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III Simpósio Fronteiras da Consciência
Consciência
e
Iluminação
Fausto Lyra de Aguiar
5 de maio de 2007 – Inap, RJ (rev 24/05)
Consciência e Iluminação são conceitos além
da lógica e dos modelos mentais com que
estamos habituados
Vamos procurar construir esses conceitos ao
longo da palestra
Procurando:
– Ampliar o entendimento sobre fenômenos
– Ir além do que nos imaginamos ser
– Ir além do Ego
– Conectar com a "Mente Pura"
Premissas
2
"Estar no Presente”
Importante No “aqui e agora”
em “plena atenção”
Pilares do Trabalho
Consciência
e
Iluminação
Ciência
Cognição
Cérebro
Meditação
Religião
Religiosidade
Budadarma
Níveis de
Consciência
‘Um Coração’
一心
3
A Ciência
1915: Einstein
“Teoria Geral da
Relatividade”
- Mudou a visão
newtoniana
- Deformação do “tecido
do espaço-tempo”
1905: Einstein publica
“Teoria da Relatividade
Especial”
Tempo e espaço não
são absolutos
Medidas de tempo e
espaço - função da
velocidade relativa
entre observadores
Cada observador tem
tempo e espaço
próprios
350 anos
atrás
Descartes e Newton
Metáfora: “mecanismo
de relógio”
Realidade pensada e
analisada em partes:
fragmentação do todo;
exemplo:
Medicina:
especialidades
Antiga lógica começa a
separar-se do
desenvolvimento
científico
- Campo eletro-
magnético
- Velocidade da luz
constante,
independente do
observador
Século XIX
Século XX
~ 1930: Mecânica Quântica
- a “estranha realidade”
• Partícula e Onda
• Entrelaçamento
• O colapso das
possibilidades
• O “Observador” e
• O “Real”
4
Afastamento cada vez maior entre a física e a
lógica tradicional
Conceitos novos surgindo a todo momento:
- “Big Bang”, expansão inflacionária, oceano de Higgs,
branas, universo holográfico, vácuo cheio, cordas
vibrantes, espaço de onze dimensões, não localidade, ...
De que é feito nosso Universo?
- Partículas / Ondas (fótons, elétrons e quarks)
- Matéria Negra, Energia Negra
O conceito do Observador
A física se aproximando do que os grandes sábios
viam em suas meditações
A Ciência
5
Observem que ao longo do tempo:
Temos um "diálogo interno" - permanentemte
São pensamentos “soltos”
Atuando a partir de “arquivos” já existentes no
cérebro, na memória
Estes “arquivos” constituídos moldam a forma
como: vemos, ouvimos, julgamos e filtramos
- “isso é bom”, “isso é ruim”
-“isso é certo”, “isso é errado”
Estamos em um contexto social que possui
seus "paradigmas"
A Cognição
6
CULTURA
FAMÍLIA
VALORES
ESCUTA/
PERCEBE
O MUNDO
EXPER.
PESSOAIS
“FÓRMULAS”
DE
SOBREVIVÊNCIA
Espermatozóide
CarmaÓvulo
A Cognição
"Quem descobriu a água com certeza
não foi um peixe"
Pensamentos gerados por cultura, família,
valores
Informações que vemos diz mais sobre nós do
que a própria “realidade”
Filtros modelam aquilo que vemos
Agimos conforme estas CRENÇAS
O valor “científico” e “lógico” das informações é
função do “conhecimento” em voga na sociedade
A Cognição: a Mente Ilusória
8
Somos moldados por essas informações pré-
existentes”
Estamos sob controle desses “arquivos”
Esse arquivo é herdado dos ancestrais pelos
cromossomos e por informações trazidas pela
consciência na concepção
O novo ser combina as 3 fontes de informação
• O DNA do espermatozóide
• O DNA do óvulo e
• O Carma
Como as percepções são moldadas?
O
Mundo
Memória
Experiências
Pessoais
Cultura
Valores
Família
Conheci-
mentos
A Cognição
9
• O que tomamos por um objeto concreto é
percebido como uma imagem mentalmente
construída
• Suas características dependem de fatores
externos e fatores subjetivos
• Os fatores subjetivos pertencem ao próprio
processo de percepção, como emoções e desejos
• A imputação de conceitos sobre esse objeto em
formação afeta sua construção perceptual
• Há uma mistura de conceitos e imagens mentais
com o objeto observado pela percepção nua
Percepção-Concepção: Sujeito e Objeto
10
Percepção e Concepção
‘Sujeito e Objeto’ em cada momento de percepção
A moldagem da Informação
1º Momento 2º Momento
3º Momento
Julgamento
“arquivo”/ carma
Conceito
Imputado O que é
registrado
pela mente
ilusória
O Objeto
• Analítico, linear,
temporal, seqüencial
• Dominante em nossa
cultura
• Foco específico
• Sobrevivência (lutar
ou fugir), linguagem,
auto-imagem
• Julga as informações
com base em arquivos
pré-estabelecidos -
sistema de crenças
O Cérebro Esquerdo
12
• Focado no todo,
percepção ilimitada
• Não julga, não tem
medo, é criativo e
espacial
• Onde aparecem os
“insights”
• Os grandes
breakthrough’s
científicos
• As visões dos místicos
O Cérebro Direito
13
O “presente” está no lobo frontal
Quando concentramos energia nesse local os
“arquivos” perdem efetividade
– Com treino meditativo pode-se estar no
“presente”
– Sem esse treino há um meio simples:
• Focar energia nas áreas adjuntas aos ossos
frontal e occipital
– Vamos fazer essa ‘experiência’?
O Cérebro: Estar no Presente - ‘Experiência’
14
É a experiência dos “olhos
da mente e do espírito”
A meditação permite:
- Ter o insight dos estados
mais elevados de
consciência
- Ter percepção da ‘mente
pura e cristalina’
- Estar no eterno presente”
- Sem a experiência da
meditação
– Ficamos sem base
– Sem compreensão
Meditação
15
Muitas maneiras de meditar
- Cada um deve procurar a
sua
Pode variar com a idade
Exemplos:
– Jovem: Zazen
– Meia idade: Dançar
– Terceira idade: “Plena
atenção”
Osho dizia:
– deve-se meditar todo o
tempo
– A ‘plena atenção’
Plena Atenção é estar com a
atenção concentrada no que se
estiver fazendo, no “aqui e
agora”
Meditação
16
Lá está o contato com a Existência, com Deus,
com o Tao, com Buda
Cérebro e coração parecem trabalhar em
conjunto
Na China o coração é considerado a sede da
mente: - 心
No ‘caminho da iluminação’ o meditador
precisa conseguir percepções e concepções
válidas
Enquanto nossas percepções e concepções
forem moldadas pelo “carma” estaremos
sendo guiados por ele
Meditação, Cérebro e Coração
17
Depois das questões urgentes da vida cotidiana:
- saúde, amor, estudos, carreira, trabalho e
dinheiro,
Aparece a questão espiritual
– O que somos?
– O que viemos fazer neste mundo?
Religião e Religiosidade
18
Religião e Religiosidade
Mestre Osho
• Distinguia
religião de
religiosidade
• A busca pela
religiosidade
deve ser
constante
• Plena atenção, a
porta do divino
Santo Agostinho
• Falava da
“Cidade de Deus”
X “Cidade dos
Homens”
• Cidade de Deus:
atingida pela fé,
pela
introspecção no
próprio divino
Buda
• Estar presente
• Além do ego,
das
circunstâncias,
do mundo das
ilusões, desejos
e apegos
• Não dualidade
• A ‘Mente Única’,
o ‘Um Coração
19
Sidarta, o Buda a ser, aos 29 anos embarcou em:
• Busca religiosa, com práticas ascéticas e
disciplinas mentais, conhecidas por “ioga”
Alcançou duas concentrações iogue
1. O estado de “nada” e
2. O estado de “nem percepção nem não
percepção”
• As sétima e oitava dhyanas (concentração
/ meditação)
Isso não foi suficiente e Shakyamuni corta com a
tradição de seu tempo
• que ensinava que esses estados de
meditação liberariam das aflições do mundo
Budadarma: Experiência de Shakyamuni
20
Ao perceber que as práticas ascéticas da época
(jejum, mortificação do corpo) enfraqueciam a
mente
– Criou o Caminho do Meio
– Nem luxo nem ascetismo
Então, sentou-se sob árvore “bodhi” (iluminação)
fazendo voto de não se mover até alcançar seu
objetivo
– Episódio do ataque de Mara
• A iluminação ocorre após
– As oito dhyanas, e
– A eliminação dos conceitos de ‘eu’ e ‘meu’
21
Budadarma: Experiência de Shakyamuni
1º estágio de dhyana:
pensamento aplicado,
visando desapego e alegria
2º estágio: concentração,
coração sereno, isento de
pensamento aplicado
3º estágio: a mente
equilibrada, em atenção
consciente; alegria
4º estagio: nem doloroso nem
prazeroso – na total pureza da
mente atenta.
Os Níveis
Tradicionais de
Meditação na
Iluminação de
Sidarta Gautama
A Visão da
Iluminação do Buda
na Tradição Budista
Níveis de Consciência
5º estagio: além de percepção de
forma, ‘vendo’ o “espaço sem fim”;
permanece na ‘estação de espaço
ilimitado.
6º estagio: além da ‘estação de
espaço ilimitado, ‘vendo’ ‘consciência
sem fim’, permanece na realização da
‘estação de consciência ilimitada’.
7º estagio: além da ‘estação de
consciência ilimitada’, ‘vendo’ ‘não há
nada’, ele permanece na realização da
‘estação de realmente nada’.
8º estagio: além do ‘campo de
realmente nada; permanece na
realização da ‘estação de nem
percepção nem não percepção’.
