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RESUMO
Esta monografia apresenta a discussão sobre a importância dos jogos no ensino
da matemática nos anos iniciais do ensino fundamental que vem se
concretizando, pois as crianças possuem uma grande capacidade de raciocinar
e resolver situações-problemas, caracterizando objetos e buscando uma linha
de resolução baseada em elucidações próprias. A história da matemática tem
nos mostrado que aquilo que nos parece pura abstração, pura fantasia
matemática, mais tarde se revela como um verdadeiro celeiro de aplicações
práticas. Na verdade aprender matemática não é tarefa fácil, mas é necessário
criar maneiras de inovar o ensino mostrando a real importância dessa área do
conhecimento no dia a dia. A proposta de um jogo em sala de aula é muito
importante para o desenvolvimento social, pois existem alunos que se fecham,
tem vergonha de perguntar sobre determinados conteúdos, de expressar
dúvidas, a matemática se torna um problema para eles. Ao jogar, o aluno é
levado a exercitar suas habilidades mentais e a buscar melhores resultados para
vencer. Nessa análise foram tomados como referência aos estudos de teóricos
como: Freire, Luckesi, Brando entre outros que afirmam que trabalhando com
jogos matemáticos, temos por objetivo direcionar as situações de intervenção
para favorecer a construção do conhecimento lógico-atemático na medida em
que se valorizam as observações interpretativas, a avaliação e o
estabelecimento de relações entre as ações produzidas e suas consequências.
Palavras-chaves: Jogos. Matemática. Ensino. Aprendizagem.
ABSTRACT
This monograph presents a discussion on the importance of the games in the
teaching of mathematics in the early years of elementary school that has been
implementing, since children have a great capacity to reason and solve problems
situations, featuring objects and seeking a resolution based on the own
elucidators. The history of mathematics has shown us that what we look like pure
abstraction, pure fantasy mathematics, and later reveals himself as a veritable
storehouse of practical applications. Actually learn math is no easy task, but it is
necessary to create ways to innovate the teaching showing the real importance
of this area of knowledge in everyday life. The proposal of a classroom game is
very important for social development, because there are students that close,
you're ashamed to ask about certain content, to express doubts, and the math
becomes a problem for them. While playing, the student is led to exercise your
mental abilities and to seek better results to win. In this analysis were taken as
reference to theoretical studies as: Freire, Luckesi, Brando among others who
claim that working with these mathematical games, we have aimed to target the
intervention situations to encourage the construction of logical-mathematical
knowledge to the extent that they enhance the interpretive comments, the
evaluation and the establishment of relationships between the actions produced
and their consequential.
Keywords: Games. Mathematics. Teaching. Learning.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………..
10
CAPÍTULO I CONHECENDO A MATEMÁTICA..................................................
14
1.1 A Matemática nos Anos Iniciais.....................................................................
16
CAPÍTULO II A MATEMÁTICA E OS JOGOS.....................................................
21
2.1 Origens dos jogos............................................................................................
23
2.1.1 Tipos de jogos..............................................................................................
24
2.2 Os jogos como ensino-aprendizagem nos anos iniciais do ensino
fundamental...........................................................................................................
.
25
2.3 As vantagens e desvantagens dos
jogos.........................................................
29
CAPÍTULO III O PROFESSOR E O ENSINO DA MATEMÁTICA NOS ANOS
INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL...............................................................
33
3.1 O papel do professor na aplicação dos jogos..................................................
34
3.2 Recursos
didáticos e matemáticos através dos jogos.....................................
36
3.3 Avaliações da aprendizagem na
matemática...................................................
37
CONCLUSÃO........................................................................................................
.
39
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................
41
INTRODUÇÃO
Sabe-se, que desde o inicio da vida escolar, muitos alunos apresentam um
temor em relação à aprendizagem na matemática, tal situação acaba por
influenciá-los negativamente, tornando o interesse por essa disciplina um
processo cercado de complicações e anseios, porem o fator determinante das
dificuldades apresentadas pelos alunos com relação à matemática pode ser a
ausência de uma relação mais próxima entre tal disciplina e o dia a dia.
Ensinar matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular na criança o
pensamento, a criatividade e a capacidade de lidar com números. Os
educadores matemáticos ou não, devem procurar alternativas para aumentar a
motivação dos alunos para aprendizagem, desenvolver a autoconfiança,
organização, concentração, atenção, raciocínio lógico desenvolvendo a
socialização e aumentando as interações do individuo com outras pessoas.
O uso dos jogos e curiosidades no ensino da matemática tem o objetivo de
fazer com que as crianças gostem de aprender essa disciplina, mudando a
rotina da classe e despertando o
Interesse do aluno envolvido. A aprendizagem através dos jogos, como
dominó, palavras cruzadas, memória e outros permitem que o aluno faça da
aprendizagem um processo interessante e até divertido.
Segundo Smole (2007) ao jogar as crianças tem a oportunidade de resolver
problemas, investigar e descobrir a melhor jogada, refletir e analisar as regras,
estabelecendo relações entre os elementos do jogo e os conceitos
matemáticos. É evidente, portanto, que o jogo possibilita uma situação de
prazer e aprendizagem significativa nas aulas de matemáticas.
Mais para isso eles devem ser utilizados ocasionalmente para sanar as lacunas
que se produz na atividade escolar diária. Nesse sentido verificamos que há
três aspectos que por si só justificam a incorporação dos jogos nas aulas. São
estes: o Carter lúdico, o desenvolvimento de técnicas intelectuais e a formação
de relações sócias.
Jogar não é estudar nem trabalhar, porque jogando o aluno aprende,
sobretudo, a conhecer o mundo social que o rodeia. Devemos utilizá-los não
como instrumentos recreativos na aprendizagem, mais apenas como
facilitadores, colaborando para trabalhar os bloqueios apresentados pelo aluno
e, relação aos conteúdos matemáticos.
Dentro da situação do jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a
motivação é grande, verificamos que, ao mesmo tempo em que estes alunos
falam matemática, apresentam também um melhor desempenho e atitudes
mais positivas frente a seus processos de aprendizagem e interação com os
colegas.
Devemos escolher jogos que estimulem as crianças, principalmente quando o
conteúdo a ser estudado for abstrato, difícil e desvinculado da prática diária,
não nos esquecendo de respeitar as condições de cada comunidade e o querer
de cada aluno.
Essas atividades não devem ser nem muito fácies nem muito difíceis e serem
testadas antes de sua aplicação, a fim de enriquecer as experiências através
de propostas de novas atividades, propiciando mais uma situação, já que
quando o aluno inicia a construção de noções matemáticas, o faz tornando-as
coesas com a situação, em que se apresenta. Isso afiança uma necessidade
de uma apresentação formal a partir do próprio ambiente e a impossibilidade
de argumentar sobre situações abstratas sem o devido critério.
Registra-se por outro lado que geralmente os critérios utilizados, pelos
professores para avaliar as crianças nas séries iniciais do ensino fundamental
envolvem aspectos como comportamentos, participação e desempenho nas
provas. Sem duvida que entre estes critérios é predominante o desempenho
das provas os outros, afinal, é crença geral que as provas objetivas
determinam o que o aluno aprendeu ou não.
Essa postura avaliativa, entretanto pode ser modificada quando o trabalho do
professor é diversificado em relação a recursos didáticos e metodologia, a
avaliação pode ser realizada levando-se em conta a postura do aluno frente ao
conhecimento, ou melhor, durante a construção do conhecimento. Além disso,
nem sempre exatidão é sinônimo de compreensão, assim como nem sempre
resposta errada, significa incompreensão.
Convém salientar que se na escola assumirmos tanto ao ensinar como avaliar,
que fazer matemática é muito mais do que fazer contas, não só poderíamos
conseguir que as crianças adquirissem conhecimentos como também
ofereceríamos oportunidade para que elas se interessem por essa invenção
humana que é a matemática.
Este estudo também tem por finalidade buscar respostas aos seguintes
questionamentos: Que habilidades os jogos desenvolvem nas crianças? Como
utilizar os jogos na aprendizagem da matemática? Qual o papel do professor
neste processo? E em decorrência, induzir o leitor a ampliar conhecimentos
sobre o tema que será discutido, descobrindo o jogo como um valioso recurso
pedagógico no ensino da matemática, e, consequentemente, utilizá-lo no
processo ensino-aprendizagem.
A seguinte monografia está estruturada em três capítulos que serão
apresentados a seguir. No primeiro capitulo apresentaremos a história da
matemática, seguido do subtítulo, caracterizando a mesma no ensino nas
séries iniciais do ensino fundamental. No segundo capitulo destacamos a
importância da matemática e do jogo, nos subtítulos os tipos de jogos, como os
trabalha no ensino aprendizagem e as vantagens e desvantagens dos mesmos
no ensino da matemática.
No terceiro capitulo abordaremos a formação do professor no ensino da
matemática nas séries iniciais do ensino fundamental, dando continuidade os
subtítulos apresentarão o papel do mesmo diante da aplicação dos jogos, os
recursos e metodologias, e avaliação da aprendizagem na matemática.
Por fim, concluímos que através de uma abordagem lúdica, o aluno privilegia o
desenvolvimento das estratégias para a aprendizagem de forma agradável,
uma vez que, o jogo é um dos meios mais propícios para a construção do
conhecimento da matemática, o professor deverá oferecer uma multiplicidade
de ações desafiadoras que motivem diferentes respostas, estimulando a
criatividade e a redescoberta.
Porém tem que ter clareza que o uso do jogo não será o fim e sim o meio para
se chegar ao objetivo esperado, com direcionamentos claros do que se
pretende alcançar. Para tanto, é necessário envolver conceitos já estudados,
colocar situações de desafios e até explorar situações de jogo em outras
atividades.
CAPITULO l CONHECENDO A MATEMÁTICA
A história da matemática constitui um dos capítulos mais interessantes do
conhecimento. Permite-nos compreender a origem das ideias que deram forma
à nossa rica cultura e observar os aspectos humanos do seu desenvolvimento.
Ao longo de suas tradições, a matemática busca na sua história estruturas
cientificas que facilite o aluno redescobrir a sua história.
Devido a sua complexidade os matemáticos desenvolveram várias teorias ao
longo dos tempos resultando posteriormente em ferramenta de grande precisão
para o entendimento dos modelos dessa ciência que relacionasse com outras,
que a princípio não pareciam ter nenhuma relação.
Os números complexos que foram introduzidos para dar sentido à existência de
soluções de equações polinomiais conduziram ao estudo, os cálculos
diferenciados com números complexos. A matemática é uma ciência
fundamental no mundo em que vivemos, embora ainda não tenhamos
percebido que dependemos diariamente da mesma. A matemática foi uma das
primeiras descobertas do homem.
Diante destes dados históricos, onde poderia ser localizado o início da
matemática? Preliminarmente, seria útil tentar definir o que é matemática. Para
poupar tempo ao leitor, é bom dizer que esta questão tem inquietado os sábios
há muito tempo e jamais se chegou a uma resposta aceita por todos. Algumas
pessoas preferem dizer, com certeza dose de ironia, mas com bastante razão:
”Eu não sei definir o que é matemática, mas quando a vejo reconheço-a
imediatamente” (GARBI, 1997, p.7).
Portanto, é evidente que de uma forma ou de outra, todos concordam que o
estudo das formas dos números faz parte da matemática e pode-se imaginar
que tudo isso começou a ser feito de forma ainda rudimentar. É importante
salientar que alguns teóricos situam o surgimento desta história a mais de 30
mil anos.
Diante dos fatos históricos que nos sãos colocados, é visto que a matemática
foi oriunda das grandes civilizações antigas, tendo como berço o Egito e a
Mesopotâmia, assim, destaca-se como protagonista desta história: Pitágoras,
Teles de Mileto e Euclides.
Teles revolucionou o pensamento matemático ao estabelecer que as verdades
precisem ser demonstradas; Euclides manteve este conceito, mas faz
nele uma ressalva que, por si só bastaria para imortalizá-la: nem todas as
verdades podem ser provadas; algumas delas, as mais elementares, devem
ser admitidas sem demonstração; Pitágoras foi o interlocutor da matemática
geométrica, onde mobilizou todo conhecimento da antiguidade clássica
(GARBI, 1997, p.18).
As teorias criadas pelos grandes teóricos da matemática tornaram
extremamente útil para explicar os fenômenos que dão sentidos a toda história,
devido viver em uma sociedade estruturada, na qual os números representam
um dos alicerces em sobrevivência humana, é difícil pensar no homem sem
esses recursos.
O sistema de contagem usado hoje não surgiu como algo fabricado para
posteriormente colocar em práticas essas ideias, foi pouco a pouco se
aperfeiçoando e ao passar dos séculos, à medida que aumentava as
necessidades do homem, as pedras, os animais, as frutas e os seus e os seus
próprios dedos ajudaram a dar origem aos pequenos grupos com cinco objetos
representados pelos dedos da mão que foram surgindo naturalmente e grupo
de dez elementos representados pelas duas mãos, o que lembra a base do
sistema decimal.
Segundo Barreto Filho; Xavier da Silva (2003, p.44) “As necessidades do
homem, com os mais variados propósitos, fizeram dele, através dos tempos,
um estudioso dos problemas naturais, bem como de suas causas e efeitos”.
Essa busca nos perceber que tudo e todos estão relacionados de tal forma que
nenhum efeito tem origem em uma única causa. Por outro lado a historia nos
mostra que
as soluções dependem de experimentos, erros e acertos realizados por
estudiosos da matemática.
Na linguagem do dia a dia é comum ouvirmos frases como: ’uma coisa
depende da outra’ ou ‘uma coisa em função da outra’. Não é raro também
abrirmos revistas ou jornais e encontrarmos gráficos, sobre os mais variados
assuntos, mostrando a dependência entre os fatores em estudo.
Percebe-se que, a idéia de dependência já se tornou ao longo dos séculos uma
necessidade até mesmo familiar nos dias atuais, configurada nas
interpretações da modernidade, com tendência de cada vez mais matematizar
o desenvolvimento de modelos matemáticos que descrevem os fenômenos
determinísticos de maneira adequada.
O ritmo intensificado do desenvolvimento tecnológico dos tempos atuais produz
fenômenos cada vez mais complexos dentro de uma teoria lógica da
matemática utilitária e prática. A história já mostrou várias vezes que as
soluções dependem de experimentos, erros e acertos, alem disso, os
matemáticos contribuem para o desenvolvimento dessa ciência a qual tem
promovido uma expansão de experimento de grande utilidade para a sociedade
como um todo e, sobretudo para a escola.
Podemos afirmar sem sombra de dúvida que o uso da matemática, hoje em
dia, é uma condição necessária par o sucesso em diversas profissões. As
projeções para o futuro próximo indicam que esta tendência tende a se
intensificar. Podemos entender toda a complexidade do problema e o papel
central que nele joga a história da matemática.
Uma formação
neste domínio permite realizar um recuo relativamente ao que se ensina
descolar da apresentação do manual, as permite também a criação de novas
situações didáticas pelo material que ela fornece e dar elementos para analisar
estas novas situações assim como aquelas que as precederam. “A utilização
que se pode fazer da história da matemática permite analisar as nossas
praticas de ensino (GUICHARD, 2006, p.3)”.
Percebe-se que as teorias relativas à história da matemática que hoje
aparecem acabadas e elegantes resultaram sempre de desafios que os
matemáticos enfrentaram e foram desenvolvidas com grande esforço e, quase
sempre, numa ordem bem diferente daquela em que são apresentadas após o
processo de descoberta.
1.1 A matemática nos anos iniciais
O aluno nos anos iniciais do ensino fundamental deve adquirir e desenvolver
quatro competências básicas para que possa concluir com sucesso a primeira
etapa de ensino, são elas: números e operações, grandezas e medidas,
espaço e formas e, tratamento de informações.
Os conteúdos devem ser trabalhados interligados e não, como acontece,
separadamente. Aritmética, álgebra e geometria devem caminhar sempre
juntas de uma maneira que se preocupe com o desenvolvimento intelectual do
aluno, já que são comuns nessa fase as crianças não fazerem uso da
individualidade, seus conhecimentos caminham entrelaçados.
Fazendo a ligação dos diferentes campos que envolvem a matemática se
estará oportunizando sempre melhores condições de compreensão dos
significados e consequentemente dando a oportunidade de aprendizagem a
todos os alunos, independentemente de ter ou não dificuldades. O aluno terá
condições de descobrir por si mesmo, as diferentes relações dos conceitos
matemáticos.
