1. CURSO: TÉCNICO AGRÍCOLA Goianésia, GO.
DISCIPLINA: ASSOCIATIVISMO Aula: 2.
FACILITADOR: IVON CORRÊA FEV/2008.
1. O PROCESSO DE INTERAÇÃO NOS GRUPOS
Interessado pelas curiosas manifestações que ocorriam nos grupos, Kurt Lewin, em uma reunião
de auto-avaliação sem sucesso, timidamente, quase se desculpando, Lewin anunciou a título de sugestão:
“se não estamos integrados, e se nossos trabalhos não progridem pode estar ocorrendo bloqueio entre nós
ao nível de nossas comunicações”.
Teremos que questionar os nossos modos de comunicação e encontrar modos mais eficazes, isso
só será possível se nos encontrarmos com o objetivo de nos comunicar de modo autêntico em que todos
participem por vontade própria.
Estava inaugurando um novo olhar sobre os grupos, não unicamente sobre a tarefa, mas sobre os
processos de troca.
A coesão e a solidariedade resultantes mudaram profundamente a atmosfera de suas sessões de
trabalho.
A linguagem nos separa dos animais, segundo diversos autores, entre eles Barthes e Lacan,
utilizamos signos, símbolos, sons, gestos, etc.... para transmitir aos outros nossas idéias, crenças,
sentimentos e a linguagem é a forma principal.
A comunicação é vital para o ser humano, sem ela a espécie não teria sobrevivido. Mas a
comunicação é algo complexo, onde nem sempre o que se deseja comunicar é entendido da mesma forma.
Cada pessoa tem as suas marcas, conceitos, associações, peculiaridades, fazendo com que, cada pessoa
tenha o seu próprio código referencial. Isto vai se tornando mais visível quanto mais subjetivos forem os
processos em que o indivíduo está vivenciando. Como a comunicação é vital para o ser humano, quando
não há reciprocidade na comunicação ocorrem sentimentos de abandono e insegurança, ao passo que
havendo reciprocidade ocorrem sentimentos de aceitação e gratificação.
A comunicação faz parte do processo de integração que culmina nas relações interpessoais. Ela
não é isolada dos outros processos de integração, respeito, amizade e de sentimentos negativos como
antipatia e rejeição, aumentando ou diminuindo as interações, favorecendo ou não as comunicações
repercutindo nas atividades e na produtividade. Moscovici (1997) denomina isso de ciclo “atividades –
interações – sentimentos”.
“A partir daí pode-se ter uma idéia da importância do processo de comunicação no grupo,
podendo-se abrir caminho através de feedbacks a uma comunicação mais franca e desprovida de
bloqueios.” (Castilho, 1992, p.77).
1.1 A COMUNICAÇÃO
As organizações estão se preocupando cada vez mais com o processo comunicativo. É somente
pela comunicação que as organizações conseguem agir ou exercer influência sobre os colaboradores. Ela
permeia todas as atividades e tomadas de decisão da empresa. É o fator essencial para o desenvolvimento
interpessoal e a mais básica de todas as necessidades, depois da sobrevivência fisiológica. Nos tempos
pré-históricos, os homens precisavam, mesmo para se alimentar, se entender e cooperar uns com os
outros, através da comunicação interpessoal. A comunicação interpessoal sempre foi a forma mais antiga
e básica do atocomunicativo.
Para Martino apud Hohlfeldt et al. (2001, p.12), o termo comunicação vem do latim
communicatio, do qual distinguimos três elementos: uma raiz munis, que significa “estar carregado de”,
que acrescido do prefixo co, o qual expressa simultaneidade, reunião,temos a idéia de uma “atividade
realizada conjuntamente”,completada pela terminação tio,que por sua vez reforça a idéia de atividade.
O que a comunicação faz para uma empresa se parece com o que a corrente sangüínea faz para o
organismo. A corrente sangüínea supre todas as células do organismo com oxigênio; o sistema de
comunicação supre todas as unidades – departamentos, pessoas – da empresa com informação. Privadas
de oxigênio, a células funcionam mal e morrem; sem a informação necessária, as pessoas e departamentos
dentro da empresa funcionam mal, o que na certa leva a uma espécie de ineficiência final para elas e para
a empresa como um todo (HAMPTON, 1992, p. 249).
1.2 COMPONESTES ESSENCIAIS DA COMUNICAÇÃO:
2. 1. O emissor: É aquele que toma a iniciativa da comunicação. Ele deve poder transmitir sua mensagem
em termos que sejam inteligíveis para o outro.
