Este documento descreve os principais acidentes geográficos do litoral português, incluindo baías, estuários, deltas, arribas, praias e dunas. Explica como estes acidentes se formaram através de processos de erosão e deposição ao longo de milhões de anos. Também fornece exemplos destes acidentes como a Ria de Aveiro, o Estuário do Tejo, o Lido de Faro e o Tombolo de Peniche.
2. O que é o litoral?
É A PORÇÃO DE TERRITÓRIO, COM DIMENSÃO VARIÁVEL,
ONDE O MAR E A TERRA INTERAGEM DANDO LUGAR A
FORMAS DE RELEVO CARACTERÍSTICAS.
3. FAIXA LITORAL OU COSTEIRA
Zona de transição entre o domínio continental e o domínio
marinho. É uma faixa complexa, dinâmica, mutável e que está
sujeita a variados processos geológicos.
FACTORES MODELADORES
- Acção mecânica das ondas, das correntes e das marés
FACTORES TECTÓNICOS
VARIAÇÕES CLIMÁTICAS E OSCILAÇÕES DO NÍVEL DO
MAR (regressões – costa de emersão e transgressões -
costa de submersão )
4. FACTORES QUE CONDICIONAM A ABRASÃO
A água do mar reage quimicamente com alguns materiais rochosos desgastando-
os.
A acção mecânica das águas faz-se sentir quando o mar atira contra a costa
rochas de dimensões variáveis originando fracturas nas rochas do litoral.
A acção que o mar exerce sobre os continentes faz-se sentir aos seguintes níveis
desgaste, transporte e deposição.
A acção de desgaste está condicionada pelos seguintes factores:
a) reacções químicas entre a água e os materiais;
b) acção mecânica da água;
c) força e direcção das ondas;
d) natureza das rochas - dureza, constituição química e coesão.
O desgaste origina materiais soltos, de dimensões muito variáveis que as correntes
marítimas transportam, por vezes, a grandes distâncias. Quando a velocidade e
força das correntes diminuem os materiais transportados são depositados.
5. TIPOS DE COSTA
Ao longo do litoral
português aparecem
diversos tipos de costa:
A baixa arenosa -
praias;
A costa alta rochosa –
arribas ou falésias
A costa baixa rochosa
6. Tipos de costa
COSTA ALTA – É escarpada e
COSTA BAIXA – É arenosa e rochosa, recebendo a designação
baixa, designando-se por praia. de arriba.
7. Tipos de costa alta
AS ARRIBAS PODEM SER CLASSIFICADAS DE DUAS FORMAS,
CONSOANTE O CONTACTO QUE TÊM COM A ACÇÃO DO MAR:
ARRIBAS VIVAS – QUANDO A FALÉSIA É ATINGIDA PELA ÁGUA
DO MAR;
ARRIBAS MORTAS OU FÓSSEIS – QUANDO AS ÁGUAS DO MAR
JÁ NÃO AS CONSEGUEM ALCANÇAR, NEM MESMO DURANTE A
MARÉ ALTA.
10. Características: costa alta rochosa / costa baixa rochosa
COSTA VICENTINA
O MAR EXERCE UMA ELEVADA ACÇÃO
EROSIVA
PODEM FORMAR-SE PEQUENAS PRAIAS DE SEIXOS OU CALHAUS
11. Características: costa baixa
É O RESULTADO DE MILHÕES DE ANOS DE EROSÃO DA COSTA ALTA;
HABITUALMENTE EXISTEM DUNAS;
POUCA INCLINAÇÃO;
PRAIAS COM AREIA FINA.
