Este documento discute o tratamento de enfermagem para pacientes queimados. Ele descreve a fisiopatologia das queimaduras, classificação de acordo com a profundidade e extensão, diagnósticos comuns e intervenções como curativos, enxertos e oxigenoterapia hiperbárica. A assistência de enfermagem inclui reanimação de emergência, reposição de fluidos, cuidados com feridas e prevenção de infecções.
2. Queimadura
Definido como uma lesão dos tecidos
orgânicos em decorrência de um trauma
de origem térmica. Podendo variar de
uma simples flictena na pele, até grave
agressão, capaz de desencadear um
grande número de respostas sistêmicas
proporcionais
à
extensão
e
a
profundidade dessas lesões (GOMES,
2006).
3. Fisiopatologia
Entendendo o complexo mecanismo de
lesão da queimadura.
Agressão do tecido
Pele
Exposição do
Colágeno
Vaso
Liberação de Substâncias
Vasoativas
6. Fisiopatologia
Perda da Barreira Mecânica
Alterações no Sist. Imune
Diminuição da ação Fagocítica
Aumento do número de cel. Ts
Invasão de Bactérias
Sepse – Choque Séptico
3° RISCO
7. Classificação
1.
QUANTO AO AGENTE CAUSADOR
● Queimaduras Térmicas
● Queimaduras Químicas
● Queimaduras Elétricas
● Queimaduras por Radiação
● Queimaduras por Atrito
8. 2. QUANTO A PROFUNDIDADE
● 1° GRAU ou de espessura parcial
superficial.
1º GRAU
1º GRAU
18. 3. QUANTO A EXTENSÃO
ASCT – Área da Superfície da Corporal Total
4. QUANTO A GRAVIDADE
● Queimado leve: queimaduras de 2° grau menor
que 15% da SCT e 3° grau menor que 3% da
SCT.
●Queimado moderado: queimaduras de 2º grau
maior que 15% e menor que 25% da SCT e 3º
grau maior que 3% e menor que 10% da SCT.
● Queimado Grave: queimaduras de 2º grau maior
que 25% da SCT ou de 3º grau maior que 10%
21. CÁLCULO DA SCQ
MÉTODO DA PALMA
O tamanho da mão do paciente equivale a
1% da SCQ
22. GRAVIDADE DA LESÃO
Doenças de base
Agente causal
Traumas associados a lesão
Idade
Lesão das Vias aéreas e face
Profundidade da lesão e queimadura de
genitália
Extensão da SCQ
23. RESPOSTAS LOCAIS E SISTÊMICAS A
QUEIMADURA
Alterações Hemodinâmicas
- Diminuição do DC na 1ª fase , hipovolemia e
aumento da FC
Alterações Pulmonares
-
IRA devido hipovolemia na 1ª fase
Aumento da FR na 2B fase
Alcalose devido temperatura
24. Alterações Hematológicas
- Na 1ª fase aumento do Hto
-Na 2ª fase diminuição do Hto
-Distúrbios de coagulação
-
Alterações Gastrintestinais
Íleo Paralítico
Úlcera de Curling
Necrose Instestinal
Pancreatite
25. Alterações Neurológicas
- Confusão mental com agitação
- Alterações motoras e sensoriais qdo for causada pelo
choque elétrico
Alterações Imunes
-
Diminuição dos linfócitos T 48h após o trauma
Alterações Metabólicas
- Aumento do consumo de O2
- Aumento do DC e FR
- Aumento da temperatura corporal
- Diminuição da massa corporal
26. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
EM VÍTIMAS DE QUEIMADURAS
Constitui-se em duas fases:
1-FASE DE EMERGÊNCIA OU
REANIMAÇÃO
Das 1ªs 24 hs até 48h após o trauma
2- FASE AGUDA OU INTERMEDIÁRIA
A partir das 48h a 72 h do trauma
27. FASE DE EMERGÊNCIA OU
REANIMAÇÃO
-
AMBIENTE EXTRA HOSPITALAR
Realizar ATLS
Afastar a vítima do agente da queimadura;
Encharcá-la com água e extrair as roupas queimadas não aderentes;
Se se tratar de uma queimadura química, retirar cuidadosamente as