2. O receptor: É aquele a quem se dirige a mensagem. Ele a captará na medida em que estiver
psicologicamente sincronizado e sintonizado com o emissor. E se quiser facilitar, o emissor, deverá estar
psicologicamente em estado de abertura para o outro.
3. A mensagem: Constitui o conteúdo da comunicação.
4. O código: São os símbolos: escrita, oral, música, pintura, escultura, dança, mímica, teatro, entre outros.
5. Destaque ou camuflagem: É o conjunto das decisões que o emissor deve tomar, antes de entrar em
comunicação, isto é, a apresentação, a tonalidade objetiva, a ordem e a apresentação da mensagem.
CÓDIGO
MENSAGEM
FEEDBACK
EMISSOR
1.3 BLOQUEIOS, FILTRAGEM E RUÍDOS NA COMUNICAÇÃO
RECEPTOR
Quando a comunicação se estabelece mal, ou não se estabelece, resultam alguns fenômenos
psíquicos:
1. Bloqueio: Quando a comunicação é completamente interrompida.
2. Filtragem: Quando subsiste apenas uma parte da comunicação.
Os bloqueios ou filtragens podem ser provisórios. Certos autores falam então de pane, bruma,
nebulosidade, queda de visibilidade ou ainda ruído. Quando os mesmos tornam-se permanentes, o
observador vê aparecer entre os interlocutores muros ou barreiras psicológicas. Zonas de silêncio se
estabelecem, ou no mínimo, zonas de trocas superficiais, proliferação de conflitos e tensões.
Qualquer que seja a sua duração, os bloqueios e as filtragens perturbam as percepções de si e dos
outros, tornam falsas as atitudes e oscomportamentos interpessoais.
1.4 BARREIRAS DA COMUNIÇÃO
Os preconceitos são os principais agentes das distâncias sociais e psicológicas, formando assim
barreiras e fronteiras psicológicas que dificultam a comunicação. A distância psicológica é um fenômeno
inter-grupal, onde o outro é percebido como incompatível e a comunicação é percebida como impossível.
A distância social é um fenômeno inter-grupal onde o outro é mantido a distância por
pertencer a um grupo diferente, sendo percebido como estando situado socialmente a uma
distância vertical inacessível, conforme a valorização do grupo que pertence.
“Distâncias sociais, bloqueios e filtragens permanentes, comunicação humana prejudicada
ou rompida de modo definitivo são outros tantos fenômenos que encontram suaorigem em
nossos preconceitos”. (Mailhiot, 1994, p.85)
Preconceitos são idéias preconcebidas sobre o outro, idéias falsas, simplistas, fixas e taxativas
a certos grupos onde são classificados de modo exagerado. O preconceito é considerado um sintoma,
uma resposta a uma frustração social, como resultado das defesas.
- a generalização gratuita, sem provas;
- o deslocamento ou a descarga agressiva sobre bodes expiatórios;
- a racionalização ou a auto-justificação.
A socialização produz privações que causam uma frustração intolerável. Os indivíduos então,
na maioria das vezes, regridem e voltam-se injustamente contra o outro, lançando-lhes julgamentos
hostis. Quanto menos evoluído socialmente é o indivíduo a menor troca livre ou espontânea é fonte de
3. ansiedade e frustração. Defendem-se, então, através dos preconceitos distanciando-se do outro, sentindo-se
protegidos. Normalmente possuem uma personalidade de
tipo autoritário, tendo a sensação de controlar suas relações com o outro e poder
manipulá-lo sendo uma forma segura de escapar ao seu medo do outro (que elevariam sua ansiedade e
trariam frustração). Seu medo do outro é, no fundo, um medo de si.
“Para haver abertura nas comunicações, o ser humano deve liberar-se dessa falsa obsessão que só
aqueles que nos parecem semelhantes nos são próximos e, para serem fraternais conosco, os outros
devem ser idênticos a nós. É o primeiro passo no aprendizado da autenticidade”. (Mailhiot, 1991,p.88)
Principais barreiras à comunicação:
- Por parte do emissor: inibições, medo, vergonha, preconceitos, impaciência,
indiferença, uso de códigos inadequados, problemas físicos (gagueira, rouquidão, dificuldades na fala e
audição).
- Por parte do receptor: desconfiança, justificativas, preconceitos, insensibilidade,
impaciência, indiferença, posição hierárquica, condições de saúde.
