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DOS DEUSES PAGÃOS À SÃO JOÃO BATISTA....   O mês de junho, época de Solstício de Verão na Europa, ensejou inúmeros rituais de invocação de fertilidade, necessários para garantir o crescimento da vegetação, fartura na colheita e clamar por mais chuvas. Estes rituais, eram expressões que foram praticadas pelas mais diferentes culturas, em todos os tempos e em todas as partes do planeta.    O espetáculo das grandes mudanças que nos oferece a natureza sobre a face da terra, sempre impressionou o homem e levou-o a meditar sobre suas causas, efeitos e transformações. Em certo estágio de desenvolvimento, acreditou ele, estar em suas mãos os meios de evitar uma calamidade em potencial e que podia interferir, apressando ou retardando a marcha das estações pela arte da magia. Com este pensamento fixo, passou a realizar rituais e a proferir palavras mágicas para o sol brilhar, os animais se multiplicarem e a vegetação ou colheita desenvolver-se.  No decurso de mais algum tempo, porém, acabou por convencer-se que o crescimento e a decadência da vegetação e as alterações das estações, assim como a vida e a morte de qualquer criatura viva, dependiam da força e da vontade de seres divinos. Sendo assim, a velha teoria mágica das estações, foi complementada com uma teoria religiosa. Mas, mesmo associando estas transformações às suas divindades, achou que através de certos ritos mágicos, poderia dar uma ajuda ao seu deus, que era o princípio da vida na luta contra o princípio contrário, a morte.    As cerimônias que realizava para alcançar este objetivo, não passavam de representações dramáticas dos processos naturais que desejava favorecer. Não obstante, os dois lados da vida, o vegetal e o animal, não estavam dissociados na mente daqueles que realizavam estes cerimoniais. Em verdade, eles acreditavam que existiam profundos laços que uniam o mundo vegetal ao animal e em funções disso, combinavam a representação dramática do renascimento das plantas a união dos sexos, objetivando estimular ao mesmo tempo e com um único ato, a multiplicação dos frutos, dos animais e dos homens. Para eles, o princípio da vida e da fertilidade, fosse animal ou vegetal era uno e indivisível. Alimento e filhos, era o que os homens procuravam obter com a realização de ritos mágicos para regular as estações. Estes rituais de fertilidade, sendo muito importantes para todos os povos, perduraram através dos tempos e na 
Era Cristã
 não houve como apagá-los. E, a Igreja Católica, inteligentemente, ao invés de condená-los, adaptou-os as comemorações do dia de São João, que teria nascido em 24 de junho, dia do solstício.                   Nos conta Frazer, em seu livro 
O Ramo de Ouro
, do início do século XX, que na Sardenha, os jardins de Adônis ainda são plantados na festa de Solstício de Verão, que lá tem o nome de festa de São João. Era costume, também, em 1 de abril um rapaz da aldeia se apresentar diante de uma moça e pedir-lhe para ser sua 
camare
 (namorada) e se oferecer para ser seu 
compare
. O convite era considerado como uma honra pela família da moça e aceito com satisfação. No final de maio, a jovem faz um vaso com casca de um sobreiro, enche-o de terra e nele semeia um punhado de trigo e cevada. Colocado ao sol e regado na devida freqüência, os grãos brotam rapidamente e, na véspera do solstício (23, junho, véspera de São João), já estaria bem desenvolvido. O vaso é então chamado de 
erme
 ou 
nenneri
. No dia de São João, o rapaz e a moça, acompanhados por uma comitiva e precedidos por crianças, vão em procissão até a igreja. Ali quebram o vaso e lançando-o contra a porta do templo. Sentam-se em seguida em círculo na relva e comem ovos e verduras ao som da música de flautas. Em seguida dão-se as mãos e canta, 
Namorados de São João ( Compare e comare di San Giovanni) várias vezes, enquanto as flautas tocam durante todo este ínterim. Quando se cansam de cantar, levantam-se e dançam alegremente em círculo até a madrugada.   Outro aspecto importante da festa do Solstício de Verão ligado ao nome de São João é a tradição de banhar-se no mar, nas nascentes, nos rios ou no sereno, na noite da véspera do dia da festa do Solstício. Em Nápoles, há uma igreja dedicada a São João Batista com nome de São João do Mar (San Giovan a mare). Este hábito é bastante antigo e, homens e mulheres acreditavam que no ato de banhar-se ficariam livres de todos os pecados. Nos Abruzos, ainda se acredita que água possua qualidades benéficas na noite de São João. Em Marsala, na Sicília, há uma nascente em uma gruta subterrânea, chamada Gritto della Sibila. Ao seu lado, há uma igreja de São João. Na véspera de São João, dia 23 de junho, mulheres e moças visitam e gruta e, ao beber da água profética, ficam sabendo se seus maridos são fiéis ou se casarão no próximo ano. Também os enfermos, acreditam que banhando-se nestas águas, ficarão curados de seus males.   