2. Pérolas sobre a MFC!
“Quem sabe UTI sabe trabalhar em posto”
“É o clinico geral antigo que ia na casa das
pessoas”
“É aquele que não se especializou em nada”
“É uma nova especialidade no Brasil”
“Qualquer um pode ser médico de posto
porque só atende doença simples e comum”
“Ninguém pode saber tudo”
“Invenção brasileira”
3. APS X MFC
APS = atenção primária à saúde
“Lugar”
MFC = Medicina de Família e Comunidade
“Especialidade”
PSF = Programa Saúde da Família
“Estratégia de estado”
4. Definição de APS:
“Atenção de primeiro contato. Continua,
global e coordenada que se proporciona
à população sem distinção de gênero, ou
enfermidade, ou sistema orgânico”
(Bárbara Starfield)
5. Princípios da APS
Primeiro nível do sistema: complexo mas
com baixa densidade tecnológica (não se usa
mais baixa complexidade)
Problemas frequentes (não simples)
Problemas não diferenciados/ incertos
6. Ecology of Health System:
2001:
2001
Prevalência mensal de problemas de saúde na comunidade e os papéis de várias fontes de atendimento de saúde (Green etal, 2001). N Engl J
Med, Vol. 344, No. 26 · June 28, 2001 · www.nejm.org
7. Ecology of Health System:
1961:
1961
Monthly Prevalence Estimates of Illness in the Community and the Roles of Physicians, Hospitals, and University
Medical Centers in the Provision of Medical Care. Data are for persons 16 years of age and older. Reprinted from the
1961 report by White et al.1
8. MFC no Brasil
Brasil:
1976-1981: Medicina Comunitária, Medicina Social,
Medicina Integral - primeiras experiências
1978: Seminário da Abem: Médico de Família ou
Clinico Geral
1981: CNRM aceita a Medicina Geral e Comunitária
1986: CFM aceita a Medicina Geral e Comunitária
1994: PSF
2001: SBMGC muda o nome para Medicina de
Família e Comunidade (MFC) – unificação das
especialidades pela AMB e CFM
2003: AMB aceita a especialidade MFC
9. Surgimento da Medicina no Mundo
Século XVIII:
Os médicos eram pequeno grupo de elite
Não faziam cirurgias. Os cirurgiões eram artesãos.
Na grã-bretanha boticários e cirurgiões cresceram em
importância.
Início do Século XIX (1815)
ApothecariesAct reconheceu o direito dos boticários
darem aconselhamento médico.
LCA (LicenciateoftheSociety os Apothecaries)
MRCS (Membersof Royal College os Surgeons
Surge a moderna profissão médica.
10. Era do Clínico Geral x Era da
Especialização
A Era do Clínico Geral:
Seculo XIX
1892 surge a pediatria
1889: Marco do desenvolvimento da Educação Médica
pela fundação John Hopkins
A Era da Especialização (focal)
1910: Relatório de Flexner
1930: Flexner usou o Jonh Hopkins e escolas médicas
alemãs como modelos.
Ciências de laboratório e tecnologia da medicina
Diminui o número de clínicos gerais.
11. Surgimento da MFC no Mundo
(Canadá, Reino Unido, Holanda, Austrália dentre outros)
Problemas da especialização:
Fragmentação da profissão médica
Deterioração da relação entre pessoa e médico
Aumento de processos por erro médico
Baixa resolutividade no âmbito populacional
Novas necessidades
De um novo tipo de médico generalista
Não mais definido pela falta de treinamento e
qualificação, mas com um conjunto de habilidades
1966, Millis (EUA): TheGraduateEducationofPhysicians
1996, willard: Meeting theChallengeofFamilyPratice
12. O Que é o Médico de Família e
Comunidade?
Não é especialista em partes do corpo (cardiologia,
nefrologista)
Nem em grupo de doenças (infectologista, hematologista)
Nem em determinadas técnicas (radiologia, análises clínicas)
Nem é especialista em faixas etárias (pediatria, geriatria)
O MFC é especialista em pessoas! No seu contexto familiar,
social, cultural e ambiental! Na comunidade onde vivem! O
médico de família é, então, um médico especializado nos
cuidados de saúde das pessoas, que pertencem a uma
família e vivem numa determinada comunidade.
McWhiney IR. Freeman T. Manual de Medicina de Família e Comunidade. Artmed. 2010
13. Medicina de Família e Comunidade:
MFC ≠ (Clínico + GO + Pediatra + Sanitarista)
“Family Medicine Programme (Australia): The RACGP's Family Medicine
Programme, set up in 1974, recognised that general practice was more than an
amalgam of bits of internal medicine, paediatrics, obstetrics and surgery, and
that it required a rigorous vocational training to fit the undifferentiated medical
graduate for independent practice. “
14. A MFC e a APS
A medicina de família e comunidade – MFC – é uma
especialidade médica com foco privilegiado na APS e,
por isso, é considerada especialidade estratégica na
conformação dos sistemas de saúde. Cabe à MFC,
partindo de um primeiro contato,cuidar de forma
longitudinal, integral e coordenada, da saúde de uma
pessoa, considerando seu contexto familiar e
comunitário. Portanto, a medicina de família e
comunidade é um componente primordial da atenção
primária à saúde , cabendo a ela a coordenação da
atenção prestada em outros níveis.
