1) A leitura e escrita são dinâmicas constantes na proposta da Rede Salesiana de Escolas, que busca desenvolver essas habilidades nos estudantes.
2) A leitura deve estar ligada à realidade para ser significativa, não sendo um ato passivo, mas sim um processo complexo influenciado por diversos fatores.
3) Desenvolvimentistas como Piaget, Vygotsky e Ferreiro contribuíram para entender como as crianças aprendem a ler e escrever, mostrando que a aprendizagem é construída
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LEITURA E ESCRITAuma dinâmica constante na proposta da Rede Salesiana de Escolas.
Simone Helen Drumond Ischkanian
De acordo com Paulo Freire "A leitura do mundo precede sempre a leitura
da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele",
potencializando absolutamente a existência do aprendiz ao aprendizado e à
efetivação do ato de ler e escrever.
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Resumo:
Sem dúvida alguma, o estudo da leitura compõe-se de um mosaico de teorias e
conceitos pertencentes a várias áreas do conhecimento. Concebida enquanto ação, e não
ato passivo pressupõe abordagem multidisciplinar devido às diversas facetas do processo
dinâmico do ato de ler, porém a construção da leitura e escrita é uma dinâmica constante
na proposta da Rede Salesiana de Escolas, isto é, apropriar-se de um conhecimento
cultural amplo para tornar-se usuário da leitura e da escrita no meio em que vive. O ato da
leitura e da escrita não se efetiva em ações isoladas, nem mesmo lineares, mas sim em
decorrência de complexa reação em cadeia de ações, sentimentos, desejos, especulações
na bagagem de conhecimentos armazenados, motivações, análises, críticas do leitor-
escritor, tal experiência encontra-se submetida a diversas variáveis que não podem deixar
de ser verificadas, ao se tentar teorizá-la. Leitura e escrita são ferramentas para
compreensão e a realização da comunicação, é também como nossos livros de história e
geografia nos mostram é a chave para a apropriação dos saberes, já conquistado pela
humanidade, por meio da aprendizagem. O ser humano cumpre seu papel simbólico,
social, de cidadão inserido na civilização e que consegue aprender qualquer assunto,
produzir qualquer conhecimento através da leitura. Esta é a questão fundamental deste
artigo. Promover uma nova holística fundamentada que sustente um trabalho e ação
pedagógica eficaz, bem como a importância da formação, capacitação efetiva e
permanente dos educadores salesianos, acerca da construção da leitura e escrita, tendo
em vista esta é uma dinâmica constantemente trabalhada por educadores e educandos na
proposta da RSE. Consciente de seu papel no processo ensino – construção -
aprendizagem - avaliação da leitura, os educadores tornam-se mediadores e podem
realizar um trabalho de ação pedagógica com enfoque no desenvolvimento e na construção
da linguagem. Para isso, a pratica do educador acerca dos livros da RSE precisa ser
estimulantemente desafiadora que levem o aprendiz a pensar, dialogar e projetar o
processo de leitura e escrita coerente, matura, progressiva e abrangente que nossa
metodologia apresenta.
Palavras-chave: leitura – escrita – aprendizagem – pensamento - linguagem –
desenvolvimento.
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Introdução
Assim como LUCKESI (2003, p. 119) acreditamos que “[...] a leitura, para
atender a sua plena acepção e significado, deve, intencionalmente, referir-se à
realidade. Caso contrário, ela será um processo mecânico de decodificação de
símbolos”. Logo, todo o ser humano é capaz de ler e lê efetivamente. Deste
modo, tanto lê o conhecedor dos signos lingüísticos / gramaticais, quanto o
camponês, “não letrado”, que, observando a natureza, prevê o sol ou a chuva.
A leitura tem um papel essencial e dinâmico na vida das pessoas, haja
vista que propicia a obtenção de informações em relação a qualquer contexto
e área do conhecimento, assim como, pode constituir-se em fonte de
entretenimento, e prazer para alguns, e um desafio a conquistar para outros.
