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Manual de Construção em Aço




Alvenarias
BIBLIOGRAFIA TÉCNICA PARA
  O DESENVOLVIMENTO DA
   CONSTRUÇÃO EM AÇO




ALVENARIAS
Sobre o autor

Otávio Luiz do Nascimento

Graduado em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia e
Arquitetura da Fundação Mineira de Educação e Cultura – FEA - FUMEC;
Professor da FEA-FUMEC, nas disciplinas de
Materiais de Construção para Engenharia Civil, Engenharia de Produção
e Arquitetura e Construção de Edifícios para Engenharia Civil.
Professor do Curso de Pós-Graduação em Avaliação e Perícia
na disciplina de Patologia das Edificações.
Consultor especializado em Alvenarias e Revestimentos;
Diretor da empresa CONSULTARE;

Endereço:
Rua Bambuí, 242 – Bairro Mangabeiras – Belo Horizonte – MG
Tel.: (031) 3284-9399 – Fax: (31) 3287-0286
CEP: 30.210-490

E-Mail: consulta@consultare.eng.br



Colaboração
Enga. Fabiana Oliveira Cunha
Enga. Alexandra Ancelmo Piscitelli
ÍNDICE



         Apresentação _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 05

Capítulo 1
   Principais conceitos na definição de alvenarias de vedação _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 07
       1.1. Função das alvenarias _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 08
       1.2. Estrutura das alvenarias _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 08
       1.3. Dimensionamento das alvenarias _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 08
       1.4. Classificação das alvenarias _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 09
       1.5. Estabilidade das alvenarias para estrutura metálica _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 13
       1.6. Mecanismo de fissuras em alvenaria de vedação _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 14

Capítulo 2
   Projeto de alvenarias _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 17
       2.1. Projeto para produção da alvenaria de vedação _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 18
       2.2. Conteúdo do projeto para produção de alvenarias _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 19
       2.3. Roteiro para elaboração das principais etapas do projeto de alvenaria _ _ _ _ _ _ 19
       2.4. Considerações para a perfeita escolha da ligação alvenaria/pilar_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 21
       2.5. Cuidados na execução das ligações _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 22
       2.6. Fixação superior das alvenarias_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 23

Capítulo 3
   Execução e inspeção de alvenarias de vedação para estrutura metálica _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 25
       3.1. Diretrizes para alvenaria racionalizada _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 26
       3.2. Lista de verificação quanto ao recebimento da estrutura metálica _ _ _ _ _ _ _ _ _ 26
       3.3. Preparação da superfície da estrutura para receber a alvenaria _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 27
       3.4. Locação e execução da alvenaria _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 27
       3.5. Detalhes construtivos _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 31
       3.6. Inspeção e avaliação da execução da alvenaria _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 33

Capítulo 4
   Sistema de revestimento _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 35
       4.1. Estrutura metálica revestida_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 36
       4.2. Estrutura metálica aparente _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 48
       4.3. Resumo do estudo das ligações alvenaria X estrutura _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 50
       4.4. Cuidados nas ligações revestimento / estrutura metálica _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 51

Referências Bibliográficas _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 52
6
Apresentação


      O Brasil possui uma cultura bastante difundida para o uso da alvenaria tradicional como prin-
cipal componente de vedação interna e externa das edificações.

     Com o uso cada vez maior do aço como material da estrutura, sentiu-se a necessidade de
um maior conhecimento da utilização da alvenaria diretamente nessa estrutura, uma vez que o
concreto armado sempre foi a base para tudo.

      O objetivo do presente trabalho é auxiliar a equipe de obra na execução das alvenarias em
estruturas metálicas, criando uma sequência para a execução, com técnicas e cuidados até o sis-
tema de revestimento .

      A denominação alvenaria de vedação corresponde ao emprego de elementos com dimen-
sões reduzidas de diversos materiais (argila, concreto, etc.) unidos entre si, destinados a fechar um
ambiente, assegurando segurança, conforto e habitabilidade à edificação dentro de um sistema
estruturado.

     A execução da alvenaria de vedação apresenta uma demanda de aprimoramento e técnicas
capazes de atender às necessidades de industrialização e racionalização da construção civil. Neste
manual, procurou-se tratar a alvenaria de vedação e seus sistemas complementares no contexto
destas duas diretrizes da engenharia moderna.

     Embora as estruturas de apoio ao longo dos anos tenham evoluído e incorporado novas
tecnologias de cálculo e execução, a velha alvenaria continua a ser tratada pela engenharia como
um elemento simples e sem tecnologia, bastando utilizar a “técnica cultural” existente. A intro-
dução de lajes nervuradas e planas com grandes vãos, das estruturas de aço e estruturas mistas
na área de edificações, gera a necessidade de novas soluções e melhoria das interfaces
alvenaria/estrutura, respeitando os limites de cada material.

      Apesar dos avanços no cenário mundial, esta tecnologia tão eficaz de estrutura metálica com
fechamentos em painéis ou mesmo com alvenarias tem sido pouco explorada no Brasil. O con-
servadorismo dos agentes envolvidos com a construção civil, a falta de conhecimento das alter-
nativas e a escassez de informações resultam em um círculo vicioso, responsável em grande parte
pela não exploração da potencialidade destes sistemas. No entanto, os investimentos destinados
a este setor estão cada vez mais presentes e volumosos. As “conclusões” do tipo “Eu acho que
isso vai dar problema... , grandes demonstrações de incompetência tecnológica, devem ser com-
                       ”
pletamente abolidas da engenharia e substituídas por estudos que vão certificar a eficiência do sis-
tema.

     Com este manual pretende-se contribuir para melhoria do conhecimento da engenharia,
quebrando alguns paradigmas e o círculo vicioso, estruturando nos profissionais da área da
construção civil uma visão clara e técnica.

      O manual procura motivar os leitores para a aplicação correta de elementos de vedação em
estruturas metálicas, sem deixar de alertar para todas as dificuldades inerentes a qualquer proces-
so construtivo e com a visão de otimização e futuro.




                                                                                                        7
8
Capítulo 1
             Principais conceitos
                 na definição das
                       alvenarias




                                    9
Principais conceitos na definição das alvenarias

       1.1. Função das alvenarias                             1.3. Dimensionamento das alvenarias

       A principal função de uma alvenaria é de               Em função do avanço da tecnologia das
 estabelecer a separação entre ambientes,               estruturas de concreto e aço e o conseqüente
 e principalmente a alvenaria externa que tem           aumento dos vãos entre pilares, torna-se indis-
 a responsabilidade de separar o ambiente exter-        pensável o cuidado para projetar estas alve-
 no do interno e para cumprir esta função deverá        narias, a identificação do tipo de estrutura e o
 atuar sempre como freio, barreira e filtro seletivo,   dimensionamento da alvenaria para a vedação
 controlando uma série de ações e movimentos            da estrutura, sendo as principais interferências
 complexos quase sempre muito heterogêneos.             descritas a seguir:

 Propriedades das alvenarias:                           • Deformações imediatas devido à deformação
                                                          da estrutura;
 • Resistência à umidade e aos movimentos térmicos;     • Deformações em função da carga permanente;
 • Resistência à pressão do vento;                      • Deformação futura (aproximadamente
 • Isolamento térmico e acústico;                         1000 dias, para estruturas de concreto);
 • Resistência à infiltrações de água pluvial;          • Variação da umidade e temperatura
 • Controle da migração de vapor de água                  sobre a estrutura;
   e regulagem da condensação;                          • Módulo de elasticidade real;
 • Base ou substrato para revestimentos em geral;       • Análise global das deformações (os valores
 • Segurança para usuários e ocupantes;                   previstos para flecha das estruturas
 • Adequar e dividir ambientes.                           geralmente interferem nas alvenarias).

       1.2. Estrutura das alvenarias                          Cabe à engenharia o perfeito dimensiona-
                                                        mento destas estruturas e seus complementos
       Quanto à estruturação podemos dividir            (alvenarias, esquadrias, revestimentos, etc). Os
 as alvenarias em grupos quanto à utilização e          engenheiros calculistas deverão apresentar com
 função, bem como sua estrutura adotada para            mais precisão os valores das flechas imediatas
 absorver esforços e cargas previamente                 em qualquer região das lajes e consequente-
 definidas em projetos, ou somente de vedação,          mente em longo prazo, não apenas a momentos
 distintas principalmente entre “Alvenarias             fletores e reação de apoio. Os limites de fissuração
 auto-portantes” e “Alvenarias de vedação”.             dos painéis de alvenaria de vedação, em função
                                                        dos valores de flecha, mostram a possibilidade de
       • Alvenarias auto portante: são denomi-          problemas em números muito inferiores ao L/300
 nadas por auto-portante as alvenarias desti-           (flecha admissível) adotado na NBR 6118, princi-
 nadas a absorver as cargas das lajes e sobrecar-       palmente em lajes planas e protendidas.
 ga, sendo necessário para o seu dimensiona-
 mento à utilização da NBR 10837 e NBR 8798,                 O CSTC1 (1980) estabelece como limite o
 observando que sua espessura nunca deverá              valor correspondente a L/1000, para a defor-
 ser inferior a 14,0 cm (espessura do bloco) e          mação da estrutura suporte após a execução
 resistência à compressão mínima fbk ≥ 4,5 MPa.         das alvenarias com abertura e L/500 para alve-
                                                        narias sem aberturas.
       • Alvenarias de vedação: são denomi-
 nadas de alvenaria de vedação as montagens de               O ACI2 (1979), indica L/600 para defor-
 elementos destinados às separações de ambi-            mação da estrutura suporte após a execução
 entes; são consideradas apenas de vedação por          da alvenaria.
 trabalhar no fechamento de áreas sob estru-
 turas, sendo necessário cuidados básicos para o              A POLI-USP3, indica em vários trabalhos
 seu dimensionamento e estabilidade.                    os limites de L/1000 e L/2600 respectivamente

10
para deformação da estrutura suporte após a                                para isso apresenta-se a classificação das alve-
execução das alvenarias.                                                   narias de vedação em função do sistema a ser
                                                                           adotado principalmente pela estrutura de apoio.
    A tabela a seguir mostra alguns
exemplos de deformações nas estruturas:                                    Classificação quanto à função:
          Flecha           Flecha admissível para alvenaria (cm)
  Vão
        admissível       CSTC               ACI              USP              • Alvenaria com função estrutural;
 entre
           para                                                               • Alvenaria sem função estrutural (vedação);
pilares            C/abert. S/abert. C/abert. S/abert. C/abert. S/abert.
         estrutura
  (m)
        (cm) L/300 L/1000      L/500  L/600     L/600   L/1000   L/2600       • Alvenarias divisórias de bordo livre
 4.0        1.33       0.40    0.80     0.66     0.66     0.40    0.15          (muros, platibandas, etc...);
 6.0       2.00        0.60    1.20     1.00     1.00     0.60    0.23        • Alvenarias especiais (acústica, térmica,
 8.0       2.66        0.80    1.60     1.33     1.33     0.80    0.30
                                                                                impactos, etc.)

1 - CSTC - Centre Scientifique et Techinique de la                         Classificação quanto à espessura:
    Construction.
2 - ACI - American Concrete Institute.                                        • Alvenaria 0,10 m;
3 - POLI - USP - Escola Politécnica da USP  .                                 • Alvenaria 0,15 m;
                                                                              • Alvenaria 0,20 m.
       1.4. Classificação das alvenarias                                      Algumas outras classificações podem ser
                                                                           apresentadas em função da espessura do
      A classificação das alvenarias torna-se                              bloco e do revestimento adotado.
necessária para a perfeita utilização dos recur-
sos disponíveis no sistema de dimensiona-                                  Classificação quanto ao número de ligações:
mento, prevendo principalmente os sistemas
de fixação em função dos vãos; a classificação                                  - Alvenaria com 4 ligações rígidas:
proposta sugere a definição do modelo estru-                                        Apoio Superior
                                                                                                       Ligação Rígida

                                                                                                                                        Estrutura Metálica
tural a ser adotado nos cálculos e projetos de
alvenaria. Somente será adotada para as alvena-
rias de vedação, sendo que para alvenaria auto-                                  Ligação Rígida                                          Ligação Rígida


portante existe a norma de projeto e execução,                                      Apoio Lateral                                    Apoio Lateral

conforme NBR 10837 “Cálculo de alvenaria estru-
tural de Blocos vazados de concreto” e NBR 8798                                                        Ligação Rígida
                                                                                                                        Apoio Base



“Execução e controle de obras em alvenaria                                      - Alvenaria com 3 ligações rígidas:
estrutural de blocos de concreto” ABNT .
                                                                                                      Ligação Deformável
                                                                                     Apoio Superior
      O termo “Alvenaria de Vedação” classifica                                                                                         Estrutura Metálica


as paredes que funcionam como divisórias e
que não representam vínculos estruturais com                                     Ligação Rígida                                          Ligação Rígida


as estruturas periféricas. Porém, no Brasil e em                                     Apoio Lateral                                   Apoio Lateral
outros países com modelos construtivos menos
                                                                                                                            Apoio Base
evoluídos tecnologicamente, geralmente as                                                              Ligação Rígida

alvenarias apresentam vínculos estruturais com
a estrutura periférica apesar destas não estarem                                - Alvenaria com 1 ligação rígida:
                                                                                                      Ligação Deformável
dimensionadas para este fim.                                                        Apoio Superior
                                                                                                                                        Estrutura Metálica



      As alvenarias em estudo neste caso apre-
                                                                                    Ligação                                              Ligação
sentam as particularidades das ligações com as                                     Deformável                                           Deformável


estruturas reticuladas (pré-moldadas, aço, con-                                     Apoio Lateral                                    Apoio Lateral


creto armado, etc.) e suas condições de uso,                                                                               Apoio Base
                                                                                                      Ligação Rígida

                                                                                                                                                             11
Principais conceitos na definição das alvenarias

 Classificação quanto ao sistema de ligação              Blocos cerâmicos vazados (NBR 7171)
 alvenaria/estrutura:
                                                                Estes blocos, cujas especificações estão
                                                         estabelecidas na NBR-7171, são de emprego
      • Sistema rígido – 4 ligações rígidas;
                                                         comum e técnica executiva de domínio público
      • Sistema semi-rígido – 3 ligações rígidas;        há muitos anos. Obtido a partir da queima
      • Sistema deformável – 1 ligação rígida.           de argilas, são facilmente encontrados em
                                                         qualquer ponto do país, devido inclusive a
 Classificação quanto ao tipo exposição:                 facilidade de fabricação. Possuem variação
                                                         volumétrica de valores considerados baixos ao
                                                         absorver ou expelir água, além de baixa
      • Interna revestida;
                                                         densidade e facilidade de manuseio, apresen-
      • Interna aparente;                                tando, ainda, custo competitivo. Algum incon-
      • Externa revestida;                               veniente é observado quanto ao item variação
                                                         dimensional, por se tratar de corte artesanal e
      • Externa aparente;
                                                         secagem com queima diferenciada. Atualmente,
      • Especiais.                                       grande parte dos fabricantes busca certificações
                                                         para melhoria do desempenho de seus produtos.
 Classificação quanto ao tipo de elemento de             Na maioria dos casos as alvenarias com blocos
 vedação:                                                cerâmicos utilizam o bloco com furo na horizontal.

      • Alvenaria (elementos unidos entre si na obra);   Características básicas:

      • Painéis;
                                                                            Material:
      • Chapas metálicas;                                            Bloco cerâmico vazado.
      • Divisórias.                                         Compatibilidade com estrutura metálica:
                                                                         Uso normal.
 Classificação quanto ao tipo de bloco:                                 Densidade média:
                                                                           1300 kg/m3
      No Brasil são utilizados os mais diversos
 tipos de materiais para as alvenarias de                           Técnica assentamento:
 vedação, com diferentes técnicas executivas e                     Mão-de-obra convencional.
 sob influência das culturas locais.

      Os principais tipos de blocos utilizados
 estão listados a seguir:


      • Bloco cerâmico vazado (tijolo furado);
      • Bloco de concreto;
      • Bloco de gesso;
      • Tijolo cerâmico maciço (tijolo de barro);
      • Bloco de concreto celular autoclavado;
      • Tijolo de solo-cimento.

       Nos próximos itens será feita uma breve
 caracterização dos elementos de vedação.