15. Competências da Especialidade
Solução de problemas não diferenciados;
Competências preventivas;
Competências terapêuticas;
Competências de gestão de recursos
Mc.Whinney,I.R. “An Introduction to Family Medicine” Oxford University Press,United
Kingdon,2009
16. Medicina de Família e Comunidade:
ferramentas
Abordagem Centrada na Pessoa
Genograma
Ecomapa
Georreferenciamento
Identificação de risco e vulnerabilidade
Genograma
Formação de grupos de educação popular
Ações educativas e de rastreamento
Vínculo
Clínica ampliada
Cogestão
Equipes de referência e apoio matricial
Acolhimento
Projeto terapêutico singular
17. Princípios da Medicina de Família e
Comunidade
MFC são comprometidos com a pessoa, e não
com um conjunto de conhecimentos, grupo de
doenças ou técnica especial;
MFC procuram entender o contexto da
experiência com a doença;
O MFC vê cada contato com as pessoas como
uma oportunidade de prevenção de doenças
ou promoção da saúde;
O MFC vê as pessoas que atende, não apenas
como pessoa isoladamente, mas como uma
“população de risco.”
McWhiney IR. Freeman T. Manual de Medicina de Família e Comunidade. Artmed. 2010
18. Princípios da Medicina de Família e
Comunidade
O MFC considera-se parte de uma rede
comunitária de agências de apoio e de atenção
à saúde;
O MFC visita as pessoas em suas casas;
O MFC dá importância aos aspectos subjetivos
da medicina. Sendo inclusive autorreflexiva;
O MFC é um gerenciador de recursos. Sendo
capazes de controlar hospitalizações, pedidos
de exames, prescrição de tratamentos, ealém
de fazer encaminhamentos a especialistas.
Enfim, administra os recursos de forma a
beneficiar as pessoas e comunidade como um
todo.
19. “O MFC do Rei da Espanha sabe
menos cardiologia do que um
cardiologista, mas é o que mais sabe
sobre o Rei!” (citação dos MFC
espanhóis)
“ O MFC deve proteger os pacientes
dos especialistas inadequados e os
especialistas dos pacientes
inadequados” (J. Fry)
Frases
Sobre a MFC
“Não importa saber apenas que
doença a pessoa tem, mas que
pessoa tem essa doença” (Osler)
20. A SBMFC éfiliadaàsprincipaissociedades e organizações
da especialidade em nívelmundial:
(a) ConfederaçãoIbero-Americana de Medicina Familiar
(CIMF); (b) Organização Mundial dos MédicosGerais, de
Família e Comunidade (WONCA); (c) AssociaçãoSaúde
em Português (sede em Portugal) ; (d) “Action in
International Medicine”, com sedenaInglaterra.
APEMFC
Associação Pernambucana de Medicina de Família e
Comunidade
Filiada à SBMFC
21. La Costa del Mar de La Incertidumbre
El buen medico general/de familia navega alegre y confiado por el Mar de la incertidumbre, y cuando cree que
son necesarias las dotes diagnosticas y terapeuticas de los especilistas, se dirige al Puerto adecuado, para
desembarcar al paciente em la Tierra de los Síntomas. Hay un Puerto adecuado, por cada especialidad (Puerto
de Oftalmologia, Puerto de Pediatria, etc.), donde esperan hábiles cíclopes con una lente por ojo único.
El cíclope es muy competente em su campo y examina detenidamente al paciente en busca de un diagnostico al
que aplicar sus conocimientos. Si el médico general se equivoca de Puerto, el paciente corre peligro,[...], manda
el paciente de Puerto en Puerto, en lugar de derivarlo a su mécico general.[...]
También es muy peligroso, y requiere hacerlo com experiencia y ciencia, desembarcar pasajeros em el Puerto e
Urgencias, particularmente ajetreado, donde se considera todo diagnóstico como posible e importante, y
encuentra lugar todo incoveniente de la intervención médica.*…+
Los cíclopes están obsesionados por pasar a los pacientes de la tierra de los Síntomas al Reino de los
Diagnósticos, y allí al Imperio de los trtamientos, y por evitar el Mar de la Incertidumbre que los separa.en todo
ello, el paciente pude mejorar, pero cuando se compara con la actividad de os médicos generales, éstos resulten
los mismos casos com menos actividades diagnósticas y menos diagnósticos.(Aventurasydesventuras de los
navegantessolitarios en el Mar de la IncertidumbreJ.GérvasyM.PérezFernández )
Obrigada!
Verônica G. F. Cisneiros
APEMFC – Associação Pernambucana de Medicina de Família e Comunidade
GEMFC – Grupo de Estudos em Medicina de Família e Comunidade
Veronica.cisneiros@gmail.com