Há antigos presidentes de câmara que querem regressar à vida política depois de cumprirem um mandato de "jejum" por limitação de anos à frente de uma autarquia. Em alguns municípios há divisões internas nos partidos sobre os candidatos a apresentar, e grupos de independentes preparam-se para avançar com candidaturas próprias.
1. Jornal distribuído pelo Expresso. Venda interdita.
P.17 AGUIAR DA BEIRA
Cliente derrota “gigante” da EDP em milhares de euros
28
OUT. 2016
António
Figueiredo
Diretor
Nº 759
SEMANÁRIO
6ªF
INDEPENDENTE • PLURAL REGIONAL • INOVADOR
AO CENTRO P.2 / REGIÃO P.6 / CULTURA P.31 / ENTREVISTA P.33 / DESPORTO P.34 / OPINIÃO P.37 / CRÍTICA P.39
P.2 AUTÁRQUICAS
DÃO LAFÕES:
ONDE MUITAS
AUTARQUIAS
PODEM MUDAR
P.8 VISEU
20 PROSTITUTAS
JÁ TRATADAS
PELA“SAÚDE
NA ESQUINA”
P.30 PEDITÓRIOS
BOMBEIROS
FALAM DE
CONCORRÊNCIA
DESLEAL
P.31 CULTURA
CRIAÇÕES
PRÓPRIAS
PARA 14
MUNICÍPIOS
• Abaixo assinado reclama cartão
de residente e “mais calma” à PSP
Moradores e
comerciantes
do centro
histórico
contestam
atuação
da autarquia
e da polícia
P.6 VISEU
Feira dos Santos
MANGUALDE
P.19 ESPECIAL
MUDANÇA DE HORA
Atrase 60 minutos o relógio
às 02H00 de 30 de outubro
• Abaixo assinado reclama cartão
de residente e “mais calma” à PSP
Moradores e
comerciantes
do centro
histórico
contestam
atuação
da autarquia
e da polícia
P.6 VISEU
P.33 ENTREVISTA
Voleibol
reclama
investimento
Artur Pombinho,
Presidente da Associação de Viseu
2. 2
28 OUT
AO CENTRO
ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS 2017
Texto Sandra Rodrigues
Ospresidentesquesevão
emboraeosquequeremvoltar
O Jornal do Centro termina, nesta edição, o dossiê sobre as “Eleições Autárquicas de 2017”. Depois da análise das candidaturas que se avizinham nas sete cidades do distri-
to de Viseu e de um olhar mais atento para os municípios do Douro, é agora vez de dar a conhecer os candidatos e os pré-candidatos nos municípios que integram a região
Dão Lafões
Nos municípios que inte-
gram a Comunidade In-
termunicipal (CIM) Viseu
Dão Lafões analisados nas
próximas páginas (Mor-
tágua não pertence a esta
CIM, mas faz parte do dis-
trito) há antigos presiden-
tes de Câmara que querem
voltar ao ativo depois de
cumprirem um mandato de
“jejum”. Outros, como os de
Oliveira de Frades e Sátão
vão ser obrigados a cumprir
o castigo, uma vez que es-
tão a completar os 12 anos
à frente das respetivas au-
tarquias. As complicações
começam quando é preciso
escolher nomes para preen-
cher “os vazios” ou quan-
do há candidatos a mais
para um só lugar. Há, para
já, a intenção de avançarem
duas candidaturas indepen-
dentes – Oliveira de Frades
e Sátão. Certa, parece já a
coligação PSD/CDS em Pe-
nalva do Castelo.
O CDS reúne, entretanto, a
5 de novembro para prepa-
rar o processo eleitoral, no-
meadamente a avaliação de
possíveis processos de co-
ligação e a constituição de
listas próprias
Concelhos analisados
nesta edição
Concelhos analisados
nas edições anteriores
3. 3
28 OUT
AO CENTRO
Com a saída forçada de Alexandre
Vaz (PSD e no terceiro mandato) da
Câmara do Sátão, os restantes par-
tidos vêm aqui uma oportunida-
de para se chegarem à frente. Está
também a ser preparada uma can-
didatura independente que, dizem,
“vai fazer mossa”. A lista está a ser
preparada e para a liderar perfilam-
-se dois candidatos: Geraldo Olivei-
ra (enfermeiro no Centro de Saú-
de e atual presidente da Freguesia
de Avelal) ou António Carlos Xa-
vier de Sá (médico). Nesta lista po-
dem surgir nomes como os de Rui
Miguel Loureiro Cabral, atual pre-
sidente da Junta de Freguesia de Rio
de Moinhos e filho do anterior pre-
sidente de câmara, Luís Manuel Ca-
bral.
Por parte do PS, o nome que mais se
fala é o de Acácio Pinto, ex-deputa-
do na Assembleia da República. Este
seria o candidato mais natural, mas,
mesmo dentro do PS, existem algu-
mas reservas, havendo quem defen-
da que a lista deveria ser encabeça-
da por Ricardo Santos (presidente
da Comissão de Fiscalização da As-
sembleia de Compartes da Freguesia
de Ferreira de Aves) ou por António
José Filipe Carvalho (presidente da
Junta de Sátão).
Ao PSD, cabe encontrar um nome
que mantenha o partido à frente da
autarquia. Daniel Azevedo, gen-
ro de Alexandre Vaz, é o nome ao
qual o atual presidente gostaria de
deixar a Câmara, mas a discussão
do candidato ainda está em aberto.
Dentro do partido, fala-se também
em Carlos Albuquerque (médi-
co), Carlos Paixão e Eugénia Duar-
te, atual presidente da Assembleia
Municipal.
O candidato do CDS deverá ser Ma-
nuel Oliva, o juiz jubilado que já se
apresentou nas eleições de 2013.
SÁTÃO
INDEPENDENTES QUEREM CONQUISTAR
A CÂMARA
Contra tudo e contra todos, me-
nos contra as orientações do Par-
tido, Borges da Silva apresen-
ta-se para um novo mandato à
Câmara de Nelas. O atual presi-
dente insere-se no perfil delinea-
do pelo PS, já recebeu o apoio da
Comissão Distrital, mas no con-
celho que gere é que lhe falta o
consenso. A Concelhia está divi-
dida. Há quem esteja do lado de
Borges da Silva e há quem gostas-
se de ver um outro candidato so-
cialista. Uma situação que tem le-
vado a que os próprios plenários
deste órgão partidário acabem
sem decisões. A divisão começou
antes, ainda no seio do executi-
vo. Ao vereador Alexandre Bor-
ges, eleito pelo PS, foi-lhe retirada
a confiança política por parte de
Borges da Silva. De então para cá,
as posições extremaram-se entre
quem está contra e quem está por
Borges da Silva. Com tantas divi-
sões, quem está a aproveitar são
as restantes forças partidárias. O
vereador Alexandre Borges anda
a ser sondado para ser candida-
to por outros partidos, nomea-
damente pelo Bloco de Esquerda
que já anunciou estar disposto a
“recebê-lo”.
E enquanto o PS tenta arrumar-
-se, Manuel Marques já disse
que é o candidato pelo CDS. O
atual vereador garantiu até ter
lista “pronta para ser entregue a
qualquer momento”.
Pelo PSD, avança Isaura Pedro.
A ex-presidente da Câmara está
disposta a deixar o seu manda-
to de deputada na Assembleia
da República. E nem o processo
judicial em que esteve envolvida
por causa da instalação de umas
bombas de combustível em Ne-
las (e do qual foi ilibada) belis-
cou a sua intenção de voltar ao
cargo que ocupou durante dois
mandatos, entre 2004 e 2013,
ano em que perdeu para Borges
da Silva que era, na altura, o seu
vice-presidente.
À semelhança de eleições an-
teriores, PSD e CDS poderão
avançar juntos. Manuel Mar-
ques já esteve também no execu-
tivo liderado por Isaura Pedro.
NELAS
OS BORGES: TÃO AMIGOS QUE ELES ERAM
O atual presidente da Câmara de
Mortágua, Júlio Norte, diz que tem
até ao final do ano para decidir se
vai ou não recandidatar-se a mais
um mandato. Vai consultar a fa-
mília e depois anunciar. O autarca,
eleito pelo PSD, diz que já foi son-
dado, resta saber se também pelo
PS, partido pelo qual já foi verea-
dor (e vice-presidente) quando era
presidente Afonso Abrantes (PS)
que agora é presidente da Assem-
bleia Municipal. Aliás, Mortágua
é um dos municípios atípicos rela-
tivamente à composição partidária
dentro dos órgãos autárquicos. No
executivo municipal, a liderança
é do PSD com quatro lugares, se-
guindo-se o PS com três vereadores.
Já na Assembleia Municipal os so-
cialistas lideram com 10 deputados
(a que se juntam mais cinco presi-
dentes de Junta de Freguesia) con-
tra nove do PSD (mais dois presi-
dentes de junta, um dos quais em
coligação com o CDS). O Partido
Popular tem dois elementos eleitos.
Agora, cabe ao PSD voltar a apostar
em Júlio Norte e ao PS lançar Afon-
so Abrantes que deixou de se recan-
didatar pela limitação de mandatos.
João Pedro Fonseca, atual vereador,
também é um nome que se posicio-
na “naturalmente”. O CDS poderá
avançar com Alexandre Porto, atual
presidente da Concelhia. Há três
anos, o candidato foi Filipe Valente.
Em Carregal do Sal, os campos de
batalha estão em “stand by”. PS e
PSD aguardam pelas candidaturas
de cada um para saberem com que
nomes podem avançar. É que Rogé-
rio Abrantes, que ganhou a autar-
quia há três anos pelos socialistas,
ainda não decidiu se vai recandida-
tar-se ou não. Apesar de ser o nome
que o PS quer, o autarca só avan-
ça se o partido resolver algumas
“questões pendentes”. Caso não o
faça poderá avançar com candida-
tura independente. O PS tem aqui
o caso para resolver, mas o PSD
também não está melhor. Francis-
co António é o nome mais falado
pelos sociais-democratas, mas não
o mais consensual.
MORTÁGUA E CARREGAL DO SAL
OS CANDIDATOS DO PSD QUE JÁ FORAM DO PS
Há mais autarcas que
depois de cumprirem
um mandato de
“castigo” por causa
de limitação de anos
à frente de uma
autarquia querem
regressar à vida
política
4. 4
28 OUT
AO CENTRO
O concelho de Oliveira de Frades
chega ao fim de um ciclo, já que
Luís Vasconcelos (PSD) não se
pode recandidatar por limitação
de mandatos. Assim sendo, cabe
aos sociais democratas encon-
trar um nome forte para que o PS
não ganhe caminho. Mas esta não
está a ser uma tarefa fácil. É que
dentro do próprio PSD há “dissi-
dentes” que até não se importam
de ser candidatos pelo PS. Fala-se
num partido “espartilhado” que,
para já, tem como pré-candidato
o atual vereador Paulo Antunes,
mas cujo nome não terá agradado
aos militantes da Concelhia e a al-
guns presidentes de junta. A coli-
gação PSD/CDS deverá manter-se.
Já o PS quer aproveitar esta desor-
dem para avançar com nomes de
peso e, ao que tudo indica, esse
nome poderá ser um dos dissiden-
tes sociais-democratas. Os socialis-
tas estão a “avaliar as ofertas” e este
é um dos municípios onde a aposta
vai ser forte. Resta saber se vai a jogo
com militantes de base ou com “no-
mes consolidados” da oposição.
Também para as autárquicas de
2017 está a ser preparada uma can-
didatura de independentes. Para
já, o grupo, que se apresentou nas
redes sociais, diz que prefere o
anonimato. “Este movimento é o
único independente e não está li-
gado a qualquer partido político.
É um movimento de esquerda, es-
sencialmente, preferimos para já o
anonimato”, referiram.
OLIVEIRA DE FRADES
PS AVALIA NOMES, PSD COM DISSIDENTES E
GRUPO DE INDEPENDENTES QUER AVANÇAR
Rui Ladeira está pronto para as-
sumir um segundo mandato
à frente da Câmara de Vouze-
la. Eleito pelo PSD, o nome para
as autárquicas de 2017 é, ao que
tudo indica, consensual. Já no PS,
há várias hipóteses que se perfi-
lam mas, segundo o coordena-
dor autárquico com responsabi-
lidades nos concelhos de Lafões,
Pedro Mouro, está-se neste mo-
mento a fazer “uma auscultação
dos militantes e simpatizantes”.
Outros nomes avançados são os
de António Meneses (atual verea-
dor) ou Agostinho Neves (presi-
dente da Concelhia) “Ainda não
estão definidos nomes. Espera-
mos ter candidatos até ao final
do ano”, disse Pedro Mouro. O
dirigente socialista lembrou ain-
da que as orientações do partido
são as de que todos os presiden-
tes, sem limitação de manda-
tos, têm a preferência para serem
candidatos se assim o desejarem.
“É, pois, natural que em Castro
Daire, por exemplo, seja Fernan-
do Carneiro o candidato para as
autárquicas de 2017”, anunciou.
Mas, dentro do PS há vozes crí-
ticas para com este candidato.
Localmente, há socialistas que
contestam a escolha, mas que
preferem manter-se silenciosos
porque, dizem, “quem controla
isto é o presidente e a esposa”.
Paulo Almeida, membro da As-
sembleia Municipal, deverá ser o
candidato do PSD.
VOUZELA E CASTRO DAIRE
RUI LADEIRA E FERNANDO CARNEIRO,
OS CANDIDATOS NATURAIS DO PSD E PS
José Morgado, presidente da Câma-
ra de Vila Nova de Paiva eleito pelo
PS (e também o presidente da Co-
munidade Intermunicipal Viseu
Dão Lafões) é o candidato socialista
e prepara-se para assumir o terceiro
mandato. Mas, a vida pode não fi-
car assim tão facilitada. O PSD, em
coligação com o CDS, deverá avan-
çar com Manuel Custódio que quer
regressar novamente à Câmara que
já liderou. Ao que tudo indica, esta
coligação estará fechada. Com Ma-
nuel Custódio, atual presidente da
Concelhia, seguirá, em segundo lu-
gar, Hugo Trindade, líder do CDS
em Vila Nova de Paiva. O número
três da lista de coligação poderá ser
entregue a Cristina Santos que já
foi vereadora do PSD com Manuel
Custódio.
