SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 3
“UmOlharàCrisede1929” -ONossoTempo
1
O Começo do Fim (salvo seja)
Antes de iniciar qualquer relato
conclusivo, há que indicar o porquê de
toda a situação de crise. Como e porque
razão se iniciou esta situação de crise?
Certo será que, dez anos depois, quem
passou por tal trauma pela certa não
esqueceu as suas consequências. Mas ter-
se-á você, que lê este artigo pensando no
que sofreu há já uma década atrás,
lembrado de como tudo isto aconteceu?
Superprodução. Faz-lhe lembrar
alguma coisa? Se não, não questionamos
o seu esquecimento. Quem não quereria
deitar para trás das costas tal conceito?
No entanto, a minha explicação será
inevitável e aconselho-o a saltar esta
descrição pois se a sua
sensibilidade não lhe
permite encarar
realidades duras, há que
evitar ataques
cardíacos. A crise de
superprodução surgiu
numa era dourada dos
Estados Unidos da
América. E, à primeira vista, as razões que
a causaram até nem pareciam ser más de
todo. Bons anos agrícolas. Que sociedade
agrícola não gostaria de ouvir esta
expressão? Desenvolvimento de novas
indústrias. Melhor não poderia ser! No
entanto, estas realidades tão cor-de-rosa
transformar-se-iam em puros pesadelos…
O problema que à partida
ninguém nota e que se esconde, tapado
entre mantos invisíveis, no meio destas
boas notícias é o aumento da produção. E
agora vem o “velho do Restelo” reclamar
comigo e perguntar-me: “Então mas os
Estados Unidos não estavam numa era
dourada? Se assim fosse a produção devia
desaparecernum ápice!” Caro velhinhodo
Restelo, lamento mas isso não tenho
forma de explicar. O que é certo e sabido
é que a produção lá continuava e não era
escoada no mercado.
E agora a Bolsa. E perguntam-se
vocês, leitores, porque razão saltei tão
repentinamente de um assunto para o
outro. Parecendo que não, estes assuntos
estão interligados. A corrida à Bolsa foi
algo completamente irreal. Fácil e rápido.
Se associa estas palavras apenas aos
portugueses, está a cometer um erro: os
americanos também padecem de tal mal.
Eram estas as palavras-chave na Bolsa de
Valores. E o que é que era fácil e rápido?
O dinheiro, o papelinho que move o
mundo. Toda esta situação mascarava a
crise de superprodução. Mas era também
um engano fatal para os
investidores. Com a
grande compra de
acções, a aposta e
investimento na
empresa era enorme
mas o escoamento da
produção da mesma não
correspondia com o
primeiro indicador, o que não se
adivinhava muito bom.
E a corrida começava agora no
sentido contrário. Em vez de se comprar,
vende-se. Era este o raciocínio dos
grandes investidores na Bolsa que não
poupavam esforços na flexibilidade de se
livrarem de tudo o que tinham adquirido.
Nem todos tiveram essa sorte, o
que se revelou um verdadeiro azar na
QUINTA-FEIRA NEGRA, o dia que ninguém
quer relembrar. Milhões de acções foram
colocadas à venda muito abaixo do seu
real preço. E onde estavam os
compradores nesta altura? Boa pergunta.
O começo da crise de 1929
revelou-se um acontecimento
um tanto inesperado, numa
sociedade habituada a ser “o
novo centro do mundo".
“UmOlharàCrisede1929” -ONossoTempo
2
A crise de 1929, no seu
auge e desenrolar, foi
um dos mais horríveis
acontecimentos que
quer pela sua
dimensão económica
quer pela sua
dimensão social nos
levam a adoptá-la para
o nosso suplemento.
Crise: dimensão socioeconómica
O Crash na Bolsa de Nova Iorque
pode ser considerado como o motor
principal da crise financeira.Comecemos a
