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                              Legenda
                           1. Norland Park
                            2. Arquipélago
                               Middleton
                          3. Ilha Pestilenta
                      4. Ilha do Vento Morto
6
                           5.Ilha Allenham
                     6.Estação Submarina Beta
                          7. Antiga Estação
                               Submarina
                              8. Cleveland
                           9. Combe Magna



           8
                 nshire
             devo                           1
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razão              e
  sensibilidade e
Monstros Marinhos




           JANE AUSTEN E
          BEN H. WINTERS

  Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges
Copyright © 2009 Quirk Productions, Inc.
Todos os direitos reservados.
Publicado originalmente em inglês por Quirk Books, Filadélfia,
Pensilvânia, EUA.
Este livro foi negociado mediante acordo com Ute Körner Literary Agent,
S.L., Barcelona.
www.uklitag.com


título original
Sense and Sensibility and Sea Monsters
capa
Doogie Horner
ilustração da capa
Lars Leetaru
pesquisa de imagem de capa
Cortesia de Bridgeman Art Library International Ltd.
ilustrações
Eugene Smith
preparação
Anna Távora
revisão
Taís Monteiro
Clarissa Peixoto
diagramação
ô de casa



cip-brasil. catalogação-na-fonte
sindicato nacional dos editores de livros, rj

W746r
Winters, Ben H.
   Razão e sensibilidade e monstros marinhos / Ben H. Winters,
Jane Austen ; tradução de Maria Luiza Borges. - Rio de Janeiro :
Intrínseca, 2011.
      il.

   Tradução de: Sense and sensibility and sea monsters
   ISBN 978-85-8057-044-1

  1. Romance inglês. I. Austen, Jane, 1775-1817. II. Borges, Maria
Luiza. III. Título.

11-0622.                                      CDD: 823
                                              CDU: 821.111-3



[2011]
Todos os direitos desta edição reservados à
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22451-041 – Gávea
Rio de Janeiro – RJ
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Este livro é dedicado a meus pais —
amantes da boa literatura e da bobeira de qualidade.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Sob os olhos perplexos e chorosos dos parentes, o moribundo agar-
rou um pedaço de madeira com a mão que lhe restava e garatujou
uma mensagem na praia lamacenta.                                      página 12

Apossando-se de um remo sobressalente entre os apetrechos da em-
barcação, a Sra. Dashwood o quebrou em dois sobre o joelho e mer-
gulhou um pedaço pontiagudo no olho fundo e lampejante do animal.     página 30

O coronel Brandon, o amigo de Sir John, sofria de uma terrível
enfermidade, que as irmãs nunca tinham visto, embora já tivessem
ouvido falar de coisa parecida.                                       página 38

Enquanto o grupo olhava, aturdido de horror, a Srta. Bellwether
foi envolvida pela tremulante forma de manta do animal e consumida.   página 60

Edward tentou se atracar com a cauda do enorme peixe, mas ela
escorregou de suas mãos no momento em que o animal escancarava
a goela úmida em torno da cabeça da Sra. Dashwood.                    página 100

Aquele pavoroso animal de duas cabeças viera medrando naquele
tempo úmido, avolumando-se cada vez mais, aguardando a opor-
tunidade de dar o bote.                                               página 120

A própria Cúpula, o maior triunfo da engenharia da história hu-
mana desde os aquedutos romanos, fora construída ao longo de uma
década e meia.                                                        página 140

Aos berros, os convidados iniciaram uma debandada rumo à saída,
tentando passar uns na frente dos outros aos socos e empurrões para
sair do caminho das lagostas mortíferas.                              página 160

Marianne passeava com Willoughby pela praia, Monsieur Pierre
saltitando alegremente a seu lado.                                    página 188
7
Naquele momento, sua única preocupação era o horror pungente,
semelhante a um caranguejo, que se enfiara em seu capacete e lhe
cravara no pescoço uma de suas temíveis quelíceras.                página 219

A Cúpula desabou rapidamente, com lâminas de vidro caindo e se
espatifando no chão, seguidas por ondas de água que afluíam de
todas as direções.                                                 página 239

O herói foi o coronel Brandon.                                     página 279

O Leviatã olhou para um lado e para o outro, os olhos imensos
revirando enfurecidos.                                             página 304

