Este documento discute estratégias de gestão de resíduos conhecidas como os 7 R's: Reeducar, Repensar, Reduzir, Reciclar, Reutilizar, Recusar e Recuperar. O documento explica cada um dos 7 R's e fornece exemplos de como aplicá-los para melhor gerenciar resíduos e promover o desenvolvimento sustentável.
1. Formadora: Nadir Oliveira
Ambiente, Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho
Estratégias de Actuação os 7 R’s
Realizado por:
- André Quendera
- Luís Mendonça
- Flávio Almeida
-Sérgio Figueira
2. Formadora: Nadir Oliveira
2
Índice
Introdução .......................................................................................................... 3
Protocolo Montreal ............................................................................................. 5
Protocolo de Kyoto............................................................................................. 6
Rio + 20.............................................................................................................. 7
O que são os 7 R’s............................................................................................. 8
7 R´s: Conceitos................................................................................................. 9
Gestão de Resíduos......................................................................................... 16
Processos de Gestão de Resíduos.................................................................. 18
De que forma podemos gerir os resíduos? ...................................................... 18
Conclusão ........................................................................................................ 25
Webgrafia......................................................................................................... 27
3. Formadora: Nadir Oliveira
3
Introdução
Durante muito tempo, talvez toda a nossa vida e a dos que nos precederam,
habituámo-nos a utilizar muitos objectos e deitá-los fora. Este gesto tornou-se
num hábito, o que significa que, na maior parte das vezes, o gesto de deitar
fora é assumido sem qualquer reflexão. Na origem desta realidade está a
modificação dos nossos padrões de vida. Por um lado, podemos dizer que o
desenvolvimento e a produção em massa melhoraram a nossa qualidade de
vida. Temos uma maior variedade de produtos à nossa disposição. Mas, por
outro lado, esta "sociedade de consumo" tem um lado negativo, que se traduz
no consumo excessivo, no "consumismo" e no desperdício. Costumamos
chamar "lixo" ao que deitamos fora, sem nos preocuparmos mais com o seu
destino. Durante muito tempo, parecia não haver motivo para grandes
preocupações. Sobrava terreno para aterros, isto é, locais onde se depositava
o "lixo" controlado pensando que este se bio degradava rapidamente e se
transformava em húmus. Com o decorrer dos anos, todas estas convicções
foram derrubadas. Nos aterros, a matéria orgânica não se decompõe como se
pensava e o homem criou muitos materiais que a Natureza não tem a
capacidade para degradar. Os terrenos escasseiam à volta das grandes
cidades, onde a produção de resíduos é maior. As populações resistem à
construção de novos aterros. Os terrenos estão mais caros e o transporte de
resíduos é dispendioso. Estas são algumas razões imediatas pelas quais
temos que mudar a nossa mentalidade e os nossos hábitos. Lixo é aquilo que
já não tem valor. O que ainda pode ser aproveitado não pode ser tratado como
"lixo". Na realidade, quase tudo o que faz parte dos resíduos sólidos urbanos
pode ser aproveitado, como teremos oportunidade de ver. Quando não
estamos a promover este aproveitamento, estamos a desperdiçar recursos
naturais. Para alterar esta realidade devemos procurar ser consumidores
conscientes. A gestão dos resíduos sólidos urbanos tornou-se uma tarefa difícil
para as Autarquias, entidades que, no nosso País, têm essa responsabilidade.
No entanto, as soluções mais eficazes passam pela colaboração de todos os
interessados, designadamente os próprios cidadãos e os agentes económicos.
4. Formadora: Nadir Oliveira
4
Neste espaço tentamos focar e consciencializar para o que todos podemos
ganhar, reduzindo o volume de sólidos urbanos, reciclando-os para
posteriormente os podermos reutilizar. Como dizia “Derómstenes” e passo a
citar:
“ Pequenas oportunidades podem ser o começo de grandes
empreendimentos”
5. Formadora: Nadir Oliveira
5
Protocolo Montreal
É um tratado internacional que abordou a destruição ou danificação da camada
de Ozono através de substâncias emitidas pelo Homem para a atmosfera.
Este tratado esteve aberto a adesões num período compreendido entre 16 de
Setembro de 1987 e 1 de Janeiro de 1989, data em que entrou em vigor.
A sua celebração teve lugar em Montreal (no Canadá), com a contribuição de
150 países, proporcionando dessa forma uma enorme adesão a nível Mundial.
Este tratado passou a regular a produção e consumo de produtos nocivos para
a camada de Ozono, sendo que, para o conseguir, decidiu acabar com a
utilização de 15 tipos de CFC´s (clorofluorcarbonetos) extremamente
agressivos para a camada de Ozono e iniciou um estudo para descobrir
produtos mais ecológicos e amigos do ambiente.