enumerar as consequências do Crash, de
forma hierárquica. Os investidores da
Bolsa que não conseguiramvender as suas
acções antes da Quinta-Feira Negra
caíram na miséria, mas para poder ser
analisada a consequência desta causa há
que voltar um pouco atrás no tempo.
Alguns dos compradores de acções
recorreram a empréstimos e créditos
bancários e estando na miséria não
conseguiram saldar as suas dívidas.
A falência de
bancos seria então a
consequência da
miséria dos
investidoresda bolsa.
É aqui que começa
o grande ciclo de
crise.
Algumas
empresas
dependentes do
crédito bancário
viram-se em situação de falência gerando
um grande número de desempregados.
Esta situação veio piorar ainda mais a
crise de superprodução. Sem qualquer
fonte de rendimento os desempregados
não adquiriam os produtos que cada vez
mais se acumulavam, tentando as
empresas, numa tentativa frustrada,
baixar os preços dos produtos que
continuavam altos demais para as posses
dos indivíduos em questão. Entrou-se
então numa situação de deflação.
Este sector da sociedade, os
desempregados, foi o grande sofredor da
crise. Passaram a viver na miséria, em
barracas, nas ruas, alimentando-se do lixo
que apodrecia nos contentores, como
despojo de uma classe que tentava a todo
o custo segurar as pontas do seu
rendimento económico.
Os problemas sociais foram
também inevitáveis. Com uma situação
decadente tão rapidamente gerada, a
mentalidade da população começou a
mudar sendo o ódio, o racismo e os
suicídios consequências incontroláveis.
“SOCIEDADE” passou a um conceito vago,
sem a certa certeza se a palavra se
referiria a um povo unido, se a um povo
que se influencia à mais pequena
advertência
Estamos hoje
fora da situação de
crise que assomou o
mundo. Bem fora e
esperemos que a
situação não volte.
Resta agora analisá-la
por fora, após uma
análise mais interna
descrita por nós, “O
Nosso Tempo”.
Comecemos então
pelas medidas tomadas por alguns dos
países assomados por esta situação
aterradora.
Os Estados Unidos da América,
como primeiros afectados, foram também
os primeiros a estabelecer medidas.
Basicamente, Franklin Roosevelt, “o herói
dos tempos turbulentos” como o
decidimos intitular, estabeleceu um
programa de combate à crise
essencialmente baseado num programa
de obras públicas de forma a combater o
desemprego, entre medidas como os
benefícios sociais e no trabalho para os
cidadãos e o estabelecimentode níveis de
“UmOlharàCrisede1929” -ONossoTempo
3
produção na indústria e na agricultura. A
Europa optou por um caminho mais
radical e rígido: o fascismo. Tenham vocês
leitores em conta que grande parte deste
texto será cortado com um lápis azul e
não chegará aos vossos olhos, podendo
julgar a integridade do nosso suplemento
relacionado com a crise de 1929.
Mas passemos agora a opiniões da
nossa redacção. Ninguém quer esta crise
de volta, ninguém a quer voltar a ver,
sentir e viver a situação em que nos
encontrámos e que consideramos aqui,
nestas páginas, como passada. Será esta a
nossa opinião, da redacção que através
destas pequenas três páginas fez um
apanhado daquilo que foi o antes, o
durante e o depois da crise de 1929.
O passado, aí pertence. Mas o
nosso receio pelo futuro é ainda mais
incerto que todos os apanhados daquilo
que já passou que todos os jornais
mundiais poderão fazer. Esperar-nos-á
uma realidade ainda mais devastadora e
aterradora que a crise de 1929? Só o
tempo o dirá, só o tempo o determinará.
Miguel Coelho, Inês Pereira, Rita Luís e
Telma Carrilho

