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Prof. Augusto Magalhães
   Se você dirige um carro manual, pode ter
    algumas dúvidas a respeito do seu
    funcionamento.
   Como o estranho padrão em "H" tem relação com
    as marchas dentro da transmissão? O que está se
    movendo dentro da transmissão quando eu movo
    o câmbio?

   Quando erro a mudança de marcha e ouço aquele
    barulho arranhado, o que realmente está
    arranhando?

   O que aconteceria se, acidentalmente, eu
    engatasse a marcha ré enquanto estou em alta
    velocidade na estrada?
   Os carros necessitam de transmissões devido
    à física do motor a gasolina.
    Primeiramente, todo motor possui
    um limite, um valor de rpm máximo, acima
    do qual não consegue rodar sem explodir.
    Um motor, por exemplo, pode produzir seu
    máximo de cavalo de força a 5.500 rpm.
   A transmissão permite que a relação de
    transmissão entre o motor e as rodas de
    acionamento mude à medida que a
    velocidade do carro aumenta ou diminui.
    Trocam-se as marchas para que o motor
    mantenha-se abaixo do limite e próximo da
    faixa de rpm de sua melhor performance.
   O ideal seria que a transmissão fosse tão
    flexível nas suas relações que o motor
    pudesse rodar a um único valor de rpm de
    melhor performance. Essa é a função
    da transmissão continuamente variável (CVT).
   Uma CVT possui uma gama praticamente
    infinita de relações de transmissão. No
    passado, as CVTs não podiam competir com
    as transmissões de quatro e cinco
    velocidades em termos de custo, tamanho e
    confiabilidade, pois não se viam CVTs em
    veículos de série. Hoje, melhorias no design
    tornaram-nas mais comuns. O Toyota Prius é
    um carro híbrido que utiliza uma CVT.
   A transmissão é conectada ao motor
    pela embreagem. O eixo de entrada da
    transmissão roda na mesma rpm que o
    motor.
   Uma transmissão de cinco velocidades aplica
    uma das cinco relações de transmissão, para
    que o eixo de entrada produza um valor de
    rpm diferente no eixo de saída. Aqui estão
    algumas relações de transmissão:
   Para compreender a idéia básica de uma
    transmissão padrão, o diagrama abaixo
    mostra uma transmissão de duas velocidades
    bem simples em ponto morto:
   O eixo verde vem do motor pela embreagem. O
    eixo e a engrenagem verdes estão conectados
    como uma só unidade. A embreagem é um
    dispositivo que permite conectar e desconectar o
    motor e a transmissão. Quando você pisa no
    pedal da embreagem, o motor e a transmissão
    estão desconectados, de forma que o motor pode
    rodar mesmo que o carro esteja parado. Quando
    você solta o pedal da embreagem, o motor e o
    eixo verde são conectados diretamente um ao
    outro. O eixo e a engrenagem verdes rodam na
    mesma rpm que o motor.
   O eixo e as engrenagens vermelhas são
    chamados de eixo secundário. Eles também
    estão conectados como uma peça única, de
    forma que todas as engrenagens no eixo
    secundário e o próprio eixo giram como uma
    unidade.
   Os eixos verde e vermelho são conectados
    diretamente por suas engrenagens
    entrelaçadas, assim, se o eixo verde estiver
    girando, o vermelho também estará. Dessa
    forma, o eixo secundário recebe sua potência
    diretamente do motor toda vez que a embreagem
    é utilizada.
   O eixo amarelo é um eixo serrado que
    conecta-se diretamente ao eixo motor
    pelo diferencial às rodas de acionamento do
    carro. Se as rodas estiverem girando, o eixo
    amarelo estará girando.
   As engrenagens azuis giram em
    mancais, portanto giram no eixo amarelo. Se
    o motor estiver desligado mas o carro estiver
    em movimento, o eixo amarelo pode virar as
    engrenagens azuis para dentro enquanto elas
    e o eixo secundário estão parados.
   A função do anel é conectar uma das duas
    engrenagens azuis ao eixo motor amarelo. O
    anel é conectado ao eixo amarelo pelas chavetas
    e gira com ele.
   Entretanto, o anel pode deslizar para a esquerda
    ou direita ao longo do eixo amarelo, para engatar
    qualquer uma das engrenagens azuis.
   Os dentes no anel, chamados de dentes
    caninos, encaixam-se em buracos nas laterais
    das engrenagens azuis para engatá-las.