Foi então estipulado aos países um prazo de 10 anos para se adaptarem a
funcionar sem esses produtos e foi sugerido o uso de butano e propano.
As indústrias manifestaram receptividade à mudança e através de campanhas
de Marketing (Ex: colocação de etiquetas nos novos produtos desenvolvidos),
sensibilizando os consumidores a optarem por efectuar compras mais
ecológicas.
E assim ao solicitar alterações tecnológicas sem interferir no modelo
económico dos países, o protocolo de Montreal, conduziu a um aceitação
generalizada levando mesmo, Kofi Annan a manifestar-se positivamente
afirmando: “ Talvez seja o mais bem-sucedido acordo internacional de todos os
tempos”.
6. Formadora: Nadir Oliveira
6
Protocolo de Kyoto
Em Kyoto no Japão, a 11 de Dezembro de 1997, foi debatido e aberto para
assinaturas, um protocolo que para ser ratificado, necessitava da adesão de 55
dos países que em conjunto tivessem produzido em 1990, 55% em emissões
de seis dos principais gases causadores do efeito de estufa, são eles: Dióxido
de Carbono (CO2); Metano (CH4); Óxido Nitroso (N2O); Hexafluoreto de
Enxofre (SF6); Hidrofluorcarbonos (HFCs) e Perfluorcarbonos (PFCs).
Deste modo devido à não ratificação dos Estados Unidos (responsável por
aproximadamente 36% das emissões totais dos países desenvolvidos tomando
por base os valores de 1990), foi necessário esperar a entrada da Rússia (em
Novembro de 2004), para que o protocolo entrasse em vigor a 16 de Fevereiro
de 2005. Esta negação dos Estados Unidos gerou muitos protestos por todo o
Mundo. Este protocolo tinha como objectivo definir metas de redução de
emissão de gases de efeito de estufa, no mínimo, em 5,2% (em relação aos
níveis de 1990), num período compreendido entre 2008 e 2012. Para além de
exigir o seu cumprimento principalmente aos países mais desenvolvidos, esta
foi também uma fase designada como primeiro período de compromisso. Assim
não existia homogeneidade nas metas de redução de emissão de gases entre
todos os países, pois os níveis eram diferenciados (entre 8% a 10%). Então
países em fases de desenvolvimento acentuadas ficariam momentaneamente
sem metas de redução. Essa redução reflectia-se através de várias actividades
económicas pois o protocolo estimulava a cooperação dos países entre si.
Deste modo os países assumiram os seguintes compromissos:
Alterar sectores de energia e transportes;
Promover o uso de fontes de energia renováveis;
Submeter relatórios sobre políticas públicas e medidas implementadas;
Limitar emissões de metano na gestão de resíduos e dos sistemas
energéticos;
Proteger e aumentar as áreas das florestas.
7. Formadora: Nadir Oliveira
7
Rio + 20
O objectivo da maior Conferencia das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável (Rio+20) foi:
Assegurar um compromisso político renovado para o desenvolvimento
sustentável;
Avaliar progresso e imperfeições existentes na implementação dos
resultados alcançados nos principais encontros relacionados com o
desenvolvimento sustentável;
Debater os desafios emergentes.
A Conferência terminou no mês de Junho de 2012, mas existem desacordos e
debates sobre as propostas aprovadas no documento final da Organização
das Nações Unidas (ONU). Se por um lado alguns críticos defendem a falta de
compromisso dos países desenvolvidos por não terem criado um fundo
financeiro a nível internacional de modo a auxiliar os países em
desenvolvimento, por outro também existe quem sustente que aprofundando a
declaração final da Rio+20 intitulada “O Futuro Que Queremos”, encontram-se
consolidadas boas intenções e lançados os objectivos de um desenvolvimento
que se quer sustentável. Um excelente exemplo disso é a alteração para uma
Política de 7 “R´s”, complementando desta forma o ciclo sustentável. São
eles: Reeducar; Repensar; Reduzir; Reciclar; Reutilizar; Recusar;
Recuperar.