Em Penalva do Castelo, os socialis-
tas têm pela frente a tarefa de ten-
tar manter a liderança autárquica
com Francisco Carvalho. Mas tam-
bém neste concelho, o PSD quer jo-
gar “com tudo o que tem” para des-
tronar o PS. O social-democrata
Carlos Santos é o candidato possí-
vel, mas há quem receie que o atual
vereador volte a perder para Fran-
cisco Carvalho como aconteceu
nas últimas eleições. Por isso, den-
tro do PSD, há quem advogue que
o candidato deveria ser de novo Ilí-
dio Monteiro, que já foi presidente
do município, agora que está a aca-
bar de cumprir os seus quatro anos
de “jejum”.
VILA NOVA DE PAIVA E PENALVA DO CASTELO
ANTIGOS “DINOSSAUROS” PODEM REGRESSAR PARA COMPLICAR
VIDA AO PS
Nas eleições de
2013 foram feitas
nove coligações
entre o PSD e o
CDS
O concelho não faz parte do distri-
to de Viseu, mas engloba a Comu-
nidade Intermunicipal Viseu Dão
Lafões. Aqui, Joaquim Bonifácio foi
eleito pelo Movimento Independen-
te com o apoio do PS. Agora, para
as próximas eleições a dúvida é sa-
ber se o atual presidente da Câma-
ra avança, assumindo-se como o
candidato socialista ou mantém-se
no Movimento, embora tenha dito
na anterior campanha eleitoral que
só estaria disponível para um man-
dato. Dentro do PS há também Rita
Mendes que nunca escondeu a von-
tade de ser candidata. Os socialistas
terão aqui de fazer escolhas que po-
derão depender do candidato que o
PSD apresentar.
O nome natural dos sociais-demo-
cratas é o de Fernando Pires, atual
vereador e o que foi enviado pela
Concelhia para a Comissão dis-
trital para ser homologado ou não
pela Nacional. O nome do ex-presi-
dente Fernando Andrade (que lide-
rou a autarquia durante quase duas
décadas) também é falado, mas
poucos são os que acreditam num
possível regresso.
AGUIAR DA BEIRA
INDEPENDENTE JOAQUIM BONIFÁCIO DEVE AVANÇAR
COMO CANDIDATO DO PS
São conhecidos, para
já, duas candidaturas
lideradas por
movimentos
independentes
6. 6
28 OUT
RICARDO BORDALO
Jornalista
OPINIÃO
PORTUGAL, PAÍS
MARAVILHOSAMENTE
ABORRECIDO
PENDURADO EM
VÍRGULAS
Visto à distância, Portugal é um
país maravilhosamente aborreci-
do pendurado em vírgulas.
Quando aqueles tipos com ar
infeliz, a troika, entraram pelo
país a dentro, com um ar de
quem se doutorou, com notas ex-
cepcionais, em virgular a vidinha
daqueles a quem, nos meios mais
esotéricos, ainda são conhecidos
por cidadãos, lembro-me de
ter escrito que, de repente, sem
saberem bem porquê, mais de
10 milhões de unidades tinham
visto aqueles mesmos indivíduos
a agrilhoar a sua existência,
usando vírgulas.
Estava convencido que, com
a saída de cena dos melhores
amigos das vírgulas por cá, o Go-
verno PSD-CDS, o país ver-se-ia,
finalmente, livre das grilhetas.
Não foi assim.
Estamos já tão profundamente
dependentes das vírgulas que,
sem elas, a vida deixa de fazer
sentido. A geringonça está aí
para provar que é como digo… se
um dia não tiverem uma vírgula
para colocar entre nós e eles, per-
dem o viço… e o Norte.
Mas a imagem também serve
para parcelar o maravilhosamen-
te aborrecido, calmo e pacífico
país que é Portugal. Só que há
uma vírgula para além da qual
fica o essencial: é tudo verdade
se se for turista e estrangeiro ou
rico!
Na parte inteira dos números,
estamos nós. Embora queiram
convencer a malta que não…
com vírgulas, claro!
P.S.: Com um esforço sem vír-
gulas, consegui evitar escrever
sobre o Palito de Aguiar da Beira.
E ainda bem, porque isto está
mesmo mauzinho. É aquela fase
patética onde os jornais come-
çaram a humanizar o indivíduo,
como se, lá no fundo, fossemos
todos iguais e despachar dois
e tentar encurtar o sofrimento
da existência a mais três, fosse
apenas um pormenor, como não
gostar de fotos de gatinhos lindos
no facebook.
VISEU
Texto Micaela Costa
ABAIXO ASSINADO CONTRA FALTA DE
ESTACIONAMENTOS NO CENTRO HISTÓRICO
DE UM MOMENTO PARA O OUTRO “ESTACIONAR NA ZONA HISTÓRICA VIROU UM
VERDADEIRO INFERNO”. HÁ QUEM FALE EM “CAÇA À MULTA”, EM “IDEIAS MAL
CONCRETIZADAS” E EM “ESQUECIMENTO DOS MORADORES”. OS ESTACIONAMENTOS, OU
A FALTA DELES, JÁ LEVOU À CRIAÇÃO DE UM ABAIXO ASSINADO. CÂMARA E PSP REJEITAM
ACUSAÇÕES E DIZEM ESTAR A CUIDAR DE UMA ZONA NOBRE DA CIDADE
Desde que a Câmara Munici-
pal de Viseu anunciou que
a zona história passaria a
estar livre de carros que o tema tem
sido motivo de conversa nas ruas,
ruelas, cafés e restaurantes do Cen-
tro Histórico. Se há quem defenda
a ideia, há também quem critique
uma “mudança tão repentina”.
O assunto dos estacionamentos já
levou até à criação de um abaixo-as-
sinado, da autoria de vários mora-
dores daquela zona. No manifesto,
que já foi assinado por algumas
dezenas de pessoas, os subscritores
referem que “devem ser respeitados
e ter direito a poder executar as
mais simples tarefas domésticas em
condições de sossego e tranquilida-
de e bem-estar, sem ter que andar
a fugir da polícia”. Isto porque são
muitos os que dizem já ter sido
multados, alguns por diversas
vezes, “por parar o carro por alguns
minutos só para deixar as compras
ou as crianças”.
O problema, contam, “já nem está
em não poder estacionar mas na
forma como as novas ideias estão
a ser implementadas”. “É preciso
equilíbrio nas decisões, não se
pode mudar a vida de alguém de
um momento para o outro. Pri-
meiro criam-se soluções e depois
aplicam-se as ideias”, frisou ao
Jornal do Centro um morador que
preferiu manter o anonimato. Ideia
partilhada por Paulo Azevedo, um
morador que já foi multado por
quatro vezes, “em locais onde antes
estacionava e não tinha problemas,
nomeadamente à porta de casa”.
“Têm sido prometidas “bolsas” de
estacionamento para moradores
e visitantes. Não são conhecidos
ainda os contornos dessa solução.
Mas acredito que, enquanto essa
solução não estiver implementada
no terreno, não se podem banir os
locais de estacionamento. Porque
desta forma os moradores não têm
outra opção que não seja deixar os
seus veículos a vários quilómetros
de suas casas”, contou.
No abaixo-assinado, os moradores
deixam alguns pedidos: “que a
Câmara Municipal, não proceda
a alterações no modo de estacio-
namento dos moradores nem dos
comerciantes até que encontre al-
ternativas; que proceda à criação do
cartão de residente que entre outras
vantagens daria acesso a bolsas de
estacionamento para moradores,
que seja criado, conforme o anun-
ciado, o parque de estacionamento
prometido dentro do Centro His-
tórico; e que enquanto não houver
alternativas, o senhor presidente
da Câmara procure sensibilizar a
PSP para que continue a respeitar
os lugares que o costume e as
autoridades ao longo de dezenas de
anos consignaram como espaço de
estacionamento aos moradores e
aos comerciantes”.
Comerciantes queixam-se da quebra
no negócio
Para além dos moradores também
os comerciantes se queixam de to-
das estas mudanças. O responsável
pelo restaurante Colmeia é um des-
ses exemplos e ao Jornal do Centro
admitiu que “esta decisão tem-se
feito sentir na redução dos clientes
que por não terem estacionamento
preferem não vir almoçar ou jantar
ao restaurante”. Para o proprietário,
“até pode não haver trânsito no
REGIÃO
Autarquia quer zona central de Viseu sem carros
7. 7
28 OUT
REGIÃO
PUB
Quanto às acusações de que pode haver uma
vontade por parte da autarquia em incentivar a
“caça à multa”, o executivo frisou que “a com-
petência do policiamento não é da câmara mas
sim da PSP” e que a receita é também da PSP. “A
PSP cumpre a sua função, a autarquia cumpre a
sua, da mesma maneira que os cidadãos têm que
cumprir as regras”, frisou ao Jornal do Centro,
Almeida Henriques, presidente da Câmara Mu-
nicipal de Viseu.
O tema chegou a ser levantado na última reunião
da Assembleia Municipal, por Filomena Pires. A
deputada na Assembleia da CDU, referiu na sua
intervenção que: “diariamente, entre as 13h00 e
as 15h00, a PSP tem instruções da Câmara para
multar todos os carros que se encontrem fora
dos estacionamentos autorizados no Centro His-
tórico. Coincidindo esta hora com a frequência
para almoço dos restaurantes da zona, regra
geral a refeição dos incautos custa-lhes mais de
40 euros. Como dizem, com sorriso amarelo, por
esse dinheiro vão comer aos restaurantes de luxo,
em vez do Colmeia, da Mesa da Sé ou de muitos
outros que por ali existem”. Versão que uma
fonte da polícia também confirmou ao Jornal do
Centro, dizendo que “há ordens para multar”.
Já Vítor Rodrigues, comandante da PSP de Vi-
seu, nega as acusações e diz que há um cuidado
com toda a cidade, especialmente em zonas que
requerem mais atenção. “Temos um cuidado
com toda a cidade mas em especial com aquela
área por se tratar de uma zona histórica, com
ruas estreias, de cargas e descargas, com algum
trânsito e por isso temos que ter obrigatoria-
mente algum cuidado com essa área”. Quanto
às multas, Vítor Rodrigues afirma que “a polícia
não autua nenhuma viatura que esteja bem
estaciona”.
CÂMARA E PSP NEGAM “CAÇA À MULTA”
Centro Histórico mas era preciso
que primeiro se tivessem criado
alternativas”, referindo ainda nunca
foi alertado pela autarquia destas
mudanças. “Se fosse hoje não tinha
investido aqui o meu dinheiro”,
concluiu.
Adão Ramos, responsável por
outro espaço comercial, Irish Bar,
também admitiu que a falta de es-
tacionamento afasta alguns clientes.
Para Sandra Oliveira, proprietária
de um atelier no Centro Histórico
há vários anos, e que admite sentir
uma grande diferença no movi-
mento de pessoas, uma das opções
poderia passar pela criação de “uma
política de estacionamento para
verão e para inverno” ou “estacio-
namentos pagos em qualquer sitio
da zona historia mas com preços
mais altos, um pouco à semelhança
de cidades como Madrid, Zagreb,
Viena ou Budapeste, onde parar
o carro por uma hora pode custar
1,50 euros”.
Gualter Mirandez, da Associação
Comercial do Distrito de Viseu,
afirmou que alguns comerciantes se
têm mostrado preocupados e des-
contentes. “Houve uma comissão
[organizada pelos comerciantes]
que nos abordou para que, em
conjunto, sensibilizássemos a
Câmara”, contou. Em toda a zona
história contabilizam-se, segundo a
Associação Comercial, perto de 400
comerciantes. Após várias reuniões,
segundo o responsável, “as coisas
ficaram mais esclarecidas”, ainda
assim “os comerciantes reivindicam
quatro lugares no largo D. Duarte”,
em vez dos dois disponíveis. Há
ainda a intenção, por parte da
Associação Comercial em apelar
à autarquia para que os estaciona-
mentos pagos tenham um preço
reduzido, pelo menos, durante a
primeira hora, em vez da meia hora
definida. “O que pretendemos é um
equilíbrio entre todos e que haja
fluidez e que os carros não estejam
parados o dia todo nos mesmos
locais”, alertou Gualter Mirandez.
Autarquia apresentou algumas ideias
A Câmara Municipal de Viseu já
fez saber que vão ser criadas bolsas
de estacionamento para moradores,
uma política de estacionamento
gratuito para moradores e comer-
ciantes, sobretudo no período da
noite, o parque de estacionamento
do Centro Comercial Académico,
com 80 lugares, que podem ser
alugados mensalmente, um parque
– em fase de avaliação das propostas
do concurso publico internacional
a construir no logradouro atrás da
Igreja da Misericórdia e outro junto
ao Funicolar, na Rua Capitão Silva
Pereira um parque disciplinado
com ligação para a rua do Gonçali-
nho e Rua Direita. E ainda manter
o suttle (sobretudo à quinta, sexta e
sábado, num horário mais tardio),
dois autocarros (“azulinhos”)
elétricos que façam o percurso
permanente do centro histórico,
para além dos seis “amarelinhos”
que vão fazer o circuito urbano
(percurso de 7,5km).
DOMINGO, 30 DE OUTUBRO - 15H00
ACOMPANHE O JOGO
LEIXÕES SC - ACADÉMICO DE VISEU
13ª Jornada
RELATO em 98.8 FM
Rádio Jornal do Centro/ Rede Mundial FM
SÁBADO, 29 DE OUTUBRO - 16H00
ACOMPANHE O JOGO
CD TONDELA - MOREIRENSE
9ª Jornada
RELATO em 98.8 FM
Rádio Jornal do Centro/ Rede Mundial FM
“Enquanto essa
solução não estiver
implementada no
terreno, não se podem
banir os locais de
estacionamento.