12
Blocos de concreto (NBR 7173)                     Blocos de gesso

       São obtidos por prensagem e vibração de           Estes blocos destinam-se a vedações verti-
concretos com consistência seca, dentro de for-   cais internas. São de fácil manuseio, emprestando
mas de aço com dimensões regulares, devendo       à obra precisão e permitindo diversas formas de
ser curados em ambiente com alta umidade por      acabamento. São blocos pré-moldados, de ges-
pelo menos 7 dias. Normalmente são assenta-       sos especiais, fabricados por processo de
dos na posição em que os furos estejam na ver-    moldagem. Existe um tipo de bloco específico
tical, contribuindo para que pequenas áreas de    para atender a cada tipo de vedação: os blocos
argamassa entrem em contato para a colagem        azuis, HIDRÓFUGOS, são resistentes à água e
entre os blocos. Utilizados há muitos anos para   devem ser utilizados em áreas úmidas (banheiros,
alvenaria autoportante e de vedação, deve-se      cozinhas, lavabo); os blocos reforçados com fibra
evitar o uso quando se apresentarem ainda com     de vidro, GRC, são utilizados para áreas onde
umidade elevada, devido ao alto índice de         existe aglomeração de pessoas (restaurantes,
retração e variação dimensional.                  cinemas, lojas, shopping), e os blocos de maior
                                                  espessura, são recomendados para áreas de
     No Brasil existem bons fornecedores aten-    exigências especiais como corredores de edifí-
dendo as especificações da ABNT, porém, é         cios comerciais, escolas e universidades, que
muito grande o número de fabricantes que negli-   exigem condições acústicas melhoradas.
genciam sua fabricação, controle e qualidade.
Apresentam densidade maior que o tijolo furado.   Características básicas:

Características básicas:                                             Material:
                                                                  Bloco de gesso.
                  Material:
                                                    Compatibilidade com estrutura metálica:
              Bloco de concreto.
                                                    A utilização é possível desde que prevista
  Compatibilidade com estrutura metálica:                      interface de proteção.
               Uso normal.
                                                                 Densidade média:
              Densidade média:                                      1000 kg/m3
                 1800 kg/m3
                                                              Técnica assentamento:
            Técnica assentamento:                             Mão-de-obra treinada.
            Mão-de-obra treinada.




                                                                                                  13
Principais conceitos na definição das alvenarias

 Tijolos cerâmicos maciços (NBR 7170)                 torna-se um produto com baixa densidade.
                                                      Não devem ser utilizados quando úmidos devi-
      São produtos geralmente conhecidos              do à variação dimensional na secagem.
 pela maioria absoluta. Preconizados pela NBR         Exibem propriedades de isolamento térmico-
 7170, são de emprego comum e técnica fácil,          acústico superior aos blocos de concreto e tijo-
 obtidos da queima de argilas, facilmente             lo furado. Pode-se considerar uma vedação
 encontrado em qualquer ponto do país.                com bloco celular como sendo alvenaria semi-
                                                      industrializada, devido à produtividade e
 Características básicas:                             modelagem adotadas para o sistema.

                     Material:                        Características básicas:
             Tijolo cerâmico maciço.
                                                                       Material:
     Compatibilidade com estrutura metálica:             Bloco de concreto celular autoclavado.
                  Uso normal.
                                                        Compatibilidade com estrutura metálica:
                Densidade média:                                     Uso normal.
                   1500 kg/m3
                                                                    Densidade média:
            Técnica assentamento:                                      600 kg/m3
           Mão-de-obra convencional.
                                                                 Técnica assentamento:
                                                                Mão-de-obra especializada




 Blocos de concreto celular autoclavado (NBR 13440)

       São produtos totalmente industrializa-
 dos, produzidos em poucas fábricas específi-
 cas. Apresentam precisão nas dimensões e são
 facilmente serrados, eliminando o desperdício             Existem, ainda, outros tipos de blocos
 por quebras. Devido ao processo de fabricação        possíveis de serem utilizados com estrutura
 com agente expansor e utilização de autoclave,       metálica: sílico-calcários, solo-cimento, etc.

14
1.5. Estabilidade das alvenarias para            essante observar que a utilização da amar-
           estruturas metálicas                        ração dos blocos também contribui para o
                                                       enrijecimento da alvenaria.
      A estabilidade das alvenarias de vedação,
está correlacionada diretamente à segurança e               Em determinadas situações poderão
durabilidade das edificações, devem resistir e         ser previstos enrijecedores de espessura
transferir para a estrutura os esforços horizon-       maior que a alvenaria, capazes de aumentar
tais de vento e no caso de estrutura metálica          a espessura média do sistema.
podem funcionar como vedação.
                                                              Pilar metálico
     O Brasil não dispõe de normas que defi-                                          Alvenaria

nam o comportamento das alvenarias de
vedação. Assim, alguns parâmetros interna-
cionais e experiências acumuladas serão sugeri-                                Enrijecedores com espessura
                                                                               maior que a alvenaria
                                                                                                             Pilarete

das e apresentadas como metodologia básica
para o controle da estabilidade e durabilidade de
alvenaria de vedação evitando muitas patologias        Limitações nas dimensões das alvenarias
como fissuras, infiltração, deslocamentos, etc.
                                                            A restrição à adoção de painéis contínuos
                                                       de grandes dimensões está diretamente ligada
Condições de estabilidade:                             ao efeito térmico, à rigidez e à estabilidade da
                                                       alvenaria. Em função do tipo de apoio pode-se
Limitações verticais - Índice de esbeltez (λ):         apresentar as seguintes limitações:

      O índice de esbeltez (λ) é a razão entre
altura efetiva da alvenaria (Hef) pela espessura                    • Alvenaria sistema rígido
do bloco (eb)                                                     (fixação rígida em 4 bordas):
                                                       Área útil da alvenaria ≤ 2000 x (espessura do bloco)2
                   Altura efetiva (Hef)
      λ=
                Espessura do bloco (eb)                         • Alvenaria sistema semi-rígido
      Onde:                                                       (fixação rígida em 3 bordas):
                                                       Área útil da alvenaria ≤ 1500 x (espessura do bloco)2
       Hef = Altura efetiva da alvenaria entre as
estruturas superiores e inferiores. No caso de bordo
livre, utilizar Hef = 2 x altura da base à borda.                 • Alvenaria deformável
                                                                 (fixação rígida na base):
    eb = Espessura do bloco/elemento de                  Altura máxima = 25 x espessura do bloco
montagem da alvenaria.                                 Comprimento máximo = 2 x altura da alvenaria


     A referência para considerar a alvenaria                    • Alvenaria bordo livre:
estável é λ ≤ 27, para alvenarias externas e           Altura máxima = 12 x espessura do bloco eb
λ ≤ 30 em se tratando de alvenarias internas.          Comprimento máximo ≤ 2 x altura da alvenaria
Caso o valor de λ ultrapasse o limite
recomendado, além da possibilidade de
aumentar a espessura do bloco, poderá ser                    Nota: As limitações de comprimento e
adotado o recurso de enrijecimento interno             altura podem ser alteradas pela introdução de
da alvenaria com cintas e pilaretes. É inter-          pilaretes armados embutidos na alvenaria.

                                                                                                                   15
Principais conceitos na definição das alvenarias

     A tabela a seguir é uma referência para                                Estas juntas, também denominadas juntas de
 dimensões usuais de alvenarias:                                     alívio ou controle, são necessariamente abertas, uti-
                    Alvenaria interna          Alvenaria externa     lizando perfis metálicos, pilaretes ou outros recur-
     Espessura                                                       sos capazes de provocar a desconexão do pano.
     do bloco     Altura     Comprimento      Altura   Comprimento
                  máxima       máximo         máxima     máximo
       (m)
                   (m)          (m)            (m)        (m)               Pilaretes duplos
       0,09         3,0           6,0           2,5           5,0
                                                                                                     Barras de transferência
       0,14         5,0           10,0          3,5           7,0

       0,19         6,5           13,0          5,0           10,0
 Fonte: Tecnologia das Edificações - IPT.
 Limitações no comprimento – Juntas de
 dilatação:
                                                                                                    Desconexão entre os
       Em alvenarias sob ação do efeito térmico e                                                   pilaretes duplos
 com grandes comprimentos deverão ser previs-
                                                                                                       Perfil
 tas juntas de dilatação para combater as tensões                                                      metálico

 diferenciais e garantir a integridade das alvenarias.

      O dimensionamento destas juntas é feito
 levando em consideração os seguintes aspectos:
                                                                              Alvenaria

          •   Deformações estruturais;                                     1.6. Mecanismos de fissuras em
          •   Materiais constituintes da alvenaria;                             alvenarias de vedação
          •   Módulo de elasticidade da alvenaria;
          •   Diferencial térmico da região;
                                                                           Aparentemente as fissuras são as
          •   Tipo de fixação da alvenaria;
                                                                     manifestações patológicas mais observadas ao
          •   Dimensões dos painéis de alvenaria.
                                                                     longo de toda a história da engenharia. Estas
       Uma referência para o dimensionamento                         patologias, além de provocar desconforto e receio
 é fornecida no quadro a seguir que apresenta                        quanto à estabilidade da edificação para o usuário,
 valores médios para o comprimento máximo da                         trazem o inconveniente da perda da estanquei-
 alvenaria entre juntas de dilatação, em função                      dade e a degradação ao longo do tempo.
 do tipo de exposição e da espessura do bloco:
                                 Comprimento máximo                        As fissuras podem ser classificadas quan-
      Espessura
                              entre juntas de dilatação (m)          to a sua origem em duas categorias:
     do elemento/
       bloco (m)
                          Alvenaria interna    Alvenaria externa
                                                                           • Internas: ocorrem por retração das arga-
          0,09                   8,0                   6,0
                                                                           massas do próprio bloco e ação de tem-
          0,14                  10,0                   9,0                 peratura e umidade.
          0,19                  12,0                   10,0
                                                                           • Externas: ocorrem, principalmente, por
          0,24                  14,0                   12,0
                                                                           causas externas (choques, cargas suspen-
      Notas:                                                               sas, transferência de cargas pela estrutura).
        • Estes valores são para alvenarias até
 3,5 m de altura.                                                          Uma outra classificação possível diz
      • Será necessário juntas em toda                               respeito às fissuras estarem ou não estabi-
 mudança de altura em painéis contínuos.                             lizadas, conforme o seguinte:

16
• Ativas: são ocorrências verificadas em                Pode-se concluir que, quanto menor
      painéis de alvenaria, onde ocorrem ciclos          a capacidade de resistência à compressão
      de abertura e fechamento das mesmas                do bloco, o surgimento de patologias nas
      (efeito térmico, vibrações, trânsito, etc.).       alvenarias é mais freqüente em um menor
                                                         espaço de tempo e com maior intensidade
      • Inativas: ocorrem para alívio de tensões
      superiores à resistência do material ou                  Extremamente relacionada com os con-
      suas interfaces.                                   ceitos acima, a ocorrência de fissuras de causa
                                                         externa aumentou muito, principalmente nas
       No mecanismo de formação e desenvolvi-            estruturas de concreto armado, em função da
mento de fissuras em alvenarias duas pro-                menor rigidez observada nas estruturas atuais,
priedades podem ser consideradas fundamen-               quando comparadas com as estruturas do pas-
tais: a deformabilidade e a resistência mecânica.        sado. Pode-se enumerar algumas mudanças
Uma breve descrição é fornecida a seguir:                significativas:

      • Deformabilidade: é a propriedade da                Características na          No passado              Atualmente
      alvenaria relativa à capacidade de se                    Estrutura

      manter íntegra ao longo do tempo. É de              Número de pilares               Maior                Muito menor
                                                                                                            Poucas ou nenhuma
      extrema importância devido às ações a                      Vigas
                                                                                  Maior inércia e maior
                                                                                                              e muito esbeltas
                                                                                         número
      que está sujeito um painel de alvenaria
                                                          Alvenaria sobre laje   Praticamente não existia   Em grande número
      devido aos deslocamentos da estrutura.                Distância entre
                                                                                         Até 5 m              Entre 6 a 12 m
      A deformabilidade e o módulo de defor-                    pilares
      mação do painel de alvenaria são funções              Rigidez dos nós              Grande                   Baixa
      diretas do tipo do bloco e da argamassa e              Velocidade de
                                                                                          Lenta                Muito rápida
                                                               execução
      das dimensões das juntas de assentamen-
                                                           Aplicação da carga                               Durante a execução
      to. É importante observar, ainda, que a                permanente e            Lenta e gradual
                                                                                                                 e rápida
                                                               sobrecarga
      capacidade de um painel se deformar sem
      apresentar fissuras depende de aderência
      promovida pela argamassa entre os blocos.               A velocidade de execução em obras de
                                                         concreto armado não considera adequada-
      • Resistência Mecânica: esta propriedade em        mente a necessidade de interação entre diver-
      painéis de alvenaria, é talvez a mais equivo-      sos sistemas. A impossibilidade de reduzir o
      cada pelo meio técnico, devido ao conceito         ritmo da obra deve ser analisada dentro de um
      de vedação. Porém, pode-se afirmar que sua         contexto global resultando em projetos e em
      capacidade de resistir a esforços torna-se         um planejamento que sejam capazes de prever
      cada vez mais importante, visto que a defor-       métodos e técnicas executivas que minimizam
      mação da estrutura nas primeiras idades,           os possíveis efeitos negativos.
      deformações lentas ao longo do tempo, a
      fluência e a retração da estrutura, transferem          Em relação à possibilidade de prever a
      tensões aos painéis confinados entre as            movimentação, a estrutura metálica traz facili-
      estruturas, principalmente na engenharia           dades em função do módulo de elasticidade
      moderna cujos prazos foram esquecidos ou           conhecido e controlado industrialmente, da
      não observados.                                    maior facilidade da execução de contra-flechas e
                                                         do conhecimento das deformações.
       A resistência à compressão da alvenaria
depende diretamente da resistência do bloco utilizado,        Qualquer que seja o material estrutural, é
enquanto que nos efeitos de tração e cisalhamento a      possível indicar alguns fatores que predomi-
capacidade da argamassa é de extrema importância.        nantemente contribuem para a fissuração:

                                                                                                                                 17
Principais conceitos na definição das alvenarias

          • Fixação da alvenaria no sistema rígido                                 estrutura e dos dados de resistência à com-
          em vãos de grandes dimensões;                                            pressão do bloco e tração da argamassa são
                                                                                   importantes para a utilização de modelos
          • Utilização de argamassas rígidas no
                                                                                   matemáticos que permitem um adequado
          assentamento dos blocos;
                                                                                   dimensionamento das alvenarias de vedação.
          • Adoção de juntas horizontais entre os ele-
          mentos da alvenaria com pequena espes-                                         Um exemplo de etapas de uma avaliação
          sura;                                                                    matemática, utilizando Método dos Elementos
          • Ligação lateral com pilares insufi-                                    Finitos (MEF), em uma casa onde ocorreram
          cientes;                                                                 fissuras nas alvenarias de uma edificação uni-
                                                                                   familiar é mostrado abaixo.
          • Ineficiência ou inexistência de redutores
          de tensão (vergas e contra vergas);
          • Ausência de juntas de dilatação nas
          alvenarias;
          • Falta de projetos de alvenarias e revesti-
          mento adequados.

 O quadro abaixo descreve os tipos de fissuras
 mais incidentes nas edificações:
     Abertura da                     Efeito na alvenaria e     Tratamento
                     Residencial
     fissura (mm)                     uso da edificação       recomendado

        < 0,1       Insignificante        Nenhum                 Nenhum

      0,1 a 0,3      Muito leve           Nenhum                 Nenhum
                                                               Sistema de                    Simulação matemática através de
       0,3 a 1          Leve           Apenas estética          correção
                                                             superficial c/ tela
                                                                                                    elementos finitos
                                                              Sistema de cor-
                      Leve e                                 reção superficial
       1 a 1,5                         Apenas estética
                     moderada                                c/ tela de reforço         Nestes estudos, a partir dos carregamen-
                                                                 e mastique
                                                                                   tos existentes e efeitos térm i c o s a t u a n t e s ,
                                     Danos aos materiais
                                                             Análise do com-       obtem-se os valores de tensões e deformações
        > 1,5        Moderada                                portamento das
                                        componentes
                                                             juntas e outros       a que o elemento estará submetido, comparando
                                                                                   estes resultados com as resistências dos
                                                                                   materiais/ elementos.
       A análise das deformações da estrutura e
 sua influência nas alvenarias e revestimentos
 estão sendo cada vez mais utilizadas para evi-
 tar o desenvolvimento das fissuras. A seguir é
 fornecida tabela com módulos de deformação
 para alguns tipos de paredes de alvenaria que
 juntamente com informações do material da

                               Módulo de deformação
     Alvenaria de vedação                           Fonte bibliográfica
                                      (MPa)

 Com blocos cerâmicos                1400 a 2500                  ABCI


 Com blocos concreto                 6800 a 9000                  ABCI


 Com blocos Sílico-calcário          2700 a 4300              Franco (1987)




18
Capítulo 2
             Projeto de alvenaria




                                19
Projeto de alvenaria

      O projeto de alvenaria muitas vezes           • Detalhes construtivos de fixação das
 está relacionado somente com a produção              esquadrias, peças suspensas, etc;
 de alvenarias modulares e econômicas. No
 entanto, além de proporcionar racionalidade        • Detalhes arquitetônicos que interfiram
 ao sistema, o projeto deve antecipar as inter-       nas características e na execução
 ferências e equalizar todas as questões              da alvenaria, tais como sacadas, beirais,
 de estabilidade, utilização, durabilidade e          platibandas, ressaltos e reentrâncias
 manutenção.                                          para proteção da fachada.