8. Formadora: Nadir Oliveira
8
O que são os 7 R’s
Com a existência de uma sociedade altamente consumidora, produtora de
enormes quantidades de lixo e a sua inadequada triagem no meio ambiente,
surgiu uma política de Gestão de Resíduos Sólidos, também conhecida como a
Política de Sustentabilidade (Reduzir, Reutilizar, Reciclar). Estas estratégias
de actuação estão indicadas por ordem de prioridade e com a sua aplicação
pretende-se diminuir a produção de resíduos sólidos urbanos
O actual ritmo de produção e consumo mundiais
coloca o nosso estilo de vida em xeque-mate, pois
gera impacto nos recursos naturais disponíveis. A
ambição da Rio+20 foi trazer mudanças para esse
sistema já condenado e pensar em como realizar,
a nível global, mudanças para preservar tais
recursos e utilizá-los de maneira sustentável.
A já conhecida Política dos 3Rs teve início em
1992 com a Conferência da Terra realizada no Rio de Janeiro, e que em 1993
na Europa com o 5º Programa Europeu para o Ambiente e Desenvolvimento.
Com paradigma para a criação de soluções ambientais. Numa primeira fase
denominou-se por Política dos 3 R’ s: Reduzir (diminuir o consumo de itens
descartáveis; investir em bens duráveis e evitar desperdício), Reutilizar (usar
ao máximo o mesmo material, ou dar novos usos a materiais já não
necessários) e Reciclar (transformar produtos e matérias-primas em novos
materiais, diminuindo resíduos e o uso de energia).
Numa segunda fase introduziu-se mais dois conceitos a política então em vigor
a dos 3 R’s, o reaproveitar e o repensar, passando a denominar-se Política
dos 5 R’ s. O Repensar reflecte-se no reaproveitamento dos resíduos, de
forma a dar-lhe um novo uso como por exemplo usar pneus de borracha como
canteiros para flores (como actos quotidianos que afectam o ambiente) e o
Recusar traduz-se numa reflexão que serviria para repensar as atitudes e
comportamentos em relação ao meio ambiente (não consumir irracionalmente
os resultados da exploração das matérias primas), chegando aos 5R´s.
9. Formadora: Nadir Oliveira
9
A partir da ciméria do Rio+20 somaram-se ao ciclo sustentável mais dois
conceitos, totalizando a política dos 7Rs. O Reeducar (consciencialização da
população sobre a origem e o destino do que se consome) e o Recuperar
onde devemos tentar compensar o planeta, do desgaste provocado pela
extracção de matérias-primas, e pela nossa intromissão nos processos naturais
do ambiente (revitalização de áreas degradadas). Essas medidas tem impacto
na forma como nos relacionamos com bens de consumo e seus resíduos, um
dos principais problemas ambientais actuais. Tendo os 7Rs como parâmetro, é
possível pensar em acções de incentivo para a iniciativa privada, que pode ser
beneficiada com vantagens fiscais, e “selos verdes”, agregando valor às
iniciativas provenientes desta política de sustentabilidade. Está na mão dos
diplomatas, legisladores e líderes mundiais dar o pontapé inicial para a
promoção de um mundo com menos desperdício e menos degradação. Com
este trabalho pretendemos elucidar os aspectos fundamentais da política dos 7
R’ s, e demonstrar que a sua aplicação terá como consequência uma melhor
saúde para o planeta e para todos nós, que nele vivemos.
7 R´s: Conceitos
1. Repensar:
Geralmente agimos sem analisarmos o que se passa á nossa volta. Vivemos
na ilusão de que todos fazem a sua parte no que diz respeito á melhoria do
ambiente e do planeta.
Então, para que não alimentemos essa ilusão
temos que procurar a realidade que é tudo
menos cumpridora a 100%. Temos assim que
parar para pensar.
Será que necessitamos realmente de alguns produtos que usamos no
dia-a-dia?
Deveríamos comprar produtos resistentes ou duráveis, evitando assim
os materiais descartáveis para poupar os recursos naturais?
Será que há uma grande vantagem em não comprar produtos tóxicos ou
perigosos?
10. Formadora: Nadir Oliveira
10
Será que depositamos o nosso lixo no sítio correcto, quando não há
recolha do mesmo num determinado sitio?
Será que evitamos queimar o lixo, fazendo com que os gases tóxicos
sejam lançados para a atmosfera?
Será que lemos os rótulos dos produtos para saber as informações
ambientais ou as suas recomendações?
Seria vantajoso para o ambiente e para nós usarmos detergentes
biodegradáveis?
Utilizamos pilhas recarregáveis?
Será que não compramos produtos que explorem pessoas e ambiente?
Será que não compramos produtos de origem desconhecida ou
duvidosa?
Será que deveríamos pedir emprestado aparelhos/equipamentos que
possam não ser usados, em vez de comprar?
Será que não jogamos no lixo medicamentos, curativos, ou injecções
feitos em casa, em vez de levar á farmácia com opção de descarte?