   Primeira marcha
    A figura abaixo mostra como o anel, quando
    engatado à primeira marcha, engata a
    engrenagem azul à direita:
   Nesta figura, o eixo verde do motor gira o
    eixo secundário, que por sua vez gira a
    engrenagem azul da direita. Essa
    engrenagem transmite sua energia pelo anel
    para conduzir o eixo motor amarelo.
    Enquanto isso, a engrenagem azul da
    esquerda está girando, mas está solta no seu
    mancal, não tendo efeito sobre o eixo
    amarelo.
   Quando o anel está entre duas engrenagens
    (como mostrado na primeira figura), a
    transmissão está em ponto morto. As
    engrenagens azuis ficam à esmo no eixo
    amarelo em relações diferentes, controladas
    por suas relações no eixo secundário.
   Dessa explicação, pode-se responder a várias
    perguntas:
   Quando você comete um erro na troca de
    marchas e escuta um som
    arranhado, você não está ouvindo o som do
    dente da engrenagem mal engatada. Como você
    pode ver nestes diagramas, todos os dentes de
    engrenagem estão completamente entrelaçados
    o tempo todo. O som arranhado é dos dentes
    caninos tentando, sem sucesso, engatar-se aos
    buracos nas laterais das engrenagens azuis.
   A transmissão mostrada aqui não possui
    "sincronizadores" (abordados mais adiante neste
    artigo), assim, se você estivesse utilizando essa
    transmissão, teria de utilizar a dupla
    embreagem. A dupla embreagem era comum em
    carros antigos e ainda é em alguns carros de
    corrida. Na dupla embreagem, você pisa no pedal
    de embreagem uma vez para desengatar o motor
    da transmissão. Isso tira a pressão dos dentes
    caninos para que você possa mover o anel para o
    ponto morto.
   Então você libera o pedal da embreagem e o
    motor rotaciona para a "velocidade correta". A
    velocidade correta é o valor de rpm sob o qual o
    motor deveria rodar na próxima marcha. A idéia
    é pegar a engrenagem azul da próxima marcha e
    o anel rotacionando na mesma velocidade, para
    que os dentes caninos possam engatar. Então
    você pisa no pedal de embreagem novamente e
    trava o anel na nova marcha. A cada troca de
    marcha você tem de pisar e liberar a embreagem
    duas vezes, daí o nome "dupla embreagem".
   Você também pode ver como um pequeno
    movimento linear na alavanca permite a troca
    de marchas. A alavanca de troca de marchas
    move uma haste conectada ao garfo. O garfo
    desliza o anel no eixo amarelo para engatar
    uma das duas engrenagens.
   A transmissão manual de cinco velocidades é
    considerada padrão nos carros de hoje.
    Internamente, ela é como na figura abaixo.
   Há três grafos controlados por três hastes
    que estão engatadas pela alavanca de
    câmbio. Olhando as hastes de câmbio de
    cima, elas são assim em marcha ré, primeira
    e segunda marchas.
   Tenha em mente que a alavanca de câmbio
    possui um ponto de rotaçãono meio. Quando
    você empurra a alavanca para frente para
    engatar a primeira marcha, está na realidade
    puxando a haste e o garfo para a primeira
    marcha.
   Você pode ver que, ao mover o câmbio para
    a esquerda e direita, você está engatando
    garfos diferentes (e, portanto, anéis
    diferentes). Mover a alavanca para frente e
    para trás move o anel para engatar a uma das
    engrenagens.
   A marcha ré é controlada por uma pequena
    engrenagem intermediária (em roxo). Em
    todos os momentos, a engrenagem de ré azul
    nesse diagrama está girando na direção
    oposta de todas as outras engrenagens azuis.
    Assim, seria impossível jogar a transmissão
    para a marcha ré enquanto o carro está indo
    para frente, pois os dentes caninos nunca
    engatariam. Contudo, farão um enorme
    barulho.
   Sincronizadores
    As transmissões manuais nos carros de
    passeio utilizam sincronizadorespara eliminar
    a necessidade da dupla embreagem. O
    objetivo de um sincronizador é permitir que o
    anel e a engrenagem tenham atrito antes de
    os dentes caninos terem contato. Isso
    permite que o anel e a engrenagem
    sincronizem suas velocidades antes de os
    dentes precisarem engatar, como mostrado
    abaixo.