      2.1. Projeto para produção da alvenaria
           de vedação                               Projeto Estrutural

       Cabe ao projetista da alvenaria coletar      • Tipo e dimensões dos
 as informações necessárias no projeto                componentes estruturais;
 arquitetônico, estrutural, instalações hidro-
 sanitárias, instalações elétricas, impermeabi-     • Carregamentos considerados para
 lização, etc., quanto às condições de                carga dos elementos de vedação;
 exposição, principalmente das fachadas, das
 condições de solicitação a que estarão sub-        • Verificar se na concepção estrutural
 metidas tanto as fachadas quanto às vedações         a alvenaria funciona como auxiliar
 internas, quanto à disponibilidade de materi-        de contravento da estrutura metálica;
 ais, prazos e custos e demais informações per-
 tinentes, realizando assim o detalhamento          • Identificar a presença de juntas estruturais;
 mais preciso da alvenaria a ser executada.
       Segue lista das principais informações a     • Perfis metálicos do contravento
 serem coletadas para a elaboração do projeto        em relação à forma e interferência
 de produção da alvenaria.                           com a alvenaria.

      Projeto Arquitetônico
                                                    Projeto de Instalações
      • Dimensões das paredes (comprimentos,
        largura e espessura das paredes             • Disposição e localização dos ramais
        acabadas);                                    hidráulicos, previsão de kits hidráulicos;

      • Dimensões internas dos compartimentos;      • Utilização de shafts verticais;

      • Posição relativa da alvenaria em relação    • Instalação de peças sanitárias;
        aos perfis metálicos (entre os vãos da
        estrutura ou exterior a ela);               • Passagem de tubulação elétrica;

      • Localização das aberturas (portas,          • Pontos de luz, tomadas e interruptores;
        janelas e instalações especiais);
                                                    • Instalação de incêndio;
      • Definição se a estrutura metálica será ou
        não completamente revestida;                • Instalação de gás;

                                                    • Instalação telefônica;
      • Tipo e padrão de qualidade dos
         revestimentos;                             • Equipamentos especiais.

20
Outras Informações                                   contravergas pré-fabricadas ou moldadas
                                                          no local e o seu posicionamento;
     • Condições de implantação e orientação
       da edificação;                                     • Definição quanto ao uso de shafts ou
                                                          embutimentos de instalações ou de dutos
     • Materiais e mão-de-obra disponíveis;               de prumada;

     • Equipamentos;                                      • Definição dos prazos entre as etapas do
                                                          processo executivo;
     • Planejamento global da obra;
                                                          • Parâmetros de controle e tolerâncias de
     • Prazos e custos;
                                                          cada etapa.
     • Condições ambientais, umidade do ar,               Cabe ressaltar que a existência do projeto
       temperatura, índice pluviométrico;                 para produção da alvenaria não torna
                                                          necessariamente o processo racionalizado
     • Sons e ruídos.                                     e não garante a integridade da alvenaria e
                                                          a redução do desperdício. O treinamento
                                                          e a qualificação da mão-de-obra aliada a
     2.2. Conteúdo do projeto para a
                                                          um planejamento e controle das ativi-
          produção da alvenaria
                                                          dades é de extrema importância.
       A partir das informações coletadas, o pro-
jetista define o Projeto de Alvenaria que deve            2.3. Roteiro para elaboração do
conter os seguintes itens:                                     projeto de alvenaria

     • Especificação dos componentes da                   2.3.1. Avaliação da estabilidade:
     alvenaria (blocos, composição, dosagem
     da argamassa de assentamento e do                    A partir das particularidades da estrutura
     micro concreto de enrijecedores);              da edificação, suas deformações e dos materi-
                                                    ais a serem utilizados, serão definidos requisi-
     • Locação da primeira fiada a partir do        tos quanto a estabilidade, tendo sempre como
     eixo de referência predefinido;                base as definições dadas no capítulo anterior.
                                                           Segue abaixo o detalhamento de pilaretes
     • Planta de primeira e segunda fiada com       e cintas.
     a distribuição dos componentes;
                                                          Detalhe pilarete:
     • Elevações das paredes identificando o
     posicionamento das instalações e das                 • Dimensões: 9 a 14 cm x 15 cm.
     aberturas, bem como eventuais enrijece-
                                                          • Armação: 4 ∅ 6,3 mm e estribos para
     dores existentes (cintas e pilaretes);
                                                    manter as barras nas posições adequadas.
                                                          • Material de preenchimento: concreto no
     • Amarrações entre as fiadas;
                                                    traço 1 : 2 : 2 (cimento: areia : brita 0), em volume.
     • Definição dos sistemas de fixação da alve-
                                                                                           4 ∅ 6,3mm
     naria na estrutura metálica adjacente (vigas         Detalhe genérico:
     e pilares), indicada em planta baixa;

     • Necessidade de juntas de controle: posi-
                                                                       9 a 14 cm




     cionamento e dimensão;

     • Definição quanto ao uso de vergas e
                                                                                   15 cm


                                                                                                         21
Projeto de alvenaria

      • Esperas: deverão ser deixadas esperas                  - Quantidade: 4 barras.
 para as armações do pilarete, conforme anota-                 - Dimensões da espera: 40 cm.
 do a seguir:
                                                               • Detalhes:
       - Diâmetro da espera: 6,3 mm.
       - Quantidade: 4 barras.                                                              Esperas (4 ∅ 6,3mm)
       - Dimensões da espera: 30 cm + 6 cm
         (se necessário).

       • Em caso de sistema deformável e semi-                  Perfil
 rígido, deverá ser observado um espaço de 2 ou 3             metálico

 cm entre a viga de aço e os pilaretes, deixando-se
                                                                                         Comprimento da espera
 barras de espera engraxadas.

      • Para o caso do sistema rígido não é
 necessária a barra engraxada.                                 • No caso de ligação deformável as bar-
                                                          ras de espera devem ser engraxadas
       Detalhe Cinta:

       • Dimensões: 9 ou 14 cm x 19 cm.                        Detalhe genérico :
       • Armação: 4 ∅ 6,3 mm e estribos para
 manter as barras nas posições adequadas.                                    Pilaretes

       • Material de preenchimento: concreto no
 traço 1 : 2 : 2 (cimento: areia : brita 0), em volume.

       Detalhe genérico:          4 ∅ 6,3mm




                                                                             Cintas
                    19 cm




                            9 a 14 cm

      • Posição: serão adotadas cintas nas alve-
 narias nas seguintes posições:

      - Cinta de coroamento no bordo livre das
 alvenarias.
      - Cintas sob vãos de janelas (ver ele-
 vações dos painéis).                                          2.3.2. Ligação da alvenaria com a
                                                                      estrutura metálica
      • Esperas: nas cintas ligadas a perfis
 metálicos deverão ser colocadas esperas, con-                 O termo “Ligações” das alvenarias é
 forme detalhes a seguir:                                 conhecido na engenharia como todas as
                                                          soluções adotadas para unir ou desunir as
       - Diâmetro da espera: 6,3 mm.                      alvenarias no contato com a estrutura suporte.

22
Para definição do modelo de ligação,                                tela soldada e o ferro dobrado, concluindo que
torna-se necessário o conhecimento dos                                   a utilização de ferro liso “ferro cabelo” uni-dire-
mecanismos de fixação e suas capacidades de                              cionado não altera as características
desempenho. A escolha do sistema está direta-                            da ligação; a seguir apresenta-se a tabela que
mente ligada ao tipo e vão da estrutura a ser                            comprova a eficiência e a necessidade de
fechada com a alvenaria de vedação.                                      provocar a ligação por arraste e não apenas
                                                                         aderência da barra, através do ensaio de
Normalmente a engenharia utiliza nos sis-                                arrancamento por tração direta do sistema
temas rígidos e semi-rígidos simplesmente o                              de fixação numa alvenaria já com carga
atrito lateral ou o dispositivo conhecido como                           de compressão.
ferro-cabelo, fios de aço com diâmetro de 3 a 8
mm. Outras alternativas são telas soldadas e
                                                                                                      Resistência ao
fitas metálicas.                                                           Sistema de fixação
                                                                                                   arrancamento (Kgf)
                                                                                                                           Tipo de ruptura

                                                                         Ferro CA 60 5 mm (reto)          240           Interface fio/argamassa

                                                                         Fita metálica                    340           Interface fio/argamassa

                                                                         Ferro dobrado                    540            Corpo da argamassa
                                                                         de amarração

                                                                         Tela soldada                     760            Corpo da argamassa



      Tela soldada galvanizada            Ferro dobrado de amarração
                                                                               Já para o sistema deformável, são uti-
      As eficiências destes dispositivos são                             lizadas cantoneiras com folha de EPS ou arga-
variáveis. Em série realizada com protótipos                             massa expansiva para isolar a alvenaria da
foi avaliado o desempenho destes sistemas.                               estrutura metálica.
Os resultados são mostrados nos quadros a seguir:
                                                                                 2.4. Considerações para a perfeita escolha
                                                                                      da ligação alvenaria/pilar.
                                    Resistência ao
           Sistema                                    Local da ruptura
                                 arrancamento (Kgf)
Fita metálica perfurada                 220                  fita                • A aderência junto ao pilar é um fator
Fita metálica corrugada                 400                  fita                considerável no desempenho.
Ferro de amarração Ø 5,0 mm             400                fixação

Tela soldada Ø 1,65 mm                  800              corpo do fio            • A distância entre apoios define o sis-
                                                                                 tema de ligação:

     Resistência ao cisalhamento da junta                                        - Vãos até 4,5 m – atrito lateral (rugosi-
horizontal reforçada com dispositivo metálico                                    dade – chapisco – Tipo Vinculada
(Medeiros 1999)
                                                                                 - Vãos entre 4,5 e 6,5 m – fixação lateral
               Fixação
                                                 Resistência ao                  com tela soldada ou ferro dobrado de
                                              cisalhamento (Kgf)
                                                                                 amarração – Tipo Vinculada.
  Sem fixação metálica                             500
                                                                                 - Vãos ≥ 6,5 m – fixação lateral e superior
  Ferro cabelo                                     800                           com folha de EPS (cantoneiras) ou arga-
                                                                                 massa expansiva – Tipo Desvinculada.
  Ferro dobrado de amarração                      1800

  Tela soldada                                    2100                           • A utilização do conhecido ferro-cabelo
                                                                                 não é eficiente no sistema de ligação
    Os resultados apresentados mostram                                           quando utilizado sozinho.
uma grande diferença e maior eficiência para a

                                                                                                                                                  23
Projeto de alvenaria

      • O preenchimento das juntas verticais        acordo com a espessura da parede (largura
      próximas ao apoio contribui com               dos blocos), conforme tabela a seguir:
      a ligação.
                                                                                  Dimensões da tela
      • A espessura do bloco é fator determi-           Espessura do bloco
                                                                             largura x comprimento (mm)
      nante.                                                70 mm                       60 x 500

                                                            90 mm                       80 x 500
      • A ligação alvenaria/estrutura metálica é            120 mm                      110 x 500
      mais bem controlada que em estruturas                 150 mm                      120 x 500
      de concreto armado levando em                         190 mm           180 x 500 ou duas tiras 60 x 500
      consideração a velocidade de execução.

      • A utilização de argamassa de assenta-            Para paredes com blocos de 190mm de
      mento entre 4 e 8 MPa se comportam            largura podem ser usadas duas telas
      bem com o sistema de fixação.                 de 60x500mm, principalmente no caso de
                                                    blocos vazados, onde a área de ancoragem fica
      • A utilização de ferro dobrado de amar-      reduzida.
      ração com a tela e argamassa deformável
      (até 8 MPa) formam o melhor desem-                 Devem ficar embutidos na junta vertical
      penho para o sistema de vedação.              de argamassa entre parede e pilar 100mm dos
                                                    500mm do comprimento da tela, com a dobra
      • O atrito lateral no pilar pode ser melho-   voltada para cima.
      rado com aplicação de argamassa colante
      com adição de polímero para adesão                 Como regra geral pode-se definir
      química.                                      o tamanho da tela com largura inferior a 10,
                                                    15 e 20mm da largura do bloco e comprimen-
      • A tolerância ideal para deslocamentos       to horizontal no mínimo de 400mm.
      máximos da estrutura onde deverá
      apoiar a alvenaria, será de L/1000 para
      deformação da estrutura após a execução
      da alvenaria com vãos.

      • As alvenarias são muito mais respon-
      sáveis pelo comportamento geral da edi-
      ficação que apenas a vedação.

      2.5. Cuidados na execução das ligações

      Antes do início da execução da fixação
 das alvenarias, deve ser feito um preparo
 da estrutura metálica conforme será visto
 posteriormente no item 3.3.

      Com o objetivo de evitar o aparecimento
 de fissuras indesejáveis nas interfaces entre
 parede e pilar é recomendável o uso de telas
 soldadas como componente de ligação.

      Os tamanhos podem ser definidos de

24
A execução de fixação é muito impor-                     Ao assentar o tijolo deve-se posicionar as
tante para o sucesso do sistema de fixação               telas com cuidado sobre a argamassa obser-
lateral, o erro na fixação pode levar ao com-            vando uma espessura em torno de 10mm ade-
prometimento da deformação levando à ocor-               quando o nivelamento e cobrimento da tela
rência de fissura. Pela grande importância               antes de assentar o próximo bloco.
deve-se observar o posicionamento a cada
                                                                             Argamassa colante         Tela metálica soldada
fiada garantindo o centro entre os tijolos.                                                            fixada com cantoneira



     Posicionar as telas conforme projeto ou
em todas as fiadas pares.

     Utilizar uma cantoneira para fixar a tela             Pilar

com aba mínima de 20mm e chapa 2mm, com
os seguintes comprimentos:

                                                                   2.6. Fixação superior das alvenarias
     Dimensões da tela         Comprimento da
       largura (mm)            cantoneira ( mm)
                 60                     50                     A rugosidade das vigas não é levada em
                 80                     60               consideração para o sistema de fixação das alve-
                 110                    80               narias, sendo necessário apenas a limpeza efi-
                 120                   100               ciente e a remoção de todo material solto, graxas
                 180                   100               e poeiras.
                                                               A ligação da alvenaria com a viga deverá
                                                         ser cuidadosamente definida no projeto sendo
     As cantoneiras serão fixadas com pisto-             que existem três tipos de fixação: Sistema Rígido,
las de pressão e pinos de aço zincado ou                 Sistema Semi-rígido e Sistema Deformável.
através de soldagem.                                           A utilização desses sistemas é definida
                                                         em função de seus vãos.

                                                                   - Vãos de até 4,5 m - sistema rígido
                                                                   - Vãos de 4,5 a 6,5 m – sistema
                               Cantoneira
                                                                     semi-rígido
                       5 cm    metálica                            - Vãos ≥ 6,5 m – sistema deformável
                                Perfil metálico
            Cantoneira                                             • Sistema Rígido
                                                                                       Viga metálica

                                             Alvenaria




                                                                                        Alvenaria




    Cantoneira                Cantoneira




                                                                                                                               25
Projeto de alvenaria

        Outros detalhes:                                  O preenchimento deve ser executado
                                                    após a conclusão de todas as alvenarias e
       Utiliza-se neste processo o sistema de       não antes de 7 dias do término da alvenaria,
 encunhamento, através do confinamento              e elevada de baixo para cima do prédio com
 rígido da alvenaria sob a estrutura, tendo o       a fixação de cima para baixo.
 cuidado de observar a distância entre os
 pilares (sistema rígido). O encunhamento                • Sistema deformável
 superior não deverá ser realizado antes de
 7 dias do término da alvenaria, utilizando
 argamassa de assentamento e adição de adi-
 tivo com alumina ou similar tipo expansor,
 para evitar a retração excessiva da argamas-        Viga
 sa, garantindo a fixação e estabilidade à
                                                       2 a 3 cm                   Espuma de
 alvenaria.
                                                                                  Poliuretano
                                                                                  Expandindo
        • Sistema semi-rígido
                                                                                  ou placa de EPS

                                                                                  Alvenaria


       Viga


     1,5 a 3,5 cm                     Argamassa
                                      com aditivo
                                      expansor




                                Alvenaria




                                                          Para o sistema deformável adota-se o
                                                    processo de confinamento lateral pelas can-
                                                    toneiras, em função da necessidade de
                                                    absorver todos os efeitos de movimentação
                                                    da estrutura.
                                                          Este sistema pode ser adotado também
                                                    lateralmente Pilar/Estrutura quando o tipo de
                                                    estrutura for deformável e a alvenaria apre-
                                                    sentar índice de esbeltez λ ≤ 25.