O alcance destas crenças eram tão grandes, que a Igreja, acabou por achar melhor seguir uma política de acomodação, dando a estes ritos um nome cristão. E, ao procurar um santo para suplantar o patrono pagão de tais banhos, dificilmente poderiam ter encontrado um sucessor mais adequado do que São João Batista.   Atualmente, os rituais de fertilidade estão representados no casamento caipira e, as antigas oferendas, deram lugar às simpatias, adivinhações e pedidos de graças aos santos. O santo mais requisitado é o Santo Antonio, conhecido como casamenteiro, que segundo reza uma lenda, levou três irmãs solteiras ao altar.   O FOGO DA VIDA E DA PURIFICAÇÃO...        Também perduraram, desde os tempos imemoriais, os costumes de acender fogueiras e tochas, que livravam as plantas e colheitas dos espíritos maus que poderiam impedir a fertilidade.   A festa de São João está também, diretamente relacionada com o elemento 
fogo
. Analisando mais a fundo o simbolismo deste elemento, chegaremos a seus vários aspectos.   O fogo é criação, nascimento, luz original, alegria e elemento que foi divinizado pelo homem. Este, submerso nos mistérios da noite, alegra-se quando seus olhos se abrem para a luz do dia, iluminados pelos raios benéficos do Sol. Mas o fogo também é destruidor, já que tudo queima e incinera. Esta ambivalência foi rapidamente observada pelos nossos antepassados que fizeram do fogo uma representação do bem e do mal. O fogo portanto, é princípio de vida, revelação, iluminação, purificação, mas também paixão e destruição. Dá a vida, mas volta a tirá-la e transforma-a em cinza.   As fogueiras de São João, que queimam atualmente, na noite de 23 de junho (véspera da festa de São João), eram no começo, fogos de fertilização e purificação que se acendiam no dia do Solstício de Verão, na Europa (21 de junho), justamente antes das colheitas, em honra aos deuses para agradecer as suas bondades, ou imediatamente depois, para purificar a terra. As festividades de São João, portanto, celebram a vida, o Sol, o fogo transformador que consome o velho para criar algo novo.   TRADIÇÃO QUE CONQUISTOU OS ÍNDIOS...      Quando os portugueses chegaram com seus jesuítas ao Brasil, em torno 1500, trouxeram em sua bagagem todas as suas crenças e costumes. Alguns cronistas contam que os jesuítas foram os primeiros a acender fogueiras e tochas para comemorar a festa de São João.    Ela foi muito bem aceita pelo nosso indígena, pois se identificava com suas danças sagradas realizadas também, em torno do fogo. Os jesuítas, muito astutos, se utilizaram do interesse do índio pelas festas religiosas para atraí-los e estabelecerem contatos com objetivos de catequese. COQUETEL DE CULTURAS       As festas juninas somam hoje, contribuições culturais de vários povos que aqui se estabeleceram como o passar do tempo. E, pode-se dizer, por que não, que este verdadeiro 
coquetel de culturas
 foi um arranjo perfeito e mobiliza romaria de turistas para apreciarem suas alegres e descontraídas festas.  Desde do século XIII, a festa de São João portuguesa chama-se 
joanina
 e incluía os santos: Santo Antônio ( 13 de junho), São João (24 de junho) e São Pedro (29 de junho).     As Festas Juninas têm inicio em 13 de junho, Dia de Santo Antônio. Esse santo português, viveu em 1195 e faz parte da ordem dos franciscanos, falecendo em Pádua, na Itália, com 36 anos. Bastante reverenciado no Brasil no início do século XX, chegou a ser condecorado patrono do exército brasileiro. Na cultura popular ele é conhecido como santo casamenteiro, dividindo com São Gonçalo, as promessas e as rezas das moças solteiras interessadas em casar. As festividades em seu louvor incluem levantamentos de mastro, cantorias, romarias e procissões por todo o País, além de inúmeras crendices e superstições. No imaginário popular, Santo Antônio também ajuda na busca de coisas perdidas.   Já São João está relacionado com o fogo lendário das fogueiras. Sua adoração era tradicional na Península Ibérica e foi, portanto, trazida ao Brasil pelos jesuítas. O santo é o mesmo João, filho de Isabel, prima de Maria, que anunciou a vinda do Messias e foi chamado de precursor do povo judeu. Ao contrário da imagem descrita pela Bíblia de um homem ríspido e severo, tem-se nas festas a sua imagem associada a uma criança meiga e alegre, que adora foguetes e barulho.     São Pedro é o último a ser comemorado, no dia 29 de junho. Um dos maiores festejos do Brasil dedicados ao santo ocorre na cidade de Teresina, no Piauí, cuja festa termina com procissão fluvial pelo rio Parnaíba. É conhecido como santo chaveiro, pois a ele foram confiadas as chaves do Reino dos Céus. É o padroeiro dos pescadores, que realizam procissões marítimas em sua homenagem, e também o protetor das viúvas.   