Os Níveis
Tradicionais de
Meditação na
Iluminação de
Sidarta Gautama
A Visão da
Iluminação do Buda
na Tradição Budista
Níveis de Consciência
Então, Sidarta elimina pela
raiz todo sentido de “eu” e
‘meu’, deixando de existir
como “pessoa”; torna-se o
Buda Shakyamuni
Então, para a iluminação seria necessário:
Obter os 8 níveis de meditação, as 8 Dhyanas
Entrar no “Caminho de Ver”, com percepções
válidas que duram mais que um momento
Mas, ainda sem remover a concepção da
existência inerente dos fenômenos
Inata aos seres desde o tempo sem começo
Iluminação e as Duas Verdades
24
No nível seguinte, o “Caminho da Meditação”:
1º - Fenômenos – inclusive o self - parecerão
existir inerentemente,
2º - Até que, quando todas as concepções inatas
de existência inerente são removidas,
3º - O meditador obtém o “Caminho de Não Mais
Aprendizado”; tornou-se um Buda
Iluminação e as Duas Verdades
25
Quando todas as concepções inatas de existência
inerente são removidas, as duas verdades
(1) A verdade convencional – a aparência
convencional de fenômenos, inclusive as idéias de ‘eu’
e ‘meu’, e
(2) A verdade fundamental – o vazio de todas as
coisas e ausência de self (ou ego ou personalidade)
São vistas simultaneamente (onisciência)
Não há mais distinção entre o período de
meditação e o período de não meditação
Todas as cognições Búdicas são diretas e válidas
Iluminação e as Duas Verdades
26
Consciência e seus Níveis
Bege 0 a 1,5 ano - Instintivo, sensório-motor,
sobrevivência
Púrpura 1 a 3 - Animista, mágico, tribo, etnocêntrico
Vermelho 3 a 6 - Egocêntrico, heróico, poder, mundo selva
Azul 7 a 10 - Mítico, rebanho, certo x errado, religião,
membro, viver pela regra
Laranja 12 a 14 - Científico, sucesso individualista, ganhos
materiais, objetivo
Verde Pluralista, individualista, relativista, comunidade,
Gaia
Amarelo Integrativo, flexibilidade, espontaneidade,
conhecimento, competência
Turquesa 25/30 - Holístico, sentimento, conhecimento,
espiritualidade
(Estudos Ocidentais; Wilber, Beck e Cowan) 27
Consciência e seus Níveis
Testemunha
Dual
Sujeito e objeto diferenciados
Equanimidade Unicidade - o Um igual ao Todo e vice versa
Testemunha
Não Dual
Nem isso nem aquilo – sujeito e objeto
indiferenciados
OM Nem dual nem não dual, isso, suchness
Mente Única A grande mente onde tudo surge e cessa
A visão oriental: em geral, depois dos 40 anos essa busca se inicia
28
8. Turquesa (holístico)
7. Amarelo (integrativo)
6. Verde (pluralista)
5. Laranja (científico)
4. Azul (mítico)
3. Vermelho (egocêntrico)
2. Púrpura (animista)
1. Bege (instintivo)
Níveis de Consciência Adotados
13. A Mente Única (onde tudo
surge e cessa) – o Um Coração
12. Om (nem dual nem não dual)
11. Testemunha Não Dual (sujeito
e objeto indiferenciados)
10. Equanimidade (unicidade)
9. Testemunha Dual (sujeito e
objeto diferenciados)
Wilber, Beck e
Cowan (*)
(*) Integral Psychology e Spiral
Dynamics
KW, Budadarma e
Experiência Própria
Consciência
E Seus Níveis
Níveis de Consciência em Memes
(meme - grupamento humano que tem
a mesma perspectiva em sua visão da realidade / mundo)
Bege 0-1,5 ano - Instintivo, sensório-motor,
sobrevivência; 0,1% população; 0% de poder
Púrpura 1-3 - Animista, mágico, tribo, etnocêntrico,
espírito de ancestrais, torcidas; 10%, 1% poder
Vermelho 3-6 - Egocêntrico, heróico, mundo selva, poder,
glória, gangues, impérios feudais; 20%; 5% poder
Azul 7-10 - Mítico, conformista, membro, viver pela regra,
certo x errado, religião; Puritanismo, Confucionismo,
Comunismo; 40% da população; 30% do poder
Laranja 12-14 - Científico, sucesso, individualista, ganhos
materiais, objetivo; 30% pop. e 50% poder
Verde Pluralista, individualista, relativista, comunidade,
Gaia; Greenpeace; 10% pop. e 15% poder
Amarelo Integrativo, flexibilidade, conhecimento,
competência, espontaneidade; 0,9%; 5% poder
Turquesa >30 - Holístico, universal, sentimento,
conhecimento, espiritualidade; 0,1%
(Wilber, Beck e Cowan)
O que acontece depois de se chegar aos estados mais
elevados de consciência? Será que chegamos à
iluminação?
– É provável que não!
- Essa experiência é geralmente localizada
-Com o tempo vão aparecendo outros estresses,
dentre as inumeráveis dislexias que trazemos no
‘arquivo’, que nos trazem para níveis mais baixos
Andando no “Caminho”, usando a “plena atenção”
vamos ficando cada vez mais estáveis nos níveis mais
elevados, mas esse caminho é longo e
Em cada estado almejado descobrimos que há algo
mais adiante
Afinal qual é o objetivo?
Onde queremos chegar?
31
Podemos voltar a níveis mais baixos
– porque estão incorporados a nossa estrutura e
– podem ser chamados a atuar dependendo das
circunstâncias
Desde o nascimento crescemos partindo do nível bege
(instintivo) em direção aos níveis mais elevados,
Em cada um dos níveis
– a visão do mundo é feita através dessa perspectiva
– que é diferente de quem estiver em outro nível
– isso é razão de muitos desencontros
A experiência do Buda diz que
– somente a eliminação da idéia de “eu” e “meu”,
que nos é inata, leva à iluminação
Afinal qual é o objetivo?
Onde queremos chegar? *
32
Buda: seus ensinamentos não incluem um Deus
criador do universo como nas religiões “judaico -
cristã - islâmica”
Sua metáfora mais próxima é a Mente Única (o Um
Coração 一心)
O conceito de self e outros fenômenos são manifestações
(ou flutuações) desta mente
O termo Consciência Universal poderia ser usada
como metáfora desse “Um Coração”
Os ‘nomes sagrados’ como Deus, Jeová, Alá,
Brahman, Shiva e mesmo Iluminação, estão
carregados de estresse emocional e energético
É preciso meditação para melhor aceitar os aparentes
conflitos de crença entre seus seguidores
Deus ou (o Um Coração 一心) é um só, qualquer que
seja a metáfora usada
Deus e Mente Única 一心
33
O estado “normal” é o da mente límpida sem
pensamentos; pensar é um ato autônomo
O “normal” parece sem graça para a mente ilusória e
seu gosto pelo drama!
Na tranqüilidade da mente búdica, não há
– felicidade ou infelicidade
– pesar nem desespero, nem ansiedades
– nem tragédias, nem ciúmes, nem amores, nem
ódios, nem ânsias de poder, nem desilusões
– nem gols do Flamengo, nem novela da Globo, nem
BBB
É o interesse pelo carnaval (bhava) – bom ou ruim –
que nos faz ficar (ou voltar) para a mente ilusória
Sofrimento e alegria são dualidades de mesma
natureza; pertencem a mesma festa de carnaval
Qual a principal dificuldade para
alcançar a Iluminação?
34
A energia do corpo
Sem ela o corpo é morto
O momento da morte é o momento em que a
consciência deixa o corpo
O fantasma na máquina
No Mahayana (*), o primeiro momento de consciência,
antes que se misture com os conceitos pré-existentes
na mente ilusória - o Carma
A consciência que encarna é chamada de Alma
(judaico cristãs); Carma (Budadarma)
Talvez só exista informação e a matéria um mito
• * Budismo Mahayana
O que é Consciência? Reflexões:
35
1º - Em “plena atenção”,
2º - Simultaneamente nas “Duas Verdades”
– a Fundamental e a Convencional
3º - Tendo eliminado pela raiz qualquer idéia de
eu, meu, mim
4º - No espaço onde tudo surge e cessa 一 心
O que é Iluminação? Reflexões:
36
Sugestões de percurso:
1º - Estando em “plena atenção”
2º - Ter coragem para “parar e ver” – meditação e
insight
3º - Encontrar um Mestre
4º - Evitar processos que reforcem ego e
personalidade
5º - Ir pouco a pouco subindo nos níveis de
meditação e de consciência
6º - Chegar à “Mente Única” 一 心
7º - Encontrar as “Duas Verdades”
8º - Eliminar pela raiz qualquer idéia de eu, meu,
mim 37
Qual o Caminho para a Iluminação?
– A mente cada vez mais quieta, no aqui e
agora
– Diminuição progressiva de sofrimentos
ligados ao ego
• Ciúme, inveja, cobiça, ressentimento, raiva
• Visões de poder e similares da “mente
ilusória”
– A pessoa opera com atenção plena, com
percepções e concepções cada vez menos
moldadas
– Pensa no presente; livre de conceitos e
formulas pré-existentes na mente ilusória
Experiência Fruto do Crescimento
38
Visão das Grandes Tradições
39
Visão Budista Os Povos da Bíblia
- Não há dificuldade em
relação a morte
- O conceito de sofrimento
está ligado ao carma
(ações no passado)
- Eliminação do “ciclo de
nascimento e morte”,
- A reencarnação do carma
é a questão principal
- Os infernos aparecem
através do carma; inclusive
onde renasce, de que pais,
com que habilidades
• Percebem tudo que é ‘bom’
ou ‘mal’ com relação a
regras ditadas por Deus
• A figura todo poderosa de
um Deus e o medo de Deus
• A oração - encontro com
Deus (pedidos)
• Ressurreição do corpo;
vida eterna após a morte
no céu ou no inferno
• O medo da morte
- Lembrando que iluminação é difícil e deve-se
estar preparado para um período longo de “ficar
cada vez melhor”,
- E que meditação é condição necessária para uma
vida mais plena, podemos concluir:
“Quando você descansa na clareza cristalina da
percepção sempre presente, você não é Buda ou
Bodhisattva, você não é isso ou aquilo, você não
está aqui ou acolá; quando você relaxa na simples
percepção eternamente presente, você é o
grandioso não-nascido, liberado de quaisquer
qualidades”.