      Este sistema, quando adotado, considera
 pequenas deformações térmicas e estrutu-
 rais sobre o painel de alvenaria, sendo
 necessário a utilização de argamassas de
 cimento e água com aditivo expansor (arga-
 massa não retrátil).

26
Capítulo 3
             Execução e inspeção de
               alvenarias de vedação
              para estrutura metálica




                                    27
Execução e inspeção de alvenarias de vedação para estrutura metálica

      3.1.Diretrizes para alvenaria                      - Promover a efetivação do controle de
          racionalizada                                    recebimento de materiais.

      Em primeiro lugar deve-se deixar claro o           - Padronizar a forma de armazenamento
 que vem a ser Alvenaria Racionalizada.                    e transporte pelo canteiro.
 Racionalização construtiva nada mais é do que
 a otimização do uso dos recursos disponíveis            - Estabelecer mecanismos de
 em todas as fases da construção, ou seja, a               retroalimentação ao setor de projetos.
 minimização do desperdício com adoção de
 soluções construtivas, visando sempre a quali-         • Padronizar a produção através da
 dade de execução da alvenaria.                         elaboração de procedimentos
                                                        de execução dos serviços.
       As principais diretrizes de ações a serem
 seguidas para a melhor implementação da                • Treinamento e motivação contínua
 alvenaria racionalizada são basicamente:               da mão de obra.
 Diretrizes de projeto, Diretrizes de execução e
 Diretrizes de controle.                                Diretrizes de controle

                                                        • Definição das responsabilidades de
      Diretrizes de projeto
                                                        cada elemento no processo de produção.
      • Durante a concepção da edificação,
                                                        • Padronização do acompanhamento das
      deve-se viabilizar a compatibilização da          atividades através da elaboração de pro-
      alvenaria de vedação com a estrutura              jetos de procedimentos de inspeção dos
      metálica, assim como as esquadrias,               serviços.
      instalações e seus revestimentos.
                                                        • Estabelecer os mecanismos de recebi-
      • Estudar a possibilidade do uso de com-          mento de cada atividade corrigindo even-
      ponentes de alvenaria com modulação               tuais não conformidades.
      flexível (concreto celular autoclavado,
      cerâmicos seccionáveis, etc).                     3.2. Lista de verificação quanto ao
                                                             recebimento da estrutura metálica
      • Buscar a elaboração do projeto de pro-
      dução da alvenaria simultaneamente com              Antes da execução das paredes de alve-
      projeto executivo com o objetivo de          naria, faz-se necessário um levantamento das
      racionalizar.                                características da estrutura metálica. Uma vez
                                                   que inserida em uma estrutura metálica, é de
                                                   se esperar que a técnica de produção da
      Diretrizes de execução                       parede esteja diretamente vinculada às carac-
                                                   terísticas e à qualidade da execução da estru-
      • Organizar o setor de suprimentos para o    tura que delimita o vão.
      cumprimento das seguintes atividades:
                                                        Alguns itens devem ser verificados para
       - Promover a compra técnica procuran-       que a alvenaria seja executada de forma eficaz:
       do atender as especificações.
                                                        • Corrosão – Deverá ser verificada se a
       - Selecionar fornecedores obedecendo             camada de cobrimento não está solta,
       critérios de qualidade.                          como a camada de Primer (a base de

28
zinco), podendo ser usada uma espátula.              Deve-se limpar toda a estrutura metálica,
                                                    retirando qualquer tipo de restos de material
     • Limpeza – Deverá ser tirada toda poeira      aderidos, promover sua rugosidade com arga-
     ou qualquer tipo de material que esteja        massa polimérica colante com adição de
     aderido na estrutura, gordura etc.             fixador, aplicados com desempenadeira dentada.

     • Prumo – Verifica-se o prumo da estrutu-
     ra que deverá ser a mesma utilizada na
     execução da alvenaria, não ultrapassan-
     do a H/900 (onde H é a altura efetiva da
     alvenaria).

     • Qualidade da solda – Verifica-se se a
     solda está bem aplicada e com sua
     função obedecida.

     • Qualidade do encontro viga/pilar –
                                                          Após essa etapa deve-se aguardar 72
     deverá ser inspecionado visualmente se
                                                    horas para o início do serviço de assentamen-
     existem pontos distantes permitindo a
                                                    to propriamente dito.
     percolação de água.

                                                         3.4. Locação e execução da alvenaria
     • Parafuso – quanto a qualidade, se está
     solto, frouxo ou mal parafusado, per-
                                                          Um conjunto de três etapas compõe a
     mitindo também a entrada de água.
                                                    execução propriamente dita da alvenaria de
     3.3. Preparação da superfície da               vedação: locação da primeira fiada, a elevação
          estrutura para receber a alvenaria        e a fixação.


      As etapas de preparo da superfície que             3.4.1. Locação
irá receber a alvenaria podem ser divididas em           Exemplo de projeto de locação (ver ilus-
quatro: a limpeza do local, a melhoria da           tração da próxima página).
aderência      alvenaria/estrutura    metálica,
a definição das aberturas (portas, janelas) e a           A etapa que vai garantir a qualidade dos
fixação das alvenarias aos pilares.                 serviços de assentamento da alvenaria é a
                                                    locação, sendo de suma importância sua corre-
      O preparo da superfície estrutura/alve-       ta implementação.
naria deve ter início pela limpeza cuidadosa do
local em que será executada a alvenaria.                 A locação visa posicionar as paredes de
                                                    alvenaria com o objetivo de otimizar o con-
     A estrutura de aço deve ser totalmente         sumo da argamassa de revestimento e a cor-
preparada, pois é de suma importância a             reção de defeitos possíveis decorrentes da exe-
aderência lateral, para os casos de sistema rígi-   cução da estrutura metálica.
do e semi-rígido.
                                                          A mão de obra deve ser totalmente
      No caso de estruturas deformáveis, deve       qualificada, resultando assim no ganho de pro-
ser feita uma limpeza do local, onde será fixa-     dutividade, uniformidade e qualidade dos
da a placa de EPS com cola adesiva.                 serviços.

                                                                                                  29
Execução e inspeção de alvenarias de vedação para estrutura metálica




                                     BANHEIRO




                                     QUARTO




                               Bloco inteiro na região de encontros (estrutura/alvenaria), vãos e amarração.

                                 Alinhamento da Alvenaria


       A primeira atividade na locação consiste na                              Inicialmente, marca-se as faces das pare-
 materialização dos eixos de referência, preferen-                        des, a partir dos eixos de referência, usando-se
 cialmente os mesmos que foram utilizados para a                          sempre valores das cotas acumuladas, materi-
 locação da estrutura. A locação deverá ser iniciada                      alizando-os pelo posicionamento dos blocos
 pelas paredes de fachada, considerando o prumo                           de extremidade. Faz-se então a verificação da
 do conjunto que esteja executado.                                        distribuição dos blocos nessa fiada, a fim de
                                                                          corrigir distorções.
        Como regra geral, recomenda-se que a
 locação da alvenaria seja feita com o próprio bloco                           Faz-se o assentamento dos blocos de
 que será empregado na elevação, no caso de blo-                          extremidade após ser definido o espaçamento
 cos vazados, é comum o preenchimento destes, na                          entre eles. Devidamente posicionados e assen-
 primeira fiada, com o intuito de melhorar as carac-                      tados, passa-se uma linha unindo suas faces
 terística de fixação de rodapés, prática que pode ser                    externas, determinando, assim, o alinhamento
 substituída pelo uso de parafusos com buchas.                            da primeira fiada, que deverá ser completada.
                                                        2 barras de aço
                                                                          Pode-se esticar duas linhas, garantindo o
                                                          10mm, CA 60,
                                                           fixados com    alinhamento e o prumo da fiada.
                                                           resina epóxi
                                                           em furos de
                                                              ø 12mm a
         1ª fiada
                                                          cada 2 blocos          Deverá ser obedecido o mesmo nível entre
     preenchida
            com                                                           as fiadas de blocos, a fim de se possibilitar a amar-
       argamasa

                                                10 cm
                                                                          ração entre as paredes perpendiculares entre si e
                                                                          manter sua marcação constante e correta.
        Viga metálica
                          2 blocos

30
A argamassa utilizada na primeira fiada            Concluída a locação, faz-se a avaliação e
deverá ser a mesma que será utilizada na ele-       inspeção da execução (descrito no item 4.6).
vação da alvenaria, sendo que a espessura da
argamassa na locação poderá ser de 1 a 3 cm,             3.4.2. Elevação da alvenaria (execução)
a fim de absorver defeitos na superfície da laje.
                                                         Situações importantes devem ser obser-
      Assentam-se os blocos da fiada de             vadas para o início da elevação como a defor-
locação com a junta vertical preenchida, garan-     mação das lajes acima do pavimento.
tindo assim, maior resistência a choques e per-
mitir melhor distribuição de esforços entre a           Recomenda-se o uso de junta vertical
estrutura metálica e a alvenaria.                         em toda a execução da alvenaria

                                                          Nos casos de vãos internos com
                                                           comprimento ≤ 4,5m ou λ ≤ 25
                                                        pode-se adotar o não preenchimento
                                                                 das juntas verticais.
                                                       Nesse caso deve-se então usar a junta
                                                      só nas três primeiras fiadas com o intuito
                                                           de aumentar a ligação do pilar.
            Foto da locação – 1 ª fiada

                                                         O alinhamento na direção horizontal é
                                                    dado pela fiada de locação. Para o assenta-
                                                    mento da segunda e demais fiadas, recomen-
                                                    da-se a utilização de escantilhões, a partir dos
                                                    quais pode-se esticar uma linha de náilon entre
                                                    os espaçamentos por ele definidos.

                Alvenaria 1ª fiada                        Com o alinhamento definido, são assen-
                                                    tados todos os componentes da fiada, passan-
                                                    do para a fiada seguinte até que atinja a aber-
                                                    tura ou a última fiada da alvenaria, nos casos
                                                    das paredes sem aberturas.



                Gabarito de porta
       Feito, deve-se locar as paredes internas,
cujo posicionamento é dado de acordo com a
locação das paredes de fachada e das carac-
terísticas geométricas das peças estruturais.

      Atentar para marcação das portas,
podendo-se utilizar gabaritos que possibilitam
a locação precisa e a regularidade das laterais.
Estes gabaritos também servem como escan-
tilhão, delimitando o alinhamento das fiadas
de alvenaria. Para a execução de janelas, já
existem no mercado gabaritos que permitem a
obtenção de vãos precisos.                                  Alinhamento na direção horizontal

                                                                                                   31
Execução e inspeção de alvenarias de vedação para estrutura metálica

        As juntas horizontais de argamassa                Os blocos que serão posicionados junto
 deverão ter espessura de 10mm, não variando        as estruturas metálicas ( pilar, etc.) deverão ser
 para menos que 8mm nem mais que 18mm.              assentados com argamassa da junta vertical já
 Observa-se que juntas pouco espessas levam a       colocada sobre ele, de modo que ela seja com-
 um mau desempenho do conjunto devido               primida fortemente junto a estrutura já previa-
 a sua baixa capacidade de absorver defor-          mente tratada para receber a alvenaria, como
 mações, enquanto as juntas espessas pro-           vimos anteriormente.
 movem uma queda de resistência mecânica do
 conjunto, além de um maior consumo
 de material.
        A argamassa da junta horizontal é coloca-
 da sobre a fiada já assentada, podendo ser
 aplicada por toda espessura da parede,
 utilizando-se colher de pedreiro, ou preferen-
 cialmente, deverá ser aplicada de modo a
 construir dois cordões contínuos, um em cada
 extremidade do comprimento da parede,                            Junta vertical preenchida
 usando para esse caso, uma das seguintes
 ferramentas: bisnaga, meia-cana ou desempe-
 nadeira. É recomendado junta fresca de 1,5cm,
 ficando com 1,0cm de espessura depois
 de seca.




                                                                  Bloco sendo comprimido

                                                          A cada fiada executada deverá ser verifi-
                                                    cado o alinhamento e o prumo a fim de corri-
                                                    gir quaisquer eventuais problemas.




            Juntas horizontais preenchidas

       A situação recomendável é de que haja
 amarração entre as paredes, pois esse tipo de
 ligação apresenta melhor desempenho por
 permitir a redistribuição das tensões atuantes
 na alvenaria, portanto todas as juntas verticais
 entre os blocos devem ser preenchidas.                       Verificação do alinhamento e prumo

32
As juntas verticais dos blocos da última      semi-rígido e deformável .Conforme citado no
fiada deverão ser preenchidas e para que haja       capítulo anterior.
uma adequada fixação do vão entre a alvenaria
e a estrutura, deverá ser deixado um espaça-
mento compatível com o sistema de fixação                A fixação superior da alvenaria deve ser
superior da alvenaria especificado no projeto.      postergada o máximo possível.


                                                         Situação ideal: executar fixação após a
                                                    conclusão de toda a estrutura, elevação das
                                                    alvenarias e execução de pisos.


                                                         A fixação das alvenarias deve ser execu-
                                                    tada dos pavimentos superiores em direção
                                                    aos inferiores.

     Espaçamento entre a alvenaria e a estrutura         Caso alguma alvenaria termine em bordo
Recomendações adicionais para elevação da           livre, deverá ser executada cinta de borda.
alvenaria
                                                         3.5. Detalhes construtivos
     • No embutimento dos eletrodutos, os
                                                         3.5.1. Aberturas
     blocos deverão ser assentados com furos
     na vertical.                                         As aberturas, geralmente portas e
                                                    janelas, deverão receber um tipo de reforço
     • Em paredes com previsão de caixas de         para evitar futuras fissuras (45º) naquela região
                                                    em forma de vergas e contravergas .
     instalações, ao alcançar a altura, deve-se
     posicionar um gabarito de madeira do              As contravergas deverão ser executadas
     tamanho da caixa para que o vão fique                quando o vão ultrapassar a 0,50m
     moldado.

                                                         Utiliza-se o processo de execução da
     • Se existirem flexas nas vigas ou lajes, as
                                                    alvenaria conforme visto anteriormente até a
     duas últimas fiadas deverão ser assentadas     uma fiada antes da altura dos peitoris, de
     sem nível, compensan0do as diferenças          forma a executar a contraverga.
     com a variação da espessura das juntas de
     argamassa.


     3.4.3. Fixação da alvenaria


     Quanto à fixação superior da alvenaria
junto a estrutura metálica, deve-se levar em
conta situações diferentes quanto ao elemento
estrutural que a envolve como sistema rígido,
                                                                                      contraverga

                                                                                                    33
Execução e inspeção de alvenarias de vedação para estrutura metálica

                                                                                      Deve-se atentar então, para os casos em
       • O apoio mínimo para a realização das                                   que a abertura não atingirá a viga metálica ou
          vergas e contravergas é de 0,20m.                                     a laje, onde se sugere agir da seguinte forma:

         • Especificam-se vergas contínuas em                                         Faz-se uma semiverga, com espessura de
            vãos sucessivos cujas distâncias                                    5cm , armada com ferro CA60 – 10mm e
               sejam inferiores a 0,60m.                                        posteriormente faz-se um enchimento (tipo
                                                                                encunhamento) com elemento pré-moldado
                                                                                até a altura da viga metálica. Esse preenchi-
            • A seção transversal das vergas
                                                                                mento pode ser adquirido diretamente da
         e contravergas devem ser no mínimo
                                                                                fábrica ou confeccionado no canteiro de obra.
             correspondentes à dos blocos.