Já a quadrilha, tão apreciada e cantada nestas festas juninas é uma dança francesa que tem suas raízes nas contra-danças inglesas (contry dance= dança rural) e surgiu no final do século XVIII. Esta dança desembarcou no Brasil com a família real portuguesa em 1808. Só a alta sociedade da época, divertia-se em suas recepções ao som da quadrilha.    Com o tempo, este modismo importado da França, caiu nas graças do povo, passando então, a integrar o repertório de cantores e compositores. Foi assim, que a quadrilha deixou os salões aristocráticos para entrar nas festas populares. Surgiram então, as variantes no interior do país, como a quadrilha caipira. A quadrilha ainda hoje, é dançada no interior para homenagear os santos juninos e agradecer as boas colheitas da roça. O instrumento tradicional das quadrilhas é a sanfona. Saiba mais sobre quadrilha acessando o link: HYPERLINK 
http://www.rosanevolpatto.trd.br/dancaquadrilha.htm
 http://www.rosanevolpatto.trd.br/dancaquadrilha.htm     Mas, a pitada que dá o toque especial ao nosso 
coquetel de cultura
 é a maravilhosa culinária indígena, com suas comidas à base do milho como: espigas de milho, pamonha, canjica, bolo de fubá, etc.                                Portanto, unindo música, teatro e boa comida, as festas juninas expressam um imaginário rico em passagens da vida cotidiana de um povo simples.    É, antes de tudo, uma oportunidade onde se dança e canta os costumes herdados da sabedoria de nossos ancestrais. Sábios ensinamentos de um tempo que o próprio tempo se encarregou de deixar para trás, mas que nossa memória nega-se de esquecer.   Além disso, estas festividades tiveram um papel essencial na integração entre índios e portugueses e, mais tarde, com os negros e outros grupos étnicos, estabelecendo o que podemos chamar de união de laços culturais. Inseridas dentro de um contexto religioso, estas festas foram portanto, muito importantes nas relações entre diferentes povos que colonizaram o Brasil. Esta polifonia cultural está arraigada até hoje.   Estas festa ainda, nos fazem reviver mitos e nos trazem ao palco da vida atual, cenas da história de um povo, contadas sob um moderno ponto de vista. São realmente, as primeiras conquistas do povo brasileiro, que nelas se vê e se representa em papéis ativos. O CAIPIRA O caipira é um tipo humano de uma determinada região. Sua vida simplória, sua falta de instrução e por vezes, até falta de higiene, são fatores hereditários que tornaram-no uma figura característica do interior paulista. Mas como qualquer tipo humano, ele possui belíssimas tradições que chegaram até nós através de gerações. Acreditamos que nas festas juninas o caipira aparece como uma figura deturpada, o que tornou-o extremamente cômico, próximo de um palhaço, talvez por pura falta de conhecimento da verdade que representa sua figura. A imaginação jocosa não vê as qualidades e virtudes que possui, frente as condições desfavoráveis do seu viver.   CASAMENTO CAIPIRA      A cerimônia de casamento caipira é uma manifestação realizada durante os festejos juninos, principalmente nos dias dedicados a São Pedro.Dependendo da região e estado do Brasil o Casamento Caipira é conhecido também por outros nomes como Casamento Matuto e Casamento na Roça.   O Casamento Caipira é uma paródia às cerimônias tradicionais. O cerimonial é precedido de um grande cortejo pelas ruas da cidade, onde os principais personagens da representação são: a noiva grávida, o noivo, o delegado, o padre, os pais dos noivos, padrinhos, etc. O enlace caricaturado se desenvolve em meio à fugas do noivo, as indecisões da noiva e ameaças por parte dos pais, vigário e o delegado. Os textos apresentam uma linguagem libidinosa e os sermões contém forte conotações crítico-sociais. Após a celebração do casamento, inicia-se a quadrilha.     AS FOGUEIRAS    As fogueiras juninas merecem uma consideração à parte. A de Santo Antonio é quadrada. A de São João, redonda. A de São Pedro, triangular.  O festeiro escolhido para comandar os festejos de qualquer um dos santos de junho deve escolher um bom Capitão de Mastro e um bom Alferes de bandeira, os quais organizarão a fogueira, tratarão da implantação do mastro para a bandeira e mandarão confeccionar (onde ainda não existir) a própria bandeira.    É adequado, também, fincar-se um pau-de-sebo no local da festa, para diversão dos jovens. A fogueira centraliza a festa.      A LAVAGEM DO SANTO   Na festa de São João, em alguns locais se costuma realizar a 
lavagem
 ou o 
batismo
 do santo. Este ritual deve ser realizado antes da meia-noite, quando todos os participantes formam uma procissão com andores onde estão dispostas as imagens de alguns santos e se dirigem às margens de um riacho, rio, lagoa ou córrego das proximidades. Entoam pelo caminho diversas cantorias como:   
Viva São João Batista Vivia Batista João   Vivia São João Batista Que foi batizado  No rio de Jordão.