Ken Wilber, The Eye of Spirit
Conclusão
40
Sutras Budistas (tradução de F. Aguiar)
- Sutra de Hui-neng (3 versões)
- Sutra Lótus
- Sutra Coração
- Os Três Sutras da Terra Pura
- Sutra Vimalakirti
- Sutra Sandhinirmorcana
- Sutra Avatamsaka – A Escritura do Ornamento de Flores
- Livro 1 a livro 24
- Livro 31 a livro 36
Uma Psicologia Budista
–Introdução ao livro ‘As Setenta Stanzas’ de Nagarjuna, David
Komito, PhD
Palestras de Osho
Integral Psychology, K. Wilber
Uma Nova e Milenar Maneira de Ver a Vida – F. Aguiar
Fontes Principais
41
Anexos
Níveis Emocionais e de Consciência
• Níveis Emocionais
• Aceitação x Oposição
• Disposição x Apatia ou
Raiva
• Segurança x Vergonha
• Igualdade x Culpa
• União x Separação
• No presente x Ausente
Níveis de Consciência
•OM
•Testemunha Não Dual
•Equanimidade
•Testemunha Dual
•Causal (êxtase, sida)
•Sutil (amor incondicional)
•Coral (mente psíquica)
•Turquesa (holístico)
•Amarelo (integrativo)
•Verde (pluralista)
•Laranja (científico)
•Azul (mítico)
•Vermelho (egocêntrico)
•Púrpura (animista)
•Bege (instintivo)
Os Espaços
Om, Mente Única e Buda
são usados para
auxiliar na “Cura” 43
Sidarta, o Buda a ser, aos 29 anos embarcou em
– Busca religiosa, com práticas ascéticas e disciplinas
mentais
– Conhecidas por “ioga”
Alcançou duas concentrações iogue
1. O estado de “nada” e
2. O estado de “nem percepção nem não percepção”
- As sétima e oitava dhyanas (concentração / meditação)
Isso não foi suficiente e Shakyamuni corta com a
tradição de seu tempo
– que ensinava que esses estados de meditação liberaria
das aflições do mundo
A Experiência de Shakyamuni
O Budadarma
44
Logo, tentou purificação com jejum e
– Percebeu que isso enfraquecia a mente
– Criou o Caminho do Meio
Então, sentou-se sob de árvore “bodhi” (iluminação)
– Fazendo voto de não se mover até alcançar seu objetivo
– Logo Mara atacou tentando Shakyamuni ou teria
recebido impulsos derivados de seu próprio instinto de
viver; ameaçado por seu voto de imobilidade
Após a oitava dhyana, seguiu-se:
– Na 1a vigília da noite, viu suas vidas passadas; como
uma fita de cinema de sua biografias
A Experiência de Shakyamuni
O Budadarma
45
Na 2a vigília, viu todo o universo de nascimento e morte
– Viu a morte e renascimento de todos os seres
– Viu os cinco domínios em que os seres poderiam renascer
– E isso seria resultado de suas próprias ações
– Seus renascimentos seriam determinados por seus carmas
(ações)
Na 3a, viu as “Quatro Nobres Verdades”, os “Doze Elementos
da Originação Dependente” e o “Nobre Caminho Óctuplo”
– Formulações de solução lógica para a lei do carma e
– A verdade do não self, que é a percepção fundamental que
leva a iluminação
Na 4a vigília, obteve onisciência e, quando o sol nasceu, não
era mais Shakyamuni, mas ‘um Buda’, ‘um iluminado’
Essa experiência é a base de seu ensinamento
A historia subseqüente do Budadarma é uma progressiva
explicação e interpretação dessa experiência
A Experiência de Shakyamuni
O Budadarma
46
Causalidade e suas implicações
Não no sentido físico mecanicista ocidental onde a ação de
um objeto provoca a ação de outro objeto; ex. bilhar
Essa causalidade é a “originação dependente”:
Quando isso está presente, isso vem a ser;
Do surgimento d’isso, isso surge.
Quando isso está ausente, isso não vem a ser,
Na cessação d’isso, isso cessa.
“Depende” é a palavra chave; seria incorreto dizer que
‘nome e forma’ causa os ‘seis campos dos sentidos’
Mas, a forma (matéria) é necessária para o aparecimento
dos sentidos
Causalidade e os Doze Elementos
47
1. Ignorância
2. Formações Cármicas
3. Consciência
4. Nome e Forma
5. Seis Campos dos Sentidos
6. Contato
7. Sentimentos
8. Desejo
9. Ganância
10. Vir a ser (bhava, carnaval)
11. Nascimento
12. Morte, tristeza, sofrimento
Representam os vários ‘aspectos do ser humano em conjunção com seu
ambiente’; é um todo dinâmico; os skandhas são estáticos
O sistema funciona em círculo
Bhava – os 3 níveis de realidade ou modos de existência; os domínios do
desejo, forma e não forma – o gosto pelo “carnaval”
Os Doze Elementos da Originação
Dependente - Pratitya samutpada
48
 Cada elemento depende do anterior
 Começando a descrição desde o 4º até o 7º elemento:
 O 4º elemento é identificado como ‘nome e forma’, que é
o termo técnico Budista para a entidade psicológica
chamada “uma pessoa”
 ‘Nome’ identifica consciência e seus vários aspectos
 ‘Forma’ identifica matéria e seus vários aspectos
 Em ‘nome’ estão os agregados (skandhas) de:
 Sentimento, percepção, formações cármicas e
consciência
 Isto é, todos os aspectos imateriais de um ser
 O 5º - “os seis campos dos sentidos” ou ‘portões’ ou
‘entradas’; os seis campos pelos quais a consciência opera
 São os campos do olho, ouvido, nariz, língua, corpo
(sensos táteis) e mente
Causalidade e os Doze Elementos
49
 Mente é um órgão cujos objetos são conceitos, imagens
mentais e outros sentidos de consciência; o conceito de
“mim”; a imagem de uma pessoa - identificada como “eu”
 O 6º é “contato”, isto é, a JUNÇÃO de um objeto de
percepção, um órgão dos sentidos e uma consciência; um
olho, uma forma material e uma consciência visual.
 O 7º - é identificado como “sentimentos”, podendo ser
agradáveis, dolorosos ou nem agradáveis nem dolorosos
 Há 6 classes de sentimentos, conforme o órgão dos
sentidos do qual depende
 O fenômeno sentimento surge em dependência do
fenômeno contato, o fenômeno do contato surge em
dependência do fenômeno de um campo de sentidos e o
fenômeno de um campo dos sentidos surge em
dependência do fenômeno ‘nome e forma’, o ser
psicológico!
Causalidade e os Doze Elementos
50
 O 8º - Desejo surge em dependência de contato e ganância
surge em dependência de desejo
 Nós desejamos experiências sensoriais agradáveis e
cobiçamos sua continuação; para experiências dolorosas
desejamos cessação
 Buda viu que todos os fenômenos surgem e cessão
 Desejamos que o agradável permaneça e que o
desagradável cesse; e nos apegamos a ambos
 Daí surge o 9º elemento - ganância ou apego - por
objetos e sentimentos
 Esse apego ao carnaval é função do desejo por objetos
dos sentidos e dos prazeres ou sofrimentos associados
 Esse ciclo de desejar o transitório é a natureza de nossa
existência; é o 10º elemento ‘vir a ser’ (bhava; apego ao
carnaval)
Causalidade e os Doze Elementos
51
 Esse ciclo de desejos é apropriado pelo “Eu”; um conceito
que é objeto do órgão dos sentidos “Mente”
 O ‘vir a ser’ (bhava; atração pelo “carnaval”; os modos de
existência, os domínios do desejo, forma e não forma) não
começou nessa vida em, nem acaba com ela
 Buda viu sua própria serie de vidas sem começo e o
continuum de vidas dos seres sencientes
 Esse contínuo de vida depende do apego à continua
existência do “EU”, com suas experiências dos sentidos
 Por isso, após uma vida obtém-se outra
 Como o que quer que nasça irá morrer; ‘nascimento’
ocorre em dependência de ‘vir a ser’ e, na dependência de
nascimento está ‘morte’.
 A noção de que esse apego pela existência continuada de
um self, isto é da experiência de “mim mesmo”, poderia
levar a um novo nascimento é particularmente estranha à
mente judeu-cristã. Como explicar?
Causalidade e os Doze Elementos
52
 A coisa mais próxima de “uma pessoa é “nome e forma”
 Buda ensinou que ‘nome e forma’ (o 4º) se origina em
dependência do 3º – ‘consciência’; nenhum corpo (forma)
poderia existir sem consciência, porque estaria morto
 Sono é considerado como sendo total desatenção aos
objetos dos sentidos, isto é, consciência de nada e, não a
não existência de consciência
 Consciência não é experenciada sem influencias de
experiências prévias, que deixam traços na memória que
moldam a consciência
 Por isso, ‘consciência (3º)’ depende do 2º elemento,
‘disposições’ ou ‘formações cármicas’
 Os traços deixados por ações anteriores (carma) somam ao formar
a consciência
 Porque para o não iluminado a percepção nunca é “consciência
crua” sem influência de ações passadas
Causalidade e os Doze Elementos
53
 As ‘formações cármicas’ surgem em dependência do 1º elemento,
‘ignorância’
 Ignorância significando desconhecimento da natureza real - ou o
estado existencial dos fenômenos internos e externos
 Devido as experiências passadas (carma, DNA’s), coisas e
fenômenos são interpretados e
 Se reage a eles dentro de um contexto de desejo e aversão; onde
se superestima seus aspectos atrativos e repulsivos
 As pessoas não vêem as coisas como elas são, mas de forma
distorcida e de forma habitual
 Por isso, a consciência que surge em dependência das ‘formações
cármicas’ é distorcida pela ignorância
• Essa ignorância profunda não depende das experiências de uma
única vida, mas sim de múltiplas vidas e por isso,
• Depende dos elementos anteriores (11º e 12º), ‘nascimento’ e
‘morte’
Causalidade e os Doze Elementos
54
 Os prazeres e sofrimentos dessas vidas deixam traços que distorcem
a consciência; a contração em relação ao desagradável e a cobiça
pelo agradável
 Os principais traços são a dor do parto, o terror da morte,
envelhecer e ficar frágil
 Coisas agradáveis são buscadas com desejo que superestima os
prazeres e seguidas por constante medo de perda
 Os doze elementos descrevem o desenrolar da existência de seres
de forma dinâmica
 Vida após vida, os seres se apegam a satisfações transitórias de
maneira ignorante
 A ganância depende da ignorância (entendimento incorreto da
natureza real dos fenômenos) e sua conseqüente atração ou
aversão para com esses fenômenos
 É a ganância que impele os seres para o fluxo de renascimento
Causalidade e os Doze Elementos
55
 Buda viu os seres circulando sem fim por essa existência
cuja natureza é descrita pelos doze elementos, momento a
momento; a isso chamou de samsara
 Buda também viu a saída do ciclo:
 Cada um dos doze elementos é condição da qual os
demais dependem
 Se qualquer uma delas for destruída, todo o ciclo
cessará
 A cessação desse ciclo é o nirvana
 Buda também viu a verdade do não self:
 A ‘coisa’ mais próxima de uma pessoa é nome e forma (4º);
matéria é composta dos “quatro grandes elementos”: terra,
ar, fogo e água (talvez quarks, elétrons, fótons e espaço)
 Quando percebemos algo, é essa forma que estamos
percebendo; a base física de “uma pessoa”; o corpo
 “Nome” é a ‘consciência’ que faz ‘o perceber das formas’;
é o que é entendido como “mente”
Causalidade e os Doze Elementos
56
 O corpo é um composto de fatores: sentimentos –
agradáveis, dolorosos ou nem agradáveis nem dolorosos;
percepções – seis, conforme a base dos órgãos dos
sentidos; formações cármicas – traços de experiências
passadas mais características básicas de atenção e
memória e consciência bruta, nua - atenção pura ainda não
moldada pelas formações cármicas ou percepções
 O conceito de skandha - os cinco “agregados” da mente
ilusória em que se baseia a ilusão de uma individualidade
separada - são formas, sensações, percepções, formações
cármicas (ou atividade) e consciência
 Os skandhas se referem ao perceber dos objetos (não aos
órgãos como nos elementos) e a consciência skandha é
consciência considerada no abstrato, sem moldagens
Causalidade e os Doze Elementos
57
 O sistema skandha é estático e analítico; descreve os
componentes que fazem ‘uma pessoa’
 O sistema dos doze elementos é dinâmico – descreve como
os skandhas interagem ao longo do desabrochar da
existência humana - e como afetam um ao outro no tempo
 Em nenhum local da descrição dos skandhas encontramos
referência a uma pessoa; pode-se identificar um
pensamento subjetivo “EU” dentro desse sistema como
uma memória ou um nome, caindo no skandha de
formações cármicas
 Também pode-se identificar o pensamento “EU” como um
objeto de percepção do sentido “mente”, em cujo caso
cairia no skandha de percepção
 Em nenhum lugar pode-se encontrar um órgão ou
entidade que seja um ‘eu’ ou ‘self’ real
 É esse self que só pode ser encontrado como um rótulo
aplicado a experiências subjetivas, que é identificado pelo
Buda como o não self de uma pessoa
Causalidade e os Doze Elementos
58
 Há um “Eu” subjetivo, mas não há nenhuma pessoa real para agir
como um equivalente para o conceito “Eu”
 Todos usamos o rótulo “Eu” e todos experimentamos um “Eu”
como sujeito aparente de “nossas” experiências
 Mas, se houvesse um self ou pessoa ou ser que corresponda ao
sentido subjetivo de “Eu”, então deveria ser encontrado na analise
do ser humano, feita através dos 5 skandhas
 Se o skandha da forma for removido, um self será encontrado? Ou
se o skandha da consciência for removido, um self será encontrado?