      Segue-se alguns valores que são
                                                                                                                          2 ø CA 60
 recomendáveis para a execução de vergas e                                           Viga metálica
                                                                                                     > 30 cm    > 30 cm
                                                                                         Elemento
 contravergas em relação ao tipo de bloco, com-                                       pré-moldado
                                                                                    de fechamento
 primento da parede e tamanho do vão.                                                                                     2 ø CA 60

                                                                                                     > 30 cm   > 30 cm

                              Blocos de concreto

                                       vergas              contravergas
                                                                                  Vergas com aberturas inferiores a 2,40m:
     Comprimento
                                Até 8             >8       Até 8          >8     deve-se realizar os mesmos procedimentos
     da parede (m)
                                                                                  das contravergas; será necessário então,
     Abertura do vão (m)        < 2,5             <2,5     <2,5      2,5 a 3        um escoramento dos blocos para o
     Apoio mínimo (m)            0,3              0,4       0,4           0,6   assentamento e moldagem no local da verga.

                                                                                  Vergas com aberturas superiores a 2,40m :
                     Blocos de concreto celular autoclavado                             deve-se tomar a verga como
                                        vergas             contravergas
                                                                                       uma viga, sendo sua armadura
                                                                                           dimensionada como tal.
     Comprimento
                                Até 8              >8      Até 8          >8
     da parede(m)
                                                                                       No caso de blocos de concreto celular
     Abertura do vão (m)        < 2,5            Até 3,2    <2,5     Até 3,2
                                                                                autoclavados, blocos de concreto e blocos
     Apoio mínimo (m)            0,3               0,4        0,3         0,4
                                                                                cerâmicos, a moldagem pode ser feita in loco,
                                                                                utilizando os blocos canaletas ou a pré-fabri-
                                                                                cação com concreto celular.
                               Blocos cerâmicos

                                       vergas              contravergas

     Comprimento
                                Até 8             >8       Até 8          >8
     da parede(m)

     Abertura do vão (m)        < 2,5            Até 3,2    <2,5     Até 3,2    Vergas
     Apoio mínimo (m)            0,3              0,3         0,3         0,4




      No caso do projeto especificar que a
 abertura atingirá a viga ou a laje não será
 necessário obviamente a execução da verga, o
 que é uma situação desejável já que o proces-
 so está voltado para a racionalização.

34
3.5.2. Embutimento                                  3.5.3. Juntas de controle
      Recomenda-se a utilização de SHAFT, téc-            Quando as paredes de alvenaria tiverem
nica mais racional, para o embutimento das          grandes dimensões utiliza-se juntas de cont-
instalações.                                        role, que tem o objetivo de limitar o compri-
                                                    mento das paredes, conforme tabela, evitando
     Instalações hidráulicas                        concentrações de tensões.

      No caso onde as instalações hidráulicas             A execução das juntas de controle deve ser
estão distribuídas por uma superfície, seria        realizada a medida que a parede vai sendo ele-
recomendável a execução de paredes duplas, uti-     vada, para que os painéis separados pelas juntas
lizando-se componentes de pequena espessura.        não percam a estabilidade, permitindo o controle
                                                    quanto a torção e oscilações transversais.
      A primeira alvenaria seria elevada para a
fixação da árvore hidráulica e em seguida,                Depois da concretagem do pilarete, a
eleva-se a segunda alvenaria deixando os            cada 30cm , deverá ser fixada a barra de trans-
furos para os pontos de água.                       ferência, com uma metade dentro de um
                                                    pilarete e a outra metade encapada ou
     Quando se optar pelo corte direto na           esmaltada no outro pilarete, conforme figura.
alvenaria, faz-se um detalhamento construtivo
das paredes, objetivando localizar e dimen-              Entre os pilaretes deve ser colocada uma
sionar os rasgos das instalações.                   placa de EPS, para a absorção das tensões.
                                                                                                Barra de transferência:
       Para os blocos de concreto, cerâmicos e                  Placa de EPS                    . ∅ 8.0 mm. A cada 2 fiadas
                                                                                                . Comprimento da barra: 35 cm
sílico-calcários, recomenda-se que o corte seja                                                 . Metade da barra engraxada.
                                                                                                . Espaço entre os pilaretes: 10 mm
feito com a ajuda de uma serra de disco de corte.

     Para os blocos de concreto celular auto-
clavado, recomenda-se o uso do rasgador
manual, que vai permitir rasgar sem danificar.

     Instalações elétricas

     No caso de instalações elétricas é
possível a passagem dos eletrodutos por den-                                   Pilarete duplo

tro dos furos de alguns blocos já disponíveis            Será executada uma junta de revestimen-
no mercado.                                         to nas estruturas semi-rígidas.

     Instalações de água quente                          3.6. Inspeção e avaliação da execução da
                                                              alvenaria
     Deve-se prever o isolamento da tubu-
lação, que poderá ser feito com a utilização de          A qualidade do processo de racionaliza-
argamassas adicionadas de isolante térmico          ção em uma atividade é um dos pontos de
(vermiculita e outros), argamassas específicas      maior desafio.
pré-dosadas ou tubos de espuma rígida.
                                                          Segue-se uma proposta de inspeção e
      Recomenda-se ainda o uso de shafts nas        avaliação para as etapas de execução da alve-
prumadas de luz, gás, telefone e mesmo              naria de vedação.
sanitárias.