A cerimônia foi celebrada numa praia da ilha do Vento Morto no
início do outono.                                                  página 314




8
CA P Í T U LO 1

A        FAMÍLIA DASHWOOD estava estabelecida em Sussex desde
         antes da Alteração, quando as águas do mundo se tornaram frias
e abomináveis para os filhos do homem, e as trevas se moveram sobre a
superfície dos oceanos.
      A propriedade dos Dashwood era vasta, e a residência se erguia em
Norland Park, exatamente em seu centro, a várias centenas de metros da
linha da costa e rodeada por tochas.
      O dono anterior dessas terras era um homem solteiro, que vivera até
idade muito avançada e que por muitos anos de sua vida teve na irmã uma
fiel companheira e governanta. A morte dela veio de surpresa, dez anos
antes da sua; ela batia roupa numa pedra que revelou ser o exosqueleto
camuflado de um imenso crustáceo, um caranguejo-ermitão estriado do
tamanho de um pastor-alemão. O animal enfurecido afixou-se ao rosto
da mulher com um efeito previsivelmente lamentável. Enquanto ela em
vão rolava na lama e na areia, o caranguejo a feria mais e mais, sufocando-
-lhe a boca e as vias nasais com sua estrutura cutâneo-mucosa. Sua morte
ocasionou grande alteração no lar do idoso Sr. Dashwood. Para compensar
essa perda, o velho homem convidou e recebeu em sua casa a família do
sobrinho, o Sr. Henry Dashwood, herdeiro legal da propriedade de Norland
e a pessoa a quem pretendia deixá-la.
      Henry tinha um filho de um casamento anterior, John, e três fi-
lhas da atual esposa. O filho, um jovem equilibrado e respeitável, fora
amplamente aquinhoado pela fortuna da mãe. A herança da propriedade
de Norland, portanto, não era tão importante para ele quanto para suas
meias-irmãs; como a mãe delas nada tinha, sua fortuna dependia de
que seu pai herdasse a propriedade do velho cavaleiro que um dia lhes
seria transferida.

9
O velho cavalheiro morreu; o testamento foi lido e, como quase todo
testamento, causou quase tanta decepção quanto prazer. Ele não foi nem tão
injusto nem tão ingrato a ponto de não deixar a propriedade para o sobrinho
— mas Henry Dashwood a desejara mais no interesse da esposa e das filhas
que para si mesmo ou para o filho —, e para John, somente ele, ela foi des-
tinada! As três meninas foram beneficiadas com apenas mil libras cada uma.
       A princípio a decepção de Henry Dashwood foi intensa; mas ele era
um homem de índole alegre e confiante, e voltou seus pensamentos para um
sonho longamente acalentado de nobre aventura. A fonte da Alteração era
desconhecida e incognoscível, mas o Sr. Dashwood sustentava uma excên-
trica teoria: de que seria possível descobrir, em algum rincão remoto do glo-
bo, as cabeceiras de uma torrente pestilenta cujos fluxos virulentos alimen-
tavam cada mar, cada lago e estuário, envenenando o próprio manancial do
mundo. Fora essa torrente insalubre (segundo a hipótese do Sr. Dashwood)
que afetara a Alteração; que voltara as criaturas do oceano contra as pessoas
da terra; que transformara até o menor dos peixinhos e o mais dócil dos
golfinhos em predadores agressivos, sedentos de sangue, insensíveis e odien-
tos para com a nossa raça bípede; que havia gerado novas raças execradoras
dos homens, seres marinhos de formas cambiantes, sirenas e bruxas do mar,
sereias e tritões; que reduziram os oceanos do mundo a grandes caldeirões
borbulhantes de morte. O Sr. Dashwood estava decidido a ingressar nas filei-
ras daquelas bravas almas que haviam combatido e navegado além das águas
costeiras da Inglaterra à procura dessas cabeceiras e dessa fonte pavorosa, para
descobrir um método de obstruir esse fluxo fétido.
       Ai! A quatrocentos metros da costa de Sussex, o Sr. Dashwood foi
comido por um tubarão-martelo. Isso ficou claro pelo formato característico
da mordida e pela gravidade dos ferimentos quando ele foi carregado pelas
ondas até a areia. O cruel animal lhe arrancara a mão direita na altura do
punho, consumira-lhe a maior parte da perna esquerda e a direita em sua to-
talidade, além de lhe arrancar do torso um pedaço irregular, em forma de V     .
       O filho, a atual esposa e as três filhas do Sr. Dashwood contemplaram
em assombrada desolação os restos do seu corpo; arroxeado e machucado
pelos rochedos, jazia sobre a areia, sangrando copiosamente por numerosos
cortes — mas, inexplicavelmente, ainda vivo. Sob os olhos perplexos e cho-
rosos dos parentes, o moribundo agarrou um pedaço de madeira com a mão

