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O sol tinha começado a descer no céu ocidental pelo tempo em que Patrick e Ellen
tinham começado a conversar. Depois de deixar tudo em pratos limpos, eles ficaram em
silêncio juntos. Apesar da feliz excitação que estavam sentindo, ambos tinham muitas
coisas dentro de suas cabeças, e o silêncio era reconfortante.

"Você está com fome? Eu posso fazer alguma coisa para comer." Ellen estava de pé e
caminhava para a cozinha antes de Patrick poder impedi-la. Abrindo a geladeira, retirou
vários produtos diferentes e algumas frutas.

"Você tem que estar com fome." Seus movimentos eram rápidos e quase robóticos. As
panelas chiavam ruidosamente contra o fogão. "Isso não vai levar muito tempo. Eu
posso começar a fazer o espaguete."

"Ellen, você deveria ir dormir. Amanhã será um longo dia de trabalho no set, com todas
as cenas que temos de fazer." Patrick disse suavemente, tentando não ofendê-la. Não
que ele não amava vê-la cozinhar, mas ele se sentia muito péssimo em deixar ela fazer
o jantar, sabendo que ela provavelmente tinha dormido muito pouco na noite anterior.

O olhar de enfado de Ellen não passou despercebido por ele. "Estou acostumada com as
longas horas, eu posso dormir mais tarde." Sua voz era tensa e ele sabia que ela estava
além do raciocínio. Do lado de fora, no pátio, ela tinha ficado tão descontraída. Ele
sabia que ambos tinham o peso do mundo sobre seus ombros, e, ainda assim, ela parecia
completamente contente. A Ellen que ele estava vendo agora, era o oposto de contente.
Ela estava inquieta, nada calma.

Vindo por trás dela, ele ignorou a forma como o corpo dela ficou tenso, quando a pele
dele entrou em contato com a dela. Vigorosamente, ele pegou a faca que ela estava
usando para cortar os legumes e colocou-a sobre o balcão.

"Você não tem que cozinhar El. Vou pedir alguma coisa para nós".

”Por que pedir algo quando sou perfeitamente capaz de cozinhar?" Ela perguntou como
se ele estivesse louco. Patrick simplesmente virou-se e passou os braços em torno dela.

"Fale para mim o que você está sentindo". Ele pediu. O objetivo de Ellen cozinhar era
para se distrair, e ele não ia deixar que ela fugisse dele.

"Eu não posso. Há muita coisa na minha cabeça ... eu só preciso de cozinhar, ou limpar,
ou trabalhar. Alguma coisa ... Então deixe-me fazer."

"Você não vai trabalhar agora." Ele disse a ela sério, pensando que a idéia era ridícula.
"Você precisa relaxar."

”Como vou relaxar?" Ellen respondeu incrédula, a voz sussurrante, mas feroz. "Há
tantas coisas que temos de descobrir como resolver ... Eu não posso respirar, que dirá
relaxar." Ele nunca a tinha visto desse jeito. Normalmente era ele quem tinha estas
crises de ansiedade. Havia muita coisa acontecendo em sua mente também. Não era que
o futuro não importasse, mas saber que eles estavam tendo um bebê colocava um
revestimento feliz em todos os seus pensamentos.

"Por que não posso encomendar alguma comida e então podemos nos enrolar e assistir a
um filme? Eu tenho que ir em ‘casa’ para colocar Tallulah na cama, mas então eu serei
seu para o resto da noite."

"Isso não vai ajudar."

"Então poderemos conversar e assistir a um filme." Patrick respondeu quase
desesperadamente. Ele não sabia que outra escolha eles tinham. Ele se recusava a deixá-
la guardar seus sentimentos para si. Fazia mais sentido discuti-los abertamente, mas ele
não iria obrigá-la a isto, se ela realmente não quisesse.

 Patrick fazia carinhos em sua cabeça e sorria para ela. Então ela encostou a cabeça em
seu peito. Ela estava desistindo, pelo menos parcialmente. "Eu ia dizer que vamos
apenas esperar e dar um passo de cada vez. Eu pensei que relaxar um pouco iria nos
ajudar. Mas, se você preferir que nós falemos sobre tudo e qualquer coisa que aparecer
em nossas cabeças, nós poderemos fazer isto também."

"Isso provavelmente seria desastroso".

Rindo, ele suspirou profundamente. "Eu não penso assim. Acho que vai ajudar. Pelo
menos vamos ter uma idéia sobre como vamos proceder".

"Você quer dizer sobre a vida falsa que vamos ter de viver? Confie em mim. Eu já
pensei nisso." Suas palavras era tão negativas, que se ele não estivesse a segurando, ele
teria pensado que ele as tinha imaginado.

Puxando-a para si, ele deixou cair os braços em suas costas. Com seus olhos verdes
olhando para ele, ele poderia ver tantas emoções, mais do que ela estava deixando
transparecer. Ela estava esmagada, ele poderia dizer. Seus papéis pareciam estar
completamente trocados. Geralmente era ela quem tomava a frente de qualquer
problema que estivessem enfrentando. Mas, a mulher que ele via diante de si era
pequena, frágil e assustada.

"Você quer este bebê, certo?" Não era para soar como uma pergunta. Ele sabia que ela
queria, mas ele sorriu quando ela acenou com a cabeça que sim. Lágrimas estavam
brotando de seus olhos, mas ele viu que ela estava sob controle. "Eu também." Patrick
respondeu confiante. "Não importa o que acontecer, só temos de continuar a lembrar o
quanto nós o queremos."

Engolindo em seco, ela parecia cética, mas Patrick viu que seu rosto se desanuviou e ela
deu um largo sorriso.

"Isso vai ajudar. Confie em mim." Ellen não respondeu, mas seu corpo relaxou um
pouco mais, quando ela o abraçou mais uma vez. "O que você está com vontade de
comer?"
"Nada".

"Ellen"! Ele suspirou.

"Certo". Ela disse teimosamente. "Espaguete com almôndegas turcas."

"Esta é a minha garota"!

“Cala a boca!" Ellen riu e apertou seu bíceps.

"Eu vou por T na cama e na volta eu trago a comida. É melhor estar enrolada no sofá
quando eu voltar."

"E se alguém te vir entrando aqui?" Ela perguntou, limpando algumas lágrimas perdidas
com a ponta do seu dedo.

"Então eles vão me ver." Ele deu de ombros, não se preocupando com os pequenos
detalhes. O olhar de desaprovação que Ellen lhe deu, o fez amenizar a sua declaração.
"Se algum paparazzo conseguir tirar fotos de mim entrando na sua casa, eu ligo para
Leslie de manhã, e falo com ela que você estava doente, então tivemos que ensaiar na
sua casa enquanto você se recuperava, ok?"

"Você acha que eles vão acreditar nisso?" Inclinando-se tão perto dela que ele podia
sentir seu perfume doce, ele a beijou levemente nos lábios.

"As pessoas nunca acreditam no que a gente fala mesmo". Ele tinha um ar de confiança
em seu tom, fazendo Ellen se lembrar que ele estava naquele negócio por muito mais
tempo do que ela.

"De alguma forma ... Eu duvido disso". Resmungou Ellen, porque ela tinha a sensação
de que ele estava brincando mesmo.

Esperar pela volta de Patrick era uma tortura para Ellen. Ela era geralmente emotiva ...
como a maioria dos atores são. Ela fazia ioga todos os dias, meditava toda noite e não
estava acostumada a ter sua mente tão cheia que não conseguia pensar direito.

Em vez de ligar a TV ou acender as luzes, ela se sentou na sala escura tentando envolver
sua mente em torno do fato de que em menos de nove meses, ela seria mãe. O
pensamento enquanto fosse assustador, não era tão terrível quanto ela pensava que seria.
Embora tivesse crescido sem uma, Ellen sabia que ela seria uma boa mãe, assim como
Patrick era, e seria, mais uma vez, um bom pai.

Descansando a mão sobre o seu estômago, ainda era difícil acreditar que havia um bebê
crescendo dentro dela. Parecia irreal. Ela não sentia nada diferente, mas de certa forma,
seu coração sentiu-se mais amplo, como ele já estivesse cheio de amor por aquele bebê
que tinha o tamanho de um amendoim.

Suspirando na escuridão, ela se sentia completamente esmagada. Qual seria a reação da
rede, quando ela lhes dissesse que estava grávida? Eles não poderiam, tecnicamente,
demiti-la por ter um bebê. Mas, ela tinha certeza que a ABC poderia descobrir que ele
era de Patrick. Ainda pior, o que Shonda diria? Não era exatamente um bom momento
para escrever sobre uma gravidez para Meredith e Derek na série. Seriam capazes de
escrever sobre aquilo? Será que a mulher que basicamente tinha a sua carreira na mão
iria ficar desapontada e com raiva?

Havia muitas incógnitas e isto a estava deixando louca. Por um segundo, ela se permitiu
imaginar uma vida diferente. Uma aonde ela poderia abertamente andar pela rua com o
amor de sua vida e seu filho. Uma vida onde ninguém sequer saberia o nome dela.

Mas, como a porta da frente sendo aberta, o sonho desvaneceu-se. "Ellen?" Patrick
chamou. Andar em uma casa escura o alarmava, ela sabia disso ... e ainda assim não
respondeu quando ele chamou novamente. Como eles seriam capazes de criar seu filho
em segredo, quando Patrick não poderia nem mesmo vir a sua casa, sem virar uma
reportagem de capa? Ele seria capaz de ficar tão envolvido quanto ele era com Tallulah
e ainda fingir ter um casamento feliz? Havia tantas perguntas e nenhuma resposta fácil
para                                      delas.

"Eu estou aqui." Ellen finalmente falou. Havia uma urgência na voz dele que ela se
sentiu mal de ter sido a causa.

"Você está sentada no escuro?" As sacolas de plástico faziam um barulho alto quando
Patrick se aproximou. "Você realmente levou a sério essa coisa de relaxar, hein?"
Acendendo a luz, ele sentou ao lado dela no sofá e sorriu. Ellen, no entanto, não sorria,
e quando ela estreitou os olhos para ele, seu sorriso sumiu.

"Eu não estou relaxando. Eu estou é perdendo minha mente, literalmente, eu acho."

"Eu não acho que isso é possível realmente você perder a sua mente, já que é uma parte
do seu cérebro." Ele provocou, na esperança de, pelo menos, fazê-la sorrir. Parecia que
nunca mais ele tinha visto o seu sorriso despreocupado. Normalmente, seu rosto se
iluminava e seus olhos brilhavam com a sua natureza feliz.

"Você é tão engraçadinho às vezes." Ellen retrucou e por apenas um segundo, Patrick
percebeu a diversão em seus olhos.

"Provavelmente". Ele concordou, apreciando seu sorriso pequeno demais para ser sério.
"Mas, eu trouxe o jantar do Alberto’s por isso não posso ser tão imbecil assim." Não
importa quão fora de controle estava sua mente, Ellen não podia ignorar a forma como
seu estômago gemeu à menção de comida.

"Hmm ... é por isso que eu mantenho você por perto."

"Você disse isto antes, e eu não acredito nisso." A voz de Patrick era tão divertida como
tinha sido em algum tempo atrás, e parecia que finalmente as coisas estavam voltando
ao normal ... bem, a sua versão normal. Enquanto ele pegava as caixinhas com as
comidas, ele riu quando os olhos de Ellen se arregalaram.
"Isto é alguma sugestão de que eu como demais? O que você fez, trouxe o menu todo?"

"Metade do menu, na verdade." Ele riu, tirando de sua mão um pão bengala que ela
tinha pegado. "Eu não sabia o que você queria e achei que você iria mudar de opinião
umas dez vezes de qualquer maneira." Dando-lhe um olhar provocador, ela roubou o
pão que ele tinha afastado.

"Eu te odeio tanto." Ela disse a sério, apesar de seu tom estar cheio de diversão.

"Você não pode me odiar." Patrick respondeu. Ele tinha acabado de desembalar tudo e
olhava para a comida sem saber o que ele queria comer primeiro. "Eu sou o pai de seu
filho, o que me dá o direito de não ser odiado." Assim que ele disse essas palavras, ele
sabia que não deveria ter dito. Toda a atmosfera na sala mudou em questão de segundos
e ela ficou visivelmente rígida ao lado dele.

"Eu não acho que estou com fome." Depois de colocar o resto do seu pão bengala para
baixo, ela puxou as pernas para cima do sofá e se encolheu como uma criança. Toda vez
que ela se lembrava do bebê era como se suas entranhas estivessem sendo rasgadas. O
nervosismo foi direto para o seu abdômen e ela sentia que ia vomitar a qualquer
segundo.

"Ellen". Suspirou Patrick. "Você age como ter o meu bebê é a pior coisa que já
aconteceu com você." Ele estava um pouco ofendido, e não tentava esconder.

"Não é isso."

"Não?" Ele desafiou, ficando frustrado. Ele sabia que ela tinha um monte de
preocupações em sua mente, mas, ele também tinha. Ele não tinha idéia do que ela
estava pensando.

"Claro que não!" Sua resposta exasperada o teria feito rir em outras circunstâncias.
"Apesar de todos os pensamentos horríveis que estou tendo em minha cabeça, estou
feliz por estar tendo o seu bebê."

"Você precisa me dizer quais são esses pensamentos." Ele disse com um pouco de
urgência na voz. "Nós precisamos discuti-los, porque eles claramente não estão fazendo
nenhum bem para nós dois". Sentado no sofá, Patrick cruzou uma perna sobre a outra e
mais parecia um entrevistador, do que um namorado.

"Só se você me disser os seus." Sentando-se, ela o encarou nos olhos e eles pareciam
que estavam se examinando.

"Certo". Ele deu de ombros. Seus olhos eram suaves e quentes, mas suas palavras
realmente não eram. Eram duas pessoas com temperamentos emotivos, que faziam as
conversas normais com os outros parecerem argumentos, mesmo que eles não
quisessem realmente brigar. "Você vai primeiro." Ele acrescentou.
Ellen estudou-o durante algum tempo, e depois falou com uma voz mais macia. "Eu fui
ao médico hoje." Um pouco atordoado, Patrick achava que ele tinha imaginado suas
palavras por um segundo. Sua boca já estava aberta para responder, mas ela continou a
falar. "Eu pensei que seria bom se eu confirmasse. Você sabe, só para ter certeza que os
testes não estavam errados e nós estávamos em pânico sem razão." Ele ficou
instantaneamente irritado que ela não lhe tivesse dito mais cedo, mas resolveu esperar
pelo resto de sua explicação.

Descansando seu cotovelo contra a parte de trás do sofá, ela girou lentamente um fio de
cabelo em torno de seus dedos. "Depois que o exame de sangue que fiz deu positivo, o
médico disse que eu estou grávida há, aproximadamente, seis semanas, ... então o bebê
deve nascer no final de agosto, mas mês que vem vou fazer uma ultrassonografia para
ter certeza da data do nascimento."

"Agosto ..." Suspirou Patrick, aparentemente perdido em seus próprios pensamentos. O
bebê parecia mais real, agora que ele sabia quando ele viria. "Estaremos de volta no set
até então." Ele não sabia ao certo por que foi a primeira coisa que lhe veio à cabeça.
Quase três anos inteiros de sua vida tinha consistido de filmagem, os tempos de
chamada, os ensaios, e as temporadas. Era difícil não pensar no trabalho, enquanto
planejavam grandes eventos.

"Sim". Ela suspirou. "Eu preferiria que ele nascesse em abril ou maio quando estamos
de férias. Mas, então você não seria o pai, por isso vou tê-lo em agosto." Olhando para
ela, Patrick viu o humor em seus olhos e isso o fez sorrir. Eles apenas haviam ficado
íntimos há cerca de dois meses. Ela sabia que se o bebê nascesse antes de agosto
significaria que ele não seria dele, e ele teve de sacudir a cabeça para mandar esses
pensamentos para longe.

"Agosto é definitivamente bom." Ele estava tentando fazer as contas na cabeça.
Tentando voltar ... para pensar o que eles tinham feito seis semanas antes, mas era
difícil. "Eu não sei quando fizemos esse bebê."

