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HISTÓRIA ÁFRICA E CULTURA
Acadêmico(a)Barbara Martinez da Silva
Tutor Externo(a) Paula Graziele de Jesus
Centro Universitário Leonardo da Vinci- UNIASSELVI
Curso (Ped0833) – Seminário Interdisciplinar V
dd/mm/aa
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo analisar a perspectiva histórica e cultural da áfrica. Busca
avaliar, como este tema é trabalhado pelos docentes em âmbito escolar. Deste modo, constata –se
o caráter homogeneizador por parte das metodologias e didáticas aplicadas. Nesta perspectiva
busca-se compreender como o problema desafia a instituição escolar e, de modo especial, os
professores em sua ação docente. O multiculturalismo pretende contribuir para uma educação que
valoriza a diversidade cultural que é questionada de diferentes formas que tende a superar
posturas dogmáticas para que não venha congelar as identidades e desconhecer as diferenças
dentro das próprias diferenças. É um questionamento sobre verdades únicas e absolutas buscando
sempre levantar questões e reflexões sobre possíveis pontos de vista teóricos para tentar viabilizar
uma educação, que questione o modelo único curricular monocultural dominante.
Palavras-chave: África. História. Cultura.
1 INTRODUÇÃO
O multiculturalismo é o principal defensor da necessidade de ir além das atitudes entre diferentes
culturas num mesmo território ou nação. Independentemente da cultura ela deve ser valorizada e
respeitada, para que possa haver uma convivência harmoniosa. O multiculturalismo está associado a
diversos fenômenos contemporâneos como o pós-modernismo e o relativismo cultural.
Não há, no entanto, uma definição ou consenso entre os pensadores sobre este tema. Que tende a
questionamento sobre verdades únicas e absolutas buscando sempre levantar questões e reflexões
sobre possíveis pontos de vista teóricos para tentar viabilizar uma educação, que questione o
modelo único curricular monocultural dominante.
Um dos grupos inviabilizados do processo histórico do Brasil foi o africano o modo que se é
associado através de imagens que contem negros acorrentados por serem escravos traz ao
imaginário social brasileiro uma posição de pensamento crítico e preconceituoso dificultando o
processo de formulação da origem social afro-brasileira para a cidadania.
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2 RESISTÊNCIA AFRICANA
O período de colonização no Brasil pelos portugueses gerou uma grande mão de obra africana e
indígena, portanto ouve resistência desses povos na luta contra a dominação, escravidão sempre
lutando para defender suas terras entre essas formas de resistência estavam a formação de
quilombos que geralmente era escondido nas florestas formadas por escravos que escapavam de
cativeiros. Para os governantes o colombo era considerado uma ameaça ao sistema a maioria dos
quilombos foram destruídos porém ouve resistência de muitos escravos e ate hoje existem
comunidades construídas por ex escravos(CAVALCANTE, BELLUSCI.2011) .
A cultura africana chegou ao Brasil com os povos escravizados trazidos da África
durante o longo período em que durou o tráfico negreiro transatlântico. A
diversidade cultural da África refletiu-se na diversidade dos escravos, pertencentes a
diversas etnias que falavam idiomas diferentes e trouxeram tradições distintas. Os
africanos trazidos ao Brasil incluíram bantos, nagôs e jejes, cujas crenças religiosas
deram origem às religiões afro-brasileiras, e os hauçás e malês, de religião islâmica
e alfabetizados em árabe. Assim como a indígena, a cultura africana foi geralmente
suprimida pelos colonizadores. Na colônia, os escravos aprendiam o português,
eram batizados com nomes portugueses e obrigados a se converter ao catolicismo.
(A CULTURA AFRICANA).
Nos dias atuai temos vários meios de inclusão cultural e multicultural que aborda diversas culturas
em uma delas temos a cultura afro-brasileira Amparadas na Lei n° 10.639/03-MEC, “que institui a
obrigatoriedade do ensino da história da África e dos africanos no currículo escolar do ensino
fundamental e médio” (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-
Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, p.8/2005) .
No processo ensino aprendizagem vale colocar o aluno as histórias e culturas que enriquece o
nosso Brasil, história do povo africano, indígena e as origens portuguesas abordando a vida
envolutaria dos africanos e a luta desses povos para ser reconhecido seu lugar na sociedade.
2.1 Cultura Africana
Os africanos contribuíram para a cultura brasileira em diversos aspectos através de dança, música,
religião, culinária e idioma. Essa influência podemos ver com muita frequência em grande parte do
país; em certos estados como Bahia, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Minas Gerais, Rio de
Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul a cultura afro-brasileira é particularmente destacada em
virtude da migração dos escravos. Os bantos, nagôs e jejes no Brasil colonial criaram o candomblé,
religião afro-brasileira baseada no culto aos orixás praticada atualmente em todo o território.
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Largamente distribuída também é a umbanda, uma religião sincrética que mistura elementos
africanos com o catolicismo e o espiritismo, incluindo a associação de santos católicos com os
orixás[..].