Porque desta forma
os moradores não
têm outra opção que
não seja deixar os
seus veículos a vários
quilómetros de suas
casas”
Moradores falam em “caça à multa”
8. 8
28 OUT
REGIÃO
VISEU
Texto Irene Ferreira
“SAÚDENAESQUINA”APOIA20PROSTITUTAS
DESDE AGOSTO, O PROJETO “SAÚDE NA ESQUINA” ESTÁ NAS RUAS EM CONTACTO DIRETO COM AS PROFISSIONAIS DO
SEXO A QUEM DISPONIBILIZA A REALIZAÇÃO DE EXAMES, CONSULTAS, APOIO PSICOLÓGICO E PRESERVATIVOS
Cerca de duas dezenas de mu-
lheres do concelho de Viseu
já foram alvo das consultas
médicas e mais de meia centena já
tiveram informação disponibilizada
pelo projecto “Saúde na Esquina” da
Delegação Regional do Centro da
Organização Não Governamental
(ONG) Saúde em Português. A inicia-
tiva tem como público-alvo mulheres
trabalhadoras do sexo e arrancou
em agosto. Segundo Inês Figueiredo,
responsável pela delegação de Viseu,
o projeto tem a duração de um ano,
mas “pretendemos que o projeto
possa vir a ser prolongado no tempo”.
A equipa está na rua em contacto
com as prostitutas duas vezes por
mês. O objetivo é prestar apoio físico
e psicológico através de consultas
realizadas na Unidade Móvel de
Saúde disponibilizada pela autarquia
viseense. “Fazemos citologias de
rastreio por causa do cancro do colo
do útero, promovemos hábitos de
saúde saudáveis, distribuímos pre-
servativos e vamos também fazer em
parceria com o CAD Viseu (Centro
de Aconselhamento e Deteção) testes
de rastreio do HIV Sida”, adianta
Inês Figueiredo que aproveita para
fazer um balanço “muito positivo”. “
As senhoras aderiram muito bem ao
projeto e está a correr muito bem”.
A responsável refere-se à abordagem
feita às mulheres da Quinta da Pomba
(local conhecido por agregar um ele-
vado número de prostitutas) porque,
como diz, “a nível da prostituição
de estrada a realidade é um pouco
diferente e é mais difícil de chegar a
elas por estarem numa situação mais
vulnerável do que as mulheres que se
prostituem em apartamento”.
Em novembro, a organização avança
com uma campanha de divulgação
do projeto e pretende reforçar o tra-
balho junto das profissionais de beira
de estrada.
“Saúde na Esquina” conta com o
apoio do município de Viseu na
disponibilização da Unidade Móvel
de Saúde, o ACES Dão Lafões na
atribuição dos preservativos e o CAD
Viseu. “São parcerias muito impor-
tantes e que sem elas era impossível
continuarmos a trabalhar”, conclui a
responsável pela delegação de Viseu
da Organização Não Governamental
Saúde em Português. No âmbito
do projeto é construída uma base
de dados com a identificação dos
principais fatores de risco, avaliação
das mudanças de comportamento
de risco e aferição do impacto do
projeto na população-alvo. A ONG
pretende, depois, fazer a apresentação
dos resultados finais, nomeadamente
o número de pessoas alcançadas.
Delegação Regional do Centro da
ONG Saúde em Português em Viseu
A organização está também desde
Julho em Viseu com o projeto “Saú-
de sem Teto”, consultas dirigidas
aos sem abrigo. A iniciativa envolve
voluntários da área da Saúde que,
utilizando as suas competências pro-
fissionais, recursos disponibilizados
e experiência no terreno, intervêem,
na saúde física e psicológica das pes-
soas que vivem na rua. A delegação
de Viseu criada em dezembro do ano
passado pretende ainda desenvolver
outras iniciativas, como a “Saúde
na Prisão” e “Saúde Rural” que tem
como missão “levar médicos de
família a freguesias com carências”.
A Organização Não Governamental
“Saúde em Português” existe há
22 anos e tem sede em Coimbra.
Trabalha com bolsas de exclusão e
tem sido reconhecida pelo trabalho
voluntário nas comunidades dos
países de língua portuguesa e em
territórios de conflito, guerra e
catástrofes.
9. 9
28 OUT
REGIÃO
PUB
POLÍTICA
RUAS VIU COM “ATENÇÃO” O BALANÇO
DE ALMEIDA HENRIQUES
NO DIA EM QUE OS ORGÃOS PARTIDÁRIOS LOCAIS DO PSD PEDIRAM A ALMEIDA HENRIQUES QUE SEJA O CANDIDATO
ÀS AUTÁRQUICAS DE 2017, O AUTARCA FEZ UM BALANÇO DOS SEUS TRÊS PRIMEIROS ANOS À FRENTE DA AUTARQUIA
VISEENSE. ANTECESSOR – FERNANDO RUAS - TAMBÉM ESTEVE PRESENTE E SUSTENTA QUE O QUE OUVIU FOI A
APRESENTAÇÃO DE UM “DOCUMENTO PROVISIONAL”
Oencontro que assinalou os
três anos de Almeida Hen-
riques à frente da Câmara
de Viseu serviu mais para fazer a
apresentação de “um documento
provisional” do que propriamente
um balanço, classificou Fernando
Ruas, antigo presidente da autarquia.
O agora eurodeputado esteve pre-
sente no encontro “Viseu Primeiro
- Juntos há três anos”, promovido
pela Comissão Política da Secção
do PSD e que se realizou no dia em
que se completaram três anos desde
que Almeida Henriques passou a
liderar a autarquia viseense deixada,
precisamente, por Fernando Ruas.
Conhecida a “distância” que existe
entre atual e antigo autarcas, Ruas
frisou que esteve presente enquanto
militante e por ter sido convidado
para o evento.
Perante uma sala de centenas de
militantes e sobre o balanço que viu
e ouviu, o eurodeputado disse ter-se
sentido “à vontade” e até “orgulhoso”
porque muitos dos projetos e ideias
“poderiam ser subscritos por mim”.
“Havia lá muito daquilo que fizemos,
que deixámos”, salientou. Ainda
segundo o ex-autarca, foi feito “um
trabalho de powerpoint muito bom”,
mas não considerou tratar-se propria-
mente de um balanço o que aconteceu
no encontro. “Um balanço faz-se de
coisas concretas, de coisas feitas e
uma boa parte ainda eram coisas a
anunciar. Era mais um documento
provisional, mas estive com atenção e
vi tudo”, sustentou.
Para Fernando Ruas, a sua presença
no encontro foi “natural” e, embora
não soubesse ao que ía, faria sempre
questão de estar presente. “Sou mi-
litante e fui convidado corretamen-
te”, sustentou o eurodeputado que
explicou não ter ficado sentado nos
primeiros lugares da sala, e para onde
acabou por ser convidado, por achar
que deveria ocupar o lugar pela ordem
de chegada.
No encontro de militantes do PSD,
Almeida Henriques lembrou que
quando saiu do Governo para se can-
didatar à Câmara de Viseu apresentou
um projeto para dez anos e que agora
que “as sementes estão lançadas, é o
tempo de as ir regando, de uma forma
metódica, para colher os frutos”.
“Queremos cada vez mais consolidar
Viseu como o melhor concelho para
viver. Não é só a cidade, é todo o
concelho”, disse.
Na altura, tanto a Concelhia como
a Distrital de Viseu do PSD fizeram
questão de deixar claro que Almeida
Henriques é o candidato para liderar
os destinos do concelho. “Todos hoje
gostaríamos de ouvir o que eu já ouvi
no congresso nacional. Hoje, no nosso
concelho, na nossa terra, gostaríamos
de o ouvir dizer que está disponível
para continuar a fazer o que tão bem
tem vindo a fazer”, pediu Joaquim
Seixas, vice-presidente da autarquia e
presidente da Concelhia.
Já para o presidente da Distrital,
Pedro Alves, o atual autarca é “um
homem de ação, um empreendedor
que resiste às adversidades”, que é
também um “gerador de redes” e que
“tem sido ao longo destes anos a voz
de Viseu no país”.
Almeida Henriques disse que aquele
não era o dia para apresentar a sua
candidatura, “o momento certo será
lá mais para a frente”. “Mas obvia-
mente que sabem que estou disponí-
vel e que serei candidato depois deste
apoio que foi aqui trazido de viva voz,
quer da concelhia, quer da distrital”,
concluiu.
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28 OUT
REGIÃO
Mortágua é o município do
distrito de Viseu que possui
o melhor site na Internet,
de acordo com um estudo levado a
cabo pela Universidade do Minho
que avaliou as páginas online das 308
Câmaras Municipais portuguesas.
Conteúdos e respetiva atualidade;
acessibilidade, navegabilidade e facili-
dade de utilização dos sítios; serviços
online disponibilizados aos cidadãos
e meios disponibilizados com vista
à participação dos munícipes nos
assuntos da edilidade foram os quatro
critérios tidos em conta na investiga-
ção que decorreu no ano de 2014.
Mortágua é a Câmara do distrito
melhor classificada no ranking, tendo
de resto subido 276 posições face ao
anterior estudo realizado em 2012.
“Normalmente tem-se fama que as
grandes Câmaras é que têm sites
extraordinários e com dinâmica por-
que são grandes, mas na verdade nós
estamos a demonstrar que o nosso
interior esquecido aqui com o IP3 e
com outras coisas mais também tem
coisas boas e tem sites de qualidade”,
realça o autarca.
S. João da Pesqueira é a segunda edi-
lidade da região melhor posicionada,
encontrando-se no lugar 45, menos
41 face à anterior investigação. Tabua-
ço, que surge no lugar 63 do ranking,
é a terceira autarquia do distrito
melhor classificada, tendo subido 116
posições.
O município da região com pior
resultado é o de Aguiar da Beira que,
emborapertençaaodistritodaGuarda
integra a CIM Viseu Dão Lafões.
Entre as 308 autarquias analisadas,
ficou no posto 300. Há dois anos o
municípiotinhaficadononúmero288
do ranking. O presidente da Câmara
local, Joaquim Bonifácio, desvaloriza
a posição alcançada, sublinhando que
desde que está à frente dos destinos
da edilidade a página da Internet foi
sendo “apetrechada em termos de
conteúdos, atualizada e as falhas ul-
trapassadas”. O autarca confessa ainda
não compreender os critérios tidos em
conta na investigação efetuada pela
academia minhota em 2014.
Penedono ficou um lugar acima de
Aguiar da Beira no lugar 299, 139
posições abaixo do que no estudo de
2012. Viseu não surge muito melhor
classificado e é mesmo das sete
cidades da região a que se encontra na
pior posição. O município da capital
de distrito ocupa o lugar 297. Em 2012
encontrava-se no posto 196, tendo
caído na tabela 101 lugares.
INFOGRAFIA
Texto José Ricardo Ferreira / Infografia Tânia Ferreira
VISEU NO FUNDO DA TABELA DA INTERNET
CONCELHOS
Ranking global
Posições alcançadas pelas cidades do distrito
Posição em 2014 Município Posição em 2012
70 Santa Comba Dão 297
182 Lamego 271
220 Mangualde 77
248 Tondela 579
279 S. Pedro do Sul 282
283 Tarouca 245
297 Viseu 196
Posição em
2014
Município
Posição em
2012
4 Mortágua 280
45 S. João da Pesqueira 86
63 Tabuaço 179
70 Santa Comba Dão 297
79 Resende 258
91 Carregal do Sal 44
116 Vouzela 89
117 Armamar 79
152 Sátão 81
156 Moimenta da Beira 61
177 Cinfães 207
182 Lamego 271
204 Oliveira de Frades 295
220 Mangualde 77
242 Vila Nova de Paiva 187
248 Tondela 579
258 Castro Daire 143
267 Penalva do Castelo 252
273 Sernancelhe 217
279 S. Pedro do Sul 282
283 Tarouca 245
286 Nelas 121
297 Viseu 196
299 Penedono 160
300 Aguiar da Beira 288
Três melhores sites do distrito
Posição em
2014
Município
Posição em
2012
4 Mortágua 280
45
S. João da
Pesqueira
86
63 Tabuaço 179
Três piores sites do distrito
Posição em
2014
Município
Posição em
2012
300
Aguiar da
Beira
288
299 Penedono 160
297 Viseu 196
@
www.cm-mortagua.pt
(melhor site do distrito de Viseu)
As três maiores subidas
Posição em
2014
Município
Posição em
2012
4 Mortágua 280
70 S. C. Dão 297
79 Resende 258
As três maiores descidas
Posição em
2014
Município
Posição em
2012
220 Mangualde 77
286 Nelas 121
299 Penedono 160
11. As
medidas
para o
Interior
Ajudas e apoios para a contratação
de médicos, criação de centros
para formar adultos, turmas mais
pequenas para combater o insucesso
escolar e descentralização de serviços
e organismos da administração central
são algumas das medidas do Programa
Nacional para a Coesão Territorial
apresentado pela Unidade de Missão de
Valorização do Interior. Algumas delas
já estão em curso, outras são para imple-
mentar ao longo de 2017. A articulação
interminesterial, bem como a coopera-
ção com as autarquias locais, associações
empresariais, instituições de ensino e
comunidades intermunicipais são as
bases para que as propostas cheguem
efetivamente ao terreno. Em Portugal,
existem 165 municípios do interior
(assim classificados tendo em conta a
densidade populacional, a demografia, o
povoamento, as caraterísticas físicas do
território, a socio-economia e as acessi-
bilidades). Excepto o concelho de Viseu,
todo o distrito é considerado território
de baixa densidade.
DESTAQUE
Freguesias do concelho de
Viseu de baixa densidade
Municípios do Interior
12. 12
28 OUT
Combater falta de médicos, insucesso
escolar e promover a descentralização
São 164 as medidas que fazem parte do Pro-
grama Nacional para a Coesão Territorial
(PNCT) e que vão ser implementadas pelo
governo para combater a tendência de deserti-
ficação do interior. Medidas que, entre outras,
prevêem um quadro fiscal mais favorável e a
reabertura de serviços públicos.