10
que lhe restava e garatujou uma mensagem na praia lamacenta; com enor-
me esforço, fez um aceno de cabeça, instruindo o filho, John, a se agachar
para lê-la. Nessa trágica epístola final, o Sr. Dashwood confiava ao rapaz,
com todo o vigor e toda a urgência que seus ferimentos podiam inspirar,
o bem-estar financeiro de sua viúva e de suas filhas, tão deploravelmente
tratadas no testamento do velho cavalheiro. O Sr. John Dashwood não tinha
a mesma viva sensibilidade do restante da família; mas foi afetado por uma
recomendação de tal natureza, em um momento como aquele, que prome-
teu fazer tudo o que estivesse em seu poder para proporcionar uma situação
confortável à madrasta e às meias-irmãs. E então a maré subiu e levou as
palavras escritas na areia, assim como o último alento de Henry Dashwood.
      O Sr. John Dashwood teve então tempo para considerar quanto, sem
abandonar a prudência, estaria ao seu alcance fazer pelas meias-irmãs. Ele
não era um homem mau, a menos que ser um tanto frio e um tanto egoísta
seja ser mau: mas, em geral, era respeitado. Se tivesse se casado com uma
mulher mais amável, poderia ter se tornado ainda mais respeitável. Mas
a Sra. John Dashwood era uma enfática caricatura dele mesmo — mais
tacanha e egoísta.
      Ao fazer sua promessa ao pai, ele pensou consigo mesmo que aumen-
taria a fortuna das meias-irmãs dando mil libras de presente a cada uma. A
perspectiva de sua própria herança animou-lhe o coração e o fez sentir-se
capaz de generosidade. Sim! Ele daria a elas três mil libras: seria um gesto li-
beral e generoso! Seria o suficiente para deixá-las completamente tranquilas
e ofereceria a cada uma a perspectiva de um lar numa altitude apropriada.
      Assim que os restos de Henry Dashwood foram arrumados de forma
a parecer algo humano, e enterrados, e que o funeral foi concluído, a Sra.
John Dashwood chegou a Norland Park sem aviso, com o filho e os criados.
Ninguém podia contestar seu direito de vir; a casa, com sua esmerada grade
de ferro batido e seu séquito de arpoadores com olhos de águia, era de seu
marido desde o instante em que o pai dele falecera. Mas a indelicadeza dessa
conduta, para uma mulher recém-enviuvada como a Sra. Dashwood, era
extremamente desagradável. A Sra. John Dashwood nunca fora muito que-
rida por nenhum membro da família do marido; mas nunca antes ela havia
tido a oportunidade de lhes mostrar com quão pouco cuidado em relação ao
bem-estar dos outros era capaz de agir quando a ocasião exigia.