[...] Se concordamos com as vantagens do ensino interdisciplinar, com mais
forte razão devemos professar o ensino intradisciplinar, o qual pode ser
reduzido, sinteticamente, ao ensino integrado da aritmética, álgebra e
geometria. Assim fazendo, os alunos irão perceber suas várias partes
possuírem diferentes características, tal qual uma orquestra. Além disso,
seriam eliminadas algumas prolixidades que nele persistem e ainda, seria
facilitada e muitos estudantes a desejada aprendizagem (LORENZATO, 2006,
p.60).
Considerando que no período das séries iniciais a criança está em fase de
alfabetização é importante que seja priorizada também a alfabetização
matemática. A alfabetização é compreendida como a apropriação das
diferentes linguagens, sendo assim contempla a alfabetização matemática e
que segundo Abreu (1997, p.106), “consiste em ter desenvolvidas capacidades
cognitivas próprias que permitem ao sujeito histórico a resolução d problemas
de seu cotidiano”.
Alguns autores ao fazer uma correspondência com a alfabetização na língua
portuguesa conceituam a matemática de numeralização. O processo de
numeralização é tarefa escolar que envolve os aspectos: cognitivo, de
interação social e interação cultural. Para serem numeralizadas, as crianças
precisam internalizar
procedimentos lógicos, aprender sistemas convencionais e usar o pensamento
matemático, de forma significativa e apropriada, principalmente em situações
problemas.
Dentre os procedimentos lógicos os que mais se destacam são a comparação
e a quantificação. Essas são fontes de construção do conceito de número. É
nos anos iniciais do ensino fundamental que os alunos devem construir o
significado de número e, a partir dele, possibilitar a resolução de situações-
problema e procedimentos de cálculos envolvendo as quatro operações,
desenvolverem noções de orientação espacial, vivenciar situações cotidianas
coletando e interpretando dados que tratem de informações diárias da
sociedade em que vivem.
As crianças ao ingressarem nos anos iniciais do ensino fundamental já trazem
consigo noções matemáticas, independente de terem cursado a educação
infantil ou não, elas observam diariamente situações que utilizam numeração,
medidas, formas e espaço. Assim sendo, o professor precisa situar-se e
investigar o que a criança sabe sobre o assunto da matemática que será
abordado, quais são as facilidades e dificuldades individuais de cada criança e,
a partir daí elaborar seu planejamento.
Na seleção e organização de conteúdos é comum que os professores sigam
apenas um critério, a prioridade a pré-requisitos, ordenando-os de forma que
siga uma seqüência lógica e esquece-se de considerar a capacidade dos
alunos.
O ensino de matemática se faz, tradicionalmente, sem referência ao que os
alunos já sabem. Apesar de todos
reconhecemos que os alunos podem aprender sem que o façam na sala de
aula, tratamos nossos alunos como se nada soubessem sobre tópicos ainda
nos ensinando [...] (CARRAHER, 1995, p. 21).
A partir desse momento é desconsiderado o conhecimento prévio dos alunos,
os conteúdos são iniciados como se fosse meramente uma folha de papel em
branco, não se considera a interação social da criança e cabe-se que ao
contrário do que ocorre, deve-se sempre priorizar o conhecimento do aluno a
partir do cotidiano do mesmo.
Considerando, que o cotidiano dos alunos e a diversidade das experiências
que este traz, deve-se dizer que, ficará difícil definir uma seqüência de
conteúdos, portanto deve-se integrá-los de forma que o próprio aluno com o
auxilio do professor vá identificando nas situações vivenciadas as diferenças
existente nos conceitos matemáticos.
A aprendizagem da matemática na sala de aula é um momento de interação
entre a matemática organizada pela comunidade cientifica, ou seja, a
matemática formal, e a matemática como atividade humana. A sala de aula é
um momento em que o aluno aprimorará o seu conhecimento informal
(CARREHER, 1995, p.12).
Contudo não deve restringir-se apenas ao conhecimento próprio dos alunos,
pois a escola tem por objetivo ampliar esses conhecimentos, criando vínculos
entre o conhecimento informal e o formal. A contextualização dos conteúdos é
vista de maneira equivocada.
Ao desenvolver o cotidiano na sala de aula, o professor esquece-se de
conteúdos que julga não serem
importantes por algum motivo dizem não interessar ao aluno, ou porque não se
consegue adequá-lo imediatamente à realidade. Esse tipo de situação acaba
por causar uma educação fraca e insatisfatória.
Nesse período também é importante desenvolver a expressão oral na disciplina
da matemática, é importante trabalhar com o aluno a elaboração de textos, a
escrita de resultados, utilizados além da simbologia a língua materna para que
o aluno não veja a matemática como algo incompreensível.
Partindo da realidade, os alunos devem construir e elaborar conhecimentos
para que possam utilizá-los em novas situações que venham a surgir, pois
conforme os PCN (2001, p.68) “esperar que o conhecimento aprendido não
fique indissoluvelmente vinculado a um contexto concreto e único, mais que
possa ser generalizado, transferido a outros contextos”.
Mais ao contrário;
[...] Muitas vezes se observa que o trabalho é iniciado pela obtenção de
resultados básicos, seguido imediatamente pelo ensino de técnicas operatórias
convencionais e finalizado pela utilização das técnicas em “problema-modelo”,
muitas vezes ligados a uma única idéia das várias que podem ser associadas a
uma dada operação (BRASIL, 2001, p.68).
O principal objetivo da matemática são desenvolver a capacidade de pensar e
resolver situações-problema com autonomia. Esse objetivo será desenvolvido,
através de atividades matemáticas significativas que exija a construção de
hipóteses e procedimentos.
Nesse nível de ensino é comum que as crianças
utilizem representações para interpretarem situações matemáticas e também
para se comunicarem, que como tempo vão evoluindo, aproximando-se cada
vez mais das representações formais. As crianças costumam fazer relações
que os levam a desenvolver mais tarde conceitos matemáticos.
No entanto, o trabalho do professor, precisa estar atento a essas
representações, deve chamar atenção, mostrar diferenças existentes e a
vantagem de algumas delas. Conceito não é algo ensinado, mas deve ser
construída passo a passo pela própria criança, nas relações que se estabelece
com o mundo em que vive, pois operações fundamentais, pois operações
fundamentais como: multiplicação, adição, divisão e subtração de numerais são
fundamentais nas séries iniciais, no entanto, diversas situações exigem mais
do que isso dos nossos alunos.
Para compreender e situar-se no mundo em que vive o aluno precisa saber
movimentar-se nele, contudo necessita desenvolver sempre conceitos de
espaço, formas e medidas. Ao trabalhar medidas o professor estará
oportunizando ao aluno a expansão da compreensão de números.
É importante deixar claro aos alunos que os números naturais foram os
primeiros a serem criados pelo homem, para resolver suas necessidades de
contagem, mas quando este precisou resolver situações envolvendo medidas,
foi inventando outro tipo de número, surgindo então os números fracionários.
O professor deixa a desejar ao tratar de medidas e números decimais, dando
maior atenção ao ensino de frações, esquecendo que a cultura
do Brasil tem por hábito usar decimais, bem mais que números fracionários e
quando se trabalha medidas não passa de meras transformações de unidades.
Mesmo dando ênfase ao ensino de frações, os alunos têm apresentado baixo
rendimento em avaliações nacionais, o que mostra que a forma como este
conteúdo está sendo desenvolvido é insatisfatória.
Nessa fase de ensino é importante que o professor estimule seus alunos a
organização, investigação, os incentive a manterem uma postura frente as suas
produções, levando-os a justificar suas respostas. Uma das características
dessa etapa é a forma individualizada como,os alunos trabalham, cabendo
apenas ao professor interferir, estimulando-os a socialização do conhecimento,
levando-os a compartilhar e discutir hipóteses existentes.
No entanto é preciso estar atento às mudanças que ocorrem nas crianças, pois
com o decorrer do tempo, elas passam a buscar explicações das coisas bem
como suas finalidades e também a compartilhar com seus colegas as possíveis
soluções.
.
CAPITULO ll A MATEMÁTICA E OS JOGOS
Quando o aluno manipula materiais concretos, compreende facilmente
conceitos, formulas e teorias. Ao jogar, além de aprender a conviver e a
respeitar seus colegas, a criança também desenvolve diversas habilidades
matemáticas. Ela se diverte e aprende ao mesmo tempo.
O jogo faz a mediação entre o conhecido e o imaginário, proporciona o contato
com símbolos que mais tarde serão utilizados no processo
ensino-aprendizagem, estimula a criança a produzir linguagens tornando-as
capazes de conhecer regras e dar explicações.
Quando se trata da importância do jogo no ensino-aprendizagem da
matemática, questiona-se qual a relação existente entre ambos. Diante desse
questionamento GUZMÁN (1990, p.39) diz:
Onde acaba o jogo e começa a matemática séria? Uma pergunta difícil que
admite muitas respostas. Para muitos que a vêem de fora, a matemática, é
extremamente aborrecida, não tem nada a ver com o jogo. Ao contrário, para a
maioria dos matemáticos, a matemática nunca deixa completamente de ser um
jogo, embora, para, além disso, possam ser muitas outras coisas.
Os jogos e a matemática partilham aspectos comuns no que respeita a sua
função educativa. Visto por um lado, a matemática dota os indivíduos de um
conjunto de instrumento que potenciam e enriquecem as suas estruturas
mentais, os preparando para explorar a realidade; já por outro lado, os jogos
permitem na criança o desenvolvimento de técnicas intelectuais, enriquece o
pensamento lógico, e o raciocínio.
Dada a atividade mental que estimulam é um bom ponto de partida para
ensinar a matemática e podem servir de base para uma posterior formalização
do pensamento matemático. Vários pesquisadores da área de educação em
matemática têm desenvolvido estudos sobre as potencialidades do jogo no
processo ensino-aprendizagem da matemática e argumentam sobre a
importância deste recurso metodológico na sala de aula.
Moura (1994) recomenda que o jogo sempre
seja utilizado como recurso metodológico em sala de aula, pois na sua
concepção:
O jogo na educação matemática parece justificar-se ao introduzir uma
linguagem matemática que pouco a pouco será incorporada aos conceitos
matemáticos formais, ao desenvolver a capacidade de lidar com informações e
ao criar significados culturais para os conceitos matemáticos e o estudo de
novos conteúdos. (MOURA, 1994, p. 24).
O bom jogo deve permitir à criança a avaliação de seu próprio desempenho,
analisando suas estratégias, o sucesso e o fracasso de suas iniciativas e de
seus companheiros. O jogo deve ser desenvolvido em grupos pequenos para
que favoreça a participação e iniciativa de todos os participantes.
Segundo o Currículo Nacional do Ensino Básico, “a pratica de jogos, em
particular dos jogos de estratégia, de observação e de memorização, contribui
de forma articulada para o desenvolvimento de capacidades matemáticas e
para o desenvolvimento pessoal e social”.
Na concepção de PARRA (1996, p.54).
Os jogos representam um papel importante: por um lado, os alunos trabalham
mais independente nas aulas (aprendem a respeitar regras, a exercer papéis
diferenciados e controles recíprocos, a discutir, a chegar a acordos), e por
outro lado, os professores têm maiores oportunidades de observação, de variar
as propostas de acordo com os níveis de trabalho dos alunos e também
trabalhar mais intensamente com os alunos que mais necessitam.
O bom ambiente e a situação que o professor cria sempre é
fundamental no desenvolvimento da aprendizagem. À medida que o
conhecimento é construído pela criança, faz-se necessário o incentivo a
utilização deste conhecimento no ambiente social, o intuito é que a matemática
não se torne algo imposto e conseqüentemente deixe de ser algo difícil para
criança.
No entanto ao optar por um material ou jogo deve-se sempre refletir sobre o
objetivo que se quer alcançar, pois não basta desenvolver jogos isoladamente
é preciso trabalhar o conteúdo em questão. Normalmente, professores se
limitam a jogos e materiais fascinantes e acabam desprezando o conceito a
serem transmitidos, mais eles devem estar consciente que a introdução e
manipulação de jogos e objetos não garantem da matemática.
Existem dois aspectos cruciais no emprego dos jogos como instrumentos de
uma aprendizagem significativa. Em primeiro lugar o jogo ocasional, distante de
uma cuidadosa e planejada programação, é tão ineficaz quanto um único
momento de exercício aeróbico para quem pretende ganhar maior mobilidade
física e, em segundo lugar, uma grande quantidade de jogos reunidos em um
manual somente tem validade efetiva quando rigorosamente selecionados e
subordinados à aprendizagem que se tem em mente como meta. Em síntese,
jamais pense em usar jogos pedagógico sem um rigoroso cuidadoso
planejamento, marcado por etapas muito nítidas e que efetivamente
acompanhem o progresso dos alunos, e jamais avalie sua qualidade de
professor pela quantidade de jogos que emprega, e sim pela qualidade de
jogos que se
preocupou em pesquisar e selecionar (ANTUNES, 1999, p.37).
O jogo deve ser um recurso que leve o aluno a um aprender significativo, capaz
de agir criticamente, de discutiras resoluções de situações problemas e
utilização de um raciocínio mais abstrato. O uso de jogos e curiosidades no
ensino da matemática tem o objetivo de fazer com que os alunos gostem de
aprender essa disciplina, mudando a rotina da classe e despertando o
interesse do aluno envolvido.
Analisando as possibilidades do jogo no ensino da matemática, percebemos
vários momentos em que as crianças, de maneira geral, exercem atividades
com jogos em seu dia a dia, fora da sala de aula. Muitos desses jogos culturais
e os espontâneos apresentam-se impregnados de noções matemáticas que
são simplesmente vivenciadas durante sua ação no jogo.
2.1 Origens dos jogos
O jogo acompanha de forma paralela a evolução do homem, desde os seus
primórdios até os dias atuais, estando presente em todas as civilizações.
Podemos considerar o jogo como uma forma primária de ocupação dos tempos
de ócio, permitindo deste modo tornar possíveis os mesmos momentos como
formas de recreação e divertimento. Neste sentido HUIZINGA (1951, p.16)
acrescenta que “o jogo além desta utilização, era utilizado como forma de culto
do povo”.
Com a Antiguidade e Idade Média, assiste-se a uma diferenciação entre os
jogos praticados entre o povo e a nobreza, considerados na época pela igreja
católica, como praticas pagãs. Na atualidade, pela nossa interpretação, o
jogo apresenta uma dupla faceta.
Enquanto meio de recreação das crianças, sem interferência dos adultos,
promovendo a verdadeira essência da sua existência e a sua utilização pela
escola como instrumento pedagógico ao serviço da educação. Pela
singularidade, longevidade e expressividade do jogo Ferran (1979, p.16) e
Rubinstein (1977, p.33) complementam as suas posições, considerando o jogo
como um elemento essencial do homem, uma vez que reflete os usos,
costumes, ou seja, a história social de um povo, permitindo através deste a sua
transmissão e perpetuação nas gerações futuras, manifestando-se desta forma
a característica de expressividade do homem.
Em termos etimológicos, o vocábulo “jogo” tem origem na palavra grega
“paídia”, o qual significa jogo infantil. Contudo, os gregos utilizavam outro termo
muito semelhante, “Paidéia” significando educação, processo educativo,
aprendizagem, surgindo ainda de ambos os termos “paidos”, o qual significa
criança.
Ao nível da língua portuguesa a palavra “ludus” é substituída pelo vocábulo
“jocus”, significando gracejo, piada, graça, humor, estando implícito o
divertimento no jogo. Uma vez que na ação de jogar encontra-se explicito o
prazer, a alegria, o divertimento, no que diz respeito ao termo divertir, este
precede do latim “divertere”, um modo diferente de agir.
2.1.1 Tipos de jogos
Diversas classificações de jogos poderiam estar aqui inseridas, mas
priorizamos apenas os estudos referentes aos tipos de jogos definidos por
autores da área da
Educação Matemática: Krulik e Rudnik (1983), citados por Borin (1996, p.110)
e Grando (1995, p.183), citada por Moringa (2003, p.66).
Na concepção de Krulik e Rudinik os jogos são classificados em dois tipos:
jogos de treinamento e jogos de estratégia. Grando (1995) considera a função
dos jogos em um contexto social e didático metodológico e os classifica em
seis tipos, sendo eles:
Jogos de azar são aqueles que dependem do fator sorte para ser vencido, pois
o jogador não interfere em seu desfecho. Como exemplos desse tipo de jogo
podem citar: par ou impar, lançamentos de dados, loterias, cassinos e etc.