   Chegando ao riacho, sempre com cantos e com velas acesas, cada devoto recebe nas mãos uma imagem de um santo e a mergulha brevemente nas águas, ou então apanha um pouco da água e a despeja sobre a imagem. Também neste momento, cada devoto faz o sinal da crua e às vezes com a própria representação do santo. Durante a lavagem é comum cantar:   
Lira, oi lira Corrida do mar Quem tem seus pagão Pode vim batizar
.   A lavagem abençoa a imagem do santo e a água.  É costume também, banhar os pés , rosto, mãos, e outras partes do corpo com o intuito e busca de proteção.    ISTO AQUI TÁ BOM DEMAIS....                As festas juninas em centenas de cidades e principalmente no Nordeste, movimentam mais gente que o nosso famoso Carnaval. Os arraiais em municípios do interior são confraternizações pequenas, mas em outros já se transformaram em megaeventos que fazem moda, chegando a reunir até 1 milhão de turistas ao longo do mês. O circuito junino do Nordeste é hoje uma atração muito procurada e já atrai brasileiros de todas as outras regiões.Caruaru, em Pernambuco e Campina Grande, na Paraíba, disputam o título da melhor festa do país. A primeira é conhecida como 
capital do forró
 e a outra como 
o maior São João do mundo
. Na década de 80 surgiram em Caruaru as drilhas, quadrilhas que desfilavam atrás do trio elétrico ao som de um som modernizado.   Caruaru criou uma cidade cenográfica denominada Vila do Forró, uma réplica de cidade típica de sertão reproduzindo a arquitetura das casas, que são geralmente simples e coloridas, habitadas pela rainha do milho, pela rezadeira, pela rendeira, pela parteira. Lá estão também o correio, o posto bancário, a delegacia, igreja, restaurantes, teatros mamulengos. Atores encenam nas ruas o cotidiano dos habitantes da região. Uma das grandes atrações da festa é o desfile junino na véspera de São João, através do qual desfilam mais de vinte carros alegóricos, carroças ornamentadas, em cujo cortejo são apresentados Bacamarteiros, bandas de pífaro, quadrilhas, casamentos matutos, grupos folclóricos.   Já, Campina Grande, construiu o 
Forródromo
 que recebe todos os anos milhões de pessoas que se divertem, assistindo apresentações do forró pé de serra, quadrilhas, cantores, bandas, desfiles de jegues; participam de jogos e brincadeiras e deleitam-se com as comidas típicas vendidas nas barracas. As duas cidades disputam a popularidade da festa, realizada como um grande espetáculo que atualiza manifestações culturais, transformando as homenagens a São João num mês de contínua folia junina.   Na Amazônia cabocla, a tradição de homenagear os santos constitui um calendário que tem início em junho com Santo Antônio e termina em dezembro com São Benedito.São festas de arraial, onde estão presentes as fogueiras, o foguetório, o mastro, os banhos da meia-noite, muita comida e a folia, que representam sempre a festa realizada no décimo dia depois das novenas.   A noite de São João na cidade de Belém, como em toda a vasta terra paraense, é noite de feitiçaria indígena. Noite desejadas pelos namorados que esperam ler à sorte de ovo ou nos desenhos da faca que à meia noite foi espetada na bananeira, a sua predestinação, o nome do bem amado, os caminhos incertos do futuro, aquilo que mais se quer e nem sempre se alcança, muito embora a sorte o vaticine. São realizados também, os divertidos 
banhos de cheiro
 que, no dizer de Raimundo Morais 
não somente dão sorte, alegria, prosperidade, como tiram o caipora, o azar, equivalendo a uma limpeza no físico e na alma do indivíduo
.   No Rio Grande de Sul, esta festividade folclórica possui características próprias. Observa-se um misto de culturas regionais, a caipira e a gaúcha, sob o ritmo do vanerão, muito embora esta mistura já esteja perdendo espaço.                             No sul de Minas, já há uma preocupação em comemorar as festas juninas nos moldes simples do homem do campo. Ao contrário das grandes cidades, que vão deixando de lado o caráter folclórico destas festas, no interior a tradição ainda sobrevive. Durante o evento são servidas comidas típicas, pipoca quentinha à luz da fogueira e a famosa quadrilha e tanto cativa e alegra.     
AS SORTES
, VOCÊ QUER SABER A SUA?   Nas noites de 13, 24 e 29 ou na passagem do respectivo dia anterior para esses dias (o instante mágico é a meia-noite) se podem tirar 
sortes
 do santo, ligadas à amor, à profissão, a destino ou outros assuntos. Saiba agora algumas dessas sortes:    Sorte no Namoro Planta-se um dente de alho com o nome da jovem ou do jovem de quem gosta, escrito num papel. Fica o dente do alho para cima, junto com o papel. No dia seguinte diz que já amanhece brotando o que vai dar casamento. Se não no dia seguinte, espera mais alguns dias.   Sorte do prato d'água Escreva os nomes de seus pretendentes em pedaços de papel branco. Em seguida, pegue todos os papeizinhos e torça-os, bem torcidos. Disponha-os então em um prato cheio de água. No dia seguinte, o papel que amanhecer aberto é o que tem o nome daquele que pode acabar em casamento.   ÊTA.. TERRA FESTEIRA!        Não há quem não se contagie com a alegria das festas juninas, que irrompem teatrais, inspiradoras, videntes e iluminadas. É muita dança e brincadeiras, regadas à comidas típicas e bebidas afrodisíacas como o quentão e o ponche à brasileira. Passar o mês de junho sem 
pipocar