 Onde se olhar dentro dos 5 skandhas nenhum self real é
encontrado, somente uma idéia de um “Eu”, imaginado como self
 A essência da ignorância é acreditar self existe no cerne
dos seres e se agarrar a ele; é a razão pela qual ‘seres’
renascem
Causalidade e os Doze Elementos
59
 A crença da existência de algo que atende pelo rótulo “Eu”
ou a experiência “mim” é apenas um caso especial do
hábito ignorante geral de acreditar que haja entidades
reais de qualquer natureza
 Ou objetos de referência para quaisquer rótulos e que
carreguem as características atribuídas a elas por esses
rótulos
 É a destruição dessa crença ignorante e distorcida que
‘self’s e coisas’ são o que parecem ser que quebra a cadeia
dos doze elementos e trás o nirvana
 Todos elementos surgem em dependência da ignorância,
que é primariamente a crença num self
 Então com a cessação dessa crença incorreta:
 todo o complexo dos doze elementos se quebra
 os cinco skandhas não têm mais nenhuma base onde se
juntar
 renascimento para e sofrimento cessa
Causalidade e os Doze Elementos
60
A doutrina fundamental do Budismo enunciado pelo Buda
Shakyamuni em seu primeiro sermão (Dharma cakra
pravartana sutra) ensina que:
1. Duhkha - toda existência é frustrante e sofrida
2. Samudaya (surgimento) – sofrimento surge devido ao desejo
por sensações e experiências prazerosas
3. Nirodha (cessação) – é possível livrar-se do sofrimento e
conseguir nirvana
4. Marga - existe uma maneira de atingir este objetivo,
Consiste de 8 fatores que coletivamente podem levar ao
Nirvana – o Nobre Caminho Óctuplo
As Quatro Nobres Verdades
61
• 1. Visão Correta – aceitação do Ensinamento (Darma);
relacionado com insights e prajna
• 2. Decisão Correta – ter perspectiva positiva; determinação
pela iluminação
• 3. Fala correta – falar de forma positiva e produtiva, em lugar
de mentir, enganar ou ferir;
• 4. Ação correta – manter os 5 preceitos básicos; proibindo
matar, roubar, má conduta sexual, mentir e usar drogas
• 5. Meio de vida correto – evitar profissões que possam ferir a
outros
• 6. Esforço correto – dirigir a mente para religiosidade; nutrir
os estados saudáveis da mente
• 7. Plena atenção correta – estar todo o tempo presente e
atento,no que estiver fazendo, pensando ou sentindo
• 8. Meditação correta – treinar a mente para alcançar o estado
de atenção focada necessária para entrar nas 8 dhyanas
Grupamentos: (1) e (2) – Insight (prajna; sabedoria); (3) a (5) – Moralidade (sila);
(6) a (8) – Meditação (samadhi)
O Nobre Caminho Óctuplo
62
CAMPO OBJETIVO CONSCIÊNCIA ÓRGÃO DOS SENTIDOS
Formas Consciência Visual Olho
Sons Consciência Auditiva Ouvido
Cheiros Consciência Olfativa Nariz
Paladares Consciência de Sabor Língua
Tangíveis Consciência Tátil Corpo
Conceitos Consciência Mental Mente
Consciência e Percepção no
Budismo
63
Uma percepção ocorre quando há contato entre
um órgão dos sentidos, um objeto em seu campo
e consciência; por exemplo
 Ver: contato entre forma - olho - consciência
Esses três – órgão, objeto e campo de consciência
- surgem e cessam juntos ao longo da seqüência
de momentos
Um momento é um pequeno intervalo de tempo;
diz-se que há 65 desses momentos no ‘estalar um
dedo’
 A tabela parece identificar seis tipos de
consciência; mas, há apenas uma consciência
fundamental a “consciência primária”, ou
“consciência”.
Consciência e Percepção no
Budismo Mahayana
64
Shariputra pergunta à Avalokiteshvara
Como deveria treinar quem deseja se engajar na prática
da perfeição da sabedoria?”
A resposta resumida:
• Os cinco agregados são vazios de existência
intrínseca
• Forma é vazio, vazio é forma, vazio não é outro que
forma, forma também não é outro que vazio
• Da mesma forma, sentimentos, percepções,
formações mentais e consciência são todos vazios
• Todos os fenômenos são vazios e sem características
definidoras
• Não nascem, não cessam, não são deficientes, não
são completos
Sutra Coração (resumido)
65
• No vazio não há forma, nem sentimentos, nem
percepções, nem formações mentais, e nem
consciência
• Não há olho, ouvido, nariz, língua, corpo, nem mente
• Não há forma, som, cheiro, sabor, textura ou objetos
mentais
• Não há ignorância, não há extinção de ignorância, não
há envelhecimento e morte, nem extinção de
envelhecimento e morte
• Não há sofrimento, origem, cessação ou caminho
• Não há sabedoria, nem realização, nem não realização
• Mantra:
Tadyatha gaté gaté paragaté parasamgaté bodhi svaha!
Sutra Coração (resumido)
66
• “Da mesma maneira, sentimentos, percepções, formações
mentais (atividades) e consciência são todos vazios”.
• Perceber o isso (suchness) de todos os fenômenos é a verdade
fundamental sobre a natureza da realidade.
• As duas verdades (convencional e fundamental) são dois aspectos
de uma única realidade
• A pessoa pode perceber diretamente a ausência completa de
realidade independente em todas as coisas e eventos
• Em tal estado, não há formas, nem sentimentos, nem sensações,
nem percepção, nem formações mentais, ou seja, nada mesmo!
• Para uma pessoa imersa na realização direta do vazio,
características como originação e cessação - ou qualquer
dualidade – não são encontradas
Conselho: Não se baseie meramente no entendimento intelectual,
mas na experiência direta
Sutra Coração
Comentários do Dalai Lama
67
1. Alegria Extrema
– Fazem as práticas dos seres iluminandos e
beneficiam os seres sencientes com alegria;
desenvolvem raízes de bondade; foco nos votos
2. Pureza
– Honestidade total, seguindo o caminho do insight
correto para o domínio da realidade; remoção de
todos aviltamentos
3. Refulgência
– Realizam as oito dhyanas; plena atenção correta;
desapego; comprometimento com a iluminação
( ‘Escritura do Ornamento de Flores’)
Os Dez Estágios de Iluminação
dos Seres Iluminandos
68
4. Fulgor
– Entrando na luz do Darma; atenção; concentração;
fé; cooperação; energia; mente pura
– Igualdade; imparcialidade; equanimidade;
entendimento das duas verdades, a convencional e a
fundamental
6. Difícil de Conquistar
– Participar do mercado com profissões mundanas;
desenvolver seres sencientes
7. Presença
– Entrando no Ensinamento profundo; equanimidade;
não dualidade de existência e não existência de todas
as coisas; vendo coisas por sua natureza intrínseca;
analise de ignorância; prajna
Os Dez Estágios de Iluminação
69
7. Indo Longe
– O Caminho, meios expedientes, intenção pura;
prajna; não dualidade da essência de ser e não
ser; todos elementos de iluminação são cumpridos
momento a momento
– Parecem praticar os caminhos de não budistas e
seguem ocupações mundanas
8. Imóvel
- Todos os elementos acima são executados sem
esforço; contemplação em prajna; foco no
Caminho Búdico
Os níveis
(9) Mente Boa e (10) Nuvem de Pensamento
– são aprofundamentos na onisciência
Os Dez Estágios de Iluminação
70
Níveis Emocionais e de Consciência
Níveis Emocionais
Aceitação x Oposição
Disposição x Apatia ou Raiva
Segurança x Vergonha
Igualdade x Culpa
União x Separação
No presente x Ausente
Níveis de Consciência
OM
Testemunha Não Dual
Equanimidade
Testemunha Dual
Causal (êxtase, sida)
Sutil (amor incondicional)
Coral (mente psíquica)
Turquesa (holístico)
Amarelo (integrativo)
Verde (pluralista)
Laranja (científico)
Azul (mítico)
Vermelho (egocêntrico)
Púrpura (animista)
Bege (instintivo) 71
Os Espaços
Om, Mente Única e Buda
são usados para “cura”
Níveis de Consciência em Memes
(meme - grupamento humano que tem
a mesma perspectiva em sua visão da realidade / mundo)
Bege 0-1,5 ano - Instintivo, sensório-motor,
sobrevivência; 0,1% população; 0% de poder
Púrpura 1-3 - Animista, mágico, tribo, etnocêntrico,
espírito de ancestrais, torcidas; 10%, 1% poder
Vermelho 3-6 - Egocêntrico, heróico, mundo selva, poder,
glória, gangues, impérios feudais; 20%; 5% poder
Azul 7-10 - Mítico, conformista, membro, viver pela regra,
certo x errado, religião; Puritanismo, Confucionismo,
Comunismo; 40% da população; 30% do poder
Laranja 12-14 - Científico, sucesso, individualista, ganhos
materiais, objetivo; 30% pop. e 50% poder
Verde Pluralista, individualista, relativista, comunidade,
Gaia; Greenpeace; 10% pop. e 15% poder
Amarelo Integrativo, flexibilidade, conhecimento,
competência, espontaneidade; 0,9%; 5% poder
Turquesa >30 - Holístico, universal, sentimento,
conhecimento, espiritualidade; 0,1%
