O documento discute a aquisição da escrita alfabética por crianças, abordando três pontos principais: 1) A escrita alfabética é um sistema notacional, não um código, que as crianças aprendem de forma gradual através de hipóteses; 2) As crianças passam por estágios de aprendizagem da escrita descritos por Ferreiro e Teberosky; 3) A consciência fonológica é importante para a alfabetização e deve ser desenvolvida por meio de atividades lúdicas.
2. OBJETIVOS
Compreender que a aprendizagem da
escrita alfabética constitui um processo de
apropriação de um sistema de notação e
não a aquisição de um código;
3. Refletir sobre a concepção de
alfabetização, na perspectiva do
letramento, aprofundando o exame das
contribuições da psicogênese da escrita,
de obras pedagógicas do PNBE, do
professor e de outros textos publicados
pelo MEC;
4. Refletir sobre as relações entre
consciência fonológica e alfabetização,
analisando e planejamento atividades de
reflexão fonológica e gráfica de palavras,
utilizando materiais distribuídas pelo
MEC.
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25. A ESCRITA ALFABÉTICA: POR
QUE ELA É UM
SISTEMA NOTACIONAL E NÃO
UM CÓDIGO?
COMO AS CRIANÇAS DELA SE
APROPRIAM?
26. • Métodos tradicionais - criança vista
como tabula rasa;
• Habilidades perceptivas e motoras –
discriminação visual, auditiva ,
coordenação motora fina.
27. Métodos analítico e sintético
• Informações em pequenas doses sobre a s
letras e sobre o seu valor sonoro.
• Treino repetitivo sobre as correspondências
som-grafia que a cartilha apresentava –
memorização das famílias silábicas.
FALSOS TEXTOS apresentados pelas
cartilhas.
28. LETRAMENTO
Letramento como o conjunto de práticas
de leitura e produção de textos escritos
que as pessoas realizam em nossa
sociedade, nas diferentes situações
cotidianas formais e informais. Nessas
situações, os gêneros textuais são
incrivelmente variados e cada um deles tem
características próprias quanto à
estrutura
29. composicional, quanto aos recursos
linguísticos que usa, bem como quanto às
finalidades para que é usado e aos espaços
onde circula.
É perfeitamente possível e adequado
alfabetizar letrando, isto é, ensinar o SEA,
permitindo que os aprendizes vivam práticas
de leitura e de produção de textos, nas quais
vão incorporando aqueles conhecimentos
sobre a língua escrita.
30. O sistema alfabético não
é um código, mas um
sistema notacional, com
propriedades que o
aprendiz precisa
compreender,
reconstruindo-as em sua
mente.
31. Assim como a numeração decimal e a
moderna notação musical (com pentagrama,
claves de sol, fá e ré), a escrita alfabética é
um sistema notacional. Nestes sistemas,
temos não só um conjunto de “caracteres” ou
símbolos (números, notas musicais, letras),
mas, para cada sistema, há um conjunto
de
O que são sistemas notacionais?
32. “regras” ou propriedades, que definem
rigidamente como aqueles símbolos
funcionam para poder substituir os elementos
da realidade que notam ou registram.
Ter alcançado uma hipótese alfabética não é
sinônimo de estar alfabetizado.
33. Se já compreendeu como o SEA funciona, a
criança tem agora que dominar as convenções
som-grafia de nossa língua.
Esse é um aprendizado de tipo não conceitual
que vai requerer um ensino sistematizado e
repetição de modo a produzir automatismos.
35. MERO
CÓDIGO
SISTEMA
NOTACIONA
L
MERO CODIGO
COMO ENSINAR
A LEITURA
ESCRITA
MÉTODOS E
PROCESSOS
TRABALHO
COGNITIVO E
CONCEITUAL
AS CRIANÇAS
FORMULAM IDEIAS
VARIADAS SOBRE A SEA
COMO AS CRIANÇAS
APRENDEM O SEA
O QUE É QUE
AS LETRAS
NOTAM?
COMO AS
LETRAS
NOTAM?
S
E
A
36. PERÍODO DE CONSTRUÇÃO DO
SEA, PERCORRIDOS PELA
CRIANÇA SEGUNDO EMÍLIA
FERREIRO E ANA TEBEROSKY
37. Durante longo tempo a alfabetização
foi entendida como a aquisição de
um código fundado na relação entre
fonemas e grafemas. Hoje se sabe
que muito mais complexo se
apresenta o processo de aquisição
da linguagem escrita pelas crianças.
38. Segundo Emília Ferreiro e Ana
Teberosky, as crianças elaboram
conhecimentos sobre a leitura e escrita,
passando por diferentes hipóteses –
espontâneas e provisórias – até se
apropriar de toda a complexidade da
língua escrita.
39. Tais hipóteses, baseadas em
conhecimentos prévios, assimilações e
generalizações, dependem das
interações delas com seus pares e com
os materiais escritos que circulam
socialmente.
41. Com exigência mínima de letras
e símbolos. Neste nível, o aluno
considera que coisas diferentes
devem ser escritas de forma
diferente. A leitura do escrito
continua global, com o dedo
deslizando por todo o escrito.
