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LIMITES DE
          CONSUMO CONSCIENTE




M. Cecília de F. Toledo
 toledomcf@hotmail.com.br



                     4º. SIMPÓSIO DE SEGURANÇA ALIMENTAR

                                GRAMADO
                               31 maio 2012
Esboço da apresentação



- perigos químicos em alimentos

- avaliação do risco químico

 - “health based guidance values” (valores de orientação
      baseados em saúde)

 - cálculo da MOE (Margin Of Exposure) : acrilamida e furano
Alimentos vs Riscos Químicos

                   Toxinas naturais
              Contaminantes ambientais
     Outras subst. químicas de ocorrência natural

                          +

               Aditivos alimentares
             Resíduos de praguicidas
          Resíduos de drogas veterinárias


                          +


    Substâncias formadas durante o processamento
Avaliação do Risco

JECFA                             JMPR


           Avaliação do risco




            COMITÊS CODEX



         Gerenciamento do Risco
JECFA - Comitê Conjunto FAO/OMS de
        Peritos em Aditivos Alimentares


               1956- Avaliação de aditivos


1973- Avaliação de contaminantes
                                    1985- Avaliação de resíduos de
                                          drogas veterinárias




                    1999- Avaliação da exposição
Avaliação do Risco Químico

                  Identificação do perigo
Avaliação
do Risco
                  Caracterização do perigo



                   Avaliação da exposição



                   Caracterização do risco
JECFA

        Caracterização do Perigo



  ADITIVOS                   CONTAMINANTES




Ingestão Aceitável           Ingestão Tolerável
      (IDA)                     (IDTP, ISTP)
Ingestão Diária Aceitável




   IDA é a quantidade de uma substância, expressa em
    mg/kg p.c., que pode ser ingerida diariamente na
   alimentação, mesmo por toda uma vida, sem dano à
        saúde humana, com base em informações

     toxicológicas disponíveis na época da avaliação



Ex: neotame - IDA = 2 mg/kg pc (2003)
Caracterização do Perigo



        IDA (mg/kg pc) = NO(A)EL / Fs




NO(A)EL = nível sem efeito (adverso) observado

Fs = fator de segurança (incerteza)
Caracterização do Perigo
Curva dose resposta
CATEGORIAS DE IDA


IDA numérica



- os dados toxicológicos disponíveis incluem resultados de
   investigações a curto e longo prazo e informações satisfatórias
   sobre o destino bioquímico e metabólico do aditivo
CATEGORIAS DE IDA


IDA não especificada (não limitada)

- aplicável a substâncias de toxicidade muito baixa.

- com base nos dados toxicológicos, bioquímicos, químicos e clínicos
   disponíveis a ingestão diária total do aditivo, que resulta do seu
   emprego em níveis necessários para alcançar um efeito tecnológico,
   aliada à experiência de uso em alimentos não representa um dano à
   saúde. Nestas circunstâncias, o estabelecimento de um valor
   numérico para a IDA é considerado desnecessário.
CATEGORIAS DE IDA


Aceitável


-terminologia utilizada quando os usos propostos não trazem
  preocupação toxicológica ou quando a ingestão é auto-limitante
  por razões tecnológicas ou organolépticas
CATEGORIAS DE IDA


Nível aceitável de tratamento

  - terminologia utilizada quando os aditivos são mais apropriadamente
    limitados por seus níveis de tratamento (agentes de tratamento de
    farinha).



   - deve ser notado que o nível aceitável de tratamento é expresso em
    mg/kg alimento e que não deve ser confundido com a IDA, que é
    expressa em mg/kg pc/dia.
CATEGORIAS DE IDA

IDA temporária



Os dados toxicológicos disponíveis são suficientes para concluir que a
   substância é segura por um período de tempo relativamente curto,
   necessário para gerar e avaliar dados adicionais de segurança, porém
   insuficientes para concluir que a substância é segura por toda uma
   vida.
CATEGORIAS DE IDA

Condições a que esta sujeita a IDA temporária


-   um fator de segurança maior deve ser usado no cálculo da IDA

-   o período de validade da IDA temporária é limitado àquele necessário
    para que se complete o estudo toxicológico necessário, normalmente
    3-5 anos

- a natureza da pesquisa a ser realizada e qualquer outra informação
    exigida é claramente declarada e as razões para sua solicitação
    explicadas
CATEGORIAS DE IDA