 nestas animadas festividades, é deixar de viver momentos felizes de pura descontração.   As festas juninas têm o poder mágico de reavivar velhas tradições, reforçar nossos laços de origem e recriar no presente, a caminhada de nossos antepassados. Aliadas ao magnífico espetáculo que nos oferece a natureza, elas têm se tornado um produto turístico cada vez mais atraente, geradoras de empregos, que propiciam um rápido crescimento da região onde elas ocorrem.     O Brasil é um país muito rico em acervo cultural, mas é de fundamental importância conhecê-lo, para que possamos compor a identidade de nosso povo. É através destas manifestações folclóricas, que mantêm vivas as tradições e costumes de um povo, preservando deste modo, sua identidade para futuras gerações.                     Texto pesquisado e desenvolvido por  Rosane Volpatto     Bibliografia consultada   Antologia do Folclore Brasileiro - Luiz de Câmara Cascudo. SP, Global 2001. Folclore Paulista - Américo Pellegrini Filho O Ramo de Ouro - James George Frazer Antônio Augusto Fagundes. Curso de Tradicionalismo Gaúcho. Martins Livreiro. 2ª Edição João Carlos Paixão Côrtes. Festejos do Ciclo São João na Tradição Gaúcha.  Editora Proleta.1986.   Dança Brasil - Gustavo Cortes  
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A origem pagã das festas de São João

  • 1. DOS DEUSES PAGÃOS À SÃO JOÃO BATISTA....   O mês de junho, época de Solstício de Verão na Europa, ensejou inúmeros rituais de invocação de fertilidade, necessários para garantir o crescimento da vegetação, fartura na colheita e clamar por mais chuvas. Estes rituais, eram expressões que foram praticadas pelas mais diferentes culturas, em todos os tempos e em todas as partes do planeta.   O espetáculo das grandes mudanças que nos oferece a natureza sobre a face da terra, sempre impressionou o homem e levou-o a meditar sobre suas causas, efeitos e transformações. Em certo estágio de desenvolvimento, acreditou ele, estar em suas mãos os meios de evitar uma calamidade em potencial e que podia interferir, apressando ou retardando a marcha das estações pela arte da magia. Com este pensamento fixo, passou a realizar rituais e a proferir palavras mágicas para o sol brilhar, os animais se multiplicarem e a vegetação ou colheita desenvolver-se.  No decurso de mais algum tempo, porém, acabou por convencer-se que o crescimento e a decadência da vegetação e as alterações das estações, assim como a vida e a morte de qualquer criatura viva, dependiam da força e da vontade de seres divinos. Sendo assim, a velha teoria mágica das estações, foi complementada com uma teoria religiosa. Mas, mesmo associando estas transformações às suas divindades, achou que através de certos ritos mágicos, poderia dar uma ajuda ao seu deus, que era o princípio da vida na luta contra o princípio contrário, a morte.    As cerimônias que realizava para alcançar este objetivo, não passavam de representações dramáticas dos processos naturais que desejava favorecer. Não obstante, os dois lados da vida, o vegetal e o animal, não estavam dissociados na mente daqueles que realizavam estes cerimoniais. Em verdade, eles acreditavam que existiam profundos laços que uniam o mundo vegetal ao animal e em funções disso, combinavam a representação dramática do renascimento das plantas a união dos sexos, objetivando estimular ao mesmo tempo e com um único ato, a multiplicação dos frutos, dos animais e dos homens. Para eles, o princípio da vida e da fertilidade, fosse animal ou vegetal era uno e indivisível. Alimento e filhos, era o que os homens procuravam obter com a realização de ritos mágicos para regular as estações. Estes rituais de fertilidade, sendo muito importantes para todos os povos, perduraram através dos tempos e na Era Cristã não houve como apagá-los. E, a Igreja Católica, inteligentemente, ao invés de condená-los, adaptou-os as comemorações do dia de São João, que teria nascido em 24 de junho, dia do solstício.                   Nos conta Frazer, em seu livro O Ramo de Ouro , do início do século XX, que na Sardenha, os jardins de Adônis ainda são plantados na festa de Solstício de Verão, que lá tem o nome de festa de São João. Era costume, também, em 1 de abril um rapaz da aldeia se apresentar diante de uma moça e pedir-lhe para ser sua camare (namorada) e se oferecer para ser seu compare . O convite era considerado como uma honra pela família da moça e aceito com satisfação. No final de maio, a jovem faz um vaso com casca de um sobreiro, enche-o de terra e nele semeia um punhado de trigo e cevada. Colocado ao sol e regado na devida freqüência, os grãos brotam rapidamente e, na véspera do solstício (23, junho, véspera de São João), já estaria bem desenvolvido. O vaso é então chamado de erme ou nenneri . No dia de São João, o rapaz e a moça, acompanhados por uma comitiva e precedidos por crianças, vão em procissão até a igreja. Ali quebram o vaso e lançando-o contra a porta do templo. Sentam-se em seguida em círculo na relva e comem ovos e verduras ao som da música de flautas. Em seguida dão-se as mãos e canta, Namorados de São João ( Compare e comare di San Giovanni) várias vezes, enquanto as flautas tocam durante todo este ínterim. Quando se cansam de cantar, levantam-se e dançam alegremente em círculo até a madrugada.   Outro aspecto importante da festa do Solstício de Verão ligado ao nome de São João é a tradição de banhar-se no mar, nas nascentes, nos rios ou no sereno, na noite da véspera do dia da festa do Solstício. Em Nápoles, há uma igreja dedicada a São João Batista com nome de São João do Mar (San Giovan a mare). Este hábito é bastante antigo e, homens e mulheres acreditavam que no ato de banhar-se ficariam livres de todos os pecados. Nos Abruzos, ainda se acredita que água possua qualidades benéficas na noite de São João. Em Marsala, na Sicília, há uma nascente em uma gruta subterrânea, chamada Gritto della Sibila. Ao seu lado, há uma igreja de São João. Na véspera de São João, dia 23 de junho, mulheres e moças visitam e gruta e, ao beber da água profética, ficam sabendo se seus maridos são fiéis ou se casarão no próximo ano. Também os enfermos, acreditam que banhando-se nestas águas, ficarão curados de seus males.   