                                                                                                                                     35
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  • 1. Manual de Construção em Aço Alvenarias
  • 2. BIBLIOGRAFIA TÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CONSTRUÇÃO EM AÇO ALVENARIAS
  • 3. Sobre o autor Otávio Luiz do Nascimento Graduado em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia e Arquitetura da Fundação Mineira de Educação e Cultura – FEA - FUMEC; Professor da FEA-FUMEC, nas disciplinas de Materiais de Construção para Engenharia Civil, Engenharia de Produção e Arquitetura e Construção de Edifícios para Engenharia Civil. Professor do Curso de Pós-Graduação em Avaliação e Perícia na disciplina de Patologia das Edificações. Consultor especializado em Alvenarias e Revestimentos; Diretor da empresa CONSULTARE; Endereço: Rua Bambuí, 242 – Bairro Mangabeiras – Belo Horizonte – MG Tel.: (031) 3284-9399 – Fax: (31) 3287-0286 CEP: 30.210-490 E-Mail: consulta@consultare.eng.br Colaboração Enga. Fabiana Oliveira Cunha Enga. Alexandra Ancelmo Piscitelli
  • 4. ÍNDICE Apresentação _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 05 Capítulo 1 Principais conceitos na definição de alvenarias de vedação _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 07 1.1. Função das alvenarias _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 08 1.2. Estrutura das alvenarias _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 08 1.3. Dimensionamento das alvenarias _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 08 1.4. Classificação das alvenarias _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 09 1.5. Estabilidade das alvenarias para estrutura metálica _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 13 1.6. Mecanismo de fissuras em alvenaria de vedação _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 14 Capítulo 2 Projeto de alvenarias _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 17 2.1. Projeto para produção da alvenaria de vedação _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 18 2.2. Conteúdo do projeto para produção de alvenarias _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 19 2.3. Roteiro para elaboração das principais etapas do projeto de alvenaria _ _ _ _ _ _ 19 2.4. Considerações para a perfeita escolha da ligação alvenaria/pilar_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 21 2.5. Cuidados na execução das ligações _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 22 2.6. Fixação superior das alvenarias_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 23 Capítulo 3 Execução e inspeção de alvenarias de vedação para estrutura metálica _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 25 3.1. Diretrizes para alvenaria racionalizada _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 26 3.2. Lista de verificação quanto ao recebimento da estrutura metálica _ _ _ _ _ _ _ _ _ 26 3.3. Preparação da superfície da estrutura para receber a alvenaria _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 27 3.4. Locação e execução da alvenaria _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 27 3.5. Detalhes construtivos _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 31 3.6. Inspeção e avaliação da execução da alvenaria _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 33 Capítulo 4 Sistema de revestimento _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 35 4.1. Estrutura metálica revestida_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 36 4.2. Estrutura metálica aparente _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 48 4.3. Resumo do estudo das ligações alvenaria X estrutura _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 50 4.4. Cuidados nas ligações revestimento / estrutura metálica _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 51 Referências Bibliográficas _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 52
  • 5. 6
  • 6. Apresentação O Brasil possui uma cultura bastante difundida para o uso da alvenaria tradicional como prin- cipal componente de vedação interna e externa das edificações. Com o uso cada vez maior do aço como material da estrutura, sentiu-se a necessidade de um maior conhecimento da utilização da alvenaria diretamente nessa estrutura, uma vez que o concreto armado sempre foi a base para tudo. O objetivo do presente trabalho é auxiliar a equipe de obra na execução das alvenarias em estruturas metálicas, criando uma sequência para a execução, com técnicas e cuidados até o sis- tema de revestimento . A denominação alvenaria de vedação corresponde ao emprego de elementos com dimen- sões reduzidas de diversos materiais (argila, concreto, etc.) unidos entre si, destinados a fechar um ambiente, assegurando segurança, conforto e habitabilidade à edificação dentro de um sistema estruturado. A execução da alvenaria de vedação apresenta uma demanda de aprimoramento e técnicas capazes de atender às necessidades de industrialização e racionalização da construção civil. Neste manual, procurou-se tratar a alvenaria de vedação e seus sistemas complementares no contexto destas duas diretrizes da engenharia moderna. Embora as estruturas de apoio ao longo dos anos tenham evoluído e incorporado novas tecnologias de cálculo e execução, a velha alvenaria continua a ser tratada pela engenharia como um elemento simples e sem tecnologia, bastando utilizar a “técnica cultural” existente. A intro- dução de lajes nervuradas e planas com grandes vãos, das estruturas de aço e estruturas mistas na área de edificações, gera a necessidade de novas soluções e melhoria das interfaces alvenaria/estrutura, respeitando os limites de cada material. Apesar dos avanços no cenário mundial, esta tecnologia tão eficaz de estrutura metálica com fechamentos em painéis ou mesmo com alvenarias tem sido pouco explorada no Brasil. O con- servadorismo dos agentes envolvidos com a construção civil, a falta de conhecimento das alter- nativas e a escassez de informações resultam em um círculo vicioso, responsável em grande parte pela não exploração da potencialidade destes sistemas. No entanto, os investimentos destinados a este setor estão cada vez mais presentes e volumosos. As “conclusões” do tipo “Eu acho que isso vai dar problema... , grandes demonstrações de incompetência tecnológica, devem ser com- ” pletamente abolidas da engenharia e substituídas por estudos que vão certificar a eficiência do sis- tema. Com este manual pretende-se contribuir para melhoria do conhecimento da engenharia, quebrando alguns paradigmas e o círculo vicioso, estruturando nos profissionais da área da construção civil uma visão clara e técnica. O manual procura motivar os leitores para a aplicação correta de elementos de vedação em estruturas metálicas, sem deixar de alertar para todas as dificuldades inerentes a qualquer proces- so construtivo e com a visão de otimização e futuro. 7
  • 7. 8
  • 8. Capítulo 1 Principais conceitos na definição das alvenarias 9
  • 9. Principais conceitos na definição das alvenarias 1.1. Função das alvenarias 1.3. Dimensionamento das alvenarias A principal função de uma alvenaria é de Em função do avanço da tecnologia das estabelecer a separação entre ambientes, estruturas de concreto e aço e o conseqüente e principalmente a alvenaria externa que tem aumento dos vãos entre pilares, torna-se indis- a responsabilidade de separar o ambiente exter- pensável o cuidado para projetar estas alve- no do interno e para cumprir esta função deverá narias, a identificação do tipo de estrutura e o atuar sempre como freio, barreira e filtro seletivo, dimensionamento da alvenaria para a vedação controlando uma série de ações e movimentos da estrutura, sendo as principais interferências complexos quase sempre muito heterogêneos. descritas a seguir: Propriedades das alvenarias: • Deformações imediatas devido à deformação da estrutura; • Resistência à umidade e aos movimentos térmicos; • Deformações em função da carga permanente; • Resistência à pressão do vento; • Deformação futura (aproximadamente • Isolamento térmico e acústico; 1000 dias, para estruturas de concreto); • Resistência à infiltrações de água pluvial; • Variação da umidade e temperatura • Controle da migração de vapor de água sobre a estrutura; e regulagem da condensação; • Módulo de elasticidade real; • Base ou substrato para revestimentos em geral; • Análise global das deformações (os valores • Segurança para usuários e ocupantes; previstos para flecha das estruturas • Adequar e dividir ambientes. geralmente interferem nas alvenarias). 1.2. Estrutura das alvenarias Cabe à engenharia o perfeito dimensiona- mento destas estruturas e seus complementos Quanto à estruturação podemos dividir (alvenarias, esquadrias, revestimentos, etc). Os as alvenarias em grupos quanto à utilização e engenheiros calculistas deverão apresentar com função, bem como sua estrutura adotada para mais precisão os valores das flechas imediatas absorver esforços e cargas previamente em qualquer região das lajes e consequente- definidas em projetos, ou somente de vedação, mente em longo prazo, não apenas a momentos distintas principalmente entre “Alvenarias fletores e reação de apoio. Os limites de fissuração auto-portantes” e “Alvenarias de vedação”. dos painéis de alvenaria de vedação, em função dos valores de flecha, mostram a possibilidade de • Alvenarias auto portante: são denomi- problemas em números muito inferiores ao L/300 nadas por auto-portante as alvenarias desti- (flecha admissível) adotado na NBR 6118, princi- nadas a absorver as cargas das lajes e sobrecar- palmente em lajes planas e protendidas. ga, sendo necessário para o seu dimensiona- mento à utilização da NBR 10837 e NBR 8798, O CSTC1 (1980) estabelece como limite o observando que sua espessura nunca deverá valor correspondente a L/1000, para a defor- ser inferior a 14,0 cm (espessura do bloco) e mação da estrutura suporte após a execução resistência à compressão mínima fbk ≥ 4,5 MPa. das alvenarias com abertura e L/500 para alve- narias sem aberturas. • Alvenarias de vedação: são denomi- nadas de alvenaria de vedação as montagens de O ACI2 (1979), indica L/600 para defor- elementos destinados às separações de ambi- mação da estrutura suporte após a execução entes; são consideradas apenas de vedação por da alvenaria. trabalhar no fechamento de áreas sob estru- turas, sendo necessário cuidados básicos para o A POLI-USP3, indica em vários trabalhos seu dimensionamento e estabilidade. os limites de L/1000 e L/2600 respectivamente 10
  • 10. para deformação da estrutura suporte após a para isso apresenta-se a classificação das alve- execução das alvenarias. narias de vedação em função do sistema a ser adotado principalmente pela estrutura de apoio. A tabela a seguir mostra alguns exemplos de deformações nas estruturas: Classificação quanto à função: Flecha Flecha admissível para alvenaria (cm) Vão admissível CSTC ACI USP • Alvenaria com função estrutural; entre para • Alvenaria sem função estrutural (vedação); pilares C/abert. S/abert. C/abert. S/abert. C/abert. S/abert. estrutura (m) (cm) L/300 L/1000 L/500 L/600 L/600 L/1000 L/2600 • Alvenarias divisórias de bordo livre 4.0 1.33 0.40 0.80 0.66 0.66 0.40 0.15 (muros, platibandas, etc...); 6.0 2.00 0.60 1.20 1.00 1.00 0.60 0.23 • Alvenarias especiais (acústica, térmica, 8.0 2.66 0.80 1.60 1.33 1.33 0.80 0.30 impactos, etc.) 1 - CSTC - Centre Scientifique et Techinique de la Classificação quanto à espessura: Construction. 2 - ACI - American Concrete Institute. • Alvenaria 0,10 m; 3 - POLI - USP - Escola Politécnica da USP . • Alvenaria 0,15 m; • Alvenaria 0,20 m. 1.4. Classificação das alvenarias Algumas outras classificações podem ser apresentadas em função da espessura do A classificação das alvenarias torna-se bloco e do revestimento adotado. necessária para a perfeita utilização dos recur- sos disponíveis no sistema de dimensiona- Classificação quanto ao número de ligações: mento, prevendo principalmente os sistemas de fixação em função dos vãos; a classificação - Alvenaria com 4 ligações rígidas: proposta sugere a definição do modelo estru- Apoio Superior Ligação Rígida Estrutura Metálica tural a ser adotado nos cálculos e projetos de alvenaria. Somente será adotada para as alvena- rias de vedação, sendo que para alvenaria auto- Ligação Rígida Ligação Rígida portante existe a norma de projeto e execução, Apoio Lateral Apoio Lateral conforme NBR 10837 “Cálculo de alvenaria estru- tural de Blocos vazados de concreto” e NBR 8798 Ligação Rígida Apoio Base “Execução e controle de obras em alvenaria - Alvenaria com 3 ligações rígidas: estrutural de blocos de concreto” ABNT . Ligação Deformável Apoio Superior O termo “Alvenaria de Vedação” classifica Estrutura Metálica as paredes que funcionam como divisórias e que não representam vínculos estruturais com Ligação Rígida Ligação Rígida as estruturas periféricas. Porém, no Brasil e em Apoio Lateral Apoio Lateral outros países com modelos construtivos menos Apoio Base evoluídos tecnologicamente, geralmente as Ligação Rígida alvenarias apresentam vínculos estruturais com a estrutura periférica apesar destas não estarem - Alvenaria com 1 ligação rígida: Ligação Deformável dimensionadas para este fim. Apoio Superior Estrutura Metálica As alvenarias em estudo neste caso apre- Ligação Ligação sentam as particularidades das ligações com as Deformável Deformável estruturas reticuladas (pré-moldadas, aço, con- Apoio Lateral Apoio Lateral creto armado, etc.) e suas condições de uso, Apoio Base Ligação Rígida 11
  • 11. Principais conceitos na definição das alvenarias Classificação quanto ao sistema de ligação Blocos cerâmicos vazados (NBR 7171) alvenaria/estrutura: Estes blocos, cujas especificações estão estabelecidas na NBR-7171, são de emprego • Sistema rígido – 4 ligações rígidas; comum e técnica executiva de domínio público • Sistema semi-rígido – 3 ligações rígidas; há muitos anos. Obtido a partir da queima • Sistema deformável – 1 ligação rígida. de argilas, são facilmente encontrados em qualquer ponto do país, devido inclusive a Classificação quanto ao tipo exposição: facilidade de fabricação. Possuem variação volumétrica de valores considerados baixos ao absorver ou expelir água, além de baixa • Interna revestida; densidade e facilidade de manuseio, apresen- • Interna aparente; tando, ainda, custo competitivo. Algum incon- • Externa revestida; veniente é observado quanto ao item variação dimensional, por se tratar de corte artesanal e • Externa aparente; secagem com queima diferenciada. Atualmente, • Especiais. grande parte dos fabricantes busca certificações para melhoria do desempenho de seus produtos. Classificação quanto ao tipo de elemento de Na maioria dos casos as alvenarias com blocos vedação: cerâmicos utilizam o bloco com furo na horizontal. • Alvenaria (elementos unidos entre si na obra); Características básicas: • Painéis; Material: • Chapas metálicas; Bloco cerâmico vazado. • Divisórias. Compatibilidade com estrutura metálica: Uso normal. Classificação quanto ao tipo de bloco: Densidade média: 1300 kg/m3 No Brasil são utilizados os mais diversos tipos de materiais para as alvenarias de Técnica assentamento: vedação, com diferentes técnicas executivas e Mão-de-obra convencional. sob influência das culturas locais. Os principais tipos de blocos utilizados estão listados a seguir: • Bloco cerâmico vazado (tijolo furado); • Bloco de concreto; • Bloco de gesso; • Tijolo cerâmico maciço (tijolo de barro); • Bloco de concreto celular autoclavado; • Tijolo de solo-cimento. Nos próximos itens será feita uma breve caracterização dos elementos de vedação. 12
  • 12. Blocos de concreto (NBR 7173) Blocos de gesso São obtidos por prensagem e vibração de Estes blocos destinam-se a vedações verti- concretos com consistência seca, dentro de for- cais internas. São de fácil manuseio, emprestando mas de aço com dimensões regulares, devendo à obra precisão e permitindo diversas formas de ser curados em ambiente com alta umidade por acabamento. São blocos pré-moldados, de ges- pelo menos 7 dias. Normalmente são assenta- sos especiais, fabricados por processo de dos na posição em que os furos estejam na ver- moldagem. Existe um tipo de bloco específico tical, contribuindo para que pequenas áreas de para atender a cada tipo de vedação: os blocos argamassa entrem em contato para a colagem azuis, HIDRÓFUGOS, são resistentes à água e entre os blocos. Utilizados há muitos anos para devem ser utilizados em áreas úmidas (banheiros, alvenaria autoportante e de vedação, deve-se cozinhas, lavabo); os blocos reforçados com fibra evitar o uso quando se apresentarem ainda com de vidro, GRC, são utilizados para áreas onde umidade elevada, devido ao alto índice de existe aglomeração de pessoas (restaurantes, retração e variação dimensional. cinemas, lojas, shopping), e os blocos de maior espessura, são recomendados para áreas de No Brasil existem bons fornecedores aten- exigências especiais como corredores de edifí- dendo as especificações da ABNT, porém, é cios comerciais, escolas e universidades, que muito grande o número de fabricantes que negli- exigem condições acústicas melhoradas. genciam sua fabricação, controle e qualidade. Apresentam densidade maior que o tijolo furado. Características básicas: Características básicas: Material: Bloco de gesso. Material: Compatibilidade com estrutura metálica: Bloco de concreto. A utilização é possível desde que prevista Compatibilidade com estrutura metálica: interface de proteção. Uso normal. Densidade média: Densidade média: 1000 kg/m3 1800 kg/m3 Técnica assentamento: Técnica assentamento: Mão-de-obra treinada. Mão-de-obra treinada. 13
  • 13. Principais conceitos na definição das alvenarias Tijolos cerâmicos maciços (NBR 7170) torna-se um produto com baixa densidade. Não devem ser utilizados quando úmidos devi- São produtos geralmente conhecidos do à variação dimensional na secagem. pela maioria absoluta. Preconizados pela NBR Exibem propriedades de isolamento térmico- 7170, são de emprego comum e técnica fácil, acústico superior aos blocos de concreto e tijo- obtidos da queima de argilas, facilmente lo furado. Pode-se considerar uma vedação encontrado em qualquer ponto do país. com bloco celular como sendo alvenaria semi- industrializada, devido à produtividade e Características básicas: modelagem adotadas para o sistema. Material: Características básicas: Tijolo cerâmico maciço. Material: Compatibilidade com estrutura metálica: Bloco de concreto celular autoclavado. Uso normal. Compatibilidade com estrutura metálica: Densidade média: Uso normal. 1500 kg/m3 Densidade média: Técnica assentamento: 600 kg/m3 Mão-de-obra convencional. Técnica assentamento: Mão-de-obra especializada Blocos de concreto celular autoclavado (NBR 13440) São produtos totalmente industrializa- dos, produzidos em poucas fábricas específi- cas. Apresentam precisão nas dimensões e são facilmente serrados, eliminando o desperdício Existem, ainda, outros tipos de blocos por quebras. Devido ao processo de fabricação possíveis de serem utilizados com estrutura com agente expansor e utilização de autoclave, metálica: sílico-calcários, solo-cimento, etc. 14
  • 14. 1.5. Estabilidade das alvenarias para essante observar que a utilização da amar- estruturas metálicas ração dos blocos também contribui para o enrijecimento da alvenaria. A estabilidade das alvenarias de vedação, está correlacionada diretamente à segurança e Em determinadas situações poderão durabilidade das edificações, devem resistir e ser previstos enrijecedores de espessura transferir para a estrutura os esforços horizon- maior que a alvenaria, capazes de aumentar tais de vento e no caso de estrutura metálica a espessura média do sistema. podem funcionar como vedação. Pilar metálico O Brasil não dispõe de normas que defi- Alvenaria nam o comportamento das alvenarias de vedação. Assim, alguns parâmetros interna- cionais e experiências acumuladas serão sugeri- Enrijecedores com espessura maior que a alvenaria Pilarete das e apresentadas como metodologia básica para o controle da estabilidade e durabilidade de alvenaria de vedação evitando muitas patologias Limitações nas dimensões das alvenarias como fissuras, infiltração, deslocamentos, etc. A restrição à adoção de painéis contínuos de grandes dimensões está diretamente ligada Condições de estabilidade: ao efeito térmico, à rigidez e à estabilidade da alvenaria. Em função do tipo de apoio pode-se Limitações verticais - Índice de esbeltez (λ): apresentar as seguintes limitações: O índice de esbeltez (λ) é a razão entre altura efetiva da alvenaria (Hef) pela espessura • Alvenaria sistema rígido do bloco (eb) (fixação rígida em 4 bordas): Área útil da alvenaria ≤ 2000 x (espessura do bloco)2 Altura efetiva (Hef) λ= Espessura do bloco (eb) • Alvenaria sistema semi-rígido Onde: (fixação rígida em 3 bordas): Área útil da alvenaria ≤ 1500 x (espessura do bloco)2 Hef = Altura efetiva da alvenaria entre as estruturas superiores e inferiores. No caso de bordo livre, utilizar Hef = 2 x altura da base à borda. • Alvenaria deformável (fixação rígida na base): eb = Espessura do bloco/elemento de Altura máxima = 25 x espessura do bloco montagem da alvenaria. Comprimento máximo = 2 x altura da alvenaria A referência para considerar a alvenaria • Alvenaria bordo livre: estável é λ ≤ 27, para alvenarias externas e Altura máxima = 12 x espessura do bloco eb λ ≤ 30 em se tratando de alvenarias internas. Comprimento máximo ≤ 2 x altura da alvenaria Caso o valor de λ ultrapasse o limite recomendado, além da possibilidade de aumentar a espessura do bloco, poderá ser Nota: As limitações de comprimento e adotado o recurso de enrijecimento interno altura podem ser alteradas pela introdução de da alvenaria com cintas e pilaretes. É inter- pilaretes armados embutidos na alvenaria. 15
