2. Séc XIX: Desenvolvimento industrial, econômico e financeiro
dos EUA, a América se tornava a terra da prosperidade.
Conflitos e Estagnação econômica e financeira na Europa,
desta forma a formação de ciência, pesquisa e conhecimento
migraram da Europa para o EUA.
Pensamento Positivista de Lombroso foi superado por um novo
movimento criminológico nascido em Chicago/EUA.
O desenvolvimento da criminologia se perpetuo pela pesquisas
sociológicas nos EUA.
3. A Escola de Chicago foi criado pelo Departamento de
Sociologia da Universidade de Chicago, criado junto com a
Universidade em 1890.
A Criação da Universidade se deu por Willian Harper com o
estrito apoio do maior Truste dos EUA: John D. Rockefeller
(dono da maior empresa petrolífera da época a Standard Oil
dona de 90% dos postos de petróleo dos EUA).
Rockefeller fez a doação de 30 milhões de dólares para a
criação da Universidade.
5. Com o forte aporte financeiro para atrair os melhores
professores a Universidade pagava salários que equivaliam ao
dobro das outras universidades de ponta.
Trouxe os maiores nomes da Sociologia para o Departamento
como: William Thomas, Robert Park, Ernest Burgess, Roderick
McKenzie
7. Começo do séc XX, crise e iminência da I Guerra Mundial na
Europa.
Grande fluxos de imigração de europeus para as cidades dos
EUA, em busca de trabalho e prosperidade.
Chicago como era um hub (ponto estratégico para empresas e
para logística – a maioria das ferrovias para o oeste americano
passavam por Chicago).
Devido ao crescimento industrial de Chicago a população
cresceu espantosamente.
10. o crescimento da cidade do centro para periferia, criou graves
problemas sociais, familiares, morais e culturais, traduzindo
como fermento para a criminalidade.
O crescimento da cidade e a ocupação de seus espaços
tornaram objeto de estudo da criminalidade, e Chicago era um
grande campo para este estudo.
A Escola de Chicago que criou a metodologia usada hoje, do
estudos das taxas de homicídio por bairros e divididas a cada
100 mil habitantes.
12. Conceito vem desde a cidade média, que considera cidade um
lugar protegido para habitação e compra e venda de materiais.
P/ Pelletier e Delfante: a cidade terá no mínimo 2000 pessoas
que atenda um critério funcional tais como: bancos,
escritórios, administrações, equipamentos de saúde,
espetáculos.
P/ Robert Park: A cidade é um estado de espirito, um corpo de
costumes e tradições e dos sentimentos e atitudes organizados,
inerentes a esses costumes e transmitidos por tradições.
13. Fator Mobilidade (mudança ou imigração): pode levar a não
integração da comunidade.
Mobilidade constante: pode provocar o anonimato, podendo
cometer diversos atos sem serem notadas.
Falta de Controle Social Informal em algumas comunidades (a
vizinhança como primeira polícia).
14. Controle Social Informal: (família, igreja, escola, profissão,
etc). O sistema informal vai socializando a pessoa no seu
convívio social, o medo do desprezo social como punição são
mais que suficientes para inibir a prática de um crime.
Controle Social Formal: (polícia, ministério público e justiça
criminal e prisão). Aquelas pessoas que não respeitam as regras
sociais e cometem uma infração criminal passam a serem
controladas por essas instâncias, bem mais agressivas e
repressoras que as instâncias informais.
15. Maior Importância ao Controle Social Informal no combate ao
crime.
Os bairros que eram mais pobres tinham maiores índices de
criminalidade.
Degradação e pobreza traz a desorganização pessoal
A multidão serve como uma forma de camuflagem e anonimato
ao criminoso
A cidade crescia ignorando o crescimento da pobreza.
16. Movimento chamado: Criminologia Administrativa (a
criminologia das estatísticas)
Maior Vigilância de todos os espaços (sociedade Big Brother).
Política voltada a detectar e reprimir crimes como meio de
prevenção (tolerância zero).
Momento atual (Sociedade do Controle – Deleuze): toda
informação na sociedade é usada para vigilância e
monitoramento (caso Snowden e NSA).
18. (...) Os que trabalham têm medo de perder o trabalho; os que não
trabalham têm medo de não encontrar trabalho; quando não têm
medo da fome têm medo da falta de comida; os civis têm medo dos
militares; os militares têm medo da falta de armas e as armas têm
medo da falta de guerras. É o tempo do medo, medo da mulher da
violência do homem e medo do homem da mulher sem medo. Medo
dos ladrões, medo da polícia. Medo da porta sem fechaduras (...)