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Um olhar à crise de 1929

A crise de 29
A crise de 29A crise de 29
A crise de 29simaodmn
 
Crise de 29
Crise de 29Crise de 29
Crise de 29CSD
 
Caderno diário a grande depressão n.º 18 1415
Caderno diário a grande depressão n.º 18 1415Caderno diário a grande depressão n.º 18 1415
Caderno diário a grande depressão n.º 18 1415Laboratório de História
 
O Capitalismo 3 N1 Berenice, Adriana, Denise, Ailton, Valdelice Equipe
O Capitalismo   3 N1   Berenice, Adriana, Denise, Ailton, Valdelice   EquipeO Capitalismo   3 N1   Berenice, Adriana, Denise, Ailton, Valdelice   Equipe
O Capitalismo 3 N1 Berenice, Adriana, Denise, Ailton, Valdelice Equipehsjval
 
O Capitalismo 3 N1 Berenice, Adriana, Denise, Ailton, Valdelice Equipe
O Capitalismo   3 N1   Berenice, Adriana, Denise, Ailton, Valdelice   EquipeO Capitalismo   3 N1   Berenice, Adriana, Denise, Ailton, Valdelice   Equipe
O Capitalismo 3 N1 Berenice, Adriana, Denise, Ailton, Valdelice Equipehsjval
 
14outanexo2historianove
14outanexo2historianove14outanexo2historianove
14outanexo2historianoveAna Matias
 
A crise de 1929
A crise de 1929A crise de 1929
A crise de 1929rafaforte
 
A grande depressao americana murray n. rothbard
A grande depressao americana   murray n. rothbardA grande depressao americana   murray n. rothbard
A grande depressao americana murray n. rothbardchristinaiap
 
Portugal: O estado novo
Portugal: O estado novoPortugal: O estado novo
Portugal: O estado novoAna Felizardo
 

Semelhante a Um olhar à crise de 1929 (20)

Crise 1929
Crise 1929Crise 1929
Crise 1929
 
Crise 1
Crise 1Crise 1
Crise 1
 
A crise de 29
A crise de 29A crise de 29
A crise de 29
 
Crise de 29
Crise de 29Crise de 29
Crise de 29
 
Crise 29
Crise 29Crise 29
Crise 29
 
Crise 1929 aula
Crise 1929 aulaCrise 1929 aula
Crise 1929 aula
 
Crise de 1929
Crise de 1929Crise de 1929
Crise de 1929
 
A crise dos anos 30
A crise dos anos 30A crise dos anos 30
A crise dos anos 30
 
Caderno diário a grande depressão n.º 18 1415
Caderno diário a grande depressão n.º 18 1415Caderno diário a grande depressão n.º 18 1415
Caderno diário a grande depressão n.º 18 1415
 
O Nosso Tempo
O Nosso TempoO Nosso Tempo
O Nosso Tempo
 
A crise de 1929
A crise de 1929A crise de 1929
A crise de 1929
 
1929
19291929
1929
 
O Capitalismo 3 N1 Berenice, Adriana, Denise, Ailton, Valdelice Equipe
O Capitalismo   3 N1   Berenice, Adriana, Denise, Ailton, Valdelice   EquipeO Capitalismo   3 N1   Berenice, Adriana, Denise, Ailton, Valdelice   Equipe
O Capitalismo 3 N1 Berenice, Adriana, Denise, Ailton, Valdelice Equipe
 
O Capitalismo 3 N1 Berenice, Adriana, Denise, Ailton, Valdelice Equipe
O Capitalismo   3 N1   Berenice, Adriana, Denise, Ailton, Valdelice   EquipeO Capitalismo   3 N1   Berenice, Adriana, Denise, Ailton, Valdelice   Equipe
O Capitalismo 3 N1 Berenice, Adriana, Denise, Ailton, Valdelice Equipe
 
14outanexo2historianove
14outanexo2historianove14outanexo2historianove
14outanexo2historianove
 
A crise de 1929
A crise de 1929A crise de 1929
A crise de 1929
 
A grande depressao americana murray n. rothbard
A grande depressao americana   murray n. rothbardA grande depressao americana   murray n. rothbard
A grande depressao americana murray n. rothbard
 