As bochechas Ellen ficaram levemente rosadas com suas palavras, mas dando-lhe um
olhar significativo, ele soube que ela tinha alguma coisa para dizer. "Acho que foi em
um dos nossos encontros no trailer. Eu disse a você que utilizar o tempo entre as
filmagens fazendo sexo, seria uma má idéia".

Ela provavelmente estava certa, e ele sabia disso. Depois de decidir que eles eram
realmente um casal, eles não perderam tempo e decidiram explorar cada centímetro do
corpo um do outro. Eles tinham tido tantas relações sexuais, que era impossível fixar a
data e a hora específicas da concepção. "Lembro-me de perguntar-lhe sobre
contracepção antes de uma dessas sessões, e você disse que estava tomando cuidado."
Ele estava brincando com ela, e ele o fazia certo de que ela sabia que era brincadeira,
para que eles não tivessem mais problemas de comunicação.

"Foi!" Ellen riu, e foi um som que ele tinha esperado ouvir a noite inteira. "Mas, seu
esperma deve ter sabido o que estava fazendo."
"Ele queria você grávida. Eu não podia fazer nada." O orgulho inchou dentro dele com
o conhecimento que ele havia ajudado a criar uma vida contra todas as probabilidades
de o fazer.

"Nós nunca vamos ser capazes de esconder isso, se você não apagar este sorriso bobo de
seu rosto."

"Que sorriso?" Ele mentiu, porque sabia que estava rindo de orelha a orelha. "Eu não
posso ajudar." Ellen revirou os olhos, mas secretamente, ela estava feliz que seu bebê o
fazia feliz também.

"Eu ouvi os batimentos cardíacos do bebê."

"Você ouviu?"

"O médico disse que nunca ouviu um tão forte neste estágio e que tudo está indo bem."
Patrick sentiu uma pontinha de tristeza pelo fato de que ele tinha perdido a primeira
consulta. Ellen viu a tristeza em seu rosto, então ela colocou uma mão reconfortante em
sua perna. "Me desculpe, por eu não ter-lhe dito que iria. Eu apenas tinha que ir e
certificar-me de tudo, sabe?"

Engolindo em seco, ele se recuperou. "Não, eu estou feliz que você tenha ido. Pelo
menos não temos dúvidas agora. ... Eu acho que eu realmente não teria sido capaz de
estar lá com você de qualquer maneira." A dura realidade de todas as coisas que ele não
seria capaz de fazer com ela e o bebê estava começando a deixar uma sensação de peso
sobre seu peito.

"Acho que não." Ellen já tinha pensado nisso. Ela já se tinha perguntado o quão
envolvido Patrick seria capaz de ser, mas vendo a decepção em seus olhos azuis tornou
tudo ainda pior. "Será que vai ficar tudo bem?"

"Eu não sei". Ele disse, honestamente, porque ele não podia imaginar não estar lá com
Ellen cada passo do caminho. Ele estava filmando quando Jillian estava grávida. Ele
não tinha a acompanhado em todas as coisas mais simples. Na verdade, ele
provavelmente tinha perdido mais do que ele fez, mas ele estava lá para os mais
importantes.

Ela estava muito quieta, e ele sentiu a necessidade de falar alguma coisa. Seria chato se
ele não pudesse estar lá em tudo, ele não iria negar. Mas, tinha que haver uma maneira
de contornar isso.

Colocando a mão por cima da dela, ele apertou-a. "Aposto que podemos descobrir como
fazer. Pessoas fazem cirurgias plásticas sem que ninguém descubra. Talvez possamos
encontrar um consultório disposto a assinar um contrato de confidencialidade."

"E com uma porta traseira para que você possa entrar?" Ela perguntou, incrédula.

"Se as pessoas podem entrar e sair dos consultórios de cirurgiões plásticos, sem serem
vistas, acho que podemos também. No pior dos casos, podemos encontrar alguém para
fazer um ultra-som aqui. As pessoas têm bebês o tempo todo em casa, deve existir um
equipamento para isto, certo?" Franzindo as sobrancelhas, Ellen apenas balançou a
cabeça. Ela não tinha idéia. Ela ainda não tinha pensado nisso ainda. Se já era difícil
para Patrick poder estar em alguma de suas consultas, como é que ele estaria lá para o
nascimento? Ela tentou não deixar esses pensamentos a levarem. Eles ainda tinham um
longo tempo antes que tivessem que lidar com isso.

"Eu não quero que você também se preocupe muito comigo." Ellen apenas revirou os
olhos em resposta. "Estou falando sério. Eu vou lidar com o que vier quando vier. Tudo
que você tem de fazer é se preocupar com você e o bebê".

"Isso é impossível. O que devemos fazer quando começar a aparecer? Quem eu vou
dizer que é o pai? Você quer me dizer que você não vai se importar quando os tablóides
começarem a dizer por aí que eu sou uma vagabunda que transou com um cara
qualquer, e agora vou ter um bebê? E o que dizer de Jillian? Como é que Jillian vai lidar
com isso? Ela só agora descobriu que somos um casal! E sua filha? Como é que vai
funcionar? Será que ela vai ser uma adolescente e descobrir que ela tem um irmão ou
irmã secreta que estava escondido, morando na mesma rua onde ela sempre viveu?”

Patrick não estava feliz com suas palavras, embora ele tivesse alguns dos mesmos
pensamentos. Ele não podia considerá-los todos de uma vez, seria enviar sua mente para
a morte. Ele queria ajudar Ellen, para colocar sua mente mais tranqüila, mas ele não
estava certo de que ele poderia. Não havia respostas fáceis. Eles podiam planejar algo e,
no fim, poderia transformar-se em coisas completamente diferentes. Balançando a
cabeça, ele soltou um suspiro profundo e evitou cruzar os braços sobre o peito.

"Eu não sei". A resposta solene de Patrick a surpreendeu. "Eu sei que há muito a
responder, eu sei que nós estamos desesperados, mas ... acho que a melhor solução,
agora, é tentar levar um dia de cada vez.” Ele poderia dizer pelos olhos apertados de
Ellen que não era o que ela queria ouvir. Ele honestamente sentia que seu
relacionamento não iria sobreviver, mesmo com a notícia de sua iminente paternidade.

Com um aceno, ele olhou para baixo antes de enfrentá-la mais uma vez. "Eu não tenho
idéia de como lidar com isso com T. Eu não tenho nenhuma idéia de como vou dizer a
Jillian, e eu certamente não serei feliz se seu nome começar a sair em todos os tablóides,
mas, vou lidar com isso. Vou dizer a Jillian, eu vou encontrar uma maneira de lidar com
a minha filha sem traumatizá-la. Então, eu não quero que você se preocupe comigo.
Confie em mim.”

Ellen olhou para ele durante alguns minutos e ele ficou com medo, porque ele não podia
lê-la. Ele não tinha idéia se ela iria expulsá-lo, matá-lo, ou começar a chorar. Mas,
finalmente, ela falou, e ele ficou aliviado ao ver que sua mente racional tinha assumido.

"Você nunca poderia esconder suas emoções muito bem." Ellen falou cansada.

"Eu sou melodramático." Respondeu Patrick. "O que posso dizer?" Descansando a mão
sobre a perna dela ele a apertou. Ela ainda estava pensando sobre as coisas, ele poderia
dizer, mas pelo menos ela parecia mais calma.
"Eu vou ter que contar para Shonda..." Não era a primeira vez que ela percebia isso, mas
dizer isso em voz alta a fez se sentir um pouco enjoada. Ellen respeitava a chefe dela,
ela respeitava seu trabalho que a fez famosa. Ela não queria fazer nada que poderia
prejudicá-lo de qualquer maneira. Será que os produtores se mostrariam dispostos a
trabalhar em torno de sua gravidez? Dizer a Shonda era a única maneira de descobrir a
resposta.

"Você não tem que dizer a ela imediatamente." Patrick argumentou: "Não diga a ela até
que você esteja pronta para lhe dizer."

"Eu nunca vou estar pronta para olhar a minha chefe na cara e dizer-lhe que estou
grávida. Meredith Grey não está pronta para ter um bebê. Tenho medo de que eles a irão
matar, ou colocar-lhe em coma ou algo terrível. " Patrick arqueou as sobrancelhas
divertido e Ellen deu uns tapas em seu peito.

"Você não é certamente a primeira atriz de uma série de sucesso que teve um bebê. Eles
apenas contornarão, como fazem com todas as outras grávidas. Se você não se sentir
confortável dizendo-lhe ainda, apenas espere até que você esteja absolutamente com
vontade de dizer."

"Não. Eu quero fazer isso o mais rapidamente possível. Quanto mais cedo ela saber,
mais cedo ela pode começar a planejar o que fazer. Vou apenas dizer a ela para manter
segredo." Ela não parecia convencida. Na verdade, Ellen soou como preferisse ir ao
dentista e ter todos os seus dentes arrancados, em vez de dizer a Shonda.

"Eu vou com você, talvez isso tornará mais fácil." Ellen zombou incrédula, e ele voltou
atrás. "Tudo bem .... talvez eu não vá".

"Como seria mais fácil se você viesse, Patrick? Então ela saberia que o bebê é seu e
nosso plano de sigilo não funcionaria". Mordendo seu lábio inferior, ele sentou-se
também, de modo que os dois estavam olhando em frente para a sua comida.

"Nós deveríamos dizer a Shonda."

"Você está louco!?" Ellen gritou, mas ele começou a falar antes que ela pudesse dizer
mais nada.

"Apenas escute." Patrick mandou. "Nós vamos precisar de alguém que saiba. Alguém
que possa cobrir-nos, se os boatos começarem. Ela já sabe de nossa situação, ela vai
assumir que eu sou o pai de qualquer maneira."

"Eu não sei ..." Ela já podia sentir o calor subindo para seu rosto quando pensava em
dizer para Shonda que Patrick era o pai. Não importa o quanto estava feliz sobre o bebê,
uma parte sua se sentia envergonhada. Para o mundo exterior, ele era um homem feliz
no casamento, e ela estava muito consciente do fato de que se alguém descobrisse, iria
automaticamente assumir o pior sobre ela e seu bebê.

"Faz sentido El. Vou dizer a Jillian, vamos ter de dizer para Leslie e Jessica ..." Ellen
fez uma cara ruim à menção de sua publicitária, mas ele continuou. "Estas três e Shonda
serão as únicas que saberão a verdade". Quanto mais eles discutiram seus planos, mais
ela se sentia como se fossem cair em suas cabeças. Elas poderiam realmente guardar um
segredo tão grande? Esconder seu relacionamento era uma coisa, mas uma criança, era
completamente diferente. "Você está bem?" Perguntou Patrick, ficando preocupado com
o seu silêncio.

”Podemos fazer isso?" Não era a primeira vez que ela perguntava, mas isso não
importava. Houve uma sugestão de pânico em sua voz que o fez abraçá-la

"Eu penso que sim."

"Sério?"

"Sim". Com Ellen ficando mais calma, Patrick foi ficando mais confiante. "Tudo o que
temos a fazer é continuar fazendo o que estamos fazendo, e depois de Encantada estrear,
podemos lidar com a forma de abordar a imprensa".

"Eu não posso sequer pensar sobre isso."

"Então, não pense." Ele provocou. "Pense sobre a comida que está ficando fria. Você
sabe que eu fiquei naquele lugar horas para trazer para você." Ela não respondeu, mas
ela sorriu, o que foi definitivamente melhor do que antes.



- No dia seguinte

Betsy deve estar aqui em breve, mas não temos de esperar por ela se você precisar
voltar. "As palavras de Shonda mal foram registradas na mente de Ellen. O sangue
estava correndo para seus ouvidos, fazendo a frase da mulher sair com um som abafado.
Ellen nunca tinha achado Shonda uma mulher intimidante. Mas, sentada na frente de
sua chefe, se preparando para dizer que estava grávida, fazia Shonda parecer
extremamente assustadora.

As palmas das mãos de Ellen estavam fechadas em volta dos braços da cadeira, como se
o objeto inanimado pudesse lhe dar força. Uma parte dela queria que Patrick estivesse
ao seu lado para segurar sua mão, mas por outro lado sabia que isso era algo que tinha
que fazer por conta própria. Suas mãos estavam suadas e seu estômago estava
balançando violentamente com tanto nervosismo, e os enjôos matinais não ajudavam.
Ela tentava pensar que mulheres ficam grávidas todos os dias. As mulheres diziam para
seus chefes que estavam grávidas todos os dias ... mas Ellen não era uma mulher
comum, e Shonda não era um chefe comum.

"Ok, tudo bem." Ellen disse com uma voz que ela mal reconhecia como dela. Esperar
Betsy estava fora de questão. Não havia nenhuma maneira dela poder manter o controle
sobre seus nervos por tanto tempo.

Olhando para ela, desconfiada, Shonda cruzou as mãos em sua mesa e fingiu um sorriso
suave. A mulher sabia que algo estava acontecendo. Algo não estava certo com Ellen
esta semana ... e ela tinha certeza que tinha a ver com a conversa que tivera com Patrick
no dia anterior. Mantendo a boca fechada, Shonda esperou por Ellen falar primeiro.

Um silêncio desconfortável encheu a sala e Ellen deslocava-se em seu lugar, respirando
profundamente e inclinada para a frente. Ela já não podia fingir ser calma, não havia
nada calmo sobre ela. Vendo isso claramente, Shonda inclinou a cabeça em
preocupação. "Você está bem?" O rosto de Ellen empalideceu, e Shonda tornou-se mais
preocupada. Ela não conseguia se lembrar de ter visto Ellen tão inquieta.

"Eu só ... nunca tive que fazer isso antes. Eu não sei como dizer isso". Carrancuda,
Shonda não teve a oportunidade de fazer qualquer pergunta antes de Ellen sentar-se em
linha reta, e dizer: "Estou grávida". Ela disse suavemente. Os olhos verdes de Ellen não
deixaram os marrons de Shonda. Mas, como o silêncio se estendia entre elas como um
oceano, a confiança de Ellen começou a minguar.

A expressão de Shonda era ilegível. Não era definitivamente o que ela estava esperando
ouvir. "Você está grávida?" Ela finalmente perguntou, numa voz chocada. Ellen não
tinha idéia do que sua chefe estava pensando, mas ela podia ver a confusão misturada
com relutância em seu poderoso olhar.

Sentindo o medo cair sobre ela, Ellen assentiu suavemente no início, mas depois
pareceu se lembrar exatamente por que ela estava lá. "Vou ter um bebê." O sorriso que
pairou através dos lábios de Ellen era uma evidência para a felicidade que já cercava a
declaração. Esperar a reação de Shonda era absolutamente aterrorizante, mas, o sorriso
suave de Ellen não vacilou.

"El, Oh, isso é maravilhoso." A mulher de cabelos escuros, disse finalmente, fazendo
Ellen suspirar de alívio. "Desculpe, você me chocou por um segundo. Eu não estava
esperando isso". Shonda olhou para cima e para baixo, em busca de sinais da gravidez e
Ellen sabia que era melhor se acostumar com isso. "Parabéns." A voz de Shonda era
feliz, e seu sorriso não parecia falso de qualquer maneira. Mas, Ellen sabia, que a mente
de sua chefe estava correndo um quilometro por segundo.

"Obrigada." Ela sussurrou, quando a última gota de adrenalina nervosa deixou o corpo
dela. "O bebê é para agosto. Não é uma boa hora, eu sei, assim eu quis dizer-lhe agora
para que você possa descobrir como resolver isso."

"O tempo nunca é mau para um bebê." Shonda respondeu de imediato, lembrando a
Ellen porque ela gostava tanto da mulher. "Você está animada?" Ellen hesitou por um
segundo demasiado longo e Shonda notou imediatamente.

"Eu estou". Ela concordou. Mas, na verdade, tudo era ainda muito novo para ser
animado. "Eu não estava realmente pensando nisto ... você sabe? Então, eu ainda estou
me acostumando com a idéia. Mas, estou muito feliz". Embora os olhos de Shonda
mostrassem um pouco de confusão, ela acenou com a cabeça em compreensão.