A influência da cultura africana é também evidente na culinária regional, especialmente na Bahia,
onde foi introduzido o dendezeiro, uma palmeira africana da qual se extrai o azeite-de-dendê. Este
azeite é utilizado em vários pratos de influência africana como o vatapá, o caruru e o acarajé.
[...]”Na música a cultura africana contribuiu com os ritmos que são a base de boa parte da música
popular brasileira. Gêneros musicais coloniais de influência africana, como o lundu, terminaram
dando origem à base rítmica do maxixe, samba, choro, bossa-nova e outros gêneros musicais atuais.
Também há alguns instrumentos musicais brasileiros, como o berimbau, o afoxé e o agogô, que são
de origem africana. O berimbau é o instrumento utilizado para criar o ritmo que acompanha os
passos da capoeira, mistura de dança e arte marcial criada pelos escravos no Brasil colonial.
(PORTAL CULTURA AFRO-BRASILEIRA,2014.).
A lei nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data
em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou
obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Portanto, os professores devem inserir
em seus planejamentos, aulas sobre: História da África, a luta dos negros no Brasil, a cultura
africana e sua importância na formação da sociedade brasileira.
Nas disciplinas integradas no EMEF temos a matéria de história: que traz pesquisas sobre a origem
dos povos africanos, os fatos históricos do povo africanos a cultura e a influência dela na cultura
brasileira. Geografia: As desigualdades sociais existentes entre os continentes africanos e
brasileiros e a pluralidade social. Artes: Fazer teatros, dramatizações de textos e organizar um
espaço para produções artesanais e cartazes. Educação Religiosa: Religiosidade dos povos
africanos e seus costumes.(ZANETTI,2012.p.7).
2.2 Diversidade e Igualdade Social
A diversidade no contexto cultural significa uma grande quantidade de coisa, ações, pensamentos,
ideias e pessoas que se diferenciam entre si dentro de grupos sociais ou dentro de uma mesma
sociedade, sendo passíveis de discussão, apelos, discórdia, que geralmente acabam em, conflitos
[…]. (BARBOSA et al.,2014,p.4). No dia a dia podemos observar que o ser humano está cada vez
mais intolerante, a falta de dialogo e compreensão das pessoas tem se generalizado e essas atitudes
vem trazendo grandes consequências. Independente de qualquer crença, raça, sexo, gênero ou cor
temos que viver passivamente e sempre respeitando ao próximo pois somos dependentes uns para
com os outros, a sociedade necessita disso para dar continuidade ao “sistema” de modo geral.
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[...]diversidade não é apenas a diferença entre seres humanos, mas a quantidade de seres e coisas
diferenciadas. Existe uma diversidade de coisas diferentes em todos os seus aspectos. Esse tipo
denominamos diversidade cultural, o que significa na prática o relacionamento comunitário, ou
melhor, o relacionamento em diferentes comunidades, podendo este relacionamento contribuir
significativamente no sentido cooperativo[...]”.( BARBOSA et al.,2014,p.9). No entanto, são essas
diferenças que geram o princípio da desigualdade social que esta além das características do ser
humano gerando princípios importantes como o respeito, dignidade e boas práticas de cidadania.
Segundo Aquino et al. (20002, p.34-35):
Toda vez que julgamos uma pessoa, um grupo ou mesmo um povo sem conhecê-los, estamos
usando de preconceito.[...]O termo preconceito significa o conjunto de opiniões formadas
antecipadamente sobre o outro, sem levar em conta suas qualidades ou suas capacidades. Os
preconceitos têm atitudes intolerantes com as pessoas que são deferentes deles. Julgam-se
superiores e, por isso, desvalorizam e desrespeitam outras pessoas. Preconceito e intolerância
andam sempre juntos.(2014,apud AQUINO, 20002, p.34-35)
Sendo assim, a desigualdade significa que não é só as diferenças que tem entre as pessoas ou coisas,
mas sim a diferença no tratamento e no respeito um para com o outro e respeitando sempre ao
próximo é o melhor caminho para ser um cidadão passivo de conflitos.
3.Projetos Pedagógicos
Podemos elaborar diversos projetos pedagógicos com temas culturais para ser trabalhado em
escolas e para que aja uma integração tanto social como educacional entre os alunos, principalmente
começando pelas séries iniciais com disciplinas como: História, geografia, artes e ensino religioso
trazendo um entendimento didático mais amplo sobre as culturas e costumes de diversos povos que
o nosso país possuí. Podemos observar a seguir um modelo do projeto pedagógico feito pelo pelo
(SINPEEM) sindicato dos profissionais em educação no ensino municipal de são paulo sobre áfrica-
história e cultura que traz uma diversidade de modelos didáticos a ser trabalhado nas escolas de
maneira dinâmica e bem fácil de ser administrada aos alunos.
Projeto Pedagógico - África – História e Cultura
Esse trabalho foi idealizado a partir de reflexões sobre a questão étnica e social em nossa escola e
sobre a miscigenação do povo brasileiro, em particular a de nossos alunos.
Amparadas na Lei n° 10.639/03-MEC, “que institui a obrigatoriedade do ensino da história da
África e dos africanos no currículo escolar do ensino fundamental e médio” (Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o ensino de História e
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Cultura Afro-Brasileira e Africana, p.8/2005) e com o apoio da coordenadora da EMEF.