IDA de grupo



Estabelecida para um grupo de compostos que apresentam
  metabolismo similar e/ou mesmos efeitos adversos, limitando assim
  uma ingestão acumulativa
CATEGORIAS DE IDA

IDA não alocada



IDA não estabelecida devido à insuficiência de informações sobre a
  segurança do aditivo, falta de informação sobre o uso da substância no
  alimento, não existência de especificações sobre identidade e pureza ou
  evidências de que o aditivo não deva ser usado em alimentos
VALIDADE DA IDA

IDA não é definitiva

Situações que justificam a necessidade de reavaliação:


      - novas informações sobre a segurança do aditivo

      - novos usos da substância no alimento


      - novos métodos de fabricação
Ingestão Diária Máxima Tolerável Provisória


      usada para contaminantes que não se acumulam


  representa permissão da exposição humana como resultado
         da ocorrência natural em alimentos e na água


              derivada de maneira similar à IDA



Ex: patulina- IDMTP= 0,0004 mg/kg pc (1995)
Ingestão Semanal Tolerável Provisória


      utilizada para contaminantes que se acumulam
                     (mercúrio, cádmio)


  representa permissão da exposição humana semanal a
 contaminantes inevitavelmente associados ao consumo de
              alimentos nutritivos e saudáveis


             derivada de maneira similar à IDA


Ex: mercúrio inorgânico - ISTP= 4 μg/kg pc (2010)
Ingestão Mensal Tolerável Provisória



      utilizada para contaminantes que se acumulam
      e que tem uma vida longa no organismo humano


  representa permissão da exposição humana mensal a
 contaminantes inevitavelmente associados ao consumo de
              alimentos nutritivos e saudáveis



Ex:dioxina - IMTP= 70 pg/kg pc (2001)
64a. JECFA (2005)
Orientações para Avaliação do Risco de Compostos Genotóxicos e Carcinogênicos




                    Princípio ALARA: não adequado, valor limitado



  Caracterização do perigo: dados dose-resposta para câncer




                  Introdução de novos modelos matemáticos: BMDL




  Caracterização do risco: cálculo da margem de exposição: MOE
Cálculo da Margem de Exposição
                              (MOE)



    MOE= BMDL/estimativa de exposição




MOE= Margin of Exposure (Margem de Exposição)


BMDL= Benchmark Dose Lower Confidence Limit
       (Limite inferior do intervalo de confiança da BMD - Dose de Referência)


MOE: indica o nível de prioridade para ações de gerenciamento do risco
Curva dose-resposta para derivação da
                BMD
ACRILAMIDA


- Reação de Maillard
- Temperaturas acima de 120ºC
- Asparagina: principal precursor
ACRILAMIDA- Níveis de Ocorrência




          potato crisps (US=Chips): 399-1.202 μg/kg

       potato chips (US= French fries): 159-963 μg /kg

       coffee roasted and instant: 246-666 μg/kg

       biscuits (US=cookies) : 169-518 μg/kg

       crispbread and crackers : 87-459 μg/kg

       coffee ready to drink: 3-68 μg/L

Fonte: FAO/WHO (2010, 72nd JECFA)
ACRILAMIDA- Aspectos Toxicológicos



                            P450 2E1




•Efeitos genotóxicos e carcinogênicos: animais experimentais

• Alterações morfológicas nos nervos: ratos

• Efeitos neurotóxicos: seres humanos

• Biotransformação em glicidamida: (epóxido)

• IARC (1994): provável carcinógeno humano
ACRILAMIDA- Estudos avaliados
                                  (72nd JECFA)

Estudos considerados na 64th JECFA (2005)
             +
Novos estudos toxicológicos :        Metabolismo


                                     Genotoxicidade


                                     Efeitos neurocomportamentais


                                     Estudos a longo prazo com AA e glicidamida


                                     Vários estudos epidemiológicos
Curva dose-resposta para derivação da
                BMD
MOE =
ACRILAMIDA- Cálculo da MOE   BMDL/estimativa de exposição
ACRILAMIDA- Conclusões e Recomendações




• considerando que se trata de composto genotóxico e carcinogênico,
as MOEs calculadas indicam PREOCUPAÇÃO




• estudos epidemiológicos longitudinais (intra-indivíduo), com medição
de níveis de adutos de hemoglobina com acrilamida e glicidamida em
função do tempo de exposição ao contaminante na dieta são desejáveis
para melhor estimar o risco de câncer para humanos
FURANO- Formação e Ocorrência em Alimentos