Consertamos aparelhos/equipamentos em vez de comprar novos?
Deixamos os pneus velhos numa oficina de troca, porque são elas que
dão o devido tratamento ou encaminhamento?
Será que evitamos pilhas de alto teor de chumbo, Cadmo e mercúrio?
Será que após o uso das pilhas, devolvemos aos pilhões?
Será que escolhemos produtos de empresas certificadas, isto é, que
desenvolvam programas sócio ambientais e/ou que sejam responsáveis
pelo produto após consumo?
2. Reduzir
Reduzir consiste em diminuir a quantidade de lixo, começando no momento da
realização das compras e na sua posterior utilização. Mas também é possível
reduzir no dia-a-dia com simples acções, que levam a poupanças energéticas e
de produtos.
O nosso planeta tem uma capacidade de regeneração de matérias-primas
limitada e com o nível de consumo registado actualmente estamos a
11. Formadora: Nadir Oliveira
11
transformar os recursos virgens da Terra em resíduos a uma velocidade
superior há que o nosso planeta consegue transformar os resíduos em
recursos. Por este motivo, torna-se fundamental que mudemos drasticamente
as nossas atitudes e comportamentos, no sentido de reduzir os nossos padrões
de consumo, evitando a exploração excessiva dos recursos naturais.
Podemos, por exemplo escolher aqueles que apresentam uma maior
durabilidade e longevidade; os que são produzidos localmente; optar por
produtos embalados em papel em vez de plástico, uma vez que a reciclagem
dos primeiros é mais eficiente; utilizar sacos reutilizáveis específicos ou
carrinhos de compras em detrimento dos sacos de plástico; detergentes sem
fosfatos e biodegradáveis. No caso das bebidas, é
preferível comprar as que têm embalagens com
retorno e recicláveis. Quanto às atitudes que
implicam reduzir no dia-a-dia, são inúmeras as
sugestões relacionadas com poupanças de
energia; no consumo de água e na alimentação.
Comprar somente o necessário;
Adquirir produtos que tenham elevada
durabilidade;
Racionar o consumo, poupando assim os recursos;
Diminuir o armazenamento de embalagens e pacotes, materiais que podem
fazer falta para a reciclagem;
Evitar embrulhos excessivos para assim também evitar grandes gastos em
papel;
Evitar usar sacos de plástico dos supermercados e usar mais sacos de
pano ou carrinho de compras;
Tendo uma grande quantidade de jornais ou revistas em casa, dividir com
quem precisa.
Para poupar energia eléctrica temos os seguintes exemplos:
Opte por equipamentos eléctricos eficientes (classe A, A+ ou A++);
12. Formadora: Nadir Oliveira
12
Substitua todas as lâmpadas incandescentes por lâmpadas
economizadoras ou de baixo consumo;
Habitue-se a desligar todas as luzes cada vez que sai de uma divisão;
Desligar todos os aparelhos que possam ser mantidos em standby;
Evite deixar equipamentos a carregar toda a noite e depois de
carregados, nunca deixe o carregador na tomada, se não, vai continuar
a consumir energia;
Para aquecer alimentos, escolha o microondas em vez do forno;
Evite abrir a porta do frigorífico e mantenha-o cheio;
As máquinas de lavar loiça e roupa só devem trabalhar com a sua carga
máxima;
Reduza o tempo de utilização do aquecimento e ar condicionado,
isolando bem portas e janelas para manter o calor e o frio dentro de
quatro paredes
13. Formadora: Nadir Oliveira
13
3. Reutilizar
Este conceito visa consciencializar para a reutilização de produtos, para que
não haja uma elevada compra dos mesmos e um grande desgaste de
matérias-primas.
Para reutilizar devemos:
Separar sacolas, sacos de papel, vidros, caixas de ovos e papéis de
embrulho que podem ser reutilizados;
Usar como rascunho o verso de folhas de papel já utilizado;
Reutilizar envelopes, colocando etiquetas sobre o endereço do remetente e
destinatário;
Utilizar coador de café não descartável;
Pensar em restaurar e conservar antes de pensar em jogar fora;
Levar seu lanche ou almoço em recipientes reutilizáveis (marmita) e não em
recipientes descartáveis (de plástico ou alumínio);
Não deitar para o lixo aparelhos quebrados que podem ser vendidos no ferro
velho, ou desmontados, reaproveitando as peças;
Preferir as fraldas laváveis às descartáveis;
Comprar produtos feitos de embalagens reutilizáveis;
Usarmos o verso das folhas para escrever e quando usamos folhas mal
imprimidas para fazer blocos de apontamentos ou até para voltar a imprimir
no verso;
Doarmos produtos a outras pessoas que precisem;
Usarmos máquinas que estão na garagem, mas que sejam mais
económicas;
Repararmos os brinquedos das nossas crianças, em vez de comprar novos.