A sala ficou em silêncio por alguns minutos, pois as duas mulheres se entreolhavam, e
Ellen começou a ficar incomodada com o que sua chefe estava pensando. Certamente,
Shonda estava curiosa para saber quem era o pai, mas Ellen não achava que a mulher
iria chegar e perguntar. "Ainda é cedo, então eu só vou contar a você e Betsy por
agora ... Eu realmente não quero que vaze para a mídia ainda." Ellen não podia sequer
imaginar o que ela diria a mídia, e ela não queria pensar nisso. Ela iria deixar sua
assessora descobrir isso.

"É claro, você não deve se preocupar com isso. Estou feliz por você ter me contado.
Estou muito feliz por você. Não se preocupe com a série também. Eu não tenho
nenhuma idéia de como vamos fazer, mas podemos descobrir uma maneira de escrever
em torno disto." À medida que Shonda falava, Ellen sentia como se um peso fosse
tirado de seus ombros. Ela havia se preocupado como isso afetaria seu trabalho, mas
parecia que Patrick estava certo, não havia realmente nada para se preocupar em termos
do espetáculo.

"Isso é bom ... isso é realmente bom." Ellen respondeu com um suspiro. Ela se sentia
mais à vontade agora que Shonda sabia e por um segundo, ela se permitiu pensar que
talvez ... ela e Patrick seriam capazes de ter alguma paz depois de tudo. Shonda abriu a
boca para dizer alguma coisa, mas o toque de seu celular encheu o ar, e ela pediu
licença para atender a chamada.

Ellen só ouvia com metade de um ouvido. Ela se perguntava onde estava Patrick, e o
que ele estaria fazendo. Ele tinha estado confuso, nervoso e agitado durante toda a
manhã, sabendo que Ellen ia contar a Shonda. Ele estava ótimo na noite anterior,
quando era apenas um plano. Dizer e realmente fazer eram duas coisas diferentes, e ele
parecia estar mais ansioso do que Ellen.

"Isso é estranho ... ok, eu vou deixar Ellen dizer-lhe a notícia mais tarde." O som de seu
nome chamou a sua atenção de volta para sua chefe quando Shonda terminou o
telefonema.

"Era Betsy. Ela está presa em uma reunião e não pôde vir. Achei que você mesma
gostaria de contar para ela." Balançando a cabeça, Ellen concordou com ela. "Minha
assistente disse-me que Patrick é a imagem da impaciência do lado de fora da minha
porta." As bochechas de Ellen coraram com um tom escuro de vermelho e ela viu que os
olhos de Shonda aumentaram. "Qual é o problema hoje?" Ela provocou e parou de
andar pouco antes de chegar à porta.

"Eu ham .... não tenho idéia." Ellen soava como uma idiota desastrada, mas ela não
podia acreditar que Patrick estava esperando lá fora. Ele estava desesperado.
Totalmente, e completamente sem esperança. Todas as coisas reconfortantes ele tinha
dito sobre ela não se preocupar... e lá estava ele se preocupando tanto.

"É claro que ele tem algo a dizer, talvez eu devesse deixá-lo entrar." Ela deu um minuto
a Ellen antes de abrir a porta e chamar Patrick para dentro. Quando ele entrou no
escritório, ele não olhou para mais nada, só para ela. Sentindo como se uma borboleta
estivesse em seu estômago, mais uma vez, Ellen assentiu com a cabeça apenas o
suficiente para ele conseguir entender que ela já havia contado para Shonda.

"Desculpe interromper." Ele disse com um sorriso tímido.
"Tudo bem, há algo de que você necessita ou você simplesmente aproveitou para se
exercitar na frente do meu escritório?" Shonda sabia só de olhar para os movimentos
estranhamente nervosos de Patrick, que algo estava acontecendo. Ela tinha suas
suspeitas, mas ela não iria falar nada.

"Não." Patrick suspirou. Olhando para a porta, ele pensou em sair, mas então seus olhos
pararam em Ellen, uma vez mais, e ele mudou de idéia. "Na verdade, eu só queria ver
Ellen." Sem esperar por um convite, ele se moveu e se sentou na cadeira ao lado de
Ellen. Eles já haviam estado naquela posição antes, mas desta vez foi diferente.

O olhar cheio de amor que Patrick mandava para Ellen respondeu a pergunta que
Shonda nunca teria ousado perguntar. Patrick era, sem dúvida, o pai do bebê, e ela não
sabia ao certo o que isso significava para eles.

Logo que Shonda estava prestes a sentar-se atrás de sua mesa, Patrick deixou escapar:
"Ela vai ter meu bebê". Shonda não teve tempo de reagir antes que Ellen estivesse
dando um tapa na perna dele.

"Eu não tinha ido tão longe!" Disse Ellen.

Ignorando-a, ele olhou diretamente para Shonda e balançou a cabeça. "Nós estamos
tendo um bebê e você é a única aqui que pode saber agora." Olhando de volta para ele,
Shonda não tentou parecer surpreendida. Ela suspeitava que ele fosse o pai, desde que
Ellen tinha contado a ela. O que lhe surpreendeu, foi a idéia de que eles pensassem que
poderia permanecer em segredo.

"Se ela não estivesse grávida de você, eu não ficaria tão feliz." Ela provocou, quebrando
um pouco da tensão na sala. Ellen enrolava o cabelo com tanta força em torno de seu
dedo que Shonda tinha certeza que ele iria cair se ela continuasse com o gesto. "Eu
estava apenas dizendo a Ellen que vamos descobrir uma maneira para contornar isso.
Realmente não vai ser um problema por algum tempo, para que possamos lidar com isso
numa boa."

"Isso é ótimo. Ela estava muito preocupada."

"Você pode parar de falar sobre mim como se eu não estivesse aqui, por favor!" Ellen
falou, e Patrick sorriu com os lábios enrugados como um pedido de desculpas.

"Não faça essa cara para mim. Era para eu estar fazendo isso sozinha."

"Mas você não está sozinha." Argumentou Patrick, não contente em deixá-la até mesmo
tentar ficar brava com ele. "Estamos juntos nisso". Revirando os olhos, Ellen, sacudiu
sua mão quando ele tentou pegá-la. A sala se tornou quente, e ela estava começando a
me sentir cada vez mais enjoada quando a reunião continuou.

Shonda observava o casal com curiosidade, antes de limpar a garganta. "Eu odeio ter
que dizer isto a você, Patrick, mas não há nenhuma maneira de vocês manterem isso em
segredo, se você continuar olhando para ela assim, com adoração."
"Isso é o que eu disse a ele ontem à noite!" Ellen interveio, mas não mudou o sorriso
torto de Patrick. "Ele não vai parar de olhar para mim. Eu acordo, ele está olhando para
mim. Eu vou dormir, ele está olhando para mim. Eu não posso nem ir ao maldito
banheiro sem ele me encarar. Está começando a ficar assustador na verdade."

"Isso não é verdade." Mas mesmo quando ele argumentou, nunca deixou os olhos dela.
Ele não podia fazer nada. Ela estava mais bonita do que nunca. O conhecimento de que
seu filho ou filha estava crescendo dentro dela a fazia ainda mais atraente.

"Você vai ter que segurar a onda agora, Patrick. Eu também odeio dizer isso ..." Shonda
iniciou automaticamente, lembrando que ela era realmente sua chefe e poderia fazer ou
acabar com suas carreiras. "Mas, a série não pode realmente permitir um escândalo
agora. Para o bem de todos nós, vocês realmente têm que ter muito cuidado com a
maneira como vocês agirão dentro e fora deste set. Bem, realmente em toda parte."

Patrick e Ellen já sabiam disso. Não era informação nova, mas ouvir Shonda dizer fazia
parecer ainda mais como uma nuvem escura que pairava sobre eles. "Nós sabemos." Ele
disse a ela, porque Ellen ficou estranhamente silenciosa. "Nós mantivemos o nosso
relacionamento em segredo há meses."

"Um bebê pode ser um pouco mais difícil ..." Shonda não estava tentando ser uma
cadela e ela não estava tentando fazê-los adivinhar a sua decisão. Mas ela se preocupava
com eles. Ela queria ter certeza de que eles sabiam no que estavam se metendo. Manter
a paternidade de seu bebê em segredo não ia ser uma tarefa fácil, especialmente com
Patrick totalmente apaixonado por Ellen.

"Nós sabemos." Ellen concordou, ela não ia mentir e dizer que tinha tudo preparado.

"Mas, nós estamos apenas fazendo isso até Encantada estreiar. Quando minhas
obrigações para com o filme estiverem feitas, vou oficialmente obter o divórcio e
poderemos seguir com nossas vidas". Arqueando uma sobrancelha, Shonda poupou sua
língua. Ela não queria ser a única a estourar sua bolha de felicidade, ele estava feliz e
ela estava feliz por isso. Mas, se divorciar de sua esposa e sair dizendo que ele era o pai
do filho de Ellen, não ia ser uma coisa fácil para qualquer pessoa envolvida.

Olhando para Ellen, Shonda notou a expressão de desânimo em seus olhos verdes. Ellen
sabia o que Shonda estava pensando. O desespero que ela viu no rosto de Ellen a
impedia de dizer qualquer coisa mais. Patrick perceberia, em seu próprio tempo, como
as coisas seriam difíceis de fazer.

"Vai dar tudo certo." Ele disse confiante. Patrick se recusou a permitir-se pensar de
maneira diferente.

Ok". Shonda concordou. "Bem, não importa o que aconteça, você sabe que eu os apoio,
certo? Estou feliz por vocês, e para registrar, daqui a dez anos, quando isto se
transformar em um True Hollywood Story, não se esqueça de lhes dizer o quão boa eu
fui com vocês". Seu humor fez Ellen rir, e depois quando a tensão na sala tinha se
quebrado, Patrick começou a rir também.
Parecia bom ter alguém ali do lado deles. Já não era um segredo profundo que tinham
que guardar entre si, o que parecia ser um alívio para ambos.


Infelizmente para Ellen e Patrick, o encontro com Leslie não foi tão bem como seu
encontro com Shonda. A reunião tinha sido inevitável. Não importa o quanto eles não
quisessem, era algo que tinham de fazer. Eles precisavam da ajuda de Leslie se
estivessem tentando manter o seu segredo. Eles simplesmente não poderiam fazê-lo sem
ela, Patrick sabia, e Ellen sabia, mas ainda era difícil.

Por causa da reunião anterior, que Ellen teve com Leslie, ela estava ainda mais
assustada do que Patrick. Ela se sentou ao lado dele, dura como uma tábua. Suas pernas
estavam cruzadas, permitindo que o longo vestido de algodão que ela estava usando
mostrasse a pele lisa. Patrick ansiava por passar a mão sobre ela, mas tinha um
sentimento de que ela saltaria se ele a tocasse.

"O que você quer dizer que ela vai ter o seu bebê?" Leslie cuspiu as palavras em um
tom incrédulo. Intimidando-os com os olhos, voltou sua fúria sobre Ellen. "Eu pensei
que eu tinha deixado perfeitamente claro quando eu lhe disse para vocês não se
relacionarem? Vocês estão com a cabeça fora do lugar? Vocês estão propositadamente
tentando arruinar suas carreiras?" O tom era gelado.

Patrick, que não estava prestes a deixar que sua publicitária tentasse convencê-los sobre
seu futuro, balançou a cabeça seriamente. "Eu sei ..." Olhando para Ellen cujo rosto
ficou completamente branco, ele corrigiu sua declaração. "Nós sabemos o que vai
acontecer se todo mundo descobrir. Nós não vamos contar até minhas obrigações com
Encantada acabarem."

Batendo as unhas bem cuidadas contra a mesa, Leslie riu. "Vocês obviamente não
sabem o que fazer ou vocês não teriam sido tão descuidados em primeiro lugar." Ele
nunca tinha ouvido a sua voz tão fria antes, mas, também, ele nunca tinha feito nada
para deixá-la tão louca.

"Acidentes acontecem." Defendeu-se Patrick, quando o calor subiu para seu rosto. A
raiva estava rapidamente começando a borbulhar dentro dele.

"Eu sei disto! Eu sou paga para encobri-los, mas isso é ridículo. Como diabos você
espera que eu resolva isso? Isso é mais que um acidente. Isto é um erro de proporções
épicas. ... E é um erro que eu não tenho certeza que possa ser encoberto. E ... "

"Isto não é um erro!" Ellen interrompeu. Surpresos, tanto Patrick, quanto Leslie olharam
em choque. Descruzando as pernas, Ellen endireitou-se e olhou diretamente para a
mulher ofendida. "Esta gravidez não foi planejada e não é algo que nós
intencionalmente tentamos fazer, mas não é um erro."

"Ellen ..." Patrick começou, mas ela estreitou os olhos dizendo-lhe para não dizer nada.

"Eu não vou ficar sentada aqui e ouvindo ela chamar o nosso bebê de erro." Ela atirou
nele, levantando a voz em cada palavra que ela falava. "Esta é a nossa vida. É o nosso
futuro. Nós vamos ter este bebê quer se queira ou não, assim você vai fazer o seu
trabalho e vai nos ajudar ou vai procurar um emprego novo." Ellen apontou o dedo na
direção de Leslie quando ela falou isto, e Patrick encontrava-se demasiado atordoado
para dizer qualquer coisa. Ele não esperava que ela fosse se defender. Ellen estava tão
ansiosa com a reunião, que ele estava apenas rezando para ela não desmaiar durante a
mesma.

Leslie abriu a boca e falou e Ellen arqueou as sobrancelhas com descrença. "Você nunca
vai encontrar alguém que possa fazer o que faço. Não se engane. Você me manda para
longe agora e eu garanto que seu segredo será lançado no próximo mês."

"A única coisa que posso garantir é que você não vai conseguir os vinte por cento de
Patrick no final deste ano, e depois que ele filmou Encantada, eu tenho certeza que é
uma porcentagem de seu pagamento que você estava ansiosa para receber." A sala ficou
em silêncio enquanto pensavam na observação de Ellen. Ambas as mulheres se
recusaram a sentar, até que Patrick finalmente reuniu seus pensamentos e cortou a
conversa.

"Ellen está certa." Ele disse, depois de limpar a garganta. "Se você não está disposta a
nos ajudar, então você está demitida." Ele não estava zangado com Ellen, por tomar
uma decisão tão grande por ele. Ele certamente teria feito, se ela não fizesse.

Olhando para eles, em dúvida, Leslie abriu uma gaveta de sua mesa e pegou uma pasta
de arquivos grandes. O silêncio que se estendeu estava estrangulado em
constrangimento e tensão. Finalmente, percebendo que o casal não estava disposto a
ceder, ela tirou os óculos e abriu a pasta. Os documentos, cartões de índice, fotos,
revistas se derramaram. Era como uma pilha de lixo gigante, tudo relacionado a Patrick.

"Certo". A mulher mais velha disse finalmente. "Se vocês querem ir em frente com isso
..." Como ela procurava em sua mente uma palavra humilhante que ela poderia usar
para falar da gravidez, Ellen estreitou os olhos apenas esperando por sua ousadia de usar
a palavra erro novamente. Pensando melhor em dizer alguma coisa, Leslie centrou a sua
atenção totalmente sobre a pasta em cima de sua mesa. "Então, nós temos alguns
assuntos sérios a discutir. Primeiro, é o controle de danos. Presumo que você fez um
teste de gravidez? Onde você o comprou? Quem poderia tê-la visto? Quantas pessoas
sabem sobre isto e quantas delas terão de ser compradas para manter a boca fechada? "

Tanto a cabeça de Ellen quanto a de Patrick giraram quando Leslie recitou cenário após
cenário. Ela estava fazendo anotações frenéticas nos cartões de índice maior, enquanto
ela falava, e não parava sequer para ouvir as respostas às suas perguntas. "Você já viu
um médico? Oh, bem, dane-se se você tiver, nós vamos encontrar um consultório
seguro. Sei de alguns com os quais trabalhei antes. O que a rede disse? Eu espero que
eles não liberem uma declaração sobre a gravidez agora ... você sabe, eu vou chamá-los
a mim."

Leslie tirou os olhos das cartas para dar uma olhada em Ellen uma vez mais. Com os
lábios franzidos com desdém, ela voltou para suas anotações. "Você está magra. Você
deve começar a engordar agora, assim a diferença não vai ser perceptível. Comer um
cheeseburger ou algo assim ... um pouco de carne em seus ossos seria atraente." A
mandíbula de Patrick ficou tensa quando sua publicista obviamente zombava da
estatura fina de Ellen, mas ele conseguiu manter a boca fechada.