Comandante Gastão Moutinho, Ethel Cristina Fernandes de Souza Dias, buscamos desenvolver
um projeto voltado para nossas raízes, resgatando a cultura e história da África, para com isso,
entendermos nossa relação estreita com esse continente e identificarmos a nossa identidade afro-
brasileira.
Ao estudar a África não se pode entender “como volta ao passado, mas como necessidade
fundamental para construção de uma identidade própria” (Elisa Larkin, p.17/1994), história viva e
com uma perspectiva de futuro próspero para todos nós descendentes do continente africano.
OBJETIVOS:
- Apresentar a história e a realidade da África, pouco conhecida e trabalhada nas escolas.
- Identificar a relação entre África e Brasil e a cultura produzida pelos afro-brasileiros na sociedade
nacional.
- Promover o conhecimento e a interpretação das práticas sociais e culturais relativas à questão
étnico-racial.
- Dialogar e debater sobre a presença das culturas de matrizes africanas na cultura do Brasil.
- Desconstruir a imagem negativa do africano como povo bárbaro, primitivo e sem cultura.
- Afirmação da identidade étnica dos alunos.
- Promover a autoestima e o relacionamento saudável e harmonioso entre as diversidades.
ATIVIDADES:
· Construção de mapas: -localização geográfica do continente e dos países africanos;
- identificação dos países africanos de Língua Portuguesa;
- localização dos países participantes da Copa do Mundo;
- localização de acidentes geográficos (rios, lagos, desertos);
· Oficina de arte: -pesquisa e criação de máscaras africanas;
· Pesquisa sobre:- moda, tecidos, culinária africana;
· Sondagem por questionário: - a intimidade dos alunos com a questão étnica;
-a existência dos desenhos infantis com personagens negros;
- a visibilidade do negro na mídia (tv, revista, outdoor);
· Leitura de textos /poemas “O Negro em Verso”;
· Leitura do livro: “Do outro lado tem segredos”; Ana Maria Machado
· Produção de textos poéticos e de painel artístico;
· Palestras: “Oito objetivos do Milênio”, “A cultura do HIP HOP/RAP”;
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· Filmes /documentários (“Vista Minha Pele”, “Cidades dos Homens”, “Hotel Ruanda”).
· Apresentação final: -Abertura com Prof. Doutor da PUC/SP Sado;
- show com banda escolar (EMEF Comandante Gastão Moutinho) e participação de grupos
musicais: Rap, mpb, samba e lírico;
- exposição de trabalhos realizados pelos alunos durante o projeto:
- músicas e instrumentos afro-brasileiros;
- poesia negra;
- poemas escritos pelos alunos;
- personalidades negras;
- comidas típicas africanas;
- indumentárias religiosas africanas;
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos perceber em nosso dia a dia que, o multiculturalismo está em toda parte onde nós vamos
têm pessoas diferentes de culturas diferentes, devemos valorizar as culturas e as pessoas no modo
geral, devemos ser mais passivos, tolerantes e menos preconceituosos com as diferenças existente
em nosso meio social, devemos levar para dentro das escolas o multiculturalismo explicando aos
alunos o significado de cada cultura, história e os valores de cada cidadão com diversas atividades
dinâmicas e ricas em conteúdos proveitosos para que aja mais compreensão, valorização e
tolerância de um para com outro independente de religião, cor, raça, sexo e gênero.
A escola tem o dever de conscientizar os alunos sobre os preconceitos que é frequente em nosso
meio, o respeito para com o próximo para que seja evitado bullying e a violência dentro e fora da
escola, para que haja um futuro melhor para nosso país para a cidadania e pra a história do Brasil.
REFERÊNCIAS
Portal da Cultura Afro-Brasileira. A cultura Africana Disponível em:
<https://www.faecpr.edu.br/site/portal_afro_brasileira/2_I.php>. Acesso em 28 de
Julho 2016
Zanetti, Luciana Projeto cultura africana. MT 2012, Disponível em
<http://pt.slideshare.net/lucianazanetti/projeto-cultura-afro-brasileira-e-
africana/18> .Acesso em 28 de Julho 2016
Cordova, Tânia. Metodologia e Conteúdos Básicos de História. Centro
Universitário Leonardo da Vinci. Indaial 2010.
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Napolino, Marcos. História para o ensino Médio: Vol2 São paulo 2013.
Tavares, Cavalcante. A escola é nossa: história 5ºano. São paulo 2011.
FACULDADE EDUCACIONAL DE COLOMBO. Portal da cultura Afro-
brasileira. Disponivel em:
<https://www. faecpr.edu.br/site/portal_afro_brasileira/2_I.php> Acesso em: 28 de
Julho 2016
SINDICATO DOS PROFISSIONAIS EM EDUCAÇÃO NO ENSINO
MUNICIPAL. Projeto pedagógico. África- história e cultura. Ficha de avaliação
17º Congresso. Disponível em: <http://www.sinpeem.com.br/lermais_materias.php?
cd_materias=713> são paulo. 2006 Acesso em 30 de Julho 2016