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Casa em Maiorca, Espanha (2002-2007)
Álvaro Joaquim Melo Siza Vieira nasceu em Matosinhos, Portugal, em 1933. Estudou na Escola de Arquitetura da Universidade do Porto entre 1949 e 1955, terminando sua primeira obra em 1954. Siza lecionou na Escola em que se formou entre 1966 e 1969. 
Ganhou muitos prêmios ao longo da sua vida profissional, sendo o mais importante o prêmio Pritzker, em 1992, nos quais os júris afirmavam que “suas formas, modeladas pela luz, apresentam uma simplicidade enganosa; são honestas.”
Álvaro Siza é o arquiteto português com mais visibilidade e prestígio internacional. 
Sua arquitetura procede diretamente das influencias modernistas que dominavam o campo de 1920 até 1970, como Adolf Loos, Frank Lloyd Wright e Alvar Aalto. Contudo, conseguiu estabelecer cedo sua própria linguagem, baseando-se não só nas referências modernistas internacionais como também na forte tradição construtiva de 
Portugal.
Siza resolve problemas de projeto diretamente. Se uma sombra é necessária, um plano é colocado pendendo para fornecê-la. Se uma vista é desejada, uma janela é feita. Escadas, rampas e paredes, tudo parece ser predestinado num edifício de sua autoria. Esta simplicidade, mediante uma análise é revelada como uma grande complexidade. Há um domínio sutil sublinhando o que parece ser uma criação natural. Parafraseando as suas próprias palavras, ele é a resposta para um problema, uma situação em transformação, na qual ele participa.
A casa localiza-se na Espanha, especificamente na ilha de Maiorca. Está inserida em um bosque de pinheiros sobre uma encosta íngreme em direção ao mar, e encontramos algumas construções ao redor que não são possíveis de especificar. O terreno é delimitado por uma rua ao norte e o Mar Mediterrâneo ao sul. O isolamento face à edifícios vizinhos junto a natureza exuberante do local proporciona uma privacidade e tranquilidade única.
A edificação ocupa uma pequena parcela de 560 m², em relação aos 3537m² do lote. Possui acesso a partir do noroeste na parte superior, que está ligada à rua. As demais partes da construção apresentam recuos de tamanhos distintos.
O terreno possui um grande declive de 26 metros a cima do nível do mar. A moradia é composta por três grandes blocos, integrando-se cada um deles na topografia existente através de uma plataforma na cota de 22 metros.
C 
D 
B
A casa como um todo possui um bom aproveitado da luz solar. As áreas íntimas e sociais são privilegiadas com maior luminosidade do que as áreas de serviço, por estarem concentradas na porção sul da residência. O bloco principal (Bloco Oeste) recebe luz o dia inteiro, enquanto s bloco Leste recebe maior luz solar na parte da manhã, e o bloco Norte, na parte da tarde. No inverno, há uma insolação intensa na residência; já no verão, pelo sol estar mais alto, não há tanta penetração da luz. 
MANHÃ 
TARDE
A circulação externa concentra-se principalmente na porção norte da casa, pois como a paisagem marítima fica ao sul, os cômodos localizam-se nessa região para aproveitar a bela vista do local. Entre os blocos a ligação é feita por passagens irregulares.
O único acesso a casa, como já citado, encontra-se a noroeste. O acesso ao terraço jardim ocorre por uma escada apenas no bloco Leste.
Há um zoneamento claro na residência. Os dois pavimentos superiores (cotas 25.60 e 22.10) predominam as áreas intimas e sociais em todos os blocos. Já nos pavimentos inferiores, encontram-se as áreas de serviço e também social.
O arquiteto utiliza da circulação como elemento de integração entre as áreas, os pavimentos e os blocos, e esta ocorre por meio de passarelas, terraços, escadas e elevadores.
A divisão do interior da residência acontece por paredes fixas de alvenaria. Os cômodos são amplos, e bem arejados, devido a presença de várias sacadas e terraços, que também ajudam na iluminação e ventilação. 
Além disso, os terraços interligam os ambientes e blocos. Há bastante utilização de grandes placas de vidro, que intensificam todos esses itens de conforto citados.
A casa é disposta de maneira longitudinal, com seu volume central (Bloco Oeste) alongando-se horizontalmente de modo a ligar os blocos Leste e Norte. Sua massa é distribuída livremente no território, respeitando sua topografia. A hierarquia espacial fica evidente pela distribuição e tamanho destes blocos.