Eduardo Galeano – Medo Global
(...) Há muros que separam nações, há muros que dividem pobres e
ricos, mas não há hoje, no mundo um muro, que separe os que têm
medo dos que não têm medo. Sob as mesma nuvens cinzentas
vivemos todos nós, do sul e do norte, o ocidente ao oriente (...) há
quem tenha medo que o medo acabe.
Mia Couto – Murar o Medo
19. O que é Ecologia criminal?
Ecologia: a ciência que estuda a relação dos seres vivos e seu
ambiente, como é seu relacionamento dentro desse sistema.
Ecologia Criminal: estuda os delitos praticados na cidade e sua
relação das pessoas que a habitam com o ambiente onde o delito é
praticado.
Problema central de Chicago:
Crescimento desenfreado, imigração, pobreza, degradação da cidade
e o crescimento da criminalidade.
Criminalidade maior entre os imigrantes.
20. Desconstruindo Lombroso:
Relatório: “O camponês polonês na Europa e na América –
1918.
Concluiu que o ascendentes dos criminosos imigrantes
pesquisados não tinham ligação nenhuma com o crime.
Não havia relação nenhuma com o atavismo.
22. Desorganização Social:
É a perda de influência das regras sociais de conduta existentes
sobre os membros do grupo. Não havia um Controle Social
Informal nestes lugares.
Advinda dos bairros pobres de Chicago, onde residia a maior
parte dos imigrantes da cidade, nestes bairros as condições de
vida eram péssimas.
25. Áreas de Delinquência:
As cidades se desenvolve em áreas diferentes com classes
sociais diferentes que ocupam cada áreas.
Cada área da cidade tem um padrão homogêneo das situações
socioeconômica das pessoas.
P/ Park, Burgess e McKenzie, as grandes cidades se
desenvolvem por meio de um conjunto de zonas ou anéis a
partir do centro, a chamada teoria dos círculos concêntricos.
27. Zona I – Loop: Área central da cidade, área de negócios, zona intensa de atividade
comercial, predominância de escritórios e comércio. Ex: Centro de SP.
Zona II – Transição: A parte mais degradada da cidade, é um centro de transição as
pessoas que vivem ali querem sair dali. Predominância de cortiços, prostibulo,
apartamentos abandonados e invadidos. Ex: Região da Luz, República, Bom Retiro,
etc.
Zona III: Área residencial dos trabalhadores em geral, aqueles que devido ao
trabalho conseguiram local melhor para viver. Ex: Mooca, Santana, Barra Funda.
Zona IV: São os distritos residenciais das classes media alta, geralmente são os
trabalhadores individuais. Ex: Moema, Itaim, Campo Belo, Alto de Pinheiros.
Zona V: Compreende as áreas fora da cidade e suas cidades satélites, local onde
vive a classe mais afortunada da cidade em condomínios fechados. Ex: Alphaville, e
o Morumbi na época que foi construído, pois era muito longe do centro visto quase
como uma outra cidade.
30. Consequências da divisão:
A Z.II foi a área onde o cometimento de crimes era maior.
A delinquência estava ligada a degradação, a segregação física,
pobreza e falta de intervenção social do Estado.
Em 1926 37% dos crimes praticados por jovens foram cometidos
próximos as áreas da Z.II.
Os crimes tinham motivação socioeconômica.
Fator Cidade Grande vs Cidade Pequena: controle social informal
maior nas cidades pequenas = menos crime.
31. Nenhuma redução contra a criminalidade é possível se não houver
mudanças nas condições sociais e econômicas das crianças e dos
adolescentes.
Tratamento e prevenção da criminalidade por meio da Intervenção Social do
Estado, incentivo as instituições locais (escola, igreja, associação de
bairros).
Criação de comitês e entidades de bairro.
Criação de Atividades Comunitárias para os jovens.
Melhoria das moradias e da infraestrutura.
Criação do Projeto: Área de Chicago (efetivação destas políticas sociais).
34. Teoria das Janelas Quebradas (Broken Windows Theory)
Experiência realizada por Philip Zimbardo
Foram deixados 2 carros abandonados (Bronx – NY e Palo Alto – CA).
O Carro do Bronx foi rapidamente saqueado.
O do Palo Alto continuava intacto.
Philip quebrou a janela do carro e logo depois ele começou a ser saqueado.
Conclusão: o delito e a desordem estão conectados, já que bens em
desordem aparentam abandono, propiciando os primeiros passos para o
vandalismo e a violência. Logo, qualquer pequena desordem deve ser
combatida = desastre criminal
37. Com base nessa experiência
foi publicado o artigo de:
WILSON, James Q;
KELLING, George L;
SKOGAN, Wesley G.
Broken windows: the police
and neighborhood safety,
Boston: Atlantic Monthly,
1982.