   O cone na engrenagem azul encaixa na área
    em forma de cone do anel e o atrito entre o
    cone e o anel sincroniza o anel e a
    engrenagem. A porção externa do anel então
    desliza para que os dentes caninos possam
    se engatar à engrenagem.

   Cada fabricante implementa as transmissões
    e os sincronizadores de maneiras
    diferentes, mas essa é a idéia geral.

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Funcionamento transmissão manual

  • 2. Se você dirige um carro manual, pode ter algumas dúvidas a respeito do seu funcionamento.
  • 3. Como o estranho padrão em "H" tem relação com as marchas dentro da transmissão? O que está se movendo dentro da transmissão quando eu movo o câmbio?  Quando erro a mudança de marcha e ouço aquele barulho arranhado, o que realmente está arranhando?  O que aconteceria se, acidentalmente, eu engatasse a marcha ré enquanto estou em alta velocidade na estrada?
  • 4. Os carros necessitam de transmissões devido à física do motor a gasolina. Primeiramente, todo motor possui um limite, um valor de rpm máximo, acima do qual não consegue rodar sem explodir. Um motor, por exemplo, pode produzir seu máximo de cavalo de força a 5.500 rpm.
  • 5. A transmissão permite que a relação de transmissão entre o motor e as rodas de acionamento mude à medida que a velocidade do carro aumenta ou diminui. Trocam-se as marchas para que o motor mantenha-se abaixo do limite e próximo da faixa de rpm de sua melhor performance.
  • 6. O ideal seria que a transmissão fosse tão flexível nas suas relações que o motor pudesse rodar a um único valor de rpm de melhor performance. Essa é a função da transmissão continuamente variável (CVT).
  • 7. Uma CVT possui uma gama praticamente infinita de relações de transmissão. No passado, as CVTs não podiam competir com as transmissões de quatro e cinco velocidades em termos de custo, tamanho e confiabilidade, pois não se viam CVTs em veículos de série. Hoje, melhorias no design tornaram-nas mais comuns. O Toyota Prius é um carro híbrido que utiliza uma CVT.
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  • 10. A transmissão é conectada ao motor pela embreagem. O eixo de entrada da transmissão roda na mesma rpm que o motor.  Uma transmissão de cinco velocidades aplica uma das cinco relações de transmissão, para que o eixo de entrada produza um valor de rpm diferente no eixo de saída. Aqui estão algumas relações de transmissão:
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  • 12. Para compreender a idéia básica de uma transmissão padrão, o diagrama abaixo mostra uma transmissão de duas velocidades bem simples em ponto morto:
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  • 14. O eixo verde vem do motor pela embreagem. O eixo e a engrenagem verdes estão conectados como uma só unidade. A embreagem é um dispositivo que permite conectar e desconectar o motor e a transmissão. Quando você pisa no pedal da embreagem, o motor e a transmissão estão desconectados, de forma que o motor pode rodar mesmo que o carro esteja parado. Quando você solta o pedal da embreagem, o motor e o eixo verde são conectados diretamente um ao outro. O eixo e a engrenagem verdes rodam na mesma rpm que o motor.
  • 15. O eixo e as engrenagens vermelhas são chamados de eixo secundário. Eles também estão conectados como uma peça única, de forma que todas as engrenagens no eixo secundário e o próprio eixo giram como uma unidade.  Os eixos verde e vermelho são conectados diretamente por suas engrenagens entrelaçadas, assim, se o eixo verde estiver girando, o vermelho também estará. Dessa forma, o eixo secundário recebe sua potência diretamente do motor toda vez que a embreagem é utilizada.
  • 16. O eixo amarelo é um eixo serrado que conecta-se diretamente ao eixo motor pelo diferencial às rodas de acionamento do carro. Se as rodas estiverem girando, o eixo amarelo estará girando.
  • 17. As engrenagens azuis giram em mancais, portanto giram no eixo amarelo. Se o motor estiver desligado mas o carro estiver em movimento, o eixo amarelo pode virar as engrenagens azuis para dentro enquanto elas e o eixo secundário estão parados.
  • 18. A função do anel é conectar uma das duas engrenagens azuis ao eixo motor amarelo. O anel é conectado ao eixo amarelo pelas chavetas e gira com ele.  Entretanto, o anel pode deslizar para a esquerda ou direita ao longo do eixo amarelo, para engatar qualquer uma das engrenagens azuis.  Os dentes no anel, chamados de dentes caninos, encaixam-se em buracos nas laterais das engrenagens azuis para engatá-las.