- Da parte da mensagem: conteúdo desinteressante; conteúdo na atende as
expectativas dos ouvintes; colocações complexas; exposições sintéticas.
- Da parte do canal: condições ambientais (iluminação, temperatura, ambiente
impróprio...); horários inadequados; instrumentos inadequados.
1.5 O FEEDBACK
O que é?
Feedback é o processo de fornecer dados a uma pessoa ou grupo ajudando-o a melhorar seu desempenho no
sentido de atingir seus objetivos.
Para que haja êxito na comunicação do feedback as barreiras devem ser rompidas e estabelecida uma relação
de confiança e segurança.
O feedback pode ser de dois tipos:
· aberto- é óbvio e direto. Obtido através de perguntas e de observação, durante a realização de
exercícios e testes. Mostra o que o ouvinte captou e o que não captou. Pode ser falsificado.
· velado- é obtido através da prática de observar a reação do ouvinte a estímulos externos. Pode se
obtido na sua expressão, posição, movimentos e atitude. Como é expressado inconscientemente, diz
a verdade.
O que fazer antes de dar feedback
Quando vamos dar feedback precisamos conhecer alguns dados importantes, tais como:
A) Se o feedback for individual:
1. Por que queremos dar feedback a outra pessoa?
· para puni-la.
· para desabafar e sentirmo-nos aliviados.
· Para demonstrar nossa inteligência e habilidade.
· para ajudar outra pessoa a alcançar seus objetivos de maneira mais efetiva.
2. E quanto à pessoa que recebe feedback?
· é difícil dar feedback a uma pessoa que não está preparada para recebve-lo ou não sinta a sua
necessidade.
4. · a pessoa pode estar solicitando feedback porém não recebe por diversas razões, pois sentem não ter
nada de útil para lhe falar ou sentem que ela não está reparada, ou sentem que o feedback não lhe
será útil,. ... etc.
· as pessoas precisam do feedback, tanto do positivo quanto do negativo, precisam saber não apenas o
que estão fazendo ineficientem,ente mas tambem o que realizam com eficiência.
3. Porque certas pessoas acham difícil dar feedback?
· nossa cultura tem certas normas contrárias à expressão de sentimentos pessoais aos outros.
· têm medo de que, se derem feedback, a pessoa fique chocada e com isso perca um amigo.
· receiam que ao darem feedback a outra pessoa os ataque ou puna.
· temem que seu feedback seja mal interpretado.
· não sabem como lidar com o assunto.
4. Porque as pessoas comumente reagem ao feedback?
Como o feedback é visto geralmente como crítica, as pessoas muitas vezes reagem defendendo-se de uma das
seguintes maneiras:
· preferem não ouvir o que lhes é dito - rcepção seletiva.
· duvidam dos motivos da pessoa que lhe dá o feedback.
· negam a validade dos dados do feedback.
· racionalizam procurando justificar seu comportamento.
· atacam as pessoas que lhes dão feedback, apontando-lhes tambem alguns de seus erros.
B) Se o feedback for de grupo:
O grupo tambem tem necessidade de receber informações sobre o seu desempenho, sua atmosfera de
trabalho, se existe rigidez nos procedimentos, sub-utilização de pessoas, se existe confiança no lider, se
existe maturidade no grupo, ...etc.
1. Os mesmos problemas envolvidos no feedback individual estão presentes no de grupo, em maior ou menos
grau
2. O grupo pode receber feedback de:
· membros atuando como participantes-observadores.
· membros selecionados para desempenhar uma função específica de observador par ao grupo.
· consultores externos ou especialistas que vem para fazer observalçose, valendo-se de perspectivas
mais objetivas.
· formulários, questionários, folhas de reação, entrevistas
Importância do Feedback
É muito importante obter feedback. Existem muitos métodos para descobrir o que os clientes, parceiros e
fornecedores pensam ou sentem sobre os serviços e produtos de sua empresa.
Através do feedback podemos identificar necessidades e responder aos seguintes questionamentos:
Você sabe ...
- O que o seu cliente, parceiro e fornecedor querem?
- O que eles precisam?
- O que eles pensam?
- O que eles sentem?
- Que sugestões teriam para apresentar a você?
5. - Se estão ou não satisfeitos?
FEEDBACK é uma forma de comunicação que auxilia uma pessoa ou grupo entender como sua atuação está
afetando outras pessoas ou grupos.