42. Escrita e desenho têm o
mesmo significado;
Não relaciona a escrita com a
fala;
Não diferencia letras de
números;
Reproduz traços típicos da
escrita de forma
desordenada;
Acredita que coisas grandes
têm um nome grande e coisas
pequenas tem nome pequeno
(realismo, nominal);
C
A
R
A
C
T
E
R
Í
S
T
I
C
A
43. Usa as letras do nome para
escrever tudo ;
Não aceita que seja possível
escrever e ler com menos de
três letras;
Leitura global:
Lê a palavra como um todo.
C
A
R
A
C
T
E
R
Í
S
T
I
C
A
44.
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46. A criança descobre que o que
coloca no papel tem a ver com as
partes orais que pronuncia, ao
falar as palavras . Mas o que se
escreve, ainda não tem
correspondência com o som
convencional daquela sílaba ,
representada ora pela vogal e ora
consoante. A leitura é silabada.
Silábic
o
47. Silábic
o
Para cada fonema, usa uma letra
para representá-lo;
Pode, ou não, atribuir valor sonoro à
letra;
Pode usar muitas letras para escrever
e ao fazer a leitura, apontar uma letra
para cada fonema;
Ao escrever frases, pode usar uma
letra para cada palavra;
C
A
R
A
C
T
E
R
Í
S
T
I
C
A
49. Este nível marca a transição do
aluno da hipótese silábica para a
hipótese alfabética. Ora ela
escreve atribuindo a cada sílaba
uma letra, ora representando as
unidades sonoras menores, os
fonemas.
Silábico
-Alfabét
ico
50. Compreende que a escrita representa os
sons da fala;
Percebe a necessidade de mais de uma letra
para a maioria das sílabas;
Reconhece o som das letras;
Pode dar ênfase a escrita do som só das
vogais ou só das consoantes bola= AO ou
BL;
Atribui o valor do fonema em algumas letras.
Silábico
-Alfabét
ico
C
A
R
A
C
T
E
R
Í
S
T
I
C
A
52. O aluno já compreendeu o
sistema de escrita, entendendo
que cada um dos caracteres da
palavra corresponde a um valor
sonoro menor do que a sílaba.
Agora, falta-lhe dominar as
convenções ortográficas
Alfabético
53. Compreende a função social da
escrita: comunicação;
Conhece o valor sonoro de todas
ou quase todas as letras;
Apresenta estabilidade na escrita
das palavras;
Compreende que cada letra
corresponde aos menores valores
sonoros da sílaba;
Alfabético
C
A
R
A
C
T
E
R
Í
S
T
I
C
A
54. Procura adequar a escrita à fala;
Faz leitura com ou sem imagem;
Inicia preocupação com as
questões ortográficas;
Separa as palavras quando
escreve frases;
Produz textos de forma
convencional.
Alfabético
C
A
R
A
C
T
E
R
Í
S
T
I
C
A
59. No primeiro ano da escolarização os alunos
precisarão iniciar, aprofundar e consolidar
alguns conhecimentos convencionais, tais
como:
compreender que as palavras são escritas
com letras e que há variação na sua ordem;
contar oralmente as sílabas das palavras e
compará-las quanto ao tamanho;
60. perceber as semelhanças sonoras iniciais e
finais; reconhecer que as sílabas variam
quanto a sua composição;
perceber que as vogais estão presentes
em todas as sílabas.
61.
62. É um vasto conjunto de habilidades que
nos permitem refletir sobre as partes
sonoras das palavras . Sim, além de usar
as palavras para nos comunicar, podemos
refletir sobre sua dimensão sonora.
Quando refletimos sobre os segmentos das palavras, nós estamos
pondo em ação à consciência fonológica
63. As habilidades de consciência
fonológica se diferenciam
não só quanto ao tipo de operação que o
sujeito realiza em sua mente (separar,
contar, comparar quanto ao tamanho ou
quanto à semelhança sonora etc.);
64. mas também quanto ao tipo de segmento
sonoro envolvido (rimas, fonemas, sílabas,
segmentos maiores que um fonema e
menores que uma sílaba, segmentos
compostos por mais de uma sílaba – como
a sequência final das palavras janela e
panela.
e variam, ainda, quanto à posição (início,
meio, fim) em que aquelas “partes sonoras”
ocorrem no interior das palavras.
65. As habilidades de consciência fonológica
importantes para uma criança se alfabetizar
não aparecem com a maturação biológica,
como parte do desenvolvimento corporal.
66. Elas dependem de oportunidades para
refletir sobre as palavras em sua dimensão
sonora e, portanto, a escola tem um papel
essencial em fomentar seu
desenvolvimento no final da educação
infantil e no começo do ensino fundamental;
67. A criança deve ter oportunidades lúdicas e
prazerosas de pensar sobre as palavras,
situações nas quais refletem sobre seus
segmentos sonoros.
68. Reconhecendo que a consciência
fonológica é uma condição necessária, mas
não suficiente para uma criança se
alfabetizar, consideramos essencial criar
situações por meio das quais nossos alunos
possam refletir sobre as formas orais e
escritas das palavras.
69. Elas envolvem as capacidades de partir
palavras em sílabas, comparar palavras
quanto ao tamanho, comparar palavras
quanto A semelhanças sonoras (de suas
sílabas, rimas ou fonemas iniciais (P. 29)
70. ALGUNS TEXTOS SE PRESTAM
ESPECIALMENTE PARA REFLETIRMOS
SOBRE A DIMENSÃO SONORA
DAS PALAVRAS.