O alcance destas crenças eram tão grandes, que a Igreja, acabou por achar melhor seguir uma política de acomodação, dando a estes ritos um nome cristão. E, ao procurar um santo para suplantar o patrono pagão de tais banhos, dificilmente poderiam ter encontrado um sucessor mais adequado do que São João Batista.   Atualmente, os rituais de fertilidade estão representados no casamento caipira e, as antigas oferendas, deram lugar às simpatias, adivinhações e pedidos de graças aos santos. O santo mais requisitado é o Santo Antonio, conhecido como casamenteiro, que segundo reza uma lenda, levou três irmãs solteiras ao altar.   O FOGO DA VIDA E DA PURIFICAÇÃO...        Também perduraram, desde os tempos imemoriais, os costumes de acender fogueiras e tochas, que livravam as plantas e colheitas dos espíritos maus que poderiam impedir a fertilidade.   A festa de São João está também, diretamente relacionada com o elemento fogo . Analisando mais a fundo o simbolismo deste elemento, chegaremos a seus vários aspectos.   O fogo é criação, nascimento, luz original, alegria e elemento que foi divinizado pelo homem. Este, submerso nos mistérios da noite, alegra-se quando seus olhos se abrem para a luz do dia, iluminados pelos raios benéficos do Sol. Mas o fogo também é destruidor, já que tudo queima e incinera. Esta ambivalência foi rapidamente observada pelos nossos antepassados que fizeram do fogo uma representação do bem e do mal. O fogo portanto, é princípio de vida, revelação, iluminação, purificação, mas também paixão e destruição. Dá a vida, mas volta a tirá-la e transforma-a em cinza.   As fogueiras de São João, que queimam atualmente, na noite de 23 de junho (véspera da festa de São João), eram no começo, fogos de fertilização e purificação que se acendiam no dia do Solstício de Verão, na Europa (21 de junho), justamente antes das colheitas, em honra aos deuses para agradecer as suas bondades, ou imediatamente depois, para purificar a terra. As festividades de São João, portanto, celebram a vida, o Sol, o fogo transformador que consome o velho para criar algo novo.   TRADIÇÃO QUE CONQUISTOU OS ÍNDIOS...      Quando os portugueses chegaram com seus jesuítas ao Brasil, em torno 1500, trouxeram em sua bagagem todas as suas crenças e costumes. Alguns cronistas contam que os jesuítas foram os primeiros a acender fogueiras e tochas para comemorar a festa de São João.    Ela foi muito bem aceita pelo nosso indígena, pois se identificava com suas danças sagradas realizadas também, em torno do fogo. Os jesuítas, muito astutos, se utilizaram do interesse do índio pelas festas religiosas para atraí-los e estabelecerem contatos com objetivos de catequese. COQUETEL DE CULTURAS       As festas juninas somam hoje, contribuições culturais de vários povos que aqui se estabeleceram como o passar do tempo. E, pode-se dizer, por que não, que este verdadeiro coquetel de culturas foi um arranjo perfeito e mobiliza romaria de turistas para apreciarem suas alegres e descontraídas festas.  Desde do século XIII, a festa de São João portuguesa chama-se joanina e incluía os santos: Santo Antônio ( 13 de junho), São João (24 de junho) e São Pedro (29 de junho).     As Festas Juninas têm inicio em 13 de junho, Dia de Santo Antônio. Esse santo português, viveu em 1195 e faz parte da ordem dos franciscanos, falecendo em Pádua, na Itália, com 36 anos. Bastante reverenciado no Brasil no início do século XX, chegou a ser condecorado patrono do exército brasileiro. Na cultura popular ele é conhecido como santo casamenteiro, dividindo com São Gonçalo, as promessas e as rezas das moças solteiras interessadas em casar. As festividades em seu louvor incluem levantamentos de mastro, cantorias, romarias e procissões por todo o País, além de inúmeras crendices e superstições. No imaginário popular, Santo Antônio também ajuda na busca de coisas perdidas.   Já São João está relacionado com o fogo lendário das fogueiras. Sua adoração era tradicional na Península Ibérica e foi, portanto, trazida ao Brasil pelos jesuítas. O santo é o mesmo João, filho de Isabel, prima de Maria, que anunciou a vinda do Messias e foi chamado de precursor do povo judeu. Ao contrário da imagem descrita pela Bíblia de um homem ríspido e severo, tem-se nas festas a sua imagem associada a uma criança meiga e alegre, que adora foguetes e barulho.     São Pedro é o último a ser comemorado, no dia 29 de junho. Um dos maiores festejos do Brasil dedicados ao santo ocorre na cidade de Teresina, no Piauí, cuja festa termina com procissão fluvial pelo rio Parnaíba. É conhecido como santo chaveiro, pois a ele foram confiadas as chaves do Reino dos Céus. É o padroeiro dos pescadores, que realizam procissões marítimas em sua homenagem, e também o protetor das viúvas.   Já a quadrilha, tão apreciada e cantada nestas festas juninas é uma dança francesa que tem suas raízes nas contra-danças inglesas (contry dance= dança rural) e surgiu no final do século XVIII. Esta dança desembarcou no Brasil com a família real portuguesa em 1808. Só a alta sociedade da época, divertia-se em suas recepções ao som da quadrilha.    