14. Formadora: Nadir Oliveira
14
4. Reaproveitar
Com este conceito, é-nos possível diminuir a quantidade do lixo e ainda
economizar. O ambiente agradece.
Vejamos como podemos reaproveitar no nosso dia-a-dia:
Não comprar sacos do lixo;
Comprar produtos onde a embalagem possa ter outro uso;
Os envelopes são bons para guardar documentos ou fotografias;
As roupas podem ser tingidas, recortadas ou adaptadas para modas mais
recentes;
As caixas de sapato podem servir para armazenamento de ferramentas ou
outros objectos.
5. Reciclar
Com este conceito, os produtos são reciclados e são transformados em nova
matéria-prima, para que se possa iniciar um novo ciclo de produção
(triagem/consumo).
Podemos contribuir com a reciclagem:
Comprando produtos reciclados;
Comprando produtos que sejam fabricados com materiais reciclados;
Participando em campanhas com acções de limpeza e recolha selectiva do
lixo;
Desenvolver ideias para a nosso bairro, município ou distrito, de maneira a
melhorar o ambiente fazendo agrupamentos e criar condições necessárias
para a recolha e separação do lixo existente nas ruas, etc.;
6. Recusar
Este conceito, de um modo geral é usado para consciencializar-nos para o
facto de dizermos “NÃO” a todos os produtos que possam “ferir” o nosso meio
ambiente.
15. Formadora: Nadir Oliveira
15
Dizer que não é fundamental;
Recusar ao máximo o consumo de petróleo, com pequenas alterações de
rotina;
Recusar o plástico, nas embalagens, no transporte de compras;
Recusar embalados e pré-seleccionados;
Recusar propulsores com clorofluorocarbonetos (CFC's);
Recusar áreas de comércio cujo marketing seja agressivo (excesso de
informação campanhas/promoções, preço/ Kg e ou unidade de difícil leitura,
música alta e ritmada;
Recusar políticas e práticas estatais que comprometem a qualidade de vida
de todos (o recurso a aterros sanitários sem triagem do resíduo depositado e
a co-incineração que é possível a custo de emissões efluentes de dioxinas e
metais pesados).
7. Recuperar
Consiste em devolver todas as embalagens reutilizáveis para as respectivas
empresas, para que estas possam ser usadas de novo no processo produtivo.
Neste conceito temos que nos concentrar principalmente em recuperar tudo o
que foi danificado e compensar o nosso planeta pelos problemas que deram
lugar a um enorme desgaste. Temos a obrigação e o dever de repor no nosso
planeta, tudo o que dele extraímos no passado e actualmente para devolver o
seu equilíbrio natural.
Durante os 5R’s verificámos que foram introduzidas várias acções para
cumprirmos de maneira a reduzir o lixo existente e a reduzir o consumo de
matéria-prima. A maior parte das tarefas são muito simples, mas outras são
mais complexas e exigem que sejam formadas associações e grupos de
organizações para que em breve possamos dizer que somos uma humanidade
verde e consciente do meio onde vivo.
Antes de comprar um equipamento novo para substituir outro verifique se é
possível repará-lo. Muitas vezes uma reparação sai mais barato que comprar
um produto novo e você evita que mais objectos encham as lixeiras e aterros
da sua cidade. Esta regra não se aplica apenas a coisas avariadas. Pode
16. Formadora: Nadir Oliveira
16
também ser aplicada para aperfeiçoar alguns equipamentos, como
computadores, adicionando novas peças e trocando o que já não está tão bom.
Gestão de Resíduos
A produção de resíduos tem uma grande importância tanto a nível económico
como a nível tecnológico. A gestão adequada dos resíduos contribui para a
preservação e conservação dos recursos
naturais, quer através da prevenção, quer
através da reciclagem e sua valorização de modo
a alcançar os objectivos ambientais. No entanto,
o cumprimento destes objectivos está
dependente da orientação na forma de actuação
dos operadores económicos e dos consumidores
finais. Para se poder diminuir a produção de
resíduos necessitamos de um tratamento mais
eficiente. É
fundamental a identificação e caracterização
dos resíduos e a utilização de meios de
transporte que se adeqúem à recolha dos
diferentes tipos de resíduos consoante as
suas características específicas
Existem vários tipos de resíduos:
RSU Resíduos sólidos urbanos (lixos domésticos, os plásticos, o vidro ou
as pilhas)
Resíduos industriais;
Resíduos de demolição e construção.