13. Principais formas de relevo
1 – PRAIA E DUNAS: Formas de acumulação de sedimentos (areias e conchas)
2 – TÔMBOLO: Cordão de areia que une uma ilha à costa vizinha
(acumulação de materiais)
3 – RESTINGA: Forma de acumulação de areias ou calhaus que crescem
a partir da costa
4 – LAGUNA: Porção de mar que ficou individualizada por uma restinga
5 – DELTA: Corresponde à deposição de materiais sólidos na desembocadura de
um curso de água
6 – ESTUÁRIO: É uma forma fluvio-marinha de erosão. Corresponde à secção
terminal de um rio até onde se fazem sentir as correntes de maré
14. FORMAS QUE RESULTAM DA EROSÃO
Plataforma de abrasão
Arriba
Arriba Fóssil
Cabo
Baías/Enseadas
17. Madeira Esposende
Sagres, Algarve. Costa Alentejana
18. Plataforma de
acumulação
COSTA ROCHOSA - ARRIBAS
Arriba ou Falésia
Zona de desgaste
19. Evolução da arriba
Zona anfíbia
Os fenómenos de abrasão são acelerados quando as ondas
do mar transportam sedimentos, que chocam de encontro
ao substrato rochoso e aumentam o seu desgaste,
actuando como lixas.
22. FORMAS QUE RESULTAM DA ACUMULAÇÃO :
Praia
Dunas
Cordão litoral/Restinga
Laguna/Ria/Haff Delta
Tômbolo
23. Dunas
NA COSTA DA CAPARICA. NO BALEAL, PENICHE.
NO GUINCHO, CASCAIS. EM ESPINHO.
24. COSTA BAIXA - PRAIAS
praias
Praias São estruturas onde
ocorre a deposição de
sedimentos de variados
tamanhos e formas. São
locais muito frágeis, tanto do
vista ecológico, como ponto
de geológico
26. Esposende. Espinho.
Costa da Caparica. Esmoriz, Ovar.
27. “OS ACIDENTES “ DO LITORAL”
“Existem ao longo da costa alguns acidentes associados quer
a reentrâncias, como baías, estuários e deltas, resultantes de
antigos avanços do mar e ao assoreamento de antigos vales,
quer a saliências, como cabos que estão associados à costa de
arriba.”
In Lobato, Cláudia – Geografia 10, Areal editores, Porto, 2007 OS ACIDENTES DO LITORAL, p.260
31. Ria de Aveiro: Haff- delta
A Ria de Aveiro, ou Haff- Delta, é uma formação lagunar pouco profunda que
resultou da regressão marinha e da acumulação de sedimentos transportados
pelo rio Vouga e da deposição de areias pelas correntes marítimas Norte.
32. CONCHA DE S. MARTINHO
A Concha de S. Martinho é uma pequena baía com uma estreita
abertura para o mar limitada por vertentes abruptas. Esta resultou de
um vasto golfo cujas dimensões foram sendo reduzidas devido à
acumulação de sedimentos marinhos.
34. TÔMBOLO DE PENICHE
O Tômbolo de Peniche é um istmo que se formou devido à acumulação de
sedimentos arenosos transportados pelas correntes marítimas, existência de
águas pouco profundas associadas a uma regressão marinha . Este uniu a
pequena ilha , Peniche, ao continente
35. ESTUÁRIOS DO TEJO E DO SADO
Estuário do Tejo Estuário do Sado
Os estuários são áreas da foz dos rios que desaguam directamente no
mar através de um único braço.
36. Estuário do Tejo e do Sado
Os estuários do Tejo e do Sado são os principais acidentes da costa
portuguesa juntamente com o estuário do Mondego. A sua importância
resulta:
Da sua dimensão, que permitiu o desenvolvimento das actividades
portuárias;
Da sua humidade e riqueza ecológica que permitem a constituição de
reservas naturais. São ambientes únicos que servem de local de desova e
crescimento de espécies de peixe e marisco, habitat de aves aquáticas;
Da sua capacidade de limpar poluentes, contribuindo para a melhoria
da qualidade da água.
37. LIDO DE FARO
O Lido de Faro é uma zona lagunar, constituída por numerosas
ilhotas arenosas, rodeadas por extensos cordões de areia (restinga),
envolvidos por canais que ligam ao mar e que permitem a passagem
das embarcações. A formação das ilhotas relaciona-se com a deposição
de sedimentos marinhos arrancados à costa alta do Barlavento e
transportados pelas correntes marítimas para o Sotavento. O cabo de
Sta Maria dificulta a sua progressão para Este permitindo assim a
deposição.