O Jornal do Centro vai dar a conhecer, nas pró-
ximas edições e em pormenor, as medidas que
estão contidas nos cinco eixos em que se divide
o programa (+coeso, +competitivo, +sustentá-
vel, +conectado, +colaborativo).
A primeira abordagem corresponde ao eixo +
Coeso que, segundo o documento, tem como
objetivos o de promover a inclusão social e a
equidade e uma melhor articulação entre a
oferta de serviços urbanos e rurais.
São 37 medidas que, entre outras, apontam para
incentivos de 40% da remuneração base para
colocação de médicos em zonas carenciadas e
para a reativação de 20 tribunais encerrados e
reclassificação de 23 antigas secções de proxi-
midade. Propõe-se também a transferência de
serviços públicos para territórios do interior,
mas também, por exemplo, a criação de turmas
mais pequenas e de centros Qualifica ou a
valorização dos centros de alto rendimento do
interior.
“Estas medidas pretendem aumentar a capa-
cidade de atração dos territórios do interior
através da garantia do acesso à prestação de
serviços de qualidade”, lê-se no documento.
O PNCT aprovado pelo Governo teve como
base o trabalho de seis meses da Unidade de
Missão de Valorização do Interior, coordenada
por Helena Freitas.
“Propomos uma nova abordagem de base local,
mais colaborativa e mais próxima, que promova
uma participação ativa e um envolvimento
empenhado de autarquias locais, comunidades
intermunicipais, associações, empresas e pes-
soas na construção de um interior mais coeso,
mais competitivo e mais sustentável”, realçou a
coordenadora sobre o resultado final. Na apre-
sentação, o ministro-adjunto, Eduardo Cabrita,
afirmou que este é um programa de igualdade
de acesso aos serviços e que procura mobilizar
investimento privado para o interior.
MEDIDAS PARA A COESÃO DO TERRITÓRIO
Incentivos à fixação de médicos em zonas carenciadas
1 Apoio de 40 por cento da remuneração
base correspondente à primeira posi-
ção remuneratória da categoria de as-
sistente, da carreira especial médica ou
da carreira médica. Aumento da du-
ração do período de férias (dois dias),
acrescido de um dia de férias por cada
cinco anos de serviço, enquanto o mé-
dico permanecer no estabelecimento
cujo posto de trabalho foi identificado
como carenciado. Facilidade na parti-
cipação em atividades de investigação
ou desenvolvimento pelo período de 15
dias por ano, com direito a ajudas de
custo e de transporte.
PORTUGAL CONCENTRA CERCA DE 60% DA POPULAÇÃO NA FAIXA COSTEIRA, COM UMA DENSIDADE POPULACIONAL MÉDIA
A RONDAR OS 500 HAB./KM2. EM TODO O INTERIOR DE PORTUGAL, APENAS AS CIDADES CAPITAIS DE DISTRITO E ALGUMAS
PEQUENAS CIDADES DE MÉDIA DIMENSÃO É QUE NÃO SE ENQUADRAM EM REGIÕES RURAIS
2Apoio à mobilidade geográfica para desempregados
Apoios à mobilidade temporária, no
caso de celebração de contrato de tra-
balho com duração superior a um mês
e cujo local de trabalho diste, pelo me-
nos, 50 quilómetros da residência do
desempregado, e em caso de mudança
de residência e celebração de contrato
de trabalho com duração igual ou su-
perior a 12 meses ou criação do próprio
emprego, cujo local de trabalho diste,
pelo menos, 100 km da anterior resi-
dência do desempregado.
DESTAQUE
Ensino
3 Realização de um estudo de impacto
orçamental (ao nível dos indicadores
de abandono e insucesso escolar)
tendo em vista reduzir o número de
alunos por turma e por forma a evitar
a constituição de turmas compostas
por vários anos letivos (1.º ciclo), pos-
sibilitando, por concelho, a abertura
de turmas por mais áreas curriculares.
Para os adultos, é proposta formação e
educação através da cobertura integral
dos territórios do interior com centros
Qualifica.
No ensino superior, reforço da inter-
nacionalização das instituições do
interior através de programas espe-
cíficos para a captação de estudantes
estrangeiros, fomentando ainda estra-
tégias inteligentes de desenvolvimento
económico de base local.
O plano aponta ainda para a ne-
cessidade no desenvolvimento de
competências e especificidades de cada
instituição politécnica no contexto
territorial, económico e social em que
se insere, através do apoio a atividades
de investigação baseadas na prática,
em estreita articulação com o tecido
produtivo e social local e envolvendo
os estudantes.
13. 13
28 OUT
4 Desporto
Valorizar a Rede de Centros de
Alto Rendimento e os equipa-
mentos hoteleiros, privilegiando
os territórios do interior para
estágios de equipas regionais,
nacionais e internacionais e suas
competições.
5 Justiça
Reativação dos 20 tribunais
encerrados, reclassificação de 23
antigas seções de proximidade,
configuração de quatro antigas
secções de proximidade em
juízos. Desdobramento de sete
juízos de família e menores.
Neste campo, estão ainda pre-
vistos o alargamento e reorga-
nização da rede de julgados de
paz. Para arrancar já em 2017,
está a ser desenvolvido um
projeto de âmbito nacional de
empregabilidade de reclusos e
ex-reclusos na atividade privada
e na administração local. Con-
tidas já no programa Simplex,
estão anunciadas medidas para
diversificar e aumentar a oferta
de serviços de registo em todas
as Lojas do Cidadão, ou, onde
estas não estejam instaladas, nas
conservatórias, nomeadamente
disponibilizando serviços como
o Balcão de Herança e Divórcios
com Partilha +, Espaço Óbito e
Casa Pronta +.
Das 122 cidades
portuguesas, apenas
10 têm mais de 100
mil habitantes
Descentralização
6 O governo pretende identificar nos
vários ministérios as competências dos
serviços e organismos da administra-
ção central com potencial de execução
a partir das delegações do interior,
replicando outros casos de sucesso,
nomeadamente das conservatórias.
Nos Ministérios da Agricultura,
Florestas e Desenvolvimento Rural e
do Ambiente, a contratação de novos
funcionários, nos próximos 10 anos,
será efetuada preferencialmente para
as delegações localizadas fora das áreas
metropolitanas de Lisboa e Porto.
Será ainda expandida a rede “Balcão
Cidadão Móvel” a partir da experiência
piloto que será realizada na Comu-
nidade Intermunicipal das Beiras e
Serra da Estrela - 15 unidades móveis
de serviços públicos da Administração
Local e Central com as características
de Balcão do Cidadão, integrando a
prestação de cuidados de saúde e outros
serviços de proximidade aos cidadãos.
O futuro, aponta ainda o plano, aponta
para uma uniformização dos vários
“mapas” administrativos (saúde, ensi-
no, agricultura, CIM, etc.).
7Segurança e Proteção Civil
Deslocalização parcial da gestão do
processo contraordenacional rodo-
viário para os territórios do interior,
com a promessa da manutenção dos
postos da Guarda Nacional Republica-
na ou esquadras da Policia de Seguran-
ça Pública nos concelhos do Interior.
A formação necessária aos bombeiros
será preferencialmente ministrada nos
polos distritais, com exceção da forma-
ção especializada que exija a utilização
de equipamentos unicamente existentes
em Sintra.
A criação de Equipas de Intervenção
Permanente ocorrerá também preferen-
cialmente nos concelhos do Interior.
ENTRE 1981 E 2011, A POPULAÇÃO JOVEM REGREDIU 11%, A POPULAÇÃO ATIVA
AUMENTOU SENSIVELMENTE 1%, E A POPULAÇÃO IDOSA CRESCEU QUASE 10%
NO CONJUNTO DOS CONCELHOS DE PORTUGAL CONTINENTAL
Juventude
8 Promoção da habitação jovem no
interior, por via do reforço dos progra-
mas de habitação já existentes (Porta
65 - Jovem», Reabilitar para Arrendar
- Habitação Acessível). Criação de
bolsas de habitação para arrendamento
jovem, garantindo habitação a custos
acessíveis a partir da valorização de ha-
bitações devolutas e da reabilitação de
património degradado ou abandonado,
envolvendo municípios, Comunidades
Intermunicipais e proprietários.
Nos últimos 5 anos, o país perdeu 1808 estabelecimentos de ensino, dos quais 1027
foram no território do interior. As maiores perdas verificaram-se nos níveis de
ensino pré- escolar e básico.
O ensino secundário registou um aumento de 30 estabelecimentos no país, todavia o
território do interior perdeu três.
Relativamente às unidades de saúde de proximidade (extensões de saúde), o país
perdeu cerca 117 unidades, 50 das quais nos territórios do interior. No distrito de
Viseu, destacam-se os concelhos de Carregal do Sal, Lamego, Resende, Santa Comba
Dão e Tarouca com perdas efetivas superiores a 20 estabelecimentos de ensino.
DESTAQUE
14. 14
28 OUT
REGIÃO
Um grupo de utentes do con-
celho de Carregal do Sal de-
nunciou o que considera ser “a
total degradação e abandono do Cen-
tro de Saúde” local. Num comunicado
intitulado “Ao cuidado de alguém…
que queira cuidar de nós!” e que foi
distribuído pela população, os cida-
dãos chamam a atenção para o facto
de “os poucos profissionais” que ali
trabalham serem “insuficientes para
prestar cuidados com um mínimo
de qualidade, apesar do esforço que
fazem para o conseguir, da melhor
forma possível”.
No documento, os utentes afirmam
ainda que “os médicos são poucos
para uma população a rondar os 11
mil cidadãos, as filas de espera para
uma consulta são uma realidade, e se
até aqui, ir à meia-noite para a porta
do Centro de Saúde era uma opção,
com o aproximar da invernia, tal
hipótese, é confrangedora”.
As denúncias são várias e ainda
segundo a mesma nota, “a médica
da especialidade de Saúde Oral , há
CARREGAL DO SAL
Texto Clemente António Pereira
UTENTES DESAGRADADOS COM “CAOS”
NO CENTRO DE SAÚDE
DIRETOR EXECUTIVO
DO ACES DÃO LAFÕES
E COORDENADORA
DO CENTRO DE SAÚDE
CONTESTAM DENÚNCIA DE
UM GRUPO DE UTENTES QUE
FALA EM CAOS NO SERVIÇO
DE ATENDIMENTO DEVIDO
À FALTA DE MÉDICOS E
ASSISTENTES OPERACIONAIS
quase seis meses que não trabalha. O
principal motivo resulta da cadeira
estar avariada”.
“A imagem exterior é de completo
abandono, lixo e incúria a montes,
até parece uma casa desabitada e sem
nada para dar. A falta de material é
uma constante e a frustração dos pro-
fissionais abnegados é bem notória”,
continua a ler-se no manifesto.
Responsáveisnegamproblema
O diretor do Executivo do ACES
– Dão Lafões, Luís Botelho,e a
coordenadora do Centro de Saúde,
Ana Araújo, negam as acusações
e as denúncias que consideram
ser “exageradas”. Os responsáveis
garantem que “tudo está resolvido”.
Luís Botelho assegura que, atual-
mente, na Unidade de Cuidados de
Saúde Personalizados do Centro
de Saúde existem seis médicos,
seis enfermeiros e cinco assistentes
técnicos.“Os recursos humanos são
mais do que suficientes para assegu-
rar o atendimento dos utentes com
qualidade e sempre que necessário”,
afirma. Sobre a avaria da cadeira
do Gabinete de Saúde Oral, admitiu
que este equipamento “tem muitos
anos de serviço, mas mantém-se
funcional, embora com algumas
deficiências pontuais, devido a algu-
mas peças que avariam e que já não
se fabricam”.
Em virtude desta realidade, Luís Bo-
telho diz que estão a avaliar a situação
“no sentido de adquirir uma nova
cadeira, mais moderna, e que custa
20 mil euros, uma verba que neste
momento” não está disponível.
Mortágua, Mealhada e Penacova
vão criar a Grande Rota da Mata e
Serra do Buçaco, um percurso pe-
destre e de BTT (bicicletas de todo
o terreno) que será coordenado pela
fundação Mata do Buçaco.
A Grande Rota terá início na Mata
do Buçaco, com uma extensão
superior a 30 quilómetros, e vai
estender-se pelo território dos três
municípios associados, que vão
disponibilizar ao longo do percurso
diversos pórticos, mesas de inter-
pretação ambiental e espaços de
descanso e lazer.
A Grande Rota da Mata e Serra
do Buçaco será objeto de uma
candidatura a fundos comunitários
com uma verba de 100 mil euros,
no âmbito do programa By Nature,
através do consórcio regional da
Estratégia de Eficiência Coletiva
Provere iNature - Turismo Susten-
tável em Áreas Classificadas.
Coordenado pela Agência de De-
senvolvimento Gardunha XXI, o
consórcio é um parceiro privilegiado
da Comissão de Coordenação e De-
senvolvimento Regional do Centro
(CCDR) e abrange sete comunidades
intermunicipais e 16 grupos de ação
local, num total de 224 entidades de
12 áreas classificadas da região Cen-
tro: Serra da Estrela, Tejo, Gardunha
Malcata, Côa, Mata do Buçaco, Açor,
Vouga-Caramulo, Sicó-Alvaiázere e
Aire e Candeeiros.
O consórcio conduziu recentemente
a candidatura a fundos europeus
que suportam financeiramente
a contratação de uma empresa
especializada que coordena a
candidatura da Mata do Buçaco a
Património Mundial da UNESCO.
O presidente da Fundação Mata do
Buçaco, António Gravato, sublinha
que “a Grande Rota é um exemplo
para o país de uma iniciativa supra-
municipal, que resulta da visão dos
presidentes dos três municípios, que
souberam perceber que se unissem
esforços poderiam dar escala e
dimensão a este projeto”.