Jogos quebra-cabeça. Na maioria das vezes é jogado individualmente e a
solução é desconhecida. Exemplos desse tipo de jogo são: quebra-cabeças,
enigmas, charadas, paradoxos, falácias, probleminhas e torre de Hanói.
Jogos de estratégia também conhecido por jogos de construção de conceitos,
são jogos que dependem exclusivamente dos jogadores para vencê-los,
através da elaboração de uma estratégia, pois a sorte e a aleatoriedade não
influenciam. Damas e xadrez são deste tipo de jogo.
Na concepção de Krulik e Rudnuk (1983) apud Borin (1996), os jogos de
estratégias têm por principal meta desenvolver o raciocínio lógico e
caracterizam-se por possuir uma estratégia vencedora a ser descoberta pelos
jogadores. A sorte não interfere neste tipo de jogo. Em busca da estratégia
vencedora, o aluno formula hipóteses, argumenta e testa a validade das
hipóteses criadas.
No inicio do jogo de estratégia
os alunos utilizam o raciocínio indutivo, pois observam o ocorrido em jogadas
para tentar conjecturar estratégias vencedoras. O exercício do raciocínio
dedutivo se faz presente nas escolhas das jogadas, baseadas na análise das
jogadas certas e erradas, fazendo o jogador formular estratégias a todo o
momento.
Jogos de fixação de conceitos: Também chamados jogos de treinamento estes
tem por objetivo fixar conceitos. Este é o tipo de jogo utilizado após o professor
trabalhar um conceito e o pedagógico deles consiste na substituição de listas
de exercícios para que os alunos assimilem o conteúdo.
Segundo Krulik e Rudnik (1983), apud Borin (1996), os jogos de treinamento
são idéias para auxiliar a memorização ou fixação de conceitos, formulas e
técnicas ligadas a alguns tópicos do conteúdo. Por isso, devem ser
empregados com alunos que necessitarem de reforço em um determinado
tópico.
Ao trabalhar com este tipo de jogo o professor deve ter em mente os objetivos
a serem alcançados, para que não ocorra a valorização do pensamento
mecânico e algoritmo. Neste tipo de jogo a sorte muitas vezes interfere no
resultado final, e este fator pode interferir no objetivo do jogo utilizado na
educação matemática, que é a aprendizagem com grande motivação.
Jogos computacionais os jogos pertencentes a este tipo são projetados e
executados no ambiente computacional, por isso desperta grande interesse por
parte das crianças e jovens. Jogos pedagógicos, os jogos que podem ser
utilizados no processo
ensino-aprendizagem, por possuírem valor pedagógico, são chamados jogos
pedagógicos. Desta forma, estes jogos englobam os demais tipos: de azar,
quebra-cabeça, estratégia, fixação de conceitos e os computadores.
2.2 Os jogos como ensino-aprendizagem nos anos iniciais do ensino
fundamental
Vários pesquisadores da área de Educação Matemática têm desenvolvido
estudos sobre as potencialidades do jogo no, processo ensino-aprendizagem
da matemática e argumentam sobre a importância deste recurso metodológico
em sala de aula.
Moura (1994) recomenda que o jogo seja utilizado como recurso metodológico
em sala de aula, pois em sua concepção:
O jogo na educação matemática parece justificar-se ao introduzir uma
linguagem matemática que pouco a pouco será incorporada aos conceitos
matemáticos formais, ao desenvolver a capacidade de lidar com informações e
ao criar significados culturais para os conceitos matemáticos e o estudo de
novos conteúdos. (MOURA, 1994, p. 24).
Grando (2004) afirma que o jogo pode ser utilizado como um instrumento
facilitador na aprendizagem de estruturas matemáticas, muitas vezes de difícil
assimilação. Neste sentido, a expressão que facilita a aprendizagem está
associada à necessidade de tornar atraente o ato de aprender.
A autora faz referencia a Gardner (1961), para quem os jogos matemáticos,
assim como as “matemáticas recreativas”, são matemáticas carregadas de
ludicidade (GRANDO, 2004, p. 9). Para ela, o uso de jogos em sala de aula é
um suporte metodológico adequado a todos
os níveis de ensino, desde que os objetivos deles sejam claros, representem
uma atividade desafiadora e estejam adequados ao nível aprendizagem dos
alunos.
Borin (1996) ressalta que: O jogo tem papel importante no desenvolvimento de
habilidades de raciocínio como organização, atenção e concentração,
necessárias para o aprendizado, em especial da Matemática, e também para a
resolução de problemas em geral.
A autora pontua também que o jogo favorece o desenvolvimento da linguagem,
criatividade e raciocínio dedutivo. Além disso, as habilidades envolvidas na
elaboração de uma estratégia para vencer o jogo, que exigem tentar observar,
analisar, conjecturar e verificar compõe o raciocínio lógico, importante para o
ensino da matemática.
Em relação ao raciocínio lógico, a mesma autora afirma que habilidades como,
observação, concentração e generalização são necessárias para o
desenvolvimento do raciocínio indutivo, o qual é utilizado para formular
hipóteses gerais a partir da observação de alguns casos particulares, muitos
empregados para justificar as propriedades e regras da matemática.
Ainda na concepção da referida autora o jogo nas aulas de matemática
possibilita a diminuição de bloqueios de muitos alunos que temem esta
disciplina curricular e sentem-se incapacitados para aprendê-la, pois na
situação de jogo, onde a motivação é grande, os alunos falam da matemática e
apresentam desempenho e atitudes positivas frente a seus processos de
aprendizagem.
A infância é a fase mais permeada pelo
lúdico, onde domina o divertimento, a fantasia, podendo a criança com a
autonomia necessária, usufruir de uma liberdade infinita destinada a criar.
Contudo, devemos concordar que as motivações e a interpretação do
comportamento lúdico na criança, no adolescente ou no adulto são sempre
diferentes.
Consideramos que é através do jogo que a criança descobre primariamente a
satisfação e o prazer, expressando de modo simbólico todas as suas fantasias,
sendo inegável para Cunha e Castro (1981) citado por Silva (2004) e Lebovivi e
Diatkine (1985) a ação do lúdico na construção da identidade da criança.
Quando criança, a imaginação torna-se um terreno fértil em produtos
imaginários, subjugando-se toda a atividade lúdica da mesma a momentos de
prazer, alegria e divertimento. Pelo fato da criança jogar possibilita estabelecer
relações entre situações reais e imaginarias, conduzindo esta à compreensão
dos aspectos da vida possibilitando o seu desenvolvimento cognitivo.
A utilização do jogo na educação escolar decorreu de um longo processo de
evolução. Ao inicio a criança ia para a escola para aprender e não para se
divertir, em virtude do seu caráter disciplinador, contrapondo-se com o
verdadeiro objetivo primário do jogo. Para a mudança de atitudes contribui a
evolução do conceito de criança, nomeadamente através da delimitação da
faixa etária da infância, conseguido no século XVll.
No século XVll surge Rousseau defensor tal Durkheim (1984) da especificidade
infantil, projetando-se a idéia que a
criança é portadora de natureza própria. Em termos contemporâneos, podemos
delimitar a relação do jogo com a educação em três idéias fundamentais. O uso
do jogo enquanto recreação, o uso do jogo para favorecer o ensino de
conteúdos escolares e finalmente o terceiro como diagnostica da personalidade
infantil.
Assim compreendemos que o jogo funcione par o adulto como uma fonte de
dados, onde a criança seria considerada a cobaia para compreender como se
dá o desenvolvimento infantil. Consideramos que devemos interpretar o jogo
como um aliado na educação da criança, devendo a escola preocupar-se com
a formação da mesma e não em estabelecer barreiras.
A este propósito Fenelon citado por Manson (2002) sugere que:
A criança ao encontrar prazer no recreio da escola e descontentamento no
estudo, correrá atrás das atividades lúdicas, podendo assim a escola usarem
métodos com base nas virtualidades do jogo, tornando a aprendizagem
motivadora e enriquecedora.
Assim, pela utilidade do jogo na escola, de forma sustentada, podemos auxiliar
a criança a desenvolver a sua curiosidade, a imaginação, a criatividade,
construindo sua própria inteligência ajudando-se na socialização, ou seja,
promovendo o desenvolvimento físico, cognitivo e social da criança. Este é um
dos principais motivos pelo qual Kamii e Devries, Dewey (1962) e Cabral
(1990) defendem “a utilização do jogo como meio de desenvolvimento e
aprendizagem”.
Neste segmento, devemos interpretar o jogo como material pedagógico,
favorecendo através da
sua manipulação, a transmissão dos conteúdos didáticos e a aprendizagem do
conhecimento da criança. Numa perspectiva presente devemos considerar o
jogo como um importante aliado do ensino e promotor do desenvolvimento
físico e intelectual.
Contudo para além da escola formal também a escola paralela, ou seja, a
família pode explorar as vantagens do jogo, enquanto contributo para a
educação moral e social da criança. Assim, a criança é possuidora de
consciência e racionalidade em termos da interpretação do que é considerado
jogo ou não. Uma das úteis artimanhas pedagógicas será assim o de inculcar
na consciência pratica do jogo na criança as características do fictício e ao
mesmo tempo do real.
Deste modo, mesmo que a alegria esteja presente sempre que nos divertimos
com a utilização do jogo, ela poderá neste sentido apresentar-se transfigurada
por uma satisfação de ser bem sucedida num dever proposto. Contudo,
compreendendo esta polivalência da utilização do jogo, estamos de acordo
com a premissa de que quando a criança produz não brinca, uma vez que
entra num universo diferente do seu, onde o seu imaginário se transforma
incessantemente e que poderá na maioria dos casos não estar
necessariamente de acordo com a vontade do adulto.
2.3 As vantagens e desvantagens dos jogos
As vantagens de usar o lúdico em sala de aula são muitas, quando falamos em
lúdico lembramos logo de jogos, brincadeiras, diversão, interação e lazer. O
uso desta ferramenta lúdica (jogo) para a educação é primordial
para o desenvolvimento dos alunos. Como cita Bertoldo (2004, p.140):
O lúdico pode incorporar valores morais e culturais em que as atividades em
que as atividades lúdicas devem visar à auto-imagem, a auto-estima, o
autoconhecimento, a cooperação, porque estes conduzem à imaginação, à
fantasia, à criatividade, a criatividade e uma porção de vantagens que ajudam a
moldar suas vidas, como crianças e como adultos.
Portanto, a utilização do jogo como recurso pedagógico vem sendo visto como
uma saída para o ensino e a aprendizagem na matemática. Só que este uso
em sala de aula tem que ser aplicado de forma adequada, um erro na sua
aplicação significaria uma grande perda para a educação. Cabe ao educador
faze mais simples atividade um momento de aprendizagem.
O lúdico em sala de aula através dos jogos traz muitas vantagens para quem
joga, porque proporciona aos alunos criar estratégia própria, desperta a sua
curiosidade, os tornam confiantes e criativos e esquecendo-se do medo ser
punido na avaliação.
Cabe ao professor organizar estas atividades de uma maneira que os alunos
encontrem um caminho para o conhecimento. O professor na postura de um
orientador deverá direcionar os alunos cada vez a níveis mais abrangentes. As
desvantagens também existem na utilização do jogo diante do ensino da
matemática, como a desqualificação do professor, o medo de ousar, de criar,
de não ser aceito, ou seja, a insegurança do professor atrapalha muito no
desenvolvimento e sucesso das atividades, sendo possível
ainda que exista por parte dos alunos o constrangimento, acanhamento de não
conseguir êxito nas atividades.
Grando (2004, p. 30) enfatiza que antes de utilizar os jogos em sala de aula o
professor deve ter em mente que estes podem ocasionar vantagens e
desvantagens no processo de ensino aprendizagem dependendo da maneira
como forem utilizados. Apresentaremos na seqüência um conteúdo elaborado
pela autora Grando (2004, p. 31 a 32), que destaca as principais vantagens e
desvantagens dos jogos nas salas de aulas.
Vantagens (re) significação de conceitos já aprendidos de uma forma
motivadora para o aluno; Introdução e desenvolvimento de conceitos de difícil
compreensão; Desenvolvimento de estratégias de resolução de problemas
(desafio dos jogos); Aprender a tomar decisões e saber avaliá-las; Significação
para conceitos aparentemente incompreensíveis; Propicia o relacionamento
das diferentes disciplinas (interdisciplinaridade); O jogo requer a participação
ativa do aluno na construção do seu próprio conhecimento; O jogo favorece a
integração social entre os alunos e a conscientização do trabalho em grupo; A
utilização dos jogos é um fator de interesse para os alunos; Dentre outras
coisas, o jogo favorece o desenvolvimento da criatividade, do senso crítico, da
participação, da competição sadia, da observação, das várias formas de uso da
linguagem e do resgate do prazer em aprender; As atividades com jogos
podem ser utilizadas para desenvolver habilidades de que os alunos
necessitam. É útil no
trabalho com alunos de diferentes níveis; As atividades com jogos permitem ao
professor identificar e diagnosticar algumas dificuldades dos alunos.
Desvantagens quando os jogos são mal utilizados, existe o perigo de dar ao
jogo um caráter puramente aleatório, tornando-se um apêndice em sala de
aula. Os alunos jogam e se sentem motivados apenas pelo jogo, sem saber por
que jogam O tempo gasto com as atividades de jogo em sala de aula é maior e,
se o professor não estiver preparado, pode existir um sacrifício de outros
conteúdos pela falta de tempo.
As falsas concepções de que se devem ensinar todos os conceitos através do
jogo. Então as aulas, em geral, transformam-se em verdadeiros cassinos,
também sem sentido algum para o aluno. A perda da ludicidade do jogo pela
interferência constante do professor, destruindo a essência do jogo. A coerção
do professor, exigindo que o aluno jogue, mesmo que ele não queira,
destruindo a voluntariedade pertencente à natureza do jogo, dificuldade de
acesso e disponibilidade de material sobre o uso de jogos no ensino, que
possam vir a subsidiar o trabalho docente.
Podemos constatar que dentre as vantagens de utilização do jogo nas aulas de
matemática a autora cita várias relacionada à aquisição dos conceitos
matemáticos pelos alunos. Também se observa dentre as vantagens a
possibilidade, através do jogo, da interdisciplinaridade e também de outras
aprendizagens dos alunos, tais com: a tomada de decisões, a interação social
e o trabalho em grupo, além do
desenvolvimento da criatividade, senso crítico, participação e observação. Em
relação ao professor, o jogo traz como vantagens a possibilidade de trabalhar
com alunos em diferentes níveis e também identificar e diagnosticar
dificuldades dos alunos.
Grando (2000, p.50) estabelece que o ambiente da sala de aula possa trazer
vantagens para a aplicação do jogo nas aulas de matemáticas. Neste sentido a
autora pontua:
Por exemplo, o ambiente da sala onde serão desencadeadas as ações com
jogos, deve ser propício ao desenvolvimento da imaginação dos alunos,
principalmente se se tratar de crianças, de forma que, ao trabalharem em
grupos, eles possam criar novas formas de se expressar, com gestos e
movimentos diferentes dos normalmente "permitidos" numa sala de aula
tradicional. É necessário que seja um ambiente onde se possibilitem momentos
de diálogo sobre as ações desencadeadas. Um diálogo entre alunos e entre
professor e aluno, que possa evidenciar as formas e/ou estratégias de
raciocínio que vão sendo utilizadas e os problemas que vão surgindo no
decorrer da ação. Nesse ambiente, todos são chamados a participar da
brincadeira, respeitando aqueles que não se sentem à vontade, num primeiro
momento, de executar a brincadeira, criando alternativas de participação, tais
como: observação dos colegas, juiz do jogo ou monitor das atividades.
Referindo-se as desvantagens citadas pela autora, podemos verificar que estas
podem ser eliminadas se o professor tomar alguns cuidados e realizar um
planejamento para
uma aula com jogos. Dentre as desvantagens destacadas estão: a utilização do
jogo como um apêndice em sala de aula, ou seja, a utilização dele sem ter um
objetivo.
Outras desvantagens são apontadas pela autora: a perda da ludicidade do jogo
se o professor fizer constantes interferências; tornar o jogo obrigatório
destruindo a voluntariedade natural dele; a dificuldade de acesso e
disponibilidade de material sobre o uso dos jogos. Além disso, a autora cita
uma desvantagem relacionada ao tempo, pois em sua concepção nas aulas
com jogos o tempo gasto é maior e, portanto, o professor deve ficar atento a
este fato para que não seja preciso sacrificar outros conteúdos.