11
SOB OS OLHOS PERPLEXOS E CHOROSOS DOS PARENTES, O MORIBUNDO AGARROU UM
PEDAÇO DE MADEIRA COM A MÃO QUE LHE RESTAVA E GARATUJOU UMA MENSAGEM NA
PRAIA LAMACENTA.
— É patente que suas parentes têm uma lamentável propensão para
atrair as indesejáveis atenções da Detestável Mãe Oceano — segredou ela
ao marido pouco depois de chegar. — Caso Ela pretenda apossar-se delas,
que o faça longe de onde meu filho estiver brincando.
       A recém-enviuvada Sra. Dashwood sentiu tão agudamente esse compor-
tamento descortês que, à chegada da nora, teria deixado a casa para sempre —
se as súplicas da filha mais velha não a tivessem persuadido, primeiro, a refletir
sobre a adequação de partir e, depois, sobre a sandice de fazê-lo antes que um
navio armado pudesse ser montado para escoltá-las e protegê-las na viagem.
       Elinor, essa filha mais velha, possuía uma capacidade de discernimen-
to que a qualificava, embora tivesse apenas 19 anos, para ser a conselheira
da mãe. Tinha um excelente coração, costas largas e vigorosas panturri-
lhas — e era admirada pelas irmãs e por todos que a conheciam por ser
uma magistral entalhadora de madeira de naufrágio lançada à praia. Elinor
era estudiosa, tendo intuído desde cedo que a sobrevivência dependia do
entendimento; passava noites em claro debruçada sobre vastos volumes,
memorizando as espécies e os gêneros de cada peixe e mamífero marinho,
decorando suas velocidades e seus pontos fracos, bem como quais possuíam
exosqueletos espinhosos, quais possuíam caninos e quais possuíam presas.
       Os sentimentos de Elinor eram fortes, mas ela sabia como administrá-
-los. Esse era um conhecimento que sua mãe ainda estava por adquirir e
que uma de suas irmãs decidira jamais assimilar. As habilidades de Marianne
eram, sob muitos aspectos, equiparáveis às da irmã. Era uma nadadora qua-
se igualmente vigorosa, dona de notável capacidade pulmonar; era sensata
e inteligente, mas ansiosa em todos os assuntos. Suas dores, suas alegrias
não conheciam nenhuma moderação. Era generosa, amável, interessante;
era tudo, menos prudente. Falava suspirando das cruéis criaturas da água,
até mesmo daquela que tão recentemente investira contra seu pai, empres-
tando-lhes nomes arrebicados como “Nossos Pérfidos Atormentadores” ou
“Os Insondáveis” e refletindo sobre seus terríveis e impenetráveis segredos.
                   ,
       Margaret, a irmã caçula, era uma menina bem-humorada e bondosa,
mas com uma propensão — mais condizente com sua tenra idade do que
com a delicada natureza de sua situação numa região litorânea — a sair
para dançar sob temporais e chapinhar na água suja. Vezes sem conta Elinor
tentava demovê-la desses entusiasmos pueris.

13
— Na água reside o perigo, Margaret — dizia, sacudindo gravemente
a cabeça e olhando a irmã traquinas nos olhos. — Na água, só há perdição.




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Razão e Sensibilidade e os Monstros Marinhos