            - éter cíclico altamente volátil

            - formado a partir de diferentes precursores em condições de
            processamento térmico ou não (radiação ionizante)

            - dados disponíveis indicam múltiplas rotas de formação
FURANO- Mecanismos de formação
FURANO- Níveis de Ocorrência
                                   (Faixa de níveis médios*)




         • roasted coffee (powder) : 1114-4590 µg/kg
         • instant coffee (powder) : 413-813.6 µg/kg

         • brewed coffee: 2-112.5 µg/kg
         • baby food: 21.7-96.3 µg/kg
         • soy sauce : 25-61.2 µg/kg

         • canned fish: 8.4-76 µg/kg
         • baked beans : 27-581 µg/kg.


* 5562 resultados analíticos, 22 paises
FURANO- Aspectos Toxicológicos




    rapidamente absorvido, metabolizado e eliminado na urina e fezes


 hepatotóxico*


 carcinogênico*


 estudos epidemiológicos em humanos não disponíveis



    *ratos e camundongos
MOE =
FURANO- Cálculo da MOE   BMDL/estimativa de exposição
FURANO- Conclusões e Recomendações


•   considerando que se trata de composto carcinogênico que pode atuar via
metabólito genotóxico (cis-2-butene-1,4-dial (BDA), as MOEs calculadas
indicam PREOCUPAÇÃO



•   os níveis de furano podem ser reduzidos em alguns alimentos através da
volatilização (aquecimento de alimentos enlatados ou envasados com agitação,
em panela aberta)



• faltam dados sobre ocorrência de furano em todos alimentos e não há
informação sobre métodos de mitigação
Gerenciamento do Risco

                      Aceitabilidade da MOE



            Natureza e magnitude das incertezas na avaliação
                 toxicológica e na estimativa de ingestão



Fatores socioeconômicos                                Danos à saúde



       Aspectos étnicos                      Risco-benefício

                   Prioridades para ações regulatórias
Referências

   World Health Organization: WHO Technical Report Series 930, Sixty-fourth
    report of the Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives, Geneva
    2006.

   World Health Organization: WHO Technical Report Series 959, Seventy -
    second report of the Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives,
    Geneva 2010



Publicações disponíveis em :
  http://apps.who.int/ipsc/database/evaluations/search.aspx

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Limites de consumo consciente