Ele tomou a mão de Ellen na sua e apertou-a com suavidade. Ele ficou aliviado quando
ela apertou de volta. "Eu vou fazer algumas ligações, esta tarde, vou montar uma
pequena equipe em conjunto para ajudar. Não é simplesmente algo que eu vou ser capaz
de lidar sozinha. Nós vamos ter que ter um planejamento de emergência na próxima
semana para pensar em mais detalhes. Precisaremos de um plano de imagem."

"Plano de uma imagem?" Patrick perguntou, tendo dificuldades para seguir os
pensamentos de Leslie.

"Sim, nós vamos ter que começar enfatizar sua vida em casa com sua esposa e filha.
Talvez a gente possa até fazer uma sessão de fotos na sua casa. Nós precisamos
descobrir uma história, uma vez que a gravidez for anunciada". Leslie falou como se
Ellen não estivesse no local, e Patrick podia sentir as unhas de Ellen cravando-se na sua
mão. Seu forte temperamento era crescente a cada minuto, mas não havia muito que
Patrick poderia fazer sobre isto.

"Será que o namorado ainda está na foto?" Leslie perguntou, finalmente, fazendo
contato visual com Ellen. "Oh, tudo bem, se não estiver," Ela encolheu os ombros com
um movimento da mão. "Podemos sempre dizer que o bebê é dele. No momento em que
ele nascer podemos inventar alguma história fantástica. Oh, isso é perfeito. Você tem
problemas de fertilidade? Poderíamos transformá-lo em simpatia sobre o grande esforço
que você teve que fazer para conceber, ninguém vai questionar a diferença de cor da
pele, isto é óbvio. Estarão também apanhados em sua história. " Engolindo em seco,
Ellen estava a um segundo de atacar a mulher através da mesa, mas a mão de Patrick, de
repente deixou a dela e ela percebeu que não teria como segurá-lo sentado na cadeira.

"Você está de sacanagem comigo?" Ele gritou incrédulo. "Nunca. Não há nenhuma
chance, inferno, de você dizer que o bebê é de Chris." A raiva acabou agarrando seu
corpo e ele não podia mais sentar e ouvir. "Este é meu filho." Balançando a cabeça, ele
sacudiu sua mão quando Ellen tentou puxá-lo de volta para cadeira. "É meu. Meu bebê.
O mundo inteiro não vai sair por aí falando que ele é de Cris." O ciúme grassava por
meio dele.

"Patrick". Ellen disse suavemente, e não houve sequer uma sugestão da raiva anterior no
seu tom. "Está tudo bem. Sente-se." Ele mal podia respirar, mas a voz de Ellen o puxava
para dentro e de alguma forma trouxe sua mente de volta. Sua mão estava quente e
reconfortante quando ela agarrou a sua. "Nós não vamos dizer nada sobre o pai." Ellen
disse a Leslie, quando Patrick finalmente voltou a se sentar ao lado dela.

"Então tá. Melhor mesmo na verdade. Podemos continuar com a ficção, realmente
funciona melhor para nós. Podemos usar a sua "vontade de ter um bebê, mesmo
estando sozinha", como um ângulo. As feministas que se ferrem. Portanto, você está
livre neste sábado? Precisamos, definitivamente, começar nossa equipe. Veja se você
pode trazer a sua publicista aqui." Leslie disse direcionando a demanda para Ellen. Ellen
apenas balançou a cabeça e não confiou-se em concordar.
Tudo estava acontecendo tão rápido. Eles haviam concordado em discutir tudo um dia
de cada vez, e veio tudo para cima, e agora eles eram confrontados a lidar com tudo ao
mesmo tempo, e a tarefa parecia difícil.

"Sábado, eu devo estar no teste." Patrick suspirou, lembrando que sua equipe de corrida
estava se preparando para a temporada da primavera.

"Certo". Leslie respondeu. "Ela pode vir e, depois, colocá-lo a par de tudo." A mão de
Ellen, de repente ficou mole na sua e ele olhou para ela quando seu rosto caiu. Ele sabia
que não havia nenhuma maneira de deixar que ela viesse sozinha.

"Não. Não, tudo bem. Eu estarei aqui. Só vou reagendar meu teste." Ellen virou-se para
dizer-lhe que ele não precisava fazer isto, mas ele simplesmente balançou a cabeça. Ele
não podia deixá-la entrar na cova dos leões sem ele.

"Vamos nos encontrar ao meio-dia, então." Ellen sorriu para Patrick, porém, e ele estava
contente por ela aceitar sua oferta sem argumento.

- Uma semana depois

Patrick estava em sua terceira caminhada em torno dos corredores do estúdio. Uma vez
que uma volta era muito curta, apenas duas não era suficiente, e mesmo após a terceira
vez, ele ainda não tinha idéia para onde estava indo. Sem um destino, ele estava
vagando sem rumo, o que nunca foi bom.

12 horas antes ele tinha contado a Jillian sobre o bebê. Ela não gritou como ele
esperava. Ela não atirou coisas. Ela nem sequer ameaçou mantê-lo longe de Tallulah.
Tudo o que ela fez foi sentar-se em silêncio, e isto o perturbou.

Ignorando todos os que cruzaram seu caminho, Patrick continuou pelo corredor até
chegar a um beco sem saída. Havia uma sala refeições no final do corredor e ele rezava
para que estivesse vazia. Para seu deleite, estava. Ele sentou-se e apoiou a cabeça nas
mãos.

”O que estou fazendo? " Sua mente gritava mais e mais, porque às vezes, ele realmente
não sabia. O encontro com Leslie e sua equipe tinha tomado quase todo o dia. Ele
estava cheio de tudo, de decidir em que médicos ir, descobrir exatamente quando
podiam e não podiam ser vistos juntos. Leslie pediu que fosse melhor não serem vistos
juntos a menos que fosse uma função para a ABC.

Patrick não entendia como isso funcionava. Eles obviamente tinham de ser vistos juntos
para promover a série, mas Leslie foi firme em suas crenças. Até o final do dia, tanto ele
e Ellen provavelmente teriam concordado com qualquer inferno de coisa para poderem
sair de lá.

O panorama estava começando a se tornar mais claro para Patrick. Ele estava
literalmente tendo que desempenhar um papel da sua própria vida. Ele amava Ellen e
ele já estava apaixonado pelo seu bebê que ia nascer. Ele faria qualquer coisa para ficar
com eles. Mas, ao mesmo tempo, ele se perguntou o quanto de sua alma podia ser
dividida em duas.

Esfregando as têmporas, Patrick suspirou e ergueu a cabeça para cima. A dor que ele
havia visto nos olhos de Jillian na noite anterior ainda estava viva em sua mente. Depois
do que pareceu horas em silêncio, ela havia falado, e isso o fez se sentir culpado. O
casamento deles tinha acabado. Ele sabia que não deveria se sentir culpado. Mas, as
feridas ainda estavam frescas, e era como se ele tivesse apenas jogado sal nelas.

"Patrick?" Assustado, ele voltou sua atenção para a porta, encontrando Ellen olhando
para ele em confusão. Ele não tinha ouvido a porta abrir, ele não tinha sequer ouvido ela
caminhando naquela direção.

"Ei você". Ele respondeu depois de limpar a garganta. Nem mesmo a sua presença
poderia sacudi-lo fora de seu humor.

 "Eu pensei que você estava indo relaxar no trailer?" Ela perguntou, olhando para os
arredores, desconfiada. Algo estava errado. Ela não percebeu isto em seu sorriso torto,
mas na monotonia que cercava seus olhos azuis.

"Eu estava ..." Patrick não conseguia terminar a frase, enquanto esfregava as mãos em
seu rosto. "Eu fui fazer uma caminhada e só terminei aqui." Ele não olhou para Ellen
quando ela caminhou até a mesa. Ele podia sentir seus olhos sobre ele, mas ele não
conseguia olhar para ela.

Carrancuda, Ellen olhou para a tábua de alimentos antes de continuar a olhar para ele.
Ela hesitou antes de falar. Ele não parecia que estava com um bom humor. Mas, ela
sabia que se a situação fosse invertida, ele não teria simplesmente deixado como estava.
"Você está bem?" Ellen finalmente perguntou, sabendo que era uma pergunta estúpida.
Ele obviamente não estava bem.

Patrick soltou uma risada fria antes de olhar para ela. Suas feições suavizaram
imediatamente ao ver a preocupação nos olhos verdes. "Você acreditaria em mim se eu
dissesse que sim?"

"Nem por um segundo." Ela respondeu com apenas uma sugestão de um sorriso. Patrick
sorriu de volta e então balançou a cabeça.

"Tive uma noite ruim." Ellen arqueou uma sobrancelha e franziu o nariz.

"Uma noite ruim?" Inclinando a cabeça, Patrick não sabia o que dizer. Será que ser
honesto sobre a noite terrível que teve com Jillian iria ferir Ellen? Seria razoável falar
sobre isso com ela? Ele não sabia. Apesar do fato de que eles estavam tendo um bebê
juntos, ainda havia tantos limites que ele não sabia se podia atravessar. Discutir Jillian
com Ellen e Ellen com Jillian era um deles.

"Eu contei a Jillian." Ele disse explicando, percebendo que Ellen era a sua namorada e
ele tinha que ser honesto com ela.
"Você contou a ela ..." Ellen sumiu na confusão. Ela estava cansada de filmar toda a
manhã e as coisas não estavam saindo rapidamente como normalmente saíam.

"Eu disse a ela sobre o bebê."

"Ah ..." Os olhos de Ellen se arregalaram em grandes discos verdes. "Eu não sabia que
você ia dizer a ela na noite passada."

"Eu também não." Ele explicou suavemente. "Eu senti que era o momento certo e eu
queria evitar a repetição do que aconteceu no Globo de Ouro". Ele brincou, tentando
aliviar o clima. Ellen teria rido, mas seu estômago estava revoltoso demais para ela
poder.

Engolindo em seco, ela perguntou, "E como foi?"

"Foi". Patrick murmurou. Soltando um suspiro alto, ele continuou falando. "Jill não
disse nada por um tempo." Colocando um fio de cabelo atrás da orelha, Ellen tentou
impedir que seu coração batesse anormalmente com a mera menção do nome de sua
esposa. "Quando ela começou a falar, estava tão sem emoção .... Quase um zumbi. Eu
nunca a tinha visto dessa forma."

"Eu não acho que ela iria levar isto bem." Ellen sussurrou, forçando uma massa para
baixo, que rapidamente estava subindo por sua garganta.

Patrick passou a mão pelo cabelo, e do jeito que ele estava desarrumado, estava claro
que ele tinha feito isto o dia todo. "Ela está ferida, eu a feri." Ele admitiu, apesar de ele
já haver admitido antes. Jillian era a mãe de sua filha. Isso foi algo especial, algo que
compartilharam, e agora ela sentia que ela não era mais tão especial.

Vendo seus tempestuosos olhos azuis, Ellen não sabia o que sentir. Ela não gostava de
ouvi-lo falar sobre Jillian. Mas, ao mesmo tempo, ela entendia sua necessidade de
discutir aquilo. Respirando profundamente, Patrick continuou, sem perceber os olhos
embaciados de Ellen. "Ela está preocupada com T e com o que vamos dizer a ela assim
que o bebê nascer. Eu não poderia mesmo tranquilizá-la, porque eu ainda nem pensei
nisso ..." Olhando para ela, Patrick vacilou quando percebeu que ela estava chateada.

"Merda. Me desculpe." Ele disse imediatamente.

"Não, está tudo bem." Ela mentiu, enxugando a umidade que tinha se formado debaixo
de seu olho. "Você deveria ser capaz de falar comigo sobre essas coisas. Você sempre
fez isto antes, e você deve fazer agora". Suas palavras estavam confiantes, mas Patrick
não teve sequer a pretensão de acreditar nela.

"Não, não tem problema. As coisas não são como eram antes. Se vai te magoar, eu não
deveria falar sobre isso." Ele insistiu.
"Você tem que por para fora. Se está incomodando, não é justo que você tenha que
manter tudo dentro de você."

"Vou falar com minha terapeuta sobre isso então." Insistiu Patrick. "Esta não é
exatamente a sua situação média, eu deveria ser mais cuidadoso sobre o que eu digo a
você." O rosto de Ellen se desfez em várias linhas infelizes e ela se levantou e caminhou
até uma das mesas de alimentos. Curiosamente, ele observou que ela empilhou bastante
fruta e legumes no prato para enchê-lo completamente.

"Se você tiver de censurar seus pensamentos então esta não é uma relação honesta. Nós
não podemos começar dessa maneira." Ela insistiu, e empilhou mais comida no seu
prato. Apesar da pequena discussão que estavam tendo, Patrick riu.

Ouuaaa...... você está com fome? Ele estava sorrindo para ela e andando na sua direção.
Ela tentou recuar, mas ele fechou a distância entre eles e tomou o prato dela.

"Estou morrendo de fome. Vomitei duas vezes hoje." Sua explicação levou-o a inclinar
a cabeça em simpatia. Colocando o prato em cima da mesa, estendeu as mãos para
puxá-la para ele, mas ela disparou-lhe um olhar de advertência e apontou para a porta.
"Não aqui". Frustrado, ele recuou. Ela estava certa, mas isso não impedia o seu desejo
de segurá-la em seus braços.

"Tem sido muito ruim?"

"Ontem estava tudo bem, mas hoje foi horrível. Eu quase vomitei nos sapatos de Katie."

"Aposto que ela ia adorar." Brincou.

"Vai ser difícil manter segredo, se isso continuar. Ninguém vai acreditar que tenho um
problema no estômago por muito tempo."

Pensando nisso, ele olhou para a porta aberta e, em seguida, moveu-se para que seu
corpo ficasse roçando o dela. Era o mais perto que ele podia conseguir, mas mesmo
assim, ainda não era suficiente. "Você pode dizer-lhes sobre o bebê. Eles são seus
amigos, eles não vão perguntar quem é o pai." Ellen balançou a cabeça em negativa com
sua sugestão.

"Quanto mais pessoas souberem, mais fácil será que isto vaze para a imprensa." Ela
respondeu com firmeza. "Eu não quero que ninguém aqui saiba ainda, e eu não quero
liberar uma declaração até que seja absolutamente necessário."

"Ok". Patrick se rendeu com as mãos no ar. "Assim que você estiver pronta então. Mas,
se sua barriga ficar muito grande, então você deve dizer-lhes. Pelo menos, você teria
alguém para reclamar além de mim." Ele abriu um sorriso com sua própria piada e Ellen
deu um tapa em seu peito.

"Eu não estou reclamando." Ela insistiu, mas a voz dela caiu em um sussurro abafado,
quando passos ecoaram pelo corredor. "E mesmo que eu reclamasse, seria perfeitamente
permitido. Tente vomitar todas as suas refeições e ver o quanto você se queixa."

"Sinto muito que você tenha que passar por isso. Gostaria que fosse mais fácil para
você." Ele sussurrou com simpatia e ela apenas deu de ombros. Se a náusea fosse o pior
que ela teria que lidar agora, ela iria levar numa boa. Ellen sabia que teria coisas muito
mais difíceis para enfrentar nos próximos meses, e os sintomas da gravidez não eram
realmente um deles.

"Ora, ora, se não são as duas ervilhas numa vagem". Patrick encolheu-se, quando a voz
de Isaiah os interrompeu. Ellen assistiu como o corpo de Patrick ficou tenso e ela lançou
um olhar de aviso para o outro homem. Desde a briga que os dois co-estrelas tiveram
durante seus primeiros meses de volta no set, a tensão em torno de Patrick e Isaiah tinha
sido grave. A série não poderia passar por mais essa pressão, e Ellen não queria que
Patrick se lançasse de novo em outro escândalo.

"Vamos embora". Ela disse a Patrick, sem nem mesmo se preocupar com Isaiah, que
estava olhando para eles presunçosamente. Parecia que Patrick iria responder, mas ele
balançou a cabeça.