  • 15. Principais conceitos na definição das alvenarias A tabela a seguir é uma referência para Estas juntas, também denominadas juntas de dimensões usuais de alvenarias: alívio ou controle, são necessariamente abertas, uti- Alvenaria interna Alvenaria externa lizando perfis metálicos, pilaretes ou outros recur- Espessura sos capazes de provocar a desconexão do pano. do bloco Altura Comprimento Altura Comprimento máxima máximo máxima máximo (m) (m) (m) (m) (m) Pilaretes duplos 0,09 3,0 6,0 2,5 5,0 Barras de transferência 0,14 5,0 10,0 3,5 7,0 0,19 6,5 13,0 5,0 10,0 Fonte: Tecnologia das Edificações - IPT. Limitações no comprimento – Juntas de dilatação: Desconexão entre os Em alvenarias sob ação do efeito térmico e pilaretes duplos com grandes comprimentos deverão ser previs- Perfil tas juntas de dilatação para combater as tensões metálico diferenciais e garantir a integridade das alvenarias. O dimensionamento destas juntas é feito levando em consideração os seguintes aspectos: Alvenaria • Deformações estruturais; 1.6. Mecanismos de fissuras em • Materiais constituintes da alvenaria; alvenarias de vedação • Módulo de elasticidade da alvenaria; • Diferencial térmico da região; Aparentemente as fissuras são as • Tipo de fixação da alvenaria; manifestações patológicas mais observadas ao • Dimensões dos painéis de alvenaria. longo de toda a história da engenharia. Estas Uma referência para o dimensionamento patologias, além de provocar desconforto e receio é fornecida no quadro a seguir que apresenta quanto à estabilidade da edificação para o usuário, valores médios para o comprimento máximo da trazem o inconveniente da perda da estanquei- alvenaria entre juntas de dilatação, em função dade e a degradação ao longo do tempo. do tipo de exposição e da espessura do bloco: Comprimento máximo As fissuras podem ser classificadas quan- Espessura entre juntas de dilatação (m) to a sua origem em duas categorias: do elemento/ bloco (m) Alvenaria interna Alvenaria externa • Internas: ocorrem por retração das arga- 0,09 8,0 6,0 massas do próprio bloco e ação de tem- 0,14 10,0 9,0 peratura e umidade. 0,19 12,0 10,0 • Externas: ocorrem, principalmente, por 0,24 14,0 12,0 causas externas (choques, cargas suspen- Notas: sas, transferência de cargas pela estrutura). • Estes valores são para alvenarias até 3,5 m de altura. Uma outra classificação possível diz • Será necessário juntas em toda respeito às fissuras estarem ou não estabi- mudança de altura em painéis contínuos. lizadas, conforme o seguinte: 16
  • 16. • Ativas: são ocorrências verificadas em Pode-se concluir que, quanto menor painéis de alvenaria, onde ocorrem ciclos a capacidade de resistência à compressão de abertura e fechamento das mesmas do bloco, o surgimento de patologias nas (efeito térmico, vibrações, trânsito, etc.). alvenarias é mais freqüente em um menor espaço de tempo e com maior intensidade • Inativas: ocorrem para alívio de tensões superiores à resistência do material ou Extremamente relacionada com os con- suas interfaces. ceitos acima, a ocorrência de fissuras de causa externa aumentou muito, principalmente nas No mecanismo de formação e desenvolvi- estruturas de concreto armado, em função da mento de fissuras em alvenarias duas pro- menor rigidez observada nas estruturas atuais, priedades podem ser consideradas fundamen- quando comparadas com as estruturas do pas- tais: a deformabilidade e a resistência mecânica. sado. Pode-se enumerar algumas mudanças Uma breve descrição é fornecida a seguir: significativas: • Deformabilidade: é a propriedade da Características na No passado Atualmente alvenaria relativa à capacidade de se Estrutura manter íntegra ao longo do tempo. É de Número de pilares Maior Muito menor Poucas ou nenhuma extrema importância devido às ações a Vigas Maior inércia e maior e muito esbeltas número que está sujeito um painel de alvenaria Alvenaria sobre laje Praticamente não existia Em grande número devido aos deslocamentos da estrutura. Distância entre Até 5 m Entre 6 a 12 m A deformabilidade e o módulo de defor- pilares mação do painel de alvenaria são funções Rigidez dos nós Grande Baixa diretas do tipo do bloco e da argamassa e Velocidade de Lenta Muito rápida execução das dimensões das juntas de assentamen- Aplicação da carga Durante a execução to. É importante observar, ainda, que a permanente e Lenta e gradual e rápida sobrecarga capacidade de um painel se deformar sem apresentar fissuras depende de aderência promovida pela argamassa entre os blocos. A velocidade de execução em obras de concreto armado não considera adequada- • Resistência Mecânica: esta propriedade em mente a necessidade de interação entre diver- painéis de alvenaria, é talvez a mais equivo- sos sistemas. A impossibilidade de reduzir o cada pelo meio técnico, devido ao conceito ritmo da obra deve ser analisada dentro de um de vedação. Porém, pode-se afirmar que sua contexto global resultando em projetos e em capacidade de resistir a esforços torna-se um planejamento que sejam capazes de prever cada vez mais importante, visto que a defor- métodos e técnicas executivas que minimizam mação da estrutura nas primeiras idades, os possíveis efeitos negativos. deformações lentas ao longo do tempo, a fluência e a retração da estrutura, transferem Em relação à possibilidade de prever a tensões aos painéis confinados entre as movimentação, a estrutura metálica traz facili- estruturas, principalmente na engenharia dades em função do módulo de elasticidade moderna cujos prazos foram esquecidos ou conhecido e controlado industrialmente, da não observados. maior facilidade da execução de contra-flechas e do conhecimento das deformações. A resistência à compressão da alvenaria depende diretamente da resistência do bloco utilizado, Qualquer que seja o material estrutural, é enquanto que nos efeitos de tração e cisalhamento a possível indicar alguns fatores que predomi- capacidade da argamassa é de extrema importância. nantemente contribuem para a fissuração: 17
  • 17. Principais conceitos na definição das alvenarias • Fixação da alvenaria no sistema rígido estrutura e dos dados de resistência à com- em vãos de grandes dimensões; pressão do bloco e tração da argamassa são importantes para a utilização de modelos • Utilização de argamassas rígidas no matemáticos que permitem um adequado assentamento dos blocos; dimensionamento das alvenarias de vedação. • Adoção de juntas horizontais entre os ele- mentos da alvenaria com pequena espes- Um exemplo de etapas de uma avaliação sura; matemática, utilizando Método dos Elementos • Ligação lateral com pilares insufi- Finitos (MEF), em uma casa onde ocorreram cientes; fissuras nas alvenarias de uma edificação uni- familiar é mostrado abaixo. • Ineficiência ou inexistência de redutores de tensão (vergas e contra vergas); • Ausência de juntas de dilatação nas alvenarias; • Falta de projetos de alvenarias e revesti- mento adequados. O quadro abaixo descreve os tipos de fissuras mais incidentes nas edificações: Abertura da Efeito na alvenaria e Tratamento Residencial fissura (mm) uso da edificação recomendado < 0,1 Insignificante Nenhum Nenhum 0,1 a 0,3 Muito leve Nenhum Nenhum Sistema de Simulação matemática através de 0,3 a 1 Leve Apenas estética correção superficial c/ tela elementos finitos Sistema de cor- Leve e reção superficial 1 a 1,5 Apenas estética moderada c/ tela de reforço Nestes estudos, a partir dos carregamen- e mastique tos existentes e efeitos térm i c o s a t u a n t e s , Danos aos materiais Análise do com- obtem-se os valores de tensões e deformações > 1,5 Moderada portamento das componentes juntas e outros a que o elemento estará submetido, comparando estes resultados com as resistências dos materiais/ elementos. A análise das deformações da estrutura e sua influência nas alvenarias e revestimentos estão sendo cada vez mais utilizadas para evi- tar o desenvolvimento das fissuras. A seguir é fornecida tabela com módulos de deformação para alguns tipos de paredes de alvenaria que juntamente com informações do material da Módulo de deformação Alvenaria de vedação Fonte bibliográfica (MPa) Com blocos cerâmicos 1400 a 2500 ABCI Com blocos concreto 6800 a 9000 ABCI Com blocos Sílico-calcário 2700 a 4300 Franco (1987) 18
  • 18. Capítulo 2 Projeto de alvenaria 19
  • 19. Projeto de alvenaria O projeto de alvenaria muitas vezes • Detalhes construtivos de fixação das está relacionado somente com a produção esquadrias, peças suspensas, etc; de alvenarias modulares e econômicas. No entanto, além de proporcionar racionalidade • Detalhes arquitetônicos que interfiram ao sistema, o projeto deve antecipar as inter- nas características e na execução ferências e equalizar todas as questões da alvenaria, tais como sacadas, beirais, de estabilidade, utilização, durabilidade e platibandas, ressaltos e reentrâncias manutenção. para proteção da fachada. 2.1. Projeto para produção da alvenaria de vedação Projeto Estrutural Cabe ao projetista da alvenaria coletar • Tipo e dimensões dos as informações necessárias no projeto componentes estruturais; arquitetônico, estrutural, instalações hidro- sanitárias, instalações elétricas, impermeabi- • Carregamentos considerados para lização, etc., quanto às condições de carga dos elementos de vedação; exposição, principalmente das fachadas, das condições de solicitação a que estarão sub- • Verificar se na concepção estrutural metidas tanto as fachadas quanto às vedações a alvenaria funciona como auxiliar internas, quanto à disponibilidade de materi- de contravento da estrutura metálica; ais, prazos e custos e demais informações per- tinentes, realizando assim o detalhamento • Identificar a presença de juntas estruturais; mais preciso da alvenaria a ser executada. Segue lista das principais informações a • Perfis metálicos do contravento serem coletadas para a elaboração do projeto em relação à forma e interferência de produção da alvenaria. com a alvenaria. Projeto Arquitetônico Projeto de Instalações • Dimensões das paredes (comprimentos, largura e espessura das paredes • Disposição e localização dos ramais acabadas); hidráulicos, previsão de kits hidráulicos; • Dimensões internas dos compartimentos; • Utilização de shafts verticais; • Posição relativa da alvenaria em relação • Instalação de peças sanitárias; aos perfis metálicos (entre os vãos da estrutura ou exterior a ela); • Passagem de tubulação elétrica; • Localização das aberturas (portas, • Pontos de luz, tomadas e interruptores; janelas e instalações especiais); • Instalação de incêndio; • Definição se a estrutura metálica será ou não completamente revestida; • Instalação de gás; • Instalação telefônica; • Tipo e padrão de qualidade dos revestimentos; • Equipamentos especiais. 20
  • 20. Outras Informações contravergas pré-fabricadas ou moldadas no local e o seu posicionamento; • Condições de implantação e orientação da edificação; • Definição quanto ao uso de shafts ou embutimentos de instalações ou de dutos • Materiais e mão-de-obra disponíveis; de prumada; • Equipamentos; • Definição dos prazos entre as etapas do processo executivo; • Planejamento global da obra; • Parâmetros de controle e tolerâncias de • Prazos e custos; cada etapa. • Condições ambientais, umidade do ar, Cabe ressaltar que a existência do projeto temperatura, índice pluviométrico; para produção da alvenaria não torna necessariamente o processo racionalizado • Sons e ruídos. e não garante a integridade da alvenaria e a redução do desperdício. O treinamento e a qualificação da mão-de-obra aliada a 2.2. Conteúdo do projeto para a um planejamento e controle das ativi- produção da alvenaria dades é de extrema importância. A partir das informações coletadas, o pro- jetista define o Projeto de Alvenaria que deve 2.3. Roteiro para elaboração do conter os seguintes itens: projeto de alvenaria • Especificação dos componentes da 2.3.1. Avaliação da estabilidade: alvenaria (blocos, composição, dosagem da argamassa de assentamento e do A partir das particularidades da estrutura micro concreto de enrijecedores); da edificação, suas deformações e dos materi- ais a serem utilizados, serão definidos requisi- • Locação da primeira fiada a partir do tos quanto a estabilidade, tendo sempre como eixo de referência predefinido; base as definições dadas no capítulo anterior. Segue abaixo o detalhamento de pilaretes • Planta de primeira e segunda fiada com e cintas. a distribuição dos componentes; Detalhe pilarete: • Elevações das paredes identificando o posicionamento das instalações e das • Dimensões: 9 a 14 cm x 15 cm. aberturas, bem como eventuais enrijece- • Armação: 4 ∅ 6,3 mm e estribos para dores existentes (cintas e pilaretes); manter as barras nas posições adequadas. • Material de preenchimento: concreto no • Amarrações entre as fiadas; traço 1 : 2 : 2 (cimento: areia : brita 0), em volume. • Definição dos sistemas de fixação da alve- 4 ∅ 6,3mm naria na estrutura metálica adjacente (vigas Detalhe genérico: e pilares), indicada em planta baixa; • Necessidade de juntas de controle: posi- 9 a 14 cm cionamento e dimensão; • Definição quanto ao uso de vergas e 15 cm 21
  • 21. Projeto de alvenaria • Esperas: deverão ser deixadas esperas - Quantidade: 4 barras. para as armações do pilarete, conforme anota- - Dimensões da espera: 40 cm. do a seguir: • Detalhes: - Diâmetro da espera: 6,3 mm. - Quantidade: 4 barras. Esperas (4 ∅ 6,3mm) - Dimensões da espera: 30 cm + 6 cm (se necessário). • Em caso de sistema deformável e semi- Perfil rígido, deverá ser observado um espaço de 2 ou 3 metálico cm entre a viga de aço e os pilaretes, deixando-se Comprimento da espera barras de espera engraxadas. • Para o caso do sistema rígido não é necessária a barra engraxada. • No caso de ligação deformável as bar- ras de espera devem ser engraxadas Detalhe Cinta: • Dimensões: 9 ou 14 cm x 19 cm. Detalhe genérico : • Armação: 4 ∅ 6,3 mm e estribos para manter as barras nas posições adequadas. Pilaretes • Material de preenchimento: concreto no traço 1 : 2 : 2 (cimento: areia : brita 0), em volume. Detalhe genérico: 4 ∅ 6,3mm Cintas 19 cm 9 a 14 cm • Posição: serão adotadas cintas nas alve- narias nas seguintes posições: - Cinta de coroamento no bordo livre das alvenarias. - Cintas sob vãos de janelas (ver ele- vações dos painéis). 2.3.2. Ligação da alvenaria com a estrutura metálica • Esperas: nas cintas ligadas a perfis metálicos deverão ser colocadas esperas, con- O termo “Ligações” das alvenarias é forme detalhes a seguir: conhecido na engenharia como todas as soluções adotadas para unir ou desunir as - Diâmetro da espera: 6,3 mm. alvenarias no contato com a estrutura suporte. 22
  • 22. Para definição do modelo de ligação, tela soldada e o ferro dobrado, concluindo que torna-se necessário o conhecimento dos a utilização de ferro liso “ferro cabelo” uni-dire- mecanismos de fixação e suas capacidades de cionado não altera as características desempenho. A escolha do sistema está direta- da ligação; a seguir apresenta-se a tabela que mente ligada ao tipo e vão da estrutura a ser comprova a eficiência e a necessidade de fechada com a alvenaria de vedação. provocar a ligação por arraste e não apenas aderência da barra, através do ensaio de Normalmente a engenharia utiliza nos sis- arrancamento por tração direta do sistema temas rígidos e semi-rígidos simplesmente o de fixação numa alvenaria já com carga atrito lateral ou o dispositivo conhecido como de compressão. ferro-cabelo, fios de aço com diâmetro de 3 a 8 mm. Outras alternativas são telas soldadas e Resistência ao fitas metálicas. Sistema de fixação arrancamento (Kgf) Tipo de ruptura Ferro CA 60 5 mm (reto) 240 Interface fio/argamassa Fita metálica 340 Interface fio/argamassa Ferro dobrado 540 Corpo da argamassa de amarração Tela soldada 760 Corpo da argamassa Tela soldada galvanizada Ferro dobrado de amarração Já para o sistema deformável, são uti- As eficiências destes dispositivos são lizadas cantoneiras com folha de EPS ou arga- variáveis. Em série realizada com protótipos massa expansiva para isolar a alvenaria da foi avaliado o desempenho destes sistemas. estrutura metálica. Os resultados são mostrados nos quadros a seguir: 2.4. Considerações para a perfeita escolha da ligação alvenaria/pilar. Resistência ao Sistema Local da ruptura arrancamento (Kgf) Fita metálica perfurada 220 fita • A aderência junto ao pilar é um fator Fita metálica corrugada 400 fita considerável no desempenho. Ferro de amarração Ø 5,0 mm 400 fixação Tela soldada Ø 1,65 mm 800 corpo do fio • A distância entre apoios define o sis- tema de ligação: Resistência ao cisalhamento da junta - Vãos até 4,5 m – atrito lateral (rugosi- horizontal reforçada com dispositivo metálico dade – chapisco – Tipo Vinculada (Medeiros 1999) - Vãos entre 4,5 e 6,5 m – fixação lateral Fixação Resistência ao com tela soldada ou ferro dobrado de cisalhamento (Kgf) amarração – Tipo Vinculada. Sem fixação metálica 500 - Vãos ≥ 6,5 m – fixação lateral e superior Ferro cabelo 800 com folha de EPS (cantoneiras) ou arga- massa expansiva – Tipo Desvinculada. Ferro dobrado de amarração 1800 Tela soldada 2100 • A utilização do conhecido ferro-cabelo não é eficiente no sistema de ligação Os resultados apresentados mostram quando utilizado sozinho. uma grande diferença e maior eficiência para a 23
  • 23. Projeto de alvenaria • O preenchimento das juntas verticais acordo com a espessura da parede (largura próximas ao apoio contribui com dos blocos), conforme tabela a seguir: a ligação. Dimensões da tela • A espessura do bloco é fator determi- Espessura do bloco largura x comprimento (mm) nante. 70 mm 60 x 500 90 mm 80 x 500 • A ligação alvenaria/estrutura metálica é 120 mm 110 x 500 mais bem controlada que em estruturas 150 mm 120 x 500 de concreto armado levando em 190 mm 180 x 500 ou duas tiras 60 x 500 consideração a velocidade de execução. • A utilização de argamassa de assenta- Para paredes com blocos de 190mm de mento entre 4 e 8 MPa se comportam largura podem ser usadas duas telas bem com o sistema de fixação. de 60x500mm, principalmente no caso de blocos vazados, onde a área de ancoragem fica • A utilização de ferro dobrado de amar- reduzida. ração com a tela e argamassa deformável (até 8 MPa) formam o melhor desem- Devem ficar embutidos na junta vertical penho para o sistema de vedação. de argamassa entre parede e pilar 100mm dos 500mm do comprimento da tela, com a dobra • O atrito lateral no pilar pode ser melho- voltada para cima. rado com aplicação de argamassa colante com adição de polímero para adesão Como regra geral pode-se definir química. o tamanho da tela com largura inferior a 10, 15 e 20mm da largura do bloco e comprimen- • A tolerância ideal para deslocamentos to horizontal no mínimo de 400mm. máximos da estrutura onde deverá apoiar a alvenaria, será de L/1000 para deformação da estrutura após a execução da alvenaria com vãos. • As alvenarias são muito mais respon- sáveis pelo comportamento geral da edi- ficação que apenas a vedação. 2.5. Cuidados na execução das ligações Antes do início da execução da fixação das alvenarias, deve ser feito um preparo da estrutura metálica conforme será visto posteriormente no item 3.3. Com o objetivo de evitar o aparecimento de fissuras indesejáveis nas interfaces entre parede e pilar é recomendável o uso de telas soldadas como componente de ligação. Os tamanhos podem ser definidos de 24