O que é ler? Qual a importância da leitura? Quais metodologias são
práticas para uma leitura eficiente? Questões óbvias, que pela sua
proeminência, foram veladamente problematizadas no fórum de debate da
Rede Salesiana de Escolas. Estudiosos e pesquisadores têm trabalhado muito
para compreender e elaborar exemplos de como funciona o pensamento do
educando quando se esta aprendendo a ler e escrever.
Piaget preocupou-se em esclarecer a maneira como o educando interatua
com o mundo e com as pessoas para chegar ao conhecimento. Suas
pesquisas indicam que o conhecimento é construído no intercâmbio do sujeito
com o objeto de aprendizagem. O educando apodera-se de um conhecimento
se atuar sobre ele, uma vez que aprender é descobrir, inventar e modificar.
Emilia Ferreiro e Ana Teberosky a partir de um estudo denominado
Psicogênese da Língua Escrita desenvolveram teses acerca das hipóteses de
pensamentos que os educandos podem apresentar a respeito da linguagem
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escrita. Nesta não há uma proposta de uma nova pedagogia ou metodologia,
mas nos elucida daquilo que leva o educando a aprendizagem do código
lingüístico e este não é o cumprimento de uma série de tarefas ou
conhecimento das letras e das silabas, mas sim, a compreensão e a vivencia
de diversas situações de comunicação.
Vygotsky através do desenvolvimento das capacidades intelectuais
superiores do ser humano, acreditava que a linguagem atuaria como principal
fator para que esse desenvolvimento ocorresse. Analisando a linguagem como
um conjunto de símbolos como caráter histórico e social, enfatizava a
importância da informação e da interação lingüística para construção do
conhecimento. Suas idéias sobre linguagem ajudaram a esclarecer as
relações entre pensamento, linguagem, desenvolvimento e aprendizagem.
A partir das investigações desses e outros estudiosos, o educador tem
condições de perceber claramente o processo de apropriação de
conhecimento pelo aprendiz e, especificamente, o processo de aprendizagem
da leitura e da escrita. Possibilitando planejar uma mediação e intervenção
pedagógica quando houver necessidade, tendo em vista que o aprendiz é
protagonista de seu processo de ensino aprendizagem, é alguém que vai
produzir, pois irá transformar em conhecimento próprio as informações que
recebeu. Essa assimilação não se dá no vazio, mas como nossos livros da
Rede Salesiana nos retratam - que a partir de situações nas quais os alunos
são sujeitos ativos do processo – eles conseguem pensar, agir e dá sentido
coerente as informações, buscam recursos para avançar, agir sobre as
características do objeto e assim a aprendizagem que ocorrerá será
significativa, coerente e matura.
Frisamos que a leitura é extremamente importante, uma vez que, “[...]
amplia e integra conhecimentos [...], abrindo cada vez mais os horizontes do
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saber, enriquecendo o vocabulário e a facilidade de comunicação,
disciplinando a mente e alargando a consciência [...]” (RUIZ, 2002, p. 35).
Investigações atestam que o sucesso nas carreiras e atividades na
atualidade, relacionam-se, estreitamente, com a hábito da leitura proveitosa,
pois além de aprofundar estudos, possibilita a aquisição dos conhecimentos
produzidos e sistematizados historicamente pela humanidade.
O objetivo maior ao proceder à leitura de um texto ou obra é “[...]
aprender, entender e reter o que está lendo.” (MAGRO, 1979, p. 09). Por
conseguinte, inquestionavelmente, a leitura é uma prática que requer
aprendizagem para tal e, sem sombra de dúvida, uma atividade ainda pouco
desenvolvida. Neste particular, SALOMOM (2004, p. 54) enfatiza que “a leitura
não é simplesmente o ato de ler. É uma questão de hábito ou aprendizagem
[...]”. Além do incentivo na classe a escola deve propiciar ao educandos à
ascensão de espaços criativos, atrativos e permanentes de leitura. O incentivo
de como criar o prazer para este ofício nos é mostrado diariamente nas
atividades dos Livros da Rede Salesiana de Escolas de todo Brasil, no Centro
Educacional Santa Teresinha.