  • 1. Razão e Sensibilidade e Monstros Marinhos
  • 2. 7 Legenda 1. Norland Park 2. Arquipélago Middleton 3. Ilha Pestilenta 4. Ilha do Vento Morto 6 5.Ilha Allenham 6.Estação Submarina Beta 7. Antiga Estação Submarina 8. Cleveland 9. Combe Magna 8 nshire devo 1 de sta 9 co 2 5 2 3 4
  • 3. razão e sensibilidade e Monstros Marinhos JANE AUSTEN E BEN H. WINTERS Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges
  • 4. Copyright © 2009 Quirk Productions, Inc. Todos os direitos reservados. Publicado originalmente em inglês por Quirk Books, Filadélfia, Pensilvânia, EUA. Este livro foi negociado mediante acordo com Ute Körner Literary Agent, S.L., Barcelona. www.uklitag.com título original Sense and Sensibility and Sea Monsters capa Doogie Horner ilustração da capa Lars Leetaru pesquisa de imagem de capa Cortesia de Bridgeman Art Library International Ltd. ilustrações Eugene Smith preparação Anna Távora revisão Taís Monteiro Clarissa Peixoto diagramação ô de casa cip-brasil. catalogação-na-fonte sindicato nacional dos editores de livros, rj W746r Winters, Ben H. Razão e sensibilidade e monstros marinhos / Ben H. Winters, Jane Austen ; tradução de Maria Luiza Borges. - Rio de Janeiro : Intrínseca, 2011. il. Tradução de: Sense and sensibility and sea monsters ISBN 978-85-8057-044-1 1. Romance inglês. I. Austen, Jane, 1775-1817. II. Borges, Maria Luiza. III. Título. 11-0622. CDD: 823 CDU: 821.111-3 [2011] Todos os direitos desta edição reservados à Editora Intrínseca Ltda. Rua Marquês de São Vicente, 99/301 22451-041 – Gávea Rio de Janeiro – RJ Tel./Fax: (21) 3206-7400 www.intrinseca.com.br
  • 5. Este livro é dedicado a meus pais — amantes da boa literatura e da bobeira de qualidade.
  • 6.
  • 7. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Sob os olhos perplexos e chorosos dos parentes, o moribundo agar- rou um pedaço de madeira com a mão que lhe restava e garatujou uma mensagem na praia lamacenta. página 12 Apossando-se de um remo sobressalente entre os apetrechos da em- barcação, a Sra. Dashwood o quebrou em dois sobre o joelho e mer- gulhou um pedaço pontiagudo no olho fundo e lampejante do animal. página 30 O coronel Brandon, o amigo de Sir John, sofria de uma terrível enfermidade, que as irmãs nunca tinham visto, embora já tivessem ouvido falar de coisa parecida. página 38 Enquanto o grupo olhava, aturdido de horror, a Srta. Bellwether foi envolvida pela tremulante forma de manta do animal e consumida. página 60 Edward tentou se atracar com a cauda do enorme peixe, mas ela escorregou de suas mãos no momento em que o animal escancarava a goela úmida em torno da cabeça da Sra. Dashwood. página 100 Aquele pavoroso animal de duas cabeças viera medrando naquele tempo úmido, avolumando-se cada vez mais, aguardando a opor- tunidade de dar o bote. página 120 A própria Cúpula, o maior triunfo da engenharia da história hu- mana desde os aquedutos romanos, fora construída ao longo de uma década e meia. página 140 Aos berros, os convidados iniciaram uma debandada rumo à saída, tentando passar uns na frente dos outros aos socos e empurrões para sair do caminho das lagostas mortíferas. página 160 Marianne passeava com Willoughby pela praia, Monsieur Pierre saltitando alegremente a seu lado. página 188 7
  • 8. Naquele momento, sua única preocupação era o horror pungente, semelhante a um caranguejo, que se enfiara em seu capacete e lhe cravara no pescoço uma de suas temíveis quelíceras. página 219 A Cúpula desabou rapidamente, com lâminas de vidro caindo e se espatifando no chão, seguidas por ondas de água que afluíam de todas as direções. página 239 O herói foi o coronel Brandon. página 279 O Leviatã olhou para um lado e para o outro, os olhos imensos revirando enfurecidos. página 304 A cerimônia foi celebrada numa praia da ilha do Vento Morto no início do outono. página 314 8