O destino final do resíduo é determinado consoante o destino final
ambientalmente mais adequado para o resíduo em causa. Alguns são
destruídos por queima, outros são depositados em locais especiais
denominados de aterros, outros são aproveitados para fazer adubos através de
uma técnica denominada de compostagem, outros ainda, como os óleos
usados dos motores que têm possibilidade de serem regenerados. A gestão de
resíduos consiste na realização de diferentes tarefas tais como, a recolha,
transporte, armazenagem, triagem, valorização e eliminação de resíduos,
17. Formadora: Nadir Oliveira
17
tratamento e descontaminação de solos. Todas estas operações comportam
riscos para o ambiente e para a saúde humana, e como tal, é necessário a
imposição de requisitos mínimos para as instalações de incineração e co-
incineração de resíduos como também, valores limite de libertação de certos
poluentes para a atmosfera. Estes centros de recuperação, valorização e
eliminação de resíduos perigosos, permitem a redução e valorização de
resíduos e a sua reutilização como matéria-prima. A actividade económica no
sector dos resíduos deve ter como finalidade primordial a redução da produção
de resíduos e a promoção da sua reutilização e reciclagem. Pretende se assim,
a obtenção de maior protecção da saúde humana e do ambiente.
18. Formadora: Nadir Oliveira
18
Processos de Gestão de Resíduos
Os resíduos que não conseguimos reduzir, reutilizar e reciclar, têm que ser
eliminados sem causar danos para o ambiente. Para isso existem diversos
tipos de sistemas de tratamento que podem ser utilizados:
Físicos: Filtração e destilação;
Químicos: Neutralização, oxidação e redução;
Processos de imobilização: Solidificação e estabilização;
Processos de Confinamento: Aterros;
Biológicos: Compostagem e digestão anaeróbia;
Térmicos: Incineração e pirólise.
De que forma podemos gerir os resíduos?
Uma gestão de resíduos adequados apresenta-se como a forma de garantir
que não resultam problemas ambientais da produção de resíduos. As regras e
princípios gerais a que esta gestão devera obedecer, estão previstos na
legislação nacional e são as seguintes:
Separação selectiva de resíduos: Triagem;
Catalogação dos resíduos: Atribuir o código de identificação do resíduo de
acordo com a lista europeia de resíduos;
Envio dos resíduos a entidades licenciadas para a sua gestão
(armazenagem, valorização ou eliminação);
Operações de transporte realizadas apenas por entidades licenciadas e
utilizando guias de transporte de resíduos;
Quantificação dos resíduos produzidos.
19. Formadora: Nadir Oliveira
19
Incineração - é um processo de
destruição de resíduos através da
combustão.
Este processo utiliza altas
temperaturas em equipamentos
próprios de forma a queimar todo o tipo
de resíduos que podem sofrer este
processo. Os resíduos ao chegarem á
incineradora sofrem numa primeira fase, uma secagem para reduzir a
quantidade de água e permitir que a combustão seja mais rápida e eficaz. Após
a secagem vão para a zona de combustão onde são queimados a
temperaturas entre os 400⁰C e os 500⁰C, sofrendo depois, uma nova
combustão a temperaturas superiores, que variam entre os 800⁰C e os 1000⁰C.
O que resulta da incineração são
gases, águas residuais, cinzas e
escórias, que necessitam de
tratamento próprio. Esta é a
grande desvantagem, pois os
gases produzidos pela
incineração são tóxicos e
poluentes, que precisam de
tratamento posterior para serem retiradas as substâncias perigosas como o
chumbo, cádmio, mercúrio, cobalto, óxido de azoto, dioxinas e furanos, entre
outros.
Hoje em dia os danos ambientais causados pela incineração estão
completamente controlados, por mecanismos próprios de destruir a
perigosidade de quaisquer resíduos que resultem do processo, quer as águas,
gases e cinzas.
20. Formadora: Nadir Oliveira
20
Aterros Sanitários - são instalações preparadas para o depósito de resíduos
sólidos urbanos (RSU).
Devem ser construídos de forma a não deixar que os resíduos ali colocados
possam poluir o ambiente. É necessário portanto, revestir o terreno do aterro
com materiais impermeáveis para impedir que os líquidos libertados pela
decomposição do lixo se infiltrem no subsolo poluindo-o, e um sistema de
drenagem/extracção para impedir que não escorram para terrenos adjacentes
podendo chegar a rios, condutas de águas ou outras formas de contaminar o
ambiente ou a saúde publica.