António Gravato adianta que o
traçado final será sustentado e defi-
nido com base no trabalho conjunto
desenvolvido pelos técnicos das três
autarquias, que levarão em conta
não só as belezas naturais da serra
e mata do Buçaco, mas também os
abundantes registos históricos rela-
cionados com as invasões francesas.
No Buçaco travou-se durante a
Terceira Invasão Francesa uma
batalha decisiva, em setembro de
1810, durante a qual o exército
de Napoleão saiu derrotado pelas
forças anglo-lusas comandadas pelo
visconde de Wellington.
“Logo que o traçado for homologa-
do pelos presidentes dos três muni-
cípios avançaremos para o terreno”,
conclui António Gravato, que fez
votos para que a Grande Rota possa
ser inaugurada na primavera de
2017.– CAP
TURISMO
MORTÁGUA ADERE AO PERCURSO PEDESTRE E DE BTT GRANDE ROTA DA MATA DO BUÇACO
Cidadãos chamam a atenção para a falta de meios no Centro de Saúde
15. PUB
Já estamos no ar
98.8 FMe em
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a RÁDIO
da REGIÃO de VISEU
RÁDIO JORNAL DO CENTRO
16. 16
28 OUT
REGIÃO
VOUZELA
Texto José Ricardo Ferreira
AINDA HÁ QUEM ESTEJA À ESPERA DO PAGAMENTO
DOS TERRENOS ATRAVESSADOS PELA A25
INFRAESTRUTURAS DE
PORTUGAL CONTINUA
A PAGAR MONTANTES
EM ATRASO, MAS EM
VASCONHA, BALDIOS
E POPULARES AINDA
NÃO VIRAM A “COR DO
DINHEIRO” QUE DIZEM SER
SEU POR DIREITO
Uma década depois de ter sido
concluída a A25, autoestrada
que liga Aveiro a Vilar For-
moso, uma família de Confulcos,
Cambra, no concelho de Vouzela
recebeu na última segunda-feira (24
de outubro) da Infraestruturas de
Portugal (IP) a recetiva indeminiza-
ção por a via de comunicação passar
nos seus terrenos.
António Giestas, um dos três irmãos
a quem a antiga Estradas de Portugal
entregou o cheque, não tem razões de
queixa em relação à empresa pública.
Garante que foi a sua família que
teve culpa neste atraso do pagamento
das expropriações porque nunca
entregou a documentação necessária
para receber o dinheiro. “Eles é que
nos pressionaram para apresentar os
documentos que faltavam. O nosso
processo deve ter ficado concluído em
agosto e recebemos agora. Não temos
nada a apontar à Infraestruturas de
A Câmara de Tabuaço está no terre-
no a avaliar as necessidades da po-
pulação com vista a criar um Banco
de Voluntariado. Numa fase ainda
embrionária, Carlos Carvalho, au-
tarca tabuacense, garante que esta
ação de cariz social pretende dar
respostas às carências alimentares
ou até mesmo criar projetos que
visem o acompanhamento social
em todas as faixas etárias.
Ainda a reunir o grupo de volu-
tarios e a delimitar as áreas de
ação, Carlos Carvalho garante que
“queremos criar algo com uma
forte estrutura e que permite ser
uma resposta rápida e eficaz para
as nossas populações”. O Banco de
Voluntariado pode ainda compor-
tar uma loja social, onde podem
ser adquiridos vestuário, alimen-
tos ou até mesmo equipamentos
de apoio médicos, como cadeiras
de rodas.
TABUAÇO
BANCO DE VOLUNTARIADO EM MARCHA
PUB
Portugal”, afirma.
O presidente da União de Freguesias
de Cambra e Carvalhal de Vermi-
lhas diz desconhecer a existência
na localidade de mais habitantes
com montantes em dívida. António
Ferreira também ficou sem alguns
terrenos por causa da passagem da
autoestrada, mas antes mesmo de via
estar concluída auferiu tudo aquilo
a que tinha direito. Como ele muitas
outras pessoas receberam.
Em Vasconha tudo na mesma
Mas nem todos “se podem queixar
do mesmo”. Na aldeia de Vasconha,
freguesia de Queirã, também no
concelho de Vouzela, meia dúzia e
populares e os Baldios da terra conti-
nuam, tantos anos depois, à espera de
ver “a cor do dinheiro”. Os compartes
são provavelmente os que têm mais
verbas a haver. Ao todo 150 mil euros
por parcelas, entre os nós da Boaldeia
e de Ventosa.
José Macário, presidente do conselho
diretivo, lamenta que dez anos depois
da conclusão da autooestrada tudo
permaneça na mesma. Em causa, um
processo que estará desde essa altura
a correr no Tribunal de Almada e que
ainda não teve desfecho. A ação terá
sido interposta pelo Instituto de Con-
servação da Natureza e das Florestas
por a empresa que construiu a A25
não lhe ter pago cerca de 20 mil euros
resultante da venda de lenha que exis-
tia nos espaços florestais atravessados
pela estrada. Como esse montante
nunca foi retribuído à tutela, o caso
acabou na justiça.
José Macário não compreende as
razões de tanta demora do tribunal,
quando se fala do “simplex” e até
já “desconfia” que o dinheiro em
causa possa já ter sido desviado.
“Às vezes ponho-me a pensar, será
que alguém lá dentro da Estradas
de Portugal já não açambarcou o
dinheiro para ele? Estou com essa
dúvida, já vi tantas coisas aqui por
um lado e outro”.
Por causa desta situação, os Baldios de
Vasconha ponderam recorrer à prove-
doria de justiça e fazer uma queixa à
tutela. O responsável pelos compartes
só quer que a justiça se pronunce de
uma vez por todas sobre este caso. Se
a reposta for positiva, os 150 mil euros
já têm destino. Serão aplicados na
reconstrução dos caminhos florestais
da localidade que se encontram dani-
ficados e no arranjo do telhado da as-
sociação da terra que ainda tem uma
cobertura em fibrocimento e onde
chove. A coletividade foi construída
já há largos anos com o dinheiro
resultante da construção do IP5, que
também rasgou os terrenos baldios,
mas nessa altura antes mesmo da
construção da via as expropriações
foram logo pagas.
O Jornal do Centro solicitou expli-
cações à IP, todavia até ao fecho de
edição não recebemos quaisquer
respostas.
17. 17
28 OUT
REGIÃO
AGUIAR DA BEIRA
Texto Micaela Costa
TRIBUNAL DÁ RAZÃO A CLIENTE DA EDP
OS ÚLTIMOS MESES DE 2014
FORAM UMA VERDADEIRA
DOR DE CABEÇA PARA VÁRIOS
MORADORES E EMPRESAS DO
CONCELHO DE AGUIAR DA
BEIRA. FATURAS DE VALORES
ELEVADOS QUE MUITOS
CONSIDERARAM “IRREAIS”. O
CASO FOI A TRIBUNAL E DOIS
ANOS DEPOIS FOI CONHECIDA
A DECISÃO
OTribunal deu razão a Manuel
Costa um cliente da EDP que
havia apresentado uma queixa
“por faturas com valores elevados e ir-
reais”. O caso remonta ao final do ano
de 2014 quando, em Aguiar da Beira,
as contas da EDP dispararam para
números que muitos consideravam
“exorbitantes”.
Na altura, vários clientes mostra-
ram-se indignados e Manuel Costa
decidiu mesmo avançar com uma
queixa na justiça. No caso deste
cliente, proprietário de um restaurante
em Valverde - e que na altura chegou
a liderar o “movimento” que reuniu
alguns casos de pessoas que se sentiam
“injustiçadas” - todos os meses lhe era
descontado um valor que rondava os
400 euros, por ter o que a EDP chama
de “conta certa”. No dia 5 de agosto de
2014 recebeu uma fatura que lhe dava
um crédito de 1.314,26 euros, ou seja,
dos6.061eurosqueiriapagar,relativo
ao período entre 3 de agosto de 2013 e
julhode2014,pagariaapenas4.746,84
euros. Até aqui tudo bem, ainda
que Manuel Costa já achasse que os
valores eram elevados, mas o mais
estranho foi quando, meses depois,
recebeu uma nova fatura de 5.644,92
euros, com o período de faturação de
3 de agosto a 4 de setembro de 2014.
Esta conta que acabou por ser a gota
de água e que levou a várias recla-
mações junto da EDP. Para Manuel
Costa, alguma coisa não estava bem
pois era um “valor demasiado alto e
que nunca poderia ter sido gasto no
restaurante, no período de um mês”.
Segundo o cliente, “não houve mu-
danças de máquinas e, pelo contrário,
até estava a pagar menos de eletricida-
de do que em anos anteriores”.
Naalturaqueixou-sejuntodaEDP,to-
daviaasrespostas“nuncaforammuito
concretas”. “Inicialmente diziam que
era o que tinha consumido, depois já
diziam que poderia ser uma descarga
de eletricidade para o solo, mas nunca
foram conclusivos”. Manuel Costa
chegou a pedir uma vistoria à EDP
que acabou por não a fazer por ter um
custo associado de 88 euros.
Foi então que decidiu reunir vários
casos e apresentar a queixa junto da
advogada.“AEDPaindatentouqueas
coisas fossem feitas de forma “amigá-
vel”, mas nunca deu uma explicação
concreta do que tinha acontecido e
foi por isso que decidi levar o caso a
tribunal e onde vai ficar até as coisas
se resolverem”, disse na altura Manuel
Costa ao Jornal do Centro.
Agora, praticamente dois anos de-
pois, a justiça veio dar razão a este
cliente “alegando que o consumo
não foi real”. Para provar que estava
certo, Manuel Costa registou todas
as leituras de eletricidade durante
um ano, de janeiro 2015 a janeiro de
2016, mostrando assim que nos anos
anteriores (de 2009 a 2015) os valores
não poderiam ser reais. O tribunal
acabou por lhe dar razão.
Com esta sentença favorável, Manuel
Costa fica isento de pagar a tal fatura
de quase 5700 euros e das custas
judiciais.
A ideia do concurso “Delícia de
Maçã” visa promover e dinamizar
a produção da maçã Bravo Esmolfe
e ao mesmo tempo incentivar a
criatividade na área da doçaria tra-
dicional e regional através de produ-
tos locais (endógenos) que “ajudam
também a promover e diversificar a
oferta da gastronomia local”, como
fez questão de sublinhar o presidente
da Câmara Municipal, Francisco
Carvalho.
Foi com base neste argumento que
o município de Penalva do Castelo,
integrado no programa da XXI Feira
da Maçã Bravo de Esmolfe, promoveu
o IIº concurso com o objetivo de criar
ou reinventar um doce ou bolo típico
para o concelho.
A concurso estiveram sete “magnífi-
cosdoces/bolos”,emqueoingrediente
principal e obrigatório era a maçã
Bravo de Esmolfe.
O júri, constituído pelo chefe Paulo
Cardoso do restaurante “Parador
Casa da Ínsua”, pelo chefe Henrique
Sampaio do restaurante “Passo dos
Cunhas” e pelo professor Mário Dias,
diretor da Escola Profissional de
Hotelaria de Manteigas, teve grande
dificuldade em eleger os vencedores,
dada a qualidade e variedade apresen-
tada pelos concorrentes.
Do concurso resultou a seguinte
classificação: 1º - “Bolo de Maçã Bra-
vo de Esmolfe” da autoria de Maria
Ilda Martins Pires; 2º - “Caramujo
de Bravo” dos alunos de restauração
do Agrupamento de Escolas de
Penalva do Castelo e em 3º lugar o
doce “Floribravo”, do restaurante “O
Telheiro”.
PENALVA DO CASTELO
BOLO BRAVO ESMOLFE CONQUISTA CONCURSO “DELÍCIA DE MAÇÔ
CASO DE MANUEL COSTA
NÃO FOI ÚNICO
Foram várias as faturas com
valores “duvidosos” um pouco
por todo o concelho de Aguiar
da Beira, relatados na altura
ao Jornal do Centro. Contas
que habitualmente eram de
40 ou 50 euros dispararam
para 900 euros. Na freguesia
do Eirado havia clientes com
contas de mais de 1200 euros.
Uma empresa de produção
animal, no Soito, com um
valor de 2.253,25 e uma
habitação em Cortiçada com
uma fatura de 958 euros. Só
Manuel Costa avançou para
tribunal.
Durar muitos anos,
foi uma grande
conquista da nossa
sociedade, e é bom,
se tivermos saúde,
qualidade de vida,
projetos para o
futuro
“O QUE VAMOS FAZER
A TANTOS IDOSOS?”
Caro leitor, ainda que seja um
otimista militante, e, ainda que
cá não fique para ver, deve ser, e,
em minha opinião preocupação
da nossa sociedade, refletir sobre
o aumento explosivo do número
de idosos. A esperança média de
vida, (tempo médio provável dos
anos que vamos viver quando
nascemos), tem aumentado ver-
tiginosamente, cerca de 3meses/
ano, e, neste momento, e no
nosso país é de 83,9 anos para
as mulheres, e de 78,2 anos para
os homens. Como tal, é de todo
provável, que os nossos filhos ou
netos, nascidos depois de 2000,
viverão em média 100 anos. Com
cada vez menos filhos para nos
cuidarem, com uma Segurança
Social, que não vai poder supor-
tar tão prolongadas aposentações
(mais tempo de reforma do que
de trabalho), com os baixos
rendimentos da maior parte
da população, com os custos
acrescidos com os problemas de
saúde inerentes á idade, etc., é
tempo de refletir sobre o tema,
e tentar encontrar novas formas
de organização social, que pos-
sam minimizar e absorver este
impacto, e que ultrapassem de
forma rápida a forma habitual
de recurso ao depósito em Lares,
solução que tem de ser adiada até
ao limite do possível, pois que a
assim não ser vai ser rapidamente
insuficiente, e não há dinheiro
para pagar. Durar muitos anos,
foi uma grande conquista da
nossa sociedade, e é bom, se ti-
vermos saúde, qualidade de vida,
projetos para o futuro, se formos
amados, independentes e capazes
de termos alguma utilidade. É
por aí que devemos caminhar
pois que se assim não for pode
ser tempo de sofrimento, e não se
esqueça que a sua velhice está já
ao virar da esquina.