  • 9. CA P Í T U LO 1 A FAMÍLIA DASHWOOD estava estabelecida em Sussex desde antes da Alteração, quando as águas do mundo se tornaram frias e abomináveis para os filhos do homem, e as trevas se moveram sobre a superfície dos oceanos. A propriedade dos Dashwood era vasta, e a residência se erguia em Norland Park, exatamente em seu centro, a várias centenas de metros da linha da costa e rodeada por tochas. O dono anterior dessas terras era um homem solteiro, que vivera até idade muito avançada e que por muitos anos de sua vida teve na irmã uma fiel companheira e governanta. A morte dela veio de surpresa, dez anos antes da sua; ela batia roupa numa pedra que revelou ser o exosqueleto camuflado de um imenso crustáceo, um caranguejo-ermitão estriado do tamanho de um pastor-alemão. O animal enfurecido afixou-se ao rosto da mulher com um efeito previsivelmente lamentável. Enquanto ela em vão rolava na lama e na areia, o caranguejo a feria mais e mais, sufocando- -lhe a boca e as vias nasais com sua estrutura cutâneo-mucosa. Sua morte ocasionou grande alteração no lar do idoso Sr. Dashwood. Para compensar essa perda, o velho homem convidou e recebeu em sua casa a família do sobrinho, o Sr. Henry Dashwood, herdeiro legal da propriedade de Norland e a pessoa a quem pretendia deixá-la. Henry tinha um filho de um casamento anterior, John, e três fi- lhas da atual esposa. O filho, um jovem equilibrado e respeitável, fora amplamente aquinhoado pela fortuna da mãe. A herança da propriedade de Norland, portanto, não era tão importante para ele quanto para suas meias-irmãs; como a mãe delas nada tinha, sua fortuna dependia de que seu pai herdasse a propriedade do velho cavaleiro que um dia lhes seria transferida. 9
  • 10. O velho cavalheiro morreu; o testamento foi lido e, como quase todo testamento, causou quase tanta decepção quanto prazer. Ele não foi nem tão injusto nem tão ingrato a ponto de não deixar a propriedade para o sobrinho — mas Henry Dashwood a desejara mais no interesse da esposa e das filhas que para si mesmo ou para o filho —, e para John, somente ele, ela foi des- tinada! As três meninas foram beneficiadas com apenas mil libras cada uma. A princípio a decepção de Henry Dashwood foi intensa; mas ele era um homem de índole alegre e confiante, e voltou seus pensamentos para um sonho longamente acalentado de nobre aventura. A fonte da Alteração era desconhecida e incognoscível, mas o Sr. Dashwood sustentava uma excên- trica teoria: de que seria possível descobrir, em algum rincão remoto do glo- bo, as cabeceiras de uma torrente pestilenta cujos fluxos virulentos alimen- tavam cada mar, cada lago e estuário, envenenando o próprio manancial do mundo. Fora essa torrente insalubre (segundo a hipótese do Sr. Dashwood) que afetara a Alteração; que voltara as criaturas do oceano contra as pessoas da terra; que transformara até o menor dos peixinhos e o mais dócil dos golfinhos em predadores agressivos, sedentos de sangue, insensíveis e odien- tos para com a nossa raça bípede; que havia gerado novas raças execradoras dos homens, seres marinhos de formas cambiantes, sirenas e bruxas do mar, sereias e tritões; que reduziram os oceanos do mundo a grandes caldeirões borbulhantes de morte. O Sr. Dashwood estava decidido a ingressar nas filei- ras daquelas bravas almas que haviam combatido e navegado além das águas costeiras da Inglaterra à procura dessas cabeceiras e dessa fonte pavorosa, para descobrir um método de obstruir esse fluxo fétido. Ai! A quatrocentos metros da costa de Sussex, o Sr. Dashwood foi comido por um tubarão-martelo. Isso ficou claro pelo formato característico da mordida e pela gravidade dos ferimentos quando ele foi carregado pelas ondas até a areia. O cruel animal lhe arrancara a mão direita na altura do punho, consumira-lhe a maior parte da perna esquerda e a direita em sua to- talidade, além de lhe arrancar do torso um pedaço irregular, em forma de V . O filho, a atual esposa e as três filhas do Sr. Dashwood contemplaram em assombrada desolação os restos do seu corpo; arroxeado e machucado pelos rochedos, jazia sobre a areia, sangrando copiosamente por numerosos cortes — mas, inexplicavelmente, ainda vivo. Sob os olhos perplexos e cho- rosos dos parentes, o moribundo agarrou um pedaço de madeira com a mão 10
  • 11. que lhe restava e garatujou uma mensagem na praia lamacenta; com enor- me esforço, fez um aceno de cabeça, instruindo o filho, John, a se agachar para lê-la. Nessa trágica epístola final, o Sr. Dashwood confiava ao rapaz, com todo o vigor e toda a urgência que seus ferimentos podiam inspirar, o bem-estar financeiro de sua viúva e de suas filhas, tão deploravelmente tratadas no testamento do velho cavalheiro. O Sr. John Dashwood não tinha a mesma viva sensibilidade do restante da família; mas foi afetado por uma recomendação de tal natureza, em um momento como aquele, que prome- teu fazer tudo o que estivesse em seu poder para proporcionar uma situação confortável à madrasta e às meias-irmãs. E então a maré subiu e levou as palavras escritas na areia, assim como o último alento de Henry Dashwood. O Sr. John