(Wilber, Beck e Cowan)
Qualquer assunto – aprendizado, amor, sexo, dinheiro,
trabalho, sucesso, felicidade, iluminação - pode ser fonte
de estresse e desequilíbrio energético
Utiliza-se sistema holístico com base em bio-feedback para
determinar dislexias que forem prioridades para o corpo da
pessoa
Como as respostas são binárias é necessário ter listagem
de dislexias para nomear as prioridades
Conhecendo-se e medindo-se esses estresses é possível
desativá-los
Os métodos para desativação podem ser vários, desde que
o facilitador tenha intimidade com eles
O sistema Terapia do Swami Amano pode ajudar nessa
tarefa, com suas tabelas de estressores e o uso de bio-
feedback
Bio-feedback , Estresse e Terapia
73

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Consciencia e iluminação

  • 1. III Simpósio Fronteiras da Consciência Consciência e Iluminação Fausto Lyra de Aguiar 5 de maio de 2007 – Inap, RJ (rev 24/05)
  • 2. Consciência e Iluminação são conceitos além da lógica e dos modelos mentais com que estamos habituados Vamos procurar construir esses conceitos ao longo da palestra Procurando: – Ampliar o entendimento sobre fenômenos – Ir além do que nos imaginamos ser – Ir além do Ego – Conectar com a "Mente Pura" Premissas 2 "Estar no Presente” Importante No “aqui e agora” em “plena atenção”
  • 4. A Ciência 1915: Einstein “Teoria Geral da Relatividade” - Mudou a visão newtoniana - Deformação do “tecido do espaço-tempo” 1905: Einstein publica “Teoria da Relatividade Especial” Tempo e espaço não são absolutos Medidas de tempo e espaço - função da velocidade relativa entre observadores Cada observador tem tempo e espaço próprios 350 anos atrás Descartes e Newton Metáfora: “mecanismo de relógio” Realidade pensada e analisada em partes: fragmentação do todo; exemplo: Medicina: especialidades Antiga lógica começa a separar-se do desenvolvimento científico - Campo eletro- magnético - Velocidade da luz constante, independente do observador Século XIX Século XX ~ 1930: Mecânica Quântica - a “estranha realidade” • Partícula e Onda • Entrelaçamento • O colapso das possibilidades • O “Observador” e • O “Real” 4
  • 5. Afastamento cada vez maior entre a física e a lógica tradicional Conceitos novos surgindo a todo momento: - “Big Bang”, expansão inflacionária, oceano de Higgs, branas, universo holográfico, vácuo cheio, cordas vibrantes, espaço de onze dimensões, não localidade, ... De que é feito nosso Universo? - Partículas / Ondas (fótons, elétrons e quarks) - Matéria Negra, Energia Negra O conceito do Observador A física se aproximando do que os grandes sábios viam em suas meditações A Ciência 5
  • 6. Observem que ao longo do tempo: Temos um "diálogo interno" - permanentemte São pensamentos “soltos” Atuando a partir de “arquivos” já existentes no cérebro, na memória Estes “arquivos” constituídos moldam a forma como: vemos, ouvimos, julgamos e filtramos - “isso é bom”, “isso é ruim” -“isso é certo”, “isso é errado” Estamos em um contexto social que possui seus "paradigmas" A Cognição 6
  • 8. "Quem descobriu a água com certeza não foi um peixe" Pensamentos gerados por cultura, família, valores Informações que vemos diz mais sobre nós do que a própria “realidade” Filtros modelam aquilo que vemos Agimos conforme estas CRENÇAS O valor “científico” e “lógico” das informações é função do “conhecimento” em voga na sociedade A Cognição: a Mente Ilusória 8
  • 9. Somos moldados por essas informações pré- existentes” Estamos sob controle desses “arquivos” Esse arquivo é herdado dos ancestrais pelos cromossomos e por informações trazidas pela consciência na concepção O novo ser combina as 3 fontes de informação • O DNA do espermatozóide • O DNA do óvulo e • O Carma Como as percepções são moldadas? O Mundo Memória Experiências Pessoais Cultura Valores Família Conheci- mentos A Cognição 9
  • 10. • O que tomamos por um objeto concreto é percebido como uma imagem mentalmente construída • Suas características dependem de fatores externos e fatores subjetivos • Os fatores subjetivos pertencem ao próprio processo de percepção, como emoções e desejos • A imputação de conceitos sobre esse objeto em formação afeta sua construção perceptual • Há uma mistura de conceitos e imagens mentais com o objeto observado pela percepção nua Percepção-Concepção: Sujeito e Objeto 10
  • 11. Percepção e Concepção ‘Sujeito e Objeto’ em cada momento de percepção A moldagem da Informação 1º Momento 2º Momento 3º Momento Julgamento “arquivo”/ carma Conceito Imputado O que é registrado pela mente ilusória O Objeto
  • 12. • Analítico, linear, temporal, seqüencial • Dominante em nossa cultura • Foco específico • Sobrevivência (lutar ou fugir), linguagem, auto-imagem • Julga as informações com base em arquivos pré-estabelecidos - sistema de crenças O Cérebro Esquerdo 12
  • 13. • Focado no todo, percepção ilimitada • Não julga, não tem medo, é criativo e espacial • Onde aparecem os “insights” • Os grandes breakthrough’s científicos • As visões dos místicos O Cérebro Direito 13
  • 14. O “presente” está no lobo frontal Quando concentramos energia nesse local os “arquivos” perdem efetividade – Com treino meditativo pode-se estar no “presente” – Sem esse treino há um meio simples: • Focar energia nas áreas adjuntas aos ossos frontal e occipital – Vamos fazer essa ‘experiência’? O Cérebro: Estar no Presente - ‘Experiência’ 14
  • 15. É a experiência dos “olhos da mente e do espírito” A meditação permite: - Ter o insight dos estados mais elevados de consciência - Ter percepção da ‘mente pura e cristalina’ - Estar no eterno presente” - Sem a experiência da meditação – Ficamos sem base – Sem compreensão Meditação 15
  • 16. Muitas maneiras de meditar - Cada um deve procurar a sua Pode variar com a idade Exemplos: – Jovem: Zazen – Meia idade: Dançar – Terceira idade: “Plena atenção” Osho dizia: – deve-se meditar todo o tempo – A ‘plena atenção’ Plena Atenção é estar com a atenção concentrada no que se estiver fazendo, no “aqui e agora” Meditação 16
  • 17. Lá está o contato com a Existência, com Deus, com o Tao, com Buda Cérebro e coração parecem trabalhar em conjunto Na China o coração é considerado a sede da mente: - 心 No ‘caminho da iluminação’ o meditador precisa conseguir percepções e concepções válidas Enquanto nossas percepções e concepções forem moldadas pelo “carma” estaremos sendo guiados por ele Meditação, Cérebro e Coração 17
  • 18. Depois das questões urgentes da vida cotidiana: - saúde, amor, estudos, carreira, trabalho e dinheiro, Aparece a questão espiritual – O que somos? – O que viemos fazer neste mundo? Religião e Religiosidade 18
  • 19. Religião e Religiosidade Mestre Osho • Distinguia religião de religiosidade • A busca pela religiosidade deve ser constante • Plena atenção, a porta do divino Santo Agostinho • Falava da “Cidade de Deus” X “Cidade dos Homens” • Cidade de Deus: atingida pela fé, pela introspecção no próprio divino Buda • Estar presente • Além do ego, das circunstâncias, do mundo das ilusões, desejos e apegos • Não dualidade • A ‘Mente Única’, o ‘Um Coração 19
  • 20. Sidarta, o Buda a ser, aos 29 anos embarcou em: • Busca religiosa, com práticas ascéticas e disciplinas mentais, conhecidas por “ioga” Alcançou duas concentrações iogue 1. O estado de “nada” e 2. O estado de “nem percepção nem não percepção” • As sétima e oitava dhyanas (concentração / meditação) Isso não foi suficiente e Shakyamuni corta com a tradição de seu tempo • que ensinava que esses estados de meditação liberariam das aflições do mundo Budadarma: Experiência de Shakyamuni 20
  • 21. Ao perceber que as práticas ascéticas da época (jejum, mortificação do corpo) enfraqueciam a mente – Criou o Caminho do Meio – Nem luxo nem ascetismo Então, sentou-se sob árvore “bodhi” (iluminação) fazendo voto de não se mover até alcançar seu objetivo – Episódio do ataque de Mara • A iluminação ocorre após – As oito dhyanas, e – A eliminação dos conceitos de ‘eu’ e ‘meu’ 21 Budadarma: Experiência de Shakyamuni
  • 22. 1º estágio de dhyana: pensamento aplicado, visando desapego e alegria 2º estágio: concentração, coração sereno, isento de pensamento aplicado 3º estágio: a mente equilibrada, em atenção consciente; alegria 4º estagio: nem doloroso nem prazeroso – na total pureza da mente atenta. Os Níveis Tradicionais de Meditação na Iluminação de Sidarta Gautama A Visão da Iluminação do Buda na Tradição Budista Níveis de Consciência