Inspirado pela paisagem rochosa circundante, a casa possui uma composição volumétrica fragmentada, feita por polígonos irregulares e três seções de blocos de diferentes tamanhos que são subdivididos em partes menores. Há um distanciamento do bloco norte em relação ao outros dois, pois, por se tratar da casa do caseiro, consegue-se uma maior privacidade aos proprietários. A distribuição de massa construída ao longo do próprio edifício é heterogênea.
As fachadas são formadas por linhas e planos brancos, isentas de ornamentação, evidenciado a sua forma pura. Isso acarreta em uma sensação de continuidade em toda sua vista vertical. No ponto de vista horizontal, apresenta vãos e reentranças. Há uma distinção em cada uma das fachadas dos diferentes blocos, devido a irregularidade dos volumes e independência entre eles.
O material utilizado predominantemente é o concreto aramado, o que possibilita as formas e recortes que o arquiteto pretendeu dar a construção. Em alguns cômodos, a alvenaria de tijolos é empregada. Há o 
uso de metais em esquadrias e 
guarda-corpos.
As próprias paredes de concreto armado são os principais elementos estruturais. Há a presença de tirantes que fixam o muro de contenção no bloco da encosta.
A cobertura é formada por uma laje de concreto armado plana e impermeável, apoiada nas paredes estruturais. 
É recortada, seguindo os ângulos do edifício e comporta um terraço jardim em toda sua extensão, que é delimitado por uma platibanda (beirada do jardim).
O arquiteto conseguiu aproveitar na arquitetura alguns elementos que contribuem para um melhor conforto na casa. As aberturas voltadas predominantemente ao sul conseguem aproveitar maior luminosidade ao longo do dia e contribuem para a entrada de ar, pois estão localizadas a favor dos ventos, que têm sentido sudoeste para nordeste. A presença do terraço jardim possibilita um microclima na residência mais umedecido e fresco. As predes de concreto, por serem espessas, funcionam como um isolante térmico.
As esquadrias de material metálico são de correr, com tamanhos distintos, porém seguem um padrão com ângulos retos. As portas são grandes, enquanto as janelas variam as proporções dependendo do lugar e dos cômodos que são colocadas. 
O vidro é o material predominante empregado no fechamento das aberturas.
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Álvaro Siza, Casa em Maiorca (2002-2007)

  • 1. Casa em Maiorca, Espanha (2002-2007)
  • 2. Álvaro Joaquim Melo Siza Vieira nasceu em Matosinhos, Portugal, em 1933. Estudou na Escola de Arquitetura da Universidade do Porto entre 1949 e 1955, terminando sua primeira obra em 1954. Siza lecionou na Escola em que se formou entre 1966 e 1969. Ganhou muitos prêmios ao longo da sua vida profissional, sendo o mais importante o prêmio Pritzker, em 1992, nos quais os júris afirmavam que “suas formas, modeladas pela luz, apresentam uma simplicidade enganosa; são honestas.”
  • 3. Álvaro Siza é o arquiteto português com mais visibilidade e prestígio internacional. Sua arquitetura procede diretamente das influencias modernistas que dominavam o campo de 1920 até 1970, como Adolf Loos, Frank Lloyd Wright e Alvar Aalto. Contudo, conseguiu estabelecer cedo sua própria linguagem, baseando-se não só nas referências modernistas internacionais como também na forte tradição construtiva de Portugal.
  • 4. Siza resolve problemas de projeto diretamente. Se uma sombra é necessária, um plano é colocado pendendo para fornecê-la. Se uma vista é desejada, uma janela é feita. Escadas, rampas e paredes, tudo parece ser predestinado num edifício de sua autoria. Esta simplicidade, mediante uma análise é revelada como uma grande complexidade. Há um domínio sutil sublinhando o que parece ser uma criação natural. Parafraseando as suas próprias palavras, ele é a resposta para um problema, uma situação em transformação, na qual ele participa.
  • 5.
  • 6. A casa localiza-se na Espanha, especificamente na ilha de Maiorca. Está inserida em um bosque de pinheiros sobre uma encosta íngreme em direção ao mar, e encontramos algumas construções ao redor que não são possíveis de especificar. O terreno é delimitado por uma rua ao norte e o Mar Mediterrâneo ao sul. O isolamento face à edifícios vizinhos junto a natureza exuberante do local proporciona uma privacidade e tranquilidade única.
  • 7. A edificação ocupa uma pequena parcela de 560 m², em relação aos 3537m² do lote. Possui acesso a partir do noroeste na parte superior, que está ligada à rua. As demais partes da construção apresentam recuos de tamanhos distintos.
  • 8. O terreno possui um grande declive de 26 metros a cima do nível do mar. A moradia é composta por três grandes blocos, integrando-se cada um deles na topografia existente através de uma plataforma na cota de 22 metros.
