O documento discute o Classicismo, mencionando a imitação dos temas e estruturas clássicas, o valor da mitologia e da razão. Também resume Os Lusíadas de Camões, épico nacional português que narra a viagem de Vasco da Gama ao Oriente seguindo modelos clássicos como Horácio e Virgílio.
5. Imitação dos clássicos temas, estrutura,...→
Mitologia sentido estético
Formalismo
Medida Nova
Predomínio da Razão / Universalismo
Amor platônico
6. “E assim acabarei a
vida, e verão todos que
fui tão afeiçoado à
minha pátria, que não
somente me contentei
de morrer nela, mas de
morrer com ela ”.
7. Os Lusíadas (1572) segue os
modelos de Horácio e de
Virgílio;
Título: significa “Lusitanos”, ou
seja, são os próprios lusos, em
sua alma como em sua ação.
(Luso=luz)
8. Tema: Camões cantará as conquistas de Portugal,
as glórias dos navegadores, os reis do passado;
em outras palavras, a glória do povo português .
Ação:
HistóricaHistórica: Viagem de Vasco da Gama.
MitológicaMitológica: Disputa entre os deuses.
A narrativa não segue ordem linear, cronológica.
10. ProposiçãoProposição (canto I)(canto I)
As armas e os barões assinalados
Que, da ocidental praia lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram.
11. Invocação (canto I) pede inspiração às Tágides
(musas do Tejo).
Dedicatória (canto I) dedica o poema ao Rei D.
Sebastião.
Narração (cantos I ao X) narra a viagem de
Vasco da Gama ao Oriente.
Epílogo (canto X) parte final, poeta se mostra
desiludido com sua pátria, já antevendo a
decadência de Portugal.
12.
13. Canto I
Narração in media res;
Canal de Moçambique;
Concílio dos deuses
Baco X Vênus
Armadilha de Baco (falso piloto);
Meditação sobre a condição humana.
14. “No mar tanta tormenta e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade aborrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme, e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?”
15. Júpiter consola Vênus,
Júpiter prenuncia o sucesso da
expedição lusa;
Sonho de Vasco da Gama.
“Formosa filha minha, não temais
Perigo algum nos vossos lusitanos,
Nem que ninguém comigo possa mais
Que esses chorosos olhos soberanos;
Que eu vos prometo, filha, que vejais
Esqueceram-se gregos e romanos,
Pelos ilustres feitos que esta gente
Há de fazer nas partes do Oriente.”
16. Em Melinde;
Invocação à Calíope;
Narração de Vasco
da Gama;
Início da História de
Portugal;
Episódio de Inês de
Castro.
17. “Tu só, puro amor, com força crua,
Que dos corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se for a pérfida inimiga,
Se dizem, fero amor, que a seta tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano”
18. Continua a História de Portugal;
Sonho de Dom Manuel;
Narra o dia da partida da frota;
Episódio do Velho do Restelo.
19. “- Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Desta vaidade a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
Com uma aura popular que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas.
Que crueldades neles experimentas!”
20. Narra a viagem pela Costa
Africana;
Episódio de Fernão Veloso;
Episódio do Gigante
Adamastor;
Voz de Camões
Crítica aos que não
valorizam a poesia.
21. Influência da tradição popular portuguesa →
redondilhas, cantigas,...
Influência da Antiguidade Clássica;
Sonetos Medida Nova→
Platonismo amoroso;
Visão idealizada da mulher;
Análise do contraditório;
Desconcerto do mundo;
22. “Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento Etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa sem remédio de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou. “
23. “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E enfim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía.“
24. “Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco, e nada aperto.
É tudo quanto sinto um desconcerto:
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio;
Agora desvario, agora acerto.
Estando em terra, chego ao Céu voando;
Num'hora acho mil anos, e é de jeito
Que em mil anos não posso achar um'hora.
Se me pergunta alguém porque assi ando,
Respondo que não sei, porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.“
Notes de l'éditeur
Recebe o nome de antropocentrismo a ideia, surgida na Europa do fim da Idade Média, que considera o Homem o centro do cosmos. O antropocentrismo sugere que o homem deve ser o centro das ações, da expressão cultural, histórica e filosófica.
A medida nova refere-se ao uso do verso decassílabo na composição poética dosoneto (dois quartetos e dois tercetos). Foi introduzido em Portugal por Sá de Miranda, que havia conhecido essa forma na Itália. Camões utilizou bastante essa forma poética, nos seus sonetos.
In media(s) res (latim para "no meio das coisas") é uma técnica literária onde a narrativa começa no meio da história, em vez de no início (ab ovo ou ab initio). Os personagens, cenários e conflitos são frequentemente introduzidos através de uma série de flashbacks ou através de personagens que discorrem entre si sobre eventos passados. Obras clássicas tais como a Eneida de Virgílio, a Ilíada de Homero ou a obra renascentista Os Lusíadas de Luís de Camões começam no meio da história.
Inês de Castro é um episódio lírico-amoroso que simboliza a força e a veemência do amor em Portugal. O episódio ocupa as estâncias 118 a 135 do Canto III de Os Lusíadas e relata o assassinato de Inês de Castro, em 1355, pelos ministros do rei D. Afonso IV de Borgonha, pai de D. Pedro, seu amante.
Quando as naus de Vasco da Gama se despediam do porto de Belém, um ancião, o Velho do Restelo, elevando a voz, manifestou sua oposição à viagem às Índias. A sua fala pode ser interpretada como a sobrevivência da mentalidade feudal, agrária, oposta ao expansionismo e às navegações, que configuravam os interesses da burguesia e da monarquia.