Ao dar feedback
Para ter eficiência, o feedback deve ser:
· descritivo ao contrário de ser um processo de avaliação: ao relatar um evento, sem julgamentos,
reduzem-se as possibilidades de reações defensivas. Quem ouve, usa o dado e a informação como
julgar conveniente;
· específico ao contrário de verbalizar uma generalização: "na última reunião você fez o que tem
feito outras vezes, deixou de ouvir a opinião dos demais e novamente fomos forçados a aceitar sua
decisão". Ao verbalizar desta maneira, indicou-se o comportamento na determinada reunião e em
outras, porém, não se acusou a pessoa de "controlador ou autoritário".
· compatível com as motivações e objetivos de ambos (emissor e receptor): quando atende apenas
ao interesse de desabafo do emissor pode ser muito destrutivo, de acordo com a agressividade
presente, irritação ou raiva.
· direcionado a esferas de atuação em que o receptor tenha possibilidade de aperfeiçoar:
características pessoais, idiossincrasias, limitações de raciocínio e outras manifestações individuais
não podem ser apontadas como falhas mas toleradas como próprias daquele indivíduo.
· solicitado , desejado e oportuno: é útil quando os observadores podem ajudar e mais próximo do
comportamento ou fato em questão.
· referir-se à pessoa presente: falar no próprio nome e não fazer referências a terceiros - "muita
gente já falou sobre isso de você". O feedback serve para aperfeiçoar o comportamento de alguém
em relação a nós e nosso grupo.
Como receber feedback
· Ouça cuidadosamente e evite interromper.
· Saiba que é incômodo e, às vezes, até doloroso. Respire fundo para relaxar os músculos.
· Faça perguntas se precisar esclarecer alguns aspectos. "Como eu faço ou digo para você me ver
como agressivo?"
· Reformule o que o outro está lhe dizendo, para que confira se ouviu e entendeu.
· Reconheça o que é correto e adequado no "feedback". Concordar que seus relatórios estão atrasados
é bem diferente de concordar que você é irresponsável.
· Assimile, com calma o tempo, o que ouviu. Peça tempo para pensar, se necessário.
6. - Se estão ou não satisfeitos?
FEEDBACK é uma forma de comunicação que auxilia uma pessoa ou grupo entender como sua atuação está
afetando outras pessoas ou grupos.
Ao dar feedback
Para ter eficiência, o feedback deve ser:
· descritivo ao contrário de ser um processo de avaliação: ao relatar um evento, sem julgamentos,
reduzem-se as possibilidades de reações defensivas. Quem ouve, usa o dado e a informação como
julgar conveniente;
· específico ao contrário de verbalizar uma generalização: "na última reunião você fez o que tem
feito outras vezes, deixou de ouvir a opinião dos demais e novamente fomos forçados a aceitar sua
decisão". Ao verbalizar desta maneira, indicou-se o comportamento na determinada reunião e em
outras, porém, não se acusou a pessoa de "controlador ou autoritário".
· compatível com as motivações e objetivos de ambos (emissor e receptor): quando atende apenas
ao interesse de desabafo do emissor pode ser muito destrutivo, de acordo com a agressividade
presente, irritação ou raiva.
· direcionado a esferas de atuação em que o receptor tenha possibilidade de aperfeiçoar:
características pessoais, idiossincrasias, limitações de raciocínio e outras manifestações individuais
não podem ser apontadas como falhas mas toleradas como próprias daquele indivíduo.
· solicitado , desejado e oportuno: é útil quando os observadores podem ajudar e mais próximo do
comportamento ou fato em questão.
· referir-se à pessoa presente: falar no próprio nome e não fazer referências a terceiros - "muita
gente já falou sobre isso de você". O feedback serve para aperfeiçoar o comportamento de alguém
em relação a nós e nosso grupo.
Como receber feedback
· Ouça cuidadosamente e evite interromper.
· Saiba que é incômodo e, às vezes, até doloroso. Respire fundo para relaxar os músculos.
· Faça perguntas se precisar esclarecer alguns aspectos. "Como eu faço ou digo para você me ver
como agressivo?"
· Reformule o que o outro está lhe dizendo, para que confira se ouviu e entendeu.
· Reconheça o que é correto e adequado no "feedback". Concordar que seus relatórios estão atrasados
é bem diferente de concordar que você é irresponsável.
· Assimile, com calma o tempo, o que ouviu. Peça tempo para pensar, se necessário.