Os aterros sanitários possuem também uma rede de extracção e queima de
biogás (gás que é produzido pelo lixo depositado) que posteriormente poderá
ser reaproveitado para produzir energia eléctrica.
Assim, o aterro sanitário pode definir se como um espaço destinado à
deposição final de resíduos sólidos gerados pela actividade humana. Nele são
dispostos resíduos domésticos, comerciais, de serviços de saúde, da indústria
de construção, ou dejectos sólidos retirados do esgoto. São enormes buracos
no solo, revestidos por materiais que não deixam passar os líquidos que se
formam pelo apodrecimento. São depois tapados com terra para não deixar
sair os gases que se vão libertando. Quando está cheio é coberto por terra e
outros materiais, permanecendo assim para sempre.
21. Formadora: Nadir Oliveira
21
Processo de compostagem - A compostagem pode ser feita em estações de
tratamento, para onde são encaminhados os resíduos sólidos urbanos. Neste
tipo de instalações, o controlo do processo apresenta por vezes dificuldades,
tanto maiores quantos maiores forem as instalações, visto ser necessário
coordenar factores como temperatura, humidade, pH e arejamento. As
dificuldades tornam-se ainda maiores quando a matéria orgânica é recolhida
juntamente com os restantes resíduos, uma vez que, nesse caso, se torna
praticamente impossível remover totalmente determinados componentes que
podem ser tóxicos para a fauna microbiana (resíduos domésticos perigosos,
como restos de tintas, medicamentos, etc.) e materiais não biodegradáveis
(vidro, plásticos, metais, etc.). Por este motivo, há todo o interesse em que os
sistemas de recolha separem, à partida, uma parte significativa dos materiais
que não são fermentáveis. Existem actualmente em Portugal, quatro estações
de compostagem.
22. Formadora: Nadir Oliveira
22
Ecoponto Azul - Papel/Cartão
Todas as caixas de cartão (cereais, bolachas, chocolates,
detergentes, sabonetes, de brinquedos,
Maços de tabaco
Invólucros de cartão (packs de iogurtes, cervejas etc.)
Sacos desde que feitos de papel
Papel vário (jornais, revistas, impressão e escrita)
Envelopes, panfletos publicitários, bilhetes de espectáculos e transportes,
tickets de estacionamento
Nota: não colocar papel autocolante, químico e de lustro, embalagens de vidro
de produtos tóxicos.
Ecoponto Verde – Vidro
Garrafas de vidro (águas, sumos, cerveja, vinho, azeite,
vinagre)
Boiões de iogurtes
Frascos de doces e conservas
Nota: não colocar vidros especiais como cristal, pirex, espelhos, lâmpadas,
vidros de cosmética e perfumaria e produtos tóxicos.
Ecoponto Amarelo -Plástico e Metal
Garrafas e garrafões de plástico (água, óleo alimentares,
sumos etc.)
Embalagens de detergentes de limpeza e de produtos de
higiene e beleza (lava tudo, limpa vidros, champôs,
desodorizantes)
Sacos, caixas e invólucros desde que feitos de plástico
23. Formadora: Nadir Oliveira
23
Tampas de plástico, metal e caricas
Latas de bebidas e conserva
Aerossóis (spray como espuma e lacas para cabelo, de sprays de limpeza
etc.)
Todos os pacotes de líquidos alimentares (leite, sumo, vinho, natas,
iogurtes.)
Embalagens plastificadas ou metalizadas de produtos alimentares (gelados,
bolachas, batatas fritas, bolos)
Pilhas - As pilhas são objectos de grande unidade pois
possuem aplicação em vários domínios. De um modo
geral, as pilhas são classificadas da seguinte forma:
• Pilhas gerais: onde se incluem as de zinco-carvão,
alcalinas e de níquel-cádmio, sendo habitualmente
aplicadas em brinquedos, aparelhos de som, lanternas,
etc.
• Pilhas especiais: subdivididas nas denominadas pilhas-botão (alcalinas, de
óxido de prata, óxido de mercúrio, de zinco-a e de lítio) e pilhas cilíndricas
(óxido de prata, óxido de mercúrio e de lítio), habitualmente aplicadas em
relógios, máquinas de calcular, máquinas fotográficas, aparelhos auditivos e
instrumentos de precisão.
As pilhas gastas
são poluentes uma
vez que uma boa
parte delas contém
metais pesados
como sejam
cádmio, o chumbo,
o lítio e sobretudo
o mercúrio, que podem converter-se em perigoso poluentes tóxicos para a
saúde humana e contaminantes do meio natural. Quando abandonadas na
natureza ou nas lixeiras, a corrosão rompe os invólucros e derrama o seu
24. Formadora: Nadir Oliveira
24
conteúdo tóxico que é arrasto pelas chuvas para os rios, mares e para os
lençóis de água subterrâneos que abastecem os poços e nascentes.
