2. O que é?
• O que é uma Hepatite
• A hepatite é uma inflamação no fígado que, dependendo do agente que a provoca, pode curar-se apenas com repouso, requerer
tratamentos prolongados, ou mesmo um transplante de fígado quando se desenvolvem complicações graves da cirrose como a
falência hepática, ou o cancro no fígado, que podem levar à morte.
• As hepatites podem ser provocadas por bactérias, por vírus, e também pelo consumo de produtos tóxicos como o álcool,
medicamentos e algumas plantas. Existem seis tipos diferentes de vírus da hepatite (Hepatite A, Hepatite B, Hepatite C,
Hepatite D, Hepatite E e Hepatite G). Existem ainda as hepatites auto-imunes resultantes de uma perturbação do sistema
imunitário que, sem que se saiba porquê, começa a desenvolver anticorpos que atacam as células do fígado, em vez de as
protegerem. Os sintomas são pouco específicos, semelhantes aos de uma hepatite aguda, podendo, nas mulheres, causar
alterações no ciclo menstrual. Esta hepatite, ao contrário da hepatite víria, atinge sobretudo as mulheres, entre os 20 e os 30
anos e entre os 40 e os 60, geralmente transforma-se numa doença crónica e evolui quase sempre, quando não é tratada, para a
cirrose.
3. Principais Sintomas
• Quais são os sintomas?
• Náuseas, febre, falta de apetite, fadiga, diarreia e icterícia são os sintomas mais
comuns que, consoante a reacção do organismo, podem manifestar-se durante um
mês. Os sintomas também variam consoante a idade em que há contacto com o
VHA: apenas cinco a dez por cento das crianças infectadas apresentam sintomas,
nas pessoas idosas a doença pode tomar formas mais graves. Mas 90 por cento
dos casos de hepatite A aguda são assintomáticos.
• De início, a doença pode ser confundida com uma gripe, uma vez que esta
também provoca febre alta, dores musculares e articulares, dores de cabeça e
inflamação dos olhos mas, normalmente, as dúvidas desfazem-se quando a pele e
os olhos ficam amarelados, sinal de que o fígado não consegue remover a
bilirrubina e esta entra na corrente sanguínea, ou seja, o órgão inflamado não
consegue retirar a bilirrubina do sangue. Inicialmente, pode confundir-se com
qualquer outra hepatite provocada por vírus, se bem que o número de casos em
que a icterícia não se manifesta seja maior.
4. Como se transmite
• Em quase metade dos casos de hepatite provocados pelo VHA, não se consegue identificar a origem do
contágio, mas esta doença transmite-se, geralmente, através da ingestão de alimentos ou de água
contaminados por matérias fecais contendo o vírus.
• O marisco, por exemplo, pode representar um perigo se a sua proveniência for um viveiro contaminado
por água de esgotos, pois, as ostras, os mexilhões e as amêijoas concentram o vírus existente no seu
habitat, transmitindo assim esta hepatite.
• As frutas, os vegetais e as saladas, ou outros alimentos que estejam crus, se manipulados por uma pessoa
infectada ou lavados com água imprópria para consumo podem ser contaminados e, consequentemente,
contagiar aqueles que os ingerem.
• A taxa de transmissão entre os membros da mesma família é de 20 por cento nos adultos e 45 nas crianças.
As crianças são, muitas vezes, um veículo transmissor inesperado, já que transmitem o vírus sem se
suspeitar que estão doentes por não apresentarem, na maioria das situações, quaisquer sintomas. São raros
os casos de contágio por transfusão de sangue ou por via sexual.
• As pessoas infectadas podem contagiar outras durante o tempo em que o vírus está a ser expelido do
organismo juntamente com as fezes; com efeito, o risco de contágio é maior no período de incubação e na
primeira semana em que se revelam os sintomas. Uma viagem a um país onde as condições sanitárias são
deficientes ou a doença é endémica também pode contribuir para a ingestão do vírus. Durante a gravidez, o
feto não corre quaisquer perigos se a mãe estiver infectada com o VHA.
5. Tratamento
• A hepatite B aguda é tratada com repouso e aconselha-se o doente a não consumir bebidas alcoólicas e
alimentos ou medicamentos que possam ser tóxicos para o fígado.
• Em alternativa, o tratamento pode ser feito com os análogos dos nucleósidos, como a lamivudina e o
adefovir, que têm um efeito antivírico potente mas que necessitam duma administração mais prolongada
do que o peginterferão para se obterem taxas de resposta semelhantes.
• Como com todos os medicamentos, os tratamentos para a hepatite B têm efeitos secundários, pelo que os
doentes devem aconselhar-se com o seu médico.
• Se a hepatite crónica conduzir à cirrose e esta evoluir para a insuficiência hepática, aconselha-se o
transplante hepático. Contudo, no caso da hepatite B os riscos de recidiva são muito elevados, pois, não
existem formas eficazes de evitar a infecção do novo fígado. Normalmente admistra-se imunoglobulina
anti-HBs logo após ter-se retirado o fígado do corpo e antes de inserir o novo órgão, para neutralizar o
vírus que se encontra no sangue. O doente deve continuar a receber imunoglobulina anti-HBs durante
vários anos, para evitar o reaparecimento do antigénio HBs.
• O doente que vai receber o novo fígado não deve ter mais de 65 anos nem sofrer de uma patologia grave
que afecte outro órgão como os rins, os pulmões e o coração
6. Como se previne
• Evitar o contacto com sangue infectado ou de quem se
desconheça o estado de saúde, não partilhar objectos
cortantes e perfurantes, nem instrumentos usados para a
preparação de drogas injectáveis, e usar sempre
preservativo nas relações sexuais são as principais formas
de prevenir o contágio. A realização de tatuagens, a
colocação de «piercings» e de tratamentos com
acupunctura só deve ser feita se os instrumentos
utilizados estiverem adequadamente esterilizados.