"Eu falo com você depois." Ele disse a ela, e teve que morder a língua para que ele não
desse ao homem a satisfação de um argumento.

"Vocês dois são tão íntimos." Isaiah provocava uma vez que ele tinha certeza de que
Patrick não o iria escutar.

"Isso é como os amigos geralmente são". Ela respondeu, em tom mais agradável do que
ele merecia. Tomando o seu prato da mesa, ela teve que ir embora antes da raiva
cozinhar dentro dela.

"Certo. Amigos." Ele observou baixo em sua garganta, mas alto o suficiente para ela
ouvir. Decidindo não dar isca para ele, ela saiu da sala. Ellen perguntou se ele sabia
mais do que deixava ver ... ou se estava apenas sendo um asno. Focalizando-se em seu
estômago roncando em vez de irritar seu co-estrela, ela começou a sua jornada de volta
para o trailer.

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Conversa sincera sobre o futuro incerto

  • 1. O sol tinha começado a descer no céu ocidental pelo tempo em que Patrick e Ellen tinham começado a conversar. Depois de deixar tudo em pratos limpos, eles ficaram em silêncio juntos. Apesar da feliz excitação que estavam sentindo, ambos tinham muitas coisas dentro de suas cabeças, e o silêncio era reconfortante. "Você está com fome? Eu posso fazer alguma coisa para comer." Ellen estava de pé e caminhava para a cozinha antes de Patrick poder impedi-la. Abrindo a geladeira, retirou vários produtos diferentes e algumas frutas. "Você tem que estar com fome." Seus movimentos eram rápidos e quase robóticos. As panelas chiavam ruidosamente contra o fogão. "Isso não vai levar muito tempo. Eu posso começar a fazer o espaguete." "Ellen, você deveria ir dormir. Amanhã será um longo dia de trabalho no set, com todas as cenas que temos de fazer." Patrick disse suavemente, tentando não ofendê-la. Não que ele não amava vê-la cozinhar, mas ele se sentia muito péssimo em deixar ela fazer o jantar, sabendo que ela provavelmente tinha dormido muito pouco na noite anterior. O olhar de enfado de Ellen não passou despercebido por ele. "Estou acostumada com as longas horas, eu posso dormir mais tarde." Sua voz era tensa e ele sabia que ela estava além do raciocínio. Do lado de fora, no pátio, ela tinha ficado tão descontraída. Ele sabia que ambos tinham o peso do mundo sobre seus ombros, e, ainda assim, ela parecia completamente contente. A Ellen que ele estava vendo agora, era o oposto de contente. Ela estava inquieta, nada calma. Vindo por trás dela, ele ignorou a forma como o corpo dela ficou tenso, quando a pele dele entrou em contato com a dela. Vigorosamente, ele pegou a faca que ela estava usando para cortar os legumes e colocou-a sobre o balcão. "Você não tem que cozinhar El. Vou pedir alguma coisa para nós". ”Por que pedir algo quando sou perfeitamente capaz de cozinhar?" Ela perguntou como se ele estivesse louco. Patrick simplesmente virou-se e passou os braços em torno dela. "Fale para mim o que você está sentindo". Ele pediu. O objetivo de Ellen cozinhar era para se distrair, e ele não ia deixar que ela fugisse dele. "Eu não posso. Há muita coisa na minha cabeça ... eu só preciso de cozinhar, ou limpar, ou trabalhar. Alguma coisa ... Então deixe-me fazer." "Você não vai trabalhar agora." Ele disse a ela sério, pensando que a idéia era ridícula. "Você precisa relaxar." ”Como vou relaxar?" Ellen respondeu incrédula, a voz sussurrante, mas feroz. "Há tantas coisas que temos de descobrir como resolver ... Eu não posso respirar, que dirá relaxar." Ele nunca a tinha visto desse jeito. Normalmente era ele quem tinha estas crises de ansiedade. Havia muita coisa acontecendo em sua mente também. Não era que
  • 2. o futuro não importasse, mas saber que eles estavam tendo um bebê colocava um revestimento feliz em todos os seus pensamentos. "Por que não posso encomendar alguma comida e então podemos nos enrolar e assistir a um filme? Eu tenho que ir em ‘casa’ para colocar Tallulah na cama, mas então eu serei seu para o resto da noite." "Isso não vai ajudar." "Então poderemos conversar e assistir a um filme." Patrick respondeu quase desesperadamente. Ele não sabia que outra escolha eles tinham. Ele se recusava a deixá- la guardar seus sentimentos para si. Fazia mais sentido discuti-los abertamente, mas ele não iria obrigá-la a isto, se ela realmente não quisesse. Patrick fazia carinhos em sua cabeça e sorria para ela. Então ela encostou a cabeça em seu peito. Ela estava desistindo, pelo menos parcialmente. "Eu ia dizer que vamos apenas esperar e dar um passo de cada vez. Eu pensei que relaxar um pouco iria nos ajudar. Mas, se você preferir que nós falemos sobre tudo e qualquer coisa que aparecer em nossas cabeças, nós poderemos fazer isto também." "Isso provavelmente seria desastroso". Rindo, ele suspirou profundamente. "Eu não penso assim. Acho que vai ajudar. Pelo menos vamos ter uma idéia sobre como vamos proceder". "Você quer dizer sobre a vida falsa que vamos ter de viver? Confie em mim. Eu já pensei nisso." Suas palavras era tão negativas, que se ele não estivesse a segurando, ele teria pensado que ele as tinha imaginado. Puxando-a para si, ele deixou cair os braços em suas costas. Com seus olhos verdes olhando para ele, ele poderia ver tantas emoções, mais do que ela estava deixando transparecer. Ela estava esmagada, ele poderia dizer. Seus papéis pareciam estar completamente trocados. Geralmente era ela quem tomava a frente de qualquer problema que estivessem enfrentando. Mas, a mulher que ele via diante de si era pequena, frágil e assustada. "Você quer este bebê, certo?" Não era para soar como uma pergunta. Ele sabia que ela queria, mas ele sorriu quando ela acenou com a cabeça que sim. Lágrimas estavam brotando de seus olhos, mas ele viu que ela estava sob controle. "Eu também." Patrick respondeu confiante. "Não importa o que acontecer, só temos de continuar a lembrar o quanto nós o queremos." Engolindo em seco, ela parecia cética, mas Patrick viu que seu rosto se desanuviou e ela deu um largo sorriso. "Isso vai ajudar. Confie em mim." Ellen não respondeu, mas seu corpo relaxou um pouco mais, quando ela o abraçou mais uma vez. "O que você está com vontade de comer?"
  • 3. "Nada". "Ellen"! Ele suspirou. "Certo". Ela disse teimosamente. "Espaguete com almôndegas turcas." "Esta é a minha garota"! “Cala a boca!" Ellen riu e apertou seu bíceps. "Eu vou por T na cama e na volta eu trago a comida. É melhor estar enrolada no sofá quando eu voltar." "E se alguém te vir entrando aqui?" Ela perguntou, limpando algumas lágrimas perdidas com a ponta do seu dedo. "Então eles vão me ver." Ele deu de ombros, não se preocupando com os pequenos detalhes. O olhar de desaprovação que Ellen lhe deu, o fez amenizar a sua declaração. "Se algum paparazzo conseguir tirar fotos de mim entrando na sua casa, eu ligo para Leslie de manhã, e falo com ela que você estava doente, então tivemos que ensaiar na sua casa enquanto você se recuperava, ok?" "Você acha que eles vão acreditar nisso?" Inclinando-se tão perto dela que ele podia sentir seu perfume doce, ele a beijou levemente nos lábios. "As pessoas nunca acreditam no que a gente fala mesmo". Ele tinha um ar de confiança em seu tom, fazendo Ellen se lembrar que ele estava naquele negócio por muito mais tempo do que ela. "De alguma forma ... Eu duvido disso". Resmungou Ellen, porque ela tinha a sensação de que ele estava brincando mesmo. Esperar pela volta de Patrick era uma tortura para Ellen. Ela era geralmente emotiva ... como a maioria dos atores são. Ela fazia ioga todos os dias, meditava toda noite e não estava acostumada a ter sua mente tão cheia que não conseguia pensar direito. Em vez de ligar a TV ou acender as luzes, ela se sentou na sala escura tentando envolver sua mente em torno do fato de que em menos de nove meses, ela seria mãe. O pensamento enquanto fosse assustador, não era tão terrível quanto ela pensava que seria. Embora tivesse crescido sem uma, Ellen sabia que ela seria uma boa mãe, assim como Patrick era, e seria, mais uma vez, um bom pai. Descansando a mão sobre o seu estômago, ainda era difícil acreditar que havia um bebê crescendo dentro dela. Parecia irreal. Ela não sentia nada diferente, mas de certa forma, seu coração sentiu-se mais amplo, como ele já estivesse cheio de amor por aquele bebê que tinha o tamanho de um amendoim. Suspirando na escuridão, ela se sentia completamente esmagada. Qual seria a reação da
  • 4. rede, quando ela lhes dissesse que estava grávida? Eles não poderiam, tecnicamente, demiti-la por ter um bebê. Mas, ela tinha certeza que a ABC poderia descobrir que ele era de Patrick. Ainda pior, o que Shonda diria? Não era exatamente um bom momento para escrever sobre uma gravidez para Meredith e Derek na série. Seriam capazes de escrever sobre aquilo? Será que a mulher que basicamente tinha a sua carreira na mão iria ficar desapontada e com raiva? Havia muitas incógnitas e isto a estava deixando louca. Por um segundo, ela se permitiu imaginar uma vida diferente. Uma aonde ela poderia abertamente andar pela rua com o amor de sua vida e seu filho. Uma vida onde ninguém sequer saberia o nome dela. Mas, como a porta da frente sendo aberta, o sonho desvaneceu-se. "Ellen?" Patrick chamou. Andar em uma casa escura o alarmava, ela sabia disso ... e ainda assim não respondeu quando ele chamou novamente. Como eles seriam capazes de criar seu filho em segredo, quando Patrick não poderia nem mesmo vir a sua casa, sem virar uma reportagem de capa? Ele seria capaz de ficar tão envolvido quanto ele era com Tallulah e ainda fingir ter um casamento feliz? Havia tantas perguntas e nenhuma resposta fácil para delas. "Eu estou aqui." Ellen finalmente falou. Havia uma urgência na voz dele que ela se sentiu mal de ter sido a causa. "Você está sentada no escuro?" As sacolas de plástico faziam um barulho alto quando Patrick se aproximou. "Você realmente levou a sério essa coisa de relaxar, hein?" Acendendo a luz, ele sentou ao lado dela no sofá e sorriu. Ellen, no entanto, não sorria, e quando ela estreitou os olhos para ele, seu sorriso sumiu. "Eu não estou relaxando. Eu estou é perdendo minha mente, literalmente, eu acho." "Eu não acho que isso é possível realmente você perder a sua mente, já que é uma parte do seu cérebro." Ele provocou, na esperança de, pelo menos, fazê-la sorrir. Parecia que nunca mais ele tinha visto o seu sorriso despreocupado. Normalmente, seu rosto se iluminava e seus olhos brilhavam com a sua natureza feliz. "Você é tão engraçadinho às vezes." Ellen retrucou e por apenas um segundo, Patrick percebeu a diversão em seus olhos. "Provavelmente". Ele concordou, apreciando seu sorriso pequeno demais para ser sério. "Mas, eu trouxe o jantar do Alberto’s por isso não posso ser tão imbecil assim." Não importa quão fora de controle estava sua mente, Ellen não podia ignorar a forma como seu estômago gemeu à menção de comida. "Hmm ... é por isso que eu mantenho você por perto." "Você disse isto antes, e eu não acredito nisso." A voz de Patrick era tão divertida como tinha sido em algum tempo atrás, e parecia que finalmente as coisas estavam voltando ao normal ... bem, a sua versão normal. Enquanto ele pegava as caixinhas com as comidas, ele riu quando os olhos de Ellen se arregalaram.
  • 5. "Isto é alguma sugestão de que eu como demais? O que você fez, trouxe o menu todo?" "Metade do menu, na verdade." Ele riu, tirando de sua mão um pão bengala que ela tinha pegado. "Eu não sabia o que você queria e achei que você iria mudar de opinião umas dez vezes de qualquer maneira." Dando-lhe um olhar provocador, ela roubou o pão que ele tinha afastado. "Eu te odeio tanto." Ela disse a sério, apesar de seu tom estar cheio de diversão. "Você não pode me odiar." Patrick respondeu. Ele tinha acabado de desembalar tudo e olhava para a comida sem saber o que ele queria comer primeiro. "Eu sou o pai de seu filho, o que me dá o direito de não ser odiado." Assim que ele disse essas palavras, ele sabia que não deveria ter dito. Toda a atmosfera na sala mudou em questão de segundos e ela ficou visivelmente rígida ao lado dele. "Eu não acho que estou com fome." Depois de colocar o resto do seu pão bengala para baixo, ela puxou as pernas para cima do sofá e se encolheu como uma criança. Toda vez que ela se lembrava do bebê era como se suas entranhas estivessem sendo rasgadas. O nervosismo foi direto para o seu abdômen e ela sentia que ia vomitar a qualquer segundo. "Ellen". Suspirou Patrick. "Você age como ter o meu bebê é a pior coisa que já aconteceu com você." Ele estava um pouco ofendido, e não tentava esconder. "Não é isso." "Não?" Ele desafiou, ficando frustrado. Ele sabia que ela tinha um monte de preocupações em sua mente, mas, ele também tinha. Ele não tinha idéia do que ela estava pensando. "Claro que não!" Sua resposta exasperada o teria feito rir em outras circunstâncias. "Apesar de todos os pensamentos horríveis que estou tendo em minha cabeça, estou feliz por estar tendo o seu bebê." "Você precisa me dizer quais são esses pensamentos." Ele disse com um pouco de urgência na voz. "Nós precisamos discuti-los, porque eles claramente não estão fazendo nenhum bem para nós dois". Sentado no sofá, Patrick cruzou uma perna sobre a outra e mais parecia um entrevistador, do que um namorado. "Só se você me disser os seus." Sentando-se, ela o encarou nos olhos e eles pareciam que estavam se examinando. "Certo". Ele deu de ombros. Seus olhos eram suaves e quentes, mas suas palavras realmente não eram. Eram duas pessoas com temperamentos emotivos, que faziam as conversas normais com os outros parecerem argumentos, mesmo que eles não quisessem realmente brigar. "Você vai primeiro." Ele acrescentou.
  • 6. Ellen estudou-o durante algum tempo, e depois falou com uma voz mais macia. "Eu fui ao médico hoje." Um pouco atordoado, Patrick achava que ele tinha imaginado suas palavras por um segundo. Sua boca já estava aberta para responder, mas ela continou a falar. "Eu pensei que seria bom se eu confirmasse. Você sabe, só para ter certeza que os testes não estavam errados e nós estávamos em pânico sem razão." Ele ficou instantaneamente irritado que ela não lhe tivesse dito mais cedo, mas resolveu esperar pelo resto de sua explicação. Descansando seu cotovelo contra a parte de trás do sofá, ela girou lentamente um fio de cabelo em torno de seus dedos. "Depois que o exame de sangue que fiz deu positivo, o médico disse que eu estou grávida há, aproximadamente, seis semanas, ... então o bebê deve nascer no final de agosto, mas mês que vem vou fazer uma ultrassonografia para ter certeza da data do nascimento." "Agosto ..." Suspirou Patrick, aparentemente perdido em seus próprios pensamentos. O bebê parecia mais real, agora que ele sabia quando ele viria. "Estaremos de volta no set até então." Ele não sabia ao certo por que foi a primeira coisa que lhe veio à cabeça. Quase três anos inteiros de sua vida tinha consistido de filmagem, os tempos de chamada, os ensaios, e as temporadas. Era difícil não pensar no trabalho, enquanto planejavam grandes eventos. "Sim". Ela suspirou. "Eu preferiria que ele nascesse em abril ou maio quando estamos de férias. Mas, então você não seria o pai, por isso vou tê-lo em agosto." Olhando para ela, Patrick viu o humor em seus olhos e isso o fez sorrir. Eles apenas haviam ficado íntimos há cerca de dois meses. Ela sabia que se o bebê nascesse antes de agosto significaria que ele não seria dele, e ele teve de sacudir a cabeça para mandar esses pensamentos para longe. "Agosto é definitivamente bom." Ele estava tentando fazer as contas na cabeça. Tentando voltar ... para pensar o que eles tinham feito seis semanas antes, mas era difícil. "Eu não sei quando fizemos esse bebê." As bochechas Ellen ficaram levemente rosadas com suas palavras, mas dando-lhe um olhar significativo, ele soube que ela tinha alguma coisa para dizer. "Acho que foi em um dos nossos encontros no trailer. Eu disse a você que utilizar o tempo entre as filmagens fazendo sexo, seria uma má idéia". Ela provavelmente estava certa, e ele sabia disso. Depois de decidir que eles eram realmente um casal, eles não perderam tempo e decidiram explorar cada centímetro do corpo um do outro. Eles tinham tido tantas relações sexuais, que era impossível fixar a data e a hora específicas da concepção. "Lembro-me de perguntar-lhe sobre contracepção antes de uma dessas sessões, e você disse que estava tomando cuidado." Ele estava brincando com ela, e ele o fazia certo de que ela sabia que era brincadeira, para que eles não tivessem mais problemas de comunicação. "Foi!" Ellen riu, e foi um som que ele tinha esperado ouvir a noite inteira. "Mas, seu esperma deve ter sabido o que estava fazendo."