  • 19. Primeira marcha A figura abaixo mostra como o anel, quando engatado à primeira marcha, engata a engrenagem azul à direita:
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  • 21. Nesta figura, o eixo verde do motor gira o eixo secundário, que por sua vez gira a engrenagem azul da direita. Essa engrenagem transmite sua energia pelo anel para conduzir o eixo motor amarelo. Enquanto isso, a engrenagem azul da esquerda está girando, mas está solta no seu mancal, não tendo efeito sobre o eixo amarelo.
  • 22. Quando o anel está entre duas engrenagens (como mostrado na primeira figura), a transmissão está em ponto morto. As engrenagens azuis ficam à esmo no eixo amarelo em relações diferentes, controladas por suas relações no eixo secundário.
  • 23. Dessa explicação, pode-se responder a várias perguntas:  Quando você comete um erro na troca de marchas e escuta um som arranhado, você não está ouvindo o som do dente da engrenagem mal engatada. Como você pode ver nestes diagramas, todos os dentes de engrenagem estão completamente entrelaçados o tempo todo. O som arranhado é dos dentes caninos tentando, sem sucesso, engatar-se aos buracos nas laterais das engrenagens azuis.
  • 24. A transmissão mostrada aqui não possui "sincronizadores" (abordados mais adiante neste artigo), assim, se você estivesse utilizando essa transmissão, teria de utilizar a dupla embreagem. A dupla embreagem era comum em carros antigos e ainda é em alguns carros de corrida. Na dupla embreagem, você pisa no pedal de embreagem uma vez para desengatar o motor da transmissão. Isso tira a pressão dos dentes caninos para que você possa mover o anel para o ponto morto.
  • 25. Então você libera o pedal da embreagem e o motor rotaciona para a "velocidade correta". A velocidade correta é o valor de rpm sob o qual o motor deveria rodar na próxima marcha. A idéia é pegar a engrenagem azul da próxima marcha e o anel rotacionando na mesma velocidade, para que os dentes caninos possam engatar. Então você pisa no pedal de embreagem novamente e trava o anel na nova marcha. A cada troca de marcha você tem de pisar e liberar a embreagem duas vezes, daí o nome "dupla embreagem".
  • 26. Você também pode ver como um pequeno movimento linear na alavanca permite a troca de marchas. A alavanca de troca de marchas move uma haste conectada ao garfo. O garfo desliza o anel no eixo amarelo para engatar uma das duas engrenagens.
  • 27. A transmissão manual de cinco velocidades é considerada padrão nos carros de hoje. Internamente, ela é como na figura abaixo.
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  • 29. Há três grafos controlados por três hastes que estão engatadas pela alavanca de câmbio. Olhando as hastes de câmbio de cima, elas são assim em marcha ré, primeira e segunda marchas.
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  • 32. Tenha em mente que a alavanca de câmbio possui um ponto de rotaçãono meio. Quando você empurra a alavanca para frente para engatar a primeira marcha, está na realidade puxando a haste e o garfo para a primeira marcha.
  • 33. Você pode ver que, ao mover o câmbio para a esquerda e direita, você está engatando garfos diferentes (e, portanto, anéis diferentes). Mover a alavanca para frente e para trás move o anel para engatar a uma das engrenagens.
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  • 35. A marcha ré é controlada por uma pequena engrenagem intermediária (em roxo). Em todos os momentos, a engrenagem de ré azul nesse diagrama está girando na direção oposta de todas as outras engrenagens azuis. Assim, seria impossível jogar a transmissão para a marcha ré enquanto o carro está indo para frente, pois os dentes caninos nunca engatariam. Contudo, farão um enorme barulho.
  • 36. Sincronizadores As transmissões manuais nos carros de passeio utilizam sincronizadorespara eliminar a necessidade da dupla embreagem. O objetivo de um sincronizador é permitir que o anel e a engrenagem tenham atrito antes de os dentes caninos terem contato. Isso permite que o anel e a engrenagem sincronizem suas velocidades antes de os dentes precisarem engatar, como mostrado abaixo.
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  • 38. O cone na engrenagem azul encaixa na área em forma de cone do anel e o atrito entre o cone e o anel sincroniza o anel e a engrenagem. A porção externa do anel então desliza para que os dentes caninos possam se engatar à engrenagem.  Cada fabricante implementa as transmissões e os sincronizadores de maneiras diferentes, mas essa é a idéia geral.