Borin (1996) argumenta que para que não ocorram problemas com o tempo
durante a aplicação do jogo é recomendado que, quando forem jogados jogos
de tabuleiro, estes sejam oferecidos aos alunos para que possam jogar
anteriormente em outros locais; porém, em sala de aula é importante que
sejam discutidas as descobertas feitas, para que possa orientar e sistematizar
as hipóteses formuladas e estratégias para vencer.
A referida autora também aponta como uma desvantagem ao aplicar o jogo em
sala de aula, o barulho, que segundo ela é inevitável na situação de jogos, pois
somente através de discussões é possível chegar-se a resultados
convincentes. É importante que o professor encare esse barulho de forma
construtiva, pois sem ele não há motivação para jogo. A autora argumenta que
o barulho diminui se os alunos tiverem o habito de
trabalharem em grupo.
Portanto, fica evidenciado através da autora que a aplicação do método lúdico
tem seus pontos positivos como também os negativos, o que se deve verificar
o melhor momento para o desenvolvimento do lúdico na sala de aula.
CAPITULO lll O PROFESSOR E O ENSINO DA MATEMÁTICA NOS ANOS
INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Muitos professores, mesmo gostando da matemática, afirmam que esta é uma
disciplina temível. Muitos dizem não conseguir transmitir às crianças a utilidade
dos conceitos trabalhados nas aulas de matemática. Antes, de mais nada é
necessário aprender para ensinar. É inaceitável que o professor ensine o que
ainda não está claro para si próprio, pois segundo Paulo Freire (2005) “ensinar
exige conhecimento e comprometimento”.
Conhecer também os obstáculos que dificultam o processo de construção dos
conceitos é fundamental para que se possa encaminhar o processo de
aprendizagem dos alunos. O professor tem o papel de mediar o processo
ensino-aprendizagem e de desenvolver o senso critico dos alunos, para isso,
necessita além de criar situações apropriadas para o desenvolvimento dos
conceitos matemáticos, estarem preparado cientificamente, isto é, precisa
dominar o conteúdo a ser trabalho, desta forma conquistará o reconhecimento
de seus alunos.
[...] O professor que ensina com conhecimento conquista respeito, confiança e
admiração de seus alunos. Na verdade, ensinar com conhecimento aqui tem
conotação de que quem não conhece não consegue ensinar, ou então de que
o que ensina
o que não conhece “(LOREZANATO, 2006 p.5).
Necessariamente o professor precisa acima de tudo, estar convencido de que
ensinar não é meramente transmitir conhecimento e sim abrir caminhos para
caminhos para a construção e elaboração do mesmo. É estar consciente de
que ensinar é diferente de apenas dar aula e que quando se ensina
conseqüentemente alguém aprende.
Deixa-se claro também que o professor não tem obrigação de tudo saber, mas
deve sempre se mostra interessado em pesquisar a resposta para as dúvidas
dos alunos. Ao mesmo tempo, o professor não tem o direito de não
desenvolver um conteúdo por não conhecê-lo e sim, o dever de aprender ainda
mais.
A aplicação e o relacionamento dos conceitos matemáticos com a realidade é
uma das maneiras de tornar essa disciplina mais atraente e mais interessante
diante dos alunos. “Se o trabalho matemático que se realiza nas escolas
relaciona-se mais com a vida das crianças e dos adultos fora dela, séria
possível que as crianças se interessem mais por ela e, positivamente, que a
temam menos” (ZUNINO, 1995, p. 8).
Na prática tradicional, o professor era aquele a partir de definições, exemplos,
demonstrações, seguidos de exercícios de fixação, que acreditava que o aluno
compreendia apenas pela reprodução. Ao passar dos anos essa prática se
mostrou irreal, uma vês que o aluno não aprendia o conteúdo realmente e sim,
a realizar meras reproduções.
O domínio do conhecimento matemático e a forma como deve ser trabalhado é
atualmente um desafio a ser
alcançado, pois é urgente superar a situação, onde ensinar é meramente
reproduzir conhecimento e desenvolver exercícios repetitivos, sem que os
conceitos matemáticos sejam verdadeiramente apreendidos.
O conhecimento da história dos conceitos matemática deve fazer parte da
formação dos professores, para que possam mostrar para os alunos que a
matemática não é apenas uma ciência que trata de verdades absolutas e sim,
trata-se de uma ciência dinâmica e aberta a descobertas de novos
conhecimentos. É fundamental que o professor desenvolva com seus alunos
uma matemática que seja útil em vários momentos de cotidiano e não apenas
em atividades escolares.
3.1 O papel do professor na aplicação dos jogos
O papel do professor na aplicação dos jogos é imprescindível para alcançar um
resultado positivo durante o mesmo. O professor deve aceitar que a atividade
lúdica seja importante para o desenvolvimento cognitivo e afetivo do aluno. E
ainda, ver no jogo um recurso que estimule e facilite a aprendizagem,
facilitando no aluno a curiosidade, a criatividade.
Segundo Mrech apud (KISHIMOTO, 2000, p.122)
[...] Um professor que não sabe ou não gosta de brincar dificilmente
desenvolverá a capacidade lúdica dos seus alunos. Ele parte do principio de
que brincar é bobagem, perda de tempo. Assim, antes de lidar com a
ludicidade do aluno, é preciso que o professor desenvolva a sua própria. A
capacidade lúdica do professor é um processo que precisa ser pacientemente
trabalhado. Ela não é imediatamente alcançada.
O professor que, não gostando de brincar, esforça-se por fazê-lo normalmente
assume postura artificial, facilmente identificada pelos alunos.
O papel do professor consiste em orientar, coordenar as fases de um
determinado jogo, questionar a resposta formulada pelo educador, fazer com
que o mesmo seja estimulado a pensar, ser crítico na resposta, ter sua própria
opinião, buscando assim seus conhecimentos próprios. “[...] o papel do
educador é levar o aluno a estruturar sua personalidade, raciocinar
logicamente, ser independente e crítico, ser coerente em seus atos, ter
iniciativa e aumentar sua auto- estima” (SILVA, 2005, p. 25).
Os professores devem buscar atividades criativas, procurando desenvolver,
recursos de acordo com as necessidades dos alunos, para desempenhar os eu
papel com sucesso no processo de ensino e aprendizagem das operações
matemáticas.
A palavra motivação da ênfase ao papel do professor no processo de
aprendizagem, pois o aluno precisa de estimulo para aprender, e o jogo
desperta a motivação e interesse destes. Para Silva (2005), o professor quando
optar pela aplicação de jogos deve priorizar um ambiente de alegria, para
assim haver um conhecimento mútuo e descontraído, ao quais os alunos criam
situações que estimulam o desenvolvimento de suas habilidades e
potencialidades.
Um professor na sala de aula, que sempre trabalha os conteúdos a de forma
rotineira, sem atividades lúdicas, será interpretado como um professor sem
motivação, já o que sempre está inovando,
buscando coisas novas como jogos interativos serão interpretados como um
professor motivador, que gosta de interagir com seus alunos levando
conhecimento de forma divertida.
O professor na sala de aula explica, informa, questiona, corrige, enfrenta
muitos desafios como: trabalhar com alunos de níveis, alguns destes com um
grau de dificuldade maior que os outros, desinteresse em aprender e etc..
Estes desafios devem ser considerados para os professores como exemplo
para que eles se tornem cada vez mais, professores que buscam acima de
tudo o melhor jeito do seu aluno aprender.
Para Grando (2004), cabe ao professor incentivar seus alunos sobre as
diferentes possibilidades de jogadas e que se arrisquem mesmo sabendo que
possam vir a desenvolver algum tipo de erro. Para essa mesma autora o
importante é que a cada nova jogada, o aluno possa descobrir novas situações,
tendo uma visão da ação do jogo.
3.2 Recursos didáticos e metodológicos através dos jogos
Muito se fala na aplicação dos jogos como processo de ensino-aprendizagem.
O jogo atua como recurso didático e metodológico, ou seja, uma maneira de
fixar conteúdos e ao mesmo tempo trabalhar de forma dinâmica e criativa
estimulando o aluno a aprender, deixando de lado os métodos os medos que
muitas vezes pode acontecer durante a resolução de um exercício.
Autores como Moura (1994) e Grando (1995), tem destacado a aplicação de
atividades lúdicas nas aulas de matemáticas, vista como opções didáticas e
metodológicas que apresentam bons
resultados cognitivas no processo ensino-aprendizagem. Os jogos trabalhados
com clareza e responsabilidade trazem muitos benefícios e auxilia
significativamente no aprendizado do aluno.
Segundo Moura (1994), o jogo vem se destacando e assumindo grande
importância nas propostas de ensino de matemática. Durante a aplicação de
um jogo, o professor tem a possibilidade de descobrir as dificuldades
encontradas pelos alunos em certa parte do conteúdo, podendo então ajudá-lo
da melhor maneira; o aluno se sentirá mais segura em relação ao erro, pois é
errando que ele chegará a uma respectiva resposta certa tornando então mais
prazeroso o aprender.
Os professores podem utilizar o jogo como uma oportunidade de mudar um
pouco a rotina da sala de aula e até mesmo a forma de como estes alunos irão
aprender. O jogo sempre chama atenção em qualquer atividade da vida, e no
estudo da matemática, não poderia ser diferente.
Defendemos a utilização dos jogos educativos como recurso didático
pedagógico voltado a estimular voltado a estimular e efetivar a aprendizagem,
desenvolvendo todas as potencialidades e habilidades nos alunos a partir da
educação infantil [...] brincando descontraidamente, as crianças nem percebem
que estão fixando e ampliando o conhecimento sobre determinado assunto. O
educador tem aí a oportunidade ímpar de transformar sua aula em um
momento fascinante em que o aprender e o brincar se mesclam, gerando uma
aprendizagem real e prazerosa (SILVA, 2005, p.26).
Na aplicação de jogos nos anos
iniciais do ensino fundamental que envolve as operações matemáticas é
necessário que os objetivos estejam claros e a metodologia esteja de acordo
com o nível do aluno. É necessário também que os jogos sejam apresentados
com objetivos claros, uma metodologia de acordo com o nível doe cada aluno e
também como uma atividade desafiadora, pois o jogo procura ter uma função
educativa. É necessário também que o aluno para jogar, conheça e respeite as
regras e também deve sentir a necessidade de raciocinar para chegar a certas
soluções de estratégias.
[...] O importante é que os objetivos com os jogos estejam claros, a
metodologia a ser utilizada seja adequada ao nível em que se está trabalhando
e, principalmente, que represente uma atividade desafiadora ao aluno par o
desenvolvimento do processo (GRANDO, 2004, p.25).
Independente dos jogos a serem utilizados para abordar as operações
matemáticas, todos de alguma forma, contribui para o desenvolvimento e a
aprendizagem do aluno. É um recurso utilizado para desenvolver a capacidade
e ao mesmo tempo despertar o interesse pelo conteúdo, para que o aluno
possa perceber que a matemática pode ser uma disciplina prazerosa e criativa.
3.3 Avaliação da aprendizagem da matemática
Atualmente as escolas, na sua grande maioria, possuem uma política de
avaliação própria de rendimento escolar centrada por assim dizer, aprovação
ou reprovação. Neste contexto, não há espaço para uma prática de avaliação,
que ajude na identificação de superação de dificuldades no
processo de ensino e aprendizagem, tanto do aluno como do professor.
A avaliação na maioria das escolas públicas ou não, é eminentemente
somativa, sempre preocupada com os resultados finais que levam as situações
irreversíveis no que diz respeito ao desempenho dos alunos, sem que sejam
levadas em contas as muitas implicações, inclusive sociais, de um processo
decisório fatal do ponto de vista.
Avaliar a aprendizagem corresponde a uma necessidade social, “a escola
recebe o mandato social de educar as novas gerações e por isso, deve
responder por esse mandato, obtendo dos seus educandos a manifestação de
suas condutas aprendidas e desenvolvidas” (LUCKESI, 2002, p.174).
Valendo-nos da idéia de Piaget (1991) que considera que a escola e alguns
professores têm retirado a autonomia do aluno como meio para desenvolver a
aprendizagem com maior eficiência e criatividade. Segundo ele, os professores
com atitudes negativas não encorajam os alunos a desenvolverem e a
atingirem essa autonomia, limitando o desenvolvimento do pensamento crítico,
isto, os professores com atitudes negativas dão a oportunidade aos de
persistirem em seus próprios esforços.
Portanto, é de fundamental importância que as escolas desenvolvam
programas que ajudem não apenas o aluno, mas também os professores a
desenvolver atitudes favoráveis em relação à aprendizagem matemática. É
fundamental ver o aluno como um ser social e político sujeito de seu próprio
desenvolvimento.
O professor não precisa mudar suas técnicas, seus
métodos de trabalhos; precisa sim, ver o aluno como alguém capaz de
estabelecer uma relação cognitiva e afetiva, mantendo uma ação interativa
capaz de uma transformação libertadora, que propicia uma vivencia
harmoniosa com a realidade pessoal e social que o envolve.
Assim, compreendemos que o professor que leciona matemática nas séries
iniciais do ensino fundamental deve agir sempre como facilitador, aquele que
ajuda o aluno a superar seus limites. Valendo-se de atividades e avaliações
criativas que permita ao seu aluno construir a aprendizagem de forma
significativa, ou seja, que o faça interagir conhecimento escolar com o meio
social no qual está inserido.
CONCLUSÃO
O ensino da matemática provoca sensações contraditórias para todos os
sujeitos envolvidos na educação, professor e aluno. Por um lado é uma área do
conhecimento indispensável ao desenvolvimento humano, pois permeia por
toda vida do cidadão; por outro lado, revela insatisfação diante dos resultados
obtidos, no momento que se torna uma ciência abstrata.
Ensinar matemática objetivando sucesso na aprendizagem se torna real,
quando se procura um meio que satisfaça as necessidades dos alunos para
que eles consigam aprender a relacionar-se com o seu cotidiano, visando uma
educação hostiliza, levando em contas múltiplas facetas: físicas, intelectuais,
estéticas, emocionais e espirituais do aluno, tendendo para a construção de um
cidadão realizado, vivendo em harmonia consigo e com o mundo.
A
importância de trazer algo novo, diferente, para o aluno pensar, raciocinar,
chegar ao seu próprio conhecimento, é fundamental no processo de ensino-
aprendizagem para os alunos que estão iniciando sua vida escolar. Não
podemos esperar que nossos alunos aprendam apenas algo mecânico,
deixando de aplicar a prática.
Devemos buscar melhoria para o ensino da matemática, não tirando a teoria
que deve sim ser aplicada, nas unindo o útil ao agradável, isto é, conciliando a
teoria com a prática, através da aplicação de jogos nos anos iniciais do ensino
fundamental, como forma de diminuir dificuldades e bloqueios demonstrados
pelos alunos.
Assim percebe-se que o jogo é um precioso recurso pedagógico, tornando a
aprendizagem mais concreta e prazerosa. No ensino da matemática, o jogo é
de relevante importância no processo de aprendizagem, pois transforma a sala
de aula em um espaço gerador de conhecimentos.
Por meio deles, a criança vivencia fatos reais do seu cotidiano, pois caminham
juntos desde o momento em que fixa a imagem da criança como um ser que
brinca. Portadora de uma especificidade que se expressa pelo lúdico, à infância
carrega consigo as brincadeiras que se perpetuam e se e se renovam a cada
geração.
Verificamos que a aplicação de jogos nos anos iniciais do ensino fundamental
pode contribuir com a maneira de o professor ensinar matemática, ou seja, ao
priorizar asa atividades lúdicas, contribuíram com uma nova formação partindo
da aplicação de jogos, propiciando uma aprendizagem conquistada
de forma prazerosa e divertida.
Os jogos adquirem duas principais dimensões: a primeira como fonte de
aperfeiçoamento de habilidades através da escola; a segunda, como forma de
divertimento satisfazendo suas necessidades biopsicossociais. Prevalece a
idéia de que os jogos são fundamentais para a educação e o desenvolvimento
infantil.
Contudo, o jogo é um método de ensino onde os alunos apenas vivenciam
situações que se repetem, mas aprendem a lidar com símbolos e a fazer
analise. Sendo assim, compactuamos com os parâmetros curriculares
nacionais, que destacam os jogos como portadores de um relevante aspecto,
que é o desfio o qual provoca no aluno, interesse e prazer.