Cap ufrj-vestibular 2012
Cap   ufrj-vestibular 2012Cap   ufrj-vestibular 2012
Cap ufrj-vestibular 2012
 
Portugal: O estado novo
Portugal: O estado novoPortugal: O estado novo
Portugal: O estado novo
 
CRISE DE 1929
CRISE DE 1929CRISE DE 1929
CRISE DE 1929
 

Mais de Ana Batista

A Guerra Colonial
A Guerra ColonialA Guerra Colonial
A Guerra ColonialAna Batista
 
Vidaquotidiana Campo
Vidaquotidiana CampoVidaquotidiana Campo
Vidaquotidiana CampoAna Batista
 
revolução agrícola
revolução agrícolarevolução agrícola
revolução agrícolaAna Batista
 
A II Guerra Mundial
A II Guerra MundialA II Guerra Mundial
A II Guerra MundialAna Batista
 
A Lição De Salazar
A Lição De SalazarA Lição De Salazar
A Lição De SalazarAna Batista
 
A Construção do Estado Novo
A Construção do Estado NovoA Construção do Estado Novo
A Construção do Estado NovoAna Batista
 
25 De Abril De 1974
25 De Abril De 197425 De Abril De 1974
25 De Abril De 1974Ana Batista
 
25 De Abril De 1974
25 De Abril De 197425 De Abril De 1974
25 De Abril De 1974Ana Batista
 
RevoluçAo Industrial
RevoluçAo IndustrialRevoluçAo Industrial
RevoluçAo IndustrialAna Batista
 
revolução industrial
revolução industrialrevolução industrial
revolução industrialAna Batista
 
As Correntes Artísticas dos Anos 20 Mila
As Correntes Artísticas dos Anos 20 MilaAs Correntes Artísticas dos Anos 20 Mila
As Correntes Artísticas dos Anos 20 MilaAna Batista
 
O Tempo Das Reformas Religiosas
O Tempo Das Reformas ReligiosasO Tempo Das Reformas Religiosas
O Tempo Das Reformas ReligiosasAna Batista
 
As descobertas na costa africana
As descobertas na costa africanaAs descobertas na costa africana
As descobertas na costa africanaAna Batista
 

Mais de Ana Batista (20)

A Guerra Colonial
A Guerra ColonialA Guerra Colonial
A Guerra Colonial
 
Vidaquotidiana Campo
Vidaquotidiana CampoVidaquotidiana Campo
Vidaquotidiana Campo
 
revolução agrícola
revolução agrícolarevolução agrícola
revolução agrícola
 
A II Guerra Mundial
A II Guerra MundialA II Guerra Mundial
A II Guerra Mundial
 
A Lição De Salazar
A Lição De SalazarA Lição De Salazar
A Lição De Salazar
 
A Construção do Estado Novo
A Construção do Estado NovoA Construção do Estado Novo
A Construção do Estado Novo
 
25 De Abril De 1974
25 De Abril De 197425 De Abril De 1974
25 De Abril De 1974
 
25 De Abril De 1974
25 De Abril De 197425 De Abril De 1974
25 De Abril De 1974
 
Guernica
GuernicaGuernica
Guernica
 
Guernica
GuernicaGuernica
Guernica
 
RevoluçAo Industrial
RevoluçAo IndustrialRevoluçAo Industrial
RevoluçAo Industrial
 
revolução industrial
revolução industrialrevolução industrial
revolução industrial
 
O Antigo Regime
O Antigo RegimeO Antigo Regime
O Antigo Regime
 
os anos 20
os anos 20os anos 20
os anos 20
 
Loucos Anos 20
Loucos Anos 20Loucos Anos 20
Loucos Anos 20
 
As Correntes Artísticas dos Anos 20 Mila
As Correntes Artísticas dos Anos 20 MilaAs Correntes Artísticas dos Anos 20 Mila
As Correntes Artísticas dos Anos 20 Mila
 