  • 23. 5º estagio: além de percepção de forma, ‘vendo’ o “espaço sem fim”; permanece na ‘estação de espaço ilimitado. 6º estagio: além da ‘estação de espaço ilimitado, ‘vendo’ ‘consciência sem fim’, permanece na realização da ‘estação de consciência ilimitada’. 7º estagio: além da ‘estação de consciência ilimitada’, ‘vendo’ ‘não há nada’, ele permanece na realização da ‘estação de realmente nada’. 8º estagio: além do ‘campo de realmente nada; permanece na realização da ‘estação de nem percepção nem não percepção’. Os Níveis Tradicionais de Meditação na Iluminação de Sidarta Gautama A Visão da Iluminação do Buda na Tradição Budista Níveis de Consciência Então, Sidarta elimina pela raiz todo sentido de “eu” e ‘meu’, deixando de existir como “pessoa”; torna-se o Buda Shakyamuni
  • 24. Então, para a iluminação seria necessário: Obter os 8 níveis de meditação, as 8 Dhyanas Entrar no “Caminho de Ver”, com percepções válidas que duram mais que um momento Mas, ainda sem remover a concepção da existência inerente dos fenômenos Inata aos seres desde o tempo sem começo Iluminação e as Duas Verdades 24
  • 25. No nível seguinte, o “Caminho da Meditação”: 1º - Fenômenos – inclusive o self - parecerão existir inerentemente, 2º - Até que, quando todas as concepções inatas de existência inerente são removidas, 3º - O meditador obtém o “Caminho de Não Mais Aprendizado”; tornou-se um Buda Iluminação e as Duas Verdades 25
  • 26. Quando todas as concepções inatas de existência inerente são removidas, as duas verdades (1) A verdade convencional – a aparência convencional de fenômenos, inclusive as idéias de ‘eu’ e ‘meu’, e (2) A verdade fundamental – o vazio de todas as coisas e ausência de self (ou ego ou personalidade) São vistas simultaneamente (onisciência) Não há mais distinção entre o período de meditação e o período de não meditação Todas as cognições Búdicas são diretas e válidas Iluminação e as Duas Verdades 26
  • 27. Consciência e seus Níveis Bege 0 a 1,5 ano - Instintivo, sensório-motor, sobrevivência Púrpura 1 a 3 - Animista, mágico, tribo, etnocêntrico Vermelho 3 a 6 - Egocêntrico, heróico, poder, mundo selva Azul 7 a 10 - Mítico, rebanho, certo x errado, religião, membro, viver pela regra Laranja 12 a 14 - Científico, sucesso individualista, ganhos materiais, objetivo Verde Pluralista, individualista, relativista, comunidade, Gaia Amarelo Integrativo, flexibilidade, espontaneidade, conhecimento, competência Turquesa 25/30 - Holístico, sentimento, conhecimento, espiritualidade (Estudos Ocidentais; Wilber, Beck e Cowan) 27
  • 28. Consciência e seus Níveis Testemunha Dual Sujeito e objeto diferenciados Equanimidade Unicidade - o Um igual ao Todo e vice versa Testemunha Não Dual Nem isso nem aquilo – sujeito e objeto indiferenciados OM Nem dual nem não dual, isso, suchness Mente Única A grande mente onde tudo surge e cessa A visão oriental: em geral, depois dos 40 anos essa busca se inicia 28
  • 29. 8. Turquesa (holístico) 7. Amarelo (integrativo) 6. Verde (pluralista) 5. Laranja (científico) 4. Azul (mítico) 3. Vermelho (egocêntrico) 2. Púrpura (animista) 1. Bege (instintivo) Níveis de Consciência Adotados 13. A Mente Única (onde tudo surge e cessa) – o Um Coração 12. Om (nem dual nem não dual) 11. Testemunha Não Dual (sujeito e objeto indiferenciados) 10. Equanimidade (unicidade) 9. Testemunha Dual (sujeito e objeto diferenciados) Wilber, Beck e Cowan (*) (*) Integral Psychology e Spiral Dynamics KW, Budadarma e Experiência Própria Consciência E Seus Níveis
  • 30. Níveis de Consciência em Memes (meme - grupamento humano que tem a mesma perspectiva em sua visão da realidade / mundo) Bege 0-1,5 ano - Instintivo, sensório-motor, sobrevivência; 0,1% população; 0% de poder Púrpura 1-3 - Animista, mágico, tribo, etnocêntrico, espírito de ancestrais, torcidas; 10%, 1% poder Vermelho 3-6 - Egocêntrico, heróico, mundo selva, poder, glória, gangues, impérios feudais; 20%; 5% poder Azul 7-10 - Mítico, conformista, membro, viver pela regra, certo x errado, religião; Puritanismo, Confucionismo, Comunismo; 40% da população; 30% do poder Laranja 12-14 - Científico, sucesso, individualista, ganhos materiais, objetivo; 30% pop. e 50% poder Verde Pluralista, individualista, relativista, comunidade, Gaia; Greenpeace; 10% pop. e 15% poder Amarelo Integrativo, flexibilidade, conhecimento, competência, espontaneidade; 0,9%; 5% poder Turquesa >30 - Holístico, universal, sentimento, conhecimento, espiritualidade; 0,1% (Wilber, Beck e Cowan)
  • 31. O que acontece depois de se chegar aos estados mais elevados de consciência? Será que chegamos à iluminação? – É provável que não! - Essa experiência é geralmente localizada -Com o tempo vão aparecendo outros estresses, dentre as inumeráveis dislexias que trazemos no ‘arquivo’, que nos trazem para níveis mais baixos Andando no “Caminho”, usando a “plena atenção” vamos ficando cada vez mais estáveis nos níveis mais elevados, mas esse caminho é longo e Em cada estado almejado descobrimos que há algo mais adiante Afinal qual é o objetivo? Onde queremos chegar? 31
  • 32. Podemos voltar a níveis mais baixos – porque estão incorporados a nossa estrutura e – podem ser chamados a atuar dependendo das circunstâncias Desde o nascimento crescemos partindo do nível bege (instintivo) em direção aos níveis mais elevados, Em cada um dos níveis – a visão do mundo é feita através dessa perspectiva – que é diferente de quem estiver em outro nível – isso é razão de muitos desencontros A experiência do Buda diz que – somente a eliminação da idéia de “eu” e “meu”, que nos é inata, leva à iluminação Afinal qual é o objetivo? Onde queremos chegar? * 32
  • 33. Buda: seus ensinamentos não incluem um Deus criador do universo como nas religiões “judaico - cristã - islâmica” Sua metáfora mais próxima é a Mente Única (o Um Coração 一心) O conceito de self e outros fenômenos são manifestações (ou flutuações) desta mente O termo Consciência Universal poderia ser usada como metáfora desse “Um Coração” Os ‘nomes sagrados’ como Deus, Jeová, Alá, Brahman, Shiva e mesmo Iluminação, estão carregados de estresse emocional e energético É preciso meditação para melhor aceitar os aparentes conflitos de crença entre seus seguidores Deus ou (o Um Coração 一心) é um só, qualquer que seja a metáfora usada Deus e Mente Única 一心 33
  • 34. O estado “normal” é o da mente límpida sem pensamentos; pensar é um ato autônomo O “normal” parece sem graça para a mente ilusória e seu gosto pelo drama! Na tranqüilidade da mente búdica, não há – felicidade ou infelicidade – pesar nem desespero, nem ansiedades – nem tragédias, nem ciúmes, nem amores, nem ódios, nem ânsias de poder, nem desilusões – nem gols do Flamengo, nem novela da Globo, nem BBB É o interesse pelo carnaval (bhava) – bom ou ruim – que nos faz ficar (ou voltar) para a mente ilusória Sofrimento e alegria são dualidades de mesma natureza; pertencem a mesma festa de carnaval Qual a principal dificuldade para alcançar a Iluminação? 34
  • 35. A energia do corpo Sem ela o corpo é morto O momento da morte é o momento em que a consciência deixa o corpo O fantasma na máquina No Mahayana (*), o primeiro momento de consciência, antes que se misture com os conceitos pré-existentes na mente ilusória - o Carma A consciência que encarna é chamada de Alma (judaico cristãs); Carma (Budadarma) Talvez só exista informação e a matéria um mito • * Budismo Mahayana O que é Consciência? Reflexões: 35
  • 36. 1º - Em “plena atenção”, 2º - Simultaneamente nas “Duas Verdades” – a Fundamental e a Convencional 3º - Tendo eliminado pela raiz qualquer idéia de eu, meu, mim 4º - No espaço onde tudo surge e cessa 一 心 O que é Iluminação? Reflexões: 36
  • 37. Sugestões de percurso: 1º - Estando em “plena atenção” 2º - Ter coragem para “parar e ver” – meditação e insight 3º - Encontrar um Mestre 4º - Evitar processos que reforcem ego e personalidade 5º - Ir pouco a pouco subindo nos níveis de meditação e de consciência 6º - Chegar à “Mente Única” 一 心 7º - Encontrar as “Duas Verdades” 8º - Eliminar pela raiz qualquer idéia de eu, meu, mim 37 Qual o Caminho para a Iluminação?