Nossos autores da Rede Salesiana de Escolas fundamentados em uma
corrente pedagógica alicerçada em saberes competentes, nos apontam que o
deleite sucedido da leitura não se tem captação num passe de mágica,
espontaneamente. Este requer uma opção, atitudes coerentes e pertinentes
ao objetivo proposto. DMITRUK (2001, p. 41) afirma, convictamente, que “[...]
não importa tanto o quanto se lê, mas como se lê. A leitura requer atenção,
intenção, reflexão, espírito crítico, análise e síntese; o que possibilita
desenvolver a capacidade de pensar.”
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Nossa experiência com os livros do 5º ano (antiga 4º série) nos permitem
relatar que incontestavelmente as atividades possuem um foco estimulador da
leitura com texto dos mais variados gêneros, permitindo o aprendiz a:
prender, fazer, ser, conviver e crer. Através desta rica com experiência com
os livros e encontro de autores ressaltamos algumas habilidades que julgamos
pertinentes, nesta perspectiva:
1º - Ler com objetivo determinado, isto é ter uma finalidade. É necessário
deixa claro aos educandos o motivo pelo qual ele está lendo.
2° - Ler unidades de pensamento e não palavras por palavras. Na leitura
relacionar idéias é um aspecto enriquecedor ao processo de ensino-
aprendizagem.
3º - Ajustar a velocidade (ritmo) da leitura ao assunto, tema e/ou texto que
está lendo valoriza as situações lingüísticas, bem como o uso da norma culta,
em situações em que o conhecimento desta for necessário.
4º - Avaliar o que se está lendo é um fator bastante relevante para
elaboração de novos significados.
5º - Aprimorar o vocabulário esclarecendo termos e palavras “novas”.
O dicionário é um recurso significativo. No entanto, a palavra-chave,
ponderada, no contexto do próprio assunto em que esta sendo trabalhada,
facilita a compreensão e projeção ao grupo dos novos saberes.
6º - Adotar habilidades para conhecer e promover o encantamento dos
saberes presentes no material dos livros da Rede Salesiana de Escolas, isto
é, indagar pelo que trata determinada obra, promove uma satisfação interna
no aprendiz no processo da leitura e escrita, levando-os a perceber que ler e
escrever é: saber ouvir, falar, interpretar textos orais e escritos, elaborar
novos conhecimentos, levantar conhecimentos prévios, expressar idéias,
pensamentos e sentimentos. Utilizando a linguagem adequada a cada
situação.
7º - A pratica reflexiva constante dos textos contidos nos livros, a partir
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de leitura variadas, juntamente com o exercício da oralidade e da
argumentação, torna os educandos capazes de operar sobre o conteúdo dos
textos, identificando aspectos relevantes e analisando-os criticamente
(conforme sua maturidade), por isso, é importante o educador saber quando é
conveniente ou não interromper uma leitura, bem como quando retomá-la.
8º - Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as varias manifestações
das linguagens verbal e não-verbal com colegas, centrando-se no valor
objetivo do texto, visto que “o diálogo é a condição necessária para a
indagação, para a intercomunicação, para a troca de saberes [...]” (ECCO,
2004, p. 80).
9º - Estimular o educando a ler assuntos vários. Mostrar-lhes que não
devemos estar condicionado a leitura das mesmas classes de assuntos. As
leituras variadas que os livros da RSE trazem para sala de aula, favorecem o
conhecimento da organização do mundo e da própria identidade do aprendiz.
10º - Ler muito e sempre que possível como meio de expressão,
informação e comunicação, refletindo sobre o contexto e tornando-se
interlocutor protagonista no processo de produção e recepção, favorecem ao
aprendiz experiências simbólicas humanas e sociais, levando-os a perceber
que a leitura é uma atividade de vida.
Frisamos que tais orientações só terão efeitos eficientes, se observadas e
praticado-os efetivamente, do contrário, não passarão de balelas. A leitura
eficiente estar sujeito ao método e este está presente coerente em nosso
material da RSE. No entanto, indubitavelmente, o método está vinculação a
quem o aplica. Não bastam somente boas intenções, são necessárias ações
intercambiais aos desígnios da pratica coerente da leitura e escrita.