Para tanto, é preciso encorajá-lo a encarar situações novas onde coloquem em
prática suas funções inventivas e percam o medo de aprender a aprender
matemática. Portanto, pode-se concluir que a matemática se faz presente em
nossa dia a dia e que pode ser aprendida através de jogos educativos.
BIBLIOGRAFIA
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financiamento e desafios. Ago. 2004.
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Artmed, 2007.
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Alegre: Artes Médicas, 1995.
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Jogos na matemática

  • 1. RESUMO Esta monografia apresenta a discussão sobre a importância dos jogos no ensino da matemática nos anos iniciais do ensino fundamental que vem se concretizando, pois as crianças possuem uma grande capacidade de raciocinar e resolver situações-problemas, caracterizando objetos e buscando uma linha de resolução baseada em elucidações próprias. A história da matemática tem nos mostrado que aquilo que nos parece pura abstração, pura fantasia matemática, mais tarde se revela como um verdadeiro celeiro de aplicações práticas. Na verdade aprender matemática não é tarefa fácil, mas é necessário criar maneiras de inovar o ensino mostrando a real importância dessa área do conhecimento no dia a dia. A proposta de um jogo em sala de aula é muito importante para o desenvolvimento social, pois existem alunos que se fecham, tem vergonha de perguntar sobre determinados conteúdos, de expressar dúvidas, a matemática se torna um problema para eles. Ao jogar, o aluno é levado a exercitar suas habilidades mentais e a buscar melhores resultados para vencer. Nessa análise foram tomados como referência aos estudos de teóricos como: Freire, Luckesi, Brando entre outros que afirmam que trabalhando com jogos matemáticos, temos por objetivo direcionar as situações de intervenção para favorecer a construção do conhecimento lógico-atemático na medida em que se valorizam as observações interpretativas, a avaliação e o estabelecimento de relações entre as ações produzidas e suas consequências. Palavras-chaves: Jogos. Matemática. Ensino. Aprendizagem.
  • 2. ABSTRACT This monograph presents a discussion on the importance of the games in the teaching of mathematics in the early years of elementary school that has been implementing, since children have a great capacity to reason and solve problems situations, featuring objects and seeking a resolution based on the own elucidators. The history of mathematics has shown us that what we look like pure abstraction, pure fantasy mathematics, and later reveals himself as a veritable storehouse of practical applications. Actually learn math is no easy task, but it is necessary to create ways to innovate the teaching showing the real importance of this area of knowledge in everyday life. The proposal of a classroom game is very important for social development, because there are students that close, you're ashamed to ask about certain content, to express doubts, and the math becomes a problem for them. While playing, the student is led to exercise your mental abilities and to seek better results to win. In this analysis were taken as reference to theoretical studies as: Freire, Luckesi, Brando among others who claim that working with these mathematical games, we have aimed to target the intervention situations to encourage the construction of logical-mathematical knowledge to the extent that they enhance the interpretive comments, the evaluation and the establishment of relationships between the actions produced and their consequential. Keywords: Games. Mathematics. Teaching. Learning.
  • 3. SUMÁRIO INTRODUÇÃO………………………………………………………………………….. 10 CAPÍTULO I CONHECENDO A MATEMÁTICA.................................................. 14 1.1 A Matemática nos Anos Iniciais..................................................................... 16 CAPÍTULO II A MATEMÁTICA E OS JOGOS..................................................... 21 2.1 Origens dos jogos............................................................................................ 23 2.1.1 Tipos de jogos.............................................................................................. 24 2.2 Os jogos como ensino-aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental........................................................................................................... . 25 2.3 As vantagens e desvantagens dos jogos......................................................... 29 CAPÍTULO III O PROFESSOR E O ENSINO DA MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL............................................................... 33 3.1 O papel do professor na aplicação dos jogos.................................................. 34 3.2 Recursos didáticos e matemáticos através dos jogos..................................... 36 3.3 Avaliações da aprendizagem na matemática................................................... 37 CONCLUSÃO........................................................................................................ .
  • 4. 39 BIBLIOGRAFIA...................................................................................................... 41 INTRODUÇÃO Sabe-se, que desde o inicio da vida escolar, muitos alunos apresentam um temor em relação à aprendizagem na matemática, tal situação acaba por influenciá-los negativamente, tornando o interesse por essa disciplina um processo cercado de complicações e anseios, porem o fator determinante das dificuldades apresentadas pelos alunos com relação à matemática pode ser a ausência de uma relação mais próxima entre tal disciplina e o dia a dia. Ensinar matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular na criança o pensamento, a criatividade e a capacidade de lidar com números. Os educadores matemáticos ou não, devem procurar alternativas para aumentar a motivação dos alunos para aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, organização, concentração, atenção, raciocínio lógico desenvolvendo a socialização e aumentando as interações do individuo com outras pessoas. O uso dos jogos e curiosidades no ensino da matemática tem o objetivo de fazer com que as crianças gostem de aprender essa disciplina, mudando a rotina da classe e despertando o
  • 5. Interesse do aluno envolvido. A aprendizagem através dos jogos, como dominó, palavras cruzadas, memória e outros permitem que o aluno faça da aprendizagem um processo interessante e até divertido. Segundo Smole (2007) ao jogar as crianças tem a oportunidade de resolver problemas, investigar e descobrir a melhor jogada, refletir e analisar as regras, estabelecendo relações entre os elementos do jogo e os conceitos matemáticos. É evidente, portanto, que o jogo possibilita uma situação de prazer e aprendizagem significativa nas aulas de matemáticas. Mais para isso eles devem ser utilizados ocasionalmente para sanar as lacunas que se produz na atividade escolar diária. Nesse sentido verificamos que há três aspectos que por si só justificam a incorporação dos jogos nas aulas. São estes: o Carter lúdico, o desenvolvimento de técnicas intelectuais e a formação de relações sócias. Jogar não é estudar nem trabalhar, porque jogando o aluno aprende, sobretudo, a conhecer o mundo social que o rodeia. Devemos utilizá-los não como instrumentos recreativos na aprendizagem, mais apenas como facilitadores, colaborando para trabalhar os bloqueios apresentados pelo aluno e, relação aos conteúdos matemáticos. Dentro da situação do jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a motivação é grande, verificamos que, ao mesmo tempo em que estes alunos falam matemática, apresentam também um melhor desempenho e atitudes mais positivas frente a seus processos de aprendizagem e interação com os colegas. Devemos escolher jogos que estimulem as crianças, principalmente quando o conteúdo a ser estudado for abstrato, difícil e desvinculado da prática diária, não nos esquecendo de respeitar as condições de cada comunidade e o querer de cada aluno. Essas atividades não devem ser nem muito fácies nem muito difíceis e serem testadas antes de sua aplicação, a fim de enriquecer as experiências através de propostas de novas atividades, propiciando mais uma situação, já que quando o aluno inicia a construção de noções matemáticas, o faz tornando-as coesas com a situação, em que se apresenta. Isso afiança uma necessidade de uma apresentação formal a partir do próprio ambiente e a impossibilidade de argumentar sobre situações abstratas sem o devido critério.
  • 6. Registra-se por outro lado que geralmente os critérios utilizados, pelos professores para avaliar as crianças nas séries iniciais do ensino fundamental envolvem aspectos como comportamentos, participação e desempenho nas provas. Sem duvida que entre estes critérios é predominante o desempenho das provas os outros, afinal, é crença geral que as provas objetivas determinam o que o aluno aprendeu ou não. Essa postura avaliativa, entretanto pode ser modificada quando o trabalho do professor é diversificado em relação a recursos didáticos e metodologia, a avaliação pode ser realizada levando-se em conta a postura do aluno frente ao conhecimento, ou melhor, durante a construção do conhecimento. Além disso, nem sempre exatidão é sinônimo de compreensão, assim como nem sempre resposta errada, significa incompreensão. Convém salientar que se na escola assumirmos tanto ao ensinar como avaliar, que fazer matemática é muito mais do que fazer contas, não só poderíamos conseguir que as crianças adquirissem conhecimentos como também ofereceríamos oportunidade para que elas se interessem por essa invenção humana que é a matemática. Este estudo também tem por finalidade buscar respostas aos seguintes questionamentos: Que habilidades os jogos desenvolvem nas crianças? Como utilizar os jogos na aprendizagem da matemática? Qual o papel do professor neste processo? E em decorrência, induzir o leitor a ampliar conhecimentos sobre o tema que será discutido, descobrindo o jogo como um valioso recurso pedagógico no ensino da matemática, e, consequentemente, utilizá-lo no processo ensino-aprendizagem. A seguinte monografia está estruturada em três capítulos que serão apresentados a seguir. No primeiro capitulo apresentaremos a história da matemática, seguido do subtítulo, caracterizando a mesma no ensino nas séries iniciais do ensino fundamental. No segundo capitulo destacamos a importância da matemática e do jogo, nos subtítulos os tipos de jogos, como os trabalha no ensino aprendizagem e as vantagens e desvantagens dos mesmos no ensino da matemática. No terceiro capitulo abordaremos a formação do professor no ensino da matemática nas séries iniciais do ensino fundamental, dando continuidade os subtítulos apresentarão o papel do mesmo diante da aplicação dos jogos, os
  • 7. recursos e metodologias, e avaliação da aprendizagem na matemática. Por fim, concluímos que através de uma abordagem lúdica, o aluno privilegia o desenvolvimento das estratégias para a aprendizagem de forma agradável, uma vez que, o jogo é um dos meios mais propícios para a construção do conhecimento da matemática, o professor deverá oferecer uma multiplicidade de ações desafiadoras que motivem diferentes respostas, estimulando a criatividade e a redescoberta. Porém tem que ter clareza que o uso do jogo não será o fim e sim o meio para se chegar ao objetivo esperado, com direcionamentos claros do que se pretende alcançar. Para tanto, é necessário envolver conceitos já estudados, colocar situações de desafios e até explorar situações de jogo em outras atividades. CAPITULO l CONHECENDO A MATEMÁTICA A história da matemática constitui um dos capítulos mais interessantes do conhecimento. Permite-nos compreender a origem das ideias que deram forma à nossa rica cultura e observar os aspectos humanos do seu desenvolvimento. Ao longo de suas tradições, a matemática busca na sua história estruturas cientificas que facilite o aluno redescobrir a sua história. Devido a sua complexidade os matemáticos desenvolveram várias teorias ao longo dos tempos resultando posteriormente em ferramenta de grande precisão para o entendimento dos modelos dessa ciência que relacionasse com outras, que a princípio não pareciam ter nenhuma relação. Os números complexos que foram introduzidos para dar sentido à existência de soluções de equações polinomiais conduziram ao estudo, os cálculos
  • 8. diferenciados com números complexos. A matemática é uma ciência fundamental no mundo em que vivemos, embora ainda não tenhamos percebido que dependemos diariamente da mesma. A matemática foi uma das primeiras descobertas do homem. Diante destes dados históricos, onde poderia ser localizado o início da matemática? Preliminarmente, seria útil tentar definir o que é matemática. Para poupar tempo ao leitor, é bom dizer que esta questão tem inquietado os sábios há muito tempo e jamais se chegou a uma resposta aceita por todos. Algumas pessoas preferem dizer, com certeza dose de ironia, mas com bastante razão: ”Eu não sei definir o que é matemática, mas quando a vejo reconheço-a imediatamente” (GARBI, 1997, p.7). Portanto, é evidente que de uma forma ou de outra, todos concordam que o estudo das formas dos números faz parte da matemática e pode-se imaginar que tudo isso começou a ser feito de forma ainda rudimentar. É importante salientar que alguns teóricos situam o surgimento desta história a mais de 30 mil anos. Diante dos fatos históricos que nos sãos colocados, é visto que a matemática foi oriunda das grandes civilizações antigas, tendo como berço o Egito e a Mesopotâmia, assim, destaca-se como protagonista desta história: Pitágoras, Teles de Mileto e Euclides. Teles revolucionou o pensamento matemático ao estabelecer que as verdades precisem ser demonstradas; Euclides manteve este conceito, mas faz nele uma ressalva que, por si só bastaria para imortalizá-la: nem todas as verdades podem ser provadas; algumas delas, as mais elementares, devem ser admitidas sem demonstração; Pitágoras foi o interlocutor da matemática geométrica, onde mobilizou todo conhecimento da antiguidade clássica (GARBI, 1997, p.18). As teorias criadas pelos grandes teóricos da matemática tornaram extremamente útil para explicar os fenômenos que dão sentidos a toda história, devido viver em uma sociedade estruturada, na qual os números representam um dos alicerces em sobrevivência humana, é difícil pensar no homem sem esses recursos. O sistema de contagem usado hoje não surgiu como algo fabricado para posteriormente colocar em práticas essas ideias, foi pouco a pouco se
  • 9. aperfeiçoando e ao passar dos séculos, à medida que aumentava as necessidades do homem, as pedras, os animais, as frutas e os seus e os seus próprios dedos ajudaram a dar origem aos pequenos grupos com cinco objetos representados pelos dedos da mão que foram surgindo naturalmente e grupo de dez elementos representados pelas duas mãos, o que lembra a base do sistema decimal. Segundo Barreto Filho; Xavier da Silva (2003, p.44) “As necessidades do homem, com os mais variados propósitos, fizeram dele, através dos tempos, um estudioso dos problemas naturais, bem como de suas causas e efeitos”. Essa busca nos perceber que tudo e todos estão relacionados de tal forma que nenhum efeito tem origem em uma única causa. Por outro lado a historia nos mostra que as soluções dependem de experimentos, erros e acertos realizados por estudiosos da matemática. Na linguagem do dia a dia é comum ouvirmos frases como: ’uma coisa depende da outra’ ou ‘uma coisa em função da outra’. Não é raro também abrirmos revistas ou jornais e encontrarmos gráficos, sobre os mais variados assuntos, mostrando a dependência entre os fatores em estudo. Percebe-se que, a idéia de dependência já se tornou ao longo dos séculos uma necessidade até mesmo familiar nos dias atuais, configurada nas interpretações da modernidade, com tendência de cada vez mais matematizar o desenvolvimento de modelos matemáticos que descrevem os fenômenos determinísticos de maneira adequada. O ritmo intensificado do desenvolvimento tecnológico dos tempos atuais produz fenômenos cada vez mais complexos dentro de uma teoria lógica da matemática utilitária e prática. A história já mostrou várias vezes que as soluções dependem de experimentos, erros e acertos, alem disso, os matemáticos contribuem para o desenvolvimento dessa ciência a qual tem promovido uma expansão de experimento de grande utilidade para a sociedade como um todo e, sobretudo para a escola. Podemos afirmar sem sombra de dúvida que o uso da matemática, hoje em dia, é uma condição necessária par o sucesso em diversas profissões. As projeções para o futuro próximo indicam que esta tendência tende a se
  • 10. intensificar. Podemos entender toda a complexidade do problema e o papel central que nele joga a história da matemática. Uma formação neste domínio permite realizar um recuo relativamente ao que se ensina descolar da apresentação do manual, as permite também a criação de novas situações didáticas pelo material que ela fornece e dar elementos para analisar estas novas situações assim como aquelas que as precederam. “A utilização que se pode fazer da história da matemática permite analisar as nossas praticas de ensino (GUICHARD, 2006, p.3)”. Percebe-se que as teorias relativas à história da matemática que hoje aparecem acabadas e elegantes resultaram sempre de desafios que os matemáticos enfrentaram e foram desenvolvidas com grande esforço e, quase sempre, numa ordem bem diferente daquela em que são apresentadas após o processo de descoberta. 1.1 A matemática nos anos iniciais O aluno nos anos iniciais do ensino fundamental deve adquirir e desenvolver quatro competências básicas para que possa concluir com sucesso a primeira etapa de ensino, são elas: números e operações, grandezas e medidas, espaço e formas e, tratamento de informações. Os conteúdos devem ser trabalhados interligados e não, como acontece, separadamente. Aritmética, álgebra e geometria devem caminhar sempre juntas de uma maneira que se preocupe com o desenvolvimento intelectual do aluno, já que são comuns nessa fase as crianças não fazerem uso da individualidade, seus conhecimentos caminham entrelaçados. Fazendo a ligação dos diferentes campos que envolvem a matemática se estará oportunizando sempre melhores condições de compreensão dos significados e consequentemente dando a oportunidade de aprendizagem a todos os alunos, independentemente de ter ou não dificuldades. O aluno terá condições de descobrir por si mesmo, as diferentes relações dos conceitos matemáticos.