38. Efetivação das Janelas Quebradas: as políticas de tolerância
zero.
Implantada por Rudolph Giuliani (prefeito de NY nos 90).
A mínima desobediência deve ser castigada e o melhor meio de
evitar delitos graves é punir muito severamente as mais leves
faltas.
Os delitos mais leves como: mendicância, prostituição,
vandalismo eram punidos severamente como prisão.
40. Efeitos:
A curto prazo: reduziu o número de crimes com
repressão.
A longo prazo: taxa de crimes voltou a crescer
(avalanche de reincidência).
Política caríssima: gastava com a repressão.
A taxa de criminalidade do meio dos anos 90
havia caído devido a crescente econômica do
país.
41. Críticas:
Loic Wacquant (punir os mais pobres), Jock Young
(sociedade excludente) e David Garland (Cultura do
Controle): política viciosa, repetitiva e sem efeitos
consideráveis, do qual só tem um alvo para ser encarcerado,
“a pobreza”.
Encarceramento em massa da juventude pobre e negra.
Alto índice de Reincidência.
44. A UPPs priorizam o controle da criminalidade por meio do Controle Social
Formal (policiais).
Chicago priorizava o controle da criminalidade por meio do Controle Social
Informal.
Os 4 anos da instalação das UPPs não foram efetivamente criadas escola,
creche ou hospitais nas comunidades.
As Upps só substituíram a existia do poder paralelo pelo poder da polícia.
A desorganização social e as áreas de delinquência ainda impera nas
comunidades mesmo com a interferência das Upps.
Modelo de comunidade que distingue das demais: Dona Marta,
urbanização do local, atraiu o turismo e o comércio
46. Revitalização de Puerto Madero em Buenos Aires.
Revitalização do Centro Histórico de Lima no Peru.
49. Projetos de revitalização não são realizados em prol da
população que deixa de usufruir (ocupe estelita e parque
augusta).
Expulsão de moradores para revitalizar o ambiente (ex:
copa do mundo)
Interesse em tornar o espaço público em privado
(shoppings, prédio, etc).
A classe média se isola e exclui os demais, para tanto
ela se enclausura em ambientes privados fechados. (Ex:
Rolezinhos).
51. Positivas:
Superou as visões etiológicas de Lombroso, Ferri e Garófalo
(desconstruiu a ideia de criminoso determinado).
Iniciou o modelo de criminologia partindo das ideias de sociologia
criminal.
Asfaltou caminho para as Teorias posteriores como a Teoria da
Subculturas Delinquências.
Inaugurou o modelo de criminologia como base para políticas
criminais (modelo de Controle Social Informal como política
criminal).
52. Críticas:
Teoria conservadora: as pessoas deveriam ter os valores
dominantes da sociedade para não incumbir ao crime
(modelo de família tradicional, e seguir os dogmas
religiosos que a sociedade ordena).
Deveria haver um consenso na sociedade sobre cultura,
identidade, valores morais e símbolos, o que fugisse disso
era tido como Desorganização Social.
Não Levava em Conta a cifra negra: diferença entre crimes
de ricos e crimes de pobres.
53. ANDRADE, Manuel da Costa; DIAS, Jorge de Figueiredo. Criminologia: O
Homem Delinqüente e a Sociedade Criminógena. 1. Ed. Coimbra: Coimbra
Editora, 2013.
ANITUA, Gabriel Ignacio. A história dos pensamentos criminológicos. Tradução
Sergio Lamarão. Rio de Janeiro. Editora Revan, 2008.
BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e crítica do direito penal. 3ª. ed. Rio
de Janeiro: Revan/ICC, 2002.
CARVALHO, Salo de. Antimanual de Criminologia. 2. Rio de Janeiro: Ed. Lumen
Juris. 2008.
GARCIA PABLOS-DE MOLINA, Antonio. Tratado de Criminología. 5ª ed.
Valencia: Tirant lo Blanc, 2014.
SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia. 5ª edição. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais. 2013.
54. BURGESS, Ernest. O crescimento da cidade: introdução a um projeto
de pesquisa. Estudos de ecologia humana. São Paulo: livraria Martins,
1948.
PARK, Robert; BURGESS, Ernest. The City. Chicago: Chicago University
Press, 1925.
PARK, Robert. A cidade: sugestões para investigação do
comportamento humano. O fenômeno humano. Rio de Janeiro: Zahar,
1967.
PIERSON, Donald (org.). Estudos de ecologia humana. São Paulo:
Martins, 1948.
SHAW, Clifford; McKAY, Henry. Juvenile delinquency and urban areas.
Chicago: The University of Chicago Press, 1928.