  • 10. A casa como um todo possui um bom aproveitado da luz solar. As áreas íntimas e sociais são privilegiadas com maior luminosidade do que as áreas de serviço, por estarem concentradas na porção sul da residência. O bloco principal (Bloco Oeste) recebe luz o dia inteiro, enquanto s bloco Leste recebe maior luz solar na parte da manhã, e o bloco Norte, na parte da tarde. No inverno, há uma insolação intensa na residência; já no verão, pelo sol estar mais alto, não há tanta penetração da luz. MANHÃ TARDE
  • 11. A circulação externa concentra-se principalmente na porção norte da casa, pois como a paisagem marítima fica ao sul, os cômodos localizam-se nessa região para aproveitar a bela vista do local. Entre os blocos a ligação é feita por passagens irregulares.
  • 12. O único acesso a casa, como já citado, encontra-se a noroeste. O acesso ao terraço jardim ocorre por uma escada apenas no bloco Leste.
  • 13. Há um zoneamento claro na residência. Os dois pavimentos superiores (cotas 25.60 e 22.10) predominam as áreas intimas e sociais em todos os blocos. Já nos pavimentos inferiores, encontram-se as áreas de serviço e também social.
  • 14. O arquiteto utiliza da circulação como elemento de integração entre as áreas, os pavimentos e os blocos, e esta ocorre por meio de passarelas, terraços, escadas e elevadores.
  • 15. A divisão do interior da residência acontece por paredes fixas de alvenaria. Os cômodos são amplos, e bem arejados, devido a presença de várias sacadas e terraços, que também ajudam na iluminação e ventilação. Além disso, os terraços interligam os ambientes e blocos. Há bastante utilização de grandes placas de vidro, que intensificam todos esses itens de conforto citados.
  • 16. A casa é disposta de maneira longitudinal, com seu volume central (Bloco Oeste) alongando-se horizontalmente de modo a ligar os blocos Leste e Norte. Sua massa é distribuída livremente no território, respeitando sua topografia. A hierarquia espacial fica evidente pela distribuição e tamanho destes blocos.
  • 17. Inspirado pela paisagem rochosa circundante, a casa possui uma composição volumétrica fragmentada, feita por polígonos irregulares e três seções de blocos de diferentes tamanhos que são subdivididos em partes menores. Há um distanciamento do bloco norte em relação ao outros dois, pois, por se tratar da casa do caseiro, consegue-se uma maior privacidade aos proprietários. A distribuição de massa construída ao longo do próprio edifício é heterogênea.
  • 18.
  • 19. As fachadas são formadas por linhas e planos brancos, isentas de ornamentação, evidenciado a sua forma pura. Isso acarreta em uma sensação de continuidade em toda sua vista vertical. No ponto de vista horizontal, apresenta vãos e reentranças. Há uma distinção em cada uma das fachadas dos diferentes blocos, devido a irregularidade dos volumes e independência entre eles.
  • 20. O material utilizado predominantemente é o concreto aramado, o que possibilita as formas e recortes que o arquiteto pretendeu dar a construção. Em alguns cômodos, a alvenaria de tijolos é empregada. Há o uso de metais em esquadrias e guarda-corpos.
  • 21. As próprias paredes de concreto armado são os principais elementos estruturais. Há a presença de tirantes que fixam o muro de contenção no bloco da encosta.
  • 22. A cobertura é formada por uma laje de concreto armado plana e impermeável, apoiada nas paredes estruturais. É recortada, seguindo os ângulos do edifício e comporta um terraço jardim em toda sua extensão, que é delimitado por uma platibanda (beirada do jardim).
  • 23. O arquiteto conseguiu aproveitar na arquitetura alguns elementos que contribuem para um melhor conforto na casa. As aberturas voltadas predominantemente ao sul conseguem aproveitar maior luminosidade ao longo do dia e contribuem para a entrada de ar, pois estão localizadas a favor dos ventos, que têm sentido sudoeste para nordeste. A presença do terraço jardim possibilita um microclima na residência mais umedecido e fresco. As predes de concreto, por serem espessas, funcionam como um isolante térmico.
  • 24. As esquadrias de material metálico são de correr, com tamanhos distintos, porém seguem um padrão com ângulos retos. As portas são grandes, enquanto as janelas variam as proporções dependendo do lugar e dos cômodos que são colocadas. O vidro é o material predominante empregado no fechamento das aberturas.
  • 25.
  • 26.
  • 27.
  • 28.
  • 29.
  • 30.
  • 31.
  • 32.
  • 33.
  • 34.
  • 35. Interior – 1° e 2° pavimento
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