  • 11. [...] Se concordamos com as vantagens do ensino interdisciplinar, com mais forte razão devemos professar o ensino intradisciplinar, o qual pode ser reduzido, sinteticamente, ao ensino integrado da aritmética, álgebra e geometria. Assim fazendo, os alunos irão perceber suas várias partes possuírem diferentes características, tal qual uma orquestra. Além disso, seriam eliminadas algumas prolixidades que nele persistem e ainda, seria facilitada e muitos estudantes a desejada aprendizagem (LORENZATO, 2006, p.60). Considerando que no período das séries iniciais a criança está em fase de alfabetização é importante que seja priorizada também a alfabetização matemática. A alfabetização é compreendida como a apropriação das diferentes linguagens, sendo assim contempla a alfabetização matemática e que segundo Abreu (1997, p.106), “consiste em ter desenvolvidas capacidades cognitivas próprias que permitem ao sujeito histórico a resolução d problemas de seu cotidiano”. Alguns autores ao fazer uma correspondência com a alfabetização na língua portuguesa conceituam a matemática de numeralização. O processo de numeralização é tarefa escolar que envolve os aspectos: cognitivo, de interação social e interação cultural. Para serem numeralizadas, as crianças precisam internalizar procedimentos lógicos, aprender sistemas convencionais e usar o pensamento matemático, de forma significativa e apropriada, principalmente em situações problemas. Dentre os procedimentos lógicos os que mais se destacam são a comparação e a quantificação. Essas são fontes de construção do conceito de número. É nos anos iniciais do ensino fundamental que os alunos devem construir o significado de número e, a partir dele, possibilitar a resolução de situações- problema e procedimentos de cálculos envolvendo as quatro operações, desenvolverem noções de orientação espacial, vivenciar situações cotidianas coletando e interpretando dados que tratem de informações diárias da sociedade em que vivem. As crianças ao ingressarem nos anos iniciais do ensino fundamental já trazem consigo noções matemáticas, independente de terem cursado a educação
  • 12. infantil ou não, elas observam diariamente situações que utilizam numeração, medidas, formas e espaço. Assim sendo, o professor precisa situar-se e investigar o que a criança sabe sobre o assunto da matemática que será abordado, quais são as facilidades e dificuldades individuais de cada criança e, a partir daí elaborar seu planejamento. Na seleção e organização de conteúdos é comum que os professores sigam apenas um critério, a prioridade a pré-requisitos, ordenando-os de forma que siga uma seqüência lógica e esquece-se de considerar a capacidade dos alunos. O ensino de matemática se faz, tradicionalmente, sem referência ao que os alunos já sabem. Apesar de todos reconhecemos que os alunos podem aprender sem que o façam na sala de aula, tratamos nossos alunos como se nada soubessem sobre tópicos ainda nos ensinando [...] (CARRAHER, 1995, p. 21). A partir desse momento é desconsiderado o conhecimento prévio dos alunos, os conteúdos são iniciados como se fosse meramente uma folha de papel em branco, não se considera a interação social da criança e cabe-se que ao contrário do que ocorre, deve-se sempre priorizar o conhecimento do aluno a partir do cotidiano do mesmo. Considerando, que o cotidiano dos alunos e a diversidade das experiências que este traz, deve-se dizer que, ficará difícil definir uma seqüência de conteúdos, portanto deve-se integrá-los de forma que o próprio aluno com o auxilio do professor vá identificando nas situações vivenciadas as diferenças existente nos conceitos matemáticos. A aprendizagem da matemática na sala de aula é um momento de interação entre a matemática organizada pela comunidade cientifica, ou seja, a matemática formal, e a matemática como atividade humana. A sala de aula é um momento em que o aluno aprimorará o seu conhecimento informal (CARREHER, 1995, p.12).
  • 13. Contudo não deve restringir-se apenas ao conhecimento próprio dos alunos, pois a escola tem por objetivo ampliar esses conhecimentos, criando vínculos entre o conhecimento informal e o formal. A contextualização dos conteúdos é vista de maneira equivocada. Ao desenvolver o cotidiano na sala de aula, o professor esquece-se de conteúdos que julga não serem importantes por algum motivo dizem não interessar ao aluno, ou porque não se consegue adequá-lo imediatamente à realidade. Esse tipo de situação acaba por causar uma educação fraca e insatisfatória. Nesse período também é importante desenvolver a expressão oral na disciplina da matemática, é importante trabalhar com o aluno a elaboração de textos, a escrita de resultados, utilizados além da simbologia a língua materna para que o aluno não veja a matemática como algo incompreensível. Partindo da realidade, os alunos devem construir e elaborar conhecimentos para que possam utilizá-los em novas situações que venham a surgir, pois conforme os PCN (2001, p.68) “esperar que o conhecimento aprendido não fique indissoluvelmente vinculado a um contexto concreto e único, mais que possa ser generalizado, transferido a outros contextos”. Mais ao contrário; [...] Muitas vezes se observa que o trabalho é iniciado pela obtenção de resultados básicos, seguido imediatamente pelo ensino de técnicas operatórias convencionais e finalizado pela utilização das técnicas em “problema-modelo”, muitas vezes ligados a uma única idéia das várias que podem ser associadas a uma dada operação (BRASIL, 2001, p.68). O principal objetivo da matemática são desenvolver a capacidade de pensar e resolver situações-problema com autonomia. Esse objetivo será desenvolvido, através de atividades matemáticas significativas que exija a construção de hipóteses e procedimentos. Nesse nível de ensino é comum que as crianças utilizem representações para interpretarem situações matemáticas e também para se comunicarem, que como tempo vão evoluindo, aproximando-se cada vez mais das representações formais. As crianças costumam fazer relações que os levam a desenvolver mais tarde conceitos matemáticos.
  • 14. No entanto, o trabalho do professor, precisa estar atento a essas representações, deve chamar atenção, mostrar diferenças existentes e a vantagem de algumas delas. Conceito não é algo ensinado, mas deve ser construída passo a passo pela própria criança, nas relações que se estabelece com o mundo em que vive, pois operações fundamentais, pois operações fundamentais como: multiplicação, adição, divisão e subtração de numerais são fundamentais nas séries iniciais, no entanto, diversas situações exigem mais do que isso dos nossos alunos. Para compreender e situar-se no mundo em que vive o aluno precisa saber movimentar-se nele, contudo necessita desenvolver sempre conceitos de espaço, formas e medidas. Ao trabalhar medidas o professor estará oportunizando ao aluno a expansão da compreensão de números. É importante deixar claro aos alunos que os números naturais foram os primeiros a serem criados pelo homem, para resolver suas necessidades de contagem, mas quando este precisou resolver situações envolvendo medidas, foi inventando outro tipo de número, surgindo então os números fracionários. O professor deixa a desejar ao tratar de medidas e números decimais, dando maior atenção ao ensino de frações, esquecendo que a cultura do Brasil tem por hábito usar decimais, bem mais que números fracionários e quando se trabalha medidas não passa de meras transformações de unidades. Mesmo dando ênfase ao ensino de frações, os alunos têm apresentado baixo rendimento em avaliações nacionais, o que mostra que a forma como este conteúdo está sendo desenvolvido é insatisfatória. Nessa fase de ensino é importante que o professor estimule seus alunos a organização, investigação, os incentive a manterem uma postura frente as suas produções, levando-os a justificar suas respostas. Uma das características dessa etapa é a forma individualizada como,os alunos trabalham, cabendo apenas ao professor interferir, estimulando-os a socialização do conhecimento, levando-os a compartilhar e discutir hipóteses existentes. No entanto é preciso estar atento às mudanças que ocorrem nas crianças, pois com o decorrer do tempo, elas passam a buscar explicações das coisas bem como suas finalidades e também a compartilhar com seus colegas as possíveis soluções. .
  • 15. CAPITULO ll A MATEMÁTICA E OS JOGOS Quando o aluno manipula materiais concretos, compreende facilmente conceitos, formulas e teorias. Ao jogar, além de aprender a conviver e a respeitar seus colegas, a criança também desenvolve diversas habilidades matemáticas. Ela se diverte e aprende ao mesmo tempo. O jogo faz a mediação entre o conhecido e o imaginário, proporciona o contato com símbolos que mais tarde serão utilizados no processo ensino-aprendizagem, estimula a criança a produzir linguagens tornando-as capazes de conhecer regras e dar explicações. Quando se trata da importância do jogo no ensino-aprendizagem da matemática, questiona-se qual a relação existente entre ambos. Diante desse questionamento GUZMÁN (1990, p.39) diz: Onde acaba o jogo e começa a matemática séria? Uma pergunta difícil que admite muitas respostas. Para muitos que a vêem de fora, a matemática, é extremamente aborrecida, não tem nada a ver com o jogo. Ao contrário, para a maioria dos matemáticos, a matemática nunca deixa completamente de ser um jogo, embora, para, além disso, possam ser muitas outras coisas.
  • 16. Os jogos e a matemática partilham aspectos comuns no que respeita a sua função educativa. Visto por um lado, a matemática dota os indivíduos de um conjunto de instrumento que potenciam e enriquecem as suas estruturas mentais, os preparando para explorar a realidade; já por outro lado, os jogos permitem na criança o desenvolvimento de técnicas intelectuais, enriquece o pensamento lógico, e o raciocínio. Dada a atividade mental que estimulam é um bom ponto de partida para ensinar a matemática e podem servir de base para uma posterior formalização do pensamento matemático. Vários pesquisadores da área de educação em matemática têm desenvolvido estudos sobre as potencialidades do jogo no processo ensino-aprendizagem da matemática e argumentam sobre a importância deste recurso metodológico na sala de aula. Moura (1994) recomenda que o jogo sempre seja utilizado como recurso metodológico em sala de aula, pois na sua concepção: O jogo na educação matemática parece justificar-se ao introduzir uma linguagem matemática que pouco a pouco será incorporada aos conceitos matemáticos formais, ao desenvolver a capacidade de lidar com informações e ao criar significados culturais para os conceitos matemáticos e o estudo de novos conteúdos. (MOURA, 1994, p. 24). O bom jogo deve permitir à criança a avaliação de seu próprio desempenho, analisando suas estratégias, o sucesso e o fracasso de suas iniciativas e de seus companheiros. O jogo deve ser desenvolvido em grupos pequenos para que favoreça a participação e iniciativa de todos os participantes. Segundo o Currículo Nacional do Ensino Básico, “a pratica de jogos, em particular dos jogos de estratégia, de observação e de memorização, contribui de forma articulada para o desenvolvimento de capacidades matemáticas e para o desenvolvimento pessoal e social”. Na concepção de PARRA (1996, p.54).
  • 17. Os jogos representam um papel importante: por um lado, os alunos trabalham mais independente nas aulas (aprendem a respeitar regras, a exercer papéis diferenciados e controles recíprocos, a discutir, a chegar a acordos), e por outro lado, os professores têm maiores oportunidades de observação, de variar as propostas de acordo com os níveis de trabalho dos alunos e também trabalhar mais intensamente com os alunos que mais necessitam. O bom ambiente e a situação que o professor cria sempre é fundamental no desenvolvimento da aprendizagem. À medida que o conhecimento é construído pela criança, faz-se necessário o incentivo a utilização deste conhecimento no ambiente social, o intuito é que a matemática não se torne algo imposto e conseqüentemente deixe de ser algo difícil para criança. No entanto ao optar por um material ou jogo deve-se sempre refletir sobre o objetivo que se quer alcançar, pois não basta desenvolver jogos isoladamente é preciso trabalhar o conteúdo em questão. Normalmente, professores se limitam a jogos e materiais fascinantes e acabam desprezando o conceito a serem transmitidos, mais eles devem estar consciente que a introdução e manipulação de jogos e objetos não garantem da matemática. Existem dois aspectos cruciais no emprego dos jogos como instrumentos de uma aprendizagem significativa. Em primeiro lugar o jogo ocasional, distante de uma cuidadosa e planejada programação, é tão ineficaz quanto um único momento de exercício aeróbico para quem pretende ganhar maior mobilidade física e, em segundo lugar, uma grande quantidade de jogos reunidos em um manual somente tem validade efetiva quando rigorosamente selecionados e subordinados à aprendizagem que se tem em mente como meta. Em síntese, jamais pense em usar jogos pedagógico sem um rigoroso cuidadoso planejamento, marcado por etapas muito nítidas e que efetivamente acompanhem o progresso dos alunos, e jamais avalie sua qualidade de professor pela quantidade de jogos que emprega, e sim pela qualidade de jogos que se preocupou em pesquisar e selecionar (ANTUNES, 1999, p.37).
  • 18. O jogo deve ser um recurso que leve o aluno a um aprender significativo, capaz de agir criticamente, de discutiras resoluções de situações problemas e utilização de um raciocínio mais abstrato. O uso de jogos e curiosidades no ensino da matemática tem o objetivo de fazer com que os alunos gostem de aprender essa disciplina, mudando a rotina da classe e despertando o interesse do aluno envolvido. Analisando as possibilidades do jogo no ensino da matemática, percebemos vários momentos em que as crianças, de maneira geral, exercem atividades com jogos em seu dia a dia, fora da sala de aula. Muitos desses jogos culturais e os espontâneos apresentam-se impregnados de noções matemáticas que são simplesmente vivenciadas durante sua ação no jogo. 2.1 Origens dos jogos O jogo acompanha de forma paralela a evolução do homem, desde os seus primórdios até os dias atuais, estando presente em todas as civilizações. Podemos considerar o jogo como uma forma primária de ocupação dos tempos de ócio, permitindo deste modo tornar possíveis os mesmos momentos como formas de recreação e divertimento. Neste sentido HUIZINGA (1951, p.16) acrescenta que “o jogo além desta utilização, era utilizado como forma de culto do povo”. Com a Antiguidade e Idade Média, assiste-se a uma diferenciação entre os jogos praticados entre o povo e a nobreza, considerados na época pela igreja católica, como praticas pagãs. Na atualidade, pela nossa interpretação, o jogo apresenta uma dupla faceta. Enquanto meio de recreação das crianças, sem interferência dos adultos, promovendo a verdadeira essência da sua existência e a sua utilização pela escola como instrumento pedagógico ao serviço da educação. Pela singularidade, longevidade e expressividade do jogo Ferran (1979, p.16) e Rubinstein (1977, p.33) complementam as suas posições, considerando o jogo como um elemento essencial do homem, uma vez que reflete os usos, costumes, ou seja, a história social de um povo, permitindo através deste a sua transmissão e perpetuação nas gerações futuras, manifestando-se desta forma a característica de expressividade do homem.