  • 1. LIMITES DE CONSUMO CONSCIENTE M. Cecília de F. Toledo toledomcf@hotmail.com.br 4º. SIMPÓSIO DE SEGURANÇA ALIMENTAR GRAMADO 31 maio 2012
  • 2. Esboço da apresentação - perigos químicos em alimentos - avaliação do risco químico - “health based guidance values” (valores de orientação baseados em saúde) - cálculo da MOE (Margin Of Exposure) : acrilamida e furano
  • 3. Alimentos vs Riscos Químicos Toxinas naturais Contaminantes ambientais Outras subst. químicas de ocorrência natural + Aditivos alimentares Resíduos de praguicidas Resíduos de drogas veterinárias + Substâncias formadas durante o processamento
  • 4. Avaliação do Risco JECFA JMPR Avaliação do risco COMITÊS CODEX Gerenciamento do Risco
  • 5. JECFA - Comitê Conjunto FAO/OMS de Peritos em Aditivos Alimentares 1956- Avaliação de aditivos 1973- Avaliação de contaminantes 1985- Avaliação de resíduos de drogas veterinárias 1999- Avaliação da exposição
  • 6. Avaliação do Risco Químico Identificação do perigo Avaliação do Risco Caracterização do perigo Avaliação da exposição Caracterização do risco
  • 7. JECFA Caracterização do Perigo ADITIVOS CONTAMINANTES Ingestão Aceitável Ingestão Tolerável (IDA) (IDTP, ISTP)
  • 8. Ingestão Diária Aceitável IDA é a quantidade de uma substância, expressa em mg/kg p.c., que pode ser ingerida diariamente na alimentação, mesmo por toda uma vida, sem dano à saúde humana, com base em informações toxicológicas disponíveis na época da avaliação Ex: neotame - IDA = 2 mg/kg pc (2003)
  • 9. Caracterização do Perigo IDA (mg/kg pc) = NO(A)EL / Fs NO(A)EL = nível sem efeito (adverso) observado Fs = fator de segurança (incerteza)
  • 11. CATEGORIAS DE IDA IDA numérica - os dados toxicológicos disponíveis incluem resultados de investigações a curto e longo prazo e informações satisfatórias sobre o destino bioquímico e metabólico do aditivo
  • 12. CATEGORIAS DE IDA IDA não especificada (não limitada) - aplicável a substâncias de toxicidade muito baixa. - com base nos dados toxicológicos, bioquímicos, químicos e clínicos disponíveis a ingestão diária total do aditivo, que resulta do seu emprego em níveis necessários para alcançar um efeito tecnológico, aliada à experiência de uso em alimentos não representa um dano à saúde. Nestas circunstâncias, o estabelecimento de um valor numérico para a IDA é considerado desnecessário.
  • 13. CATEGORIAS DE IDA Aceitável -terminologia utilizada quando os usos propostos não trazem preocupação toxicológica ou quando a ingestão é auto-limitante por razões tecnológicas ou organolépticas
  • 14. CATEGORIAS DE IDA Nível aceitável de tratamento - terminologia utilizada quando os aditivos são mais apropriadamente limitados por seus níveis de tratamento (agentes de tratamento de farinha). - deve ser notado que o nível aceitável de tratamento é expresso em mg/kg alimento e que não deve ser confundido com a IDA, que é expressa em mg/kg pc/dia.
  • 15. CATEGORIAS DE IDA IDA temporária Os dados toxicológicos disponíveis são suficientes para concluir que a substância é segura por um período de tempo relativamente curto, necessário para gerar e avaliar dados adicionais de segurança, porém insuficientes para concluir que a substância é segura por toda uma vida.
  • 16. CATEGORIAS DE IDA Condições a que esta sujeita a IDA temporária - um fator de segurança maior deve ser usado no cálculo da IDA - o período de validade da IDA temporária é limitado àquele necessário para que se complete o estudo toxicológico necessário, normalmente 3-5 anos - a natureza da pesquisa a ser realizada e qualquer outra informação exigida é claramente declarada e as razões para sua solicitação explicadas
  • 17. CATEGORIAS DE IDA IDA de grupo Estabelecida para um grupo de compostos que apresentam metabolismo similar e/ou mesmos efeitos adversos, limitando assim uma ingestão acumulativa
  • 18. CATEGORIAS DE IDA IDA não alocada IDA não estabelecida devido à insuficiência de informações sobre a segurança do aditivo, falta de informação sobre o uso da substância no alimento, não existência de especificações sobre identidade e pureza ou evidências de que o aditivo não deva ser usado em alimentos
  • 19. VALIDADE DA IDA IDA não é definitiva Situações que justificam a necessidade de reavaliação: - novas informações sobre a segurança do aditivo - novos usos da substância no alimento - novos métodos de fabricação
  • 20. Ingestão Diária Máxima Tolerável Provisória usada para contaminantes que não se acumulam  representa permissão da exposição humana como resultado da ocorrência natural em alimentos e na água derivada de maneira similar à IDA Ex: patulina- IDMTP= 0,0004 mg/kg pc (1995)