FIDALGO DE FREITAS
Médico Psiquiatra
OPINIÃO
Há dois anos Manuel Costa mostrava as faturas com valores elevados
FotoIgorFerreira
18. 18
28 OUT
REGIÃO
SANTA COMBA DÃO
Texto Clemente António Pereira
TRIBUNAL DÁ RAZÃO A FUNCIONÁRIOS E ANULA
AVALIAÇÃO FEITA PELO MUNICÍPIO
AVALIAÇÃO EFETUADA AO CHEFE DE SERVIÇOS DO ESTALEIRO MUNICIPAL FOI ANULADA PELO TRIBUNAL
ADMINISTRATIVO E FISCAL DE VISEU POR NÃO TEREM SIDO CUMPRIDOS ALGUNS REQUISITOS TÉCNICOS
OTribunal Administrativo
e Fiscal de Viseu (TAFV)
acaba de dar razão a dois
trabalhadores da Câmara Muni-
cipal de Santa Comba Dão que
resolveram contestar a “Avaliação
de Desempenho” referente ao bié-
nio 2013/2014 e que lhes apontava
falhas no desempenho.
Os dois trabalhadores queixaram-se
de não terem tido qualquer contacto
funcional como o avaliador, mas o
presidente da Câmara indeferiu a
pretensão.
Porém, em resultado de uma ação
interposta pelos trabalhadores com
recurso e apoio do Sindicato dos
Trabalhadores da Administração
Pública (STAL), a sentença do
TAFV anula o despacho da Câmara
Municipal que indeferiu a reclama-
ção dos visados, cabendo agora ao
Município retomar o processo de
reavaliação, se assim o entender.
Presidente admite erros
processuais
Confrontado com a decisão do
TAFV, o presidente da Câmara
Municipal, Leonel Gouveia, escla-
receu que esta avaliação “resulta de
um entendimento dos serviços que
justificou esse tipo de avaliação”
face ao comportamento profissional
e laboral dos dois trabalhadores
visados nesse processo.
O autarca reconheceu o erro e
acrescentou que agora “os servi-
ços vão reanalisar a anulação do
processo de avaliação e vai ter que
se encontrar uma nova solução
que pode passar por uma outra
reavaliação dos trabalhadores, ou
então, optar por outro método para
avaliar os dois trabalhadores e que
poderá passar por uma avaliação
curricular”.
Leonel Gouveia esclareceu ainda
que “o facto de a avaliação ter
sido anulada pelo Tribunal, isso,
não se deveu a nenhuma questão
relacionada com erros de avaliação,
mas sim com procedimentos e
formalismos processuais que não
foram cumpridos na sua totalida-
de”. Digamos que “não é porque a
avaliação esteja errada, mas sim,
pelo fato de alguns dos seus crité-
rios, como por exemplo, alguns dos
requisitos técnicos e formalismos
processuais que não terem sido
devidamente seguidos e cumpridos,
como supostamente deveriam ter
sido considerados”.
S. Pedro do Sul é agora uma “Terra de
Culinária”. O prémio, instituído pela
Associação Portuguesa de Turismo
de Culinária e Economia, em parceria
com o Turismo de Portugal e a Dire-
ção Geral de Agricultura e Desenvol-
vimento Rural, foi atribuído ao mu-
nicípio sampedrense no 3.º Congresso
Nacional de Turismo e Culinária em
Oliveira de Azeméis, que decorreu
há precisamente uma semana (21
outubro). O galardão resulta de uma
candidatura apresentada pela autar-
quia, tendo por base os eventos anuais
promovidos no concelho e que estão
ligados à gastronomia e aos produtos
endógenos, como a Feira da Vitela de
Lafões e o Festival do Feijão.
A vereadora com o pelouro da cultura
na Câmara Municipal, Teresa Sobri-
nho, acredita que este prémio para
além de ajudar a promover ainda mais
os produtos locais, traz também mais
responsabilidade das forças vivas do
concelho que “terão de uma vez por
todas unir esforços para tentar cata-
pultar esta série de eventos a um nível
mais alargado”. “Queremos conversar
com os restaurantes e com os produ-
tores,sentarmo-nostodosaumamesa
porque agora temos de apresentar um
projeto no âmbito deste prémio. A
ideia é estabelecermos várias parcerias
no sentido de promover o escoamento
dos produtos endógenos e que os
restaurantes tenham sempre esses
produtos nas suas ementas. É [uma
iniciativa] para arrancar em janeiro
de 2017”, avança a responsável.
Para além deste projeto, a vereadora
tem ainda em mente outras ideias
que quer colocar no terreno, mas
que se escusa a revelar por ainda não
as ter discutido com os eventuais
parceiros.
São muito variadas as iguarias
produzidas no concelho de S. Pedro
do Sul que fazem as delícias dos
turistas, mas também dos habitantes
locais. A vitela de Lafões, o cabrito
da Gralheira (duas marcas certifica-
das), os enchidos, as diversas varie-
dades típicas e únicas na região de
feijão, a maçã, o mel e a castanha são
alguns dos produtos característicos
do concelho.
S. PEDRO DO SUL
AGRICULTORES E RESTAURANTES VÃO PROMOVER PRODUTOS ENDÓGENOS
Decisão que
reverte avaliação
de funcionários foi
tomada no Tribunal
de Viseu
19. Feira dos Santos
MANGUALDE
especial
Gastronomia, artesanato, indústria, agricultura e o que de
melhor é produzido no concelho de Mangualde e na região
está em destaque no primeiro fim de semana de novembro. A
Feira dos Santos reúne milhares de pessoas e atrai cada vez
mais espanhóis
20. 20
especial
Feira dos Santos
A mudança de local, do espaço
multiusos para o centro da cidade,
éumaapostaganha?
Essa decisão política de há seis
anos de mudarmos a feira do espa-
ço multiusos para a cidade foi de-
terminante para o sucesso da fei-
ra dos santos, que é a feira de todos
nós.
Milhares de pessoas são sempre
recebidas em Mangualde e cada
vezmaisespanhóis?
Sim, nós já no ano passado senti-
mos a presença de muitos espa-
nhóis na Feira dos Santos e tam-
bém acredito que é uma aposta
ganha com a vinda do turismo es-
panhol. Vamos continuar a fazer
com que isso aconteça. A Feira dos
Santos tem uma moldura de mui-
tas sensações e de muitas pessoas
de todo o país e do estrangeiro.
Como evento secular que é neces-
sita de inovações de ano para ano.
Como é que o município o tem tor-
nadomaisatraente?
Com novas apostas nas várias
áreas, desde os produtos endóge-
nos à indústria automóvel, à indús-
tria do transporte, ao artesanato, à
cultura,aorecreioeaolazer.Éuma
mistura de boas sensações. Nós
cada vez acrescentamos mais qua-
lidade e esse acréscimo de qualida-
de é fundamental para que a Feira
dos Santos seja cada vez mais um
momento afirmativo para Man-
gualde, para a região e para o país.
E quanto ao futuro…como o mu-
nicípio vai programar a Feira dos
Santos?
Não há nenhum momento em que
possamos dizer que a Feira dos
Santos está encerrada em termos
de qualidade e de satisfação por
parte das pessoas. É processo pro-
gressivo e vamos acrescentando
qualidade ano após ano, natural-
mente, dentro de todo um ambien-
te e um contexto do território por-
que vamos acrescentando mais
espaço até um dia, daqui a muitos
toda a cidade ficar ocupada.
A feira já contou com dois dias,
atualmente são três (sexta feira,
sábado e domingo).
“OMELHORDOCONCELHOEDAREGIÃO”
JOÃOAZEVEDO,PRESIDENTEDA
CÂMARAMUNICIPALMANGUAL-
DE,CONSIDERAESTEEVENTO
UM“EX-LIBRIS”DOCONCELHO
A Feira dos Santos é um ex-libris
da região e um ponto de encontro
demilharesdepessoas?
Sim, é um grande momento para a
região e para o país. Temos a opor-
tunidade de ter aqui um certame
com dezenas de milhares de pes-
soas e acreditamos que cada vez
mais temos qualidade na feira, te-
mos mais condições de segurança,
temos mais sugestões acrescen-
tando este ano mais temas. Acre-
dito que quem vier visitar Man-
gualdenestaalturacertamentevai
ficar muito satisfeito e vai querer
voltar a Mangualde. É para nós um
orgulho organizar esta feira dos
Santos.
Sexta feira (dia 4 de novembro) ao
final do dia temos a abertura ofi-
cial da feira depois com um mo-
mento mais ligado à gastronomia,
à enologia, a todos os produtos en-
dógenos com momentos musicais
e culturais, momentos de cozinha
especializada para podermos tam-
bém oferecer essa modernidade à
Feira dos Santos. Começa na sexta
feira e termina no domingo à noite.
PUB
21. 21
especial
Feira dos Santos
Foi nos finais do século XVIII, sobretudo
por ação dos fabricantes de lanifícios da
Covilhã, de Gouveia e de Seia, que come-
çando a colocar em Mangualde (nas suas
feiras) os seus produtos, e, já nos inícios
do Século XX, com o estabelecimento de
armazéns, no aproveitamento da Estação
da linha férrea da Beira Alta, que um ex-
traordinário fôlego impulsiona a vila de
Mangualde.
Na realidade, todos queriam ganhar com
a pujança das feiras e mercados em Man-
gualde: os locais, os vizinhos e inclusiva-
mente os Condes Paes do Amaral que se
reservaram o direito de edificar barracas,
lojas e outras obras.
A Feira atingia o seu apogeu e o desenvol-
vimento era crescente. Com o Liberalis-
mo e as suas reformas, foi a partir de 1834
que Mangualde viu contempladas várias
medidas de desenvolvimento, nomeada-
mente a criação e reforma das vias de co-
municação. Com a inauguração da linha
da Beira Alta, Mangualde é definitiva-
mente catapultado para o progresso que
viu até aos dias de hoje.
Dos textos e documentos históricos não
percebemos quando nasce a Feira dos
Santos. Sabe-se sim que a Feira do primei-
ro domingo de novembro era assim deno-
minada e em meados do Século XIX tinha
já atingido uma importância excecional
no panorama das feiras.
Por deliberação da Câmara Municipal,
esta feira, passou a ter 3 dias de duração
para todos os géneros e negócios.
Os dias destinados foram sexta-feira, sá-
bado e domingo.
As alterações na periodicidade das fei-
ras e mercados de Mangualde foram-se
sucedendo e foi a partir de junho de 1948
que deixaram de se efetuar aos domingos,
com exceção da Feira dos Santos que pas-
saria a realizar-se nos primeiros sábado e
domingo de novembro. Hoje ainda preva-
lece essa deliberação de 1948.
Realizada nas artérias do centro da vila
(actual cidade), em finais da década de
1990 é acantonada para um espaço peri-
férico, facto que lhe retira a tradicional
pujança. Foi o actual executivo quem, no
ano de 2011, a faz regressar ao centro da
cidade, recuperando a tradição e incre-
mentado a modernidade, lhe devolve o vi-
gor e robustez assentes numa história de
cerca de 300 anos.
António Tavares
Arqueólogo e historiador da CM Mangualde
AFEIRADASFEBRAS:AORIGEM
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22. Dia 4 MercadoMunicipalDr.DiamantinoFurtado
AberturaOficialdaFeiradosSantos2016
Horário: Sexta19h30
Dia 4 SededaSociedadeFilarmónicadeTibaldinho
IIEncontroNacionaldeProduções
Artesanaiscertificados
Horário: 10h00às18h00
Dia 4/5 MercadoMunicipalDr.DiamantinoFurtado
DãoWineParty
BarmanShow,coktailscomVinhosdoDão
ProdutoresdeVinhodeMangualdeedegustação
deprodutoslocais
Horário:
Sexta 22h00-Abertura
22H30-ShowcookingChefDiogoRochaeSub-ChefInêsBeja
00h00-Encerramento
Sábado 22h00-Abertura
22h30-ShowcookingChefDiogoRochaeSub-ChefInêsBeja
01h00-Encerramento
Dia 4/5/6 MercadoMunicipalDr.DiamantinoFurtado
“SantosdaCasaFazemMilagres”
Showcookings(degustaçãodeprodutoslocais)
Horário: Sábado16h00,18h00/Domingo11h00,14h00,16h00
Chefs: HélioLoureiro/IvoLoureiro
Dia 5/6 MercadoMunicipalDr.DiamantinoFurtado
IIIExpoVinhosMangualde
ProdutoresdeVinhodoDãodeMangualde
Horário: Sábado09h00às20h00
Domingo09h00às20h00
Dia 4/5/6 LargoDr.Couto
MostradasFreguesiasdeMangualde
Promoçãolocaldasfreguesiasdoconcelho
Horário: Sexta15h00às20h00/Sábado09h00às20h00
Domingo09h00às20h00
Dia 4/5/6 LargoDr.Couto
MangualdeRegional
Exposiçãoevendadeprodutosregionais
doconcelhodeMangualde
Horário: Sexta15h00às20h00/Sábado09h00às20h00
Domingo09h00às20h00
Dia 4/5/6 LargoDr.Couto
Manguald´Arte
XIMostradeArtesanatoNacional
Exposiçãoevendadeartesanatonacional
Horário: Sexta15h00às20h00/Sábado09h00às20h00
Domingo09h00às20h00
Dia 4/5/6 Restaurantesaderentes(identificadoscomseloalusivo)
FeiradosSantosàMesa
Restaurantesaderentescomementaregional
dedicadaàFeiradosSantos
Enchidosdaregião;RojõesàModadeMangualde;
FebrasàFeiradosSantos; Requeijãocomdocedeabóbora;
QueijodaSerra;VinhodoDão
Dia 4/5/6 LargoDr.Couto
EspaçoRecordaçãoFotográfico
EuestounaFeiradosSantosdeMangualde!