  • 24. A execução de fixação é muito impor- Ao assentar o tijolo deve-se posicionar as tante para o sucesso do sistema de fixação telas com cuidado sobre a argamassa obser- lateral, o erro na fixação pode levar ao com- vando uma espessura em torno de 10mm ade- prometimento da deformação levando à ocor- quando o nivelamento e cobrimento da tela rência de fissura. Pela grande importância antes de assentar o próximo bloco. deve-se observar o posicionamento a cada Argamassa colante Tela metálica soldada fiada garantindo o centro entre os tijolos. fixada com cantoneira Posicionar as telas conforme projeto ou em todas as fiadas pares. Utilizar uma cantoneira para fixar a tela Pilar com aba mínima de 20mm e chapa 2mm, com os seguintes comprimentos: 2.6. Fixação superior das alvenarias Dimensões da tela Comprimento da largura (mm) cantoneira ( mm) 60 50 A rugosidade das vigas não é levada em 80 60 consideração para o sistema de fixação das alve- 110 80 narias, sendo necessário apenas a limpeza efi- 120 100 ciente e a remoção de todo material solto, graxas 180 100 e poeiras. A ligação da alvenaria com a viga deverá ser cuidadosamente definida no projeto sendo As cantoneiras serão fixadas com pisto- que existem três tipos de fixação: Sistema Rígido, las de pressão e pinos de aço zincado ou Sistema Semi-rígido e Sistema Deformável. através de soldagem. A utilização desses sistemas é definida em função de seus vãos. - Vãos de até 4,5 m - sistema rígido - Vãos de 4,5 a 6,5 m – sistema Cantoneira semi-rígido 5 cm metálica - Vãos ≥ 6,5 m – sistema deformável Perfil metálico Cantoneira • Sistema Rígido Viga metálica Alvenaria Alvenaria Cantoneira Cantoneira 25
  • 25. Projeto de alvenaria Outros detalhes: O preenchimento deve ser executado após a conclusão de todas as alvenarias e Utiliza-se neste processo o sistema de não antes de 7 dias do término da alvenaria, encunhamento, através do confinamento e elevada de baixo para cima do prédio com rígido da alvenaria sob a estrutura, tendo o a fixação de cima para baixo. cuidado de observar a distância entre os pilares (sistema rígido). O encunhamento • Sistema deformável superior não deverá ser realizado antes de 7 dias do término da alvenaria, utilizando argamassa de assentamento e adição de adi- tivo com alumina ou similar tipo expansor, para evitar a retração excessiva da argamas- Viga sa, garantindo a fixação e estabilidade à 2 a 3 cm Espuma de alvenaria. Poliuretano Expandindo • Sistema semi-rígido ou placa de EPS Alvenaria Viga 1,5 a 3,5 cm Argamassa com aditivo expansor Alvenaria Para o sistema deformável adota-se o processo de confinamento lateral pelas can- toneiras, em função da necessidade de absorver todos os efeitos de movimentação da estrutura. Este sistema pode ser adotado também lateralmente Pilar/Estrutura quando o tipo de estrutura for deformável e a alvenaria apre- sentar índice de esbeltez λ ≤ 25. Este sistema, quando adotado, considera pequenas deformações térmicas e estrutu- rais sobre o painel de alvenaria, sendo necessário a utilização de argamassas de cimento e água com aditivo expansor (arga- massa não retrátil). 26
  • 26. Capítulo 3 Execução e inspeção de alvenarias de vedação para estrutura metálica 27
  • 27. Execução e inspeção de alvenarias de vedação para estrutura metálica 3.1.Diretrizes para alvenaria - Promover a efetivação do controle de racionalizada recebimento de materiais. Em primeiro lugar deve-se deixar claro o - Padronizar a forma de armazenamento que vem a ser Alvenaria Racionalizada. e transporte pelo canteiro. Racionalização construtiva nada mais é do que a otimização do uso dos recursos disponíveis - Estabelecer mecanismos de em todas as fases da construção, ou seja, a retroalimentação ao setor de projetos. minimização do desperdício com adoção de soluções construtivas, visando sempre a quali- • Padronizar a produção através da dade de execução da alvenaria. elaboração de procedimentos de execução dos serviços. As principais diretrizes de ações a serem seguidas para a melhor implementação da • Treinamento e motivação contínua alvenaria racionalizada são basicamente: da mão de obra. Diretrizes de projeto, Diretrizes de execução e Diretrizes de controle. Diretrizes de controle • Definição das responsabilidades de Diretrizes de projeto cada elemento no processo de produção. • Durante a concepção da edificação, • Padronização do acompanhamento das deve-se viabilizar a compatibilização da atividades através da elaboração de pro- alvenaria de vedação com a estrutura jetos de procedimentos de inspeção dos metálica, assim como as esquadrias, serviços. instalações e seus revestimentos. • Estabelecer os mecanismos de recebi- • Estudar a possibilidade do uso de com- mento de cada atividade corrigindo even- ponentes de alvenaria com modulação tuais não conformidades. flexível (concreto celular autoclavado, cerâmicos seccionáveis, etc). 3.2. Lista de verificação quanto ao recebimento da estrutura metálica • Buscar a elaboração do projeto de pro- dução da alvenaria simultaneamente com Antes da execução das paredes de alve- projeto executivo com o objetivo de naria, faz-se necessário um levantamento das racionalizar. características da estrutura metálica. Uma vez que inserida em uma estrutura metálica, é de se esperar que a técnica de produção da Diretrizes de execução parede esteja diretamente vinculada às carac- terísticas e à qualidade da execução da estru- • Organizar o setor de suprimentos para o tura que delimita o vão. cumprimento das seguintes atividades: Alguns itens devem ser verificados para - Promover a compra técnica procuran- que a alvenaria seja executada de forma eficaz: do atender as especificações. • Corrosão – Deverá ser verificada se a - Selecionar fornecedores obedecendo camada de cobrimento não está solta, critérios de qualidade. como a camada de Primer (a base de 28
  • 28. zinco), podendo ser usada uma espátula. Deve-se limpar toda a estrutura metálica, retirando qualquer tipo de restos de material • Limpeza – Deverá ser tirada toda poeira aderidos, promover sua rugosidade com arga- ou qualquer tipo de material que esteja massa polimérica colante com adição de aderido na estrutura, gordura etc. fixador, aplicados com desempenadeira dentada. • Prumo – Verifica-se o prumo da estrutu- ra que deverá ser a mesma utilizada na execução da alvenaria, não ultrapassan- do a H/900 (onde H é a altura efetiva da alvenaria). • Qualidade da solda – Verifica-se se a solda está bem aplicada e com sua função obedecida. • Qualidade do encontro viga/pilar – Após essa etapa deve-se aguardar 72 deverá ser inspecionado visualmente se horas para o início do serviço de assentamen- existem pontos distantes permitindo a to propriamente dito. percolação de água. 3.4. Locação e execução da alvenaria • Parafuso – quanto a qualidade, se está solto, frouxo ou mal parafusado, per- Um conjunto de três etapas compõe a mitindo também a entrada de água. execução propriamente dita da alvenaria de 3.3. Preparação da superfície da vedação: locação da primeira fiada, a elevação estrutura para receber a alvenaria e a fixação. As etapas de preparo da superfície que 3.4.1. Locação irá receber a alvenaria podem ser divididas em Exemplo de projeto de locação (ver ilus- quatro: a limpeza do local, a melhoria da tração da próxima página). aderência alvenaria/estrutura metálica, a definição das aberturas (portas, janelas) e a A etapa que vai garantir a qualidade dos fixação das alvenarias aos pilares. serviços de assentamento da alvenaria é a locação, sendo de suma importância sua corre- O preparo da superfície estrutura/alve- ta implementação. naria deve ter início pela limpeza cuidadosa do local em que será executada a alvenaria. A locação visa posicionar as paredes de alvenaria com o objetivo de otimizar o con- A estrutura de aço deve ser totalmente sumo da argamassa de revestimento e a cor- preparada, pois é de suma importância a reção de defeitos possíveis decorrentes da exe- aderência lateral, para os casos de sistema rígi- cução da estrutura metálica. do e semi-rígido. A mão de obra deve ser totalmente No caso de estruturas deformáveis, deve qualificada, resultando assim no ganho de pro- ser feita uma limpeza do local, onde será fixa- dutividade, uniformidade e qualidade dos da a placa de EPS com cola adesiva. serviços. 29
  • 29. Execução e inspeção de alvenarias de vedação para estrutura metálica BANHEIRO QUARTO Bloco inteiro na região de encontros (estrutura/alvenaria), vãos e amarração. Alinhamento da Alvenaria A primeira atividade na locação consiste na Inicialmente, marca-se as faces das pare- materialização dos eixos de referência, preferen- des, a partir dos eixos de referência, usando-se cialmente os mesmos que foram utilizados para a sempre valores das cotas acumuladas, materi- locação da estrutura. A locação deverá ser iniciada alizando-os pelo posicionamento dos blocos pelas paredes de fachada, considerando o prumo de extremidade. Faz-se então a verificação da do conjunto que esteja executado. distribuição dos blocos nessa fiada, a fim de corrigir distorções. Como regra geral, recomenda-se que a locação da alvenaria seja feita com o próprio bloco Faz-se o assentamento dos blocos de que será empregado na elevação, no caso de blo- extremidade após ser definido o espaçamento cos vazados, é comum o preenchimento destes, na entre eles. Devidamente posicionados e assen- primeira fiada, com o intuito de melhorar as carac- tados, passa-se uma linha unindo suas faces terística de fixação de rodapés, prática que pode ser externas, determinando, assim, o alinhamento substituída pelo uso de parafusos com buchas. da primeira fiada, que deverá ser completada. 2 barras de aço Pode-se esticar duas linhas, garantindo o 10mm, CA 60, fixados com alinhamento e o prumo da fiada. resina epóxi em furos de ø 12mm a 1ª fiada cada 2 blocos Deverá ser obedecido o mesmo nível entre preenchida com as fiadas de blocos, a fim de se possibilitar a amar- argamasa 10 cm ração entre as paredes perpendiculares entre si e manter sua marcação constante e correta. Viga metálica 2 blocos 30
  • 30. A argamassa utilizada na primeira fiada Concluída a locação, faz-se a avaliação e deverá ser a mesma que será utilizada na ele- inspeção da execução (descrito no item 4.6). vação da alvenaria, sendo que a espessura da argamassa na locação poderá ser de 1 a 3 cm, 3.4.2. Elevação da alvenaria (execução) a fim de absorver defeitos na superfície da laje. Situações importantes devem ser obser- Assentam-se os blocos da fiada de vadas para o início da elevação como a defor- locação com a junta vertical preenchida, garan- mação das lajes acima do pavimento. tindo assim, maior resistência a choques e per- mitir melhor distribuição de esforços entre a Recomenda-se o uso de junta vertical estrutura metálica e a alvenaria. em toda a execução da alvenaria Nos casos de vãos internos com comprimento ≤ 4,5m ou λ ≤ 25 pode-se adotar o não preenchimento das juntas verticais. Nesse caso deve-se então usar a junta só nas três primeiras fiadas com o intuito de aumentar a ligação do pilar. Foto da locação – 1 ª fiada O alinhamento na direção horizontal é dado pela fiada de locação. Para o assenta- mento da segunda e demais fiadas, recomen- da-se a utilização de escantilhões, a partir dos quais pode-se esticar uma linha de náilon entre os espaçamentos por ele definidos. Alvenaria 1ª fiada Com o alinhamento definido, são assen- tados todos os componentes da fiada, passan- do para a fiada seguinte até que atinja a aber- tura ou a última fiada da alvenaria, nos casos das paredes sem aberturas. Gabarito de porta Feito, deve-se locar as paredes internas, cujo posicionamento é dado de acordo com a locação das paredes de fachada e das carac- terísticas geométricas das peças estruturais. Atentar para marcação das portas, podendo-se utilizar gabaritos que possibilitam a locação precisa e a regularidade das laterais. Estes gabaritos também servem como escan- tilhão, delimitando o alinhamento das fiadas de alvenaria. Para a execução de janelas, já existem no mercado gabaritos que permitem a obtenção de vãos precisos. Alinhamento na direção horizontal 31
  • 31. Execução e inspeção de alvenarias de vedação para estrutura metálica As juntas horizontais de argamassa Os blocos que serão posicionados junto deverão ter espessura de 10mm, não variando as estruturas metálicas ( pilar, etc.) deverão ser para menos que 8mm nem mais que 18mm. assentados com argamassa da junta vertical já Observa-se que juntas pouco espessas levam a colocada sobre ele, de modo que ela seja com- um mau desempenho do conjunto devido primida fortemente junto a estrutura já previa- a sua baixa capacidade de absorver defor- mente tratada para receber a alvenaria, como mações, enquanto as juntas espessas pro- vimos anteriormente. movem uma queda de resistência mecânica do conjunto, além de um maior consumo de material. A argamassa da junta horizontal é coloca- da sobre a fiada já assentada, podendo ser aplicada por toda espessura da parede, utilizando-se colher de pedreiro, ou preferen- cialmente, deverá ser aplicada de modo a construir dois cordões contínuos, um em cada extremidade do comprimento da parede, Junta vertical preenchida usando para esse caso, uma das seguintes ferramentas: bisnaga, meia-cana ou desempe- nadeira. É recomendado junta fresca de 1,5cm, ficando com 1,0cm de espessura depois de seca. Bloco sendo comprimido A cada fiada executada deverá ser verifi- cado o alinhamento e o prumo a fim de corri- gir quaisquer eventuais problemas. Juntas horizontais preenchidas A situação recomendável é de que haja amarração entre as paredes, pois esse tipo de ligação apresenta melhor desempenho por permitir a redistribuição das tensões atuantes na alvenaria, portanto todas as juntas verticais entre os blocos devem ser preenchidas. Verificação do alinhamento e prumo 32
  • 32. As juntas verticais dos blocos da última semi-rígido e deformável .Conforme citado no fiada deverão ser preenchidas e para que haja capítulo anterior. uma adequada fixação do vão entre a alvenaria e a estrutura, deverá ser deixado um espaça- mento compatível com o sistema de fixação A fixação superior da alvenaria deve ser superior da alvenaria especificado no projeto. postergada o máximo possível. Situação ideal: executar fixação após a conclusão de toda a estrutura, elevação das alvenarias e execução de pisos. A fixação das alvenarias deve ser execu- tada dos pavimentos superiores em direção aos inferiores. Espaçamento entre a alvenaria e a estrutura Caso alguma alvenaria termine em bordo Recomendações adicionais para elevação da livre, deverá ser executada cinta de borda. alvenaria 3.5. Detalhes construtivos • No embutimento dos eletrodutos, os 3.5.1. Aberturas blocos deverão ser assentados com furos na vertical. As aberturas, geralmente portas e janelas, deverão receber um tipo de reforço • Em paredes com previsão de caixas de para evitar futuras fissuras (45º) naquela região em forma de vergas e contravergas . instalações, ao alcançar a altura, deve-se posicionar um gabarito de madeira do As contravergas deverão ser executadas tamanho da caixa para que o vão fique quando o vão ultrapassar a 0,50m moldado. Utiliza-se o processo de execução da • Se existirem flexas nas vigas ou lajes, as alvenaria conforme visto anteriormente até a duas últimas fiadas deverão ser assentadas uma fiada antes da altura dos peitoris, de sem nível, compensan0do as diferenças forma a executar a contraverga. com a variação da espessura das juntas de argamassa. 3.4.3. Fixação da alvenaria Quanto à fixação superior da alvenaria junto a estrutura metálica, deve-se levar em conta situações diferentes quanto ao elemento estrutural que a envolve como sistema rígido, contraverga 33
  • 33. Execução e inspeção de alvenarias de vedação para estrutura metálica Deve-se atentar então, para os casos em • O apoio mínimo para a realização das que a abertura não atingirá a viga metálica ou vergas e contravergas é de 0,20m. a laje, onde se sugere agir da seguinte forma: • Especificam-se vergas contínuas em Faz-se uma semiverga, com espessura de vãos sucessivos cujas distâncias 5cm , armada com ferro CA60 – 10mm e sejam inferiores a 0,60m. posteriormente faz-se um enchimento (tipo encunhamento) com elemento pré-moldado até a altura da viga metálica. Esse preenchi- • A seção transversal das vergas mento pode ser adquirido diretamente da e contravergas devem ser no mínimo fábrica ou confeccionado no canteiro de obra. correspondentes à dos blocos. Segue-se alguns valores que são 2 ø CA 60 recomendáveis para a execução de vergas e Viga metálica > 30 cm > 30 cm Elemento contravergas em relação ao tipo de bloco, com- pré-moldado de fechamento primento da parede e tamanho do vão. 2 ø CA 60 > 30 cm > 30 cm Blocos de concreto vergas contravergas Vergas com aberturas inferiores a 2,40m: Comprimento Até 8 >8 Até 8 >8 deve-se realizar os mesmos procedimentos da parede (m) das contravergas; será necessário então, Abertura do vão (m) < 2,5 <2,5 <2,5 2,5 a 3 um escoramento dos blocos para o Apoio mínimo (m) 0,3 0,4 0,4 0,6 assentamento e moldagem no local da verga. Vergas com aberturas superiores a 2,40m : Blocos de concreto celular autoclavado deve-se tomar a verga como vergas contravergas uma viga, sendo sua armadura dimensionada como tal. Comprimento Até 8 >8 Até 8 >8 da parede(m) No caso de blocos de concreto celular Abertura do vão (m) < 2,5 Até 3,2 <2,5 Até 3,2 autoclavados, blocos de concreto e blocos Apoio mínimo (m) 0,3 0,4 0,3 0,4 cerâmicos, a moldagem pode ser feita in loco, utilizando os blocos canaletas ou a pré-fabri- cação com concreto celular. Blocos cerâmicos vergas contravergas Comprimento Até 8 >8 Até 8 >8 da parede(m) Abertura do vão (m) < 2,5 Até 3,2 <2,5 Até 3,2 Vergas Apoio mínimo (m) 0,3 0,3 0,3 0,4 No caso do projeto especificar que a abertura atingirá a viga ou a laje não será necessário obviamente a execução da verga, o que é uma situação desejável já que o proces- so está voltado para a racionalização. 34
  • 34. 3.5.2. Embutimento 3.5.3. Juntas de controle Recomenda-se a utilização de SHAFT, téc- Quando as paredes de alvenaria tiverem nica mais racional, para o embutimento das grandes dimensões utiliza-se juntas de cont- instalações. role, que tem o objetivo de limitar o compri- mento das paredes, conforme tabela, evitando Instalações hidráulicas concentrações de tensões. No caso onde as instalações hidráulicas A execução das juntas de controle deve ser estão distribuídas por uma superfície, seria realizada a medida que a parede vai sendo ele- recomendável a execução de paredes duplas, uti- vada, para que os painéis separados pelas juntas lizando-se componentes de pequena espessura. não percam a estabilidade, permitindo o controle quanto a torção e oscilações transversais. A primeira alvenaria seria elevada para a fixação da árvore hidráulica e em seguida, Depois da concretagem do pilarete, a eleva-se a segunda alvenaria deixando os cada 30cm , deverá ser fixada a barra de trans- furos para os pontos de água. ferência, com uma metade dentro de um pilarete e a outra metade encapada ou Quando se optar pelo corte direto na esmaltada no outro pilarete, conforme figura. alvenaria, faz-se um detalhamento construtivo das paredes, objetivando localizar e dimen- Entre os pilaretes deve ser colocada uma sionar os rasgos das instalações. placa de EPS, para a absorção das tensões. Barra de transferência: Para os blocos de concreto, cerâmicos e Placa de EPS . ∅ 8.0 mm. A cada 2 fiadas . Comprimento da barra: 35 cm sílico-calcários, recomenda-se que o corte seja . Metade da barra engraxada. . Espaço entre os pilaretes: 10 mm feito com a ajuda de uma serra de disco de corte. Para os blocos de concreto celular auto- clavado, recomenda-se o uso do rasgador manual, que vai permitir rasgar sem danificar. Instalações elétricas No caso de instalações elétricas é possível a passagem dos eletrodutos por den- Pilarete duplo tro dos furos de alguns blocos já disponíveis Será executada uma junta de revestimen- no mercado. to nas estruturas semi-rígidas. Instalações de água quente 3.6. Inspeção e avaliação da execução da alvenaria Deve-se prever o isolamento da tubu- lação, que poderá ser feito com a utilização de A qualidade do processo de racionaliza- argamassas adicionadas de isolante térmico ção em uma atividade é um dos pontos de (vermiculita e outros), argamassas específicas maior desafio. pré-dosadas ou tubos de espuma rígida. Segue-se uma proposta de inspeção e Recomenda-se ainda o uso de shafts nas avaliação para as etapas de execução da alve- prumadas de luz, gás, telefone e mesmo naria de vedação. sanitárias. 35