  • 21. Ingestão Semanal Tolerável Provisória utilizada para contaminantes que se acumulam (mercúrio, cádmio) representa permissão da exposição humana semanal a contaminantes inevitavelmente associados ao consumo de alimentos nutritivos e saudáveis derivada de maneira similar à IDA Ex: mercúrio inorgânico - ISTP= 4 μg/kg pc (2010)
  • 22. Ingestão Mensal Tolerável Provisória utilizada para contaminantes que se acumulam e que tem uma vida longa no organismo humano representa permissão da exposição humana mensal a contaminantes inevitavelmente associados ao consumo de alimentos nutritivos e saudáveis Ex:dioxina - IMTP= 70 pg/kg pc (2001)
  • 23. 64a. JECFA (2005) Orientações para Avaliação do Risco de Compostos Genotóxicos e Carcinogênicos Princípio ALARA: não adequado, valor limitado Caracterização do perigo: dados dose-resposta para câncer Introdução de novos modelos matemáticos: BMDL Caracterização do risco: cálculo da margem de exposição: MOE
  • 24. Cálculo da Margem de Exposição (MOE) MOE= BMDL/estimativa de exposição MOE= Margin of Exposure (Margem de Exposição) BMDL= Benchmark Dose Lower Confidence Limit (Limite inferior do intervalo de confiança da BMD - Dose de Referência) MOE: indica o nível de prioridade para ações de gerenciamento do risco
  • 25. Curva dose-resposta para derivação da BMD
  • 26. ACRILAMIDA - Reação de Maillard - Temperaturas acima de 120ºC - Asparagina: principal precursor
  • 27. ACRILAMIDA- Níveis de Ocorrência  potato crisps (US=Chips): 399-1.202 μg/kg  potato chips (US= French fries): 159-963 μg /kg  coffee roasted and instant: 246-666 μg/kg  biscuits (US=cookies) : 169-518 μg/kg  crispbread and crackers : 87-459 μg/kg  coffee ready to drink: 3-68 μg/L Fonte: FAO/WHO (2010, 72nd JECFA)
  • 28. ACRILAMIDA- Aspectos Toxicológicos P450 2E1 •Efeitos genotóxicos e carcinogênicos: animais experimentais • Alterações morfológicas nos nervos: ratos • Efeitos neurotóxicos: seres humanos • Biotransformação em glicidamida: (epóxido) • IARC (1994): provável carcinógeno humano
  • 29. ACRILAMIDA- Estudos avaliados (72nd JECFA) Estudos considerados na 64th JECFA (2005) + Novos estudos toxicológicos : Metabolismo Genotoxicidade Efeitos neurocomportamentais Estudos a longo prazo com AA e glicidamida Vários estudos epidemiológicos
  • 30. Curva dose-resposta para derivação da BMD
  • 31. MOE = ACRILAMIDA- Cálculo da MOE BMDL/estimativa de exposição
  • 32. ACRILAMIDA- Conclusões e Recomendações • considerando que se trata de composto genotóxico e carcinogênico, as MOEs calculadas indicam PREOCUPAÇÃO • estudos epidemiológicos longitudinais (intra-indivíduo), com medição de níveis de adutos de hemoglobina com acrilamida e glicidamida em função do tempo de exposição ao contaminante na dieta são desejáveis para melhor estimar o risco de câncer para humanos
  • 33. FURANO- Formação e Ocorrência em Alimentos - éter cíclico altamente volátil - formado a partir de diferentes precursores em condições de processamento térmico ou não (radiação ionizante) - dados disponíveis indicam múltiplas rotas de formação
  • 34. FURANO- Mecanismos de formação
  • 35. FURANO- Níveis de Ocorrência (Faixa de níveis médios*) • roasted coffee (powder) : 1114-4590 µg/kg • instant coffee (powder) : 413-813.6 µg/kg • brewed coffee: 2-112.5 µg/kg • baby food: 21.7-96.3 µg/kg • soy sauce : 25-61.2 µg/kg • canned fish: 8.4-76 µg/kg • baked beans : 27-581 µg/kg. * 5562 resultados analíticos, 22 paises
  • 36. FURANO- Aspectos Toxicológicos  rapidamente absorvido, metabolizado e eliminado na urina e fezes  hepatotóxico*  carcinogênico*  estudos epidemiológicos em humanos não disponíveis *ratos e camundongos
  • 37. MOE = FURANO- Cálculo da MOE BMDL/estimativa de exposição
  • 38. FURANO- Conclusões e Recomendações • considerando que se trata de composto carcinogênico que pode atuar via metabólito genotóxico (cis-2-butene-1,4-dial (BDA), as MOEs calculadas indicam PREOCUPAÇÃO • os níveis de furano podem ser reduzidos em alguns alimentos através da volatilização (aquecimento de alimentos enlatados ou envasados com agitação, em panela aberta) • faltam dados sobre ocorrência de furano em todos alimentos e não há informação sobre métodos de mitigação
  • 39. Gerenciamento do Risco Aceitabilidade da MOE Natureza e magnitude das incertezas na avaliação toxicológica e na estimativa de ingestão Fatores socioeconômicos Danos à saúde Aspectos étnicos Risco-benefício Prioridades para ações regulatórias
  • 40. Referências  World Health Organization: WHO Technical Report Series 930, Sixty-fourth report of the Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives, Geneva 2006.  World Health Organization: WHO Technical Report Series 959, Seventy - second report of the Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives, Geneva 2010 Publicações disponíveis em : http://apps.who.int/ipsc/database/evaluations/search.aspx