  • 19. Em termos etimológicos, o vocábulo “jogo” tem origem na palavra grega “paídia”, o qual significa jogo infantil. Contudo, os gregos utilizavam outro termo muito semelhante, “Paidéia” significando educação, processo educativo, aprendizagem, surgindo ainda de ambos os termos “paidos”, o qual significa criança. Ao nível da língua portuguesa a palavra “ludus” é substituída pelo vocábulo “jocus”, significando gracejo, piada, graça, humor, estando implícito o divertimento no jogo. Uma vez que na ação de jogar encontra-se explicito o prazer, a alegria, o divertimento, no que diz respeito ao termo divertir, este precede do latim “divertere”, um modo diferente de agir. 2.1.1 Tipos de jogos Diversas classificações de jogos poderiam estar aqui inseridas, mas priorizamos apenas os estudos referentes aos tipos de jogos definidos por autores da área da Educação Matemática: Krulik e Rudnik (1983), citados por Borin (1996, p.110) e Grando (1995, p.183), citada por Moringa (2003, p.66). Na concepção de Krulik e Rudinik os jogos são classificados em dois tipos: jogos de treinamento e jogos de estratégia. Grando (1995) considera a função dos jogos em um contexto social e didático metodológico e os classifica em seis tipos, sendo eles: Jogos de azar são aqueles que dependem do fator sorte para ser vencido, pois o jogador não interfere em seu desfecho. Como exemplos desse tipo de jogo podem citar: par ou impar, lançamentos de dados, loterias, cassinos e etc. Jogos quebra-cabeça. Na maioria das vezes é jogado individualmente e a solução é desconhecida. Exemplos desse tipo de jogo são: quebra-cabeças, enigmas, charadas, paradoxos, falácias, probleminhas e torre de Hanói. Jogos de estratégia também conhecido por jogos de construção de conceitos, são jogos que dependem exclusivamente dos jogadores para vencê-los, através da elaboração de uma estratégia, pois a sorte e a aleatoriedade não influenciam. Damas e xadrez são deste tipo de jogo. Na concepção de Krulik e Rudnuk (1983) apud Borin (1996), os jogos de estratégias têm por principal meta desenvolver o raciocínio lógico e
  • 20. caracterizam-se por possuir uma estratégia vencedora a ser descoberta pelos jogadores. A sorte não interfere neste tipo de jogo. Em busca da estratégia vencedora, o aluno formula hipóteses, argumenta e testa a validade das hipóteses criadas. No inicio do jogo de estratégia os alunos utilizam o raciocínio indutivo, pois observam o ocorrido em jogadas para tentar conjecturar estratégias vencedoras. O exercício do raciocínio dedutivo se faz presente nas escolhas das jogadas, baseadas na análise das jogadas certas e erradas, fazendo o jogador formular estratégias a todo o momento. Jogos de fixação de conceitos: Também chamados jogos de treinamento estes tem por objetivo fixar conceitos. Este é o tipo de jogo utilizado após o professor trabalhar um conceito e o pedagógico deles consiste na substituição de listas de exercícios para que os alunos assimilem o conteúdo. Segundo Krulik e Rudnik (1983), apud Borin (1996), os jogos de treinamento são idéias para auxiliar a memorização ou fixação de conceitos, formulas e técnicas ligadas a alguns tópicos do conteúdo. Por isso, devem ser empregados com alunos que necessitarem de reforço em um determinado tópico. Ao trabalhar com este tipo de jogo o professor deve ter em mente os objetivos a serem alcançados, para que não ocorra a valorização do pensamento mecânico e algoritmo. Neste tipo de jogo a sorte muitas vezes interfere no resultado final, e este fator pode interferir no objetivo do jogo utilizado na educação matemática, que é a aprendizagem com grande motivação. Jogos computacionais os jogos pertencentes a este tipo são projetados e executados no ambiente computacional, por isso desperta grande interesse por parte das crianças e jovens. Jogos pedagógicos, os jogos que podem ser utilizados no processo ensino-aprendizagem, por possuírem valor pedagógico, são chamados jogos pedagógicos. Desta forma, estes jogos englobam os demais tipos: de azar, quebra-cabeça, estratégia, fixação de conceitos e os computadores. 2.2 Os jogos como ensino-aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental
  • 21. Vários pesquisadores da área de Educação Matemática têm desenvolvido estudos sobre as potencialidades do jogo no, processo ensino-aprendizagem da matemática e argumentam sobre a importância deste recurso metodológico em sala de aula. Moura (1994) recomenda que o jogo seja utilizado como recurso metodológico em sala de aula, pois em sua concepção: O jogo na educação matemática parece justificar-se ao introduzir uma linguagem matemática que pouco a pouco será incorporada aos conceitos matemáticos formais, ao desenvolver a capacidade de lidar com informações e ao criar significados culturais para os conceitos matemáticos e o estudo de novos conteúdos. (MOURA, 1994, p. 24). Grando (2004) afirma que o jogo pode ser utilizado como um instrumento facilitador na aprendizagem de estruturas matemáticas, muitas vezes de difícil assimilação. Neste sentido, a expressão que facilita a aprendizagem está associada à necessidade de tornar atraente o ato de aprender. A autora faz referencia a Gardner (1961), para quem os jogos matemáticos, assim como as “matemáticas recreativas”, são matemáticas carregadas de ludicidade (GRANDO, 2004, p. 9). Para ela, o uso de jogos em sala de aula é um suporte metodológico adequado a todos os níveis de ensino, desde que os objetivos deles sejam claros, representem uma atividade desafiadora e estejam adequados ao nível aprendizagem dos alunos. Borin (1996) ressalta que: O jogo tem papel importante no desenvolvimento de habilidades de raciocínio como organização, atenção e concentração, necessárias para o aprendizado, em especial da Matemática, e também para a resolução de problemas em geral. A autora pontua também que o jogo favorece o desenvolvimento da linguagem, criatividade e raciocínio dedutivo. Além disso, as habilidades envolvidas na elaboração de uma estratégia para vencer o jogo, que exigem tentar observar, analisar, conjecturar e verificar compõe o raciocínio lógico, importante para o ensino da matemática.
  • 22. Em relação ao raciocínio lógico, a mesma autora afirma que habilidades como, observação, concentração e generalização são necessárias para o desenvolvimento do raciocínio indutivo, o qual é utilizado para formular hipóteses gerais a partir da observação de alguns casos particulares, muitos empregados para justificar as propriedades e regras da matemática. Ainda na concepção da referida autora o jogo nas aulas de matemática possibilita a diminuição de bloqueios de muitos alunos que temem esta disciplina curricular e sentem-se incapacitados para aprendê-la, pois na situação de jogo, onde a motivação é grande, os alunos falam da matemática e apresentam desempenho e atitudes positivas frente a seus processos de aprendizagem. A infância é a fase mais permeada pelo lúdico, onde domina o divertimento, a fantasia, podendo a criança com a autonomia necessária, usufruir de uma liberdade infinita destinada a criar. Contudo, devemos concordar que as motivações e a interpretação do comportamento lúdico na criança, no adolescente ou no adulto são sempre diferentes. Consideramos que é através do jogo que a criança descobre primariamente a satisfação e o prazer, expressando de modo simbólico todas as suas fantasias, sendo inegável para Cunha e Castro (1981) citado por Silva (2004) e Lebovivi e Diatkine (1985) a ação do lúdico na construção da identidade da criança. Quando criança, a imaginação torna-se um terreno fértil em produtos imaginários, subjugando-se toda a atividade lúdica da mesma a momentos de prazer, alegria e divertimento. Pelo fato da criança jogar possibilita estabelecer relações entre situações reais e imaginarias, conduzindo esta à compreensão dos aspectos da vida possibilitando o seu desenvolvimento cognitivo. A utilização do jogo na educação escolar decorreu de um longo processo de evolução. Ao inicio a criança ia para a escola para aprender e não para se divertir, em virtude do seu caráter disciplinador, contrapondo-se com o verdadeiro objetivo primário do jogo. Para a mudança de atitudes contribui a evolução do conceito de criança, nomeadamente através da delimitação da faixa etária da infância, conseguido no século XVll. No século XVll surge Rousseau defensor tal Durkheim (1984) da especificidade infantil, projetando-se a idéia que a
  • 23. criança é portadora de natureza própria. Em termos contemporâneos, podemos delimitar a relação do jogo com a educação em três idéias fundamentais. O uso do jogo enquanto recreação, o uso do jogo para favorecer o ensino de conteúdos escolares e finalmente o terceiro como diagnostica da personalidade infantil. Assim compreendemos que o jogo funcione par o adulto como uma fonte de dados, onde a criança seria considerada a cobaia para compreender como se dá o desenvolvimento infantil. Consideramos que devemos interpretar o jogo como um aliado na educação da criança, devendo a escola preocupar-se com a formação da mesma e não em estabelecer barreiras. A este propósito Fenelon citado por Manson (2002) sugere que: A criança ao encontrar prazer no recreio da escola e descontentamento no estudo, correrá atrás das atividades lúdicas, podendo assim a escola usarem métodos com base nas virtualidades do jogo, tornando a aprendizagem motivadora e enriquecedora. Assim, pela utilidade do jogo na escola, de forma sustentada, podemos auxiliar a criança a desenvolver a sua curiosidade, a imaginação, a criatividade, construindo sua própria inteligência ajudando-se na socialização, ou seja, promovendo o desenvolvimento físico, cognitivo e social da criança. Este é um dos principais motivos pelo qual Kamii e Devries, Dewey (1962) e Cabral (1990) defendem “a utilização do jogo como meio de desenvolvimento e aprendizagem”. Neste segmento, devemos interpretar o jogo como material pedagógico, favorecendo através da sua manipulação, a transmissão dos conteúdos didáticos e a aprendizagem do conhecimento da criança. Numa perspectiva presente devemos considerar o jogo como um importante aliado do ensino e promotor do desenvolvimento físico e intelectual. Contudo para além da escola formal também a escola paralela, ou seja, a família pode explorar as vantagens do jogo, enquanto contributo para a educação moral e social da criança. Assim, a criança é possuidora de consciência e racionalidade em termos da interpretação do que é considerado
  • 24. jogo ou não. Uma das úteis artimanhas pedagógicas será assim o de inculcar na consciência pratica do jogo na criança as características do fictício e ao mesmo tempo do real. Deste modo, mesmo que a alegria esteja presente sempre que nos divertimos com a utilização do jogo, ela poderá neste sentido apresentar-se transfigurada por uma satisfação de ser bem sucedida num dever proposto. Contudo, compreendendo esta polivalência da utilização do jogo, estamos de acordo com a premissa de que quando a criança produz não brinca, uma vez que entra num universo diferente do seu, onde o seu imaginário se transforma incessantemente e que poderá na maioria dos casos não estar necessariamente de acordo com a vontade do adulto. 2.3 As vantagens e desvantagens dos jogos As vantagens de usar o lúdico em sala de aula são muitas, quando falamos em lúdico lembramos logo de jogos, brincadeiras, diversão, interação e lazer. O uso desta ferramenta lúdica (jogo) para a educação é primordial para o desenvolvimento dos alunos. Como cita Bertoldo (2004, p.140): O lúdico pode incorporar valores morais e culturais em que as atividades em que as atividades lúdicas devem visar à auto-imagem, a auto-estima, o autoconhecimento, a cooperação, porque estes conduzem à imaginação, à fantasia, à criatividade, a criatividade e uma porção de vantagens que ajudam a moldar suas vidas, como crianças e como adultos. Portanto, a utilização do jogo como recurso pedagógico vem sendo visto como uma saída para o ensino e a aprendizagem na matemática. Só que este uso em sala de aula tem que ser aplicado de forma adequada, um erro na sua aplicação significaria uma grande perda para a educação. Cabe ao educador faze mais simples atividade um momento de aprendizagem. O lúdico em sala de aula através dos jogos traz muitas vantagens para quem joga, porque proporciona aos alunos criar estratégia própria, desperta a sua curiosidade, os tornam confiantes e criativos e esquecendo-se do medo ser punido na avaliação.
  • 25. Cabe ao professor organizar estas atividades de uma maneira que os alunos encontrem um caminho para o conhecimento. O professor na postura de um orientador deverá direcionar os alunos cada vez a níveis mais abrangentes. As desvantagens também existem na utilização do jogo diante do ensino da matemática, como a desqualificação do professor, o medo de ousar, de criar, de não ser aceito, ou seja, a insegurança do professor atrapalha muito no desenvolvimento e sucesso das atividades, sendo possível ainda que exista por parte dos alunos o constrangimento, acanhamento de não conseguir êxito nas atividades. Grando (2004, p. 30) enfatiza que antes de utilizar os jogos em sala de aula o professor deve ter em mente que estes podem ocasionar vantagens e desvantagens no processo de ensino aprendizagem dependendo da maneira como forem utilizados. Apresentaremos na seqüência um conteúdo elaborado pela autora Grando (2004, p. 31 a 32), que destaca as principais vantagens e desvantagens dos jogos nas salas de aulas. Vantagens (re) significação de conceitos já aprendidos de uma forma motivadora para o aluno; Introdução e desenvolvimento de conceitos de difícil compreensão; Desenvolvimento de estratégias de resolução de problemas (desafio dos jogos); Aprender a tomar decisões e saber avaliá-las; Significação para conceitos aparentemente incompreensíveis; Propicia o relacionamento das diferentes disciplinas (interdisciplinaridade); O jogo requer a participação ativa do aluno na construção do seu próprio conhecimento; O jogo favorece a integração social entre os alunos e a conscientização do trabalho em grupo; A utilização dos jogos é um fator de interesse para os alunos; Dentre outras coisas, o jogo favorece o desenvolvimento da criatividade, do senso crítico, da participação, da competição sadia, da observação, das várias formas de uso da linguagem e do resgate do prazer em aprender; As atividades com jogos podem ser utilizadas para desenvolver habilidades de que os alunos necessitam. É útil no trabalho com alunos de diferentes níveis; As atividades com jogos permitem ao professor identificar e diagnosticar algumas dificuldades dos alunos.
  • 26. Desvantagens quando os jogos são mal utilizados, existe o perigo de dar ao jogo um caráter puramente aleatório, tornando-se um apêndice em sala de aula. Os alunos jogam e se sentem motivados apenas pelo jogo, sem saber por que jogam O tempo gasto com as atividades de jogo em sala de aula é maior e, se o professor não estiver preparado, pode existir um sacrifício de outros conteúdos pela falta de tempo. As falsas concepções de que se devem ensinar todos os conceitos através do jogo. Então as aulas, em geral, transformam-se em verdadeiros cassinos, também sem sentido algum para o aluno. A perda da ludicidade do jogo pela interferência constante do professor, destruindo a essência do jogo. A coerção do professor, exigindo que o aluno jogue, mesmo que ele não queira, destruindo a voluntariedade pertencente à natureza do jogo, dificuldade de acesso e disponibilidade de material sobre o uso de jogos no ensino, que possam vir a subsidiar o trabalho docente. Podemos constatar que dentre as vantagens de utilização do jogo nas aulas de matemática a autora cita várias relacionada à aquisição dos conceitos matemáticos pelos alunos. Também se observa dentre as vantagens a possibilidade, através do jogo, da interdisciplinaridade e também de outras aprendizagens dos alunos, tais com: a tomada de decisões, a interação social e o trabalho em grupo, além do desenvolvimento da criatividade, senso crítico, participação e observação. Em relação ao professor, o jogo traz como vantagens a possibilidade de trabalhar com alunos em diferentes níveis e também identificar e diagnosticar dificuldades dos alunos. Grando (2000, p.50) estabelece que o ambiente da sala de aula possa trazer vantagens para a aplicação do jogo nas aulas de matemáticas. Neste sentido a autora pontua: Por exemplo, o ambiente da sala onde serão desencadeadas as ações com jogos, deve ser propício ao desenvolvimento da imaginação dos alunos, principalmente se se tratar de crianças, de forma que, ao trabalharem em grupos, eles possam criar novas formas de se expressar, com gestos e movimentos diferentes dos normalmente "permitidos" numa sala de aula tradicional. É necessário que seja um ambiente onde se possibilitem momentos de diálogo sobre as ações desencadeadas. Um diálogo entre alunos e entre
  • 27. professor e aluno, que possa evidenciar as formas e/ou estratégias de raciocínio que vão sendo utilizadas e os problemas que vão surgindo no decorrer da ação. Nesse ambiente, todos são chamados a participar da brincadeira, respeitando aqueles que não se sentem à vontade, num primeiro momento, de executar a brincadeira, criando alternativas de participação, tais como: observação dos colegas, juiz do jogo ou monitor das atividades. Referindo-se as desvantagens citadas pela autora, podemos verificar que estas podem ser eliminadas se o professor tomar alguns cuidados e realizar um planejamento para uma aula com jogos. Dentre as desvantagens destacadas estão: a utilização do jogo como um apêndice em sala de aula, ou seja, a utilização dele sem ter um objetivo. Outras desvantagens são apontadas pela autora: a perda da ludicidade do jogo se o professor fizer constantes interferências; tornar o jogo obrigatório destruindo a voluntariedade natural dele; a dificuldade de acesso e disponibilidade de material sobre o uso dos jogos. Além disso, a autora cita uma desvantagem relacionada ao tempo, pois em sua concepção nas aulas com jogos o tempo gasto é maior e, portanto, o professor deve ficar atento a este fato para que não seja preciso sacrificar outros conteúdos. Borin (1996) argumenta que para que não ocorram problemas com o tempo durante a aplicação do jogo é recomendado que, quando forem jogados jogos de tabuleiro, estes sejam oferecidos aos alunos para que possam jogar anteriormente em outros locais; porém, em sala de aula é importante que sejam discutidas as descobertas feitas, para que possa orientar e sistematizar as hipóteses formuladas e estratégias para vencer. A referida autora também aponta como uma desvantagem ao aplicar o jogo em sala de aula, o barulho, que segundo ela é inevitável na situação de jogos, pois somente através de discussões é possível chegar-se a resultados convincentes. É importante que o professor encare esse barulho de forma construtiva, pois sem ele não há motivação para jogo. A autora argumenta que o barulho diminui se os alunos tiverem o habito de trabalharem em grupo.