O Tempo Das Reformas Religiosas
O Tempo Das Reformas ReligiosasO Tempo Das Reformas Religiosas
O Tempo Das Reformas Religiosas
 
O Manuelino
O ManuelinoO Manuelino
O Manuelino
 
Renascimento
RenascimentoRenascimento
Renascimento
 
As descobertas na costa africana
As descobertas na costa africanaAs descobertas na costa africana
As descobertas na costa africana
 

Último

Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfWagnerCamposCEA
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOAulasgravadas3
 
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobreAULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobremaryalouhannedelimao
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 

Último (20)

Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃOFASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
FASE 1 MÉTODO LUMA E PONTO. TUDO SOBRE REDAÇÃO
 
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobreAULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 

Um olhar à crise de 1929

  • 1. “UmOlharàCrisede1929” -ONossoTempo 1 O Começo do Fim (salvo seja) Antes de iniciar qualquer relato conclusivo, há que indicar o porquê de toda a situação de crise. Como e porque razão se iniciou esta situação de crise? Certo será que, dez anos depois, quem passou por tal trauma pela certa não esqueceu as suas consequências. Mas ter- se-á você, que lê este artigo pensando no que sofreu há já uma década atrás, lembrado de como tudo isto aconteceu? Superprodução. Faz-lhe lembrar alguma coisa? Se não, não questionamos o seu esquecimento. Quem não quereria deitar para trás das costas tal conceito? No entanto, a minha explicação será inevitável e aconselho-o a saltar esta descrição pois se a sua sensibilidade não lhe permite encarar realidades duras, há que evitar ataques cardíacos. A crise de superprodução surgiu numa era dourada dos Estados Unidos da América. E, à primeira vista, as razões que a causaram até nem pareciam ser más de todo. Bons anos agrícolas. Que sociedade agrícola não gostaria de ouvir esta expressão? Desenvolvimento de novas indústrias. Melhor não poderia ser! No entanto, estas realidades tão cor-de-rosa transformar-se-iam em puros pesadelos… O problema que à partida ninguém nota e que se esconde, tapado entre mantos invisíveis, no meio destas boas notícias é o aumento da produção. E agora vem o “velho do Restelo” reclamar comigo e perguntar-me: “Então mas os Estados Unidos não estavam numa era dourada? Se assim fosse a produção devia desaparecernum ápice!” Caro velhinhodo Restelo, lamento mas isso não tenho forma de explicar. O que é certo e sabido é que a produção lá continuava e não era escoada no mercado. E agora a Bolsa. E perguntam-se vocês, leitores, porque razão saltei tão repentinamente de um assunto para o outro. Parecendo que não, estes assuntos estão interligados. A corrida à Bolsa foi algo completamente irreal. Fácil e rápido. Se associa estas palavras apenas aos portugueses, está a cometer um erro: os americanos também padecem de tal mal. Eram estas as palavras-chave na Bolsa de Valores. E o que é que era fácil e rápido? O dinheiro, o papelinho que move o mundo. Toda esta situação mascarava a crise de superprodução. Mas era também um engano fatal para os investidores. Com a grande compra de acções, a aposta e investimento na empresa era enorme mas o escoamento da produção da mesma não correspondia com o primeiro indicador, o que não se adivinhava muito bom. E a corrida começava agora no sentido contrário. Em vez de se comprar, vende-se. Era este o raciocínio dos grandes investidores na Bolsa que não poupavam esforços na flexibilidade de se livrarem de tudo o que tinham adquirido. Nem todos tiveram essa sorte, o que se revelou um verdadeiro azar na QUINTA-FEIRA NEGRA, o dia que ninguém quer relembrar. Milhões de acções foram colocadas à venda muito abaixo do seu real preço. E onde estavam os compradores nesta altura? Boa pergunta. O começo da crise de 1929 revelou-se um acontecimento um tanto inesperado, numa sociedade habituada a ser “o novo centro do mundo".