  • 7. "Ele queria você grávida. Eu não podia fazer nada." O orgulho inchou dentro dele com o conhecimento que ele havia ajudado a criar uma vida contra todas as probabilidades de o fazer. "Nós nunca vamos ser capazes de esconder isso, se você não apagar este sorriso bobo de seu rosto." "Que sorriso?" Ele mentiu, porque sabia que estava rindo de orelha a orelha. "Eu não posso ajudar." Ellen revirou os olhos, mas secretamente, ela estava feliz que seu bebê o fazia feliz também. "Eu ouvi os batimentos cardíacos do bebê." "Você ouviu?" "O médico disse que nunca ouviu um tão forte neste estágio e que tudo está indo bem." Patrick sentiu uma pontinha de tristeza pelo fato de que ele tinha perdido a primeira consulta. Ellen viu a tristeza em seu rosto, então ela colocou uma mão reconfortante em sua perna. "Me desculpe, por eu não ter-lhe dito que iria. Eu apenas tinha que ir e certificar-me de tudo, sabe?" Engolindo em seco, ele se recuperou. "Não, eu estou feliz que você tenha ido. Pelo menos não temos dúvidas agora. ... Eu acho que eu realmente não teria sido capaz de estar lá com você de qualquer maneira." A dura realidade de todas as coisas que ele não seria capaz de fazer com ela e o bebê estava começando a deixar uma sensação de peso sobre seu peito. "Acho que não." Ellen já tinha pensado nisso. Ela já se tinha perguntado o quão envolvido Patrick seria capaz de ser, mas vendo a decepção em seus olhos azuis tornou tudo ainda pior. "Será que vai ficar tudo bem?" "Eu não sei". Ele disse, honestamente, porque ele não podia imaginar não estar lá com Ellen cada passo do caminho. Ele estava filmando quando Jillian estava grávida. Ele não tinha a acompanhado em todas as coisas mais simples. Na verdade, ele provavelmente tinha perdido mais do que ele fez, mas ele estava lá para os mais importantes. Ela estava muito quieta, e ele sentiu a necessidade de falar alguma coisa. Seria chato se ele não pudesse estar lá em tudo, ele não iria negar. Mas, tinha que haver uma maneira de contornar isso. Colocando a mão por cima da dela, ele apertou-a. "Aposto que podemos descobrir como fazer. Pessoas fazem cirurgias plásticas sem que ninguém descubra. Talvez possamos encontrar um consultório disposto a assinar um contrato de confidencialidade." "E com uma porta traseira para que você possa entrar?" Ela perguntou, incrédula. "Se as pessoas podem entrar e sair dos consultórios de cirurgiões plásticos, sem serem
  • 8. vistas, acho que podemos também. No pior dos casos, podemos encontrar alguém para fazer um ultra-som aqui. As pessoas têm bebês o tempo todo em casa, deve existir um equipamento para isto, certo?" Franzindo as sobrancelhas, Ellen apenas balançou a cabeça. Ela não tinha idéia. Ela ainda não tinha pensado nisso ainda. Se já era difícil para Patrick poder estar em alguma de suas consultas, como é que ele estaria lá para o nascimento? Ela tentou não deixar esses pensamentos a levarem. Eles ainda tinham um longo tempo antes que tivessem que lidar com isso. "Eu não quero que você também se preocupe muito comigo." Ellen apenas revirou os olhos em resposta. "Estou falando sério. Eu vou lidar com o que vier quando vier. Tudo que você tem de fazer é se preocupar com você e o bebê". "Isso é impossível. O que devemos fazer quando começar a aparecer? Quem eu vou dizer que é o pai? Você quer me dizer que você não vai se importar quando os tablóides começarem a dizer por aí que eu sou uma vagabunda que transou com um cara qualquer, e agora vou ter um bebê? E o que dizer de Jillian? Como é que Jillian vai lidar com isso? Ela só agora descobriu que somos um casal! E sua filha? Como é que vai funcionar? Será que ela vai ser uma adolescente e descobrir que ela tem um irmão ou irmã secreta que estava escondido, morando na mesma rua onde ela sempre viveu?” Patrick não estava feliz com suas palavras, embora ele tivesse alguns dos mesmos pensamentos. Ele não podia considerá-los todos de uma vez, seria enviar sua mente para a morte. Ele queria ajudar Ellen, para colocar sua mente mais tranqüila, mas ele não estava certo de que ele poderia. Não havia respostas fáceis. Eles podiam planejar algo e, no fim, poderia transformar-se em coisas completamente diferentes. Balançando a cabeça, ele soltou um suspiro profundo e evitou cruzar os braços sobre o peito. "Eu não sei". A resposta solene de Patrick a surpreendeu. "Eu sei que há muito a responder, eu sei que nós estamos desesperados, mas ... acho que a melhor solução, agora, é tentar levar um dia de cada vez.” Ele poderia dizer pelos olhos apertados de Ellen que não era o que ela queria ouvir. Ele honestamente sentia que seu relacionamento não iria sobreviver, mesmo com a notícia de sua iminente paternidade. Com um aceno, ele olhou para baixo antes de enfrentá-la mais uma vez. "Eu não tenho idéia de como lidar com isso com T. Eu não tenho nenhuma idéia de como vou dizer a Jillian, e eu certamente não serei feliz se seu nome começar a sair em todos os tablóides, mas, vou lidar com isso. Vou dizer a Jillian, eu vou encontrar uma maneira de lidar com a minha filha sem traumatizá-la. Então, eu não quero que você se preocupe comigo. Confie em mim.” Ellen olhou para ele durante alguns minutos e ele ficou com medo, porque ele não podia lê-la. Ele não tinha idéia se ela iria expulsá-lo, matá-lo, ou começar a chorar. Mas, finalmente, ela falou, e ele ficou aliviado ao ver que sua mente racional tinha assumido. "Você nunca poderia esconder suas emoções muito bem." Ellen falou cansada. "Eu sou melodramático." Respondeu Patrick. "O que posso dizer?" Descansando a mão sobre a perna dela ele a apertou. Ela ainda estava pensando sobre as coisas, ele poderia dizer, mas pelo menos ela parecia mais calma.
  • 9. "Eu vou ter que contar para Shonda..." Não era a primeira vez que ela percebia isso, mas dizer isso em voz alta a fez se sentir um pouco enjoada. Ellen respeitava a chefe dela, ela respeitava seu trabalho que a fez famosa. Ela não queria fazer nada que poderia prejudicá-lo de qualquer maneira. Será que os produtores se mostrariam dispostos a trabalhar em torno de sua gravidez? Dizer a Shonda era a única maneira de descobrir a resposta. "Você não tem que dizer a ela imediatamente." Patrick argumentou: "Não diga a ela até que você esteja pronta para lhe dizer." "Eu nunca vou estar pronta para olhar a minha chefe na cara e dizer-lhe que estou grávida. Meredith Grey não está pronta para ter um bebê. Tenho medo de que eles a irão matar, ou colocar-lhe em coma ou algo terrível. " Patrick arqueou as sobrancelhas divertido e Ellen deu uns tapas em seu peito. "Você não é certamente a primeira atriz de uma série de sucesso que teve um bebê. Eles apenas contornarão, como fazem com todas as outras grávidas. Se você não se sentir confortável dizendo-lhe ainda, apenas espere até que você esteja absolutamente com vontade de dizer." "Não. Eu quero fazer isso o mais rapidamente possível. Quanto mais cedo ela saber, mais cedo ela pode começar a planejar o que fazer. Vou apenas dizer a ela para manter segredo." Ela não parecia convencida. Na verdade, Ellen soou como preferisse ir ao dentista e ter todos os seus dentes arrancados, em vez de dizer a Shonda. "Eu vou com você, talvez isso tornará mais fácil." Ellen zombou incrédula, e ele voltou atrás. "Tudo bem .... talvez eu não vá". "Como seria mais fácil se você viesse, Patrick? Então ela saberia que o bebê é seu e nosso plano de sigilo não funcionaria". Mordendo seu lábio inferior, ele sentou-se também, de modo que os dois estavam olhando em frente para a sua comida. "Nós deveríamos dizer a Shonda." "Você está louco!?" Ellen gritou, mas ele começou a falar antes que ela pudesse dizer mais nada. "Apenas escute." Patrick mandou. "Nós vamos precisar de alguém que saiba. Alguém que possa cobrir-nos, se os boatos começarem. Ela já sabe de nossa situação, ela vai assumir que eu sou o pai de qualquer maneira." "Eu não sei ..." Ela já podia sentir o calor subindo para seu rosto quando pensava em dizer para Shonda que Patrick era o pai. Não importa o quanto estava feliz sobre o bebê, uma parte sua se sentia envergonhada. Para o mundo exterior, ele era um homem feliz no casamento, e ela estava muito consciente do fato de que se alguém descobrisse, iria automaticamente assumir o pior sobre ela e seu bebê. "Faz sentido El. Vou dizer a Jillian, vamos ter de dizer para Leslie e Jessica ..." Ellen
  • 10. fez uma cara ruim à menção de sua publicitária, mas ele continuou. "Estas três e Shonda serão as únicas que saberão a verdade". Quanto mais eles discutiram seus planos, mais ela se sentia como se fossem cair em suas cabeças. Elas poderiam realmente guardar um segredo tão grande? Esconder seu relacionamento era uma coisa, mas uma criança, era completamente diferente. "Você está bem?" Perguntou Patrick, ficando preocupado com o seu silêncio. ”Podemos fazer isso?" Não era a primeira vez que ela perguntava, mas isso não importava. Houve uma sugestão de pânico em sua voz que o fez abraçá-la "Eu penso que sim." "Sério?" "Sim". Com Ellen ficando mais calma, Patrick foi ficando mais confiante. "Tudo o que temos a fazer é continuar fazendo o que estamos fazendo, e depois de Encantada estrear, podemos lidar com a forma de abordar a imprensa". "Eu não posso sequer pensar sobre isso." "Então, não pense." Ele provocou. "Pense sobre a comida que está ficando fria. Você sabe que eu fiquei naquele lugar horas para trazer para você." Ela não respondeu, mas ela sorriu, o que foi definitivamente melhor do que antes. - No dia seguinte Betsy deve estar aqui em breve, mas não temos de esperar por ela se você precisar voltar. "As palavras de Shonda mal foram registradas na mente de Ellen. O sangue estava correndo para seus ouvidos, fazendo a frase da mulher sair com um som abafado. Ellen nunca tinha achado Shonda uma mulher intimidante. Mas, sentada na frente de sua chefe, se preparando para dizer que estava grávida, fazia Shonda parecer extremamente assustadora. As palmas das mãos de Ellen estavam fechadas em volta dos braços da cadeira, como se o objeto inanimado pudesse lhe dar força. Uma parte dela queria que Patrick estivesse ao seu lado para segurar sua mão, mas por outro lado sabia que isso era algo que tinha que fazer por conta própria. Suas mãos estavam suadas e seu estômago estava balançando violentamente com tanto nervosismo, e os enjôos matinais não ajudavam. Ela tentava pensar que mulheres ficam grávidas todos os dias. As mulheres diziam para seus chefes que estavam grávidas todos os dias ... mas Ellen não era uma mulher comum, e Shonda não era um chefe comum. "Ok, tudo bem." Ellen disse com uma voz que ela mal reconhecia como dela. Esperar Betsy estava fora de questão. Não havia nenhuma maneira dela poder manter o controle sobre seus nervos por tanto tempo. Olhando para ela, desconfiada, Shonda cruzou as mãos em sua mesa e fingiu um sorriso
  • 11. suave. A mulher sabia que algo estava acontecendo. Algo não estava certo com Ellen esta semana ... e ela tinha certeza que tinha a ver com a conversa que tivera com Patrick no dia anterior. Mantendo a boca fechada, Shonda esperou por Ellen falar primeiro. Um silêncio desconfortável encheu a sala e Ellen deslocava-se em seu lugar, respirando profundamente e inclinada para a frente. Ela já não podia fingir ser calma, não havia nada calmo sobre ela. Vendo isso claramente, Shonda inclinou a cabeça em preocupação. "Você está bem?" O rosto de Ellen empalideceu, e Shonda tornou-se mais preocupada. Ela não conseguia se lembrar de ter visto Ellen tão inquieta. "Eu só ... nunca tive que fazer isso antes. Eu não sei como dizer isso". Carrancuda, Shonda não teve a oportunidade de fazer qualquer pergunta antes de Ellen sentar-se em linha reta, e dizer: "Estou grávida". Ela disse suavemente. Os olhos verdes de Ellen não deixaram os marrons de Shonda. Mas, como o silêncio se estendia entre elas como um oceano, a confiança de Ellen começou a minguar. A expressão de Shonda era ilegível. Não era definitivamente o que ela estava esperando ouvir. "Você está grávida?" Ela finalmente perguntou, numa voz chocada. Ellen não tinha idéia do que sua chefe estava pensando, mas ela podia ver a confusão misturada com relutância em seu poderoso olhar. Sentindo o medo cair sobre ela, Ellen assentiu suavemente no início, mas depois pareceu se lembrar exatamente por que ela estava lá. "Vou ter um bebê." O sorriso que pairou através dos lábios de Ellen era uma evidência para a felicidade que já cercava a declaração. Esperar a reação de Shonda era absolutamente aterrorizante, mas, o sorriso suave de Ellen não vacilou. "El, Oh, isso é maravilhoso." A mulher de cabelos escuros, disse finalmente, fazendo Ellen suspirar de alívio. "Desculpe, você me chocou por um segundo. Eu não estava esperando isso". Shonda olhou para cima e para baixo, em busca de sinais da gravidez e Ellen sabia que era melhor se acostumar com isso. "Parabéns." A voz de Shonda era feliz, e seu sorriso não parecia falso de qualquer maneira. Mas, Ellen sabia, que a mente de sua chefe estava correndo um quilometro por segundo. "Obrigada." Ela sussurrou, quando a última gota de adrenalina nervosa deixou o corpo dela. "O bebê é para agosto. Não é uma boa hora, eu sei, assim eu quis dizer-lhe agora para que você possa descobrir como resolver isso." "O tempo nunca é mau para um bebê." Shonda respondeu de imediato, lembrando a Ellen porque ela gostava tanto da mulher. "Você está animada?" Ellen hesitou por um segundo demasiado longo e Shonda notou imediatamente. "Eu estou". Ela concordou. Mas, na verdade, tudo era ainda muito novo para ser animado. "Eu não estava realmente pensando nisto ... você sabe? Então, eu ainda estou me acostumando com a idéia. Mas, estou muito feliz". Embora os olhos de Shonda mostrassem um pouco de confusão, ela acenou com a cabeça em compreensão. A sala ficou em silêncio por alguns minutos, pois as duas mulheres se entreolhavam, e Ellen começou a ficar incomodada com o que sua chefe estava pensando. Certamente,