Dashwood teve então tempo para considerar quanto, sem abandonar a prudência, estaria ao seu alcance fazer pelas meias-irmãs. Ele não era um homem mau, a menos que ser um tanto frio e um tanto egoísta seja ser mau: mas, em geral, era respeitado. Se tivesse se casado com uma mulher mais amável, poderia ter se tornado ainda mais respeitável. Mas a Sra. John Dashwood era uma enfática caricatura dele mesmo — mais tacanha e egoísta. Ao fazer sua promessa ao pai, ele pensou consigo mesmo que aumen- taria a fortuna das meias-irmãs dando mil libras de presente a cada uma. A perspectiva de sua própria herança animou-lhe o coração e o fez sentir-se capaz de generosidade. Sim! Ele daria a elas três mil libras: seria um gesto li- beral e generoso! Seria o suficiente para deixá-las completamente tranquilas e ofereceria a cada uma a perspectiva de um lar numa altitude apropriada. Assim que os restos de Henry Dashwood foram arrumados de forma a parecer algo humano, e enterrados, e que o funeral foi concluído, a Sra. John Dashwood chegou a Norland Park sem aviso, com o filho e os criados. Ninguém podia contestar seu direito de vir; a casa, com sua esmerada grade de ferro batido e seu séquito de arpoadores com olhos de águia, era de seu marido desde o instante em que o pai dele falecera. Mas a indelicadeza dessa conduta, para uma mulher recém-enviuvada como a Sra. Dashwood, era extremamente desagradável. A Sra. John Dashwood nunca fora muito que- rida por nenhum membro da família do marido; mas nunca antes ela havia tido a oportunidade de lhes mostrar com quão pouco cuidado em relação ao bem-estar dos outros era capaz de agir quando a ocasião exigia. 11
  • 12. SOB OS OLHOS PERPLEXOS E CHOROSOS DOS PARENTES, O MORIBUNDO AGARROU UM PEDAÇO DE MADEIRA COM A MÃO QUE LHE RESTAVA E GARATUJOU UMA MENSAGEM NA PRAIA LAMACENTA.
  • 13. — É patente que suas parentes têm uma lamentável propensão para atrair as indesejáveis atenções da Detestável Mãe Oceano — segredou ela ao marido pouco depois de chegar. — Caso Ela pretenda apossar-se delas, que o faça longe de onde meu filho estiver brincando. A recém-enviuvada Sra. Dashwood sentiu tão agudamente esse compor- tamento descortês que, à chegada da nora, teria deixado a casa para sempre — se as súplicas da filha mais velha não a tivessem persuadido, primeiro, a refletir sobre a adequação de partir e, depois, sobre a sandice de fazê-lo antes que um navio armado pudesse ser montado para escoltá-las e protegê-las na viagem. Elinor, essa filha mais velha, possuía uma capacidade de discernimen- to que a qualificava, embora tivesse apenas 19 anos, para ser a conselheira da mãe. Tinha um excelente coração, costas largas e vigorosas panturri- lhas — e era admirada pelas irmãs e por todos que a conheciam por ser uma magistral entalhadora de madeira de naufrágio lançada à praia. Elinor era estudiosa, tendo intuído desde cedo que a sobrevivência dependia do entendimento; passava noites em claro debruçada sobre vastos volumes, memorizando as espécies e os gêneros de cada peixe e mamífero marinho, decorando suas velocidades e seus pontos fracos, bem como quais possuíam exosqueletos espinhosos, quais possuíam caninos e quais possuíam presas. Os sentimentos de Elinor eram fortes, mas ela sabia como administrá- -los. Esse era um conhecimento que sua mãe ainda estava por adquirir e que uma de suas irmãs decidira jamais assimilar. As habilidades de Marianne eram, sob muitos aspectos, equiparáveis às da irmã. Era uma nadadora qua- se igualmente vigorosa, dona de notável capacidade pulmonar; era sensata e inteligente, mas ansiosa em todos os assuntos. Suas dores, suas alegrias não conheciam nenhuma moderação. Era generosa, amável, interessante; era tudo, menos prudente. Falava suspirando das cruéis criaturas da água, até mesmo daquela que tão recentemente investira contra seu pai, empres- tando-lhes nomes arrebicados como “Nossos Pérfidos Atormentadores” ou “Os Insondáveis” e refletindo sobre seus terríveis e impenetráveis segredos. , Margaret, a irmã caçula, era uma menina bem-humorada e bondosa, mas com uma propensão — mais condizente com sua tenra idade do que com a delicada natureza de sua situação numa região litorânea — a sair para dançar sob temporais e chapinhar na água suja. Vezes sem conta Elinor tentava demovê-la desses entusiasmos pueris. 13
  • 14. — Na água reside o perigo, Margaret — dizia, sacudindo gravemente a cabeça e olhando a irmã traquinas nos olhos. — Na água, só há perdição. 14