  • 38. – A mente cada vez mais quieta, no aqui e agora – Diminuição progressiva de sofrimentos ligados ao ego • Ciúme, inveja, cobiça, ressentimento, raiva • Visões de poder e similares da “mente ilusória” – A pessoa opera com atenção plena, com percepções e concepções cada vez menos moldadas – Pensa no presente; livre de conceitos e formulas pré-existentes na mente ilusória Experiência Fruto do Crescimento 38
  • 39. Visão das Grandes Tradições 39 Visão Budista Os Povos da Bíblia - Não há dificuldade em relação a morte - O conceito de sofrimento está ligado ao carma (ações no passado) - Eliminação do “ciclo de nascimento e morte”, - A reencarnação do carma é a questão principal - Os infernos aparecem através do carma; inclusive onde renasce, de que pais, com que habilidades • Percebem tudo que é ‘bom’ ou ‘mal’ com relação a regras ditadas por Deus • A figura todo poderosa de um Deus e o medo de Deus • A oração - encontro com Deus (pedidos) • Ressurreição do corpo; vida eterna após a morte no céu ou no inferno • O medo da morte
  • 40. - Lembrando que iluminação é difícil e deve-se estar preparado para um período longo de “ficar cada vez melhor”, - E que meditação é condição necessária para uma vida mais plena, podemos concluir: “Quando você descansa na clareza cristalina da percepção sempre presente, você não é Buda ou Bodhisattva, você não é isso ou aquilo, você não está aqui ou acolá; quando você relaxa na simples percepção eternamente presente, você é o grandioso não-nascido, liberado de quaisquer qualidades”. Ken Wilber, The Eye of Spirit Conclusão 40
  • 41. Sutras Budistas (tradução de F. Aguiar) - Sutra de Hui-neng (3 versões) - Sutra Lótus - Sutra Coração - Os Três Sutras da Terra Pura - Sutra Vimalakirti - Sutra Sandhinirmorcana - Sutra Avatamsaka – A Escritura do Ornamento de Flores - Livro 1 a livro 24 - Livro 31 a livro 36 Uma Psicologia Budista –Introdução ao livro ‘As Setenta Stanzas’ de Nagarjuna, David Komito, PhD Palestras de Osho Integral Psychology, K. Wilber Uma Nova e Milenar Maneira de Ver a Vida – F. Aguiar Fontes Principais 41
  • 43. Níveis Emocionais e de Consciência • Níveis Emocionais • Aceitação x Oposição • Disposição x Apatia ou Raiva • Segurança x Vergonha • Igualdade x Culpa • União x Separação • No presente x Ausente Níveis de Consciência •OM •Testemunha Não Dual •Equanimidade •Testemunha Dual •Causal (êxtase, sida) •Sutil (amor incondicional) •Coral (mente psíquica) •Turquesa (holístico) •Amarelo (integrativo) •Verde (pluralista) •Laranja (científico) •Azul (mítico) •Vermelho (egocêntrico) •Púrpura (animista) •Bege (instintivo) Os Espaços Om, Mente Única e Buda são usados para auxiliar na “Cura” 43
  • 44. Sidarta, o Buda a ser, aos 29 anos embarcou em – Busca religiosa, com práticas ascéticas e disciplinas mentais – Conhecidas por “ioga” Alcançou duas concentrações iogue 1. O estado de “nada” e 2. O estado de “nem percepção nem não percepção” - As sétima e oitava dhyanas (concentração / meditação) Isso não foi suficiente e Shakyamuni corta com a tradição de seu tempo – que ensinava que esses estados de meditação liberaria das aflições do mundo A Experiência de Shakyamuni O Budadarma 44
  • 45. Logo, tentou purificação com jejum e – Percebeu que isso enfraquecia a mente – Criou o Caminho do Meio Então, sentou-se sob de árvore “bodhi” (iluminação) – Fazendo voto de não se mover até alcançar seu objetivo – Logo Mara atacou tentando Shakyamuni ou teria recebido impulsos derivados de seu próprio instinto de viver; ameaçado por seu voto de imobilidade Após a oitava dhyana, seguiu-se: – Na 1a vigília da noite, viu suas vidas passadas; como uma fita de cinema de sua biografias A Experiência de Shakyamuni O Budadarma 45
  • 46. Na 2a vigília, viu todo o universo de nascimento e morte – Viu a morte e renascimento de todos os seres – Viu os cinco domínios em que os seres poderiam renascer – E isso seria resultado de suas próprias ações – Seus renascimentos seriam determinados por seus carmas (ações) Na 3a, viu as “Quatro Nobres Verdades”, os “Doze Elementos da Originação Dependente” e o “Nobre Caminho Óctuplo” – Formulações de solução lógica para a lei do carma e – A verdade do não self, que é a percepção fundamental que leva a iluminação Na 4a vigília, obteve onisciência e, quando o sol nasceu, não era mais Shakyamuni, mas ‘um Buda’, ‘um iluminado’ Essa experiência é a base de seu ensinamento A historia subseqüente do Budadarma é uma progressiva explicação e interpretação dessa experiência A Experiência de Shakyamuni O Budadarma 46
  • 47. Causalidade e suas implicações Não no sentido físico mecanicista ocidental onde a ação de um objeto provoca a ação de outro objeto; ex. bilhar Essa causalidade é a “originação dependente”: Quando isso está presente, isso vem a ser; Do surgimento d’isso, isso surge. Quando isso está ausente, isso não vem a ser, Na cessação d’isso, isso cessa. “Depende” é a palavra chave; seria incorreto dizer que ‘nome e forma’ causa os ‘seis campos dos sentidos’ Mas, a forma (matéria) é necessária para o aparecimento dos sentidos Causalidade e os Doze Elementos 47
  • 48. 1. Ignorância 2. Formações Cármicas 3. Consciência 4. Nome e Forma 5. Seis Campos dos Sentidos 6. Contato 7. Sentimentos 8. Desejo 9. Ganância 10. Vir a ser (bhava, carnaval) 11. Nascimento 12. Morte, tristeza, sofrimento Representam os vários ‘aspectos do ser humano em conjunção com seu ambiente’; é um todo dinâmico; os skandhas são estáticos O sistema funciona em círculo Bhava – os 3 níveis de realidade ou modos de existência; os domínios do desejo, forma e não forma – o gosto pelo “carnaval” Os Doze Elementos da Originação Dependente - Pratitya samutpada 48
  • 49.  Cada elemento depende do anterior  Começando a descrição desde o 4º até o 7º elemento:  O 4º elemento é identificado como ‘nome e forma’, que é o termo técnico Budista para a entidade psicológica chamada “uma pessoa”  ‘Nome’ identifica consciência e seus vários aspectos  ‘Forma’ identifica matéria e seus vários aspectos  Em ‘nome’ estão os agregados (skandhas) de:  Sentimento, percepção, formações cármicas e consciência  Isto é, todos os aspectos imateriais de um ser  O 5º - “os seis campos dos sentidos” ou ‘portões’ ou ‘entradas’; os seis campos pelos quais a consciência opera  São os campos do olho, ouvido, nariz, língua, corpo (sensos táteis) e mente Causalidade e os Doze Elementos 49
  • 50.  Mente é um órgão cujos objetos são conceitos, imagens mentais e outros sentidos de consciência; o conceito de “mim”; a imagem de uma pessoa - identificada como “eu”  O 6º é “contato”, isto é, a JUNÇÃO de um objeto de percepção, um órgão dos sentidos e uma consciência; um olho, uma forma material e uma consciência visual.  O 7º - é identificado como “sentimentos”, podendo ser agradáveis, dolorosos ou nem agradáveis nem dolorosos  Há 6 classes de sentimentos, conforme o órgão dos sentidos do qual depende  O fenômeno sentimento surge em dependência do fenômeno contato, o fenômeno do contato surge em dependência do fenômeno de um campo de sentidos e o fenômeno de um campo dos sentidos surge em dependência do fenômeno ‘nome e forma’, o ser psicológico! Causalidade e os Doze Elementos 50
  • 51.  O 8º - Desejo surge em dependência de contato e ganância surge em dependência de desejo  Nós desejamos experiências sensoriais agradáveis e cobiçamos sua continuação; para experiências dolorosas desejamos cessação  Buda viu que todos os fenômenos surgem e cessão  Desejamos que o agradável permaneça e que o desagradável cesse; e nos apegamos a ambos  Daí surge o 9º elemento - ganância ou apego - por objetos e sentimentos  Esse apego ao carnaval é função do desejo por objetos dos sentidos e dos prazeres ou sofrimentos associados  Esse ciclo de desejar o transitório é a natureza de nossa existência; é o 10º elemento ‘vir a ser’ (bhava; apego ao carnaval) Causalidade e os Doze Elementos 51
  • 52.  Esse ciclo de desejos é apropriado pelo “Eu”; um conceito que é objeto do órgão dos sentidos “Mente”  O ‘vir a ser’ (bhava; atração pelo “carnaval”; os modos de existência, os domínios do desejo, forma e não forma) não começou nessa vida em, nem acaba com ela  Buda viu sua própria serie de vidas sem começo e o continuum de vidas dos seres sencientes  Esse contínuo de vida depende do apego à continua existência do “EU”, com suas experiências dos sentidos  Por isso, após uma vida obtém-se outra  Como o que quer que nasça irá morrer; ‘nascimento’ ocorre em dependência de ‘vir a ser’ e, na dependência de nascimento está ‘morte’.  A noção de que esse apego pela existência continuada de um self, isto é da experiência de “mim mesmo”, poderia levar a um novo nascimento é particularmente estranha à mente judeu-cristã. Como explicar? Causalidade e os Doze Elementos 52
  • 53.  A coisa mais próxima de “uma pessoa é “nome e forma”  Buda ensinou que ‘nome e forma’ (o 4º) se origina em dependência do 3º – ‘consciência’; nenhum corpo (forma) poderia existir sem consciência, porque estaria morto  Sono é considerado como sendo total desatenção aos objetos dos sentidos, isto é, consciência de nada e, não a não existência de consciência  Consciência não é experenciada sem influencias de experiências prévias, que deixam traços na memória que moldam a consciência  Por isso, ‘consciência (3º)’ depende do 2º elemento, ‘disposições’ ou ‘formações cármicas’  Os traços deixados por ações anteriores (carma) somam ao formar a consciência  Porque para o não iluminado a percepção nunca é “consciência crua” sem influência de ações passadas Causalidade e os Doze Elementos 53
  • 54.  As ‘formações cármicas’ surgem em dependência do 1º elemento, ‘ignorância’  Ignorância significando desconhecimento da natureza real - ou o estado existencial dos fenômenos internos e externos  Devido as experiências passadas (carma, DNA’s), coisas e fenômenos são interpretados e  Se reage a eles dentro de um contexto de desejo e aversão; onde se superestima seus aspectos atrativos e repulsivos  As pessoas não vêem as coisas como elas são, mas de forma distorcida e de forma habitual  Por isso, a consciência que surge em dependência das ‘formações cármicas’ é distorcida pela ignorância • Essa ignorância profunda não depende das experiências de uma única vida, mas sim de múltiplas vidas e por isso, • Depende dos elementos anteriores (11º e 12º), ‘nascimento’ e ‘morte’ Causalidade e os Doze Elementos 54
  • 55.  Os prazeres e sofrimentos dessas vidas deixam traços que distorcem a consciência; a contração em relação ao desagradável e a cobiça pelo agradável  Os principais traços são a dor do parto, o terror da morte, envelhecer e ficar frágil  Coisas agradáveis são buscadas com desejo que superestima os prazeres e seguidas por constante medo de perda  Os doze elementos descrevem o desenrolar da existência de seres de forma dinâmica  Vida após vida, os seres se apegam a satisfações transitórias de maneira ignorante  A ganância depende da ignorância (entendimento incorreto da natureza real dos fenômenos) e sua conseqüente atração ou aversão para com esses fenômenos  É a ganância que impele os seres para o fluxo de renascimento Causalidade e os Doze Elementos 55
  • 56.  Buda viu os seres circulando sem fim por essa existência cuja natureza é descrita pelos doze elementos, momento a momento; a isso chamou de samsara  Buda também viu a saída do ciclo:  Cada um dos doze elementos é condição da qual os demais dependem  Se qualquer uma delas for destruída, todo o ciclo cessará  A cessação desse ciclo é o nirvana  Buda também viu a verdade do não self:  A ‘coisa’ mais próxima de uma pessoa é nome e forma (4º); matéria é composta dos “quatro grandes elementos”: terra, ar, fogo e água (talvez quarks, elétrons, fótons e espaço)  Quando percebemos algo, é essa forma que estamos percebendo; a base física de “uma pessoa”; o corpo  “Nome” é a ‘consciência’ que faz ‘o perceber das formas’; é o que é entendido como “mente” Causalidade e os Doze Elementos 56