  • 12. Shonda estava curiosa para saber quem era o pai, mas Ellen não achava que a mulher iria chegar e perguntar. "Ainda é cedo, então eu só vou contar a você e Betsy por agora ... Eu realmente não quero que vaze para a mídia ainda." Ellen não podia sequer imaginar o que ela diria a mídia, e ela não queria pensar nisso. Ela iria deixar sua assessora descobrir isso. "É claro, você não deve se preocupar com isso. Estou feliz por você ter me contado. Estou muito feliz por você. Não se preocupe com a série também. Eu não tenho nenhuma idéia de como vamos fazer, mas podemos descobrir uma maneira de escrever em torno disto." À medida que Shonda falava, Ellen sentia como se um peso fosse tirado de seus ombros. Ela havia se preocupado como isso afetaria seu trabalho, mas parecia que Patrick estava certo, não havia realmente nada para se preocupar em termos do espetáculo. "Isso é bom ... isso é realmente bom." Ellen respondeu com um suspiro. Ela se sentia mais à vontade agora que Shonda sabia e por um segundo, ela se permitiu pensar que talvez ... ela e Patrick seriam capazes de ter alguma paz depois de tudo. Shonda abriu a boca para dizer alguma coisa, mas o toque de seu celular encheu o ar, e ela pediu licença para atender a chamada. Ellen só ouvia com metade de um ouvido. Ela se perguntava onde estava Patrick, e o que ele estaria fazendo. Ele tinha estado confuso, nervoso e agitado durante toda a manhã, sabendo que Ellen ia contar a Shonda. Ele estava ótimo na noite anterior, quando era apenas um plano. Dizer e realmente fazer eram duas coisas diferentes, e ele parecia estar mais ansioso do que Ellen. "Isso é estranho ... ok, eu vou deixar Ellen dizer-lhe a notícia mais tarde." O som de seu nome chamou a sua atenção de volta para sua chefe quando Shonda terminou o telefonema. "Era Betsy. Ela está presa em uma reunião e não pôde vir. Achei que você mesma gostaria de contar para ela." Balançando a cabeça, Ellen concordou com ela. "Minha assistente disse-me que Patrick é a imagem da impaciência do lado de fora da minha porta." As bochechas de Ellen coraram com um tom escuro de vermelho e ela viu que os olhos de Shonda aumentaram. "Qual é o problema hoje?" Ela provocou e parou de andar pouco antes de chegar à porta. "Eu ham .... não tenho idéia." Ellen soava como uma idiota desastrada, mas ela não podia acreditar que Patrick estava esperando lá fora. Ele estava desesperado. Totalmente, e completamente sem esperança. Todas as coisas reconfortantes ele tinha dito sobre ela não se preocupar... e lá estava ele se preocupando tanto. "É claro que ele tem algo a dizer, talvez eu devesse deixá-lo entrar." Ela deu um minuto a Ellen antes de abrir a porta e chamar Patrick para dentro. Quando ele entrou no escritório, ele não olhou para mais nada, só para ela. Sentindo como se uma borboleta estivesse em seu estômago, mais uma vez, Ellen assentiu com a cabeça apenas o suficiente para ele conseguir entender que ela já havia contado para Shonda. "Desculpe interromper." Ele disse com um sorriso tímido.
  • 13. "Tudo bem, há algo de que você necessita ou você simplesmente aproveitou para se exercitar na frente do meu escritório?" Shonda sabia só de olhar para os movimentos estranhamente nervosos de Patrick, que algo estava acontecendo. Ela tinha suas suspeitas, mas ela não iria falar nada. "Não." Patrick suspirou. Olhando para a porta, ele pensou em sair, mas então seus olhos pararam em Ellen, uma vez mais, e ele mudou de idéia. "Na verdade, eu só queria ver Ellen." Sem esperar por um convite, ele se moveu e se sentou na cadeira ao lado de Ellen. Eles já haviam estado naquela posição antes, mas desta vez foi diferente. O olhar cheio de amor que Patrick mandava para Ellen respondeu a pergunta que Shonda nunca teria ousado perguntar. Patrick era, sem dúvida, o pai do bebê, e ela não sabia ao certo o que isso significava para eles. Logo que Shonda estava prestes a sentar-se atrás de sua mesa, Patrick deixou escapar: "Ela vai ter meu bebê". Shonda não teve tempo de reagir antes que Ellen estivesse dando um tapa na perna dele. "Eu não tinha ido tão longe!" Disse Ellen. Ignorando-a, ele olhou diretamente para Shonda e balançou a cabeça. "Nós estamos tendo um bebê e você é a única aqui que pode saber agora." Olhando de volta para ele, Shonda não tentou parecer surpreendida. Ela suspeitava que ele fosse o pai, desde que Ellen tinha contado a ela. O que lhe surpreendeu, foi a idéia de que eles pensassem que poderia permanecer em segredo. "Se ela não estivesse grávida de você, eu não ficaria tão feliz." Ela provocou, quebrando um pouco da tensão na sala. Ellen enrolava o cabelo com tanta força em torno de seu dedo que Shonda tinha certeza que ele iria cair se ela continuasse com o gesto. "Eu estava apenas dizendo a Ellen que vamos descobrir uma maneira para contornar isso. Realmente não vai ser um problema por algum tempo, para que possamos lidar com isso numa boa." "Isso é ótimo. Ela estava muito preocupada." "Você pode parar de falar sobre mim como se eu não estivesse aqui, por favor!" Ellen falou, e Patrick sorriu com os lábios enrugados como um pedido de desculpas. "Não faça essa cara para mim. Era para eu estar fazendo isso sozinha." "Mas você não está sozinha." Argumentou Patrick, não contente em deixá-la até mesmo tentar ficar brava com ele. "Estamos juntos nisso". Revirando os olhos, Ellen, sacudiu sua mão quando ele tentou pegá-la. A sala se tornou quente, e ela estava começando a me sentir cada vez mais enjoada quando a reunião continuou. Shonda observava o casal com curiosidade, antes de limpar a garganta. "Eu odeio ter que dizer isto a você, Patrick, mas não há nenhuma maneira de vocês manterem isso em segredo, se você continuar olhando para ela assim, com adoração."
  • 14. "Isso é o que eu disse a ele ontem à noite!" Ellen interveio, mas não mudou o sorriso torto de Patrick. "Ele não vai parar de olhar para mim. Eu acordo, ele está olhando para mim. Eu vou dormir, ele está olhando para mim. Eu não posso nem ir ao maldito banheiro sem ele me encarar. Está começando a ficar assustador na verdade." "Isso não é verdade." Mas mesmo quando ele argumentou, nunca deixou os olhos dela. Ele não podia fazer nada. Ela estava mais bonita do que nunca. O conhecimento de que seu filho ou filha estava crescendo dentro dela a fazia ainda mais atraente. "Você vai ter que segurar a onda agora, Patrick. Eu também odeio dizer isso ..." Shonda iniciou automaticamente, lembrando que ela era realmente sua chefe e poderia fazer ou acabar com suas carreiras. "Mas, a série não pode realmente permitir um escândalo agora. Para o bem de todos nós, vocês realmente têm que ter muito cuidado com a maneira como vocês agirão dentro e fora deste set. Bem, realmente em toda parte." Patrick e Ellen já sabiam disso. Não era informação nova, mas ouvir Shonda dizer fazia parecer ainda mais como uma nuvem escura que pairava sobre eles. "Nós sabemos." Ele disse a ela, porque Ellen ficou estranhamente silenciosa. "Nós mantivemos o nosso relacionamento em segredo há meses." "Um bebê pode ser um pouco mais difícil ..." Shonda não estava tentando ser uma cadela e ela não estava tentando fazê-los adivinhar a sua decisão. Mas ela se preocupava com eles. Ela queria ter certeza de que eles sabiam no que estavam se metendo. Manter a paternidade de seu bebê em segredo não ia ser uma tarefa fácil, especialmente com Patrick totalmente apaixonado por Ellen. "Nós sabemos." Ellen concordou, ela não ia mentir e dizer que tinha tudo preparado. "Mas, nós estamos apenas fazendo isso até Encantada estreiar. Quando minhas obrigações para com o filme estiverem feitas, vou oficialmente obter o divórcio e poderemos seguir com nossas vidas". Arqueando uma sobrancelha, Shonda poupou sua língua. Ela não queria ser a única a estourar sua bolha de felicidade, ele estava feliz e ela estava feliz por isso. Mas, se divorciar de sua esposa e sair dizendo que ele era o pai do filho de Ellen, não ia ser uma coisa fácil para qualquer pessoa envolvida. Olhando para Ellen, Shonda notou a expressão de desânimo em seus olhos verdes. Ellen sabia o que Shonda estava pensando. O desespero que ela viu no rosto de Ellen a impedia de dizer qualquer coisa mais. Patrick perceberia, em seu próprio tempo, como as coisas seriam difíceis de fazer. "Vai dar tudo certo." Ele disse confiante. Patrick se recusou a permitir-se pensar de maneira diferente. Ok". Shonda concordou. "Bem, não importa o que aconteça, você sabe que eu os apoio, certo? Estou feliz por vocês, e para registrar, daqui a dez anos, quando isto se transformar em um True Hollywood Story, não se esqueça de lhes dizer o quão boa eu fui com vocês". Seu humor fez Ellen rir, e depois quando a tensão na sala tinha se quebrado, Patrick começou a rir também.
  • 15. Parecia bom ter alguém ali do lado deles. Já não era um segredo profundo que tinham que guardar entre si, o que parecia ser um alívio para ambos. Infelizmente para Ellen e Patrick, o encontro com Leslie não foi tão bem como seu encontro com Shonda. A reunião tinha sido inevitável. Não importa o quanto eles não quisessem, era algo que tinham de fazer. Eles precisavam da ajuda de Leslie se estivessem tentando manter o seu segredo. Eles simplesmente não poderiam fazê-lo sem ela, Patrick sabia, e Ellen sabia, mas ainda era difícil. Por causa da reunião anterior, que Ellen teve com Leslie, ela estava ainda mais assustada do que Patrick. Ela se sentou ao lado dele, dura como uma tábua. Suas pernas estavam cruzadas, permitindo que o longo vestido de algodão que ela estava usando mostrasse a pele lisa. Patrick ansiava por passar a mão sobre ela, mas tinha um sentimento de que ela saltaria se ele a tocasse. "O que você quer dizer que ela vai ter o seu bebê?" Leslie cuspiu as palavras em um tom incrédulo. Intimidando-os com os olhos, voltou sua fúria sobre Ellen. "Eu pensei que eu tinha deixado perfeitamente claro quando eu lhe disse para vocês não se relacionarem? Vocês estão com a cabeça fora do lugar? Vocês estão propositadamente tentando arruinar suas carreiras?" O tom era gelado. Patrick, que não estava prestes a deixar que sua publicitária tentasse convencê-los sobre seu futuro, balançou a cabeça seriamente. "Eu sei ..." Olhando para Ellen cujo rosto ficou completamente branco, ele corrigiu sua declaração. "Nós sabemos o que vai acontecer se todo mundo descobrir. Nós não vamos contar até minhas obrigações com Encantada acabarem." Batendo as unhas bem cuidadas contra a mesa, Leslie riu. "Vocês obviamente não sabem o que fazer ou vocês não teriam sido tão descuidados em primeiro lugar." Ele nunca tinha ouvido a sua voz tão fria antes, mas, também, ele nunca tinha feito nada para deixá-la tão louca. "Acidentes acontecem." Defendeu-se Patrick, quando o calor subiu para seu rosto. A raiva estava rapidamente começando a borbulhar dentro dele. "Eu sei disto! Eu sou paga para encobri-los, mas isso é ridículo. Como diabos você espera que eu resolva isso? Isso é mais que um acidente. Isto é um erro de proporções épicas. ... E é um erro que eu não tenho certeza que possa ser encoberto. E ... " "Isto não é um erro!" Ellen interrompeu. Surpresos, tanto Patrick, quanto Leslie olharam em choque. Descruzando as pernas, Ellen endireitou-se e olhou diretamente para a mulher ofendida. "Esta gravidez não foi planejada e não é algo que nós intencionalmente tentamos fazer, mas não é um erro." "Ellen ..." Patrick começou, mas ela estreitou os olhos dizendo-lhe para não dizer nada. "Eu não vou ficar sentada aqui e ouvindo ela chamar o nosso bebê de erro." Ela atirou
  • 16. nele, levantando a voz em cada palavra que ela falava. "Esta é a nossa vida. É o nosso futuro. Nós vamos ter este bebê quer se queira ou não, assim você vai fazer o seu trabalho e vai nos ajudar ou vai procurar um emprego novo." Ellen apontou o dedo na direção de Leslie quando ela falou isto, e Patrick encontrava-se demasiado atordoado para dizer qualquer coisa. Ele não esperava que ela fosse se defender. Ellen estava tão ansiosa com a reunião, que ele estava apenas rezando para ela não desmaiar durante a mesma. Leslie abriu a boca e falou e Ellen arqueou as sobrancelhas com descrença. "Você nunca vai encontrar alguém que possa fazer o que faço. Não se engane. Você me manda para longe agora e eu garanto que seu segredo será lançado no próximo mês." "A única coisa que posso garantir é que você não vai conseguir os vinte por cento de Patrick no final deste ano, e depois que ele filmou Encantada, eu tenho certeza que é uma porcentagem de seu pagamento que você estava ansiosa para receber." A sala ficou em silêncio enquanto pensavam na observação de Ellen. Ambas as mulheres se recusaram a sentar, até que Patrick finalmente reuniu seus pensamentos e cortou a conversa. "Ellen está certa." Ele disse, depois de limpar a garganta. "Se você não está disposta a nos ajudar, então você está demitida." Ele não estava zangado com Ellen, por tomar uma decisão tão grande por ele. Ele certamente teria feito, se ela não fizesse. Olhando para eles, em dúvida, Leslie abriu uma gaveta de sua mesa e pegou uma pasta de arquivos grandes. O silêncio que se estendeu estava estrangulado em constrangimento e tensão. Finalmente, percebendo que o casal não estava disposto a ceder, ela tirou os óculos e abriu a pasta. Os documentos, cartões de índice, fotos, revistas se derramaram. Era como uma pilha de lixo gigante, tudo relacionado a Patrick. "Certo". A mulher mais velha disse finalmente. "Se vocês querem ir em frente com isso ..." Como ela procurava em sua mente uma palavra humilhante que ela poderia usar para falar da gravidez, Ellen estreitou os olhos apenas esperando por sua ousadia de usar a palavra erro novamente. Pensando melhor em dizer alguma coisa, Leslie centrou a sua atenção totalmente sobre a pasta em cima de sua mesa. "Então, nós temos alguns assuntos sérios a discutir. Primeiro, é o controle de danos. Presumo que você fez um teste de gravidez? Onde você o comprou? Quem poderia tê-la visto? Quantas pessoas sabem sobre isto e quantas delas terão de ser compradas para manter a boca fechada? " Tanto a cabeça de Ellen quanto a de Patrick giraram quando Leslie recitou cenário após cenário. Ela estava fazendo anotações frenéticas nos cartões de índice maior, enquanto ela falava, e não parava sequer para ouvir as respostas às suas perguntas. "Você já viu um médico? Oh, bem, dane-se se você tiver, nós vamos encontrar um consultório seguro. Sei de alguns com os quais trabalhei antes. O que a rede disse? Eu espero que eles não liberem uma declaração sobre a gravidez agora ... você sabe, eu vou chamá-los a mim." Leslie tirou os olhos das cartas para dar uma olhada em Ellen uma vez mais. Com os lábios franzidos com desdém, ela voltou para suas anotações. "Você está magra. Você deve começar a engordar agora, assim a diferença não vai ser perceptível. Comer um