  • 2. “UmOlharàCrisede1929” -ONossoTempo 2 A crise de 1929, no seu auge e desenrolar, foi um dos mais horríveis acontecimentos que quer pela sua dimensão económica quer pela sua dimensão social nos levam a adoptá-la para o nosso suplemento. Crise: dimensão socioeconómica O Crash na Bolsa de Nova Iorque pode ser considerado como o motor principal da crise financeira.Comecemos a enumerar as consequências do Crash, de forma hierárquica. Os investidores da Bolsa que não conseguiramvender as suas acções antes da Quinta-Feira Negra caíram na miséria, mas para poder ser analisada a consequência desta causa há que voltar um pouco atrás no tempo. Alguns dos compradores de acções recorreram a empréstimos e créditos bancários e estando na miséria não conseguiram saldar as suas dívidas. A falência de bancos seria então a consequência da miséria dos investidoresda bolsa. É aqui que começa o grande ciclo de crise. Algumas empresas dependentes do crédito bancário viram-se em situação de falência gerando um grande número de desempregados. Esta situação veio piorar ainda mais a crise de superprodução. Sem qualquer fonte de rendimento os desempregados não adquiriam os produtos que cada vez mais se acumulavam, tentando as empresas, numa tentativa frustrada, baixar os preços dos produtos que continuavam altos demais para as posses dos indivíduos em questão. Entrou-se então numa situação de deflação. Este sector da sociedade, os desempregados, foi o grande sofredor da crise. Passaram a viver na miséria, em barracas, nas ruas, alimentando-se do lixo que apodrecia nos contentores, como despojo de uma classe que tentava a todo o custo segurar as pontas do seu rendimento económico. Os problemas sociais foram também inevitáveis. Com uma situação decadente tão rapidamente gerada, a mentalidade da população começou a mudar sendo o ódio, o racismo e os suicídios consequências incontroláveis. “SOCIEDADE” passou a um conceito vago, sem a certa certeza se a palavra se referiria a um povo unido, se a um povo que se influencia à mais pequena advertência Estamos hoje fora da situação de crise que assomou o mundo. Bem fora e esperemos que a situação não volte. Resta agora analisá-la por fora, após uma análise mais interna descrita por nós, “O Nosso Tempo”. Comecemos então pelas medidas tomadas por alguns dos países assomados por esta situação aterradora. Os Estados Unidos da América, como primeiros afectados, foram também os primeiros a estabelecer medidas. Basicamente, Franklin Roosevelt, “o herói dos tempos turbulentos” como o decidimos intitular, estabeleceu um programa de combate à crise essencialmente baseado num programa de obras públicas de forma a combater o desemprego, entre medidas como os benefícios sociais e no trabalho para os cidadãos e o estabelecimentode níveis de
  • 3. “UmOlharàCrisede1929” -ONossoTempo 3 produção na indústria e na agricultura. A Europa optou por um caminho mais radical e rígido: o fascismo. Tenham vocês leitores em conta que grande parte deste texto será cortado com um lápis azul e não chegará aos vossos olhos, podendo julgar a integridade do nosso suplemento relacionado com a crise de 1929. Mas passemos agora a opiniões da nossa redacção. Ninguém quer esta crise de volta, ninguém a quer voltar a ver, sentir e viver a situação em que nos encontrámos e que consideramos aqui, nestas páginas, como passada. Será esta a nossa opinião, da redacção que através destas pequenas três páginas fez um apanhado daquilo que foi o antes, o durante e o depois da crise de 1929. O passado, aí pertence. Mas o nosso receio pelo futuro é ainda mais incerto que todos os apanhados daquilo que já passou que todos os jornais mundiais poderão fazer. Esperar-nos-á uma realidade ainda mais devastadora e aterradora que a crise de 1929? Só o tempo o dirá, só o tempo o determinará. Miguel Coelho, Inês Pereira, Rita Luís e Telma Carrilho