Com o tempo, este modismo importado da França, caiu nas graças do povo, passando então, a integrar o repertório de cantores e compositores. Foi assim, que a quadrilha deixou os salões aristocráticos para entrar nas festas populares. Surgiram então, as variantes no interior do país, como a quadrilha caipira. A quadrilha ainda hoje, é dançada no interior para homenagear os santos juninos e agradecer as boas colheitas da roça. O instrumento tradicional das quadrilhas é a sanfona. Saiba mais sobre quadrilha acessando o link: HYPERLINK http://www.rosanevolpatto.trd.br/dancaquadrilha.htm http://www.rosanevolpatto.trd.br/dancaquadrilha.htm     Mas, a pitada que dá o toque especial ao nosso coquetel de cultura é a maravilhosa culinária indígena, com suas comidas à base do milho como: espigas de milho, pamonha, canjica, bolo de fubá, etc.                                Portanto, unindo música, teatro e boa comida, as festas juninas expressam um imaginário rico em passagens da vida cotidiana de um povo simples.    É, antes de tudo, uma oportunidade onde se dança e canta os costumes herdados da sabedoria de nossos ancestrais. Sábios ensinamentos de um tempo que o próprio tempo se encarregou de deixar para trás, mas que nossa memória nega-se de esquecer.   Além disso, estas festividades tiveram um papel essencial na integração entre índios e portugueses e, mais tarde, com os negros e outros grupos étnicos, estabelecendo o que podemos chamar de união de laços culturais. Inseridas dentro de um contexto religioso, estas festas foram portanto, muito importantes nas relações entre diferentes povos que colonizaram o Brasil. Esta polifonia cultural está arraigada até hoje.   Estas festa ainda, nos fazem reviver mitos e nos trazem ao palco da vida atual, cenas da história de um povo, contadas sob um moderno ponto de vista. São realmente, as primeiras conquistas do povo brasileiro, que nelas se vê e se representa em papéis ativos. O CAIPIRA O caipira é um tipo humano de uma determinada região. Sua vida simplória, sua falta de instrução e por vezes, até falta de higiene, são fatores hereditários que tornaram-no uma figura característica do interior paulista. Mas como qualquer tipo humano, ele possui belíssimas tradições que chegaram até nós através de gerações. Acreditamos que nas festas juninas o caipira aparece como uma figura deturpada, o que tornou-o extremamente cômico, próximo de um palhaço, talvez por pura falta de conhecimento da verdade que representa sua figura. A imaginação jocosa não vê as qualidades e virtudes que possui, frente as condições desfavoráveis do seu viver.   CASAMENTO CAIPIRA      A cerimônia de casamento caipira é uma manifestação realizada durante os festejos juninos, principalmente nos dias dedicados a São Pedro.Dependendo da região e estado do Brasil o Casamento Caipira é conhecido também por outros nomes como Casamento Matuto e Casamento na Roça.   O Casamento Caipira é uma paródia às cerimônias tradicionais. O cerimonial é precedido de um grande cortejo pelas ruas da cidade, onde os principais personagens da representação são: a noiva grávida, o noivo, o delegado, o padre, os pais dos noivos, padrinhos, etc. O enlace caricaturado se desenvolve em meio à fugas do noivo, as indecisões da noiva e ameaças por parte dos pais, vigário e o delegado. Os textos apresentam uma linguagem libidinosa e os sermões contém forte conotações crítico-sociais. Após a celebração do casamento, inicia-se a quadrilha.     AS FOGUEIRAS    As fogueiras juninas merecem uma consideração à parte. A de Santo Antonio é quadrada. A de São João, redonda. A de São Pedro, triangular.  O festeiro escolhido para comandar os festejos de qualquer um dos santos de junho deve escolher um bom Capitão de Mastro e um bom Alferes de bandeira, os quais organizarão a fogueira, tratarão da implantação do mastro para a bandeira e mandarão confeccionar (onde ainda não existir) a própria bandeira.    É adequado, também, fincar-se um pau-de-sebo no local da festa, para diversão dos jovens. A fogueira centraliza a festa.      A LAVAGEM DO SANTO   Na festa de São João, em alguns locais se costuma realizar a lavagem ou o batismo do santo. Este ritual deve ser realizado antes da meia-noite, quando todos os participantes formam uma procissão com andores onde estão dispostas as imagens de alguns santos e se dirigem às margens de um riacho, rio, lagoa ou córrego das proximidades. Entoam pelo caminho diversas cantorias como:   Viva São João Batista Vivia Batista João   Vivia São João Batista Que foi batizado  No rio de Jordão.   Chegando ao riacho, sempre com cantos e com velas acesas, cada devoto recebe nas mãos uma imagem de um santo e a mergulha brevemente nas águas, ou então apanha um pouco da água e a despeja sobre a imagem. Também neste momento, cada devoto faz o sinal da crua e às vezes com a própria representação do santo. Durante a lavagem é comum cantar:   Lira, oi lira Corrida do mar Quem tem seus pagão Pode vim batizar .   A lavagem abençoa a imagem do santo e a água.  É costume também, banhar os pés , rosto, mãos, e outras partes do corpo com o intuito e busca de proteção.   ISTO AQUI TÁ BOM DEMAIS....                As festas juninas em centenas de cidades e principalmente no Nordeste, movimentam mais gente que o nosso famoso Carnaval. Os arraiais em municípios do interior são confraternizações pequenas, mas em outros já se transformaram em megaeventos que fazem moda, chegando a reunir até 1 milhão de turistas ao longo do mês. O circuito junino do Nordeste é hoje uma atração muito procurada e já atrai brasileiros de todas as outras regiões.Caruaru, em Pernambuco e Campina Grande, na Paraíba, disputam o título da melhor festa do país. A primeira é conhecida como capital do forró e a outra como o maior São João do mundo . Na década de 80 surgiram em Caruaru as drilhas, quadrilhas que desfilavam atrás do trio elétrico ao som de um som modernizado.   