  • 17. cheeseburger ou algo assim ... um pouco de carne em seus ossos seria atraente." A mandíbula de Patrick ficou tensa quando sua publicista obviamente zombava da estatura fina de Ellen, mas ele conseguiu manter a boca fechada. Ele tomou a mão de Ellen na sua e apertou-a com suavidade. Ele ficou aliviado quando ela apertou de volta. "Eu vou fazer algumas ligações, esta tarde, vou montar uma pequena equipe em conjunto para ajudar. Não é simplesmente algo que eu vou ser capaz de lidar sozinha. Nós vamos ter que ter um planejamento de emergência na próxima semana para pensar em mais detalhes. Precisaremos de um plano de imagem." "Plano de uma imagem?" Patrick perguntou, tendo dificuldades para seguir os pensamentos de Leslie. "Sim, nós vamos ter que começar enfatizar sua vida em casa com sua esposa e filha. Talvez a gente possa até fazer uma sessão de fotos na sua casa. Nós precisamos descobrir uma história, uma vez que a gravidez for anunciada". Leslie falou como se Ellen não estivesse no local, e Patrick podia sentir as unhas de Ellen cravando-se na sua mão. Seu forte temperamento era crescente a cada minuto, mas não havia muito que Patrick poderia fazer sobre isto. "Será que o namorado ainda está na foto?" Leslie perguntou, finalmente, fazendo contato visual com Ellen. "Oh, tudo bem, se não estiver," Ela encolheu os ombros com um movimento da mão. "Podemos sempre dizer que o bebê é dele. No momento em que ele nascer podemos inventar alguma história fantástica. Oh, isso é perfeito. Você tem problemas de fertilidade? Poderíamos transformá-lo em simpatia sobre o grande esforço que você teve que fazer para conceber, ninguém vai questionar a diferença de cor da pele, isto é óbvio. Estarão também apanhados em sua história. " Engolindo em seco, Ellen estava a um segundo de atacar a mulher através da mesa, mas a mão de Patrick, de repente deixou a dela e ela percebeu que não teria como segurá-lo sentado na cadeira. "Você está de sacanagem comigo?" Ele gritou incrédulo. "Nunca. Não há nenhuma chance, inferno, de você dizer que o bebê é de Chris." A raiva acabou agarrando seu corpo e ele não podia mais sentar e ouvir. "Este é meu filho." Balançando a cabeça, ele sacudiu sua mão quando Ellen tentou puxá-lo de volta para cadeira. "É meu. Meu bebê. O mundo inteiro não vai sair por aí falando que ele é de Cris." O ciúme grassava por meio dele. "Patrick". Ellen disse suavemente, e não houve sequer uma sugestão da raiva anterior no seu tom. "Está tudo bem. Sente-se." Ele mal podia respirar, mas a voz de Ellen o puxava para dentro e de alguma forma trouxe sua mente de volta. Sua mão estava quente e reconfortante quando ela agarrou a sua. "Nós não vamos dizer nada sobre o pai." Ellen disse a Leslie, quando Patrick finalmente voltou a se sentar ao lado dela. "Então tá. Melhor mesmo na verdade. Podemos continuar com a ficção, realmente funciona melhor para nós. Podemos usar a sua "vontade de ter um bebê, mesmo estando sozinha", como um ângulo. As feministas que se ferrem. Portanto, você está livre neste sábado? Precisamos, definitivamente, começar nossa equipe. Veja se você pode trazer a sua publicista aqui." Leslie disse direcionando a demanda para Ellen. Ellen apenas balançou a cabeça e não confiou-se em concordar.
  • 18. Tudo estava acontecendo tão rápido. Eles haviam concordado em discutir tudo um dia de cada vez, e veio tudo para cima, e agora eles eram confrontados a lidar com tudo ao mesmo tempo, e a tarefa parecia difícil. "Sábado, eu devo estar no teste." Patrick suspirou, lembrando que sua equipe de corrida estava se preparando para a temporada da primavera. "Certo". Leslie respondeu. "Ela pode vir e, depois, colocá-lo a par de tudo." A mão de Ellen, de repente ficou mole na sua e ele olhou para ela quando seu rosto caiu. Ele sabia que não havia nenhuma maneira de deixar que ela viesse sozinha. "Não. Não, tudo bem. Eu estarei aqui. Só vou reagendar meu teste." Ellen virou-se para dizer-lhe que ele não precisava fazer isto, mas ele simplesmente balançou a cabeça. Ele não podia deixá-la entrar na cova dos leões sem ele. "Vamos nos encontrar ao meio-dia, então." Ellen sorriu para Patrick, porém, e ele estava contente por ela aceitar sua oferta sem argumento. - Uma semana depois Patrick estava em sua terceira caminhada em torno dos corredores do estúdio. Uma vez que uma volta era muito curta, apenas duas não era suficiente, e mesmo após a terceira vez, ele ainda não tinha idéia para onde estava indo. Sem um destino, ele estava vagando sem rumo, o que nunca foi bom. 12 horas antes ele tinha contado a Jillian sobre o bebê. Ela não gritou como ele esperava. Ela não atirou coisas. Ela nem sequer ameaçou mantê-lo longe de Tallulah. Tudo o que ela fez foi sentar-se em silêncio, e isto o perturbou. Ignorando todos os que cruzaram seu caminho, Patrick continuou pelo corredor até chegar a um beco sem saída. Havia uma sala refeições no final do corredor e ele rezava para que estivesse vazia. Para seu deleite, estava. Ele sentou-se e apoiou a cabeça nas mãos. ”O que estou fazendo? " Sua mente gritava mais e mais, porque às vezes, ele realmente não sabia. O encontro com Leslie e sua equipe tinha tomado quase todo o dia. Ele estava cheio de tudo, de decidir em que médicos ir, descobrir exatamente quando podiam e não podiam ser vistos juntos. Leslie pediu que fosse melhor não serem vistos juntos a menos que fosse uma função para a ABC. Patrick não entendia como isso funcionava. Eles obviamente tinham de ser vistos juntos para promover a série, mas Leslie foi firme em suas crenças. Até o final do dia, tanto ele e Ellen provavelmente teriam concordado com qualquer inferno de coisa para poderem sair de lá. O panorama estava começando a se tornar mais claro para Patrick. Ele estava literalmente tendo que desempenhar um papel da sua própria vida. Ele amava Ellen e ele já estava apaixonado pelo seu bebê que ia nascer. Ele faria qualquer coisa para ficar
  • 19. com eles. Mas, ao mesmo tempo, ele se perguntou o quanto de sua alma podia ser dividida em duas. Esfregando as têmporas, Patrick suspirou e ergueu a cabeça para cima. A dor que ele havia visto nos olhos de Jillian na noite anterior ainda estava viva em sua mente. Depois do que pareceu horas em silêncio, ela havia falado, e isso o fez se sentir culpado. O casamento deles tinha acabado. Ele sabia que não deveria se sentir culpado. Mas, as feridas ainda estavam frescas, e era como se ele tivesse apenas jogado sal nelas. "Patrick?" Assustado, ele voltou sua atenção para a porta, encontrando Ellen olhando para ele em confusão. Ele não tinha ouvido a porta abrir, ele não tinha sequer ouvido ela caminhando naquela direção. "Ei você". Ele respondeu depois de limpar a garganta. Nem mesmo a sua presença poderia sacudi-lo fora de seu humor. "Eu pensei que você estava indo relaxar no trailer?" Ela perguntou, olhando para os arredores, desconfiada. Algo estava errado. Ela não percebeu isto em seu sorriso torto, mas na monotonia que cercava seus olhos azuis. "Eu estava ..." Patrick não conseguia terminar a frase, enquanto esfregava as mãos em seu rosto. "Eu fui fazer uma caminhada e só terminei aqui." Ele não olhou para Ellen quando ela caminhou até a mesa. Ele podia sentir seus olhos sobre ele, mas ele não conseguia olhar para ela. Carrancuda, Ellen olhou para a tábua de alimentos antes de continuar a olhar para ele. Ela hesitou antes de falar. Ele não parecia que estava com um bom humor. Mas, ela sabia que se a situação fosse invertida, ele não teria simplesmente deixado como estava. "Você está bem?" Ellen finalmente perguntou, sabendo que era uma pergunta estúpida. Ele obviamente não estava bem. Patrick soltou uma risada fria antes de olhar para ela. Suas feições suavizaram imediatamente ao ver a preocupação nos olhos verdes. "Você acreditaria em mim se eu dissesse que sim?" "Nem por um segundo." Ela respondeu com apenas uma sugestão de um sorriso. Patrick sorriu de volta e então balançou a cabeça. "Tive uma noite ruim." Ellen arqueou uma sobrancelha e franziu o nariz. "Uma noite ruim?" Inclinando a cabeça, Patrick não sabia o que dizer. Será que ser honesto sobre a noite terrível que teve com Jillian iria ferir Ellen? Seria razoável falar sobre isso com ela? Ele não sabia. Apesar do fato de que eles estavam tendo um bebê juntos, ainda havia tantos limites que ele não sabia se podia atravessar. Discutir Jillian com Ellen e Ellen com Jillian era um deles. "Eu contei a Jillian." Ele disse explicando, percebendo que Ellen era a sua namorada e ele tinha que ser honesto com ela.
  • 20. "Você contou a ela ..." Ellen sumiu na confusão. Ela estava cansada de filmar toda a manhã e as coisas não estavam saindo rapidamente como normalmente saíam. "Eu disse a ela sobre o bebê." "Ah ..." Os olhos de Ellen se arregalaram em grandes discos verdes. "Eu não sabia que você ia dizer a ela na noite passada." "Eu também não." Ele explicou suavemente. "Eu senti que era o momento certo e eu queria evitar a repetição do que aconteceu no Globo de Ouro". Ele brincou, tentando aliviar o clima. Ellen teria rido, mas seu estômago estava revoltoso demais para ela poder. Engolindo em seco, ela perguntou, "E como foi?" "Foi". Patrick murmurou. Soltando um suspiro alto, ele continuou falando. "Jill não disse nada por um tempo." Colocando um fio de cabelo atrás da orelha, Ellen tentou impedir que seu coração batesse anormalmente com a mera menção do nome de sua esposa. "Quando ela começou a falar, estava tão sem emoção .... Quase um zumbi. Eu nunca a tinha visto dessa forma." "Eu não acho que ela iria levar isto bem." Ellen sussurrou, forçando uma massa para baixo, que rapidamente estava subindo por sua garganta. Patrick passou a mão pelo cabelo, e do jeito que ele estava desarrumado, estava claro que ele tinha feito isto o dia todo. "Ela está ferida, eu a feri." Ele admitiu, apesar de ele já haver admitido antes. Jillian era a mãe de sua filha. Isso foi algo especial, algo que compartilharam, e agora ela sentia que ela não era mais tão especial. Vendo seus tempestuosos olhos azuis, Ellen não sabia o que sentir. Ela não gostava de ouvi-lo falar sobre Jillian. Mas, ao mesmo tempo, ela entendia sua necessidade de discutir aquilo. Respirando profundamente, Patrick continuou, sem perceber os olhos embaciados de Ellen. "Ela está preocupada com T e com o que vamos dizer a ela assim que o bebê nascer. Eu não poderia mesmo tranquilizá-la, porque eu ainda nem pensei nisso ..." Olhando para ela, Patrick vacilou quando percebeu que ela estava chateada. "Merda. Me desculpe." Ele disse imediatamente. "Não, está tudo bem." Ela mentiu, enxugando a umidade que tinha se formado debaixo de seu olho. "Você deveria ser capaz de falar comigo sobre essas coisas. Você sempre fez isto antes, e você deve fazer agora". Suas palavras estavam confiantes, mas Patrick não teve sequer a pretensão de acreditar nela. "Não, não tem problema. As coisas não são como eram antes. Se vai te magoar, eu não deveria falar sobre isso." Ele insistiu.
  • 21. "Você tem que por para fora. Se está incomodando, não é justo que você tenha que manter tudo dentro de você." "Vou falar com minha terapeuta sobre isso então." Insistiu Patrick. "Esta não é exatamente a sua situação média, eu deveria ser mais cuidadoso sobre o que eu digo a você." O rosto de Ellen se desfez em várias linhas infelizes e ela se levantou e caminhou até uma das mesas de alimentos. Curiosamente, ele observou que ela empilhou bastante fruta e legumes no prato para enchê-lo completamente. "Se você tiver de censurar seus pensamentos então esta não é uma relação honesta. Nós não podemos começar dessa maneira." Ela insistiu, e empilhou mais comida no seu prato. Apesar da pequena discussão que estavam tendo, Patrick riu. Ouuaaa...... você está com fome? Ele estava sorrindo para ela e andando na sua direção. Ela tentou recuar, mas ele fechou a distância entre eles e tomou o prato dela. "Estou morrendo de fome. Vomitei duas vezes hoje." Sua explicação levou-o a inclinar a cabeça em simpatia. Colocando o prato em cima da mesa, estendeu as mãos para puxá-la para ele, mas ela disparou-lhe um olhar de advertência e apontou para a porta. "Não aqui". Frustrado, ele recuou. Ela estava certa, mas isso não impedia o seu desejo de segurá-la em seus braços. "Tem sido muito ruim?" "Ontem estava tudo bem, mas hoje foi horrível. Eu quase vomitei nos sapatos de Katie." "Aposto que ela ia adorar." Brincou. "Vai ser difícil manter segredo, se isso continuar. Ninguém vai acreditar que tenho um problema no estômago por muito tempo." Pensando nisso, ele olhou para a porta aberta e, em seguida, moveu-se para que seu corpo ficasse roçando o dela. Era o mais perto que ele podia conseguir, mas mesmo assim, ainda não era suficiente. "Você pode dizer-lhes sobre o bebê. Eles são seus amigos, eles não vão perguntar quem é o pai." Ellen balançou a cabeça em negativa com sua sugestão. "Quanto mais pessoas souberem, mais fácil será que isto vaze para a imprensa." Ela respondeu com firmeza. "Eu não quero que ninguém aqui saiba ainda, e eu não quero liberar uma declaração até que seja absolutamente necessário." "Ok". Patrick se rendeu com as mãos no ar. "Assim que você estiver pronta então. Mas, se sua barriga ficar muito grande, então você deve dizer-lhes. Pelo menos, você teria alguém para reclamar além de mim." Ele abriu um sorriso com sua própria piada e Ellen deu um tapa em seu peito. "Eu não estou reclamando." Ela insistiu, mas a voz dela caiu em um sussurro abafado,
  • 22. quando passos ecoaram pelo corredor. "E mesmo que eu reclamasse, seria perfeitamente permitido. Tente vomitar todas as suas refeições e ver o quanto você se queixa." "Sinto muito que você tenha que passar por isso. Gostaria que fosse mais fácil para você." Ele sussurrou com simpatia e ela apenas deu de ombros. Se a náusea fosse o pior que ela teria que lidar agora, ela iria levar numa boa. Ellen sabia que teria coisas muito mais difíceis para enfrentar nos próximos meses, e os sintomas da gravidez não eram realmente um deles. "Ora, ora, se não são as duas ervilhas numa vagem". Patrick encolheu-se, quando a voz de Isaiah os interrompeu. Ellen assistiu como o corpo de Patrick ficou tenso e ela lançou um olhar de aviso para o outro homem. Desde a briga que os dois co-estrelas tiveram durante seus primeiros meses de volta no set, a tensão em torno de Patrick e Isaiah tinha sido grave. A série não poderia passar por mais essa pressão, e Ellen não queria que Patrick se lançasse de novo em outro escândalo. "Vamos embora". Ela disse a Patrick, sem nem mesmo se preocupar com Isaiah, que estava olhando para eles presunçosamente. Parecia que Patrick iria responder, mas ele balançou a cabeça. "Eu falo com você depois." Ele disse a ela, e teve que morder a língua para que ele não desse ao homem a satisfação de um argumento. "Vocês dois são tão íntimos." Isaiah provocava uma vez que ele tinha certeza de que Patrick não o iria escutar. "Isso é como os amigos geralmente são". Ela respondeu, em tom mais agradável do que ele merecia. Tomando o seu prato da mesa, ela teve que ir embora antes da raiva cozinhar dentro dela. "Certo. Amigos." Ele observou baixo em sua garganta, mas alto o suficiente para ela ouvir. Decidindo não dar isca para ele, ela saiu da sala. Ellen perguntou se ele sabia mais do que deixava ver ... ou se estava apenas sendo um asno. Focalizando-se em seu estômago roncando em vez de irritar seu co-estrela, ela começou a sua jornada de volta para o trailer.