  • 28. Portanto, fica evidenciado através da autora que a aplicação do método lúdico tem seus pontos positivos como também os negativos, o que se deve verificar o melhor momento para o desenvolvimento do lúdico na sala de aula. CAPITULO lll O PROFESSOR E O ENSINO DA MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Muitos professores, mesmo gostando da matemática, afirmam que esta é uma disciplina temível. Muitos dizem não conseguir transmitir às crianças a utilidade dos conceitos trabalhados nas aulas de matemática. Antes, de mais nada é necessário aprender para ensinar. É inaceitável que o professor ensine o que ainda não está claro para si próprio, pois segundo Paulo Freire (2005) “ensinar exige conhecimento e comprometimento”. Conhecer também os obstáculos que dificultam o processo de construção dos conceitos é fundamental para que se possa encaminhar o processo de aprendizagem dos alunos. O professor tem o papel de mediar o processo ensino-aprendizagem e de desenvolver o senso critico dos alunos, para isso, necessita além de criar situações apropriadas para o desenvolvimento dos conceitos matemáticos, estarem preparado cientificamente, isto é, precisa dominar o conteúdo a ser trabalho, desta forma conquistará o reconhecimento de seus alunos. [...] O professor que ensina com conhecimento conquista respeito, confiança e admiração de seus alunos. Na verdade, ensinar com conhecimento aqui tem conotação de que quem não conhece não consegue ensinar, ou então de que o que ensina o que não conhece “(LOREZANATO, 2006 p.5). Necessariamente o professor precisa acima de tudo, estar convencido de que ensinar não é meramente transmitir conhecimento e sim abrir caminhos para caminhos para a construção e elaboração do mesmo. É estar consciente de que ensinar é diferente de apenas dar aula e que quando se ensina conseqüentemente alguém aprende.
  • 29. Deixa-se claro também que o professor não tem obrigação de tudo saber, mas deve sempre se mostra interessado em pesquisar a resposta para as dúvidas dos alunos. Ao mesmo tempo, o professor não tem o direito de não desenvolver um conteúdo por não conhecê-lo e sim, o dever de aprender ainda mais. A aplicação e o relacionamento dos conceitos matemáticos com a realidade é uma das maneiras de tornar essa disciplina mais atraente e mais interessante diante dos alunos. “Se o trabalho matemático que se realiza nas escolas relaciona-se mais com a vida das crianças e dos adultos fora dela, séria possível que as crianças se interessem mais por ela e, positivamente, que a temam menos” (ZUNINO, 1995, p. 8). Na prática tradicional, o professor era aquele a partir de definições, exemplos, demonstrações, seguidos de exercícios de fixação, que acreditava que o aluno compreendia apenas pela reprodução. Ao passar dos anos essa prática se mostrou irreal, uma vês que o aluno não aprendia o conteúdo realmente e sim, a realizar meras reproduções. O domínio do conhecimento matemático e a forma como deve ser trabalhado é atualmente um desafio a ser alcançado, pois é urgente superar a situação, onde ensinar é meramente reproduzir conhecimento e desenvolver exercícios repetitivos, sem que os conceitos matemáticos sejam verdadeiramente apreendidos. O conhecimento da história dos conceitos matemática deve fazer parte da formação dos professores, para que possam mostrar para os alunos que a matemática não é apenas uma ciência que trata de verdades absolutas e sim, trata-se de uma ciência dinâmica e aberta a descobertas de novos conhecimentos. É fundamental que o professor desenvolva com seus alunos uma matemática que seja útil em vários momentos de cotidiano e não apenas em atividades escolares. 3.1 O papel do professor na aplicação dos jogos O papel do professor na aplicação dos jogos é imprescindível para alcançar um resultado positivo durante o mesmo. O professor deve aceitar que a atividade lúdica seja importante para o desenvolvimento cognitivo e afetivo do aluno. E
  • 30. ainda, ver no jogo um recurso que estimule e facilite a aprendizagem, facilitando no aluno a curiosidade, a criatividade. Segundo Mrech apud (KISHIMOTO, 2000, p.122) [...] Um professor que não sabe ou não gosta de brincar dificilmente desenvolverá a capacidade lúdica dos seus alunos. Ele parte do principio de que brincar é bobagem, perda de tempo. Assim, antes de lidar com a ludicidade do aluno, é preciso que o professor desenvolva a sua própria. A capacidade lúdica do professor é um processo que precisa ser pacientemente trabalhado. Ela não é imediatamente alcançada. O professor que, não gostando de brincar, esforça-se por fazê-lo normalmente assume postura artificial, facilmente identificada pelos alunos. O papel do professor consiste em orientar, coordenar as fases de um determinado jogo, questionar a resposta formulada pelo educador, fazer com que o mesmo seja estimulado a pensar, ser crítico na resposta, ter sua própria opinião, buscando assim seus conhecimentos próprios. “[...] o papel do educador é levar o aluno a estruturar sua personalidade, raciocinar logicamente, ser independente e crítico, ser coerente em seus atos, ter iniciativa e aumentar sua auto- estima” (SILVA, 2005, p. 25). Os professores devem buscar atividades criativas, procurando desenvolver, recursos de acordo com as necessidades dos alunos, para desempenhar os eu papel com sucesso no processo de ensino e aprendizagem das operações matemáticas. A palavra motivação da ênfase ao papel do professor no processo de aprendizagem, pois o aluno precisa de estimulo para aprender, e o jogo desperta a motivação e interesse destes. Para Silva (2005), o professor quando optar pela aplicação de jogos deve priorizar um ambiente de alegria, para assim haver um conhecimento mútuo e descontraído, ao quais os alunos criam situações que estimulam o desenvolvimento de suas habilidades e potencialidades. Um professor na sala de aula, que sempre trabalha os conteúdos a de forma rotineira, sem atividades lúdicas, será interpretado como um professor sem motivação, já o que sempre está inovando,
  • 31. buscando coisas novas como jogos interativos serão interpretados como um professor motivador, que gosta de interagir com seus alunos levando conhecimento de forma divertida. O professor na sala de aula explica, informa, questiona, corrige, enfrenta muitos desafios como: trabalhar com alunos de níveis, alguns destes com um grau de dificuldade maior que os outros, desinteresse em aprender e etc.. Estes desafios devem ser considerados para os professores como exemplo para que eles se tornem cada vez mais, professores que buscam acima de tudo o melhor jeito do seu aluno aprender. Para Grando (2004), cabe ao professor incentivar seus alunos sobre as diferentes possibilidades de jogadas e que se arrisquem mesmo sabendo que possam vir a desenvolver algum tipo de erro. Para essa mesma autora o importante é que a cada nova jogada, o aluno possa descobrir novas situações, tendo uma visão da ação do jogo. 3.2 Recursos didáticos e metodológicos através dos jogos Muito se fala na aplicação dos jogos como processo de ensino-aprendizagem. O jogo atua como recurso didático e metodológico, ou seja, uma maneira de fixar conteúdos e ao mesmo tempo trabalhar de forma dinâmica e criativa estimulando o aluno a aprender, deixando de lado os métodos os medos que muitas vezes pode acontecer durante a resolução de um exercício. Autores como Moura (1994) e Grando (1995), tem destacado a aplicação de atividades lúdicas nas aulas de matemáticas, vista como opções didáticas e metodológicas que apresentam bons resultados cognitivas no processo ensino-aprendizagem. Os jogos trabalhados com clareza e responsabilidade trazem muitos benefícios e auxilia significativamente no aprendizado do aluno. Segundo Moura (1994), o jogo vem se destacando e assumindo grande importância nas propostas de ensino de matemática. Durante a aplicação de um jogo, o professor tem a possibilidade de descobrir as dificuldades encontradas pelos alunos em certa parte do conteúdo, podendo então ajudá-lo da melhor maneira; o aluno se sentirá mais segura em relação ao erro, pois é
  • 32. errando que ele chegará a uma respectiva resposta certa tornando então mais prazeroso o aprender. Os professores podem utilizar o jogo como uma oportunidade de mudar um pouco a rotina da sala de aula e até mesmo a forma de como estes alunos irão aprender. O jogo sempre chama atenção em qualquer atividade da vida, e no estudo da matemática, não poderia ser diferente. Defendemos a utilização dos jogos educativos como recurso didático pedagógico voltado a estimular voltado a estimular e efetivar a aprendizagem, desenvolvendo todas as potencialidades e habilidades nos alunos a partir da educação infantil [...] brincando descontraidamente, as crianças nem percebem que estão fixando e ampliando o conhecimento sobre determinado assunto. O educador tem aí a oportunidade ímpar de transformar sua aula em um momento fascinante em que o aprender e o brincar se mesclam, gerando uma aprendizagem real e prazerosa (SILVA, 2005, p.26). Na aplicação de jogos nos anos iniciais do ensino fundamental que envolve as operações matemáticas é necessário que os objetivos estejam claros e a metodologia esteja de acordo com o nível do aluno. É necessário também que os jogos sejam apresentados com objetivos claros, uma metodologia de acordo com o nível doe cada aluno e também como uma atividade desafiadora, pois o jogo procura ter uma função educativa. É necessário também que o aluno para jogar, conheça e respeite as regras e também deve sentir a necessidade de raciocinar para chegar a certas soluções de estratégias. [...] O importante é que os objetivos com os jogos estejam claros, a metodologia a ser utilizada seja adequada ao nível em que se está trabalhando e, principalmente, que represente uma atividade desafiadora ao aluno par o desenvolvimento do processo (GRANDO, 2004, p.25). Independente dos jogos a serem utilizados para abordar as operações matemáticas, todos de alguma forma, contribui para o desenvolvimento e a aprendizagem do aluno. É um recurso utilizado para desenvolver a capacidade
  • 33. e ao mesmo tempo despertar o interesse pelo conteúdo, para que o aluno possa perceber que a matemática pode ser uma disciplina prazerosa e criativa. 3.3 Avaliação da aprendizagem da matemática Atualmente as escolas, na sua grande maioria, possuem uma política de avaliação própria de rendimento escolar centrada por assim dizer, aprovação ou reprovação. Neste contexto, não há espaço para uma prática de avaliação, que ajude na identificação de superação de dificuldades no processo de ensino e aprendizagem, tanto do aluno como do professor. A avaliação na maioria das escolas públicas ou não, é eminentemente somativa, sempre preocupada com os resultados finais que levam as situações irreversíveis no que diz respeito ao desempenho dos alunos, sem que sejam levadas em contas as muitas implicações, inclusive sociais, de um processo decisório fatal do ponto de vista. Avaliar a aprendizagem corresponde a uma necessidade social, “a escola recebe o mandato social de educar as novas gerações e por isso, deve responder por esse mandato, obtendo dos seus educandos a manifestação de suas condutas aprendidas e desenvolvidas” (LUCKESI, 2002, p.174). Valendo-nos da idéia de Piaget (1991) que considera que a escola e alguns professores têm retirado a autonomia do aluno como meio para desenvolver a aprendizagem com maior eficiência e criatividade. Segundo ele, os professores com atitudes negativas não encorajam os alunos a desenvolverem e a atingirem essa autonomia, limitando o desenvolvimento do pensamento crítico, isto, os professores com atitudes negativas dão a oportunidade aos de persistirem em seus próprios esforços. Portanto, é de fundamental importância que as escolas desenvolvam programas que ajudem não apenas o aluno, mas também os professores a desenvolver atitudes favoráveis em relação à aprendizagem matemática. É fundamental ver o aluno como um ser social e político sujeito de seu próprio desenvolvimento. O professor não precisa mudar suas técnicas, seus
  • 34. métodos de trabalhos; precisa sim, ver o aluno como alguém capaz de estabelecer uma relação cognitiva e afetiva, mantendo uma ação interativa capaz de uma transformação libertadora, que propicia uma vivencia harmoniosa com a realidade pessoal e social que o envolve. Assim, compreendemos que o professor que leciona matemática nas séries iniciais do ensino fundamental deve agir sempre como facilitador, aquele que ajuda o aluno a superar seus limites. Valendo-se de atividades e avaliações criativas que permita ao seu aluno construir a aprendizagem de forma significativa, ou seja, que o faça interagir conhecimento escolar com o meio social no qual está inserido. CONCLUSÃO O ensino da matemática provoca sensações contraditórias para todos os sujeitos envolvidos na educação, professor e aluno. Por um lado é uma área do conhecimento indispensável ao desenvolvimento humano, pois permeia por
  • 35. toda vida do cidadão; por outro lado, revela insatisfação diante dos resultados obtidos, no momento que se torna uma ciência abstrata. Ensinar matemática objetivando sucesso na aprendizagem se torna real, quando se procura um meio que satisfaça as necessidades dos alunos para que eles consigam aprender a relacionar-se com o seu cotidiano, visando uma educação hostiliza, levando em contas múltiplas facetas: físicas, intelectuais, estéticas, emocionais e espirituais do aluno, tendendo para a construção de um cidadão realizado, vivendo em harmonia consigo e com o mundo. A importância de trazer algo novo, diferente, para o aluno pensar, raciocinar, chegar ao seu próprio conhecimento, é fundamental no processo de ensino- aprendizagem para os alunos que estão iniciando sua vida escolar. Não podemos esperar que nossos alunos aprendam apenas algo mecânico, deixando de aplicar a prática. Devemos buscar melhoria para o ensino da matemática, não tirando a teoria que deve sim ser aplicada, nas unindo o útil ao agradável, isto é, conciliando a teoria com a prática, através da aplicação de jogos nos anos iniciais do ensino fundamental, como forma de diminuir dificuldades e bloqueios demonstrados pelos alunos. Assim percebe-se que o jogo é um precioso recurso pedagógico, tornando a aprendizagem mais concreta e prazerosa. No ensino da matemática, o jogo é de relevante importância no processo de aprendizagem, pois transforma a sala de aula em um espaço gerador de conhecimentos. Por meio deles, a criança vivencia fatos reais do seu cotidiano, pois caminham juntos desde o momento em que fixa a imagem da criança como um ser que brinca. Portadora de uma especificidade que se expressa pelo lúdico, à infância carrega consigo as brincadeiras que se perpetuam e se e se renovam a cada geração. Verificamos que a aplicação de jogos nos anos iniciais do ensino fundamental pode contribuir com a maneira de o professor ensinar matemática, ou seja, ao priorizar asa atividades lúdicas, contribuíram com uma nova formação partindo da aplicação de jogos, propiciando uma aprendizagem conquistada de forma prazerosa e divertida.
  • 36. Os jogos adquirem duas principais dimensões: a primeira como fonte de aperfeiçoamento de habilidades através da escola; a segunda, como forma de divertimento satisfazendo suas necessidades biopsicossociais. Prevalece a idéia de que os jogos são fundamentais para a educação e o desenvolvimento infantil. Contudo, o jogo é um método de ensino onde os alunos apenas vivenciam situações que se repetem, mas aprendem a lidar com símbolos e a fazer analise. Sendo assim, compactuamos com os parâmetros curriculares nacionais, que destacam os jogos como portadores de um relevante aspecto, que é o desfio o qual provoca no aluno, interesse e prazer. Para tanto, é preciso encorajá-lo a encarar situações novas onde coloquem em prática suas funções inventivas e percam o medo de aprender a aprender matemática. Portanto, pode-se concluir que a matemática se faz presente em nossa dia a dia e que pode ser aprendida através de jogos educativos. BIBLIOGRAFIA
  • 37. ABREU, Mariza. Educação Infantil no Brasil: legislação, matrículas, financiamento e desafios. Ago. 2004. ABREU, Maristela Dalla Porta de. Laboratório de Matemática: um espaço para a formação continuada do professor. Dissertação de Mestrado. Santa Maria: UFSM. 1997. ANTUNES, Celso. Jogos para estimulação das múltiplas inteligências. 4ª ed. Petrópolis; Vozes, 1999. BARRETO FILHO, Benigno; XAVIER DA SILVA, Cláudio. A matemática aula por aula. São Paulo: FTD, 2003. BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de educação Média e Tecnologia. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino fundamental. Brasília: MEC / SEM, 1999. ______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. ______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. 1ª a 4ª séries. História e Geografia. Brasília: MEC/SEF, v. 5, 2001. BERTOLDO, Janice Vida; RUSCHEL, Maria Andrea de Moura. Jogo, Brinquedo e Brincadeira - Uma Revisão Conceitual. Disponível 2004 em: . Acesso em 29 jul. 2013. BORIN, J. Jogos e resolução de problemas: uma estratégia para as aulas de matemática. São Paulo: IME – USP, 1996. CABRAL, A. Teoria do jogo. Editorial Noticia. 1990.
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