Dia 4/5 QuintadoAlpoim
AgroMangualde
Exposiçãodemáquinasealfaiasagrícolas
Mostraagropecuáriacomrepresentaçãodeespécies
predominantesnaregião
Horário: Sábado09h00às20h00/Domingo09h00às20h00
CERVAS/AssociaçãoAldeia
Dinamizaçãodoespaçodedivulgação
dafaunaselvagemdaregião
Horário:
Sábado 09h00às20h00
17h00–DevoluçãoàNaturezadeumanimalrecuperado
Domingo09h00às20h00
Dia 5/6 Rua1ºdeMaioeRuaDr.JoséMarques
MangualdeMotor
ExposiçãodeveículosdasmarcasCitroën,
Seat,ToyotaeOpel
Horário: Sábado09h00às20h00/Domingo09h00às20h00
Dia 5/6 Rua1ºdeMaio
MangualdeIndústria
Exposiçãodotecidoempresarialdoconcelho.
Horário: Sábado09h00às20h00/Domingo09h00às20h00
Dia 5/6 RuaDr.ValentimdaSilva
MangualdeTransporte-ANTRAM
Exposiçãodealgumasmarcasemodelosdecamiões
Horário: Sábado09h00às20h00/Domingo09h00às20h00
Dia 5/6 MercadoMunicipalDr.DiamantinoFurtadoeLargoDr.Couto
Artes&Ofícios
Pinturaaoarlivre
Horário: Sábado09h00às20h00/Domingo09h00às20h00
Dia 5/6 Váriasartériasdacidade
Animangualde
Animaçãoderuanasváriasartériasdacidade
Horário:
Sábado 09h30-FanfarradosBombeirosVoluntáriosdeMangualde
(artériaprincipaldacidade)
14h30-GrupoZésPereiras“OsParentesdeTeivas”
(todasasartériasdafeira)
15h00-MegaLua(Rua1ºdeMaio)
Todoodia-Art&Manhã(todasasartériasdafeira)
Todoodia-Concertinas
Domingo09h00-GrupoZésPereiras“OsParentesdeTeivas”
(todasasartériasdafeira)
14h00-ProgramaSomosPortugalemDiretodeMangualde
(LargoDr.Couto)
Todoodia-Art&Manhã(todasasartériasdafeira)
Todoodia-Concertinas
Programa ANIMAÇÃO | SHOWCOOKINGS | WINE PARTY | EXPO VINHOS | ARTESANATO | INDÚSTRIA| AGRICULTURA
WORKSHOPS | SEMINÁRIO | EXPOSIÇÕES | GASTRONOMIA | MÚSICA | EXPO FREGUESIAS
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23. 23
28 OUT
SÁTÃO
Texto Micaela Costa
OBRAS DO LAR DE SAMORIM
A “50 POR CENTO”
PARTE DA CONSTRUÇÃO
DEVERÁ FICAR CONCLUÍDA
DENTRO DE ALGUNS
MESES. FUTURO LAR ESTÁ
ORÇADO EM UM MILHÃO E
200 MIL EUROS E JÁ FORAM
INVESTIDOS 500 MIL EUROS.
QUESTÕES FINANCEIRAS
TÊM ATRASADO A
FINALIZAÇÃO DO PROJETO
SOCIAL
Dentro de alguns meses deverá
estar terminada a primeira
fase de construção do Lar
de idosos de Samorim, em Sátão.
“Este ano é difícil, mas dentro de
alguns meses queremos ter parte do
edifício completo”, frisou Armando
Cunha, responsável pela Casa do
Povo de Sátão, instituição encar-
regue pela construção da valência.
Segundo Armando Cunha, esta fase
inicial visa deixar prontos “alguns
quartos e espaços de atendimento e
refeitórios”. Ao todo são oito quartos
(que poderão albergar perto de 16
pessoas), secretaria, refeitório, sala
comum e outros espaços que deixam
a obra a “50 por cento”.
“Com o serviço domiciliário e o cen-
tro de dia da Casa do Povo sentimos
que são precisos espaços para os
nossos utentes e por isso queremos
deixar pronta esta parte do edifício”,
explicou Armando Cunha.
Para já foram investidos perto de 500
mil euros, numa obra que está orçada
em um milhão e 200 mil. A questão
financeira, ou a falta de verbas como
explicou Armando Cunha, tem
atrasado a conclusão dos trabalhos e
têm sido realizadas iniciativas para
angariação de fundos. “O lar não está
a avançar com a rapidez que gostáva-
mos, mas não é possível que seja de
outra forma porque as verbas não são
muitas. Não estamos a falar de uma
obra financiada pelo Estado”, alertou
o responsável. Jantares, peditórios,
apoio da autarquia - que, segundo
Alexandre Vaz, presidente da Câ-
mara Municipal de Sátão, ronda os
75 mil euros – e a doação de uma
satense, Eduarda Encarnação Rodri-
gues, têm ajudado ao andamento do
projeto social cujas obras arrancaram
em 2013.
A D. Eduarda, como era conhecida,
morreu em fevereiro deste ano, aos
97 anos, mas em vida fez questão de
deixar este apoio para que o Lar de
Idosos, uma obra com que sempre
sonhou, arrancasse o quanto antes.
Para além de doar o terreno onde
está a ser construída a infra-estru-
tura, apoiou com 300 mil euros.
A benfeitora chegou a receber, em
agosto do ano passado, a medalha de
ouro atribuída pela Câmara Munici-
pal de Satão.
ISABEL MAIA
Diretora Clínica do Hospital Veterinário de Viseu
ESTERILIZAÇÃO/
CASTRAÇÃO EM CÃES E
GATOS:
DÚVIDAS?
É VERDADE QUE PROLONGA
A VIDA?
-SIM. Proceder à esterilização por
ovariohisterectomia (remoção dos
ovários e útero) precocemente,
DUPLICA A ESPERANÇA média
DE VIDA (evita tumor mamário,
uterino, ovárico, infeções nestes
órgãos, ...);
AS FÊM EAS DEV EM TER
CRIAS ANTES DE SER EM
ESTERILIZADAS?
-NÃO. Podem até ser esterilizadas
antes do primeiro cio de modo a
eliminar a possibilidade de apare-
cimento de tumor mamário;
QUANDO ESTERILIZAR?
-Posso esterilizar em qualquer
idade, sendo ideal POR VOLTA
DOS 6 a 7 MESES (variando com
a espécie, raça, sexo e indivíduo);
A ESTERILIZAÇÃO PREDISPÕE
À OBESIDADE?
-SIM, mas existem alimentos pró-
prios para animais esterilizados
que evitam tal situação;
ESTA INTERVENÇÃO CIRÚR-
GICA É SEGURA?
-SIM. Hoje em dia este tipo de
intervenção pode ser realizada sob
escrupulosas medidas de seguran-
ça. É importante a opção por um
local com bloco cirúrgico dedicado
e bem equipado, assim como uma
equipa cirúrgica experiente. Deve
ser realizada consulta pré cirúrgica
onde é feito um rigoroso exame
físico, de modo a conhecer bem a
mascote e poder realizar a aneste-
sia geral e procedimento cirúrgico
com toda a confiança;
QUE CUIDADOS DEVO TER
COM A MASCOTE APÓS A
CIRURGIA?
-Na 1ª semana deve haver REPOU-
SO e VIGILÂNCIA/DESINFE-
ÇÃO da LINHA DE SUTURA/
ACESSO. Poderá também haver
medicação para casa. A ALIMEN-
TAÇÃO PASSA A SER PARA
ESTERILIZADOS;QuaisosPRIN-
CIPAIS BENEFÍCIOS da esteriliza-
ção/castração PARA os MACHOS?
-DIMINUI o risco de FUGAS,
reduz a incidência de lesões por
diminuição de LUTAS, DIMINUI
OU ELIMINA comportamentos
de MARCAÇÃO DE TERRITÓ-
RIO, DIMINUI a incidência de
TUMORES prostáticos, elimina a
possibilidade de tumores testicula-
res, diminui a AGRESSIVIDADE,
AUMENTA A ESPERANÇA
média DE VIDA;
O risco de encerramento das
Extensões de Saúde de Carvalhal
Redondo e de Santar está a cau-
sar grande preocupação entre a
população destas duas unidades
integradas na rede da Unidade
Saúde Familiar (USF) Estrela do
Dão ( Nelas).
As duas extensões asseguram o
atendimento a cerca de quatro
mil utentes. A situação é preocu-
pante, referem os utentes.
A Administração Regional de
Saúde (ARS) do Centro já fez sa-
ber que não prevê nem pretende
encerrar as extensões de saúde de
Carvalhal Redondo e de Santar,
mas as dúvidas continuam.
Para clarificar esta situação, a
ARS explicou que a situação ve-
rificada na USF, que viu durante
alguns dias ser reduzido o seu
horário por falta de funcionários,
levantou no meio local rumores
de que as extensões de saúde
corriam o risco de fecharem por-
tas. Perante este quadro, a ARS
Centro garante que os serviços
“vão estar a funcionar de forma
normal, como sempre aconteceu
até aqui”.
O problema que pode vir a afetar
as duas extensões de saúde levou
também a que a deputada e anti-
ga autarca do PSD, Isaura pedro,
tenha abordado o assunto na
Comissão Parlamentar de Saúde.
Aproveitando a presença do
ministro da tutela, a parlamentar
questionou como é que o governo
vê a formação de unidades de
saúde familiar que “excluem ex-
tensões de saúde, contrariando o
princípio de respeito pelos direi-
tos dos utentes, e pela igualdade e
equidade de acesso a cuidados de
saúde integrados”
Isaura Pedro, que é já candidata
anunciada à Câmara de Nelas,
entende que “casos como estes
deveriam merecer intervenção
dos ACES ou das ARS, levando
a uma reformulação destas uni-
dades de saúde, salvaguardando
os interesses dos utentes das
extensões de saúde, que na sua
maioria, são idosos com patolo-
gia crónica, e por conseguinte
mais vulneráveis”. – CAP
NELAS
EXTENSÕES
DE SAÚDE
DE CARVALHAL
REDONDO
E SANTAR
PODEM
FECHAR
OPINIÃO
REGIÃO
Obras arrancaram em 2013
24. 24
28 OUT
REGIÃO
TAROUCA
Texto Iolanda Vilar
SEMENTES MONÁSTICAS DÃO VIDA
A CENTRO COMERCIAL CHINÊS
ERVAS AROMÁTICAS E PRODUTOS HORTÍCOLAS “MADE” NO CONCELHO DE TAROUCA SÃO UM DOS MOTIVOS DE
ATRAÇÃO DE MILHARES DE VISITANTES NUM CENTRO COMERCIAL EM DALIAN, NA CHINA. A PARCERIA QUE EXISTE
COM A ASSOCIAÇÃO INOVTERRA, QUE ACONTECE DESDE 2015, PRETENDE SER UMA TROCA DE SABERES ENTRE OS
DOIS PAÍSES E UMA FORMA DE PROMOVER A AGRICULTURA BIOLÓGICA
“Sabemos que a China procura
novas formas de produção
sustentável e nada melhor
que o Horto Monástico em modo
de produção biológico para ensinar
o que fazer para a sustentabilidade”,
explicou José Bruno Cardoso,
presidente da Inovterra, associação
que agarrou este projeto há um ano.
É assim que surge na China, num
centro comercial, uma pequena
réplica com plantas que são origi-
nárias do Horto Monástico de S.
João de Tarouca.
“Esta é a parceria perfeita para o
desenvolvimento de interesses
conjuntos entre a região do Vale do
Varosa e algumas províncias chi-
neses”, salientou o dirigente asso-
ciativo, lembrando que a Inovterra
aposta na agricultura sustentável
e por um futuro saudável, “modos
de vida” que estão em voga em
algumas regiões chinesas, onde os
níveis de poluição atingem valores
alarmantes.
As espécies selecionadas para a exe-
cução deste projeto são aromáticas,
medicinais e hortícolas, num total
de 12 plantas diferentes. A saber:
couve portuguesa ou couve-galega,
a batata, o feijão e a malagueta. As
espécies aromáticas e medicinais
escolhidas foram a segurelha, os
orégãos, a hortelã-pimenta, o poejo,
a salva, o tomilho vulgar, o tomilho
bela luz e o alecrim. Os produtos
que podem ser apreciados são
também as espécies que estão inse-
ridas num projeto de recuperação
agrícola e histórica no Mosteiro de
São João de Tarouca denominado
“Horto Monástico”.
O original, em Tarouca, agrega o
cultivo de 35 espécies, cinco das
quais nascem espontaneamente nos
terrenos sagrados deste local. Foram
estas mesmas sementes que parti-
ram para a distante China e deram
forma a uma ideia fora do comum
para mostrar o que de melhor o
concelho duriense pode oferecer.
Tanto em Portugal como na China,
estas plantas são bastante utili-
zadas na alimentação e para fins
medicinais.
Segundo o presidente da Inovterra,
a associação no âmbito da parceria,
envia técnicos para a China para
montar os Hortos Urbanos Bio-
lógicos com alusão a Portugal e à
Inovterra e, em troca, os chineses
promovem Portugal, com visitas
à região do Vale do Varosa para
apreciarem o horto original.
Para 2017 há já muitos projetos
internacionais a serem estudados.
No entanto, Bruno Cardoso la-
menta que “o poder político ainda
não tenha reparado no potencial
da Inovterra e ainda não a apoia
condignamente, temos que ir tra-
balhando dentro daquilo que é o
nosso orçamento”.
O futuro passa por difundir esta
forma de “fazer” agricultura bio-
lógica a outros países da Europa,
pois, segundo Bruno Cardoso, a
internacionalização do projeto
vai permitir “agregar mais visitas
e mais turismo a Portugal e, em
simultâneo, permitir que outros
países cooperem connosco no que
toca ao desenvolvimento agrícola e
dinamização do turismo”.
A Inovterra foi criada em 2012 para
dar resposta à crescente necessida-
de de uma intervenção civil para in-
verter na situação de abandono dos
meios rurais. A sua área de atuação
abrange todo o Douro Sul e Vale
dos rios Távora e Varosa (Armamar,
Cinfães, Lamego, Moimenta da
Beira, Penedono, Resende, S. João
da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço
e Tarouca).