  • 57.  O corpo é um composto de fatores: sentimentos – agradáveis, dolorosos ou nem agradáveis nem dolorosos; percepções – seis, conforme a base dos órgãos dos sentidos; formações cármicas – traços de experiências passadas mais características básicas de atenção e memória e consciência bruta, nua - atenção pura ainda não moldada pelas formações cármicas ou percepções  O conceito de skandha - os cinco “agregados” da mente ilusória em que se baseia a ilusão de uma individualidade separada - são formas, sensações, percepções, formações cármicas (ou atividade) e consciência  Os skandhas se referem ao perceber dos objetos (não aos órgãos como nos elementos) e a consciência skandha é consciência considerada no abstrato, sem moldagens Causalidade e os Doze Elementos 57
  • 58.  O sistema skandha é estático e analítico; descreve os componentes que fazem ‘uma pessoa’  O sistema dos doze elementos é dinâmico – descreve como os skandhas interagem ao longo do desabrochar da existência humana - e como afetam um ao outro no tempo  Em nenhum local da descrição dos skandhas encontramos referência a uma pessoa; pode-se identificar um pensamento subjetivo “EU” dentro desse sistema como uma memória ou um nome, caindo no skandha de formações cármicas  Também pode-se identificar o pensamento “EU” como um objeto de percepção do sentido “mente”, em cujo caso cairia no skandha de percepção  Em nenhum lugar pode-se encontrar um órgão ou entidade que seja um ‘eu’ ou ‘self’ real  É esse self que só pode ser encontrado como um rótulo aplicado a experiências subjetivas, que é identificado pelo Buda como o não self de uma pessoa Causalidade e os Doze Elementos 58
  • 59.  Há um “Eu” subjetivo, mas não há nenhuma pessoa real para agir como um equivalente para o conceito “Eu”  Todos usamos o rótulo “Eu” e todos experimentamos um “Eu” como sujeito aparente de “nossas” experiências  Mas, se houvesse um self ou pessoa ou ser que corresponda ao sentido subjetivo de “Eu”, então deveria ser encontrado na analise do ser humano, feita através dos 5 skandhas  Se o skandha da forma for removido, um self será encontrado? Ou se o skandha da consciência for removido, um self será encontrado?  Onde se olhar dentro dos 5 skandhas nenhum self real é encontrado, somente uma idéia de um “Eu”, imaginado como self  A essência da ignorância é acreditar self existe no cerne dos seres e se agarrar a ele; é a razão pela qual ‘seres’ renascem Causalidade e os Doze Elementos 59
  • 60.  A crença da existência de algo que atende pelo rótulo “Eu” ou a experiência “mim” é apenas um caso especial do hábito ignorante geral de acreditar que haja entidades reais de qualquer natureza  Ou objetos de referência para quaisquer rótulos e que carreguem as características atribuídas a elas por esses rótulos  É a destruição dessa crença ignorante e distorcida que ‘self’s e coisas’ são o que parecem ser que quebra a cadeia dos doze elementos e trás o nirvana  Todos elementos surgem em dependência da ignorância, que é primariamente a crença num self  Então com a cessação dessa crença incorreta:  todo o complexo dos doze elementos se quebra  os cinco skandhas não têm mais nenhuma base onde se juntar  renascimento para e sofrimento cessa Causalidade e os Doze Elementos 60
  • 61. A doutrina fundamental do Budismo enunciado pelo Buda Shakyamuni em seu primeiro sermão (Dharma cakra pravartana sutra) ensina que: 1. Duhkha - toda existência é frustrante e sofrida 2. Samudaya (surgimento) – sofrimento surge devido ao desejo por sensações e experiências prazerosas 3. Nirodha (cessação) – é possível livrar-se do sofrimento e conseguir nirvana 4. Marga - existe uma maneira de atingir este objetivo, Consiste de 8 fatores que coletivamente podem levar ao Nirvana – o Nobre Caminho Óctuplo As Quatro Nobres Verdades 61
  • 62. • 1. Visão Correta – aceitação do Ensinamento (Darma); relacionado com insights e prajna • 2. Decisão Correta – ter perspectiva positiva; determinação pela iluminação • 3. Fala correta – falar de forma positiva e produtiva, em lugar de mentir, enganar ou ferir; • 4. Ação correta – manter os 5 preceitos básicos; proibindo matar, roubar, má conduta sexual, mentir e usar drogas • 5. Meio de vida correto – evitar profissões que possam ferir a outros • 6. Esforço correto – dirigir a mente para religiosidade; nutrir os estados saudáveis da mente • 7. Plena atenção correta – estar todo o tempo presente e atento,no que estiver fazendo, pensando ou sentindo • 8. Meditação correta – treinar a mente para alcançar o estado de atenção focada necessária para entrar nas 8 dhyanas Grupamentos: (1) e (2) – Insight (prajna; sabedoria); (3) a (5) – Moralidade (sila); (6) a (8) – Meditação (samadhi) O Nobre Caminho Óctuplo 62
  • 63. CAMPO OBJETIVO CONSCIÊNCIA ÓRGÃO DOS SENTIDOS Formas Consciência Visual Olho Sons Consciência Auditiva Ouvido Cheiros Consciência Olfativa Nariz Paladares Consciência de Sabor Língua Tangíveis Consciência Tátil Corpo Conceitos Consciência Mental Mente Consciência e Percepção no Budismo 63
  • 64. Uma percepção ocorre quando há contato entre um órgão dos sentidos, um objeto em seu campo e consciência; por exemplo  Ver: contato entre forma - olho - consciência Esses três – órgão, objeto e campo de consciência - surgem e cessam juntos ao longo da seqüência de momentos Um momento é um pequeno intervalo de tempo; diz-se que há 65 desses momentos no ‘estalar um dedo’  A tabela parece identificar seis tipos de consciência; mas, há apenas uma consciência fundamental a “consciência primária”, ou “consciência”. Consciência e Percepção no Budismo Mahayana 64
  • 65. Shariputra pergunta à Avalokiteshvara Como deveria treinar quem deseja se engajar na prática da perfeição da sabedoria?” A resposta resumida: • Os cinco agregados são vazios de existência intrínseca • Forma é vazio, vazio é forma, vazio não é outro que forma, forma também não é outro que vazio • Da mesma forma, sentimentos, percepções, formações mentais e consciência são todos vazios • Todos os fenômenos são vazios e sem características definidoras • Não nascem, não cessam, não são deficientes, não são completos Sutra Coração (resumido) 65
  • 66. • No vazio não há forma, nem sentimentos, nem percepções, nem formações mentais, e nem consciência • Não há olho, ouvido, nariz, língua, corpo, nem mente • Não há forma, som, cheiro, sabor, textura ou objetos mentais • Não há ignorância, não há extinção de ignorância, não há envelhecimento e morte, nem extinção de envelhecimento e morte • Não há sofrimento, origem, cessação ou caminho • Não há sabedoria, nem realização, nem não realização • Mantra: Tadyatha gaté gaté paragaté parasamgaté bodhi svaha! Sutra Coração (resumido) 66
  • 67. • “Da mesma maneira, sentimentos, percepções, formações mentais (atividades) e consciência são todos vazios”. • Perceber o isso (suchness) de todos os fenômenos é a verdade fundamental sobre a natureza da realidade. • As duas verdades (convencional e fundamental) são dois aspectos de uma única realidade • A pessoa pode perceber diretamente a ausência completa de realidade independente em todas as coisas e eventos • Em tal estado, não há formas, nem sentimentos, nem sensações, nem percepção, nem formações mentais, ou seja, nada mesmo! • Para uma pessoa imersa na realização direta do vazio, características como originação e cessação - ou qualquer dualidade – não são encontradas Conselho: Não se baseie meramente no entendimento intelectual, mas na experiência direta Sutra Coração Comentários do Dalai Lama 67
  • 68. 1. Alegria Extrema – Fazem as práticas dos seres iluminandos e beneficiam os seres sencientes com alegria; desenvolvem raízes de bondade; foco nos votos 2. Pureza – Honestidade total, seguindo o caminho do insight correto para o domínio da realidade; remoção de todos aviltamentos 3. Refulgência – Realizam as oito dhyanas; plena atenção correta; desapego; comprometimento com a iluminação ( ‘Escritura do Ornamento de Flores’) Os Dez Estágios de Iluminação dos Seres Iluminandos 68
  • 69. 4. Fulgor – Entrando na luz do Darma; atenção; concentração; fé; cooperação; energia; mente pura – Igualdade; imparcialidade; equanimidade; entendimento das duas verdades, a convencional e a fundamental 6. Difícil de Conquistar – Participar do mercado com profissões mundanas; desenvolver seres sencientes 7. Presença – Entrando no Ensinamento profundo; equanimidade; não dualidade de existência e não existência de todas as coisas; vendo coisas por sua natureza intrínseca; analise de ignorância; prajna Os Dez Estágios de Iluminação 69
  • 70. 7. Indo Longe – O Caminho, meios expedientes, intenção pura; prajna; não dualidade da essência de ser e não ser; todos elementos de iluminação são cumpridos momento a momento – Parecem praticar os caminhos de não budistas e seguem ocupações mundanas 8. Imóvel - Todos os elementos acima são executados sem esforço; contemplação em prajna; foco no Caminho Búdico Os níveis (9) Mente Boa e (10) Nuvem de Pensamento – são aprofundamentos na onisciência Os Dez Estágios de Iluminação 70
  • 71. Níveis Emocionais e de Consciência Níveis Emocionais Aceitação x Oposição Disposição x Apatia ou Raiva Segurança x Vergonha Igualdade x Culpa União x Separação No presente x Ausente Níveis de Consciência OM Testemunha Não Dual Equanimidade Testemunha Dual Causal (êxtase, sida) Sutil (amor incondicional) Coral (mente psíquica) Turquesa (holístico) Amarelo (integrativo) Verde (pluralista) Laranja (científico) Azul (mítico) Vermelho (egocêntrico) Púrpura (animista) Bege (instintivo) 71 Os Espaços Om, Mente Única e Buda são usados para “cura”
  • 72. Níveis de Consciência em Memes (meme - grupamento humano que tem a mesma perspectiva em sua visão da realidade / mundo) Bege 0-1,5 ano - Instintivo, sensório-motor, sobrevivência; 0,1% população; 0% de poder Púrpura 1-3 - Animista, mágico, tribo, etnocêntrico, espírito de ancestrais, torcidas; 10%, 1% poder Vermelho 3-6 - Egocêntrico, heróico, mundo selva, poder, glória, gangues, impérios feudais; 20%; 5% poder Azul 7-10 - Mítico, conformista, membro, viver pela regra, certo x errado, religião; Puritanismo, Confucionismo, Comunismo; 40% da população; 30% do poder Laranja 12-14 - Científico, sucesso, individualista, ganhos materiais, objetivo; 30% pop. e 50% poder Verde Pluralista, individualista, relativista, comunidade, Gaia; Greenpeace; 10% pop. e 15% poder Amarelo Integrativo, flexibilidade, conhecimento, competência, espontaneidade; 0,9%; 5% poder Turquesa >30 - Holístico, universal, sentimento, conhecimento, espiritualidade; 0,1% (Wilber, Beck e Cowan)
  • 73. Qualquer assunto – aprendizado, amor, sexo, dinheiro, trabalho, sucesso, felicidade, iluminação - pode ser fonte de estresse e desequilíbrio energético Utiliza-se sistema holístico com base em bio-feedback para determinar dislexias que forem prioridades para o corpo da pessoa Como as respostas são binárias é necessário ter listagem de dislexias para nomear as prioridades Conhecendo-se e medindo-se esses estresses é possível desativá-los Os métodos para desativação podem ser vários, desde que o facilitador tenha intimidade com eles O sistema Terapia do Swami Amano pode ajudar nessa tarefa, com suas tabelas de estressores e o uso de bio- feedback Bio-feedback , Estresse e Terapia 73