roupas e despejar grandes quantidades de água sobre a ferida;
Se tratar-se de uma queimadura elétrica interromper o contato com um
objeto seco não condutor da vítima (ex.: uma corda);
Estabelecer a permeabilidade das vias aéreas e avaliar as lesões
provocadas por inalação. Administrar oxigênio se possível;
28. Retirar jóias ou roupas apertadas
Verificar lesões de córnea;
Resfriar agentes aderentes (ex. piche) com água corrente, mas não tentar a
remoção imediata;
Em casos de queimaduras por agentes químicos, irrigar abundantemente
com água corrente de baixo fluxo (após retirar o excesso do agente químico
em pó, se for o caso), por pelo menos 20 a 30 minutos. Após a limpeza das
lesões, os curativos deverão ser confeccionados
Cobrir a vítima com uma cobertura seca e quente, para evitar a perda de
calor;
Cobrir a queimadura com uma cobertura úmida esterilizada ou limpa
Verificar queimaduras de vias aéreas superiores, principalmente em
pacientes com queimaduras de face.
Transportar a vítima para o centro hospitalar mais próximo.
29. - AMBIENTE HOSPITALAR
Controle dos sinais vitais;
Elevação das extremidades queimadas a fim de reduzir o edema;
Inserção de cateteres venosos de grosso calibre;
Sondagem vesical;
Monitoração do balanço hídrico com anotação do débito urinário a cada hora;
Avaliação da densidade urinária específica, pH e níveis de glicose, acetona,
proteína e hemoglobina;
Pressão venosa central;
Avaliação da temperatura corporal, peso corporal, peso pré-queimadura e a
história de alergias, imunização contra o tétano, problemas clínicos e cirúrgicos
pregressos, doenças atuais e uso de medicamentos;
30. - AMBIENTE HOSPITALAR
Realização do exame físico completo;
Sondagem nasogástrica;
Higiene dos pacientes queimados;
Elaboração do histórico completo do paciente, descrevendo o mecanismo
da queimadura, como ocorreu, horário, etc;
Avaliação da compreensão do paciente/família com relação à lesão e o
tratamento
31. REPOSIÇÃO HÍDRICA
REGRA DE PARKLAND
4 ml de Ringer
Lactato ou Soro
Fisiológico
KG
% Área
queimada
A solução deverá ser administrada nas
primeiras 24 horas
½ nas 8 hs após trauma
32. FASE AGUDA OU INTERMEDIÁRIA
Verificar pulso ( < 120 bpm)
Pressão Arterial ( da faixa normal a elevada)
Capnografia
Diurese horária ( 30 – 70 ml/h)
Temperatura corporal
Oximetria
PVC
34. TRATAMENTO DA LESÃO DO
PACIENTE QUEIMADO
•
•
•
•
•
•
•
•
Broncoscopia
Desbridamento cirúrgico
Enxerto
Curativos sintéticos
Curativos com agentes tópicos
Balneoterapia
Escarotomia descompressiva
Oxigenoterapia hiperbárica
35. CURATIVOS TÓPICOS
SULFADIAZINA DE PRATA
• Creme hidrossolúvel, bactericida, branco,
contendo o agente antimicrobiana em forma
micronizada.
•Substância de baixa solubilidade. Processo que
permite a exposição da célula bacteriana a maiores
contatos com a superfície corporal untada de
creme.
•Seu mecanismo de ação atua através da
membrana celular bacteriana.
36. CLOREXIDRINA
Utilizada na degermação diária.
Potente expectro de ação.
Baixa toxicidade.
PVPI DEGERMANTE
Sua ação está na dependência da liberação do
iodo.
Possui propriedades viricidas, bactericidas e
fungicidas.
Esta liberação só ocorre após 5 minutos de
contato com o tecido.
Alta toxicidade