Caruaru criou uma cidade cenográfica denominada Vila do Forró, uma réplica de cidade típica de sertão reproduzindo a arquitetura das casas, que são geralmente simples e coloridas, habitadas pela rainha do milho, pela rezadeira, pela rendeira, pela parteira. Lá estão também o correio, o posto bancário, a delegacia, igreja, restaurantes, teatros mamulengos. Atores encenam nas ruas o cotidiano dos habitantes da região. Uma das grandes atrações da festa é o desfile junino na véspera de São João, através do qual desfilam mais de vinte carros alegóricos, carroças ornamentadas, em cujo cortejo são apresentados Bacamarteiros, bandas de pífaro, quadrilhas, casamentos matutos, grupos folclóricos.   Já, Campina Grande, construiu o Forródromo que recebe todos os anos milhões de pessoas que se divertem, assistindo apresentações do forró pé de serra, quadrilhas, cantores, bandas, desfiles de jegues; participam de jogos e brincadeiras e deleitam-se com as comidas típicas vendidas nas barracas. As duas cidades disputam a popularidade da festa, realizada como um grande espetáculo que atualiza manifestações culturais, transformando as homenagens a São João num mês de contínua folia junina.   Na Amazônia cabocla, a tradição de homenagear os santos constitui um calendário que tem início em junho com Santo Antônio e termina em dezembro com São Benedito.São festas de arraial, onde estão presentes as fogueiras, o foguetório, o mastro, os banhos da meia-noite, muita comida e a folia, que representam sempre a festa realizada no décimo dia depois das novenas.   A noite de São João na cidade de Belém, como em toda a vasta terra paraense, é noite de feitiçaria indígena. Noite desejadas pelos namorados que esperam ler à sorte de ovo ou nos desenhos da faca que à meia noite foi espetada na bananeira, a sua predestinação, o nome do bem amado, os caminhos incertos do futuro, aquilo que mais se quer e nem sempre se alcança, muito embora a sorte o vaticine. São realizados também, os divertidos banhos de cheiro que, no dizer de Raimundo Morais não somente dão sorte, alegria, prosperidade, como tiram o caipora, o azar, equivalendo a uma limpeza no físico e na alma do indivíduo .   No Rio Grande de Sul, esta festividade folclórica possui características próprias. Observa-se um misto de culturas regionais, a caipira e a gaúcha, sob o ritmo do vanerão, muito embora esta mistura já esteja perdendo espaço.                             No sul de Minas, já há uma preocupação em comemorar as festas juninas nos moldes simples do homem do campo. Ao contrário das grandes cidades, que vão deixando de lado o caráter folclórico destas festas, no interior a tradição ainda sobrevive. Durante o evento são servidas comidas típicas, pipoca quentinha à luz da fogueira e a famosa quadrilha e tanto cativa e alegra.     AS SORTES , VOCÊ QUER SABER A SUA?   Nas noites de 13, 24 e 29 ou na passagem do respectivo dia anterior para esses dias (o instante mágico é a meia-noite) se podem tirar sortes do santo, ligadas à amor, à profissão, a destino ou outros assuntos. Saiba agora algumas dessas sortes:    Sorte no Namoro Planta-se um dente de alho com o nome da jovem ou do jovem de quem gosta, escrito num papel. Fica o dente do alho para cima, junto com o papel. No dia seguinte diz que já amanhece brotando o que vai dar casamento. Se não no dia seguinte, espera mais alguns dias.   Sorte do prato d'água Escreva os nomes de seus pretendentes em pedaços de papel branco. Em seguida, pegue todos os papeizinhos e torça-os, bem torcidos. Disponha-os então em um prato cheio de água. No dia seguinte, o papel que amanhecer aberto é o que tem o nome daquele que pode acabar em casamento.   ÊTA.. TERRA FESTEIRA!       Não há quem não se contagie com a alegria das festas juninas, que irrompem teatrais, inspiradoras, videntes e iluminadas. É muita dança e brincadeiras, regadas à comidas típicas e bebidas afrodisíacas como o quentão e o ponche à brasileira. Passar o mês de junho sem pipocar nestas animadas festividades, é deixar de viver momentos felizes de pura descontração.   As festas juninas têm o poder mágico de reavivar velhas tradições, reforçar nossos laços de origem e recriar no presente, a caminhada de nossos antepassados. Aliadas ao magnífico espetáculo que nos oferece a natureza, elas têm se tornado um produto turístico cada vez mais atraente, geradoras de empregos, que propiciam um rápido crescimento da região onde elas ocorrem.     O Brasil é um país muito rico em acervo cultural, mas é de fundamental importância conhecê-lo, para que possamos compor a identidade de nosso povo. É através destas manifestações folclóricas, que mantêm vivas as tradições e costumes de um povo, preservando deste modo, sua identidade para futuras gerações.                    Texto pesquisado e desenvolvido por  Rosane Volpatto     Bibliografia consultada   Antologia do Folclore Brasileiro - Luiz de Câmara Cascudo. SP, Global 2001. Folclore Paulista - Américo Pellegrini Filho O Ramo de Ouro - James George Frazer Antônio Augusto Fagundes. Curso de Tradicionalismo Gaúcho. Martins Livreiro. 2ª Edição João Carlos Paixão Côrtes. Festejos do Ciclo São João na Tradição Gaúcha. Editora Proleta.1986.   Dança Brasil - Gustavo Cortes