No caso específico de libertação de mercúrio para o ambiente, este poderá vir
a afectar o ser humano por via directa ou indirecta (uma vez que as plantas e
os animais terrestres absorvem-no e
concentram-no nos seus tecidos) com
consequências graves. Por ser um metal
pesado não é eliminado pelo nosso organismo,
acumulando-se até originar uma dose que
poderá colocar em perigo a saúde humana. Se
as pilhas são queimadas, os seus fumos
altamente tóxicos e os vapores de mercúrio
precipitam-se com a chuva sobre os campos e
culturas, contaminando, de igual forma, o meio ambiente e os alimentos.
Devido ao seu teor em matérias perigosas, tornou-se necessários assegurar a
gestão correta dos resíduos de pilhas.
Pretende-se deste modo evitar que as pilhas
usadas sejam abandonadas
indiscriminadamente ou conduzidas para
lixeiras ou aterros juntamente com os restantes
resíduos sólidos, provocando impactos
negativos no ambiente, e à saúde pública. Neste âmbito, a união europeia
publicou as Directivas 91/157, sobre o aproveitamento e eliminação controlada
de pilhas e acumuladores contendo determinadas matérias perigosas, e a
directiva 93/86, sobre símbolos indicativos de recolha separada e de teores de
metais pesados nas pilhas (mercúrio, cádmio e chumbo). De acordo com esta
regulamentação, a recolha e eliminação selectiva de pilhas restringe-se, nas
pilhas gerais, às de níquel-cádmio e, nas pilhas especiais, às de óxido de
mercúrio (devendo possuir os símbolos de recolha separada e reciclagem).
25. Formadora: Nadir Oliveira
25
Conclusão
Chegamos à conclusão que a resolução de problemas ambientais existentes
no nosso planeta depende essencialmente de cada um de nós. Somos agora
mais de 6 mil milhões de seres humanos. A produção de lixo, em certos países,
ronda os 2Kg /habitante/dia. Cedo teremos de viver, construir as nossas casas,
plantar plantas, criar os nossos filhos, etc., em cima do nosso lixo. É no nosso
lar, na nossa escola, no nosso local de trabalho, onde quer que estejamos que
a consciencialização de todas as pessoas pode e deve começar. A política
ambiental do governo deveria criar incentivos para as empresas/indústrias
serem mais ecológicas, pois estas medidas seriam benéficas a todos. Os
agravamentos económicos trazidos a estas por tais medidas deveriam ser
recompensados no sentido de incentivar as outras (empresas/indústrias) a
fazerem o mesmo. Quanto a todos nós enquanto cidadãos comuns, penso que
podemos certamente ajudar a resolver o problema das nossas cidades e
campos. Sendo que com este trabalho concluímos que a influência do Homem
tem um impacto negativo na natureza, uma vez que o acelerado ritmo de
exploração por parte deste, faz com que os recursos naturais sejam finitos uma
vez que não é dado tempo de regeneração suficiente à natureza para que esta
recupere. Para combater este grave problema é fundamental que se
consciencialize a população mundial das medidas que se devem tomar, pois o
nosso futuro e o das gerações futuras estão dependente das atitudes e
comportamentos que se tomem hoje em relação á sustentabilidade do planeta
em que vivemos. Devemos nesse sentido reflectir no acto de consumir,
consumindo-se o estritamente necessário e criar condições favoráveis para que
a terra regenere os recursos naturais extraídos pelo homem, como por
exemplo, proceder-se à plantação massiva de arvores em zonas por nos
desflorestadas, ou onde um incêndio as tenha feito desaparecer. Também
devemos repensar a forma como agimos, devendo-se evitar ou recusar
comprar certos produtos que não cumpram uma política ambiental correcta e
sustentada.
Mas a política dos 7 R's tem de passar da teoria à prática, porque é através do
esforço individual de todos nós que podemos contribuir para a manutenção ou
26. Formadora: Nadir Oliveira
26
até melhoramento das condições ambientais da Terra. Além disso, também o
Governo pode incentivar à política dos 7 R's, divulgando e vulgarizando os
vidrões, papelões, etc., porque Portugal nesse aspecto ainda tem muito que
aprender, “senão depressa viveremos em cima do lixo que diariamente
"produzimos". Assim, colabore com as campanhas de recolha selectiva (vidro,
papel, etc.). Ganha o ambiente e ganhamos todos nós.