O ato de ler uma dinâmica constante na proposta da Rede Salesiana de
Escolas é um exercício de indagação, de reflexão crítica, de entendimento, de
captação de símbolos e sinais, de mensagens, de conteúdo, de informações.
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Verdadeiramente é um intercâmbio, uma vez que possibilita relações
intelectuais e potencializam outras.
O ato de ler permite-nos a formação dos nossos próprios conceitos,
explicações e entendimentos sobre realidades, elementos e / ou fenômenos
com os quais defrontamo-nos. Assim, o educando será capaz de fazer a
interpretação integral do texto, assim será o educando quem instiga,
interpreta, reflete, propicia a leitura elaborada de situações. E, para finalizar,
complementa-se que a leitura é a relação dialógica entre o mundo do texto e o
mundo do leitor.
Para que esse encontro se efetive, não é necessário possuir somente
competência técnica, mas, torna-se ainda necessária a capacidade de saber
integrar esses dois universos. Ousa-se até afirmar que tal diálogo seja a
essência de todo o processo da ação leitura e escrita.
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Conclusão
É basal abranger que, na concepção de cada educando, a leitura é de
máxima importância, concebendo um papel eficaz, pois revela-se como uma
das vias no processo de construção do conhecimento, como fonte de
informação e formação cultural. “Ler é benéfico à saúde mental, pois é uma
atividade Neuróbica. A atividade da leitura faz reforçar as conexões entre os
neurônios, Para a mente, ainda não inventaram melhor exercício do que ler
atentamente e refletir sobre o texto.” (WIKIPÉDIA, 2006, p. 01).
A leitura não é só uma intervenção da inteligência, ela tem início com o
lado físico do aprendiz, mas derivar, da vivencia deste em determinado
contexto ou espaço, do relacionamento consigo mesmo e com os outros
sujeitos. Ler é trabalho de linguagem e de comunicação social. Ao se
desenvolver o ato da leitura, torna-se necessário que o leitor encontre,
sentidos e nomeie-os. Estes nomes agrupam-se a outros nomes e são
novamente nomeados, estabelecendo-se uma cadeia sem fim, a qual Barthes
(1980) denomina de "trabalho metonímico". E prossegue: ler é entrar em "uma
rede com mil entradas; seguir esse caminho é visar ao longe, não uma
estrutura legal de normas e desvios, uma lei narrativa e poética, mas uma
perspectiva (de restos, de vozes vindas de outros textos, de outros códigos)
cujo ponto de fuga é misteriosamente aberto e, no entanto, continuamente
transferido" (BARTHES, 1980, p.17).
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Referências
BARTHES, Rolland. S/Z. Lisboa: Edições 70, 1980
DMITRUK, H. B. (Org.) Diretrizes de Metodologia Científica. 5. ed. Chapecó:
Argos, 2001.
DRUMOND, Simone Helen Ischkanian. A Construção da leitura e da escrita.
Disponível em: http://simonehelendrumond.blogspot.com.br/2012/10/a-
construcao-da-leitura-e-escrita-uma.html.
ECCO, I. A prática educativa escolar problematizadora e contextualizada: uma
vivência na disciplina de história. Erechim, RS: Editora FAPES, 2004.
FREIRE, P. Alfabetização de adultos e bibliotecas populares - uma introdução.
In: _____. A importância do ato de ler: em três artigos que se complementam.
3.ed. São Paulo: Autores Associados, 1983. p. 25-41.
LUCkESI, C. C. (et. al.) Universidade: uma proposta metodológica. 13. ed.
São Paulo: Cortez, 2003.
MAGRO, M. C. Estudar também se aprende. São Paulo: EPU, 1979.
RUIZ, J. A. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 5. ed. São
Paulo: Atlas, 2002.
SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. 11. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2004
WIKIPÉDIA. Leitura. http:wikipedia.org/wiki/Leitura.