O documento descreve o projeto "iBorba", desenvolvido para uma ONG com o objetivo de melhorar os comportamentos no trânsito. O projeto utilizou ferramentas de design estratégico como uma matriz SWOT, gráfico de polaridades e cenários futuros para desenvolver um conceito de recompensar bons motoristas e desincentivar maus comportamentos no trânsito através de um sistema vinculado aos veículos.
iBorba: um sistema de recompensas para melhorar o comportamento no trânsito
1. iBorba
O projeto iBorba foi desenvolvido a partir de um briefing elaborado em uma
etapa inicial de construção de um workshop do grupo de mestrandos em design
estratégico da Unisinos. Sua concepção foi alinhada diretamente com a
identidade do cliente, uma ONG voltada para melhorias no comportamento no
traânsito.
O briefing apontava para o seguinte problema:
No Brasil constata-se que existem problemas comportamentais que provocam
diversas situações indesejáveis como, por exemplo, no trânsito, objeto de estudo
deste projeto. A ONG XYZ procurou o PPG de Design da UNISINOS no sentido
de desenvolver um sistema-produto que trabalhe a seguinte questão: trânsito
como veículo de contravenção.
Ao final, esperavam-se proposições de concepts de projeto de design
estratégico com o intuito de melhorar esta situação indesejável ligada aos
comportamentos, priorizando o trânsito da cidade de Porto Alegre. O exemplo de
Porto Alegre poderá, então, ser rebatido para todo o país.
Com tal intenção, o grupo Alfaces, responsável pelo projeto “iBorba” passou a
desenvolver pesquisas através de instrumentos do design estratégico com a
intenção de ampliar a compreensão do tema e, desta forma, ter maiores
subsídios para a concepção de um projeto mais completo e abrangente.
Na primeira etapa de construção foi elaborada uma MATRIZ SWOT. Tal
ferramenta, amplamente conhecida e utilizada em esferas de marketing e
planejamento empresarial, permite aos projetistas identificar ameaças,
oportunidades, forças e fraquezas não apenas do projeto, mas do contexto
social, urbano e empresarial. Nesta etapa foram identificados os seguintes
aspectos:
SWOT
2. Fraquezas
Conivência/ naturalização
Jeitinho
Indiferença
Stress
Inibição
Machismo
Forças
Acesso à informação
Conexão
Conscientização
Adaptabilidade
Engajamento
Oportunidades
ONG
Redes sociais
Tecnologia
Subvenção
Leis
Protestos públicos coletivos
Sustentabilidade
Ameaças
Impunidade
Infraestrutura deficiente
Desigualdade
Bairrismo
Aceleração do tempo
Censura
Corrupção
É essencial para a compreensão do projeto e de sua efetividade perceber que
dentre as oportunidades as redes sociais, as leis e a mobilização pública surgem
como um caminho para o projeto, vinculados diretamente com os aspectos de
acesso à informação e engajamento destacados nas forças da matriz SWOT.
Tais tópicos levantados na SWOT, permitiram a construção de um GRÁFICO
DE POLARIDADES. Com este recurso tornam-se visíveis os conceitos que
norteiam o projeto e cujos pólos comumente antagônicos podem sensivelmente
definir opções de projeto na construção de concepts.
INSERIR MATRIZ DE POLARIDADES
3. A definição de um cenário futuro contribui para a identificação de
acontecimentos desejáveis, indesejáveis e dos possíveis comportamentos
sociais perante tais mudanças. Com o intuito de enriquecer o concept, o
instrumento de CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS foi utilizado na etapa seguinte
do projeto. A construção partiu de um quadrante delimitado por eixos advindos
das polaridades discutidas em etapa anterior.
QUADRANTES DOS CENÁRIOS
Em um primeiro momento, o cenário foi baseado na idéia de “Punição Severa” e
uma pesquisa de imagens deu suporte à compreensão de como poderia ser este
cenário futuro. Esta pesquisa de imagens e sua organização em grupos
conceituais que orientaram a construção do cenário é chamada de
MOODBOARD, também um instrumento metaprojetual do design estratégico.
5. O resultado obtido foi explicitado através de uma breve narrativa e apresentado
para o cliente da seguinte forma:
6. JORNAL
Porém, projetar para um cenário de tamanho radicalismo não pareceu a solução
que o grupo desejava, nem mesmo a ideal para a necessidade da ONG.
Aspectos de organização e coesão do cenário foram mantidos e, como o
7. “engajamento” havia sido identificado como oportunidade anteriormente, o
conceito de “recompensa” foi trazido para o desenvolvimento do c oncept.
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O CONCEPT
O iBorba foi idealizado para ser um sistema que dê suporte a legislação e a
regulamentação de trânsito a partir do engajamento dos indivíduos que
compartilham o espaço do trânsito. O conceito de comunidades criativas inspirou
o grupo a buscar uma solução que alimentasse este sistema sem a intervenção
de forças maiores (polícia ou justiça).
O iBorba é um sistema que atrela um índice à placa de cada vaículo,
identificando o comportamento do proprietário como sendo “do bem” ou “do mal”.
O cidadão pode classificar qualquer veículo a partir de sua placa em um sistema
disponível na internet e que funciona de forma semelhante a uma rede social.
A campanha é realizada fora do contexto trânsito, porém com comportamentos
gerados dentro dele. Tendo um índice positivo o proprietário e os motoristas de
determinado veículo passam a gozar de vantagens como, por exemplo,
prioridade em compra de ingressos para cinemas e espetáculos, acesso a área
vip de aeroportos, acesso prioritário em estacionamentos de estádios, passe
livre em pedágios e assistência mecânica 24 horas. Inúmeros outras vantagens
são possíveis, bastando o acerto de parcerias com entidades que as
proporcionem.
Da mesma forma, o sistema aponta o mau motorista e, portanto, índices
negativos enfrentariam barreiras na venda do automóvel, perda de descontos,
entre outros.
O grupo estabeleceu, apenas para efeitos de conceito de projeto, interfaces para
o sistema na internet:
INTERFACES
INSERIR IMAGENS DO CR CODES, CAMPANHA, EXPLICAR...