A pintora naïf Maria Vilaça vai
ceder ao Museu Municipal de
Resende um quadro intitulado
“Natal em Resende”. A artista,
natural de Valongo, é uma cons-
tante presença nas exposições
realizadas naquele local de cultu-
ra. Apaixonada pelas belezas do
Douro, a artista decidiu deixar a
sua marca naquela vila duriense
recriando na expressão naïf um
momento dedicado ao Natal.
A obra será incluída na exposição
que decorrerá no Museu para
comemorar os seus 10 anos de
existência e que contara ainda
com obras de todos os artistas
que já divulgaram nesse local os
seus trabalhos. O Museu Munici-
pal de Resende está localizado na
antiga cadeia e foi recuperado em
2003 e alberga um vasto espólio
etnográfico e arqueológico do
concelho.
RESENDE
MARIA VILAÇA CEDE OBRA A MUSEU
Plantas adornam
centro comercial
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28 OUT
OLIVEIRA DE FRADES
Texto José Ricardo Ferreira
INAUGURADA SEDE DO CENTRO SOCIAL
E PAROQUIAL DE S. JOÃO DA SERRA
EDIFÍCIO CUSTOU 600 MIL
EUROS. OBRA FOI PAGA COM
A AJUDA DA COMUNIDADE E
DA CÂMARA MUNICIPAL
OCentro Social e Paroquial de
S. João da Serra, no concelho
de Oliveira de Frades, é inau-
gurado este sábado (29 de outubro)
mais de um ano depois do que estava
previsto. A cerimónia de inauguração
está agendada para as 15h00, numa
cerimónia que será presidida pelo
Bispo de Viseu. No imóvel para além
dos dois serviços prestados pela Ins-
tituição Particular de Solidariedade
Social (IPSS) funciona igualmente a
Casa Pastoral da paróquia.
A organização presta apoio domi-
ciliário a 15 pessoas, tendo acordo
com a Segurança Social (SS) para
oito utentes. Esta valência entrou em
funcionamento há mais de um ano. Já
o Centro de Dia vai abrir portas este
sábado justamente na inauguração
do Centro Social e Paroquial, sendo o
único serviço do género no concelho
oliveirense. Para esta resposta social já
se inscreveram cerca de uma dezena
de pessoas. Para já ainda não há ne-
nhum acordo com a SS, mas o centro
tenciona obter comparticipação esta-
tal para algumas vagas. “Avançámos
com esta nova valência sem a certeza
que vamos ter qualquer tipo de apoio
porque esta é uma necessidade. O que
procuramos combater é o isolamento.
As nossas aldeias estão desertificadas,
as pessoas estão tendencialmente e
cada vez mais isoladas, há muita emi-
gração, e portanto o que procuramos
é dar às pessoas condições que não
teriam em casa e também o convívio,
o poderem estar com os seus pares,
com pessoas amigas”, frisa o padre
Internacionalização de empresas
vai ser o mote para um workshop
organizado pela AIRV- Associação
Empresarial de Viseu, em parceria
com a Câmara Municipal de Castro
Daire.
O encontro tem lugar no dia 4 de no-
vembro no auditório da Assembleia
Municipal de Castro Daire e pretende
sensibilizar e dinamizar o tecido em-
presarial da região para as questões
da internacionalização e dos apoios
existentes para as empresas interessa-
das em desenvolver esta valência.
Em Castro Daire existem já algumas
empresas que exportam grande parte
do que produzem, em alguns casos
“escoam para outras empresas parcei-
ras que depois dinamizam as vendas
e fazem a exportação”, segundo a
caracterização da associação empre-
sarial local. O segmento dos granitos
com forte implantação no concelho é
exemplo disso e constitui já uma forte
alavanca no tecido empresarial local,
criando emprego ao sutentabilizar
um dos recursos naturais de maior
importância no concelho. Os granitos
e seus derivados são considerados
em alguns países artigos de luxo na
construção civil e na produção de
mobiliário e compostos de cozinha
e banho. Outros setores de atividade
vão estar certamente em foco, sendo
prestadas todas as informações aos
empresário interessados em desenvol-
ver atividades nesta área.
As inscrições são gratuitas e podem
ser realizadas nos serviços da Câmara
Municipal de Castro Daire ou da
Associação Empresarial da Região de
Viseu.
CASTRO DAIRE
INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS EM DEBATE
Cristóvão Cunha, presidente do Cen-
tro Social e Paroquial.
Comunidadeapoiaprojecto
O edifício onde funciona a instituição
social custou 600 mil euros. A obra
está completamente paga e não sofreu
“qualquer derrape financeiro”. O pro-
jecto foi comparticipado a 30 por cen-
to por fundos comunitários através
da ADDLAP. A Câmara Municipal
de Oliveira de Frades ajudou com 200
mil euros e o restante montante foi
suportadopelainstituição,quecontou
com o apoio da comunidade que
ao longo de largos meses organizou
várias iniciativas, como peditórios e
jantares convívio, com vista a anga-
riar fundos para a causa.
Atrasonaabertura
A empreitada está pronta desde o
final de 2014, dentro dos prazos pre-
vistos, mas só agora o Centro Social
e Paroquial vai ser inaugurado. O
padre Cristóvão Cunha justifica esta
demora com algumas carências “do
ponto de vista logístico e institucio-
nal” que adiaram a abertura da sede
da IPSS.
O presidente da Junta de S. João da
Serra, Armando Ferreira, não esconde
a satisfação por organização estar final-
mente a funcionar em pleno, ainda que
lamente que poucas pessoas tenham
mostrado vontade de usufruir do apoio
prestado. “Quando as coisas não exis-
tem toda a gente diz que faz falta, mas
quando existem, quando é para pagar,
é um bocadito mais complicado. [As
pessoas] ficam um bocado reticentes
em ir para o centro e [usufruir do]
apoio domiciliário porque, pensando
que não, nestes meios pequenos uma
reforma em casa às vezes dá mais jeito
aosfilhosqueosidosos”,refere.
Para o autarca, agora, em S. João da
Serra, só fica a faltar um lar para os
idosos, eles que representam 80 por
centro da população da freguesia.
Armando Ferreira espera que as
entidades estatais ajudem a pôr em
marcha dentro de alguns anos esta
nova aspiração.
Nos termos do n.º 2 do artigo
403º do Código do Trabalho,
presume-se o abandono do
trabalho em caso de ausência do
trabalhador ao serviço durante,
pelo menos, dez dias úteis segui-
dos, sem que o empregador tenha
recebido comunicação do motivo
da ausência. Esta presunção é
ilidível, ou seja, pode ser afastada
pelo trabalhador, mediante prova
da ocorrência do motivo de força
maior, impeditivo da comunica-
ção da ausência.
Assim sendo, para que haja aban-
dono do trabalho não basta a
não comparência prolongada ao
serviço do trabalhador. É neces-
sário que a sua ausência indicie
a vontade do trabalhador de pôr
termo ao contrato de trabalho,
por exemplo, ter celebrado um
contrato de trabalho no estran-
geiro ou estar a trabalhar por
conta própria. Este comporta-
mento por parte do trabalhador
corresponde a uma denúncia
tácita do contrato de trabalho.
O empregador, para alegar o
abandono no intuito de fazer
cessar o contrato, terá de comu-
nicar ao trabalhador os factos
que o sustentam ou da presunção
do mesmo, por carta registada
com aviso de receção para a
última morada conhecida deste.
Ainda assim, o trabalhador pode
contestar o abandono presumido
se demonstrar que foi por motivo
de força maior que não comuni-
cou a causa da ausência.
Caso se prove o abandono do
trabalho, o trabalhador fica obri-
gado a indemnizar o empregador
nos mesmos termos em que
ficaria se denunciasse o contrato
sem aviso prévio, ou seja, deve
pagar uma indemnização de va-
lor correspondente a um ou dois
meses de retribuição base e diu-
turnidades, consoante a sua an-
tiguidade seja igual ou inferior a
dois anos ou superior a dois anos.
Para além desta indemnização,
o trabalhador poderá responder,
igualmente, nos termos gerais
da responsabilidade civil, pelos
danos eventualmente causados
pelo facto de ter abandonado o
trabalho sem qualquer aviso.
ABANDONO DO
TRABALHO
ÂNGELA FIGUEIREDO SANTOS
Advogada
CONSULTÓRIO JURÍDICO
REGIÃO
Centro de Dia abre portas depois de já estar a funcionar o apoio domiciliário
26. 26
28 OUT
REGIÃO
Entre 11 e 13 de novembro, Pene-
dono recebe o Mercado Magriço
um evento que pretende dar a co-
nhecer as atividades empresariais
e comerciais do concelho.
Durante todo o fim de semana,
esta iniciativa, segundo fonte da
edilidade, pretende “congregar
todas as atividades que emergem
no nosso quotidiano e que urge,
cada vez mais, afirmar como
pedras basilares do tecido eco-
nómico concelhio”, frisando que
esta ação tem como “verdadeiro
estandarte o empreendedorismo
penedonense”.
Ainda sem programa divulgado,
o Mercado do Magriço é visto
como um espaço vocacionado à
promoção turística e cultural de
Penedono, aliada à Feira Medieval
que se realiza nos meses de verão.
PENEDONO
“MAGRIÇO”
PROMOVE TECIDO
EMPRESARIAL
TONDELA
Texto Sandra Rodrigues
EAGORAÉAVEZDAJUNTADEFREGUESIA
DEMOLELOSAVANÇARPARATRIBUNAL
CONFRONTO ENTRE MEMBROS DA JUNTA DE MOLELOS E ELEITO DA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA ESTÁ
LONGE DE TER UM FIM. ARGUMENTOS E DÚVIDAS SÃO DEBATIDOS E DECIDIDOS EM TRIBUNAL E FORA
DELE. CASO DAS GRAVAÇÕES DA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA JÁ SE ARRASTA HÁ QUASE UM ANO
AFreguesia de Molelos, em
Tondela, vai avançar com
um processo no Tribunal
Administrativo e Fiscal de Viseu
para impedir que Luís Figueiredo
grave as sessões da Assembleia de
Freguesia.Uma decisão tomada
depois do Tribunal ter dado como
“improcedente” a providência
cautelar apresentada pelo órgão
autárquico. Em causa, o conflito
por causa da gravação e recolha de
imagens de reuniões e que coloca
A construção de um heliporto em
São João da Pesqueira continua sem
avançar devido ao bloqueio das ver-
bas vindas do Norte 2020, lamenta
José Tulha, presidente da Câmara
Municipal. A obra, segundo o
autarca, tem projeto aprovado desde
2012 mas aguarda que os 800 mil
euros previstos para a recuperação
do espaço sejam disponibilizados
pelo próximo quadro comunitário
deapoio.
O heliporto, que neste momento
funciona no improvisado campo
de futebol à saída da vila pesquei-
rense, segundo o edil, “não reúne as
condições ideais para que os meios
de socorro aéreos possam efetuar
o seu trabalho”. Localizado perto
das instalações do Centro de Saúde,
este novo equipamento daria “uma
resposta segura e conveniente em
termos de socorro médico rápido e
eficaz”, sublinhando ainda o autarca
que “poderia funcionar como meio
de transporte de empresários em
negócios, bem como dar apoio a
algumas quintas da região que assim
comodamentepoderiamfazerchegar
os seus hóspedes, evitando que per-
corressemestradassinuosas”.
O projeto, além do heliporto, inclui
ainda a recuperação do espaço da
feira.
S. JOÃO DA PESQUIERA
HELIPORTO
CONTINUA PARADO
POR FALTA
DE VERBAS
frente a frente a Junta e o membro
da Assembleia de Freguesia e ao
mesmo tempo que toma o lugar
A situação que opõe os
“protagonistas” já levou
a várias sentenças em
tribunal, ao pedido de
esclarecimentos a várias
entidades
de eleito. A situação que opõe os
“protagonistas” já levou a várias
sentenças em tribunal, ao pedido de
esclarecimentos a várias entidades e
a tomadas de posição por parte da
própria Entidade Reguladora para a
Comunicação Social.
Perante a persistência de Luís
Figueiredo em comparecer nas
reuniões com os mesmos prossu-
postos, a Junta tinha avançado com
uma providência cautelar para o
impedir.
“Por a sentença ainda não transitar
em julgado, uma vez que ainda
corre o prazo legal de recurso, o
tribunal julgou a providência im-
procedente. E julgou também im-
procedente o pedido de litigância
de má-fé, bem como improcedente
o pedido de indemnização que foi
apresentado por Luís Figueiredo”,
salientaram em conferência de
imprensa os membros da Junta
de Freguesia. Para a Junta, o
Tribunal é claro quando diz que
a providência é improcedente por
“os procedimentos cautelares não
serem meios adequados a definir
direitos mas apenas a acautelar
e proteger direitos”. Por isso,
anunciaram, vão avançar agora
com outros meios, recorrendo ao
Tribunal Fiscal.
“Ao contrário do que o requerido
pretende fazer valer, a mesma [de-
cisão do tribunal] não se pronuncia,
em lugar algum, que o requerido
pode gravar ou colher imagens
na sua qualidade de equiparado a
jornalista e quando em simultâneo
exerce as funções e eleito local.
A mesma foi sim improcedente
porque o Tribunal entendeu, entre
outras questões de direito, que a
pretensão da Freguesia não carece
de obter uma decisão cautelar”,
explicaram.
Os membros da Junta lembram ain-
da que a mesma decisão refere que
“cabe ao presidente da Assembleia
de Freguesia assegurar o regular
funcionamento das reuniões,
recorrendo às entidades policiais se
necessário e conceder as autoriza-
ções que entenda por necessárias,
sendo que aqueles que se sentirem
lesados podem recorrer aos meios
próprios”. “Vamos cumprir na
íntegra a decisão do tribunal, de-
signadamente este último ponto”,
avisaram.
Assembleias de freguesia tem sido consecutivamente suspensas