nós devemos imitá-Lo nisso! Precisamos viver com um
propósito, assim como Cristo, glorificando a Deus em tudo e
levando o evangelho aos perdidos.
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PORQUE JESUS TRANSMITIU SUA MISSÃO AOS SEUS
APÓSTOLOS: Quando voltou ao céu, Jesus passou o bastão
da sua missão aos discípulos. Deixou claro que o seu
objetivo era que eles continuassem a obra que ele havia
iniciado, a de glorificar a Deus pregando o evangelho aos
perdidos em todo o mundo.
Ao orar ao Pai, uma noite antes de ser crucificado,
disse: “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os
enviei ao mundo” (João 17.18)
Depois de ressuscitar, apareceu aos discípulos e disse:
“Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (João
20.21)
E nas Suas últimas palavras, disse: “Mas recebereis
poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e
Samaria e até aos confins da terra” (Atos 1.8)
Os apóstolos atenderam à voz do Mestre e viveram para
este propósito, o de pregar o evangelho. Dedicaram suas
vidas nesta missão e deram suas vidas para este propósito
sublime.
O apóstolo Paulo resume o sentimento de todos eles em
dois versos: “De sorte que somos embaixadores em nome de
Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em
nome de Cristo, pois, voz rogamos que voz reconcilieis com
Deus” (II Coríntios 5.20) e “Se anuncio o Evangelho, não
tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação,
porque ai de mim se eu não pregar o evangelho!” (I Coríntios
9.16). Paulo não pôde parar de falar às pessoas sobre o
amor e a salvação de Jesus, esse era o propósito de sua
vida até a morte, e deve ser o nosso também, afinal, Jesus
nos confiou esta missão, nos deu este propósito.
PORQUE HOJE, JESUS NOS CONFIOU ESTA MISSÃO: Se
devemos viver nos passos do nosso glorioso e determinado
Salvador, como fazemos isso? Vivendo com um propósito,
assim como Ele viveu.
Não podemos “vagar” pela vida, vivendo para agradar
a nós mesmos, dedicando nosso tempo a coisas materiais e
passageiras que nos prendem e dominam (TV, trabalho,